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AV1 - Legislação Tributária

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TRABALHO ACADÊMICO VALENDO 07 PONTOS PARA AV1 – 2020.1.
Nome: Renata Dias Vieira Matrícula: 2017101808
Disciplina: LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA
Professor Responsável: MAURO MIRANDA BRITO
	RELATÓRIO
TEMA DO TRABALHO SOBRE O DESENVOLVIMENTO DO TRIBUTO
O objetivo desse trabalho é relatar o desenvolvimento do tributo, com fundamento nas aulas, principalmente na parte histórica da tributação. Relate sobre a origem dos impostos de importação, exportação e de renda de pessoa física e jurídica. Utilize o material que instrui sobre o Dumping a fim de abordar como ele pode ser utilizado contra um outro mercado, se isso é permitido ou não. Faça pesquisa em outros locais para responder as questões que envolvem o seu relatório, como no Google, por exemplo. Destaque no relatório: a função do tributo, sua origem, percentuais utilizados, o funcionamento do imposto de importação, exportação e renda, etc. 
	PRAZO DE ENVIO DO TRABALHO PELO ALUNO AO DOCENTE
 O trabalho será desenvolvido pelo aluno ao longo do período de suspensão das aulas e o prazo limite para envio do trabalho pelo aluno será o último dia da AV1 estabelecido em calendário acadêmico, dia 03 de abril. O trabalho será encaminhado ao docente pelo AVA. Em casos emergenciais, o docente poderá autorizar que o aluno envie o trabalho para o endereço do e-mail institucional do docente.
O tributo tem origem remota e certamente acompanhou a evolução do homem, a criação das primeiras sociedades, o surgimento de líderes tribais ou chefes guerreiros e políticos. Estudos indicam ter sido voluntária a primeira manifestação tributária, em forma de presentes ou ofertas destinadas aos líderes ou chefes, por seus serviços ou sua atuação em favor da comunidade. Depois as contribuições passaram a ser compulsórias, quando os vencidos de guerra eram forçados a entregar parte ou a totalidade de seus bens aos vencedores. Após essa época, começou a cobrança pelos chefes de Estado de parte da contribuição dos súditos, sob a forma de tributos.
O texto mais antigo encontrado e que retrata a cobrança de tributos na antiguidade é uma placa de 2.350 A.C., em escrita cuneiforme, que descreve as reformas empreendidas pelo rei Urukagina na cidade-estado de Lagash, localizada na antiga Suméria, entre os rios Tigre e Eufrates. O documento relata a cobrança de impostos extorsivos e leis opressivas, exploração de funcionários corruptos e confisco de bens para o rei.
A queda do império romano marcou o início da idade média, período da História que vai do ano 476 a 1453. O grande império foi dividido em vários pedaços de terra chamados feudos. Perdeu-se completamente a noção de Estado na Europa medieval. Cada feudo possuía um senhor, eram os chamados senhores feudais, que eram os nobres. Nessa época, a maioria das pessoas viviam nos campos. Os camponeses, então chamados servos, eram obrigados a pagar tributos aos senhores feudais. Como não havia Estado, a circulação de moedas era escassa. Desse modo, os servos pagavam os tributos devidos ao senhor entregando-lhes a melhor parte de suas colheitas. O que restava era suficiente apenas para a sobrevivência do camponês e de sua família. A vida nos campos era difícil e trabalhosa, o servo estava preso à terra do senhor, sua liberdade era muito restrita. Os servos estabeleciam com seus senhores uma relação hereditária de dependência conhecida como vassalagem. Em troca de proteção, ofereciam seu trabalho e pagavam pesados impostos. 
Nesse período os senhores de terra possuíam ainda direito de vida e de morte sobre os seus vassalos. Quem não pagasse o tributo devido podia ser preso ou morto. A vida das pessoas estava voltada para atender às vontades e às necessidades dos senhores feudais. O povo vivia miseravelmente. A religião católica era muito forte e os senhores feudais, convencidos pela Igreja, começaram a participar das cruzadas, as chamadas guerras santas, que tinham por objetivo reconquistar a Palestina, lugar sagrado para os cristãos.
Para recuperar os territórios da terra santa, gastavam cada vez mais e cobravam cada vez mais tributos. Nada era feito em favor do povo. 
Hoje em dia, nossa Constituição, como a de todos os países democráticos, garante os direitos dos contribuintes impondo limites ao poder do Estado de tributar. O tributo tem hoje grande significado social, por ser o maior responsável pelo financiamento dos programas e ações do governo nas áreas da saúde, previdência, educação, moradia, saneamento, meio ambiente, energia e transporte, entre outras. No entanto, é preciso zelar sempre para que os princípios constitucionais sejam observados e que os recursos arrecadados possam ser aplicados em obras e serviços que atendam às necessidades da população, como um todo, principalmente da parcela mais pobre.
Evolução histórica dos tributos no Brasil
Época das descobertas e das primeiras expedições (1500-1532). O primeiro ônus fiscal suportado pelo Brasil foi na indústria extrativa (extração do pau-brasil), e a Coroa Portuguesa, desde o início, considerou o pau-brasil com o monopólio real, autorizando sua extração mediante o compromisso de que o extrator erguesse fortificações ao longo da costa, iniciasse a colonização e pagasse o quinto do pau-brasil (quinta parte do produto da venda da madeira). 
Capitanias Hereditárias. Posteriormente, com o propósito de resguardar as terras recém-descobertas, o então soberano português D. João III resolve povoar o Brasil servindo-se dos nobres e fidalgos portugueses. Em 10 de março de 1534, a parte litorânea do Brasil foi dividida em quinze partes, atribuídas a donatários (capitão, chefe superior), com direito de sucessão e por isso denominadas capitanias hereditárias. Nessa época não existia nenhuma organização fiscal e os tributos eram pagos in natura, em espécie, sendo enviados para Portugal.
Governo Geral (1548-1763). Os tributos continuavam sendo cobrados pelos – rendeiros - (cobradores de rendas), que possuíam poderes em demasia, inclusive para prender qualquer contribuinte remisso e com atraso em suas obrigações fiscais. Esses tributos eram pagos em produtos in natura, servindo de moeda subsidiária vários produtos, como açúcar, tabaco, cravo, pano de algodão, farinha, carne salgada, couro, pau-brasil, para citar somente alguns. A moeda que corria no Brasil era a portuguesa (o real ou o cruzado) que não era utilizada para pagamento de tributos. Nessa época não existia o que se poderia chamar de um sistema tributário ou mesmo uma organização fiscal.
Corte Portuguesa e do Reino Unido (1808-1822). Quando as tropas de Napoleão invadiram Portugal, a família real portuguesa fugiu para o Brasil, iniciando um novo período histórico na colônia: o Brasil passa a ser, de fato e de direito, a sede da monarquia portuguesa (1808-1815). Nessa época, numerosas leis são criadas. O Príncipe D. João VI, ao chegar à Bahia, em 24 de janeiro de 1808, abre os portos do Brasil às nações amigas, liberando a atividade comercial do país com outros países (o que até então não era permitido). A partir desse momento, permitiu-se o ingresso no Brasil de todos os produtos estrangeiros cuja importação, até então, era proibida. A mudança da família real para o Brasil trouxe grandes despesas para os cofres públicos. Assim, a instituição de novos serviços no país exigia o aumento dos tributos já existentes ou a criação de novos. A tributação foi aumentando, e cada serviço que se instituísse no país impunha a criação de um novo tributo, na modalidade que hoje denominamos taxa.
Impostos de importação e Exportação
Primeiramente, é preciso entender que esses tributos são separados em dois: o Imposto de Importação (II) e o Imposto de Exportação (IE). Eles são de competência da União e fiscalizados, administrados e recolhidos pela Receita Federal Brasileira (RFB).
Suas destinações não são específicas, o que significa que são aglomerados com outros tributos do Governo Federal e podem ser utilizados para diferentes fins, como o pagamento de salários de funcionários, conserto de estradas, construçãode escolas etc. Também é importante saber que eles não dependem de uma contraprestação do Estado, isto é, o Governo não precisa beneficiar direta ou indiretamente seus contribuintes. Quanto às suas finalidades, temos:
· Extra fiscalidade: controlar a economia, aumentando ou reduzindo a importação e exportação dos comerciantes brasileiros;
· Arrecadação: arrecadar capital para que o Governo realize seus investimentos. 
Até agora listamos as características comuns de ambos, porém eles têm peculiaridades próprias em relação à forma em que são gerados:
Imposto de Importação (II)
Como seu próprio nome indica, trata-se de um imposto cobrado pela importação de produtos estrangeiros. Seu fato gerador (ação que gera a obrigação de pagá-lo) consiste na entrada do produto no território nacional. É responsável pelo recolhimento do tributo:
· O importador ou equiparado pela lei;
· O arrematante, no caso de mercadorias estrangeiras adquiridas em leilões.
São considerados produtos importados aqueles que saíram do país e retornaram posteriormente, salvo:
· Envios em consignação e não vendidos no prazo autorizando;
· Devoluções por defeito, reparo ou substituição;
· Modificação no processo de importação;
· Por guerra ou calamidade pública;
· Fatores alheios à vontade do exportador.
Esse imposto não incide sobre qualquer mercadoria. A legislação brasileira impõe que os seguintes produtos estão completamente isentos de seus pagamentos:
· Livros, revistas, jornais e similares, como também o papel para produzi-los;
· Medicamentos para pessoa física;
· Amostras de tecidos, materiais e escalas de cor sem valor comercial;
· Quaisquer compras de até U$50, quando as partes são pessoas físicas;
· Produtos de até U$100, quando o exportador é pessoa jurídica.
O importador ainda deve realizar as obrigações acessórias, ou seja, declarar que importou o produto, mas que está desobrigado do pagamento do Imposto de Importação.
Imposto de Exportação (IE)
O fato gerador desse imposto consiste na saída de mercadorias nacionais ou nacionalizadas do território brasileiro. Seu contribuinte é qualquer pessoa que promova a saída do produto.
É importante saber que a maioria dos produtos está imune (desobrigação do pagamento pela Constituição Federal) e isenta (desobrigação por lei) de tributação. Atualmente, esse imposto incide somente sobre algumas mercadorias. Veja quais são elas e suas respectivas alíquotas (percentuais do imposto):
· Cigarros contendo fumo e tabaco: 150%;
· Couros e peles: 9%;
· Armas, munições, suas partes e acessórios, quanto destinados aos países da América do Sul (salvo Argentina, Chile e Equador) e Caribe: 150%;
· Leite, creme de leite e concentrados de açúcar: 100%.
Processo de importação
Primeiramente, o importador verifica no Portal Siscomex — sistema da Receita Federal onde são realizadas operações aduaneiras (relacionadas à importação e exportação) — o tratamento devido para o seu ato. Existem três modalidades possíveis:
· Dispensa de licenciamento: regra geral para importações;
· Licenciamento automático: rol do art. 13, Portaria n.º 23/2011, do Ministério do Desenvolvimento;
· Licenciamento não automático: rol do art. 14 da mesma Portaria.
Com a dispensa de licenciamento, os importadores efetuam o registro da Declaração de Importação (DI) no Portal Siscomex e dão início aos procedimentos de despacho aduaneiro com a RFB.
Nas operações com licenciamento, o importador registra a solicitação de Licença de Importação (LI) no Portal Siscomex. O pedido é então analisado pelos órgãos anuentes, que poderão ou não deferi-lo.
Em ambos os casos, alguns produtos podem estar sujeitos à inspeção da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) ou do Mapa (Ministério da Agricultura). Após a inspeção desses órgãos, o produto procederá ao Desembaraço Aduaneiro, etapa em que serão recolhidos os tributos.
Processo de exportação
É preciso saber que existem dois tipos de exportação: a direita e a indireta. A primeira consiste em uma operação em que o produto é faturado pelo próprio produtor ao importador. Já a indireta é feita por intermédio de empresas brasileiras, que adquirem produtos para exportá-las.
No novo processo otimizado de exportação, de 2017, o exportador precisa fazer a habilitação no Portal Siscomex e, posteriormente, elaborar a Declaração Única de Exportação (DU-E), que deve conter os seguintes dados:
· A forma de exportação escolhida pelo exportador;
· Os bens integrantes da DU-E;
· As circunstâncias gerais da operação.
Em seguida, a carga é recebida, e a DU-E, conferida. Verifica-se as Licenças, Permissões, Certificados e Outros Documentos (LPCO). Elabora-se a nota de Controle de Carga e Trânsito (CCT) e a Apresentação da Carga para Despacho (ACD).
A RFB faz o gerenciamento de risco que, finalmente, leva ao desembaraço da DU-E. Depois disso, o depositário entrega a carga ao transportador, que a leva ao exterior.
Tanto para pessoas físicas quanto jurídicas, o acesso ao Portal Siscomex é feito por certificado digital. Essa é uma tecnologia que comprova a identidade de uma pessoa online e garante validade jurídica para assinaturas digitais.
O certificado digital utiliza chaves criptografadas, que fornecem autenticidade, confidencialidade e integridade às informações eletrônicas. Assim, todo o procedimento pode ser feito de forma mais ágil, econômica e segura.
Os cálculos desses impostos
A base de cálculo dos impostos é o preço normal que a mercadoria alcançaria em uma venda no mercado externo, em um cenário de livre concorrência e no local de embarque (no caso do IE) ou desembarque (II).
As alíquotas dos impostos podem ser alteradas por decreto do Poder Executivo, ou seja, podem ser alteradas constantemente. Entretanto, sempre são aplicadas aquelas em vigor na data em que foi realizado o fato gerador.
Para o imposto de importação, a regra geral para alíquota é de 60%. No cálculo será preciso aplicar o percentual sobre o valor declarado pela mercadoria, mais frete e seguro. Mas saiba que ainda haverá outros tributos e taxas, como IPI, COFINS, ICMS, Taxa do Portal Siscomex e outras despesas.
Ainda é importante saber que, no caso das importações, a Portaria 156/99, do Ministério da Fazenda, concede a redução da alíquota em até 60% para encomendas aéreas internacionais de até U$3 mil.
Para o IE, a alíquota da regra geral é de 30%. Entretanto, como vimos, somente os produtos listados nos tópicos anteriores estão sujeitos à sua incidência, e cada um deles tem uma alíquota determinada.
Dumping
É uma prática comercial que consiste em uma ou mais empresas de um país venderem seus produtos, mercadorias ou serviços por preços extraordinariamente abaixo de seu valor justo para outro país (preço que geralmente se considera menor do que se cobra pelo produto dentro do país exportador), por um tempo, visando prejudicar e eliminar os fabricantes de produtos similares concorrentes no local, passando então a dominar o mercado e impondo preços altos. É um termo usado em comércio internacional e é reprimido pelos governos nacionais, quando comprovado. Esta técnica é utilizada como forma de ganhar quotas de mercado. 
Como exemplo, pode-se constatar a prática de dumping se a empresa A, localizada no país X, vende um produto nesse país por US$ 100 e o exporta para o país Y por US$ 80, sempre levando em consideração a existência de condições comparáveis de comercialização (volume, estágio de comercialização, prazo de pagamento etc.).
As medidas antidumping têm como objetivo neutralizar os efeitos danosos à indústria nacional causados pelas importações objeto de dumping, por meio da aplicação de alíquotas específicas (fixadas em dólares dos EUA e convertidas em moeda nacional), ad valorem ou de uma combinação de ambas.
A globalização permite a existência de uma variedade de significados que têm sido atribuídos ao mesmo fenômeno. Essa variedade é explicável, em parte, porque esse é um processo cujo impacto se faz sentir em diversas áreas e, apesar dos benefícios por ele trazidos, inegáveis são osconflitos oriundos da sua intensificação, notadamente nas relações comerciais exteriores, as quais passaram a compreender novos mecanismos e instrumentos.
Especificamente no campo do Comércio Exterior, a globalização produziu efeitos positivos e negativos, como são exemplos as práticas comerciais desleais, que comprometem a produtividade e o bom desempenho do conjunto das empresas, levando muitas delas à falência.
Os direitos antidumping
O artigo VI do GATT 47 (Acordo Geral sobre Tarifas Aduaneiras e Comércio 1947) é destinado ao disciplinamento acerca dos direitos antidumping e de compensação. Trata-se, portanto, de fonte primordial sobre o tema.
Os direitos antidumping podem ser definidos como "um montante em dinheiro, igual ou inferior à margem de dumping apurada, exigido com o objetivo de afastar os efeitos danosos à indústria doméstica, decorrentes de importações realizadas a preço de dumping".
São duas as formas mais frequentes de se calcular a margem de dumping: “transaction-to-transaction” e “average-to-average”. A primeira compara o preço de exportação com o valor normal relativo a cada transação comercial. Já a segunda compara o valor normal médio ponderado com o preço médio ponderado de todas as operações de exportação equivalentes.
Em relação ao procedimento para aplicação dos direitos antidumping, a aplicação da legislação é realizada em duas etapas: primeiro há um procedimento investigatório, que se assemelha a um procedimento de instrução. Na sequência, poderá haver a aplicação das medidas antidumping e a cobrança dos correspondentes valores. A primeira fase é realizada pela Secretaria de Comércio Exterior (SECEX), enquanto que a segunda fase é desempenhada pela Câmara de Comércio Exterior (CAMEX).
Em suma, cabe à SECEX a formação e a avaliação da linguagem de provas, enquanto que à CAMEX cabe a decisão acerca da imposição das medidas antidumping.
No Brasil, a regulamentação dos procedimentos administrativos relativos à investigação e à aplicação de medidas antidumping está contida no Decreto nº 8.058, de 26/07/2013, publicado no Diário Oficial da União (DOU) de 29/07/2013.
Por fim, é importante citar que há controvérsias doutrinárias acerca da natureza jurídica dos direitos antidumping. Dentre as principais correntes, podem ser citadas: a) direitos antidumping como instituto dotado de natureza aduaneira; b) como meio de intervenção no domínio econômico de natureza não tributária; c) como sanção; d) como instituto dotado de natureza sui generis; ou, e) como de natureza tributária.
A origem do Imposto de Renda no Brasil
O imposto de renda foi instituído no Brasil por força do artigo 31 da Lei nº 4.625 de 31 de dezembro de 1922, que orçou a Receita Geral da República dos Estados Unidos do Brasil para o exercício de 1923.
Com apenas um artigo e oito incisos da lei orçamentária para o exercício de 1923, estava instituído o imposto geral sobre a renda no país, embora, anteriormente, tenha havido tributação pontual sobre a renda, mas sem repartição própria nem funcionários com dedicação exclusiva ao imposto de renda. Antes de 1922, tivemos o imposto sobre vencimentos, criado em 1843 e suprimido dois anos após, mas que voltaria a ser cobrado algumas vezes, o imposto sobre dividendos e o imposto sobre lucros.
Em se tratando de um tributo novo, muito criticado por ser complexo e exigir uma afinada máquina administrativa, tomou-se a cautela de não implementá-lo de imediato, conforme determinava o inciso VII da Lei nº 4.625 de 31 de dezembro de 1922. O governo iniciou o estudo para elaborar o regulamento e organizar o sistema arrecadador, sob o comando do engenheiro e estudioso de questões tributárias, Francisco Tito de Souza Reis.
Durante vários anos foram cobrados os impostos sobre dividendos e sobre vencimentos sem que houvesse um órgão específico para administrá-los, podiam argumentar os críticos da nova repartição. O relatório mostrava que o modelo tributário proposto era completamente diferente do até então existente. Os impostos sobre dividendos e sobre vencimentos eram retidos pelas fontes pagadoras. O imposto sobre vencimentos nunca havia sido percebido sobre os valores líquidos, ou seja, reduzidas as deduções de encargos indispensáveis para garantir os rendimentos. O Tesouro Nacional não estava preparado para a administração do imposto proposto. Não faltavam nesse órgão funcionários zelosos e competentes. Faltava o órgão de que não se podia prescindir para a arrecadação dos impostos pessoais diretos. A estrutura do Tesouro Nacional estava voltada para os tributos indiretos, cuja percepção divergia totalmente da desejada para o imposto de renda. Instituí-lo sem dotá-lo de uma máquina administrativa adequada seria sacrificar o novo tributo e submetê-lo ao risco de desmoralização.
Souza Reis propunha uma nova repartição para administrar o imposto de renda, sem necessidade de mais recursos humanos. Bastava aproveitar os existentes e orientá-los no funcionamento do novo serviço. Segundo ele, o que faltava era a repartição e não o homem.
O próximo passo foi discutir o mecanismo do novo imposto. O relatório mostrou a experiência de outros países sem desconsiderar as características brasileiras de hábitos, ambiente, dimensão territorial, condições sociais e, por tratar-se de um imposto pessoal.
O relatório avaliou os sistemas implantados nos principais países, como Inglaterra, Alemanha, Estados Unidos, França e Itália e considerou o dos Estados Unidos o mais adequado à nossa realidade.
Um dos motivos que impressionou no modelo americano foi o baixo percentual da despesa com a máquina administrativa em relação à arrecadação: 1%. Os críticos do imposto alegavam que o custo de implantação e manutenção não compensaria o volume arrecadado.
No tipo de imposto proposto para o Brasil, cada Estado constituiria uma região do Imposto sobre a Renda. O Território Federal do Acre ficaria anexo ao do Amazonas e o Distrito Federal constituiria uma região à parte com a missão de coordenar o imposto em todo o país. Em cada região haveria uma Delegacia Regional, situada na capital, que ficaria encarregada de cuidar do lançamento do imposto em seu território. As declarações de rendimentos seriam recebidas pelas coletorias que as enviariam à Delegacia Regional que seria encarregada do lançamento e de organizar listas nominais. Com a publicação destas, decorreria o crédito tributário. As listas seriam enviadas às Delegacias Fiscais do Tesouro que ficariam encarregadas da cobrança do imposto.
Previa-se a criação de um Conselho de Contribuintes funcionando anexo à Delegacia Regional, para decidir recursos exclusivamente ligados ao lançamento.
O prazo para entrega da declaração terminaria em 1º de março. Até 31 de maio seria feito o lançamento e a publicação das listas nominais ocorreria no mês de junho. Com a publicação, começariam os prazos para reclamação e recurso do lançamento. O pagamento do imposto começaria em 1º de julho e terminaria em 31 de dezembro.
Os adversários do imposto de renda não aceitaram que o saldo a pagar fosse a soma dos impostos cedular e progressivo. Esse cálculo só vigorou a partir de 1926, mas foi mantido até 1964.
Houve um período de adaptação, antes de o imposto sobre a renda global ser adotado no Brasil, sem imitar a legislação estrangeira. Foram estudadas as formas de administrar, tributar, arrecadar e fiscalizar de outros países, para implantar no Brasil um modelo mais adequado à nossa realidade.
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