Buscar

Direito e Meio Ambiente

Prévia do material em texto

Direito e Meio Ambiente – Políticas Nacionais do Meio Ambiente
Prof. Beliza Martins Pinheiro Câmara / Larissa Bareato
· Gestão Pública do Ambiente – Édis milaré, 2011.
· LC 140/2011 – competência sobre matéria ambiental – um retrocesso, não ficou bem claro.
· Tratado no Capítulo VI, CF
· Art. 20, 23, 26, 24, 216, 225, §1º, IV, e §4º.
· O cerrado não é incluso na seara de proteção do art. 225 devido a seu poder de resiliência.
· A educação ambiental é prevista em lei e deve ser instituída nas escolas.
· Lei 6938 – PNMA – Política Nacional do Meio Ambiente
· Constitui o Sistema Nacional do Meio Ambiente – SISNAMA – sucedendo ao SEMA.
· SISNAMA
· Conselho de Governo
· CONAMA (governo + sociedade) Art. 8º
· II – determinar, quando julgar necessário, a realização de estudos das alternativas e das possíveis consequências ambientais de projetos públicos ou privados, requisitando aos órgãos federais, estaduais e municipais, bem assim a entidades privadas, as informações indispensáveis para apreciação dos estudos de impacto ambiental, e respectivos relatórios, no caso de obras ou atividades de significativa degradação ambiental, especialmente nas áreas consideradas patrimônio nacional; - Lei 10650/2003 – Dispõe sobre o acesso público aos dados e informações existentes nos órgãos e entidades integrantes do SISNAMA.
· MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE
· IBAMA/ INSTITUTO CHICO MENDES
· ENTIDADES ESTADUAIS
· SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE E RECURSOS HIDRÍCOS
· ENTIDADES MUNICIPAIS	
· AMMA – AGENCIA MUNICIPAL DE MEIO AMBIENTE
· Conceito de meio ambiente – art. 3, I – meio ambiente, o conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas;
· Conceito de poluidor – art. 3, IV - poluidor, a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental;
· Responsabilidade objetiva – art. 14, §1º.
· Legitimidade da ação civil e criminal: MP e MPF
· 
28/08/14
Política Nacional do Meio Ambiente
· Objetivo primordial: regulamentar as várias atividades que envolvam o meio ambiente.
· Art. 2º da PNMA – objetivos gerais:
· Preservação;
· Melhorias;
· Recuperação da qualidade ambiental.
· Melhores condições ao desenvolvimento econômico e social.
· Princípios arrolados no art. 2º têm por referencia os princípios globais de Estocolmo 72, ECO 92 e os fundamentos constitucionais tratados no art. 225, caput e 5º LXXIII da CF (ação popular – envolvimento da coletividade);
· A PNMA traça um dever de responsabilidade do poder público por meio de instrumentos específicos arrolados no art. 9º da lei, cuja competência material da Administração Pública esta determinada nos art. 22 e 24 da CF, bem como a competência para legislar.
· Art. 9º - instrumentos da PNMA: Utilizados pela Administração pública para que os objetivos específicos do art. 4º sejam alcançados
· Os instrumentos serão utilizados pelos órgãos participantes do SISNAMA – Sistema Nacional do Meio Ambiente, órgão criado com o objetivo de estabelecer padrões para que se possibilite o desenvolvimento de forma sustentável conferindo maior proteção ao Meio Ambiente.
· O SISNAMA, o órgão máximo de defesa do meio ambiente, instituído pelo art. 6 da PNMA possui relação direta com os entes federados, os quais criarão sua própria estrutura para defesa do meio ambiente, que através de um conjunto de instituições de diversos níveis incumbido da proteção do meio ambiente possui o objetivo de cumprir as articulações coordenadas entre o Poder Público e a sociedade organizada.
· Dos instrumentos da PNMA destaca-se a gestão dos componentes que visem à qualidade do ar, da água e dos padrões de ruído.
· O programa nacional de controle da qualidade do ar – PRONAR – estabelece limites de poluentes no ar atmosférico e sua qualificação se deu por meio da Resolução nº 5 de 1989 do CONAMA.
· O CONAMA é um órgão consultivo, não integra o organograma do SISNAMA, ainda assim seus atos, pareceres e resoluções possuem tanta força quando as do SISNAMA, que é o responsável para traçar diretrizes para proteção do meio ambiente com a participação da sociedade organizada.
· O IBAMA – Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos recursos naturais renováveis – é órgão executor do SISNAMA, sendo uma autarquia federal criada pela lei 7735/89 vinculada ao Ministério do Meio Ambiente, entretanto, sem hierarquia, apenas para controle finalístico, e tem competência de exercer poder de polícia ambiental federal, executando as ações da PNMA na esfera federal e ações supletivas aos órgãos das demais esferas.
· Já o instituto Chico Mendes de conservação da biodiversidade – ICMBIO – é uma autarquia federal criada pela lei 11516/07 que retirou do IBAMA a tarefa de conservação ambiental mediante a gestão das unidades de conservação federais.
04/09
ZONEAMENTO ECOLÓGICO ECONÔMICO – ZEE (zoneamento ambiental)
· Instrumento da PNMA – art. 9º, Lei 6938/81;
· Áreas pré-determinadas para um fim especifico.
· Trata-se de um dimensionamento, colocar cada coisa em seu devido lugar.
· Objeto: viabilizar o desenvolvimento socioeconômico com a conservação ambiental.
· Fundamento: análise detalhada e integrada da região considerando os impactos decorrentes da ação humana.
· Objetivos gerais: art. 2º e 3º Decreto 4297/2002;
· Organizar decisões dos agentes públicos (determina a forma, local e dimensão) e privados (cumpre o que foi determinado pelo agente público) assegurando a manutenção do capital e soluções ambientais dos ecossistemas.
· Competências:
· Compartilhada (concorrente) nas 3 esferas (art. 23, CF): ação administrativa da União para elaboração do ZEE (quando o empreendimento for usina nucelar, rios que dividem estados, industrias cloros, petro ou carboquimícas) em âmbito nacional e regional; aos Estados, em âmbito estadual e ao município, elaboração do plano diretor (contem o zoneamento do município);
· O Código Florestal de 2012 (lei 12651/2012) estabelece 5 anos para adequação das competências.
ZONEAMENTO INDUSTRIAL – Lei 6803/1980
· Art. 1º, §1ª, alíneas “a” a “c”;
· “a”: empreendimentos que possam causar perigo a saúde, segurança e ao bem estar da população por meio de resíduos e ruídos. Sua colocação deve ser acompanhada de anéis verdes no entorno do zoneamento para absorção da poluição. P.ex.: indústrias nucleares, petro, cloro e carboquimícas.
· “b”: indústrias que possuem métodos adequados de controle e tratamento de afluentes mas que não causem considerável incomodo à população.
· “c”: área de compatibilidade entre indústrias, comércio e avanço de áreas residenciais.
Essas zonas, são, respectivamente, denominadas:
· Zonas de uso estritamente industrial – não se pode ter (fala-se em ocupação indevida) área residencial;
· Zonas de uso predominantemente industrial – impacto menor, comporta algumas residências e até comércios.
· Zonas de uso diversificado;
· Zonas de uso de reserva ambiental – faz um elo entre o código florestal e o zoneamento industrial; áreas de acessibilidade, aceso à condição de proteção; não há possibilidade de implantação de indústrias.
11/09/14
Licenciamento ambiental – art. 10 da Lei 6938/81
Espécies:
· LP – Licença Prévia: fase preliminar de empreendimento potencialmente poluidor, a ser atendida observando-se a localização, instalação e operação, tanto em planos de uso do solo municipais, estaduais ou federais. Será realizada antes de qualquer atividade do empreendimento. Depende do tamanho do impacto a competência para conceder a licença. Estado possui competência residual, quando não couber ao município por questões técnicas ou delegadas pela União. Análise do projeto, para conferir a compatibilidade com o local a ser instalado.
· LI – Licença de Instalação: autoriza o início da implantação, conforme especificações constantes no projeto executivo. Possibilita a edificação. Determinante para a operação. A instalação é acompanhada pelos órgãos competentes para sanar os vícios já existentes. 
· LO – Licença de operação:autoriza o inicio da atividade licenciada e seu funcionamento, conforme controle de poluição. Somente concedida se todos os vícios da instalação forem sanados. Pode ser fracionada ou por tempo limitado levando em conta o potencial poluidor, sendo renovada, até 4 anos.
Atividades sujeitas estão regulamentas pela Res. 237/97 do CONAMA
· É o instrumento democrático que possibilita manifestação e participação popular na tomada de decisões:
· Audiências públicas;
· Publicidade das licenças;
· Os projetos são públicos, qualquer pessoa pode ter acesso a ele.
· A participação torna-se imprescindível de acordo com o potencial poluidor do empreendimento.
· O principio da publicidade deve ser respeitada em todas as fases.
· EPIA- Estudo Prévio de Impacto Ambiental/RIMA- Relatório de Impacto ao Meio Ambiente – fundamentos: 225, §1º, IV, CF – Lei 6938/81.
· EPIA: pesquisa de literatura legal e técnica. Finalidade: indicar vantagens e consequências da concessão da licença. Aponta ao órgão que a concederá se o projeto supre as necessidades ou se deverá ser realizada alterações com base no que dispõe a legislação. Irão instruir todas as fases do licenciamento.
· RIMA: um relatório que expõe as conclusões do EPIA.
· Licenciamento é procedimento;
· Licença é o ato administrativo decorrente do licenciamento;
· Prazo de validade das licenças:
· Prévia: até 5 anos para iniciar a instalação;
· Instalação: até 6 anos para iniciar as operações;
· Operação: de 4 a 10 dependendo do potencial poluidor do empreendimento.
· Competência para o licenciamento:
· IBAMA: quando o licenciamento for direcionado para empreendimento de impacto ambiental de significativa interferência na vida do cidadão e de interesse nacional ou regional. Tem-se a seguinte situação:
· Quando localizado o empreendimento em área de fronteira internacional ou for desenvolvido pelo Brasil e outro Estado, ou;
· Quando se der em plataforma continental ou marítima para exploração de petróleo, ou ainda;
· Quando se tratar de impacto radioativo ou que utilize qualquer forma de energia nuclear, ainda;
· Outras situações de interesse nacional aqui não arroladas;
· Municipal: quando as atividades potencialmente poluidoras se derem apenas no município cujo impacto não suplante a sua área.
· Estados Membros: quando o empreendimento tiver impacto em florestas ou áreas de preservação permanente, ou ainda, quando estiver fora da competência do IBAMA ou dos municípios, sendo, portanto, residual.
· O DF atuará com competência estadual ou municipal de acordo com o interesse em tela. 
· Condições de extinção da licença:
· Anulação: ato de controle da legalidade, podendo, inclusive, ser judicial.
· Revogação: é um controle de mérito, seu procedimento se dará pelo próprio órgão que a concedeu.
· Cassação: se dá por posterior descumprimento da licença, também ato do próprio órgão que a concedeu.
NP2
SNUC – Sistema Nacional de Unidades de Conservação 
· Art. 225 da CF;
· Lei 9985/2000 – Federal
· Lei 14247/02 – Estadual
Conservação da natureza (manejo de uso humano):
· Preservação;
· Manutenção;
· Utilização sustentável;
· Recuperação do ambiente natural;
Regime jurídico:
· Não podem ser alterados, suprimidos, senão por lei;
· Não podem ser utilizados de modo a comprometer seus atributos;
· Interesse público;
Grupo de Unidade de Conservação
1º - Proteção integral: Não admite consumo, coleta, dano ou destruição dos recursos.
a. Estação ecológica – visa a preservação da natureza com a possibilidade de realização de pesquisas cientificas;
b. Reserva biológica – preservação integral da biota e demais atributos naturais existentes em seus limites, sem interferência humana direta ou modificações ambientais, exceto as medidas de recuperação de seus ecossistemas alterados e as ações de manejo necessárias para recuperar, preservar o equilíbrio natural, a diversidade biológica e os processos ecológicos naturais – art. 10;
c. Parque nacional – tem por finalidade a preservação de ecossistemas naturais de grande relevância ecológica, beleza cênica, possibilitando a realização de pesquisas cientificas e desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.
d. Monumento natural – finalidade de preservar sítios naturais raros, singulares e de grande beleza cênica.
e. Refugio da vida silvestre – tem por finalidade proteger ambientes naturais, se asseguram condições para a existência ou reprodução de espécie ou comunidade da flora local e da fauna residente ou migratória.
Obs.: tem por finalidade preservar a natureza sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais.
30/10/14
SNUC
2. Uso sustentável
a. Área de proteção ambiental – APA: área extensa, com certo grau de ocupação humana, dotada de atributos abióticos e bióticos, estéticos e culturais especialmente importantes para a qualidade de vida e o bem-estar das populações humanas. Objetivos: proteger a diversidade biológica; regime dominial: público ou privado; visitação e pesquisa: nas áreas privadas dependem de autorização do proprietário;
b. Área de Relevante Interesse Ecológico: pequena extensão, pouca ou nenhuma ocupação humana. Exemplares raros. Objetivo: manter o ecossistema de importância regional ou local para conservação. Regime dominial: público ou privado; 
c. Floresta Nacional: área de cobertura florestal de espécies predominantemente nativas. Objetivos: uso múltiplo sustentável e pesquisa; regime dominial: posse e domínio publico. (as áreas particulares devem ser desapropriadas); admite-se manutenção e permanência de populações tradicionais que habitam quando de sua criação; visitação: pública e pesquisa conforme regulamento – conselho consultivo;
d. reserva extrativista: população tradicional extrativista com agricultura e pecuária de subsistência. Objetivo: proteger meio de subsistência; regime: domínio público com uso concedido às populações extrativistas tradicionais – conselho deliberativo. Visitação: mediante regulamento.
e. Reserva de Fauna: área natural com população animal nativa, terrestres ou aquáticas, residentes ou migratórias. Objetivos: conservação. Proibida a caça. Regime: público; áreas privadas devem ser desapropriadas. 
f. Reserva de Desenvolvimento Sustentável, definida no art. 20, área natural onde vivem populações tradicionais que se baseiam em sistemas sustentáveis de exploração de recursos naturais, que permitem visitação pública e pesquisa científica. Nessa unidade de conservação admite-se a exploração de componentes de ecossistemas naturais por meio de manejos sustentáveis: o plano de manejo sustentável define as zonas de proteção integral de uso sustentável e de amortecimento dos corredores ecológicos.
06/11
Normas aplicáveis às unidades de uso sustentável
· A permanência da população tradicional em sua situação de fato para o desenvolvimento da atividade de subsistência se dá de acordo com o art. 24 da Lei 9985/2000 (SNUC) por meio de contrato que foi qualificado como comodato, mas a melhor doutrina entende que por se tratar de terras públicas a posse deveria ser tratada por aforamento (ato administrativo que define e legitima a posse).
· Quem cuida da zona de amortecimento é o CONAMA.
· Plano de manejo.
· Órgão gestor.
· OSCIP (Organização da Sociedade Civil para Interesses Públicos) – pessoa jurídica devidamente organizada, terceiro setor, sociedade civil organizada para determinado fim, finalidade de desenvolver uma organização com capacitação, regularidade, atuando paralelamente ao poder publico, principalmente na observação das contas públicas.
· Dever ser criada para gerir, unicamente, uma unidade ambiental.

Continue navegando