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GAGLIANO, Pablo Stolze. Novo curso de direito civil. Volume 1: parte geral. 21. Ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019. p. 477 Capítulo XIV Invalidade do Negócio Jurídico 1.INTRODUÇÃO Carvalho Santos – nulidade é um “vício que retira todo ou parte de seu valor a um ato jurídico, ou o torna ineficaz apenas para certas pessoas”. Maria Helena Diniz – nulidade “vem a ser a sanção, imposta pela norma jurídica, que determina a privação dos efeitos jurídicos do negócio praticado em desobediência ao que prescreve”. Nulidade se caracteriza como uma sanção pela ofensa a determinados requisitos legais, não devendo produzir efeito jurídico, em função do defeito que carrega em seu âmago”. Nulidade pode ser absoluta ou relativa. p. 478 GRINOVER, CINTRA e DINAMARCO – o reconhecimento da nulidade de um ato viciado é uma forma de proteção e defesa do ordenamento jurídico vigente. Ato nulo (nulidade absoluta) – viola norma de ordem pública, de natureza cogente, vício grave. Ato anulável (nulidade relativa) – decorre da infringência de norma jurídica protetora de interesses privados, vício menos grave. A natureza da nulidade determinará efeitos variados, interferindo na legitimidade ativa para a arguição dos referidos vícios. Nulidades classificam-se em: a)originária e sucessiva – a primeira nasce com o próprio ato, contemporaneamente à sua formação, a segunda decorre de causa superveniente[footnoteRef:1]; [1: que sobrevém, que vem, acontece ou surge depois; subsequente.] b)total e parcial – no primeiro caso, a nulidade atinge todo ato, contaminando-o por inteiro; no segundo, a nulidade contamina apenas parte do negócio, mantendo-se as demais disposições que podem ser preservadas. Novo Código Civil adora a expressão “invalidade” como categoria genérica das subespécies de nulidade: absoluta e relativa (arts. 166 a 184). p. 479 Todo ato absoluto ou relativamente nulo (anulável) é considerado inválido. A simples invalidade do instrumento não induz a do próprio negócio quando este se puder provar por outro modo. A invalidade parcial não contamina as partes válidas e aproveitáveis do negócio. 2.CONSIDERAÇÕES PRÉVIAS SOBRE A INEXISTÊNCIA DO ATO OU NEGÓCIO JURÍDICO AUBREY E RAU – propôs terceira classe de invalidade, os inexistentes, que seriam atos que nem chegaram a se constituir juridicamente. MARCEL PLANIOL – atos inexistentes como aqueles “a que falta um elemento essencial à sua formação, de modo que não se possa conceber a formação do ato na ausência desse elemento”. ARNOLDO WALD – “O ato jurídico nulo é o que não chega a se formar em virtude da ausência de um elemento básico que é a declaração de vontade consciente”. (Stolze não aceita a definição) p. 480 PONTES DE MIRANDA – para a análise dos planos de existência, validade e eficácia, claro está que a ausência de declaração de vontade interferirá no plano existencial. Situações em que nem há manifestação de vontade, exemplo coação física (vis absoluta), com ação direta sobre o corpo da vítima, ou da hipnose, que neutraliza a capacidade volitiva do paciente – não pode ser considerada existente. 3. NULIDADE ABSOLUTA NCC, arts. 166 e 167 considera nulo o NJ quando: a)for celebrado por pessoa absolutamente incapaz; b)for ilícito, impossível ou indeterminável o seu objeto; c)o motivo determinante, comum a ambas as partes, for ilícito; d)não revestir a forma prescrita em lei; e)preterir alguma solenidade que a lei considere essencial para a sua validade; f)tiver por objeto fraudar a lei imperativa; g)a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção; h)tiver havido simulação. p. 481 São pressupostos de validade do NJ: a)agente capaz e legitimado; b)manifestação de vontade livre e de boa-fé; c)forma livre ou prescrita em lei; d)objeto lícito, possível e determinado ou determinável. MOREIRA ALVES – “Trata-se de negócio in fraudem legis, a respeito de cuja sanção há três posições defensáveis: a)ato em fraude à lei é ineficaz, e, portanto, inoponível[footnoteRef:2] ao terceiro prejudicado; [2: Que, sendo válido e eficaz, não pode ser aplicado ou invocado por terceiros (ex.: direito inoponível, .ato inoponível). "INOPONÍVEL", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2020, https://dicionario.priberam.org/INOPON%C3%8DVEL [consultado em 12-05-2020]. ] b)a ele se deve cominar a mesma sanção que a lei burlada impõe ao ato que viola frontalmente; c)o ato fraudulento é nulo. O projeto adotou terceira dessas soluções, e que – como salienta Alvino Lima – é a dominante”. p. 482 p. 483 Prescritibilidade – “se a nulidade é de negócio jurídico relativo a direito imprescritível, a ação para decretar-lhe a nulidade não rescreve jamais”. ORLANDO GOMES – “... por fim, é perpétua, no sentido que, em princípio, se não se extingue por efeito da prescrição. O decurso de tempo não convalida o que nasceu inválido. Se nenhum efeito produz desde o nascimento, nenhum produzirá para todo o sempre. A qualquer tempo, é alegável”. p. 484 MARIA HELENA DINIZ – “sendo nulo ou anulável o NJ, é imprescindível a manifestação do Judiciário a esse respeito, porque a nulidade não opera ipso jure[footnoteRef:3]. A nulidade absoluta ou relativa só repercute se for decretada judicialmente; caso contrário surtirá efeitos aparentemente queridos pelas partes; assim o ato negocial praticado por um incapaz terá, muitas vezes, efeitos até que o órgão judicante declare sua invalidade”. [3: por força da lei; de acordo com o direito [Usa-se com referência a uma nova situação jurídica ou a um estado, que resulta de direito já existente ou adquirido, independentemente de sentença.].] A ação declaratória de nulidade é realmente imprescritível... pretensão pessoal 10 anos. Reparação civil 3 anos (CC/2002, art. 206, §3°, V). Ação declaratória de nulidade cumulada com pretensões condenatórias visando a restituição dos efeitos pecuniários[footnoteRef:4] ou indenização correspondente, prescreve a pretensão condenatória. [4: que consiste ou é representado em dinheiro.] “nulidade
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