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PLANO CRUZADO 1986

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PLANO CRUZADO 
O Plano cruzado foi um conjunto de medidas econômicas lançado em 28 de fevereiro de 1986, com base no decreto-lei nº 2.283, durante o governo de José Sarney. Tinha como principal objetivo a redução e controle da inflação, que na época era muito elevada. As principais medidas tomadas pelo plano Cruzado foram:
· Congelamento de preços no varejo: a população é chamada a fiscalizar os preços para evitar que subam;
· Substituição e valorização da moeda: cruzeiro pelo cruzado;
· Reajuste do salário mínimo: a partir do valor médio dos últimos seis meses, mais abono de 8%;
· Adoção do gatilho salarial: reajuste automático dos salários quando a inflação acumulasse um índice de 20%;
· Criação de seguro-desemprego: para aqueles que fossem demitidos devido à falência das empresas ou sem justa causa
O plano começou a fracassar exatamente devido ao desequilíbrio dos preços relativos da economia. Por não equalizarem o valor presente dos preços, muitos produtores que corrigiam seus preços entre dia 1 a 15 do mês, ficaram com o preço tabelado abaixo da rentabilidade desejada ou até mesmo abaixo do custo de produção: algo que ou inviabilizava a venda dos produtos para o consumo, ou levava a uma queda na sua qualidade. Saíram beneficiadas as empresas que reajustaram seus preços nos dias anteriores ao plano.
Como o congelamento não permitiu o ajuste dos preços sujeitos à sazonalidade, houve um desequilíbrio de preços. E como resultado disso, vieram o desabastecimento de bens e o surgimento de ágio para compra de produtos escassos, principalmente os que se encontravam na entressafra (carne e leite) e de mercados oligopolizados (automóveis).
Além desses fatores, alguns economistas apontam o abono concedido ao salário mínimo (aumento real de 16%), e ao funcionalismo público (abono de 8%) como responsável por um aumento do consumo - algo que pressionou ainda mais a demanda, impedida de ser contrabalanceada por um aumento de preços.
Outros fatores que levaram ao fracasso do plano:
· A falta de medidas econômicas por parte do governo para controlar os gastos públicos;
· O congelamento da taxa de câmbio, algo que levou o país a perder uma parcela considerável de reservas internacionais;
· Os juros reais da economia estavam negativos, algo que desestimulava a poupança e pressionava o consumo.
PLANO CRUZADO II
O segundo Plano Cruzado foi lançado em 21 novembro de 1986. Logo após as eleições, com a vitória do partido que já estava no poder José Sarney. Os salários também foram congelados, pelo valor médio dos últimos seis meses mais um abono de 8%. Se a inflação atingisse 20% ao mês, seria acionado o chamado "gatilho salarial", isto é, todos os salários teriam correção automática com o mesmo índice, mais eventuais diferenças negociadas nos acordos coletivos das diferentes categorias.
Imediatamente a inflação foi contida e o poder de compra dos salários cresceu subitamente. No entanto, quatro meses depois, o plano já mostrava a sua fragilidade. A demanda aumentou, mas as mercadorias, cujos preços haviam sido congelados, desapareceram. Os fornecedores passaram a cobrar um ágio. Em fins de julho, foi decretado o chamado "Cruzadinho", quando houve o aumento dos preços dos carros e dos combustíveis em 30%, ao mesmo tempo que o discurso governamental continuava a falar de "inflação zero".
De julho a outubro de 1986, o governo permaneceu imóvel diante do agravamento da escassez de produtos e à deterioração das contas externas. O "Cruzadinho" foi um tímido pacote fiscal que envolvia basicamente a criação de um sistema de empréstimos compulsórios na aquisição de gasolina e automóveis e impostos não-restituíveis sobre a compra de moedas estrangeiras e passagens aéreas internacionais. As expectativas de descongelamento de preços estimulavam a demanda. As exportações caíam, enquanto as importações aumentavam, esgotando as reservas cambiais (reservas em moeda estrangeira).
O governo havia decidido sustentar formalmente o congelamento de preços até as eleições, em 15 de novembro daquele ano. De fato, graças à popularidade do Plano Cruzado, o pleito foi favorável ao partido do governo, o PMDB, que conseguiu os governadores dos principais Estados do Brasil e quase dois terços da Câmara dos Deputados, do  Senado e das Assembleias Legislativas estaduais. Seis dias depois, em 21 de novembro, o governo lançou o Plano Cruzado II.
· Liberação parcial dos preços dos produtos e serviços
· Reajuste dos aluguéis a ser negociado entre proprietários e inquilinos
· Alteração do cálculo da inflação, que passaria a ter como base os gastos das famílias com renda de até cinco salários mínimos
· Aumento de impostos sobre bebidas e cigarros
· Aumento das tarifas de serviços públicos
· Aumento da carga fiscal
· Reindexação da economia
O Cruzado II foi um pacote fiscal que acabou por fornecer uma válvula de escape para toda a inflação reprimida durante o congelamento de preços. O Plano pretendia controlar o déficit fiscal aumentando a receita tributária.
Permanecia o gatilho salarial, porém, os índices de inflação eram "ajustados" de modo a evitar o seu disparo. de todo modo, em 1987, o índice atingiu um patamar que disparou o gatilho.
A população teve que enfrentar vários aumentos de preços, num só dia: 60% no preço da gasolina; 120% dos telefones e energia; 100% das bebidas; 80% dos automóveis; 45% a 100% dos cigarros.
Houve protestos. Em Brasília, uma manifestação que ficou conhecida como "badernaço", no dia 27 de novembro, degenerou em saques, depredações e incêndios. Em 25 de junho de 1987, uma multidão apedrejou o ônibus do Presidente no centro do Rio de Janeiro.
Havia problemas também na frente do balanço de pagamentos. A taxa de câmbio, oficialmente congelada, estava sobrevalorizada, favorecendo o aumento das importações e prejudicando as exportações. O pânico veio em 20 de fevereiro de 1987, quando, diante da queda vertiginosa das reservas cambiais (reservas em moeda estrangeira), o ministro Funaro suspendeu os pagamentos do serviço da dívida externa aos bancos privados. Era a moratória unilateral - o fantasma que sempre assombrou os ministros da Fazenda brasileiros.
Os preços dispararam, o governo desistiu de controlá-los, restabelecendo-se a indexação. Ainda foi mantido um certo controle sobre os salários, no sentido de reduzir a demanda agregada. Mas, em janeiro de 1987, a inflação já atingia 16,8%.
Depois de uma curta existência, de novembro de 1986 a junho de 1987, o Plano Cruzado II havia se tornado apenas mais um plano de estabilização fracassado e assim, em maio de 1987, cinco meses após a sua edição, o ministro da Fazenda, Dílson Funaro, foi substituído por Luís Carlos Bresser Pereira
PLANO BRESSER 
Em meio à crise do plano cruzado, Carlos Bresser Pereira foi indicado para ministro da Fazenda do Brasil em abril de 1987. No dia 12 de julho de 1987 foi anunciado um novo plano de estabilização, responsável pelo segundo congelamento de preços: O Plano Bresser.
O objetivo era deter a aceleração inflacionária, promovendo um choque com a retirada do gatilho e a redução do déficit público através do congelamento de preços. As principais medidas do Plano Bresser:
· Congelamento de salários, preços e alugueis por três meses
· Mudança da base IPC para 15/6 com incorporações diárias
· Criação de URP para correção salarial em 3 meses com base na média do trimestre.
· Desvalorizou a taxa de câmbio em 10,6%
· Reajustaram-se as tarifas públicas (eletricidade:45%, telefone: 34%, aço 32%, combustível 13%).
Com Bresser, o Brasil decreta nova moratória em julho, desta vez ao Clube de Paris, e propõe grandes cortes de gastos e de subsídios, com demissões de pessoal no setor público, enxugamento da máquina governamental e cortes nos investimentos públicos. Ao mesmo tempo, tenta retomar negociações externas, mas a recepção dos credores é ruim. Greves de trabalhadores e protestos empresariais (sobretudo das montadoras de automóveis: a Autolatina chega a fazer lockout por alguns dias) crescem contra o plano econômico no segundo semestre, e algunsreajustes começam a ser liberados para preços e tarifas. A inflação retoma rapidamente seu ritmo e supera a marca de 10% ao mês. Bresser tenta convencer Sarney a adotar pacote de reformulações tributárias, com novos cortes de gastos públicos e maior redução da máquina estatal. Sarney não concorda, e o ministro pede demissão em dezembro. A inflação, contida por um período muito curto, só faria crescer dali em diante. Nova tentativa de estabilização seria feita em janeiro de 1989 (Plano Verão) pelo sucessor de Bresser, Maílson da Nóbrega. Mas seria ainda mais efêmera. O país caminhava para a hiperinflação.
PLANO VERÃO
Conjunto de medidas econômicas destinadas a controlar a inflação lançadas em 14 de janeiro de 1989 pelo então ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega. O Plano Verão foi a terceira tentativa de combate à inflação empreendida pelo governo José Sarney (1985-1990). As duas primeiras, os planos Cruzado (1986) e Bresser (1987), fracassaram por atacar exclusivamente os mecanismos de propagação da inflação, sem obter apoio político para enfrentar o problema do déficit público.
 As principais medidas adotadas pelo Plano Verão foram:
· Congelamento de preços e da taxa de câmbio por prazo indeterminado
· Desvalorizou-se a taxa de câmbio em 18%, passando um dólar a valer mil cruzados
· Em seguida, criou-se uma nova moeda, o cruzado novo, equivalente a mil cruzados. 
·  Criou-se também a Caderneta de Poupança Reajustada (única)
· As elevadíssimas taxas de juros reais em fevereiro e março não foram capazes de impedir um aumento do consumo. 
· Em maio, com o ágio no mercado paralelo de dólares atingindo 200% e a inflação em franca ascensão, o governo rendeu-se à impossibilidade de manter o plano em seu formato original. 
· As eleições de novembro realizaram-se sob uma inflação de 45% ao mês.
PLANO COLLOR

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