EBOOK_CONCEPÇÃO ESTRUTURAL E A ARQUITETURA_v2

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A CONCEPÇÃO 
ESTRUTURAL E A 
ARQUITETURA 
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ÍNDICE
Introdução
Concepção estrutural
Pilar – Viga – pilar
Cabo
Arco
Abóboda
Cúpula
Concreto armado
Concepção arquitetônica
Integração entre estrutura e arquitetura
Impacto no orçamento de obras
Conclusão
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Introdução
Quando o ser humano precisou construir a primeira barraca para se proteger
das intempéries, foi necessário que ele enfiasse uma estaca no chão até que
a estrutura ficasse amparada sobre elementos sólidos, que não cederiam com
o vento, chuva ou qualquer outro movimento. Posteriormente, surgiu a
necessidade de construir cada edificação de acordo com as ideias, cultura e
realidade de cada povo e cada um desses elementos levou à criação de
arquiteturas distintas.
Com a mudança da arquitetura de tempos em tempos, faz-se necessário, em
muitos casos, a mudança estrutural. Por vezes, os avanços do conhecimento
sobre estrutura possibilitam o surgimento de novos movimentos
arquitetônicos. As igrejas góticas, por exemplo, só foram possíveis graças a
descoberta dos contrafortes, elementos laterais que sustentavam as naves
das igrejas, desobrigando a construção de torres comuns a estes edifícios.
Em muitos casos, a desconectividade entre estrutura e concepção
arquitetônica ocasiona uma série de problemas para a construção, desde
problemas com a estrutura, falta de segurança, como a perda da identidade
arquitetônica da obra. Imagine por exemplo, a Casa da Cascata — obra mais
famosa do arquiteto americano Frank Lloyd Wright, sem o grande balanço
sobre a cascata, com pilares no local onde se pode ver de forma descortinada
a união entre arquitetura e natureza. Perderia todo o seu charme.
Para abordar sobre a importância destes dois elementos, fizemos este breve
E-book especialmente para você! Aqui abordaremos sobre a concepção
estrutural, definindo e falando sobre a sua importância, a concepção
arquitetônica e a união entre as duas concepções. Por fim, destacaremos o
impacto da integração entre os conceitos no orçamento de obras. Confira!
Casa da Cascata, obra do arquiteto americano Frank
Lloyd Wright.
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Concepção 
estrutural
Concepção estrutural é o estudo que indica qual será a estrutura da
edificação. Isto é, qual o sistema estrutural que será utilizado, quais materiais
comporão esse sistema, como ele será composto. Enfim, toda a estrutura
deve ser dissecada durante esse processo. Posteriormente, cada detalhe da
estrutura será trabalhado de melhor forma. Nesse momento são feitos os
cálculos para saber qual é a melhor forma de fazer com que a estrutura
suporte os esforços impostos pela edificação.
A concepção estrutural pode ser feita tanto por arquitetos como engenheiros.
No Brasil, esta etapa geralmente fica a cargo dos engenheiros, embora os
melhores arquitetos indiquem a concepção estrutural da edificação. Oscar
Niemeyer, por exemplo, não calculava as suas obras, mas fazia a sua
concepção estrutural ao indicar o elemento (concreto armado) e utilizar formas
curvas que muitas vezes facilitavam a estabilidade da edificação, como é no
caso do Edifício Copan, no centro da Cidade de São Paulo.
Uma edificação reta sofre maiores esforços do vento, enquanto uma
edificação curva, como o Copan, resiste melhor aos ventos. Para exemplificar,
pense em uma folha. A única forma de conseguir fazer com que ela fique em
pé em uma mesa é deixando-a curvada. Se você tentar deixá-la em pé de
forma reta, ela tombará, pois qualquer vento será suficiente para que a folha
perca o equilíbrio.
As obras de Niemeyer, como o Copan, utilizavam concreto armado em sua
concepção estrutural. Atualmente e durante todo o século XX, este material foi
o mais utilizado para a estrutura em nosso país, mas há outras possiblidades
também. Além disso, é importante conhecer alguns conceitos sobre o assunto.
O formato curvo do Copan contribui para melhor
estabilidade da edificação. Fonte da imagem: Rodrigo
Soldon, Flickr.
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Pilar – Viga – pilar 
Sistema estrutural mais intuitivo e também um dos mais eficientes. Por conta disso, é um dos mais utilizados pela
construção civil em todo mundo. Consiste na aplicação de Pilares, que direcionam as cargas da edificação para as
fundações. Entre os pilares, são colocadas vigas para amarração das estruturas. Geralmente, ao falar desse sistema,
lembramos do concreto armado, mas ele pode ser feito a partir de madeira, metal ou mesmo pedras.
Por ser muito simples e intuitivo, foi um dos primeiros sistemas utilizado pelo homem. Contudo, vale destacar que
nem sempre esta solução é a melhor ou mais apropriada. Como vale sempre ressaltar, cada caso é um caso e a
estrutura deve atender a edificação de forma particular.
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Cabo
O cabo é um elemento muito utilizado em construções de todo o mundo, especialmente os de aço. Um aço
tensionado é capaz de suportar grandes esforços. De maneira geral, ele precisa conectar uma laje com um pilar, mas
há outras formas dele ser utilizado.
Uma forma muito proveitosa de utilizar o cabo é em grandes ‘balanços’. De forma técnica, balanços são estruturas
(lajes) que avançam para além dos pilares, sem receber nenhum apoio. Para balanços muito grandes, às vezes é
necessário o uso de elementos como o cabo. Ele pode ser colocado de forma discreta, de forma que o observador
não o enxergue e se impressione ainda mais com o balanço.
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Arco
Uma das maiores descobertas da antiguidade, o arco foi largamente utilizado pelos maiores construtores do mundo
antigo: os romanos. Herdeiros culturais do mundo grego, os romanos também adotaram a arquitetura da Grécia.
Porém, modificaram alguns pontos, aperfeiçoando-os. A arquitetura da Grécia, por exemplo, não utilizava o arco, o
que impedia a construção de grandes vãos entre pilares.
Com a descoberta do arco, os romanos conseguiram construir vãos maiores. Os aquedutos, o Coliseu e até mesmo
as pontes romanos utilizavam muito os arcos para vencer grandes distâncias. Atualmente, ele é utilizado em larga
escala na construção civil.
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Abóboda
A abóboda consiste na união de vários arcos. Geralmente utilizado em corredores ou naves de igreja. Sua utilização 
permite a criação de maiores vãos. Também pode ser utilizado em obras modernas, como museus, escolas, etc. Sua 
utilização costuma trazer tradição e bom gosto para a obra.
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Muito semelhante à Abóboda, a cúpula é um elemento que centraliza diversos elementos estruturais e o que dá 
estabilidade a toda edificação. Em formato circular, a cúpula apresenta grandes vantagens, como a criação de um 
grande espaço livre de pilares abaixo dela. Por isso, foi muito utilizada em grandes catedrais pelo mundo, como a 
Catedral de São Pedro, no Vaticano.
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Concreto armado 
Concreto armado é a união entre o concreto com uma estrutura de ferro. O concreto é bastante resistente aos
esforços de compreensão, mas pouco eficiente quanto aos esforços de tração. Já o ferro é bastante resistente ao
esforço de compressão. Para baratear a estrutura e torná-la mais completa, misturam-se ambos os materiais.
O concreto armado foi descoberto há muito tempo, mas passou a ser utilizado em escala industrial apenas ao final do
século XIX e início do século XX. As principais capitais americanas, como Chicago e Nova York, possuem as
primeiras grandes obras com uso do concreto armado — seus arranha-céus.
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Concepção arquitetônica
A concepção arquitetônica é a etapa projetual em que o autor do projeto elabora e determina as principais referências 
para a construção da edificação. Formas, cores, estilo, e demais características são decididas nesse momento. É um 
esforço de imaginação requintado, que deve unir o gosto do cliente, suas necessidades com a noção de bom gosto 
do autor, assim como a entrega de uma obra fiel ao seu tempo e espaço. 
A concepção arquitetônica varia de profissional para profissional. Não há uma receita de bolo que ensine a forma 
correta para realizar esta etapa. Existem profissionais que iniciam seu processo criativo analisando formas da 
natureza. Outros observam outras edificações com uso semelhante. Alguns para desenhar e fazer croquis durante o 
dia inteiro até que saia uma ideia convincente. 
Além disso, é importante que o profissional responsável pela concepção arquitetônica conheça outras áreas da 
construção civil. Afinal, uma edificação não é uma escultura e deve apresentar boa funcionalidade, cumprir o seu 
papel enquanto edificação, ser segura, etc. Dessa maneira, é necessário integrar a concepção arquitetônica de forma 
integrada com outros elementos importantes para uma edificação.
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Entre os elementos, destacamos a compatibilização com os projetos 
complementares, como o elétrico, hidrosanitário, etc. Também é importante 
que a concepção arquitetônica seja seguida de uma boa concepção estrutural, 
que permita que a obra fique de pé e vença todos os esforços que recairão 
sobre a própria estrutura. 
Museu de arte da Pampulha.
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Integração entre estrutura e arquitetura
Em primeiro lugar, é importante destacar que não há como conceber uma edificação sem a integração entre arquitetura e
estrutura. Não existe arquitetura sem estrutura e não existe edificação sem base estrutural. Ainda as obras que são
construídas sem o acompanhamento profissional, as autoconstruções, apresentam elementos estruturais — ainda que
precários e sem uma análise mais profissional.
Essa união permite que a obra atinja um resultado mais harmonioso. Se o autor do projeto de arquitetura e estrutural
conversarem de forma clara e objetiva sobre a obra, ela será executada de forma harmônica, em que estrutura e
arquitetura não apenas completam um ao outro, mas se complementam.
Caso estas etapas sejam feitas de forma independente e sem maiores conversas entre os autores do projeto de estrutura
e arquitetura, elas não conversarão entre si. Já imaginou olhar a estrutura de uma edificação e perceber que ela não
deveria estar ali, o que foi feita depois da obra?
Isso gera bastante confusão ao observador, além de diminuir a reputação da obra e dos profissionais que participaram
dela. Até mesmo a questão de segurança da obra pode ser mal vista. Imagine uma casa concebida para ser inteiramente
de madeira, mas, por desconhecer o uso do material ou mesmo por não gostar dele, o engenheiro resolva fazer pilares e
vigas de concreto na casa, deixando a madeira apenas para a vedação do piso e das paredes. Não ficaria algo estranho?
Para mascarar o uso do concreto armado, seria necessário adotar vários paliativos e, ainda assim, a edificação adquiriria
uma atmosfera artificial e estranha. É importante, portanto, aliar os dois elementos de uma edificação. Se a concepção
indicar uso de arcos, a estrutura deve ser pensada dessa forma. Se a concepção arquitetônica prever uma obra de
madeira, estruturas de madeira devem ser utilizadas também para a estrutura, e assim por diante.
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Impacto no orçamento de obras 
O maior inimigo do orçamento de obras é o improviso e fazer as etapas de última hora. A mudança na concepção estrutural e
arquitetônica durante a construção da edificação é totalmente não recomendada, pois acarreta em vários problemas que podem
reduzir a qualidade da edificação, insegurança estrutural e aumento do custo inicial da obra.
Vamos imaginar que na fase de concepção o projetista e o engenheiro tenham debatido sobre um grande balanço da edificação sobre
o jardim. O projetista desejava um balanço de 10 metros, mas o engenheiro destacou que tal elemento seria responsável por um gasto
elevado, incompatível com a realidade da empresa, e sugeriu um balanço de 2,5m.
Após muita conversa entre ambos os profissionais, chegou-se a um acordo e o balanço deveria ser de 5 metros. Contudo, na obra, o
projetista muda de ideia e volta para o balanço de 10 metros. Essa decisão, hipotética, mas que ocorre muito em obra, seja por falta de
profissionalismo ou de comunicação, pode gerar diversos problemas.
O mais preocupante deles é a diminuição da segurança da edificação. Um balanço é um elemento que gera grandes esforços para as
vigas e, portanto, deve ser feito seguindo um rigoroso estudo estrutural. Como a estrutura é responsável por a 25% do custo da obra,
suas mudanças como a indicada no exemplo acarretam maiores custos, além de poder comprometer a segurança dos usuários da
edificação.
Dessa maneira, após estrutura e concepção arquitetônica serem decididas, o plano deve se manter fiel ao original, fazendo correções
pontuais para melhorar a segurança e os custos, sem que um comprometa o outro. Além disso, as mudanças, caso necessárias,
devem ser realizadas em comum acordos entre diferentes setores e profissionais da construção, garantindo que ela seja feita de forma
racional e eficiente.
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Conclusão
Sendo assim, concepção estrutural e arquitetônica são elementos que sim, se misturam, e devem ser pensados de forma integrada.
Com isso, aumenta-se a segurança da edificação e a eficiência do orçamento. A edificação se torna coerente esteticamente e
consegue cumprir todas as funções para o qual foi pensada.
É importante, portanto, melhor a comunicação entre diferentes setores da construção, assim como entre profissionais, melhorando o
resultado final da construção e cumprindo com as determinações legais e recomendadas para a execução de boas estruturas.
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