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Aula 06 AFRFB 2009 LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA

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CURSO ON-LINE – LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA FEDERAL 
P/ RECEITA FEDERAL 
PROFESSOR: FLÁVIO LÁZARO 
 
www.pontodosconcursos.com.br 
 
ASPECTOS LEGAIS DO IMPOSTO TERRITORIAL RURAL (ITR) 
INTRODUÇÃO 
Bem, amigos da rede “Ponto”, 
Iniciamos mais um sucesso de audiência, em seu último módulo, que tratará de 
alguns aspectos básicos sobre o Imposto Territorial Rural – ITR. 
Nossa base legal, como sempre, terá como pano de fundo inicial a CF/88 e o 
CTN. Além disso, ‘participações especiais’ da Lei 9393/96, decreto 4382/2002 
(Regulamento do ITR-RITR) e a IN 256/2002. 
Mas antes de propriamente iniciar, vamos repassar as erratas – ou ‘derrapadas’, 
se preferirem – de todo o curso, visto ser esta a última oportunidade de fazermos isso: 
No módulo I, temos a seguinte correção a ser feita: depois da polêmica da 
questão 06, que informava a necessidade de lei para definir prazo de pagamento de 
tributos, eis que anuncio estar voltando atrás no meu humilde entendimento. 
Há julgados do STF a respeito da matéria, de maneira que para as provas de 
concursos, especialmente da área fiscal, interessará o seguinte: se a União, por 
liberalidade, resolver fixar esses prazos para os tributos federais em texto de lei não 
haverá nenhuma nulidade, evidentemente (afinal, se tais prazos podem ser disciplinados 
em decreto, por óbvio eles também poderão ser disciplinados em texto de lei). 
 
Para o módulo II (IPI), dado o grande número de críticas – temo que o módulo 
tenha ficado ruim -, não haverá errata publicada aqui, por falta de tempo hábil, e as 
respostas às perguntas, bem como as correções de rumo, serão processadas em nosso 
‘fórum’ na próxima semana. 
No módulo III, temos o seguinte: 
- questão 03: houve falha nos comentários, fui conciso demais; a parte final ficará 
assim, com as retificações: “sendo os atos descritos em [ii] e [iv] de competência da 
União, em última análise instituidora do imposto”. 
 
- para a questão 09, talvez tenha faltado uma explicação complementar quanto às 
doações: elas são dedutíveis do valor do IR DEVIDO, e não da base de cálculo; 
- a questão 17 será objeto das seguintes retificações: 
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* no primeiro item, onde se lê ‘poderão ser glosadas’, leia-se ‘deverão ser glosadas’; 
* no comentário deste item, muda a parte final, que fica assim: “na prática, embora não 
haja previsão expressa em regulamento – que, aliás, na sua letra diz “poderá”, e não 
“deverá” – é exatamente o que acontece. 
* quanto ao terceiro item, remetemos à leitura do art. 10 da lei 9250/95, e aí 
entenderemos o erro nela contido; ignorem, portanto, o comentário oficial do item: 
 
Art. 10. O contribuinte poderá optar por desconto simplificado, que substituirá todas 
as deduções admitidas na legislação, correspondente à dedução de 20% (vinte por 
cento) do valor dos rendimentos tributáveis na Declaração de Ajuste Anual, limitada 
a R$ 11.167,20 (onze mil, cento e sessenta e sete reais e vinte centavos), 
independentemente do montante desses rendimentos, dispensada a comprovação 
da despesa e a indicação de sua espécie. 
 
 Ora, sabemos que o texto está desatualizado quanto ao valor da dedução, mas o 
erro reside nesta história de ser “independentemente do montante dos rendimentos 
tributáveis na declaração, recebidos no ano-calendário”. Á época do concurso poderia 
ser assim; hoje já não é mais. 
- a questão 18 será objeto de mudança de gabarito; não sei onde estava com a cabeça, 
como eu não bebo, então devia estar ‘trêbado’ de sono mesmo. O gabarito oficial 
passará a ser letra E, pois os dividendos a que a sentença faz menção passaram a ser 
isentos e não tributáveis desde 01/01/1996, por força do que diz o RIR, em seu artigo 
39, XXIX. Aos que me apontaram o erro obrigado, e aos que foram induzidos a este 
mesmo erro minhas sinceras escusas; 
 
No módulo IV, temos o seguinte: 
- na página 14, no item h, a retificação consiste na retirada da DOAR como 
demonstração obrigatória; as alterações promovidas pela lei 11638/07 determinam que, 
no lugar desta, entram a DFC e a DVA, esta última em caso de companhia aberta; 
- no comentário ao gabarito da primeira questão, último parágrafo, leia-se: “Com isto,o 
item B é o correto, pois não há restrições de atividades ou receita bruta anual”; 
 
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Para o módulo V não houve ponderações até o momento, de maneira que, se 
houver, o esquema é o mesmo, é só postar no ‘fórum’, OK? 
No módulo VI, a errata está na questão 14, em que o segundo item é falso. 
No art. 153 §5º CF, diz assim: O Ouro, quando definido em lei como ativo 
financeiro ou instrumento cambial, sujeita-se exclusivamente à incidência do imposto 
de que trata o inciso V do "caput" deste artigo (IOF), devido na operação de origem(...) 
Com isto, o gabarito oficial passa a ser a letra e) V, F, V. 
 E quanto a este módulo não tem jeito, ponderações só no fórum, valeu ? 
1. O IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL RURAL NA CF/88 
Assim dispõe a CF sobre o assunto, conforme se pode aduzir dos excertos legais abaixo: 
(...) 
Art. 153. Compete à União instituir impostos sobre: 
(...) 
VI - propriedade territorial rural; 
(...) 
§ 4º O imposto previsto no inciso VI do caput: 
 I - será progressivo e terá suas alíquotas fixadas de forma a desestimular a manutenção 
de propriedades improdutivas; 
II - não incidirá sobre pequenas glebas rurais, definidas em lei, quando as explore o 
proprietário que não possua outro imóvel; 
III - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, 
desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal. 
(...) 
 A EC 42/03 estabeleceu a possibilidade de os Municípios optarem por fiscalizar 
e cobrar o ITR. Tal disposição foi regulamentada pela lei 11250/05. 
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Em relação a tal previsão, porém, o legislador estabeleceu que tal delegação não 
pode implicar redução de imposto, e muito menos renúncia fiscal; neste último caso, tal 
desiderato se faz necessário para não neutralizar o caráter extrafiscal da tributação do 
ITR enquanto instrumento de política fundiária. 
Atualmente, esta delegação foi detalhada pela IN 884/08 que, dentre outras 
coisas, determina os requisitos a serem observados para que a União defira os pedidos 
encaminhados pelos Municípios. Podemos adiantar que não são poucos e, por isso, num 
universo de mais de 5500 municípios, perto de uma centena, somente, interessou-se 
pelo assunto, se muito. 
 
 
 
 
 
1.1 ASPECTOS LEGAIS DO ITR 
O ITR é mencionado no CTN – que cuida de definir regras gerais –, conforme 
podemos ver abaixo: 
 
CAPÍTULO III - Impostos sobre o Patrimônio e a Renda 
 
SEÇÃO I - Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural 
 
 Art. 29. O imposto, de competência da União, sobre a propriedade territorial rural 
tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de imóvel por natureza, 
como definido na lei civil, localização fora da zona urbana do Município. 
 Art. 30. A base do cálculo do imposto é o valor fundiário. 
 Art. 31. Contribuinte do imposto é o proprietário do imóvel, o titular de seu 
domínio útil, ou o seu possuidor a qualquer título. 
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Com base na competência tributária constitucionalmente prevista, a União vem 
legislando a respeito do ITR, atualmente regido pela lei 9393/96 e alterações posteriores 
a qual, em obediência aos ditames constitucionais, fixa as alíquotas deste imposto, de 
modo a tributar de modo mais gravoso as propriedades rurais demaior área e menos 
produtivas. Tal previsão tem, claramente, o objetivo de, desestimulando a manutenção 
de imóveis rurais improdutivos, fazer com que seus proprietários nestes exerçam 
atividades rurais, ou os transfiram a quem queira fazer. 
 
2. TRIBUTAÇÃO DO IMÓVEL RURAL PELO ITR – DEFINIÇÃO DE 
IMÓVEL RURAL 
 
 Para fins de tributação pelo ITR, é considerado imóvel rural a área contínua, 
formada de uma ou mais parcelas de terras, localizada na zona rural do município, ainda 
que, em relação a alguma parte do imóvel rural, o declarante detenha apenas a posse. 
 Considera-se área contínua a área total do prédio rústico, mesmo que fisicamente 
dividido por rua, estrada, rodovia, ferrovia ou por canal ou curso de água. 
 
 
2.1 IMÓVEL RURAL SUJEITO À APURAÇÃO DO ITR 
 
 Está sujeito à apuração do imposto todo imóvel rural que não se enquadre nas 
condições de imunidade ou isenção de ITR. 
 De acordo com disposição legal, considera-se como data focal de ocorrência do 
fato gerador todo dia 1º de janeiro de cada ano-calendário; de maneira que todo imóvel 
rural que, nesta data, não atenda às condições de imunidade ou isenção e que, após esta 
data, tenha sido totalmente desapropriado ou alienado para entidade imune está sujeito à 
apuração do ITR, pela pessoa física ou jurídica que perdeu a posse ou propriedade. 
Neste caso, a apuração e o pagamento do ITR serão efetuados no mesmo período 
e nas mesmas condições previstas para os demais contribuintes. 
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 Já no caso de desapropriação ou alienação parcial, o contribuinte expropriado ou 
alienante, seja pessoa física ou jurídica, apurará o imposto referente à área total do 
imóvel rural anterior à desapropriação ou alienação. 
 
 
2.2 IMOVÉIS RURAIS DISPENSADOS DA APURAÇÃO DO ITR 
 
 Serão os imóveis imunes ou os isentos; vejamos cada grupo, então (informações 
baseadas ora na lei, ora no decreto). 
De acordo com o que diz a legislação, os imóveis rurais imunes do ITR são: 
I - a pequena gleba rural, desde que o proprietário, titular do domínio útil ou possuidor a 
qualquer título a explore só ou com sua família, e não possua outro imóvel rural ou 
urbano; para tais efeitos, pequenas glebas rurais são os imóveis com área igual ou 
inferior a: 
 - 100 há (cem hectares), se localizadas em município compreendido na Amazônia 
Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 
 - 50 há (cinqüenta hectares), se localizadas em município compreendido no Polígono 
das Secas ou na Amazônia Oriental; 
 - 30 há (trinta hectares), se localizadas em qualquer outro município. 
Para quem tiver curiosidade, as regiões e os municípios acima referidos estão 
relacionados no Anexo I da Instrução Normativa 256/02. 
 
II - os imóveis rurais pertencentes à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos 
Municípios; 
III - os imóveis rurais pertencentes às autarquias e às fundações instituídas e mantidas 
pelo Poder Público, desde que vinculados às suas finalidades essenciais ou às delas 
decorrentes e; 
IV - os imóveis rurais das instituições de educação e de assistência social, sem fins 
lucrativos, desde que vinculados às suas finalidades essenciais, e preencham as 
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condições e requisitos previstos no art. 14 do CTN, c/c o art. 12 da Lei nº. 9.532, de 10 
de dezembro de 1997, a saber: 
- as instituições mencionadas no inciso IV devem prestar os serviços para os quais 
houverem sido instituídas, e os colocar a disposição da população em geral, em caráter 
complementar às atividades do Estado, sem fins lucrativos; 
 - não distribuir qualquer parcela de seu patrimônio ou de suas rendas, a qualquer título; 
- aplicar integralmente, no País, seus recursos na manutenção e desenvolvimento dos 
seus objetivos institucionais; 
- não remunerar, por qualquer forma, seus dirigentes pelos serviços prestados; 
- manter escrituração completa de suas receitas e despesas em livros revestidos das 
formalidades que assegurem a respectiva exatidão; 
- conservar em boa guarda e ordem, pelo prazo de cinco anos, contado da data da 
emissão, os documentos que comprovem a origem de suas receitas e a efetivação de 
suas despesas, bem assim a realização de quaisquer outros atos ou operações que 
venham a modificar sua situação patrimonial; 
- apresentar, anualmente, declaração de rendimentos, em conformidade com o disposto 
em ato da Secretaria da Receita Federal (SRF); 
- assegurar a destinação de seu patrimônio a outra instituição que atenda às condições 
para o gozo da imunidade, no caso de incorporação, fusão, cisão ou encerramento de 
suas atividades, ou a órgão público e; 
- atender a outros requisitos, estabelecidos em lei específica, relacionados com o 
funcionamento destas entidades. 
 
Para fins de imunidade do ITR, considera-se entidade sem fins lucrativos a que 
não apresente superávit em suas contas ou, caso o apresente em determinado exercício, 
destine referido resultado, integralmente, à manutenção e ao desenvolvimento dos seus 
objetivos sociais (fomos apresentados a esta definição no módulo anterior, lembram?). 
Sujeita-se à incidência do imposto a pequena gleba rural que tenha área 
explorada por contrato de arrendamento, comodato ou parceria (perde a imunidade). 
 De acordo com a legislação, os imóveis rurais isentos do ITR são: 
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I - o imóvel rural compreendido em programa oficial de reforma agrária, caracterizado 
pelas autoridades competentes como assentamento, que, cumulativamente, atenda aos 
seguintes requisitos: 
- seja titulado em nome coletivo; 
- seja explorado por associação ou cooperativa de produção; 
- a fração ideal por família assentada não ultrapasse os limites estabelecidos 
anteriormente para pequena gleba rural e; 
- o assentado não possua outro imóvel rural ou urbano. 
II - o conjunto de imóveis rurais de um mesmo proprietário, cuja área total observe os 
limites fixados anteriormente, desde que, cumulativamente, o proprietário: 
a) o explore só ou com sua família, admitida ajuda eventual de terceiros e; 
b) não possua imóvel urbano. 
Entende-se por ajuda eventual de terceiros o trabalho, remunerado ou não, de 
natureza eventual ou temporária, realizado nas épocas de maiores serviços. 
A área total dos imóveis em cada região deverá ser igual ou inferior ao limite da 
pequena gleba rural estabelecido para a região em que se localizem, no caso de conjunto 
de imóveis rurais localizados em mais de uma região. 
Sujeita-se à incidência do imposto a pequena gleba rural que tenha área 
explorada por contrato de arrendamento, comodato ou parceria (perde a isenção). 
 
3. SUJEITOS PASSIVOS DO ITR 
 
 É contribuinte do ITR a pessoa física ou jurídica que, em relação ao imóvel rural 
seja proprietária, titular do domínio útil (enfiteuta ou foreira), ou possuidora a qualquer 
título, inclusive a usufrutuária. Vejamos, pois, cada caso. 
 
3.1 PROPRIETÁRIO 
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 Segundo o que dispõe o novo Código Civil (lei 10406/02 e alterações), em seu 
artigo 1228,o direito de propriedade consiste na faculdade de usar, gozar e dispor da 
coisa, bem como de reavê-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou 
detenha. Portanto, o proprietário do imóvel rural é aquele que detém tais direitos. 
3.2 TITULAR DO DOMÍNIO ÚTIL 
 
 É aquele que adquiriu o imóvel rural por enfiteuse ou aforamento, nos termos do 
art. 678 do antigo Código Civil (Lei 3071, de 1916), combinado com o disposto no art. 
2038 do novo Código Civil. 
 
3.3 POSSUIDOR A QUALQUER TÍTULOSegundo ainda dispõe o novo Código Civil, em seus artigos 1196, 1412 e 1414, 
é possuidor a qualquer título aquele que tem a posse plena do imóvel rural, seja por 
direito real de fruição sobre a coisa alheia – como ocorre no caso do usufrutuário –, seja 
por ocupação, autorizada ou não pelo Poder Público. 
 A expressão ‘a qualquer título’ refere-se à posse plena, sem subordinação (posse 
com animus domini), abrangendo a posse justa (legítima), e a posse injusta (ilegítima). 
 A posse será justa se não for violenta, clandestina ou precária (nec clam, nec vi, 
nec precario). Será injusta se for: 
 - violenta, ou seja, adquirida pela força física ou coação moral; 
 - clandestina, isto é, estabelecida às ocultas daquele que tem interesse em tomar 
conhecimento e; 
 - precária, decorrente do abuso de confiança por parte de quem recebe a coisa, a 
título provisório, com o dever de restituí-la. 
 
3.4 ARRENDATÁRIO, COMODATÁRIO E PARCEIRO 
 
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 O arrendatário, o comodatário e o parceiro não são considerados contribuintes 
do ITR, pois não tem a posse plena do imóvel rural. 
A relação jurídica estabelecida nos contratos de arrendamento, comodato ou de 
parceria é realizada sob natureza obrigacional. Em decorrência disso, há a entrega do 
imóvel sem a intenção de transferir a posse plena; é cedido, temporariamente, apenas o 
exercício parcial do uso e da fruição (posse limitada, seria o que juridicamente 
chamamos de ‘fâmulo de posse’). 
 
3.5 EXPROPRIAÇÃO POR DESAPROPRIAÇÃO 
 O expropriado perde a posse ou propriedade quando o juiz determina a imissão 
prévia na posse, ou quando ocorre a transferência ou incorporação do imóvel rural ao 
patrimônio do expropriante. 
 Desse modo, sendo o imóvel rural desapropriado por pessoa jurídica de direito 
público, o expropriado é contribuinte, em relação aos fatos geradores ocorridos até a 
data da perda da posse ou da propriedade, estando obrigado, em relação aos fatos 
geradores ocorridos até a data da perda da posse ou de propriedade, estando obrigado, 
em relação a estes, a apurar e pagar o ITR devido. 
Como o patrimônio da PJ de direito público é imune, não há incidência do ITR a 
partir do momento em que esta se investe na posse ou se torna proprietária do imóvel. 
A pessoa imune não reveste a condição de contribuinte do imposto, estando, 
entretanto, obrigada ao cumprimento de obrigações acessórias. 
Havendo a desapropriação do imóvel rural por PJ de direito privado delegatária 
ou concessionária de serviço público – é isso mesmo, ITR tem dessas coisas – é 
contribuinte do imposto: 
- o expropriado, em relação aos fatos geradores ocorridos até a data da perda da 
posse ou da propriedade e; 
- o expropriante, em relação aos fatos geradores ocorridos a partir da perda da 
posse ou da propriedade pelo expropriado. 
 
4. RESPONSÁVEL PELO ITR 
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É responsável pelo crédito tributário o sucessor, a qualquer título, nos termos 
dos arts. 128 a 133 da Lei nº 5.172/66 (Código Tributário Nacional). Então, no caso de 
imóvel rural pertencente a espólio, para fins de ITR, é responsável: 
- o sucessor a qualquer título e o cônjuge meeiro, pelo ITR devido pela pessoa falecida 
até a data da partilha, sobrepartilha ou adjudicação, limitada esta responsabilidade ao 
montante do legado, quinhão ou meação; 
- o espólio, pelo imposto devido pela pessoa falecida até a data da abertura da sucessão. 
 A responsabilidade de terceiro, por sucessão do contribuinte, tanto pode ocorrer 
quanto às dívidas tributárias preexistentes ou quanto às que vierem a ser lançadas ou 
apuradas posteriormente à sucessão, desde que o fato gerador haja ocorrido até a data 
dessa sucessão, assim diz o art. 129 do CTN. 
 Em relação a fatos geradores ocorridos anteriormente à aquisição de imóvel 
rural, o adquirente responde pelo débito tributário existente, pois o crédito tributário 
relativo a fato gerador ocorrido até a data da alienação do imóvel sub-roga-se na pessoa 
do respectivo adquirente, salvo quando conste do título aquisitivo a prova de sua 
quitação, nos termos do art. 130 do CTN, o qual prevê tal sub-rogação dos créditos 
tributários relativos a bens imóveis na pessoa de seu adquirente. 
 Entretanto, não se aplica tal instituto à aquisição de imóvel rural pelo Poder 
Público, pelas suas autarquias e fundações, e pelas entidades privadas imunes do ITR, 
bem como em relação ao imóvel desapropriado por necessidade ou utilidade pública, ou 
interesse social, inclusive para reforma agrária, seja a desapropriação promovida pelo 
Poder Público, seja por Pessoa Jurídica de direito privado delegatária ou concessionária 
de serviço público. 
 
4.1 AQUISIÇÃO POR PESSOAS IMUNES 
 A propriedade de imóvel rural por PJ de Direito Público ou Pessoa Jurídica de 
direito não constitui fato gerador de ITR, por expressa disposição constitucional. 
 Como o fisco não pode cobrar ITR relativo aos bens que integram o patrimônio 
da PJ imune, esta não pode assumir o ônus tributário de bens de terceiros, restando, 
assim, inaplicável o instituto da sub-rogação dos créditos tributários na pessoa do 
adquirente imune. Cabe, portanto, ao alienante o recolhimento do imposto relativo aos 
fatos geradores ocorridos até a data da alienação do imóvel a PJ imune. 
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4.2 DESPROPRIAÇÃO 
 Não se aplica o instituto da sub-rogação do ITR na desapropriação de imóvel 
rural, posto que esta seja modo originário de aquisição da propriedade. Forma originária 
de aquisição é aquela que nasce de uma relação direta entre o sujeito e a coisa; é causa 
autônoma, bastante para gerar o título constitutivo da propriedade por força própria. 
 Portanto, diz-se originária a forma de aquisição quando a causa que atribui a 
propriedade a alguém não se vincula a título anterior algum. É o que ocorre na 
desapropriação, em que a transferência forçada do imóvel para o patrimônio da 
expropriante independe de qualquer vínculo com o título anterior de propriedade. 
 Assim, na expropriação é incabível falar em responsabilidade do sucessor, uma 
vez que não existe a figura do sucessor; o expropriante é considerado proprietário 
originário. Desse modo, por ficção legal, considera-se que o imóvel nunca teve dono 
antes. Nesses casos, responde pelo pagamento do ITR o desapropriado, em relação aos 
fatos geradores ocorridos até a data da perda da posse. 
 
5. DECLARAÇÃO DO IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE TERRITORIAL 
RURAL – O DITR 
 A apuração do ITR é procedida pelo contribuinte mediante o preenchimento da 
DITR, a qual pode ser apresentada em meio eletrônico ou formulário, observados os 
termos, locais, formas, prazos e condições estabelecidos pela RFB. 
 A DITR deve ser entregue anualmente por toda PF ou PJ que seja proprietária, 
titular do domínio útil (enfiteuta ou foreira), ou possuidora a qualquer título – inclusive 
usufrutuária – de imóvel rural. 
 Deverá se apresentada uma DITR para cada imóvel rural que o declarante 
possuir. Ela é composta pelo Documento de Informação e Atualização Cadastral do 
ITR, e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (conhecidas, 
respectivamente, pelas siglas DIAC e DIAT são, por assim dizer, duas faces da mesma 
moeda, conforme as características do imóvel rural). Vejamos, pois, as principais 
características de cada uma delas. 
 
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5.1 DOCUMENTO DE INFORMAÇÃO E ATUALIZAÇÃO CADASTRAL DO 
ITR – A DIAC 
 Tem por objetivo coletar informações cadastrais do imóvel rural, inclusive 
imune ou isento, e de seu proprietário, titular do domínioútil (enfiteuta ou foreiro), ou 
possuidor a qualquer título, inclusive o usufrutuário, para integrar o Cadastro de 
Imóveis Rurais da RFB – o CAFIR. 
 
5.2 DOCUMENTO DE INFORMAÇÃO E APURAÇÃO DO ITR – O DIAT 
 Destina-se a apuração do ITR, para o imóvel rural sujeito ao cálculo do imposto. 
 
5.3 OBRIGATORIEDADE DE ENTREGA 
 A obrigatoriedade de entrega da DITR independe de o imóvel ser imune ou 
isento. Logo, está obrigado a apresentá-la: 
 - toda PF ou PJ, inclusive imune ou isenta que, na data da efetiva entrega da 
DITR seja em relação ao imóvel rural a ser declarado, proprietária, titular do domínio 
útil (enfiteuta ou foreira), ou possuidora a qualquer título – inclusive a usufrutuária. 
 - em caso de condomínio do imóvel rural, qualquer um dos condôminos, na 
condição de condômino declarante; 
 - a PF ou PJ que perdeu, entre a data da ocorrência do fato gerador do ITR e a 
data efetiva entrega da declaração: 
* a posse, pela imissão prévia do expropriante, em processo de desapropriação por 
necessidade ou utilidade pública, ou interesse social, inclusive para fins de reforma 
agrária; 
* o direito de propriedade, pela transferência ou incorporação do imóvel rural ao 
patrimônio do expropriante, em decorrência de desapropriação por necessidade ou 
utilidade pública, ou interesse social, inclusive para fins de reforma agrária ou; 
* a posse ou propriedade, em função de alienação ao Poder Público, inclusive às suas 
autarquias e fundações, e às instituições de educação e assistência social imunes do ITR, 
bem como a PJ que recebeu o imóvel rural neste caso e nos casos anteriores de perda. 
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 - o inventariante, enquanto não ultimada a partilha ou, se este não tiver sido 
nomeado, o cônjuge meeiro, o companheiro ou o sucessor a qualquer título, nos casos 
em que o imóvel rural pertencer a espólio, sendo que neste caso a DITR deve ser 
apresentada em nome do espólio; o mesmo se aplica às declarações que deveriam ter 
sido entregues pelo de cujus e não o forem. 
 Os arrendatários, comodatários e parceiros não devem declarar. 
 
5.4 PRAZO DE ENTREGA 
 
O DITR deve ser entregue até o último dia útil do mês de setembro do ano a que 
se referir. A Declaração do Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (DITR), 
referente ao exercício 2009, deverá ser entregue de 10 de agosto até 30 de setembro. O 
prazo foi estabelecido pela Instrução Normativa RFB nº 959/09. 
 
 
5.5 MULTA POR ATRASO NA ENTREGA 
 
A entrega da DITR após o prazo sujeita o contribuinte às seguintes multas: 
 
- 1% ao mês ou fração de atraso sobre o ITR devido, não podendo seu valor ser 
inferior a R$ 50,00, tratando-se de imóvel sujeito à apuração do ITR ou; 
 
 - R$ 50,00, tratando-se de imóvel rural imune ou isento do ITR. 
 
6. APURAÇÃO DO IMPOSTO 
A apuração e o pagamento do ITR serão efetuados pelo contribuinte, 
independentemente de prévio procedimento da administração tributária, nos prazos e 
condições estabelecidos pela RFB, sujeitando-se a homologação posterior. 
6.1 ÁREA TOTAL DO IMÓVEL RURAL 
 A área total do imóvel rural de se referir à situação existente na data da efetiva 
entrega da DITR. Já a distribuição das áreas entre tributável e aproveitável deve se 
referir à situação existente na data de ocorrência do fato gerador (1º de janeiro). 
 Na sua distribuição, as áreas da propriedade não devem ser declaradas em 
duplicidade. Assim, por exemplo, se uma área for declarada como de preservação 
permanente ou utilização limitada, não poderá ser informada como de exploração 
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extrativa. As áreas de reflorestamento com essências nativas destinadas a recompor as 
áreas de preservação permanente ou de reserva legal devem ser assim declaradas. 
 Se plantadas com finalidade comercial, devem ser informadas como área 
utilizada, plantada com produtos vegetais. 
 O contribuinte deve guardar em seu poder, enquanto não decair o direito de a 
Fazenda Pública constituir o respectivo crédito tributário, os documentos que 
comprovem as especificações, qualidades e condições atribuídas às áreas que compõem 
o imóvel rural, tais como laudo técnico expedido por profissional habilitado; certidões 
fornecidas por órgãos públicos competentes ou por Cartório de Registro de Imóveis 
(RGI); e demais atos do Poder Público. 
 Havendo questionamento administrativo ou judicial de lançamento de ITR, o 
contribuinte deve guardar a documentação comprobatória até o encerramento do 
processo administrativo ou trânsito em julgado da decisão final do processo. 
 
6.2 ÁREA NÃO-TRIBUTÁVEL 
 Consideram-se não-tributáveis as áreas de preservação permanente e as de 
utilização limitada existentes no imóvel rural. 
 Para exclusão das áreas não-tributáveis da incidência do ITR é necessário que o 
contribuinte protocolize Ato Declaratório Ambiental – que desde 2007 pode ser obtida 
via ‘web’ (por isso mesmo atende pelo nome de ADA-web), no ‘site’ do IBAMA – e 
que as áreas assim declaradas atendam ao disposto na legislação pertinente. 
 O contribuinte interessado deverá protocolizar o ADA no prazo fixado pela 
legislação pertinente, se o imóvel rural: 
 - estiver sendo declarado pela primeira vez com a informação de áreas não-
tributáveis ou; 
 - teve alteradas as áreas não-tributáveis em relação ao ADA anteriormente 
protocolizado, inclusive em caso de alienação de área parcial. 
 Se este ADA não for protocolizado no prazo fixado, as áreas de preservação 
permanente e de utilização limitada não podem ser excluídas da tributação pelo ITR, 
devendo ser apurada e paga a diferença de imposto que deixou de ser recolhida em 
virtude da exclusão das referidas áreas, com os acréscimos legais cabíveis (multa/juros). 
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 Caso o IBAMA venha a lavrar, de ofício, novo ADA, a RFB apurará o ITR 
efetivamente devido e efetuará, também de ofício, o lançamento da diferença de 
imposto com os acréscimos legais cabíveis (multa/juros). 
 A área do imóvel rural que se enquadrar, ainda que parcialmente, em mais de 
uma espécie de área não-tributável deverá ser excluída uma única vez da área total do 
imóvel, para fins de apuração da área tributável. 
 
6.3 ÁREAS DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE - APP 
De acordo com os atos infralegais que tratam do ITR, consideram-se de 
preservação permanente as florestas e demais formas de vegetação natural situadas: 
a) ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água desde o seu nível mais alto em faixa 
marginal cuja largura mínima será: 
1. de 30 m (trinta metros) para os cursos d'água de menos de dez metros de largura; 
2. de 50 m (cinqüenta metros) para os cursos d'água que tenham de dez a cinqüenta 
metros de largura; 
3. de 100 m (cem metros) para os cursos d'água que tenham de cinqüenta a duzentos 
metros de largura; 
4. de 200 m (duzentos metros) para os cursos d'água que tenham de duzentos a 
seiscentos metros de largura e; 
5. de 500 m (quinhentos metros) para os cursos d'água que tenham largura superior a 
seiscentos metros; 
b) ao redor das lagoas, lagos ou reservatórios d'água naturais ou artificiais; 
c) nas nascentes, ainda que intermitentes e nos chamados "olhos d'água", qualquer que 
seja a sua situação topográfica, num raio mínimo de cinqüenta metros de largura; 
d) no topo de morros, montes, montanhas e serras; 
e) nas encostas ou partes destas, com declividade superior a quarenta e cinco graus, 
equivalente a cem por cento na linha de maior declive; 
f) nas restingas, como fixadoras de dunas ou estabilizadoras de mangues; 
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g) nas bordas dos tabuleirosou chapadas, a partir da linha de ruptura do relevo, em faixa 
nunca inferior a cem metros em projeções horizontais; 
h) em altitude superior a mil e oitocentos metros, qualquer que seja a vegetação. 
Também serão APPs as florestas e demais formas de vegetação natural, 
declaradas de preservação permanente por ato do Poder Público, quando destinadas: 
a) a atenuar a erosão das terras; 
b) a fixar as dunas; 
c) a formar faixas de proteção ao longo de rodovias e ferrovias; 
d) a auxiliar a defesa do território nacional a critério das autoridades militares; 
e) a proteger sítios de excepcional beleza ou de valor científico ou histórico; 
f) a asilar exemplares da fauna ou flora ameaçados de extinção; 
g) a manter o ambiente necessário à vida das populações silvícolas; 
h) a assegurar condições de bem-estar público. 
A supressão total ou parcial de florestas de preservação permanente só será 
admitida com prévia autorização do Poder Executivo Federal, quando for necessária à 
execução de obras, planos, atividades ou projetos de utilidade pública ou interesse 
social. E as florestas que integram o Patrimônio Indígena também ficam sujeitas ao 
regime de preservação permanente, nos termos da alínea "g" anterior. 
6.4 ÁREAS DE UTILIZAÇÃO LIMITADA 
 São consideradas áreas de utilização limitada: 
As áreas de Reserva Legal: São aquelas cuja vegetação não pode ser 
suprimida, podendo apenas ser utilizada sob regime de manejo florestal sustentável, de 
acordo com princípios e critérios técnicos e científicos estabelecidos. 
Para fins de exclusão da área tributável, as áreas acima referidas devem estar 
averbadas à margem da inscrição de matrícula do imóvel, no registro de imóveis 
competente, na data de ocorrência do respectivo fato gerador. 
Na posse, a reserva legal é assegurada por Termo de Ajustamento de Conduta, 
firmado pelo possuidor com o órgão ambiental estadual ou federal competente, com 
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força de título executivo e contendo, no mínimo, a localização da reserva legal, as suas 
características ecológicas básicas e a proibição de supressão de sua vegetação. 
As áreas de Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN): são as áreas 
privadas gravadas com perpetuidade, averbadas à margem da inscrição de matrícula do 
imóvel, no registro de imóveis competente, destinadas à conservação da diversidade 
biológica, nas quais somente poderão ser permitidas a pesquisa científica e a visitação 
com objetivos turísticos, recreativos e educacionais, reconhecidas pelo IBAMA. 
Para fins de exclusão da área tributável, as áreas acima referidas devem estar 
averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador. 
As áreas de Servidão Florestal: são aquelas averbadas à margem da inscrição 
de matrícula do imóvel, no registro de imóveis competente, nas quais o proprietário 
voluntariamente renuncia, em caráter permanente ou temporário, a direitos de 
supressão ou exploração da vegetação nativa, localizadas fora das áreas de reserva 
legal e de preservação permanente. 
Novamente ressaltamos que, para fins de exclusão da área tributável, as áreas 
acima referidas devem estar averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador. 
As áreas de Servidão Ambiental (Inovação da IN RFB nº 861/08): São aquelas 
averbadas à margem da inscrição da matrícula do imóvel, no Registro de Imóveis 
competente, nas quais o proprietário renuncia, em caráter permanente ou temporário, 
total ou parcialmente, a direito de uso, exploração ou supressão de recursos 
naturais, localizadas fora das áreas de preservação permanente e reserva legal. 
Para fins de exclusão da área tributável, as áreas acima referidas devem estar 
averbadas na data de ocorrência do respectivo fato gerador. 
As áreas de Interesse Ecológico e as imprestáveis para a atividade rural: são 
aquelas assim declaradas mediante ato do órgão competente, federal ou estadual, que: 
- se destinem à proteção dos ecossistemas e ampliem as restrições de uso previstas para 
as áreas de preservação permanente e de reserva legal ou; 
- sejam comprovadamente imprestáveis para a atividade rural. 
Para fins do disposto no item anterior, as áreas comprovadamente imprestáveis 
para a atividade rural são, exclusivamente, as áreas do imóvel rural declaradas de 
interesse ecológico mediante ato específico do órgão competente, federal ou estadual, 
não sendo aceita a área declarada em caráter geral. 
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Portanto, se o imóvel rural estiver dentro da área declarada em caráter geral 
como se de interesse ecológico, é necessário também o reconhecimento específico do 
órgão competente federal ou estadual para a área de propriedade particular. 
As áreas Cobertas por Florestas Nativas (outra inovação da IN RFB nº 
861/08): são aquelas nas quais o proprietário protege as florestas nativas, primárias ou 
secundárias em estágio médio ou avançado de regeneração, onde o proprietário 
conserva a vegetação primária - de máxima expressão local, com grande diversidade 
biológica, e mínimos efeitos de ações humanas, bem como a vegetação secundária - 
resultante dos processos naturais de sucessão, após supressão total ou parcial da 
vegetação primária por ações humanas ou causas naturais. 
Estranha-se que, neste caso, a IN silencia quanto à necessidade de averbação em 
registro ou não mas, na dúvida, fiquemos com a resposta afirmativa a esta questão. 
 
6.5 ÁREA TRIBUTÁVEL 
 A área tributável corresponde à diferença entre a área total do imóvel e o 
somatório das áreas de preservação permanente e de utilização limitada. 
 O contribuinte cujo imóvel rural não possuir área tributável está sujeito ao 
recolhimento de ITR no valor mínimo de R$10,00 (e por isso mesmo o ITR é conhecido 
jocosamente como o ‘imposto dos dez reais’, é mole?!). 
 
6.6 ÁREA OCUPADA COM BENFEITORIAS ÚTEIS E NECESSÁRIAS 
DESTINADAS À ATIVIDADE RURAL 
Consideram-se benfeitorias úteis e necessárias destinadas à atividade rural, a 
serem excluídas no cômputo da área aproveitável do imóvel rural, as áreas ocupadas que 
contenham instalações que se destinem a aumentar ou facilitar o uso do imóvel rural, 
bem assim a conservá-lo ou evitar que ele se deteriore, como por exemplo: 
- as áreas com casas de moradia, galpões para armazenamento da produção, banheiros 
para gado, valas, silos, currais, açudes e estradas internas e de acesso; 
- as áreas com edificações e instalações destinadas a atividades educacionais, recreativas 
e de assistência à saúde dos trabalhadores rurais e; 
- as áreas com instalações de beneficiamento ou transformação da produção 
agropecuária e de seu armazenamento. 
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As áreas ocupadas por benfeitorias, construções e instalações destinadas ou 
empregadas diretamente na exploração de atividade granjeira ou aqüícola são 
consideradas áreas utilizadas pela atividade rural, não devendo ser excluídas da área 
aproveitável. 
As áreas ocupadas com outros tipos de benfeitorias devem ser consideradas pelo 
contribuinte como área aproveitável não utilizada com a atividade rural. 
 
6.7 ÁREA APROVEITÁVEL 
 Para aferir o grau de utilização do imóvel na atividade rural, variável 
indispensável à determinação de alíquota aplicável ao cálculo do ITR, é necessário 
conhecer a área aproveitável do imóvel rural. 
 Esta corresponde à diferença entre a área tributável do imóvel e a área ocupada 
com benfeitorias úteis e necessárias destinadas à atividade rural. A área aproveitável 
divide-se em áreas utilizada e não-utilizada. É o que veremos a seguir. 
 
6.8 ÁREA UTILIZADA PELA ATIVIDADE RURAL 
 A área utilizada pela atividade rural é um dos componentes do cálculo do grau 
de utilizaçãodo imóvel rural nesta atividade. Convém destacar que, quanto maior é a 
área utilizada, menor é a alíquota de ITR incidente sobre o imóvel rural. 
 Noutro dizer, a progressividade do ITR é inversamente proporcional a esta área 
utilizada do imóvel rural a ser apurada no lançamento. 
 A distribuição da área utilizada deve se referir ao período de 01/01 a 31/12 do 
ano-calendário anterior ao da ocorrência do fato gerador. No caso de aquisição de área 
após a data da ocorrência do fato gerador até a efetiva entrega da declaração, os dados 
de utilização da área adquirida devem ser informados pelo adquirente, se esta ainda não 
houver sido declarada pelo alienante, expressando sua ocupação durante o ano anterior 
ao da ocorrência do fato gerador. 
 Deve ser considerada como área utilizada na atividade rural aquela explorada 
por contrato de arrendamento, comodato ou parceria. A área oficialmente destinada à 
atividade de pesquisa e experimentação, que objetive o avanço tecnológico da 
agricultura, deve ser considerada área utilizada, de acordo com a destinação que lhe 
tenha sido dada. 
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 A área relativa a projeto técnico aprovado, nos termos do art. 7º da Lei 8629/93, 
visando a prevenir a desapropriação para fins de reforma agrária, deve ser considerada 
área utilizada também, de acordo com a destinação que lhe tenha sido dada. 
 O cumprimento das etapas de implantação do projeto deve ser reconhecido 
anualmente pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). 
 Para que as áreas objeto de implantação do projeto técnico sejam consideradas 
como utilizadas, deve ter sido: 
 - elaborado por profissional legalmente habilitado e identificado; 
 - objeto de cronograma físico-financeiro cumprido como originalmente previsto; 
 - previsto que no mínimo 80% da área total aproveitável do imóvel esteja 
utilizada pela atividade rural em, no máximo, 3 anos para as culturas temporárias, e 5 
para as permanentes, sendo que: 
 * estes prazos podem ser prorrogados em até 50%, desde que o projeto receba, 
anualmente, a aprovação do órgão competente e; 
 * no caso de utilização de 80% da área aproveitável do imóvel, dentro dos 
prazos previstos, considera-se efetivamente utilizada a área total do projeto técnico, não 
se aplicando, neste caso, para a área de pastagem, os índices de lotação por zona de 
pecuária, conforme se verá adiante. 
 - aprovado pelo órgão federal competente até 31/12 do ano anterior ao da 
ocorrência do fato gerador do ITR. 
 Uma vez encerrado o prazo de implantação de projeto técnico, as áreas devem 
ser declaradas conforme sua utilização no ano anterior. As áreas informadas como 
utilizadas estão sujeitas a comprovação em procedimento fiscal. 
 
6.9 ÁREA PLANTADA COM PRODUTOS VEGETAIS/ÁREA EM DESCANSO 
 Área plantada com produtos vegetais é a porção do imóvel explorada com 
culturas temporárias ou permanentes, inclusive com reflorestamentos de essências 
exóticas ou nativas, destinadas a consumo próprio ou comércio, bem como a plantada 
com forrageira de corte destinada à alimentação de animais de outro imóvel rural, do 
mesmo contribuinte ou não, sendo a forrageira de corte comercializada ou não. A 
plantação é considerada no momento do plantio da semente ou da muda. 
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O fato de a semente ou de a muda não terem se desenvolvido não significa que a 
área não tenha sido efetivamente utilizada, pois a frustração de safra independe do 
estágio de desenvolvimento da cultura. 
No caso de mais de um cultivo no ano, com um ou mais produtos, na mesma 
área, considera-se efetivamente utilizada a maior área cultivada no ano considerado. 
Área de reflorestamento com essências nativas é aquela plantada com espécies 
florestais que, comprovadamente, são originárias da mesma região fitogeográfica em 
que se localiza o imóvel rural, como por exemplo a espécie florestal araucária (pinheiro 
brasileiro), cuja região fitogeográfica é o sul do Brasil, quando utilizada no 
reflorestamento do imóvel rural situado nesta região. 
Área de reflorestamento com essências exóticas é aquela plantada com espécies 
florestais região fitogeográfica diversa daquela em que se localiza o imóvel rural, como 
por exemplo a espécie florestal mogno, cuja região fitogeográfica é o norte do Brasil 
(considerada espécie nativa nesta região), quando utilizada no reflorestamento do 
imóvel rural situado no sul do País. 
As matas e florestas nativas, ou seja, aquelas não plantadas pelo homem, quando 
exploradas, devem ser consideradas como área objeto de exploração extrativa, conforme 
veremos adiante. 
Havendo áreas de imóvel exploradas por contrato de arrendamento, comodato ou 
parceria, o contribuinte poderá se valer dos dados sobre a área utilizada e respectiva 
produção, fornecidos pelo arrendatário, comodatário ou parceiro, conforme a efetiva 
utilização da área no ano anterior ao da ocorrência do FG do ITR. 
Também é considerada área utilizada a destinada a descanso ou recuperação do 
solo sendo, entretanto, imprescindível a existência de laudo técnico em que conste 
expressamente recomendação para que aquela área específica seja mantida em 
descanso, ou submetida a processo de recuperação. Não existindo tal recomendação, 
qualquer área aproveitável do imóvel mantida em descanso, ou submetido a processo de 
recuperação, será considerada área não-utilizada. 
 
6.10 ÁREA DE PASTAGEM 
Área servida de pastagem é aquela ocupada por pastos naturais, melhorados, 
plantados ou em formação, e por forrageiras de corte – tais como o capim-elefante e a 
cana-forrageira – que tenham, efetivamente, sido utilizadas para alimentação de animais 
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de grande e médio porte, observado, quando obrigatório, o índice de lotação por zona de 
pecuária, em função da localização e da área do imóvel. 
Sendo obrigatória a utilização do índice de lotação por zona de pecuária, 
considera-se área servida de pastagem a menor entre a efetivamente utilizada pelo 
contribuinte, e a obtida pelo quociente entre a quantidade de cabeças do rebanho 
ajustadas e o referido índice. 
 Também se considera área servida de pastagem aquela ocupada por forrageiras 
de corte, se está é efetivamente utilizada para alimentação de animais da mesma 
propriedade em que é plantada. 
 Se a produção de forrageiras de corte é efetivamente utilizada para alimentação 
de animais de outra propriedade rural, do mesmo contribuinte ou não, sendo a forrageira 
de corte comercializada ou não, a área em que é plantada deve ser considerada como 
‘área plantada com produtos vegetais’, conforme visto em 6.9. Também é considerada 
área utilizada aquela ocupada por pastagens ainda em formação. 
 
6.11 QUANTIDADE DE REBANHO AJUSTADA 
 A quantidade de rebanho ajustada é obtida pela soma da quantidade média de 
cabeças de animais de grande porte e da quarta parte da quantidade média de cabeças de 
animais de médio porte existentes no imóvel rural. 
 Para obter esta soma, o contribuinte deve proceder da seguinte forma: 
 - inicialmente,classificar e contar os animais do rebanho em 2 categorias,a saber: 
* os de grande porte, ou seja, o rebanho bovino, bufalino, eqüino, asinino e muar, de 
qualquer idade e sexo e; 
 
* os de pequeno porte, ou seja, o rebanho ovino, e caprino, de qualquer idade e sexo. 
 - posteriormente, determinar o número médio de cabeças de animais por 
categoria (média anual por categoria), correspondente ao somatório do número de 
cabeças existentes a cada mês do ano, por categoria, dividido sempre por 12, 
independentemente do número de meses em que tenham existido animais no imóvel e; 
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 - finalmente, determinar o número ou quantidade de cabeças ajustadas por 
categoria, da seguinte forma: 
* em relação aos animais de grande porte, o número ou quantidade de cabeças ajustadas 
é o resultado da multiplicação do número médio de cabeças de animais da categoria de 
grande porte pelo fator 1,0 e; 
* em relação aos animais de pequeno porte, o número ou quantidade de cabeças 
ajustadas é o resultado da multiplicação do número médio de cabeças de animais da 
categoria de pequeno porte pelo fator 0,25. 
 
6.12 ÍNDICE DE LOTAÇÃO POR ZONA DE PECUÁRIA 
 
O índice de lotação por zona de pecuária corresponde à quantidade média do 
rebanho dividida pela área necessária para sua alimentação (pasto, capineira, silagem ou 
feno) em determinada região do País. É a relação entre a quantidade média do rebanho e 
a área necessária para sua alimentação. 
 Portanto, referido índice serve para medir a eficiência na exploração da atividade 
pecuária, permitindo estabelecer o número mínimo de cabeças que deve ser mantido em 
determinada área a fim de que ela não seja considerada subutilizada. O índice, por este 
motivo, varia significativamente conforme as características da região a que se refere 
(características climáticas, do solo e outros). 
 Assim é que, em um imóvel rural cujo índice de lotação seja de 1,20, para cada 
hectare de área o produtor tem possibilidade de alimentar 1,20 animal durante o ano. 
 Se o produtor possui um rebanho médio de 1.200 (mil e duzentos) animais, 
necessita de 1000 há (hectares) para alimentá-lo. Caso o produtor declare que utiliza 
2000 ha, pode-se concluir que esta área está sendo subutilizada, ou seja, o rebanho 
médio mantido naquela área de 2000 hectares é muito menor do que aquele que a área 
seria capaz de alimentar. 
 Atualmente, são utilizados os índices de lotação por zona de pecuária constantes 
no Anexo I da IN 256/2002 (Tabela de municípios, localização e índices de 
Rendimentos mínimos para pecuária). 
 
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6.12.1 DISPENSA DE APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE LOTAÇÃO 
 
 Deve-se observar que a utilização dos índices de lotação por zona de pecuária 
nem sempre é obrigatória, estando dispensada sua aplicação quanto: 
I) a imóveis rurais com área inferior a: 
- mil hectares, se localizados em municípios compreendidos na Amazônia 
Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 
- quinhentos hectares, se localizados em municípios compreendidos no Polígono 
das Secas ou na Amazônia Oriental; 
- duzentos hectares, se localizados em qualquer outro município. 
II) às áreas ocupadas por pastagens em formação e; 
III) A área relativa a projeto técnico aprovado por órgão federal competente até 31/12 
do ano anterior ao da ocorrência do fato gerador, nos termos do art. 7º da Lei 8629/93, 
prevendo que no mínimo 80% da área total aproveitável do imóvel esteja utilizada pela 
atividade rural, visando a prevenir a desapropriação para fins de reforma agrária, 
devendo o cumprimento das etapas de implantação do projeto ser reconhecido 
anualmente pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra). 
 Isto posto, estando a área dispensada da aplicação de índices, considera-
se área servida de pastagem a área efetivamente utilizada pelo contribuinte para 
tais fins. 
 
6.13 ÁREA DE EXPLORAÇÃO EXTRATIVA 
 
 Área objeto de exploração extrativa é aquela que tenha servido para a atividade 
de extração e coleta de produtos vegetais nativos, não plantados, inclusive a exploração 
madeireira de florestas nativas, observadas a legislação ambiental e, quando obrigatório, 
o índice de rendimento por produto, em função da localização do imóvel. 
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 Sendo obrigatória a utilização do índice de rendimento por produto, considera-se 
área objeto de exploração extrativa a menor entre o somatório das áreas utilizadas pelo 
contribuinte com cada produto da atividade extrativa, e o somatório dos quocientes 
entre a quantidade extraída de cada produto e o respectivo índice de rendimento. 
 A área ocupada com florestas plantadas deve ser considerada como área plantada 
com produtos vegetais, como já visto em 6.9. 
6.14 ÍNDICE DE RENDIMENTO POR PRODUTO 
  O índice de rendimento por produto corresponde à quantidade mínima que deve 
ser colhida na área utilizada com a atividade de exploração extrativa de um determinado 
produto, ou seja, expressa a quantidade de produto que potencialmente pode ser extraída 
de uma determinada área objeto de exploração extrativa. O índice em comento 
permite definir a quantidade mínima de produto que deve ser obtida de determinada 
área objeto de exploração extrativa, sob pena de, produzindo quantidade inferior a esta, 
a área ser considerada subutilizada, posto que sua produção extrativa potencial seria, 
para aquele produto, superior à que está sendo efetivamente obtida. 
Tal índice serve, portanto, para medir a eficiência na exploração da atividade 
extrativa. Assim é que, em um imóvel rural onde um produtor declara que extrai a 
Castanha-do-Pará em 1000 hectares, cujo índice de rendimento mínimo é de 5 kg para 
cada hectare de área, é esperada a produção de 5000 kg durante o ano. 
Se o produtor produziu apenas 3000 kg , pode-se concluir que está área está 
sendo subutilizada, pois seriam necessários apenas 600 hectares para se obter esta 
produção, que foi muito menor do que aquela área seria capaz de produzir. 
Atualmente, são utilizados os índices de rendimento por produto constantes no 
Anexo II da IN 256/2002 (Tabela de índices de Rendimentos mínimos para produtos 
extrativos vegetais e florestais). 
 
6.14.1 DISPENSA DE APLICAÇÃO DO ÍNDICE DE RENDIMENTO 
POR PRODUTO 
Deve-se observar que a utilização dos índices de rendimento por produto nem 
sempre é obrigatória em todas as situações de exploração de atividade extrativa, estando 
dispensada sua aplicação quanto: 
I) a imóveis rurais com área inferior a: 
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- mil hectares, se localizados em municípios compreendidos na Amazônia 
Ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; 
- quinhentos hectares, se localizados em municípios compreendidos no Polígono 
das Secas ou na Amazônia Oriental; 
- duzentos hectares, se localizados em qualquer outro município. 
II) A áreas de imóvel rural exploradas mediante plano de manejo sustentado, desde que 
relativo a projeto técnico aprovado pelo IBAMA até 31/12 do ano anterior ao da 
ocorrência do fato gerador do ITR, sendo o cumprimento das etapas de implantação do 
projeto responsabilidade do contribuinte. 
Inexistência de índice de rendimento: quando não houver índice de 
rendimento para determinado produto vegetal ou florestal extrativo, considera-se área 
de exploração extrativa, para fins de cálculo de grau de utilização (GU), a área 
efetivamente utilizada pelo contribuinte na sua exploração. 
 
6.15 ÁREA DE ATIVIDADE GRANJEIRA OU AQÜICOLA 
 
São consideradas áreas utilizadas para a exploração de atividade granjeira ou 
aqüícola as ocupadas com benfeitorias, construções e instalações destinadas ou 
empregadas na criação, dentre outros, de suínos, coelhos, bichos-da-seda, abelhas, aves, 
peixes, crustáceos, répteis e anfíbios. No caso da criação de avestruzes ou emas, além da 
área de benfeitorias, também pode ser enquadrada como utilizada pela atividade rural a 
totalidade da área efetivamente utilizada para a criação destes animais. 
 Na apicultura, somente a área ocupada com as benfeitorias úteis e necessárias 
destinadas à exploração da atividade, como por exemplo o barracão paraprocessamento 
do mel, é considerada área utilizada pela atividade rural. 
 
6.16 ÁREA DE FRUSTRAÇÃO (OU QUEBRA) DE SAFRA OU DESTRUIÇÃO 
DE PASTAGEM POR CALAMIDADE PÚBLICA 
 
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 Considera-se utilizada a porção da área aproveitável do imóvel rural que esteja 
comprovadamente situada em área de ocorrência de calamidade pública decretada pelo 
Poder Público local, e reconhecida pelo Governo Federal, da qual tenha resultado 
frustração de safra ou destruição de pastagem. 
 A decretação do estado de calamidade pública advém dos danos verificados em 
decorrência de evento adverso de grande magnitude. Quando um Município é atingido 
por evento adverso de grande magnitude – por exemplo, uma prolongada estiagem, 
inundação, granizo, vendaval, abalo sísmico e outros –, dependendo da intensidade ou 
gravidade dos danos, o Prefeito pode decretar situação de emergência ou estado de 
calamidade pública. 
 O estado de calamidade pública difere da situação de emergência, pois enquanto 
nesta os danos causados pelo evento adverso são importantes e os prejuízos vultosos, 
mas suportáveis e superáveis pela comunidade afetada, naquele os danos provocados 
pelo evento adverso devem ser excepcionais. 
 Para fins de apuração do ITR, o estado de calamidade pública deve ter sido 
decretado pelo Prefeito no ano anterior ao da ocorrência do fato gerador. 
 O imóvel atingido pelo evento motivador da decretação do estado de calamidade 
está obrigado à apuração do ITR, uma vez que a ocorrência desta não implica dispensa 
do pagamento do imposto. Com o reconhecimento do estado de calamidade pública pelo 
Poder Público Federal, as áreas do imóvel atingidas pela calamidade, desde que dela 
tenha resultado frustração de safras ou destruição de pastagens, podem ser consideradas 
como utilizadas pela atividade rural, para fins de cálculo do grau de utilização. 
 As áreas aproveitáveis do imóvel rural que não se incluam na área reconhecida 
como objeto de calamidade, e as áreas em que não tenha havido destruição de pastagens 
ou frustração de safras (seja porque eram áreas inexploradas, seja por haverem as 
culturas ou pastagens resistido às intempéries) devem ser declaradas conforme sua 
efetiva utilização. 
 
6.17 ÁREA NÃO-UTILIZADA PELA ATIVIDADE RURAL 
 
Considera-se área não utilizada pela atividade rural a correspondente à soma das 
parcelas da área aproveitável do imóvel que, no ano anterior ao de ocorrência do fato 
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gerador do ITR, não tenham sido objeto de qualquer exploração ou tenham sido 
utilizadas para fins diversos da atividade rural, tais como: 
- áreas ocupadas por benfeitorias não abrangidas no conceito de 
benfeitorias úteis ou necessárias; 
- áreas ocupadas por jazidas ou minas, exploradas ou não; 
- áreas imprestáveis para a atividade rural, não declaradas de interesse 
ecológico por ato do órgão competente; 
- a área correspondente à diferença entre as áreas declaradas como 
 
servidas de pastagem e as áreas consideradas como servidas de pastagem 
para fins de cálculo do grau de utilização do imóvel rural; 
- a área correspondente à diferença entre as áreas declaradas de 
exploração extrativa e as áreas consideradas como de exploração 
extrativa para fins de cálculo do grau de utilização do imóvel rural e; 
- outras que não possam ser enquadradas nas hipóteses anteriores, mas 
que da mesma forma não tenham sido utilizadas na atividade rural. 
As áreas adquiridas após 1º de janeiro do ano de ocorrência do fato de gerador 
do ITR até a data da efetiva entrega da respectiva DITR, quando não utilizadas na 
atividade rural no ano anterior ao de ocorrência do fato gerador do ITR, devem ser 
assim informadas pelo adquirente, caso ainda não hajam sido declaradas pelo alienante. 
 
6.18 GRAU DE UTILIZAÇÃO 
 
Grau de utilização é a relação percentual entre a área efetivamente utilizada pela 
atividade rural e a área aproveitável do imóvel rural, conforme as regras estudadas 
anteriormente. Conforme já foi visto, o grau de utilização constitui, juntamente com a 
área total do imóvel rural, critério para a determinação da alíquota do ITR. 
 
7. ALÍQUOTAS APLICÁVEIS 
 
A alíquota a ser utilizada para cálculo do ITR é estabelecida para cada imóvel 
rural, com base em sua área total e no respectivo grau de utilização, conforme a tabela 
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seguinte (resumindo, será a resultante do cruzamento da linha correspondente à faixa de 
sua área total com a coluna correspondente ao GU): 
TABELA DE ALÍQUOTAS (Art.11) 
Área total do imóvel 
(em hectares) GRAU DE UTILIZAÇÃO - GU (EM %) 
 Maior que 80 Maior que 65 até 80 
Maior que 
50 até 65 
Maior que 30 
até 50 Até 30 
Até 50 0,03 0,20 0,40 0,70 1,00 
Maior que 50 até 200 0,07 0,40 0,80 1,40 2,00 
Maior que 200 até 500 0,10 0,60 1,30 2,30 3,30 
Maior que 500 até 1.000 0,15 0,85 1,90 3,30 4,70 
Maior que 1.000 até 
5.000 0,30 1,60 3,40 6,00 8,60 
Acima de 5.000 0,45 3,00 6,40 12,00 20,00 
 
Já o valor do imposto a ser pago é obtido mediante a multiplicação do VTNT 
pela alíquota correspondente – conforme veremos adiante –, considerados a área total e 
o grau de utilização do imóvel rural. 
Na hipótese de inexistir área aproveitável após a exclusão das áreas não 
tributáveis e das áreas ocupadas com benfeitorias úteis e necessárias, devem ser 
aplicadas as alíquotas correspondentes aos imóveis rurais com grau de utilização 
superior a oitenta por cento, observada a área total do imóvel. 
 
 
7.1 VALOR DA TERRA NUA 
 
Para fins de cálculo do ITR, terra nua é o imóvel por natureza ou acessão 
natural, compreendendo o solo com sua superfície e a respectiva mata nativa, floresta e 
pastagem naturais. 
Assim, Valor da Terra Nua (VTN) é o valor de mercado do solo com sua 
superfície, bem assim das florestas naturais, das matas nativas e das pastagens naturais 
que integram o imóvel rural. Não integram o VTN os valores de mercado relativos a: 
- construções, instalações e benfeitorias; 
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- culturas permanentes e temporárias; 
- pastagens cultivadas e melhoradas; 
- florestas plantadas. 
Incluem-se no conceito de construções, instalações e benfeitorias, para efeito de 
exclusão do VTN, os prédios, depósitos, galpões, casas de trabalhadores, estábulos, 
currais, mangueiras, aviários, pocilgas e outras instalações para abrigo ou tratamento de 
animais, terreiros e similares para secagem de produtos agrícolas; eletricidade rural; 
colocação de água subterrânea, abastecimento ou distribuição de águas; barragens, 
represas, tanques, cercas; e ainda, as benfeitorias não relacionadas com a atividade rural. 
O Valor da Terra Nua Tributável (VTNT) é obtido mediante a multiplicação do 
VTN pelo quociente entre a área tributável, conforme definida pelas regras de 
anteriormente, e a área total do imóvel rural. 
O VTN refletirá o preço de mercado de terras, apurado em 1º de janeiro do ano 
de ocorrência do fato gerador do ITR, e será considerado auto-avaliação da terra nua a 
preço de mercado. 
Por oportuno convém ressaltar que, caso o imóvel seja desapropriado para fins 
de reforma agrária, o VTN a ser considerado para depósito judicial não poderá ser 
superior ao VTN declarado pelo contribuinte. 
 
7.2 VALOR DA TERRA NUA TRIBUTÁVEL - VTNT 
 
Feitas todas estas considerações, concluímos que o Valor da Terra Nua 
Tributável (VTNT) será obtido mediante a multiplicação do VTN pelo quociente entre a 
área tributável e a área total do imóvel. 
 
 
8. IMPOSTO DEVIDO: O valor do ITR a ser pago é obtido mediante a multiplicaçãodo VTNT pela alíquota correspondente, considerados a área total e o GU do imóvel 
rural. Só para ‘rememberar’, em nenhuma hipótese o valor do imposto devido será 
inferior a R$ 10,00 (dez reais). 
 
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9. PAGAMENTO DO IMPOSTO: O pagamento do imposto deve ser efetuado nas 
agências bancárias integrantes da rede arrecadadora de receitas federais (em suma, os 
bancos credenciados) mediante a apresentação do correspondente Documento de 
Arrecadação de Receitas Federais- Darf. 
 
9.1 PAGAMENTO EM QUOTAS 
 
 O valor do ITR devido pode ser pago pelo sujeito passivo em até quatro quotas 
iguais, mensais e sucessivas, desde que o valor de cada uma não seja inferior a R$ 50,00 
(cinqüenta reais). 
Se o ITR for inferior a R$ 100,00, deve ser pago de uma só vez, e em quota única. O 
pagamento da 1ª quota ou da quota única deve ser efetuado até o término do prazo 
fixado para a entrega da respectiva DITR, para que não haja acréscimo de juros. 
 A segunda quota, que deve ser paga até o último dia útil do mês seguinte ao do 
término do prazo fixado para a entrega da respectiva DITR, tem acréscimo moratório de 
juros de 1%. O valor das demais quotas deve ser acrescido de juros equivalentes à taxa 
SELIC para títulos federais, acumulada mensalmente, e calculados a partir do mês 
seguinte ao do término fixado para a entrega da respectiva DITR, até o mês anterior ao 
do pagamento, e de 1% de juros no mês do pagamento. 
 A taxa SELIC é pós-fixada, sendo conhecida somente no primeiro dia útil do 
mês seguinte. É facultado ao contribuinte antecipar, total ou parcialmente, o pagamento 
do imposto ou das quotas. 
 
 
 
9.2 PAGAMENTO COM TÍTULO DA DÍVIDA AGRÁRIA 
É facultado ao sujeito passivo o pagamento de até cinqüenta por cento do valor 
original do ITR com Títulos da Dívida Agrária (TDA); entretanto, somente pode ser 
utilizado TDA do tipo escritural, ou seja, custodiado por uma instituição financeira. 
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Caso o contribuinte seja detentor de uma TDA do tipo cartular, e deseje utilizá-
lo para quitação do ITR, deve proceder à custódia do mesmo em uma instituição 
financeira. O TDA do tipo cartular que não tenha esta custódia não é aceito para 
fins de pagamento do ITR. 
 
9.3 PAGAMENTO COM ATRASO 
 
 A falta ou insuficiência de pagamento do imposto, no prazo fixado, sujeita o 
contribuinte ao pagamento do valor que deixou de ser pago, acrescido de: 
- multa de mora calculada à taxa de 0,33% (trinta e três centésimos por cento), 
por dia de atraso, não podendo ultrapassar a vinte por cento, calculada a partir do 
primeiro dia útil subseqüente ao do vencimento do prazo previsto para 
pagamento do imposto até o dia em que ocorrer o seu pagamento; 
- juros de mora equivalentes à taxa referencial Selic para títulos federais, 
acumulada mensalmente, calculados a partir do primeiro dia do mês subseqüente 
ao vencimento do prazo para pagamento até o mês anterior ao do pagamento, e 
de 1% (um por cento) no mês do efetivo pagamento. 
 
9.4 NÃO-COMPROVAÇÃO DO PAGAMENTO DO ITR- CONSEQÜÊNCIAS 
DA OMISSÃO 
 Segundo dispõe a lei 9393/96, em seus artigos 20 e 21, a não-comprovação do 
pagamento do ITR devido nos últimos 5 exercícios, ressalvados os casos em que a 
exigibilidade deste imposto esteja suspensa ou em curso de cobrança executiva em que 
tenha sido efetivada a penhora impossibilitará: 
 - a prática de quaisquer atos que envolvam registro ou averbação do imóvel rural 
no Registro Geral de Imóveis (RGI) e; 
 - a concessão de incentivos fiscais e de crédito rural, bem como a constituição 
das respectivas contrapartidas ou garantias, relativas ao imóvel rural objeto do 
financiamento. 
10. PROCEDIMENTO DE OFÍCIO: Na falta de entrega da DITR, subavaliação ou 
prestação de informações inexatas, incorretas ou fraudulentas, a RFB providenciará à 
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determinação e ao lançamento de ofício do imposto, considerando informações sobre 
preços de terras, constantes em sistema por ela instituído, e os demais dados apurados 
em procedimentos especiais de fiscalização. 
 
E SEGUEM AS 10 MAIS SOBRE O ITR 
01- Não se esqueçam: O arrendatário, o comodatário e o parceiro não são considerados 
contribuintes do ITR, pois não tem a posse plena do imóvel rural. 
02- Como conseqüência, não são obrigados a apresentar DITR. 
03- A DITR se subdivide em duas partes: o Documento de Informação e Atualização 
Cadastral do ITR, e pelo Documento de Informação e Apuração do ITR (conhecidas, 
respectivamente, pelas siglas DIAC e DIAT são, por assim dizer, duas faces da mesma 
moeda, conforme as características do imóvel rural). 
04- O ITR é considerado um imposto progressivo, e a progressividade do ITR é 
inversamente proporcional a esta área utilizada do imóvel rural a ser apurada no 
lançamento (quanto maior esta área utilizada, menor é o imposto). 
05- Dentro da finalidade de se obter o uso racional da terra, o ITR leva em 
consideração, na sua base de cálculo, a área efetivamente utilizada ou, em sendo o caso, 
define esta área por ficção legal. 
06- Sujeita-se à incidência do imposto a pequena gleba rural que tenha área explorada 
por contrato de arrendamento, comodato ou parceria, não havendo direito a isenção ou 
imunidade tributárias. 
07- O fato gerador do ITR é do tipo contínuo ou complexivo. Não podemos perder de 
vista que uma coisa é o prazo de entrega da DITR (do início de agosto ao fim de 
setembro); outra coisa é o fato gerador propriamente dito, que se encerra em 32/12 do 
ano-calendário anterior ao da entrega da declaração. 
08- As alíquotas do ITR levam em consideração a área do imóvel, combinada com o seu 
grau de utilização, e variam entre 0,03 e 20%, não podendo gerar um valor de imposto a 
pagar inferior a R$ 10,00 (dez reais). 
09- Ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) cabe o 
reconhecimento do cumprimento das etapas de implantação de projetos técnicos por ela 
aprovados, nos termos do art. 7º da Lei 8629/93, que visem a prevenir a desapropriação 
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para fins de reforma agrária e, subsidiariamente, munir os órgãos estaduais, onde 
houver,em seus trabalhos de agrimensura(cotação de preço de terra nua em áreas rurais). 
10- Segundo inovação constitucional, existe a possibilidade de, mediante convênio, a 
União delegar as atividades de fiscalização e cobrança de ITR, atendidas a algumas 
condições de ordem técnica, definidas em regulamento, desde que isto não represente 
renúncia fiscal da parte do convenente. Consequentemente, as atividades de arrecadação 
e tributação continuam, sob qualquer hipótese, sendo competência privativa da União. 
 
 E vamos à última dica da semana... espero que gostem. 
 SEGUEM AS 10 MAIS DE TODO ESTE CURSO! 
01- Parte geral: o candidato deve estar afiado nos princípios constitucionais, bem como 
convém estar por dentro dos artigos que versam sobre contribuições previdenciárias, 
que tendem a ser correntes em questões de concursos ultimamente. 
02- Sobre IPI: considerando a ‘decoreba’ que toma conta do tipo de questão cobrada 
sobre este imposto, a leitura do RIPI é mais do que suficiente, OK? 
03- Sobre IRPF: é de grande valia ler a IN mais recente – no momento a 918/09 – visto 
que as questões que envolvam cálculo podem tirar informações dali, bem como estar 
por dentro da tabela progressiva. Uma leitura da lei 9250/95 e atualizações ajuda 
bastante nestas horas. 
04- Sobre IRRF: não devem cobrar muita coisa mais do que tabela progressiva, carnê-
leão e simulação de salário sem retenção, tópicoscontidos nos de IRPF. 
05- Sobre IOF: uma passada de olho no regulamento (decreto 6306/06) já seria 
suficiente, ou então ler o nosso módulo, no que concerne ao assunto, a fim de ter um 
panorama geral do tributo. 
06- Sobre IRPJ: Então, na boa, dêem um crédito de confiança a este missivista que vos 
fala, e ‘caiam dentro’ do módulo que preparei que, se não for o melhor possível, aborda 
de forma bastante eficiente tudo aquilo que precisam saber sobre o imposto, inclusive 
em nível de curso de formação, se querem saber. Mas se eu não merecer tanta 
confiança, então leiam a lei 9249/95 e alterações posteriores. 
07- Sobre CSLL: como ele segue a mesma sistemática de tributação do IRPJ, talvez seja 
mais do que suficiente saber que a base de cálculo se bifurca entre regime de lucro real 
ou de lucro presumido/arbitrado, e que a alíquota aplicável será de 9%. 
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08- Sobre Simples Nacional: ler a lei 123/06 já seria mais do que suficiente, mas quem 
tiver fôlego pode ler a vontade as Resoluções CGSN, dentro do roteiro que preparei no 
módulo específico que abordou o assunto. 
09- Sobre Contribuições administradas pela RFB: este daí não tem jeito, é muita leitura 
e decoreba mesmo... Mas façam um esforço de guerra em ler e entender as leis 9718/98 
(regime cumulativo), 10637/02 (PIS/Pasep não-cumulativo) e 10833/03 (Cofins não-
cumulativo); ah, e se der, leis 10336/01 (CIDE/Combustíveis) e 10168/2000 (CIDE/ 
investimentos). 
10- Sobre ITR: as leituras dos excertos legais citados no início deste trabalho são mais 
do que suficientes, não leiam mais do que isso, dificilmente cobrarão em prova além do 
que vimos aqui. 
 
 
Dica de ouro para o candidato: 
 A nossa dica está relacionada à fé. Isto mesmo, fé. E não troquem de estação, 
não se trata de homilia, isto tem mais a ver com o concurso que irão fazer do que 
possam pensar. 
 Há muitas definições para o que seja fé. E tentamos fazê-la presente nos 
momentos mais importantes de nossas vidas, seja para fazer uma aposta lotérica, seja 
para se livra de uma situação difícil, até mesmo de doenças ou acidentes. 
 Seja como for, que não percamos de vista que ela é firme fundamento de todas 
as coisas, inclusive de nossas mais sublimes realizações. 
 Então, senhor candidato, senhora candidata, que desde hoje nos exercitemos 
nela, e façamos o exercício de aprender a cultivá-la. Não quero dizer com isso que, 
daqui por diante, sejamos tão dependentes dela que não façamos mais coisa alguma para 
obter êxito. 
Para melhor entendermos isso: já tentaram comer algum alimento sem sal? 
Dependendo do que seja, fica horrível, não é mesmo? Assim é fazermos as coisas sem 
fé, a sensação que fica é a de estar faltando algo. Agora não falta mais. 
Tenham fé, que muito em breve não ficaremos na troca de textos, mas 
efetivamente seremos colegas. É o que espero, de coração! Vitória para todos vocês! 
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 E agora vamos aos exercícios! 
 Conforme verão ao longo da resolução, são questões meramente conceituais, em 
sua maior parte, pois não se costuma exigir este assunto com muita profundidade. 
 Pelo sim, pelo não, este módulo foi elaborado para enfrentar grau maior de 
exigência, de maneira que a assimilação do conteúdo os deixarão, no mínimo, bem 
calçados em termos de conhecimentos sobre ITR. E vamos em frente! 
 
 
 
 
 
 
AFRF 2002 E 2002/2 – QUESTÕES ADAPTADAS 
 
01- Avalie as afirmações abaixo e marque a opção que corresponda, na devida ordem, 
ao acerto ou erro de cada uma (V ou F, respectivamente). 
 
 
1 - Sobre o imóvel declarado de interesse social para fins de reforma agrária deixa ipso 
facto de incidir o imposto territorial rural (ITR). 
 
2 - Um imóvel de 100 hectares, localizado na Amazônia Ocidental, é considerado 
“pequena gleba rural” para fins de não-incidência (imunidade) do ITR, se presentes as 
demais condições. 
 
3 - Competem ao INCRA as atividades de arrecadação, tributação e fiscalização do ITR. 
 
 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) F, V, F 
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d) F, F, F 
e) F, F, V 
 
 
02- Avalie a correção das afirmações abaixo. Atribua V para as verdadeiras e F para as 
falsas. Em seguida, marque a opção que contenha tais letras na seqüência correta. 
 
 
1- Relativamente ao imposto territorial rural notificado a apenas um dos condôminos, o 
outro condômino está excluído de qualquer responsabilidade. 
 
 
2- A solidariedade tributária, segundo os princípios gerais vigentes em nosso direito, 
não se presume, pois tem de estar prevista em lei, inclusive para cobrança de ITR. 
 
 
3- Normalmente, quando há solidariedade tributária e um dos devedores é perdoado por 
lei, a dívida se reparte pelos demais, que respondem pela totalidade. 
 
 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) F, F, F 
e) F, V, F 
 
 
 
 
03- 
• As sociedades sem personalidade jurídica, que explorem atividades rurais, quando 
demandadas, poderão opor ao fisco a inexistência de sua constituição formal, sobretudo 
para fugir da cobrança de ITR? 
 
• De acordo com a lei que dispõe sobre o ITR, o domicílio tributário do contribuinte 
será o município de localização do imóvel, vedada a eleição de qualquer outro? 
 
• Isto quer dizer que, caso um contribuinte de ITR realize a escolha de município 
diverso do da localização do imóvel, poderá ser considerada pela autoridade 
fiscalizadora como sem domicílio fiscal? 
a) Não, Sim, Não 
b) Sim, Sim, Não 
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c) Sim, Não, Sim 
d) Não, Não, Não 
e) Sim, Sim, Sim. 
 
04- 
• O imposto territorial rural incidente sobre um imóvel, em cujo título aquisitivo conste 
ter sido quitado, sub-roga-se na pessoa do respectivo adquirente? 
 
• Neste caso, o tabelião em cujas notas foi feita a escritura responde pelo imposto? 
 
• A incorporação de uma propriedade rural por outra, com relação a débitos de ITR, 
extingue as obrigações da incorporada? 
a) Sim, Sim, Sim 
b) Sim, Sim, Não 
c) Sim, Não, Sim 
d) Não, Não, Não 
e) Não, Sim, Não 
05- Relativamente ao Imposto Territorial Rural (ITR), avalie o acerto das afirmações, e 
marque com V as verdadeiras e com F as falsas; em seguida, marque a opção correta. 
 
( ) Como regra, o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social para 
fins de reforma agrária. 
 
( ) Segundo a interpretação legal, imóvel rural de área inferior a 30 hectares, 
independentemente do local onde se encontre, é considerada pequena propriedade, 
imune ao imposto. 
 
( ) O “posseiro” do imóvel é estranho à relação jurídica relativa ao ITR, pois o 
contribuinte do imposto é o titular do domínio útil ou o proprietário. 
a) V, V, V 
b) V, V, F 
c) V, F, F 
d) F, F, F 
e) F, V, F 
 
GABARITO: 01 – C; 02 – D; 03 – A; 04 – E; 05 - B. 
GABARITO COMENTADO DAS QUESTÕES: 
 
01 – C – vamos ver a veracidade de cada uma delas: 
 
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1 – F – Como regra, o ITR incide inclusive sobre o imóvel declarado de interesse social 
para fins de reforma agrária, na dicção do §1º do art. 1º da lei 9393/96. 
 
2 – V - Segundo a interpretação legal (art. 2º), imóvel rural que se encontre nesta 
posição geográfica é considerada pequena propriedade, imune ao imposto: 
Art. 2º Nos termos do art. 153, § 4º, in fine, da Constituição, o imposto não incide sobre pequenas glebas 
rurais, quando as explore, só ou com sua família, o proprietário que não possua outro imóvel. 
Parágrafo único. Para os efeitos deste artigo, pequenas glebas rurais são os imóveis com área

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