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1 PARTE 2 – ESGOTO E AGUAS PLUVIAIS A – ENUNCIADO: DIMENSIONAMENTO DAS REDES DE ESGOTO E ÁGUAS PLUVIAIS PARA PROJETO DO EDIFÍCIO RESIDENCIAL Considere o mesmo edifício residencial proposto para a Parte 1 deste curso, com projeto e suas características descritas a seguir. Suponha que você foi contratado como engenheiro(a) ou arquiteto(a) para elaborar também o projeto de esgoto e aguas pluviais desta edificação. Dimensione todos os elementos destas redes para elaborar o projeto do prédio. B - CARACTERÍSTICAS DO EDIFÍCIO: - Prédio de 4 PAVIMENTOS TIPO: TÉRREO + 3 PAVIMENTOS (Não há pilotis, o térreo é pavimento tipo residencial) - PAVIMENTO TÉRREO: 8 vagas de estacionamento descobertas (01 vaga por apartamento) e 01 jardim descoberto de 72 m2. - 4 PAVIMENTOS TIPO: 8 apartamentos residenciais idênticos (2 apartamentos por pavimento). Cada apartamento possui 02 quartos; 01 banheiro com ducha higiênica, descarga com bacia acoplada, lavatório e chuveiro (estes últimos aquecidos por sistema de aquecimento solar situado no topo do edifício) e; 01 cozinha e área de serviço com pia, filtro, tanque e máquina de lavar (pia com aquecimento). - População de 4 moradores por apartamento. - O sistema de abastecimento é indireto com bombeamento. - A reserva para incêndio é 20% do consumo diário de água. 2 - A medição é individualizada: 01 ramal de agua fria por apartamento bifurcando em 02 sub-ramais dentro do apartamento: (a) sub-ramal de agua fria para banheiro; (b) sub-ramal de agua fria para cozinha e área de serviço e (c) mais 01 ramal de agua quente por apartamento, para o chuveiro, lavatório e pia. E mais 01 ramal adicional para a área externa. - O prédio possui 13,40 metros de desnível vertical da bomba à entrada de água do reservatório superior e 21,40 metros é o comprimento da tubulação de recalque. O comprimento da tubulação de sucção é 1,00 metro. - Considere ainda que a edificação está situada em Brasília, onde a irradiação solar é 4,53 kWh/(m2 x dia) e que o rendimento do sistema de aquecimento é 50%. C - DETERMINE: Dimensione as redes de esgoto e águas pluviais para esta edificação. 1) Calcule os diâmetros das tubulações de esgoto, com inclinação 1%, para: 1.1) Cada equipamento individualmente; 1.2) Ramal dos banheiros e ramal da cozinha no pavimento tipo; 1.3) Tubos de ventilação; 1.4) Tubos de queda; 1.5) Sub-coletor dos banheiros; 1.6) Sub-coletor da cozinha/área de serviço; 1.7) Coletor predial. 2) Calcule o volume e as dimensões da fossa séptica e a área infiltrante e as dimensões do sumidouro para esta edificação, considerando fossa prismática e sumidouro cilíndrico, ambos de concreto armado e alvenaria de bloco de cimento. Considere solo arenoso, com coeficiente de infiltração igual a 90 litros por m2 x dia. Desenhe o croqui detalhado para a fossa e o sumidouro. 2.1) Fossa Séptica; 2.2) Sumidouro. 3 3) Considerando que a edificação possui um telhado de área total igual 113,20 m2, dividido em duas águas, onde a água pluvial escoa em uma única direção, para uma calha cilíndrica de PVC de inclinação 2%, trabalhando a meia seção, e desce por um tudo vertical de PVC interconectado com aresta viva, com 11,20 metros de comprimento. No térreo, a água pluvial escoa por um tubo horizontal com inclinação de 1% até a galeria pública de aguas pluviais. Calcule a vazão de projeto e defina os diâmetros da calha e dos tubos vertical e horizontal para escoamento das aguas pluviais do telhado. 3.1) Vazão de projeto. 3.2) Calha; 3.3) Tubo vertical; 3.4) Tubo horizontal; 3.5) Forma de descarga. D - RESOLUÇÃO: Dimensionamento Completo de Redes de Agua Fria e Agua Quente. Com base no livro: CREDER, HELIO. Instalações Hidráulicas e Sanitárias. Rio de Janeiro: LTC, 6ª ed., 2006. Baixe o livro no link: https://drive.google.com/file/d/0B8t4U69bOz4pYlVJYjdoX2VKSHc/view?usp=sharing 1) Diâmetro das tubulações de esgoto https://drive.google.com/file/d/0B8t4U69bOz4pYlVJYjdoX2VKSHc/view?usp=sharing 4 Tubos de esgoto e agua pluvial – PVC branco Tubos de agua fria – PVC marrom 5 Tubos de agua quente – PVC azul Tubos de agua quente – cobre Entenda a tubulação: Cada equipamento individualmente – saída de cada equipamento individual. Ramal dos banheiros e ramal da cozinha no pavimento tipo – liga cada equipamento ao seu respectivo tubo de queda. Tubos de ventilação – conduz o ar para a cobertura, para evitar mal cheiro. Tubos de queda – conduz o esgoto para o térreo. Sub-coletor dos banheiros – agrupa o esgoto da prumada de um conjunto de banheiros dispostos verticalmente. 6 Sub-coletor da cozinha/área de serviço – agrupa o esgoto da prumada de um conjunto de cozinhas e áreas de serviços dispostas verticalmente. Coletor predial – agrupa todo o esgoto do prédio. Os tubos de esgoto ficam situados sob a laje dos banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Nas edificações com diversos andares, os tubos de esgoto de um pavimento encontram sob a laje de piso deste pavimento e podem ser vistos no teto do pavimento inferior. Por este motivo que se colocam forros no teto dos pavimentos embaixo de banheiros, cozinhas e áreas de serviço. Tubulação de agua fria (marrom) e de esgoto (branco) vistas olhando-se para o teto do pavimento inferior. SIFÃO: represamento proposital de agua para evitar mal cheiro dentro de banheiros, cozinhas e áreas de serviço. A agua presa evita que o ar da rede de esgoto (responsável pelo mal cheiro) retorne para os equipamentos que fizeram a descarga do esgoto dentro da edificação. 7 Sifão simples Caixa sifonada para vaso sanitário 8 Ralo sifonado Ralo seco (não há sifão) 9 TABELA DEFINIDORA DOS DIAMETROS DA TUBULAÇÃO DE ESGOTO: Observação importante: nunca se reduz diâmetro na rede de esgoto. O diâmetro sempre aumenta longo da rede de esgoto, no caminho entre os aparelhos sanitários e a destinação final do esgoto. A única exceção é o tubo de ventilação, que conduz ar para a cobertura. BANHEIROS Aparelho No de Hunter Diametro (mm) Tabelas Lavatorio 1 30 Ralo Seco (dentro do banheiro) 1 30 Ralo Sifonado (dentro do box) 2 40 Vaso com descarga acoplada 6 100 Ramal 1 - VASO 6 100 Ramal 2 - OUTROS 4 50 Tubo de Queda TQ1 - VASO 24 100 Tubo de Queda TQ2 - outros 16 50 Tubo de Ventilação TV1 - VASO 24 75 Tubo de Ventilação TV2 - outros 16 50 Sub-coletor (4 banheiros) 40 100 Tab 3.3 Pag 233 COZINHA/AREA DE SERVIÇO Aparelho No de Hunter Diametro (mm) Tabelas Pia 3 40 Ralo Seco (dentro do cozinha) 3 40 Ralo Sifonado (dentro do area de serviço) 3 40 Tanque de Lavar Roupa 3 40 Máquina de Lavar 10 75 Ramal 3 - Pia 3 40 Ramal 4 - OUTROS 19 75 Tubo de Queda TQ3 - Pia 12 50 Tubo de Queda TQ4 - outros 76 100 Tubo de Ventilação TV3 - Pia 12 50 Tubo de Ventilação TV4 - outros 76 75 Sub-coletor (4 coz/serviço) 88 100 Tab 3.3 Pag 233 Sub Coletor (4 COZ + 4 BAN) 128 100 COLETOR PREDIAL (8 COZ + 8 BAN) 256 150 TAB 3.5 Pag 234 Tab 3.7 Pag 234 TAB 3.1 Pag 232 Tab 3.3 Pag 233 Tab 3.4 Pag 233 Tab 3.7 Pag 234 TAB 3.5 Pag 234 TAB 3.1 Pag 232 Tab 3.4 Pag 233 10 CAIXA DE GORDURA: A caixa de gordura tem a função de reter parte da gordura da pia da cozinha, antes do esgoto chegar na fossa. Caixa de gordura de PVC cilíndrica, com tampa e balde removíveis para limpeza. 11 Caixa de gordura de concreto feita na obra. A tampa pode ser feita de concreto ou aço. Princípio de funcionamento da caixa de gordura: a gordura boia por ser mais densa que a agua e nãoconsegue ultrapassar a parte inferior do septo, ficando retida dentro da caixa. 12 DIMENSIONAMENTO DA CAIXA DE GORDURA Neste projeto temos 2 prumadas de cozinhas, com 4 cozinhas por prumada. Adotaremos 2 caixas de gordura, uma por prumada, para serem instaladas no pavimento térreo do edifício, entre à saída do tudo de queda da pia da cozinha e sua respectiva caixa de inspeção. As dimensões mínimas da caixa de gordura para 4 pias que será utilizada no nosso projeto estão descritas na página 236 do livro de Helio Creder. OPÇÃO 1 - Para caixas de gordura pré-fabricada em formato cilíndrico (alínea c da pag. 236): DIMENSÕES MÍNIMAS: Diâmetro interno: 60 cm Parte submersa do septo: 35 cm Capacidade de retenção: 120 litros Diâmetro da tubulação de saída: 100 mm Utilização: 2 a 12 cozinhas OPÇÃO 2 - Para caixas de gordura construídas na obra em formato prismático com base retangular (alínea d da pag. 236): DIMENSÕES: Distância mínima entre o septo e a saída: 20 cm Volume da câmera de retenção: V = 20 litros + N x 2 litros N = número de pessoas que usam as cozinhas V = volume em litros 13 CAIXA DE SABÃO A caixa de sabão tem a função de reter parte do sabão gerado em lavatórios, chuveiros, pias, tanque e máquinas de lavar roupa. Ela impede o excesso de sabão chegar na fossa. Trata-se de uma caixa sifonada, onde o sabão boia, não consegue passar por baixo da lâmina d’água e por isso não passa para o tubo de saída da caixa. O funcionamento da caixa de sabão é similar ao da caixa de gordura, por isso seu dimensionamento pode seguir os mesmos critérios. Caixa de sabão em PVC disponível no mercado. Pelo fato da caixa de sabão adotar o mesmo princípio de separação e funcionamento da caixa de gordura, o dimensionamento de ambas podem ser similares. Neste projeto, vou usar caixas de sabão no pavimento térreo para os esgotos que descem pelos tubos de queda dos ramais dos banheiros e cozinhas, excetuando-se o ramal do vaso sanitário e da pia da cozinha. Não colocarei caixa de sabão na saída do tubo de queda do vaso sanitário porque neste esgoto não se caracteriza pela presença de sabão. Não colocarei caixa de sabão no tubo de queda da pia da cozinha porque este já possui caixa de gordura que cumpre a função de retenção do sabão. Para os demais tubos de queda, adotarei caixas de sabão de PVC disponíveis no mercado, seguindo as dimensões recomendadas na especificação do produto. 14 2) Fossa séptica e sumidouro FOSSA SÉPTICA A fossa séptica faz o tratamento biológico do esgoto. Ao manter o esgoto em repouso dentro da fossa, as bactérias do meio ambiente atuam na decomposição do mesmo. O lodo é sedimentado no fundo da fossa, por isso a fossa deve ser limpa por caminhão bomba “limpa fossa” quando há acumulo de lodo reduzindo o volume útil da fossa. O processo de decomposição pelas bactérias produz evaporação de gases e acumulo de “escuma” (espuma), por isso deve se deixar uma altura de 30 cm entre a lamina d’água e a tampa da fosso instalar um tubo de respiração (suspiro) na parte superior da fossa para permitir o contato com a atmosfera. SUMIDOURO O sumidouro permite que o esgoto tratado na fossa infiltre no solo. Para permitir a infiltração lateral, o sumidouro deve ser construído com furos ou buracos nas paredes. Para permitir a infiltração na base do sumidouro, seu fundo não deve possuir laje de fundo, e sim uma camada infiltrante de brita e/ou areia diretamente em contato com o solo. Também pode-se colocar respirador no sumidouro, para que a continuidade do processo de tratamento biológico natural. 15 Fossa e Sumidouro – esquema geral Fossa de PVC disponível no mercado. 16 Sumidouro mais comum no Brasil, de manilhas de concreto pré-moldadas furadas. Para minimizar possíveis contaminações, o ideal é que a infiltração do esgoto tratado não se dê diretamente no lençol freático. É ideal que haja um fração de solo não saturado entre a cota mínima de infiltração e o nível do lençol freático, para que o esgoto tratado atinja o lençol freático após ser filtrado por camada de solo não saturado. Desta forma, recomenda-se evitar a construção de sumidouros profundos. Por este motivo, eu adoto nos meus projetos altura útil da fossa igual a 1,50 m e altura útil para o sumidouro um valor entre 1,80 m e N.A.-2,00 (cota do lençol freático menos 2 metros). 17 Sumidouro elaborado em alvenaria cicloptica de Pedra de Pirenopolis em obra nossa em 2017. Autor do projeto e resp. técnico: Rogerio Vargens. DIMENSIONAMENTO DA FOSSA SEPTICA Livro Instalações Hidráulicas e Sanitárias de Hélio Creder página pagina 255: VOLUME DA FOSSA: V = N.(CT + 100 Lf) Onde: V = volume útil da fossa (litros) N = número de pessoas ou moradores (habitantes) C = taxa de contribuição por pessoa (litros por habitante por dia) – Tab 3.11 Pag 259 T = tempo de detenção do esgoto na fossa (dias) – Tab. 3.12 Pag 259 Lf = proporção de esgoto humano ou lodo fresco – Tab 3.11 Pag 259 NC = N x C é o volume total de esgoto produzido diariamente na edificação (litros/dia). 18 No nosso projeto: N = 4 pessoas/apto x 8 apto = 32 pessoas C = 200 litros/(pessoa x dia), para apartamento conforme Tab 3.11 Pag 259 NC = 32 pessoas x 200 litros/(pessoa x dia) = 6400 litros/dia T = 0,875 dias, para NC entre 6000 e 7000 litros conforme Tab. 3.12 Pag 259 Lf = 1,00, para projeto residencial conforme Tab 3.11 Pag 259 O volume útil da nossa fossa é: V = N.(CT + 100 Lf) = 32 x [(200 x 0,875) + (100 x 1)] = 8800 litros = 8,8 m3 DIMENSÕES DA FOSSA Fossa prismática: V = a x b x h h = 1,50 m (altura útil adotada) a x b = área da base retangular Supondo b = 2,00 m Calcula a: 8,8 = a x 2,00 x 1,50 a = 2,93 m ~ 3,00 m Dimensões adotadas: base 300 cm x 200 cm com altura 150 cm 19 DIMENSIONAMENTO DO SUMIDOURO Livro Instalações Hidráulicas e Sanitárias de Hélio Creder página 258: AREA DE INFILTRAÇÃO: A = NC/Ci Onde: A = área de infiltração do sumidouro (m2) N = número de pessoas ou moradores (habitantes) C = taxa de contribuição por pessoa (litros por habitante por dia) – Tab 3.11 Pag 259 NC = N x C é o volume total de esgoto produzido diariamente na edificação (litros/dia). Ci = coeficiente de infiltração do solo [litros/(m2 x dia)] – Tab. 3.13 Pag 260 No nosso projeto: N = 4 pessoas/apto x 8 apto = 32 pessoas C = 200 litros/(pessoa x dia), para apartamento conforme Tab 3.11 Pag 259 NC = 32 pessoas x 200 litros/(pessoa x dia) = 6400 litros/dia Para cálculo coeficiente de infiltração Ci analise o perfil de sondagem do solo. No relatório de sondagem deste prédio: Furo SPT-01: camada de argila silto-arenosa até 3,20 m e nível do lençol freático a 6,20 m de profundidade. Furo SPT-02: camada de argila silto-arenosa até 3,45 m e nível do lençol freático a 6,10 m de profundidade. Tab. 3.13 Pag 260: argila siltosa ou arenosa => Ci entre 40 e 60 litros/(m2 x dia) 20 Adoto Ci = 50 litros/(m2 x dia) Calculo a área de infiltração necessária: A = (6400 litros/dia) / [50 litros/(m2 x dia)] = 128 m2 DIMENSÕES DO SUMIDOURO O área de infiltração teórica do sumidouro é a soma da área da base com a área das paredes laterais. No sumidouro cilíndrico: A = πR2 + (2πR x h) Altura útil do sumidouro: h = N.A. – 2,00 m N.A. = 6,00 m h = 6,00 – 2,00 = 4,00 m (altura útil adotada) 128 = πR2 + (2πR x 4,00) 128 = 3,14R2 + (2 x 3,14R x 4,00) 128 = 3,14R2 + 25,12R 3,14R2 + 25,12R – 128 = 0 Formula de Bhaskara R = {-25,12 ± [25,122 – 4 x 3,14 x (-128)]0,5} / (2 x 3,14)21 R = {-25,12 ± [631,01 + 1607,68] 0,5} / 6,28 R = {-25,12 ± [2238,69] 0,5} / 6,28 R = {-25,12 ± 47,31} / 6,28 R = {-25,12 + 47,31} / 6,28 = 3,53 m => Descarta porque está muito grande R = {-25,12 - 47,31} / 6,28 = -11,53 m => Descarta porque não pode ser negativo Vou adotar 2 sumidouros de h = 4,00 metros para este projeto: 2 sumidouros com área individual de infiltração A/2 = 128/2 = 64 m2 64 = πR2 + (2πR x 4,00) 64 = 3,14R2 + (2 x 3,14R x 4,00) 64 = 3,14R2 + 25,12R 3,14R2 + 25,12R – 64 = 0 R = {-25,12 ± [25,122 – 4 x 3,14 x (-64)]0,5} / (2 x 3,14) R = {-25,12 ± [631,01 + 803,84] 0,5} / 6,28 R = {-25,12 ± [1434,85] 0,5} / 6,28 R = {-25,12 ± 37,88} / 6,28 R = {-25,12 + 37,88} / 6,28 = 2,03 m ~ 2,00 m => ACEITA Φ = 2R = 2 x 200 = 400 cm R = {-25,12 – 37,88} / 6,28 = -10,03 m => Descarta porque não pode ser negativo Dimensões adotadas: 2 sumidouros cilíndricos diâmetro Φ = 400 cm com altura h = 400 cm 22 DESENHO E DETALHAMENTO Fossa e Sumidouro – desenho e detalhamento 23 3) Águas Pluviais A função da rede de aguas pluviais é coletar a agua das chuvas que caem sobre telhados ou pisos e conduzir esta agua para a rede pública de drenagem ou para infiltração no terreno. Para isso, a rede aguas pluviais conta com calhas e condutores verticais e horizontais. Podem ser colocados também valas e sumidouros de infiltração para a descarga das aguas pluviais no terreno, quando a rede pública ou a área permeável receptora são insuficientes para receber quantidade de agua gerada nas chuvas intensas. Para fazer o projeto de aguas pluviais, siga os passos: 1º) Vazão de projeto 2º) Calha 3º) Tubo vertical 4º) Tubo horizontal 5º) Descarga VAZÃO DE PROJETO O primeiro passo é calcular a vazão de projeto expressa na Pag 271 do livro: Q = (i x A)/60 Onde: Q = vazão de projeto em l/min A = área de contribuição em m2 (do piso ou telhado) i = intensidade pluviométrica em mm/h 24 Obs: o denominador da fórmula igual a 60 faz a transformação de horas para minutos para compatibilizar as variáveis Q e i. No projeto de arquitetura do nosso prédio, foi colocado espaço para duas calhas, como mostra a figura abaixo. Escoamento das aguas e calhas na cobertura do prédio Cada uma destas calhas captura a agua de 50% do telhado e 50% da laje que apoia os reservatórios. Como a área total da cobertura do prédio é 113,20 m2, assumiremos que metade do volume de agua que cai na cobertura vai para cada calha. A = 113,20/2 = 56,60 m2 25 Para saber a intensidade pluviométrica da sua cidade, pesquise na internet. A Norma NB-611 orienta se coletar o dado considerando o período de retorno de 5 anos para telhados e coberturas, isto é, a média histórica dos últimos 5 anos. Em Brasília, onde está situado o nosso prédio, encontramos este parâmetro num relatório do Ibram/DF disponível em: http://www.ibram.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/09/Anexo_E.pd De acordo com este relatório, a chuva máxima nos 5 minutos mais intensos, nos últimos 5 anos em Brasília, gerou 175,83 mm/h de agua pluvial a ser escoada. Assim, nossa vazão de projeto é: Q = (56,60 x 175,83)/60 = 165,86 l/min CALHA Na Pag 271 do livro temos que a vazão da calha (Q): Q = K . (S/n) . Rh2/3 . d1/2 Onde: K = 60000 S = seção molhada (m2) n = coeficiente de rugosidade (Tab 3.16 Pag 273) Rh = S/P = raio hidráulico P = perímetro da seção molhada (m) d = declividade (m/m) Adotando uma calha de PVC de declividade 1%: http://www.ibram.df.gov.br/wp-content/uploads/2018/09/Anexo_E.pd 26 K = 60000 S = 3,14.R2/2 (calha funciona a meia seção) n = 0,011 (Tab 3.16 Pag 273) Rh = [3,14.R2/2]/P = raio hidráulico (m) P = 3,14 . R (meio perímetro) d = 0,01 Resolvendo no excel (em anexo) para Q = 165,86 l/min => R = 0,032 m DN = 2R = 2 . 0,032 = 0,064 m = 64 mm Adoto calha de PVC com diâmetro DN = 100 mm com inclinação de 1%. TUBO VERTICAL O tubo vertical será interconectados nas calhas para conduzir a agua pluvial da cobertura para até o pavimento térreo. Tubo vertical em projeto de galpão industrial elaborado pelo autor. 27 Esquema dos tubos vertical e horizontal de aguas pluviais Existem dois tipos de interconexão entre a calha e tubo vertical: 1º) Interconexão em aresta viva: necessita maior diâmetro para o tubo vertical 2º) Interconexão em funil: reduz o diâmetro do tubo vertical 1º) Interconexão em aresta viva 28 2º) Interconexão com funil Neste prédio, vou adotar interconexão em aresta viva. A definição do diâmetro do tubo vertical se dá pelo Abaco 3.37 da Pag 274, a partir dos seguintes parâmetros adotados para o nosso prédio: Interconexão calha/tubo vertical: ARESTA VIVA Altura da lamina d’agua na calha: L = DN/2 = 100/2 = 50 mm Vazão de projeto: Q = 165,86 l/min Comprimento do tubo vertical: L = 11,20 m (projeto de arquitetura; planta de corte) ABACO 3.37 (a) => DN = 50 mm TUBO HORIZONTAL O tubo horizontal leva a água pluvial desde o ponto de descida do tubo vertical até o destino final no pavimento térreo. Para calcular o diâmetro do tubo horizontal, utilizamos a Tab 3.18 da Pag. 276 do livro, com os seguintes parâmetros a seguir. Lembre-se que agora o tubo horizontal agrega agua de todo o telhado, porque captura a agua dos dois tubos verticais mostrados no corte do projeto acima. Desta forma, a vazão de projeto deve ser duplicada. 29 Vazão de projeto: Q = 2 x 165,86 l/min = 331,72 l/min Coeficiente de rugosidade: n = 0,011 (para tubos de PVC, conforme Tab 3.16 da Pag 273) Inclinação do tubo horizontal: 1% (definição prévia de projeto no enunciado) Tab 3.18 da Pag. 276 => DN = 125 mm Adoto para o tubo horizontal DN = 150 mm com inclinação de 1% DESCARGA O tubo horizontal conduz a água pluvial coletada para o destino final, que pode ser a rede pública de agua pluvial ou a infiltração dentro do próprio terreno da edificação. Muitas vezes não existe rede pública, ou esta é insuficiente. Neste caso, a própria prefeitura pode impor regras de como deve ser esta descarga. Quando não existe rede pública ou quando a prefeitura proíbe a descarga na rede pública ou ainda quando não é viável descarregar a agua pluvial na rede pública em função da inclinação do terreno em relação à rua e ao coletor pluvial público, devemos descarregar a água pluvial no terreno. A forma mais primária de descarregar a água pluvial no terreno é abrir o tubo horizontal diretamente no solo em algum ponto conveniente, ou dentro de uma caixa de alvenaria com o fundo de brita e areia. Isso resolve para o caso de volumes pequenos, como é o nosso caso. Mas pode provocar erosões ou alagamentos, à medida que a vazão de projeto aumenta. Desta você pode fazer a descarga da agua pluvial por meio de valas de infiltração, sumidouros ou drenos. VALA DE INFILTRAÇÃO A vala de infiltração é um conjunto caixas e tubos drenos enterrados em alguma região do lote cujo objetivo é desconcentrar a descarga da agua pluvial, fazendo com que a descarga se dê em uma área maior para que o terreno a absorva sem provocar infiltrações e erosões. 30 Exemplo de vala de infiltração A área de infiltração da vala é calculada a partir da divisão da vazão de projeto pela pelo coeficiente de infiltração do solo, com a mesma fórmula que calculamos a área de infiltração do sumidouro de esgoto: A = V/Ci (Pag. 258). Mas devemos estipular um tempo de infiltração, para transformar vazão em volume, que pode ser de 1 ou 2 horas, por exemplo. SUMIDOURO DE AGUAS PLUVIAISO sumidouro de aguas pluviais é similar ao sumidouro de esgoto, com a diferença que o sumidouro pluvial tem um extravasor para o caso de descarga superar o volume do sumidouro e sua capacidade de infiltração. Quando isto acontece, o sumidouro funciona como um reservatório de retenção, para retardar e reduzir a descarga proveniente de uma chuva forte no terreno ou nas galerias publicas de aguas pluviais. Não jogue a agua pluvial no sumidouro de esgoto, construa o próprio sumidouro para a descarga pluvial. Para dimensionar o sumidouro de água pluvial eu geralmente suponho que seu volume deve ser capaz de acumular pelo menos 1 (uma) hora de chuva na intensidade pluviométrica definida para o cálculo da vazão de projeto. Nestas condições, o sumidouro absorverá a agua de 1 hora de chuva 31 intensa e poderá retardar a descarga pluvial. Caso o volume gerado pela chuva seja superior a este, o excesso de agua sairá pelo extravasor para o terreno ou para a rede pública na rua. NOSSA SOLUÇÃO No nosso prédio, adotaremos a solução do sumidouro pluvial, porque a vala de infiltração demanda área que o nosso terreno não dispõe, pois a área superficial do nosso lote já está quase que integralmente ocupada com a edificação e o estacionamento. Assim, considerando a premissa das 2 horas de chuva intensa, o volume do sumidouro pluvial será: V = 2 horas x Q = 60 min x 331,72 l/min = 19903 l = 19,9 m3 Teoricamente: V = πR2 . h Supondo h = 4 m (similar ao sumidouro de esgoto): 19,9 = 3,14 . R2 . 4 R = 1,25 m DN = 2.R = 2. 1,25 = 2,50 m (diâmetro adotado)
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