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Aula 04 AFRFB 2009 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL 
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PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO 
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O SIMPLES NACIONAL, E SUAS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS. 
 
Olá, camaradas do ‘ponto’, 
Com o fito de aperfeiçoar o tempo de leitura e preparação dos Srs., informo que 
quem não desejar perder tempo na leitura deste módulo poderá ‘pular’ o restante desta 
página e a seguinte; senão vamos em frente com nossas divagações. 
Ao iniciarmos mais um módulo de nosso curso, gostaria de externar meus 
sinceros agradecimentos, tanto pelas manifestações de carinho quanto pelas críticas 
construtivas ao meu trabalho. 
Gostaria de dizer a ambos que assumo e atraio para mim uma responsabilidade 
muito grande, por uma razão bem simples: um dia eu também fui candidato, e desejei 
proporcionar a mim a melhor preparação possível e, para atingir este mister, era 
necessário certificar-me de que estava sendo auxiliado pelos melhores em cada 
disciplina a ser estudada. 
Por isso mesmo ressalto, uma vez mais, que farei o possível e darei o melhor de 
mim para que o objetivo final seja atingido. E que todas estas manifestações são muito 
bem-vindas, seja para aperfeiçoar naquilo que estou falhando, seja como estímulo. 
Mas antes vamos abordar dois assuntos que devem estar mexendo com a cabeça 
aos postulantes dos cargos de Auditor e Analista da RFB: possibilidade de haver prova 
discursiva, e conseqüências para o concurso, com a demissão da Secretária da RFB. 
Faremos isto neste espaço, visto que ainda não tenho o meu no sítio do ‘Ponto’. 
Quanto ao primeiro tópico, penso que isto é mais uma decorrência da 
necessidade de a banca examinadora buscar inovações do que realmente pela 
necessidade deste tipo de avaliação. Quem se dispuser a se debruçar nos editais de 
AFRFB dos últimos 10 anos perceberá que, à exceção dos concursos de 2002, talvez, 
um edital nunca repetia outro, seja pelo conteúdo programático – o que é natural, dada a 
dinâmica das matérias cobradas –, seja pela combinação de matérias elencadas. 
O que posso dizer, para não me estender muito, é que sou contra a avaliação 
subjetiva – ou discursiva, como queiram –, em virtude da complexidade que já envolve 
uma avaliação objetiva – e nós bem sabemos disso. 
Entretanto, para os que acreditam nesta possibilidade – e, se vier, nivelará 
globalmente os candidatos, visto que a dificuldade será a mesma para todos –, se 
quiserem um palpite, eu tenho: baseados em concursos já realizados nos fiscos 
estaduais, em caso de prova discursiva, as disciplinas mais cotadas seriam, nesta ordem: 
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direito tributário, contabilidade (e seus desdobramentos), e legislação tributária (neste 
caso pode ser a aduaneira e a interna, que estamos estudando aqui neste espaço). 
Correndo por fora, mas com igual importância, direitos constitucional, 
administrativo e previdenciário. Qualquer outra coisa diferente disso seria uma grande 
surpresa para todos nós. 
 
Até o momento da elaboração deste módulo, é muito provável que o edital ainda 
não tenha saído. Na verdade é difícil quantificar o ‘quantum’ de atraso no edital este 
evento bombástico da saída da Lina (Vieira) pode causar, mas de três coisas podemos 
ter certeza absoluta: 
a) o edital, se já estava com algum atraso, pode atrasar mais ainda; 
b) haverá concurso este ano, visto que todos os procedimentos ora adotados para 
se chegar a este estágio dá ao processo seletivo um caráter irreversível e; 
c) este edital sairá até o mês de outubro, prazo limite para publicação. 
 
Como todas as demais coisas são especulação – e até eu mesmo fico tentado a 
fazer isso –, as palavras de ordem são prudência e concentração. 
 
É chegado o momento de manter a cabeça ereta e a espinha quieta, e não perder 
o foco no objetivo, muito menos desanimar. Sobre o assunto, recomendo a leitura da 
‘dica da semana’ contida neste módulo, na esperança de que as forças sejam renovadas, 
nesta reta final de preparação de estudo rumo ao tão almejado cargo. 
Esta semana falaremos sobre o Simples Nacional; modéstia a parte, é o ‘xodó’ 
deste curso para mim. 
Tal e qual a satisfação que tem um pai quando vê uma criança nascer, é 
exatamente este o sentimento que tenho quando falo deste sistema de tributação. 
É claro que não foi muito fácil acumular a bagagem que agora disponibilizo, foi 
a custa de muita tentativa e erro, mas garanto aos Senhores que é igual a andar de 
bicicleta: no início levamos uns tombos, mas de topada em topada seguimos em frente. 
Este nosso módulo pode ser pequeno para se tornar uma aula à parte, mas grande 
demais para se inserido no contexto do IRPJ e CSLL. Basicamente, foi essa a razão pela 
qual resolvemos destacar este assunto neste módulo. 
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Ele será um misto de aula e ‘bate papo’, a fim de que o objetivo final seja 
atingido – qual seja, o domínio pleno do candidato daquilo que pode ser objeto de 
questão de prova sobre Simples Nacional. 
Então é p´rá frente que se anda, e é isto que vamos fazer. Em frente! 
1. INTRODUÇÃO AO SIMPLES NACIONAL – LC 123/2006 
 O berço deste sistema está na Constituição Federal, cujos excertos reproduzimos 
abaixo, para melhor esclarecimento: 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
(...) 
d) definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as empresas de 
pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do imposto previsto no art. 155, 
II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da contribuição a que se refere o art. 239. 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir um 
regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do Distrito 
Federal e dos Municípios, observado que: 
I - será opcional para o contribuinte; 
II - poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
III - o recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou 
condicionamento; 
IV - a arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes 
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o 
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a União, por 
lei, estabelecer normas de igual objetivo. (Inclusões feitas pela EC nº. 42, de 19.12.2003) 
Segundo alguns autores de livros sobre o assunto, pode haver, de forma reflexa, 
outros dispositivos constitucionais que levem a este objetivo – e em especial o artigo 
174 – mas, para fins de estudo em nosso módulo, estes excertos já nos bastam. 
O que levou o legislador a adotar este novo regime? Constatou-se que o antigo 
SIMPLES não atingiu plenamente os seus objetivos, sobretudo no que concerne à 
simplificação de suas obrigações tributárias. Como sabem, tributos estaduais e 
municipais ficaram de fora deste sistema, e uma eventual simplificação destas 
obrigações somente viria a surgir na medida em que os convênios vingassem. 
Aliás, como ficaram estes convênios, com o advento do Simples Nacional? 
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Os regimes especiais de tributação para ME e EPP próprios da União, dos Estados, 
do Distrito Federal e dos Municípios, tais como o Simples Federal e o Simples 
Candango, cessaram a partir da entrada em vigor do Simples Nacional (Constituição 
Federal, ADCT, art. 94, reproduzido abaixo). 
 
Art. 94. Os regimes especiais de tributação para microempresas e empresasde pequeno porte 
próprios da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios cessarão a partir da entrada 
em vigor do regime previsto no art. 146, III, d, da Constituição. (EC nº. 42, de 19.12.2003) 
Dizem ainda os artigos 88 e 89 da Lei Complementar 123 (que será nosso objeto 
permanente de estudo, daqui por diante, e excepcionalmente faremos menção às 
Resoluções que complementam o arcabouço legal complementar): 
Art. 88. Esta Lei Complementar entra em vigor na data de sua publicação, ressalvado o 
regime de tributação das microempresas e empresas de pequeno porte, que entra em vigor em 1o de 
julho de 2007. 
Art. 89. Ficam revogadas, a partir de 1o de julho de 2007, a Lei no 9.317, de 5 de dezembro de 
1996(SIMPLES), e a Lei no 9.841, de 5 de outubro de 1999.(ESTATUTO DAS ME E EPP). 
Trocando em miúdos: convênios do tipo ‘Simples Paulista’ (SP), ‘Simples Geraes’ 
(MG) e outros deixaram de existir com o advento do Simples Nacional. 
Isto não significa que não voltem um dia a existir, ou mesmo que Estados e 
Municípios não possam conceder isenções específicas; há espaço para tanto, desde que 
não contrariem o espírito do diploma legal que estudaremos a fundo, daqui por diante. 
O Simples Nacional é um regime tributário diferenciado, simplificado e 
favorecido previsto na Lei Complementar nº. 123, de 14.12.2006, aplicável às 
Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte, a partir de 01.07.2007. 
 
Esse regime unifica a legislação tributaria aplicável às microempresas (ME) e as 
empresas de pequeno porte (EPP) nos diversos âmbitos de governo, de modo que os 
regimes especiais de tributação próprios de cada ente federativo cessaram a partir da 
entrada em vigor da LC 123/2006. 
 
O extinto Simples Federal abrangia apenas os tributos administrados pela União 
(IRPJ, CSLL, PIS/Pasep, Cofins, IPI e Contribuição Previdenciária Patronal – CPP). A 
principal mudança trazida pelo Simples Nacional foi a inclusão de dois impostos, um 
estadual (ICMS) e um municipal (ISS) no regime unificado de arrecadação. Com isto, 
serão oito tributos pagos em um único documento de arrecadação, sendo seis federais, 
um estadual e um municipal. 
 
2. ABRANGÊNCIA DESTA LEI COMPLEMENTAR – RECOLHIMENTO DE 
TRIBUTOS E CONTRIBUIÇÕES 
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A Lei Complementar nº. 123/06 estabelece normas gerais relativas às 
Microempresas e às Empresas de Pequeno Porte no âmbito dos Poderes da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, abrangendo, não só o regime tributário 
diferenciado (Simples Nacional), como também aspectos relativos às licitações 
públicas, relações de trabalho, estímulo ao crédito, capitalização e inovação, acesso à 
justiça, dentre outros temas. 
Tudo isto foi dito para fixarmos algo de grande relevância para nossos estudos: o 
SIMPLES FEDERAL, assim como o antigo SIMPLES, não é tributo, é um sistema 
simplificado de pagamento de tributos diversos. 
Reforça este aspecto o fato de possuir regras próprias, sistemas diferenciados, 
partilha de receitas entre os entes federativos, realizada mensalmente, e a inexistência de 
código de receita para este tipo de pagamento. 
Podemos enumerar, como principais características do Simples Nacional: 
- Abrange a participação compulsória de todos os entes federativos (União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios). 
- A regulamentação e execução da parte tributária da LC 123/2006 é administrada por 
um Comitê Gestor, composto por oito integrantes. O Comitê Gestor do Simples 
Nacional (CGSN) é vinculado ao Ministério da Fazenda, assim composto: 
 
• União, representada por quatro membros da Secretaria da Receita Federal do 
Brasil (RFB), dos quais um é o Presidente; 
 
• Estados e Distrito Federal, representados por dois membros indicados pelo 
Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz); 
 
• Municípios, representados por um membro indicado pela Associação Brasileira 
das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf) e por um membro indicado pela 
Confederação Nacional de Municípios (CNM). 
 
O CGSN possui uma Secretaria-Executiva e diversos Grupos Técnicos, todos 
compostos por membros da União, dos Estados, DF e dos Municípios. 
 
 
Para ingressar no Simples Nacional é necessário cumprir as seguintes condições: 
* enquadrar-se na definição de microempresa ou de empresa de pequeno porte; 
* cumprir os requisitos previstos na legislação e; 
* formalizar a opção pelo Simples Nacional. 
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Reitera-se que a opção é facultativa e irretratável para todo o ano-calendário. 
 
3. TRIBUTOS ALCANÇADOS – RECOLHIMENTO EM GUIA ÚNICA: 
- abrange os tributos: IRPJ; CSLL; PIS/Pasep; Cofins; IPI; ICMS; ISS; e a Contribuição 
para a Seguridade Social destinada à Previdência Social a cargo da pessoa jurídica 
(também conhecida como cota patronal); 
- o recolhimento na forma do Simples Nacional não exclui a incidência de outros 
tributos não listados acima. Mesmo para os listados acima, há situações em que o 
recolhimento dar-se-á à parte do Simples Nacional (veremos com mais detalhes depois); 
- apuração e recolhimento mensal dos tributos abrangidos mediante documento único de 
arrecadação, (o DAS, que veremos detalhadamente mais adiante); 
- disponibilização às ME e às EPP de sistema eletrônico para a realização do cálculo do 
valor mensal devido; 
- apresentação de declaração única e simplificada de informações socioeconômicas e 
fiscais, (o DASN, da mesma forma veremos mais à frente); 
- com as seguintes datas de vencimento: 
 
I - até o último dia útil da primeira quinzena do mês subseqüente àquele em que 
houver sido auferida a receita bruta, para os fatos geradores ocorridos até 28/02/2009; 
II - até o dia 20 do mês subseqüente àquele em que houver sido auferida a 
receita bruta, para os fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de 2009. 
- possibilidade de os Estados adotarem sublimites, em listagem a ser divulgada 
anualmente: Todos os Estados e Municípios participam obrigatoriamente do Simples 
Nacional. Entretanto, a depender da participação de cada um no Produto Interno Bruto 
(PIB) brasileiro, poderão ser adotados por eles limites diferenciados de receita bruta de 
EPP (sublimites), para efeitos de recolhimento do ICMS ou do ISS, mediante resolução. 
 
4. TRIBUTOS NÃO ABRANGIDOS NO SISTEMA 
 Nesse ponto, exceto pela inclusão do ICMS e ISS, não houve maiores alterações 
em relação ao SIMPLES. O recolhimento nesta forma não exclui a incidência dos 
seguintes impostos ou contribuições, devidos na qualidade de contribuinte ou 
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responsável, em relação aos quais será observada a legislação aplicável às demais 
pessoas jurídicas: 
- Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguro, ou Relativas a Títulos ou 
Valores Mobiliários - IOF; 
- Imposto sobre a Importação de Produtos Estrangeiros - II; 
- Imposto sobre a Exportação, para o Exterior, de Produtos Nacionais ou 
Nacionalizados - IE; 
- Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural - ITR; 
- Imposto de Renda, relativo aos rendimentos ou ganhos líquidos auferidos em 
aplicações de renda fixa ou variável; 
- Imposto de Renda relativo aos ganhos de capital auferidos na alienação de bens do 
ativo permanente; 
- Contribuição Provisória sobre Movimentação ou Transmissão de Valores e de 
Créditos e Direitos de Natureza Financeira - CPMF; 
- Contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS; 
- Contribuição para manutenção da Seguridade Social, relativa ao trabalhador, e à 
pessoa do empresário, na qualidade de contribuinte individual; 
- Imposto de Renda relativo aos pagamentos ou créditos efetuados pela pessoa jurídicaa 
pessoas físicas; 
- PIS/Pasep,Cofins e IPI incidentes na importação de bens e serviços; 
- ICMS devido: 
* nas operações ou prestações sujeitas ao regime de substituição tributária; 
* por terceiro, a que o contribuinte se ache obrigado, por força da legislação estadual ou 
distrital vigente; 
* na entrada, no território do Estado ou do Distrito Federal, de petróleo, inclusive 
lubrificantes e combustíveis líquidos e gasosos dele derivados, bem como energia 
elétrica, quando não destinados à comercialização ou industrialização; 
* por ocasião do desembaraço aduaneiro; 
* na aquisição ou manutenção em estoque de mercadoria, ou na operação ou prestação 
de serviço desacobertada de documento fiscal; 
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* nas operações com bens ou mercadorias sujeitas ao regime de antecipação do 
recolhimento do imposto, nas aquisições em outros Estados e Distrito Federal, com 
encerramento da tributação, observado o disposto no inciso IV do § 4º do art. 18 desta 
Lei Complementar; ou sem encerramento da tributação, hipótese em que será cobrada a 
diferença entre a alíquota interna e a interestadual, sendo vedada a agregação de 
qualquer valor; 
* nas aquisições em outros Estados e no Distrito Federal de bens ou mercadorias, não 
sujeitas ao regime de antecipação do recolhimento do imposto, relativo à diferença entre 
a alíquota interna e a interestadual; 
- ISS devido em relação aos serviços sujeitos à substituição tributária ou retenção na 
fonte; ou na importação de serviços e; 
- demais tributos de competência da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos 
Municípios, não relacionados nos incisos anteriores. 
 
 
5. LEGISLAÇÃO APLICÁVEL 
A LC que criou Simples Nacional é regulamentada por decretos, portaria e 
recomendações mas, sem dúvida, as resoluções são os instrumentos infralegais mais 
importantes, em virtude do detalhamento que apresentam. Atualmente na casa de 60 
atos editados, tratam de aspectos práticos, sendo que por volta de 10 delas são 
relevantes para este módulo (serão mencionadas no capítulo das dicas da semana), e 
demais são alterações a este núcleo primário de resoluções CGSN. 
 
6. DEFINIÇÃO DE MICROEMPRESA OU EMPRESA DE PEQUENO PORTE 
Para quem já conhecia algo do SIMPLES, não teremos muitas surpresas, visto que os 
valores de parâmetro de definição já eram utilizados no antigo regime. 
 
Considera-se ME, para efeito do Simples Nacional, o empresário, a pessoa jurídica, 
ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta igual ou inferior a 
R$ 240.000,00. Considera-se EPP, para efeito do Simples Nacional, o empresário, a 
pessoa jurídica, ou a ela equiparada, que aufira, em cada ano-calendário, receita bruta 
superior a R$ 240.000,00 e igual ou inferior a R$ 2.400.000,00. 
Nota: Para fins de enquadramento na condição de ME ou EPP, deve-se considerar o 
somatório das receitas de todos os estabelecimentos, no caso de empresa que possua 
filiais, sucursais e assemelhados. 
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7. CONCEITO DE RECEITA BRUTA 
Receita bruta é a soma das vendas de bens e serviços nas operações realizadas 
pela empresa, mais o preço dos serviços prestados, mais o resultado nas operações em 
conta alheia, menos as vendas canceladas e os descontos incondicionais concedidos. 
Observações: 
- Para fins de enquadramento como Microempresa (ME) e Empresa de Pequeno Porte 
(EPP), deve ser considerada a receita bruta em cada ano-calendário. 
- Para fins de determinação da alíquota, deve-se considerar a receita bruta total 
acumulada nos 12 meses anteriores ao do período de apuração. 
 Atenção! Aqui vale nova observação, principalmente para quem conhecia o 
embasamento de RB no SIMPLES Ao contrário deste regime, em que a receita bruta 
era reavaliada a cada início do ano-calendário, no SIMPLES NACIONAL há maior 
dinâmica quanto à aferição desta RB, visto que basta retroagir a 12 meses, contados do 
mês em que houver a apuração. 
Para a pessoa jurídica que iniciar atividade no próprio ano-calendário da opção, 
os limites para a ME e para a EPP serão proporcionais ao número de meses 
compreendidos entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, 
consideradas as frações de meses como um mês inteiro. Ou seja, estes limites de ME 
e de EPP serão, portanto, de R$ 20.000,00 e de R$ 200.000,00, respectivamente. 
Seguem abaixo alguns exemplos que podem esclarecer melhor a questão: 
- Seja a empresa T.R.F. EPP Ltda. a iniciar atividade no dia 05/09/2008. Considera-se 
o período de quatro meses completos (setembro, outubro, novembro e dezembro); logo, 
o limite de EPP para essa empresa, nesse ano-calendário, será de R$ 800.000,00. 
- Já a empresa de comércio de roupas infantis CELMA T+ EPP Ltda. entrou em 
atividade no dia 15/12/2007. Considera-se o período de um mês completo (dezembro). 
Logo, o limite de EPP para essa empresa, nesse ano-calendário, é de R$ 200.000,00. 
- O restaurante P.A.P.A. EPP Ltda. iniciou atividade no mês de abril de 2007. 
Totalizou receita bruta durante os meses de abril, maio e junho no valor de R$ 
700.000,00. Essa empresa poderá optar pelo Simples Nacional em julho de 2007? Sim. 
Entretanto, essa empresa não poderá ultrapassar nesse mesmo ano-calendário o limite de 
R$ 1.800.000,00 (R$ 200.000,00 x 9 meses), hipótese em que estaria excluída do 
Simples Nacional. 
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Vejam que – em especial no 3º exemplo–, ao ingressar no SN, a ME ou EPP 
interessada deverá respeitar a proporcionalidade acima referida, pois é fator relevante 
para manutenção ou exclusão da empresa, bem como seus efeitos. 
No caso de início de atividade no ano-calendário anterior ao da opção pelo Simples 
Nacional os limites também deverão ser proporcionalizados. 
Se o valor acumulado da receita bruta, ao final do ano-calendário de início de 
atividade for superior a R$ 200.000,00, multiplicados pelo número de meses do período 
compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-calendário, a PJ 
estará obrigada ao pagamento da totalidade ou diferença dos impostos e contribuições 
devidos de conformidade com as normas gerais de incidência, desde o primeiro mês de 
início de atividade acrescidos, tão-somente, de juros de mora, quando efetuado antes do 
início de procedimento de ofício. 
Já na hipótese de a receita bruta no ano-calendário de início de atividade não exceder 
em mais de 20% o limite informado acima, a pessoa jurídica não estará obrigada ao 
pagamento da totalidade ou diferença dos impostos e contribuições devidos de 
conformidade com as normas gerais de incidência, porém estará excluída do Simples 
Nacional a partir do ano-calendário subseqüente. 
 
Deve-se utilizar a receita bruta do ano-calendário anterior ao da opção, salvo no caso 
de empresa optante no ano de início de atividades, a qual possui regras próprias de 
opção. Complementando, no caso de empresa nova, a primeira RB será zero; e as dos 
demais meses serão apuradas com base em média aritmética das RB já existentes, até 
que haja uma série histórica de 12 ou mais meses de apuração. 
 
Os limites de Receita Bruta para efeito de recolhimento do ICMS e do ISS na 
forma do SN poderão ser diferenciados nos Estados e Municípios? Sim. Os Estados 
e o Distrito Federal poderão optar pela aplicação de limites diferenciados (sublimites) 
de receita bruta (de ate R$1.200.000,00 ou de até R$1.800.000,00), conforme sua 
participação anual no Produto Interno Bruto brasileiro, apenas para efeito de 
recolhimento do ICMS em seus respectivos territórios, bem como do ISS nos 
municípios neles localizados. 
 
Como o cidadão fica conhecendo esses sublimitesde Receita Bruta adotados 
pelos Estados? Os Estados e o Distrito Federal devem se manifestar anualmente, até o 
último dia útil de outubro, sobre a adoção de sublimites, que serão válidos para o ano 
seguinte. Após a manifestação, o Comitê Gestor publica, no mês de dezembro, 
Resolução CGSN com os nomes dos entes da federação que adotaram os sublimites e 
seus respectivos valores. Os sublimites adotados pelos Estados são obrigatoriamente 
validos para os Municípios neles localizados, para efeito de recolhimento do ISS. 
 
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Os Estados e o Distrito Federal poderão optar pela aplicação de limites 
diferenciados (sublimites) de receita bruta (de até R$ 1.200.000,00 ou de até R$ 
1.800.000,00), conforme sua participação anual no Produto Interno Bruto brasileiro, 
apenas para efeito de recolhimento do ICMS em seus respectivos territórios. 
 
Ressalte-se que para efeito de enquadramento no Simples Nacional, bem como 
para recolhimento dos tributos federais, o limite é sempre de R$ 2.400.000,00. A opção 
pelos Estados por sublimite implicará a adoção desse mesmo sublimite de receita bruta 
anual para efeito de recolhimento na forma do ISS dos Municípios nele localizados. 
 
8. FATORES IMPEDITIVOS À OPÇÃO PELO REGIME 
Dividiremos este estudo em duas partes: os fatores impeditivos materiais e os 
formais. No primeiro caso, está relacionado ao que foi definido pela Lei Complementar; 
no segundo caso, refere-se à atividade econômica que veda à empresa aderir o regime, 
conforme o que dispõe a resolução CGSN 06. E vamos ao estudo deles. 
Quem está impedido de optar pelo SN? Toda Microempresa (ME) ou Empresa de 
Pequeno Porte (EPP) (lista atualizada pela LC nº. 128, de 19.12. 2008): 
- que tenha auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta superior a 
R$ 2.400.000,00; 
- de cujo capital participe outra pessoa jurídica; 
- que seja filial, sucursal, agência ou representação, no País, de pessoa jurídica com sede 
no exterior; 
- de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia 
de outra empresa que receba tratamento jurídico diferenciado nos termos da Lei 
Complementar nº. 123, de 14.12.2006, desde que a receita bruta global ultrapasse o 
limite de R$ 2.400.000,00; 
A existência desta vedação dependerá da receita bruta global das duas empresas. A pessoa 
jurídica de cujo capital participe pessoa física que seja inscrita como empresário ou seja sócia de 
outra empresa optante pelo Simples Nacional, não poderá optar pelo Simples Nacional se a receita 
bruta global ultrapassar R$ 2.400.000,00. 
 
Exemplo: José possui 50% das cotas da empresa José & João EPP Ltda. cujo faturamento 
no ano-calendário de 2007 foi de R$ 1.300.000,00. Em janeiro de 2009 José resolve abrir outra 
empresa, a José & Maria ME Ltda., com expectativa de faturamento para o ano-calendário de 2009 
de R$ 1.000.000,00. Enquanto a receita bruta global das duas empresas não ultrapassar o limite de 
R$ 2.400.000,00, ambas poderão permanecer como optantes pelo Simples Nacional. 
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- cujo titular ou sócio participe com mais de 10% do capital de outra empresa não 
beneficiada pela Lei Complementar nº. 123, de 14.12.2006, desde que a receita bruta 
global ultrapasse o limite de R$ 2.400.000,00; 
 Valem as mesmas observações feitas anteriormente. A pessoa jurídica cujo titular ou sócio 
participe com mais de 10% do capital de outra empresa não optante pelo Simples Nacional (e não 
beneficiada pela LC 123, de 2006) não poderá optar pelo Simples Nacional se a receita bruta global 
ultrapassar o limite de R$ 2.400.000,00. 
 
Exemplo 1: Paula possui 25% das cotas da empresa Paula & Carolina EPP Ltda. cujo 
faturamento no ano-calendário de 2008 foi de R$ 2.200.000,00. Essa empresária decide entrar de 
sócia na empresa XYZ S.A., cujo faturamento no ano-calendário de 2008 foi de R$ 10 milhões. Ela 
adquiriu 1% dessa sociedade anônima. Como a participação em XYZ é menor do que 10%, mesmo 
com a receita bruta global ultrapassando o limite de R$ 2.400.000,00, a empresa Paula & Carolina 
EPP Ltda. pode permanecer no Simples Nacional. 
 
 
Exemplo 2: Paula possui 25% das cotas da empresa Paula & Carolina EPP Ltda. cujo 
faturamento no ano-calendário de 2008 foi de R$ 2.200.000,00. Essa empresária decide entrar de 
sócia na empresa WWW S.A., cujo faturamento no ano-calendário de 2008 foi de R$ 10 milhões. 
Ela adquiriu 20% dessa sociedade anônima. Como a participação em XYZ é maior do que 10% e a 
receita bruta global ultrapassa o limite de R$ 2.400.000,00, a empresa Paula & Carolina EPP Ltda. 
não pode permanecer no Simples Nacional. 
- cujo sócio ou titular seja administrador ou equiparado de outra pessoa jurídica com 
fins lucrativos, desde que a receita bruta global ultrapasse o limite de R$ 2.400.000,00; 
A legislação não permite que seja considerada ME ou EPP, e conseqüentemente participe 
do Simples Nacional, a pessoa jurídica cujo titular ou um de seus sócios participe de outra pessoa 
jurídica com fins lucrativos na condição de administrador ou equiparados, quando a receita bruta 
global ultrapassa o limite R$ 2.400.000,00. A previsão do inciso V do § 4º da Lei Complementar nº. 
123, de 2006, não faz referência à quantidade de cotas de participação na ME ou EPP, mas tão-
somente quanto à participação nessa outra ser na condição de administrador ou de função 
equiparada à de administrador. 
- constituída sob a forma de cooperativas, salvo as de consumo; 
- que participe do capital de outra pessoa jurídica; 
- que exerça atividade de banco comercial, de investimentos e de desenvolvimento, de 
caixa econômica, de sociedade de crédito, financiamento e investimento ou de crédito 
imobiliário, de corretora ou de distribuidora de títulos, valores mobiliários e câmbio, de 
empresa de arrendamento mercantil, de seguros privados e de capitalização ou de 
previdência complementar (noutro dizer, que seja instituição financeira); 
- resultante ou remanescente de cisão ou qualquer outra forma de desmembramento de 
pessoa jurídica que tenha ocorrido em um dos cinco anos-calendário anteriores; 
- constituída sob a forma de sociedade por ações (S/A); 
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- que explore atividade de prestação cumulativa e contínua de serviços de assessoria 
creditícia, gestão de crédito, seleção e riscos, administração de contas a pagar e a 
receber, gerenciamento de ativos (asset management), compras de direitos creditórios 
resultantes de vendas mercantis a prazo ou de prestação de serviços (factoring); 
- que tenha sócio domiciliado no exterior; 
- de cujo capital participe entidade da administração pública, direta ou indireta, federal, 
estadual ou municipal; 
- para os fatos geradores até 31/12/2008, que preste serviço de comunicação; 
- que possua débito com o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ou com as 
Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja exigibilidade não esteja 
suspensa (é dada uma nova chance de se regularizar, via notificação); 
- que preste serviço de transporte intermunicipal e interestadual de passageiros (não há 
restrição para o transporte intramunicipal – ou seja, dentro do território do município – e 
e, pasmem, para transporte internacional de passageiros!); 
- que seja geradora, transmissora, distribuidora ou comercializadora de energia elétrica; 
- que exerça atividade de importação ou fabricação de automóveis e motocicletas; 
- que exerça atividade de importação de combustíveis; 
- que exerça atividade de produção ou venda no atacado de: 
* cigarros, cigarrilhas, charutos, filtros para cigarros, armas de fogo, munições epólvoras, explosivos e detonantes; 
* bebidas a seguir descritas: alcoólicas; refrigerantes, inclusive águas saborizadas 
gaseificadas; preparações compostas, não alcoólicas (extratos concentrados ou sabores 
concentrados), para elaboração de bebida refrigerante, com capacidade de diluição de 
até 10 partes da bebida para cada parte do concentrado; e cervejas sem álcool; 
- que tenha por finalidade a prestação de serviços decorrentes do exercício de atividade 
intelectual, de natureza técnica, científica, desportiva, artística ou cultural, que constitua 
profissão regulamentada ou não, bem como a que preste serviços de instrutor, de 
corretor, de despachante ou de qualquer tipo de intermediação de negócios; 
- que realize cessão ou locação de mão-de-obra; 
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- que realize atividade de consultoria; 
- que se dedique ao loteamento e à incorporação de imóveis; e 
- que realize atividade de locação de imóveis próprios, exceto quando se referir a 
prestação de serviços tributados pelo ISS. 
Podem optar pelo Simples Nacional as ME e as EPP que se dediquem à prestação de serviços 
não listados acima, bem como as que exerçam as atividades abaixo, desde que não as exerçam em 
conjunto com outras atividades impeditivas (atualizada em função da LC nº. 128, de 19.12. 2008): 
- creche, pré-escola e estabelecimento de ensino fundamental, escolas técnicas, profissionais e de 
ensino médio, de línguas estrangeiras, de artes, cursos técnicos de pilotagem, preparatórios para 
concursos, gerenciais e escolas livres; 
- agência terceirizada de correios; 
- agência de viagem e turismo; 
- centro de formação de condutores (CFCs) de veículos automotores de transporte terrestre de 
passageiros e de carga; 
- agência lotérica; 
- serviços de instalação, de reparos e de manutenção em geral, bem como de usinagem, solda, 
tratamento e revestimento em metais; 
- construção de imóveis e obras de engenharia em geral, inclusive sob a forma de subempreitada, 
execução de projetos e serviços de paisagismo, bem como decoração de interiores; 
- transporte municipal de passageiros; 
- empresas montadoras de estandes para feiras; 
- escolas livres, de línguas estrangeiras, artes, cursos técnicos e gerenciais; 
- produção cultural e artística; 
- produção cinematográfica e de artes cênicas; 
- cumulativamente administração e locação de imóveis de terceiros; 
- academias de dança, de capoeira, de ioga e de artes marciais; 
- academias de atividades físicas, desportivas, de natação e escolas de esportes; 
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- elaboração de programas de computadores, inclusive jogos eletrônicos, desde que desenvolvidos 
em estabelecimento do optante; 
- licenciamento ou cessão de direito de uso de programas de computação; 
- planejamento, confecção, manutenção e atualização de páginas eletrônicas, desde que realizados 
em estabelecimento do optante; 
- escritórios de serviços contábeis; 
- serviço de vigilância, limpeza ou conservação; 
- laboratórios de análises clínicas ou de patologia clínica; 
- serviços de tomografia, diagnósticos médicos por imagem, registros gráficos e métodos óticos, bem 
como ressonância magnética; 
- serviços de prótese em geral. 
Não poderão optar pelo Simples Nacional as ME e as EPP que, embora exerçam 
diversas atividades permitidas, também exerçam pelo menos uma atividade vedada, 
independentemente da relevância da atividade impeditiva. 
 
Se porventura no contrato social constarem unicamente atividades que vedam a 
opção e a pessoa jurídica exercer somente atividades permitidas, deverá alterar o 
contrato para obter a inscrição no Simples Nacional, valendo a alteração para o ano-
calendário subseqüente. 
 
Admite-se, no entanto, a existência no contrato social de atividades impeditivas 
juntamente com não impeditivas, condicionando-se neste caso, porém, a possibilidade 
de opção e permanência no Simples Nacional, ao exercício tão-somente das atividades 
não vedadas. De outra parte, também estará impedida de optar pelo Simples Nacional a 
pessoa jurídica que obtiver receita de atividade impeditiva, em qualquer montante, 
ainda que não prevista no contrato social. 
 
Estejam atentos ao rol de atividades impeditivas e as chamadas ‘atividades 
ambíguas’, listadas nos Anexos I e II da Resolução CGSN nº. 6, de 2007. O exercício de 
quaisquer dessas atividades pela ME ou EPP impede a opção pelo Simples Nacional, 
bem como a sua permanência no Regime, independentemente de essa atividade 
econômica ser considerada principal ou secundária. 
 
 
Resumindo: podem optar pelo SN as Microempresas (ME) e Empresas de 
Pequeno Porte (EPP) que não incorram em nenhuma das vedações previstas na Lei 
Complementar nº. 123, de 14.12.2006, ou seja, que não exerçam nenhuma atividade que 
seja impedida de participar do regime, conforme dicção do art. 17 da LC 123/2006; bem 
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como não se enquadrem nas situações previstas no § 4o do art. 3o da LC123/2006, e 
que cumpram os demais requisitos previstos na lei. 
 
Atividades concomitantes: para ser optante pelo Simples Nacional, a empresa 
não pode exercer nenhuma atividade impeditiva, ainda que exerça ao mesmo tempo 
atividade permitida. As empresas com atividades que possuem códigos na tabela CNAE 
que abrangem ao mesmo tempo atividades impeditivas e permitidas ao Simples 
Nacional (CNAE ambíguas) poderão ser optantes do Simples Nacional, desde que, ao 
fazer a opção pelo regime, declarem que exercem exclusivamente atividades permitidas. 
 
 Maiores detalhes sobre estas atividades poderão ser encontrados nos anexos I e 
II da Resolução CGSN 06, recentemente alterada pela Resolução CGSN 50; eles não 
serão reproduzidos aqui, para não ‘lotar’ demais este trabalho com informação 
despiscienda para o aluno. 
 
9. OPÇÃO PELO REGIME 
A opção pelo Simples Nacional dar-se-á somente na internet, por meio do Portal do 
Simples Nacional, sendo irretratável para todo o ano-calendário, podendo a optante 
solicitar sua exclusão, por opção, com efeitos para o ano-calendário subseqüente. 
 
Uma vez optante pelo Simples Nacional, a ME ou EPP somente sairá do referido 
regime quando excluída, por opção, por comunicação obrigatória, ou de ofício. 
Na hipótese de a ME ou a EPP excluir-se do Simples Nacional no mês de janeiro, em 
se tratando de exclusão por opção, os efeitos dessa exclusão dar-se-ão nesse mesmo 
ano-calendário. 
Excepcionalmente, em julho de 2007 – quando o Simples Nacional passou a viger em 
todo o território nacional – as pessoas jurídicas regularmente optantes pelo Simples 
Federal, em 30.06.2007, que não possuíam pendências fiscais e cadastrais – com 
exceção das impedidas de optar pelo Simples Nacional – migraram automaticamente 
para este regime. 
Nesta mesma época, para o ano-calendário de 2007, a opção pôde ser realizada do 
primeiro dia útil de julho de 2007 até o dia 20 de agosto de 2007, produzindo efeitos a 
partir de 1º de julho de 2007. 
Após este período, opção pelo Simples Nacional somente poderia ser realizada no 
mês de janeiro de cada ano, até o seu último dia útil, produzindo efeitos a partir do 
primeiro dia do ano-calendário da opção. 
 
 
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A partir de 01.01.2009, na hipótese de início de atividade no ano-calendário da 
opção, a ME e a EPP, após efetuar a inscrição no CNPJ, bem como obter a sua inscrição 
municipal e estadual (caso exigíveis), poderão efetuar a opção pelo Simples Nacional no 
prazo de até 30 dias contados do último deferimento de inscrição. Esse prazoé contado 
em dias corridos, ou seja, são contados sábados, domingos e feriados, excluindo-se o 
primeiro dia e incluindo-se o último. 
 
Exemplo: data da última inscrição = 20.03.2009 -> último dia para fazer a opção = 
19.04.2009. Após esse prazo, a opção somente será possível no mês de janeiro do ano-
calendário seguinte. 
A ME ou a EPP não poderá efetuar a opção pelo Simples Nacional na condição de 
empresa em início de atividade depois de decorridos 180 (cento e oitenta) dias da data 
de abertura constante do CNPJ, valendo a regra descrita no fim do parágrafo anterior. 
 
10. EXCLUSÃO DAS EMPRESAS OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL 
Pedido de exclusão por comunicação da empresa optante: exclusão por 
opção ocorre quando a ME ou a EPP, espontaneamente, desejar deixar de ser optante 
pelo Simples Nacional e não exista nenhuma situação de exclusão obrigatória. 
 
A exclusão por opção deverá ser comunicada por meio do Portal do Simples 
Nacional, na internet, e pode ser feita a qualquer tempo, sendo que só produzirá efeitos 
a partir de 1º de janeiro do ano-calendário seguinte. Entretanto, caso a exclusão por 
opção se dê no mês de janeiro, os efeitos se darão no mesmo ano. 
 
A exclusão do Simples Nacional será feita de ofício ou mediante comunicação 
da própria ME ou EPP optante. Será feita mediante comunicação da ME ou da EPP 
quando a mesma, espontaneamente, desejar deixar de ser optante pelo Simples Nacional 
(exclusão por opção). 
 
Deverá ser feita por comunicação quando a ME ou a EPP tiver ultrapassado o 
limite proporcional de EPP no ano de início de atividade ou ainda tiver incorrido em 
alguma situação de vedação prevista no art. 12 da Resolução CGSN nº. 4/2007 (casos 
de exclusão obrigatória – nada mais é do que uma reprodução do que já existe em 
vedações na LC 123). 
 
Exclusão por comunicação obrigatória: ocorre quando a ME ou a EPP está 
incorrendo em alguma situação que impede a sua permanência no Simples Nacional. 
 
Nesse caso, o contribuinte tem a obrigação de comunicar a sua exclusão. Os 
prazos para se efetuar a comunicação dependem da situação que causou a exclusão 
obrigatória. A comunicação obrigatória fora dos prazos é permitida, sendo que, 
nesse caso, a ME e a EPP estará sujeita a multa correspondente a 10% (dez por 
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cento) do total dos tributos devidos, no Simples Nacional, no mês anterior ao início 
dos efeitos da exclusão, não podendo ser inferior a multa mínima estabelecida na 
LC 123/2006, sem redução. 
 
A exclusão obrigatória do Simples Nacional deverá ser comunicada à RFB, por 
meio do Portal do Simples Nacional na internet: 
- a qualquer tempo, na hipótese de exclusão por opção da ME ou da EPP; 
- até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subseqüente àquele em que se 
deu o excesso de receita bruta, na hipótese do inciso I do art. 12 da Resolução CGSN nº 
4, de 2007 (ou seja, ter auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta 
superior a R$ 2.400.000,00); 
- até o último dia útil do mês de janeiro do ano-calendário subseqüente ao do início de 
atividades, na hipótese do § 1º do art. 3º da Resolução CGSN nº 4, de 2007 (ou seja, ter 
ultrapassado o limite proporcional de EPP no ano de início de atividade); 
- até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência das situações de vedação, 
nas hipóteses previstas nos incisos II a XV e XVII a XXVI do art. 12 da Resolução 
CGSN nº 4, de 2007 ; 
- até o último dia útil do mês subseqüente ao da ocorrência da situação de vedação, na 
hipótese prevista no inciso XVI do art. 12 da Resolução CGSN nº 4, de 2007 (ou seja, 
possuir débito com o INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou 
Municipal, cuja exigibilidade não esteja suspensa). 
Exclusão de Oficio: a competência para excluir de oficio a ME ou EPP optante 
pelo Simples Nacional e das administrações tributárias federal, estaduais ou do Distrito 
Federal, segundo a localização do estabelecimento. Tratando-se de prestação de serviços 
incluídos na competência tributaria municipal, a competência será também do 
respectivo Município. A exclusão de ofício ocorrerá nas seguintes situações: 
 
- Falta de comunicação de exclusão obrigatória; 
 
- Falta de emissão de nota fiscal; 
 
- Omissão da folha de pagamento da empresa ou de documento de informações previsto 
pela legislação previdenciária, trabalhista ou tributária, segurado empregado, 
trabalhador avulso ou contribuinte individual que lhe preste serviço; 
 
- Embaraço à fiscalização (recusa a exibir livros, documentos, informações sobre bens e 
movimentação financeira); 
 
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- Resistência à fiscalização (negativa de acesso ao estabelecimento ou ao local de 
atividades ou bens); 
 
- Constituição (da empresa) por interpostas pessoas; 
 
- Pratica reiterada de infração; 
 
- Inaptidão da empresa, na forma dos arts. 80 e 81 da Lei no 9.430, de 27 de dezembro 
de 1996, e alterações posteriores; 
 
- Comercialização de mercadorias objeto de contrabando ou descaminho; 
 
- Falta de escrituração do livro-caixa, ou não permitir a identificação da movimentação 
financeira, inclusive bancária; 
 
- Despesas pagas superarem em 20% (vinte por cento) o valor de ingressos de recursos 
no mesmo período, excluído o ano de início de atividade; 
 
- Aquisições de mercadorias para comercialização ou industrialização, ressalvadas 
hipóteses justificadas de aumento de estoque, superior a 80% (oitenta por cento) dos 
ingressos de recursos no mesmo período, excluído o ano de início de atividade. 
 
Eventual impugnação contra a exclusão do Simples Nacional deverá ser protocolada 
diretamente na administração tributária (RFB, Estado, Distrito Federal ou Município) na qual 
foram apontadas as irregularidades que determinaram a saída do regime. 
 
A competência para excluir de ofício ME ou EPP do Simples Nacional é da RFB 
e das Secretarias de Fazenda ou de Finanças do Estado ou do Distrito Federal, segundo 
a localização do estabelecimento, e, tratando-se de prestação de serviços incluídos na 
competência tributária municipal, a competência será também do respectivo Município. 
 
11. INÍCIO DE ATIVIDADES – RECEITA BRUTA – EXCLUSÃO E 
ENQUADRAMENTO – RECEITA BRUTA SUPERIOR AO LIMITE – FORMAS 
DA TRIBUTAÇÃO A PARTIR DA EXCLUSÃO 
  Foi dito acima que enseja exclusão obrigatória toda vez que a empresa optante 
pelo SN ter ultrapassado o limite proporcional de EPP no ano de início de atividade, 
certo? O efeito prático de enquadramento dependerá de ter sito superada ou não o 
percentual de 20%. Se esta trava não tiver sido superada, a exclusão surtirá efeitos no 
ano-calendário seguinte ao do evento de exclusão; mas se tiver ‘estourado’ este 20%, a 
exclusão retroagirá a data de opção, obrigando a empresa optante, entre outros 
transtornos, a optar por um dos regimes de tributação previstos para as demais Pessoas 
Jurídicas; em geral, quando isto acontece, na prática as empresas ‘correm’ para o lucro 
presumido, por ser o de menor complexidade, depois do SIMPLES NACIONAL. 
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12. EXCLUSÃO - ESTADOS E MUNICÍPIOS – LIMITE DE RECEITA 
DIFERENCIADA 
Na hipótese de o Estado adotar sublimite, caso a receita bruta auferida durante o 
ano-calendário de início de atividades ultrapasse o sublimite proporcional (R$ 
100.000,00 ou R$ 150.000,00, conforme o caso, multiplicados pelo número de meses 
compreendido entre o início de atividade e o final do respectivo ano-calendário, 
consideradas as frações de meses como um mês inteiro), o estabelecimento da ME ou 
EPP neles localizado estará impedido de recolher o ICMS e o ISS na forma do SN. 
 
Ressalve-seque ultrapassar este sublimite não enseja a exclusão da empresa no 
SIMPLES NACIONAL, a menos que também ultrapasse o limite de receita bruta de R$ 
2.400.000,00 ou incorra em alguma das demais hipóteses de vedação do SN. 
 
Repisando, o excesso de receita bruta, em relação a sublimite adotado pelos Estados, 
Distrito Federal e Municípios, não implica exclusão do Simples Nacional, mas impede o 
recolhimento dos tributos estaduais e municipais nesse regime, limitando-se esse 
impedimento aos estabelecimentos localizados nesses entes federativos. 
Na hipótese de o Estado adotar sublimite, caso a receita bruta auferida durante o ano-
calendário de início de atividade ultrapassar o limite de R$ 100.000,00 (cem mil reais) 
ou R$ 150.000,00 (cento e cinqüenta mil reais), respectivamente, multiplicados pelo 
número de meses compreendido entre o início da atividade e o final do respectivo ano-
calendário, consideradas as frações de meses como um mês inteiro, o estabelecimento 
da ME ou EPP neles localizado estará impedido de recolher o ICMS e o ISS na forma 
do Simples Nacional, com efeitos retroativos ao início de suas atividades. 
O impedimento descrito anteriormente não ensejará retroação ao início das atividades 
se o excesso verificado em relação à receita bruta for inferior em até 20% (vinte por 
cento) dos respectivos sublimites acima referidos, hipóteses em que os efeitos de tal 
impedimento dar-se-ão tão-somente a partir do ano-calendário subseqüente. 
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A ME ou a EPP que ingressar no Simples Nacional, e que esteja impedida de recolher 
o ICMS e o ISS na forma desse regime, em função da adoção de sublimite por ente 
federativo, e mesmo assim o fizer, acarretará para si a seguinte conseqüência: o 
estabelecimento localizado na jurisdição desse ente ficará sujeito ao pagamento da 
totalidade ou diferença desses impostos, devidos de conformidade com as normas gerais 
de incidência, retroativamente à data dos efeitos de sua opção. 
 
 
 
 
13. RETROAÇÃO DOS EFEITOS DA EXCLUSÃO – RECEITA BRUTA INFE-
RIOR A 120% DO LIMITE - EFEITOS DA COMUNICAÇÃO DE EXCLUSÃO 
A exclusão das ME e das EPP do Simples Nacional produzirá efeitos: 
- a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subseqüente, na hipótese de exclusão por 
opção, a menos que a exclusão seja efetuada durante o mês de janeiro, hipótese em que 
os efeitos da exclusão dão-se a partir de 1º de janeiro desse mesmo ano-calendário; 
- a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subseqüente ao do que tiver ocorrido 
o excesso, na hipótese do inciso I do art. 12 da Resolução CGSN nº 4, de 2007 (ou 
seja, ter auferido, no ano-calendário imediatamente anterior, receita bruta 
superior a R$ 2.400.000,00); 
- retroativamente ao início de suas atividades, na hipótese do § 1º do art. 3º da 
Resolução CGSN nº. 4, de 2007 (ou seja, tiver ultrapassado o limite proporcional de 
EPP no ano de início de atividade), exceto no caso de a ME ou a EPP no ano de início 
de atividade não ultrapassar em mais de 20% (vinte por cento) o limite proporcional de 
que trata o § 1º do art. 3º da Resolução CGSN nº 4, de 2007 (nesse caso, os efeitos da 
exclusão dar-se-ão a partir de 1º de janeiro do ano-calendário subseqüente); 
- a partir do mês seguinte ao da ocorrência da situação impeditiva, nas hipóteses de 
vedação previstas nos incisos II a XV e XVII a XXVI do art. 12 da Resolução CGSN 
nº. 4, de 2007 (equivalem, no que couber, aos incisos do art. 17 da LC 123/06); 
- a partir do ano-calendário subseqüente ao da comunicação pelo contribuinte ou, no 
caso de exclusão de ofício, ao da ciência da exclusão, na hipótese de vedação prevista 
no inciso XVI do art. 12 da Resolução CGSN nº. 4, de 2007 (ou seja, possuir débito 
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com o INSS, ou com as Fazendas Públicas Federal, Estadual ou Municipal, cuja 
exigibilidade não esteja suspensa); 
OBS: a LC 123/06 dispõe em seu art. 31, § 2º: Na hipótese do inciso V do caput do art. 17 
desta Lei Complementar (equivale ao inciso supracitado), será permitida a permanência da pessoa 
jurídica como optante pelo Simples Nacional mediante a comprovação da regularização do débito 
no prazo de até 30 (trinta) dias contado a partir da ciência da comunicação da exclusão. 
 Este dispositivo equivale a uma espécie de ‘prorrogação’ da permanência da empresa que 
realmente deseja consolidar sua opção pelo SN. Ademais, tal dispositivo foi de grande utilidade 
para aquelas que, por algum motivo, não tiveram o cuidado de realmente verificar se estavam 
quites com os fiscos das três esferas, condição primordial daqui por diante para optar pelo regime. 
Nesta hipótese, será permitida a permanência da ME e da EPP como optante pelo Simples 
Nacional mediante a comprovação da regularização do débito no prazo de até 30 (trinta) dias 
contado a partir da ciência da exclusão. 
- a partir do próprio mês em que incorridas as situações previstas nos incisos II a X, 
XIII e XIV do art. 5º da Resolução CGSN nº. 15, de 2007; 
- a partir da data dos efeitos da opção pelo Simples Nacional, nas hipóteses previstas 
nos incisos XI e XII do art. 5º da Resolução CGSN nº. 15, de 2007; 
- na hipótese do inciso XV do art. 5º da Resolução CGSN nº. 15, de 2007, a partir do 
mês subseqüente ao do descumprimento. 
(os incisos supramencionados se referem às hipóteses de exclusão de ofício, já 
estudadas em tópico anterior) 
A ME ou EPP excluída do SN sujeitar-se-á, a partir do período em que se 
processarem os efeitos da exclusão, às normas de tributação aplicáveis às demais PJ. 
 
14. INSCRIÇÃO E BAIXA DE EMPRESA NO SIMPLES NACIONAL 
 Ao elaborar a lei complementar, uma das preocupações do legislador foi a de 
criar regras de inscrição e baixa de empresas optantes que realmente fossem simples e 
objetivas. E, dentro do possível, chegou a este desiderato, conforme veremos adiante. 
Na elaboração de normas de sua competência, os órgãos e entidades envolvidos 
na abertura e fechamento de empresas, dos três âmbitos de governo (RFB, Fazendas 
estaduais e municipais, Juntas Comerciais e outros), deverão considerar a unicidade do 
processo de registro e de legalização de empresários e de pessoas jurídicas, para tanto 
devendo articular as competências próprias com aquelas dos demais membros, e buscar, 
em conjunto, compatibilizar e integrar procedimentos, de modo a evitar a duplicidade de 
exigências e garantir a linearidade do processo, da perspectiva do usuário. 
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 Os órgãos e entidades envolvidos na abertura e fechamento destas empresas, dos 
três âmbitos de governo, no âmbito de suas atribuições, deverão manter à disposição dos 
usuários, de forma presencial e pela rede mundial de computadores, informações, 
orientações e instrumentos, de forma integrada e consolidada, que permitam pesquisas 
prévias às etapas de registro ou inscrição, alteração e baixa de empresários e pessoas 
jurídicas, de modo a prover ao usuário certeza quanto à documentação exigível e quanto 
à viabilidade do registro ou inscrição. 
Por conta destas diretivas legais, ao mesmo tempo em que surgiram os sistemas 
que deram suporte ao SIMPLES NACIONAL, veio à lume o Cadastro Sincronizado 
Nacional (CADSINC), que consistia exatamente na materialização desta unicidade de 
registro e legalização destes optantes. Na verdade, ele veio a beneficiar todas as 
empresas, sejam elas optantes ou não, pois não faria sentido criar tanta segregação. 
 Como tudo que é novo, a verdade é que funcionou inicialmente de forma caótica 
mas, quando tudo entrou nos eixos, passou a mostrar seu valor, porque não deixa de ser 
um grande impulso para formalização de empresas, que têm a possibilidadede informar 
todos os seus registros e inscrições com uma única entrada de dados. 
Tais pesquisas prévias à elaboração de ato constitutivo ou de sua alteração 
deverão bastar a que o usuário seja informado pelos órgãos e entidades competentes: 
- da descrição oficial do endereço de seu interesse e da possibilidade de exercício da 
atividade desejada no local escolhido; 
- de todos os requisitos a serem cumpridos para obtenção de licenças de autorização de 
funcionamento, segundo a atividade pretendida, o porte, o grau de risco e a localização; 
- da possibilidade de uso do nome empresarial de seu interesse. 
Será assegurada aos empresários entrada única de dados cadastrais e de 
documentos, resguardada a independência das bases de dados, e observada a 
necessidade de informações por parte dos órgãos e entidades que as integrem. 
O registro dos atos constitutivos, de suas alterações e extinções (baixas), 
referentes a empresários e pessoas jurídicas em qualquer órgão envolvido no registro 
empresarial e na abertura da empresa, dos três âmbitos de governo ocorrerá, 
independentemente da regularidade de obrigações tributárias, previdenciárias ou 
trabalhistas, principais ou acessórias, do empresário, da sociedade, dos sócios, dos 
administradores ou de empresas de que participem, sem prejuízo das 
responsabilidades do empresário, dos sócios ou dos administradores por tais 
obrigações, apuradas antes ou após o ato de extinção. 
 Este arquivamento, feito nos órgãos de registro, dos atos constitutivos de 
empresários, de sociedades empresárias e de demais equiparados que se enquadrarem 
como microempresa ou empresa de pequeno porte, bem como o arquivamento de suas 
alterações, são dispensados das seguintes exigências: 
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- certidão de inexistência de condenação criminal, que será substituída por declaração 
do titular ou administrador, firmada sob as penas da lei, de não estar impedido de 
exercer atividade mercantil ou a administração de sociedade, em virtude de condenação 
criminal; 
- prova de quitação, regularidade ou inexistência de débito referente a tributo ou 
contribuição de qualquer natureza. 
Não se aplica às microempresas e às empresas de pequeno porte a disposição do 
estatuto da OAB sobre o visto de advogados em atos e contratos constitutivos de 
pessoas jurídicas, para serem admitidos a registro nos órgãos competentes. 
Na hipótese de existência de obrigações tributárias, previdenciárias ou 
trabalhistas o titular, o sócio ou o administrador da microempresa e da empresa de 
pequeno porte que se encontre sem movimento há mais de três anos poderá solicitar a 
baixa nos registros dos órgãos públicos federais, estaduais e municipais 
independentemente do pagamento de débitos tributários, taxas ou multas devidas 
pelo atraso na entrega das respectivas declarações nesses períodos. 
 Considera-se sem movimento a microempresa ou a empresa de pequeno porte que não 
apresente mutação patrimonial e atividade operacional durante todo o ano-calendário. 
Esta baixa não impede que, posteriormente, sejam lançados ou cobrados 
impostos, contribuições e respectivas penalidades, decorrentes da simples falta de 
recolhimento ou da prática, comprovada e apurada em processo administrativo ou 
judicial, de outras irregularidades praticadas pelos empresários, pelas microempresas, 
pelas empresas de pequeno porte ou por seus sócios ou administradores. 
Tal solicitação de baixa importa responsabilidade solidária dos titulares, dos 
sócios e dos administradores do período de ocorrência dos respectivos fatos geradores, 
aplicando-se as regras de responsabilidade previstas para as demais pessoas jurídicas. 
Os órgãos envolvidos diretamente na solicitação terão o prazo de sessenta dias 
para efetivar a baixa nos respectivos cadastros. Ultrapassado este prazo sem 
manifestação do(s) órgão(s) competente(s), presumir-se-á a baixa dos registros das 
microempresas e a das empresas de pequeno porte. 
Com o fito de minimizar a burocracia reinante nos atos cartoriais afetos às 
empresas, a LC 123 determinou que não poderão ser exigidos pelos órgãos e entidades 
envolvidos na abertura e fechamento de empresas: 
- excetuados os casos de autorização prévia, quaisquer documentos adicionais aos 
requeridos pelos órgãos executores do Registro Público de Empresas Mercantis e 
Atividades Afins e do Registro Civil de Pessoas Jurídicas; 
- documento de propriedade ou contrato de locação do imóvel onde será instalada a 
sede, filial ou outro estabelecimento, salvo para comprovação do endereço indicado; 
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- comprovação de regularidade de prepostos dos empresários ou pessoas jurídicas com 
seus órgãos de classe, sob qualquer forma, como requisito para deferimento de ato de 
inscrição, alteração ou baixa de empresa, bem como para autenticação de instrumento 
de escrituração. 
Definitivamente, fica vedada a instituição de qualquer tipo de exigência de 
natureza documental ou formal, restritiva ou condicionante, pelos órgãos envolvidos na 
abertura e fechamento de empresas, que exceda o estrito limite dos requisitos 
pertinentes à essência do ato de registro, alteração ou baixa da empresa. Tudo que vier a 
ser exigido tem de estar dentro do razoável. 
Comentário adicional: conforme pudemos ver, na verdade, tanto o registro 
quanto a baixa propriamente dita de empresas se adstringem aos aspectos meramente 
formais, sendo alheios, em princípio, a outros tipos de débitos ou gravames que pesem 
sobre a PJ envolvida em tais atos. 
Entretanto, isto não significa que haja irresponsabilidade absoluta, e nem poderia 
ser assim. A idéia contida nos dispositivos ora estudados é a de gerar algum tipo de 
facilitação nos atos de abertura e encerramento de empresas em geral, mas sem perder 
de vista que subsistirão as responsabilidades que sobre elas recaírem, e a quem de 
direito (administradores, sócios, gerentes prepostos e outros). 
 
 
15. RENDIMENTOS DE SÓCIOS OU TITULAR 
Consideram-se isentos do imposto de renda, na fonte e na declaração de ajuste 
do beneficiário, os valores efetivamente pagos ou distribuídos ao titular ou sócio da 
microempresa ou empresa de pequeno porte optante pelo Simples Nacional, salvo os 
que corresponderem a pró-labore, aluguéis ou serviços prestados. 
A isenção acima, prevista no art. 14 da LC 123, fica limitada ao valor resultante 
da aplicação dos percentuais de que trata o art. 15 da Lei nº. 9.249/95 (percentuais de 
BC de IRPJ), sobre a receita bruta mensal, no caso de antecipação de fonte, ou da 
receita bruta total anual, tratando-se de declaração de ajuste, subtraído do valor devido 
na forma do Simples Nacional no período, e não se aplica na hipótese de a pessoa 
jurídica manter escrituração contábil e evidenciar lucro superior àquele limite. 
 
16. VALOR DEVIDO 
O cálculo do valor devido pela ME ou EPP optante pelo Simples Nacional, e a 
geração do DAS serão realizados integralmente por meio do aplicativo PGDAS, 
disponível na internet, no Portal do Simples Nacional. 
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Nesse aplicativo, a ME ou a EPP deverá informar os valores relativos a 
totalidade das receitas correspondentes as suas operações e prestações realizadas no 
período, observando as disposições estabelecidas pelo CGSN. 
 
De forma simplificada, o valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante 
pelo Simples Nacional é determinado mediante aplicação das alíquotas das tabelas dos 
anexos da LC 123/2006, conforme o tipo de receita auferida. 
 
Para efeito de determinação da alíquota a ser aplicada pelo PGDAS, a ME ou a 
EPP informará a receita bruta acumulada nos 12 (doze) meses anteriores aodo período 
de apuração, que compreende a soma de todas as receitas de todos os estabelecimentos. 
 
A receita bruta mensal deverá ser informada no PGDAS de forma segregada 
(separada), segundo a sua natureza – revenda de mercadorias, venda de mercadorias 
industrializadas pelo contribuinte, prestação de serviços ou locação de bens móveis. 
 
As receitas mensais deverão ser segregadas também por estabelecimento. Serão 
informadas, no PGDAS, situações especiais relativas às receitas segregadas (caso 
ocorram), a exemplo de exportações, substituição tributária e reduções na base de 
cálculo. Resumidamente, o valor devido mensalmente pela ME ou EPP optante pelo 
Simples Nacional será o somatório da aplicação das alíquotas correspondentes sobre 
cada tipo de receita bruta mensal, conforme sua natureza. 
 
 
 
17. RECOLHIMENTO DOS TRIBUTOS DEVIDOS 
O recolhimento dos tributos devidos deve ser feito até o último dia útil da 
primeira quinzena do mês seguinte aquele em que foi auferida a receita bruta, para fatos 
geradores ocorridos até 28/02/2009; e até o dia 20 do mês seguinte, para os fatos 
geradores ocorridos a partir de 01/03/2009. 
 
Exemplo: para a receita bruta auferida em setembro/2008, o vencimento foi em 
15/10/2008; já para a receita bruta auferida em março/2009, o vencimento será em 
20/04/2009. Quando a data coincide com sábado, domingo ou feriado, o vencimento se 
antecipa. O valor não pago até a data do vencimento estará sujeito a incidência de juros 
e multa, conforme previsto na legislação do IRPJ. 
 
Mesmo na hipótese de a ME ou a EPP possuir filiais, o recolhimento dos 
tributos do Simples Nacional deverá ser feito sempre no CNPJ do estabelecimento 
da matriz. Para o DAS não recolhido no prazo, incidem os acréscimos moratórios de 
sempre, que recordaremos abaixo: 
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• a partir do primeiro dia subseqüente ao do vencimento incide multa de mora 
calculada a taxa de 0,33% por dia de atraso, limitada a 20%; 
• a partir do primeiro dia do mês subseqüente ao vencimento do prazo, incidem 
juros de mora equivalentes à taxa SELIC, acumulada mensalmente até o mês anterior ao 
pagamento e de 1% relativo ao mês do pagamento. 
 
O cálculo dos acréscimos legais é feito pelo próprio aplicativo de cálculo, na 
geração do DAS. Não é permitido emitir um DAS com valor total inferior a R$ 10,00 
(dez reais). Nesse caso, o pagamento do valor devido do Simples Nacional que resultar 
inferior a R$ 10,00 (dez reais) deverá ser feito na competência em que o total a recolher 
seja igual ou superior a esse valor. 
 
Há no Portal do Simples Nacional aplicativo específico (PGDAS) para o cálculo 
do valor devido e geração do Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). 
 
Ele possui um manual ‘on board’ contido no aplicativo, que contém informações 
úteis, inclusive com exemplos práticos, que visam facilitar o preenchimento das 
informações necessárias para o cálculo. 
 
Todas as receitas deverão ser informadas no aplicativo de cálculo disponível 
no Portal do Simples Nacional, sendo que o mesmo irá efetuar os devidos ajustes, no 
que se refere aos percentuais relativos ao ICMS e ao ISS dessas receitas. 
18. TABELAS DO SIMPLES NACIONAL 
 São as constantes nos anexos I a V da multicitada LC 123 e alterações 
posteriores. Como nosso objetivo é ensinar dentro do maior realismo possível, 
alertamos que estas tabelas não representam a realidade da tributação das empresas 
optantes pelo sistema. Isto é, deveriam representar, mas o caráter multifacetado das 
atividades econômicas exercidas no Brasil determinou diversas mudanças neste 
paradigma. Com isso, na prática as tabelas utilizadas são as previstas na Resolução 
CGSN 51 e alterações posteriores. 
19. QUADRO RESUMO DA APLICAÇÃO DAS TABELAS 
 
Ao examinarmos as tabelas da Resolução CGSN 51, verificamos que ela se 
divide em quatro grandes grupos, desde o advento da LC 128, representados por anexos: 
 
 - Anexo I: comércio; 
 - Anexo II: indústria; 
 - Anexo III: locação de bens móveis e prestação de serviços e; 
 - Anexo IV: passou a ‘fazer o papel’ do antigo anexo V desde 01/01/2009. 
 Com isto, para que seja feito o correto enquadramento da empresa optante, 
necessário se faz seguir alguns passos: 
 
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- 1º passo: com base no que a empresa determinou como sendo sua atividade, 
buscar o anexo correspondente; 
 
 - 2º passo: se a empresa exerce mais de uma atividade econômica permitida no 
âmbito do SN, segregar as receitas brutas, e enquadrá-la nos anexos correspondentes; 
 
 - 3º passo: dentro de um mesmo anexo, pode haver mais de uma tabela, confor-
me haja ou não retenção de ISS, do mesmo ou de outro município. Verificar a situação 
da empresa, em relação a estas retenções, para que haja o enquadramento correto; 
 
 - 4º passo: verificar a faixa de tributação na qual a empresa ficará inserida, 
baseadas nas regras já ditas anteriormente sobre apuração da base de cálculo; 
 
 - 5º passo: daí para frente é questão matemática mesmo (valor fixo de tributo, 
exclusões e imunidades, e outras ocorrências), muito embora boa parte de tudo quanto 
foi dito é objeto de cálculo automático no PGDAS bastando, para isso, que os dados 
corretos sejam inseridos, senão não tem como dar certo. 
 
Resumidamente, o valor devido mensalmente pelas ME e EPP optantes pelo 
Simples Nacional é determinado mediante aplicação das tabelas dos anexos da Lei 
Complementar nº. 123, de 14.12.2006. 
 
Para efeito de determinação da alíquota, o sujeito passivo utilizará a receita bruta 
acumulada nos 12 (doze) meses anteriores ao do período de apuração (RBT12). Já o 
valor devido mensalmente, a ser recolhido pela ME ou EPP, será o resultante da 
aplicação da alíquota correspondente sobre a receita bruta mensal auferida. Exemplos: 
 
 
 
I) A atividade de transportes divide-se em: municipal ou intermunicipal, de passageiros 
ou de cargas. Existem particularidades de enquadramento no Simples Nacional, 
conforme o tipo de serviço de transporte prestado e conforme o período considerado, de 
acordo com o quadro abaixo: 
 
 
 
Tipo de Atividade 2007 2008 
Transporte Intermunicipal e Interestadual de 
PASSAGEIROS 
VEDAÇÃO VEDAÇÃO 
Transporte Intermunicipal e Interestadual de 
CARGAS 
A-V 
A-III (LC 127, de 
2007) 
Transporte Municipal de PASSAGEIROS 
A-III (era A-IV antes da LC 
127, de 2007) 
A-III 
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Transporte Municipal de CARGAS 
A-III (era A-V antes da LC 
127, de 2007) 
A-III 
 
 
II) A atividade de “escritórios de serviços contábeis” era tributada, até 31/12/2008, pelo 
Anexo V da LC 123/2006. A partir de 01/01/2009, passou a ser tributada pelo Anexo III 
da LC 123/2006, sendo que a opção passou a ser condicionada ao cumprimento de 
determinadas obrigações, previstas no § 22-B do art. 18 da referida lei. 
Em ambos os casos, a LC 123/2006 determina que a atividade “recolherá o ISS 
em valor fixo, na forma da legislação municipal”. As consultas relativas à interpretação 
da legislação no que tange ao recolhimento do ISS deverão ser direcionadas ao 
Município, de acordo com o que dispõe a Resolução CGSN nº. 13/2007. O Município 
poderá determinar, segundo sua legislação, que a empresa deverá recolher o imposto em 
valor fixo, em guia própria de arrecadação de tributos municipais. 
Todavia, na hipótese de o Município entender que determinada empresa não 
possa efetuar o recolhimento em valor fixo, o ente federativo poderá indicar que a 
optante deva recolher o ISS juntamente com os demais tributos abrangidos pelo Simples 
Nacional, por meio do Documento de Arrecadação do Simples Nacional – DAS. 
Nesse caso, a empresa deverá ser orientadaa marcar, no PGDAS, a opção 
“serviços tributados pelo Anexo III’, desde que não exerça nenhuma das atividades 
vedadas para opção pelo Simples Nacional. 
 
II) A Papelaria CELMAS T+ ME Ltda., optante pelo Simples Nacional, obteve receita 
bruta resultante exclusivamente da revenda de mercadorias não sujeitas a substituição 
tributária. A empresa não possui filiais. 
Convenções: 
PA = Período de apuração; 
RBT12 = Receita Bruta dos últimos 12 meses, exclusive o mês do Período de Apuração (PA); 
RBA = Receita Bruta Acumulada de janeiro até o mês do PA inclusive. 
Dados da empresa: 
Receita Bruta de julho = R$ 25.000,00 
RBA = R$ 135.000,00 
Alíquota dessa faixa = 5,47%; RBT12 = R$ 220.000,00 (Anexo I). 
Fluxo de faturamento (valores em milhares de R$): 
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Jul Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul 
 30 20 20 10 10 20 25 = 135
15 15 15 15 25 25 30 20 20 10 10 20 = 220
 
Simples Nacional devido no mês = (R$ 25.000,00 x 5,47%) = R$ 1.367,50. 
 
20. TÓPICOS SOBRE VALOR DE CONTRIBUIÇÃO PARA O INSS 
O valor devido da Contribuição para a Seguridade Social destinada à 
Previdência Social, a cargo da pessoa jurídica, não incluída no Simples Nacional, 
seguirá orientação de norma específica da RFB: 
- na hipótese de a ME ou a EPP auferir receitas sujeitas aos anexos I, II 
ou III, concomitantemente com receitas sujeitas aos anexos IV ou V, para fatos 
geradores ocorridos até 31 de dezembro de 2008; 
- na hipótese de a ME ou a EPP auferir receitas sujeitas aos anexos I, II, 
III ou V, concomitantemente com receitas sujeitas ao anexo IV, para fatos 
geradores ocorridos a partir de 1° de janeiro de 2009. 
21. CONCEITO DE FOLHA DE SALÁRIOS PARA FINS DO SN 
As ME e as EPP optantes pelo Simples Nacional que obtiverem receitas sujeitas ao 
Anexo V da Lei Complementar nº. 123, de 14.12.2006 devem calcular a relação entre a 
folha de salários incluídos encargos, nos 12 meses anteriores ao período de apuração e a 
receita bruta total acumulada nos 12 meses anteriores ao período de apuração (r). 
 
Para fins de determinação desse fator “r”, considera-se folha de salários, incluídos 
encargos, o montante pago nos 12 meses anteriores ao do período de apuração, a título 
de salários, retiradas de pró-labore, acrescidos do montante efetivamente recolhido a 
título de contribuição para a Seguridade Social destinada à Previdência Social e para o 
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). 
 
Consideram-se salários o valor da base de cálculo da contribuição prevista nos 
incisos I e III do art. 22 da Lei nº 8.212, de 24/07/1991, agregando-se o valor do 13º 
salário na competência da incidência da referida contribuição, na forma do caput e dos 
§§ 1º e 2º do art. 7º da Lei nº 8.620, de 5 de janeiro de 1993. 
22. NOÇÕES DE SUBLIMITES 
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Os Estados e o Distrito Federal podem adotar limites diferenciados de faixas de 
receita bruta para Empresas de Pequeno Porte (EPP), para efeito de recolhimento do 
ICMS e do ISS. A adoção de sublimites depende da participação do Estado ou do 
Distrito Federal no Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, conforme abaixo: 
- os Estados cuja participação no PIB seja de até 1% poderão optar pela aplicação, em 
seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até R$ 1.200.000; 
- os Estados cuja participação no PIB seja superior a 1% e inferior a 5% poderão optar 
pela aplicação, em seus respectivos territórios, das faixas de receita bruta anual até R$ 
1.800.000,00 e; 
- os Estados cuja participação no PIB seja igual ou superior a 5% (cinco por cento) 
ficam obrigados a adotar todas as faixas de receita bruta anual. 
A adoção de sublimites é uma faculdade dos Estados e do Distrito Federal, que, 
no caso da não-opção por limites diferenciados de receita bruta, deverão aplicar, em 
seus territórios, todas as faixas de receita previstas na LC nº. 123, de 14.12.2006. 
Os Estados e o Distrito Federal devem se manifestar anualmente, até o último 
dia útil de outubro, quanto à adoção de sublimites, com efeitos para o ano-calendário 
seguinte. Excepcionalmente, para o ano calendário de 2007, essa manifestação 
aconteceu no mês de junho, sendo válida para o mesmo ano. Os sublimites adotados 
pelos Estados são obrigatoriamente válidos para os Municípios neles localizados. 
Para o ano de 2009, foram adotados os seguintes sublimites, conforme dispôs a 
Resolução CGSN nº. 48, de 15.12.2008: 
- Os seguintes Estados adotaram o sublimite de R$ 1.200.000,00: Acre, Amapá, 
Alagoas, Paraíba, Piauí, Rondônia, Roraima, Sergipe e Tocantins; 
- Os seguintes Estados adotaram o sublimite de R$ 1.800.000,00: Ceará, Espírito Santo, 
Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Pernambuco e Rio Grande 
do Norte; 
- Nos demais Estados, ou seja, Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Minas 
Gerais, Rio Grande do Sul, Paraná, Amazonas, Santa Catarina e Bahia, serão utilizadas 
todas as faixas de receita bruta anual até R$ 2.400.000,00 no ano-calendário de 2009. 
Tais sublimites aplicam-se somente ao recolhimento do ICMS e do ISS, não 
interferindo no recolhimento dos demais tributos, que continuam limitados ao teto 
de R$ 2.400.000,00. 
 
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Em um Estado que tenha adotado, por exemplo, o sublimite de R$ 1.200.000,00, 
uma empresa nele optante que acumule receita bruta no ano-calendário até esse valor 
recolherá de forma unificada todos os tributos abrangidos pelo Simples Nacional. 
 
Nesse mesmo Estado, uma empresa optante que acumule receita bruta no ano-
calendário entre R$ 1.200.000,00 e R$ 2.400.000,00 recolherá por meio do Simples 
Nacional os seis tributos federais, devendo recolher para o Estado o ICMS, e/ou para o 
Município o ISS, conforme o sublimite adotado. 
 
23. ESTADOS – POSSIBILIDADE DE OPÇÃO DAS FAIXAS DO ICMS – 
DIFERENCIAL DE ALÍQUOTAS DO ICMS – SUBSTITUIÇÃO TRIBUTÁRIA 
E OUTROS ASPECTOS 
 
I) CRÉDITO DE ICMS (§ 1º a 6º do art. 23): PERMITE TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITOS 
DE ICMS NO PERCENTUAL A QUE A EMPRESA VENDEDORA ESTÁ SUJEITA NO SN: 
- Transfere-se, da vendedora optante para compradora não optante, o ICMS 
efetivamente devido no Simples Nacional. 
- Fulcro nos Arts. 2º-A até 2º-C da Resolução CGSN nº. 10/2007, na redação da 
Resolução CGSN nº. 53, de 22/12/2008. 
 
II) PERMITE QUE O ESTADO INSTITUA A TRANSFERÊNCIA DE CRÉDITO DO 
ICMS QUE ONEROU A AQUISIÇÃO DOS INSUMOS PELA INDÚSTRIA OPTANTE: 
- A critério do Estado, transfere-se, da indústria optante para compradora não optante, 
o ICMS incluído nas notas fiscais de compra de insumos utilizados na fabricação dos 
produtos (Art. 2º-D da Resolução CGSN nº. 10/2007, na redação alterada pela 
Resolução CGSN nº. 53, de 22/12/2008). 
 
III) ICMS – ATUAÇÃO DA EMPRESA OPTANTE COMO SUBSTITUTA 
TRIBUTÁRIA (inciso I do § 6º do art. 13): 
- Determinou poderes ao Comitê Gestor para disciplinar a atuação da empresa optante 
do Simples Nacional na condição de substituta tributária – a partir de 01/01/2009 (§§ 7º 
a 12 do art. 3º da Resolução CGSN nº. 51, de 22/12/2008). 
 
IV) ANTECIPAÇÃO DO ICMS – DIFERENÇA DE ALÍQUOTAS (alíneas ‘g’ e ‘h’ do 
inciso XIII do § 1º do art. 13) – principais aspectos: 
CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL 
P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO 
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- VEDADA A AGREGAÇÃO DE VALORES À BASE DE CÁLCULO. SOMENTE PODERÁ SER 
COBRADA A DIFERENÇA ENTRE A ALÍQUOTA INTERNA E A ALÍQUOTA INTERESTADUAL. 
- A DIFERENÇA SERÁ CALCULADA TOMANDO-SE POR BASE AS ALÍQUOTAS APLICÁVEIS 
ÀS EMPRESAS NÃO OPTANTES PELO SIMPLES NACIONAL. HAVIA ESTADOS QUE 
COBRAVAM A DIFERENÇA DE “VALOR”, E NÃO

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