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Brasília-DF. SuStentabilidade na ReStauRação Elaboração Jackson Moreira Souza Produção Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração Sumário APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4 ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5 INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7 UNIDADE I SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................................. 9 CAPÍTULO 1 CONCEITO .............................................................................................................................. 9 CAPÍTULO 2 APLICAÇÃO EM ARQUITETURAIS .............................................................................................. 16 CAPÍTULO 3 DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ........................................................................................... 22 UNIDADE II DIRETRIZES ESTRUTURAL ........................................................................................................................ 32 CAPÍTULO 1 MATERIAIS .............................................................................................................................. 32 CAPÍTULO 2 ACESSIBILIDADE ..................................................................................................................... 45 CAPÍTULO 3 CONFORTO (OLFATIVO E TÉRMICO) ........................................................................................ 58 CAPÍTULO 4 SALUBRIDADE ......................................................................................................................... 65 UNIDADE III GESTÃO INTEGRADA ............................................................................................................................ 69 CAPÍTULO 1 METODOLOGIAS BIOTECNOLÓGICAS ..................................................................................... 69 CAPÍTULO 2 DESIGN UNIVERSAL ................................................................................................................ 82 REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 88 4 Apresentação Caro aluno A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD. Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo. Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira. Conselho Editorial 5 Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares. A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos e Pesquisa. Provocação Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor conteudista. Para refletir Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões. Sugestão de estudo complementar Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso. Atenção Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a síntese/conclusão do assunto abordado. 6 Saiba mais Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões sobre o assunto abordado. Sintetizando Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos. Para (não) finalizar Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado. 7 Introdução Este material didático consiste em trazer uma abordagem a respeito dos conceitos de Sustentabilidade na Restauração, assim como compreender os aspectos ecológicos relacionados à recuperação, manutenção e restauração nas edificações. Posto isto, faz-se importante o conhecimento acerca da análise de sustentabilidade na arquitetura, observando-se, assim, que há várias discussões sobre a sustentabilidade, e que muitas vezes são antagônicas. Destaca-se, ainda, o quão é valioso entender que o Ecoturismo não trabalha apenas com consciência, mas também com formas de prover o desejo do ser humano de ter um contato maior com a natureza, além disso, procurar evitar ações que degradem não apenas a natureza como em outros aspectos, sendo eles de ordem cultural, ecológica ou natural. Ademais, é conveniente salientar também a importância da Diretriz Estrutural, a qual introduz novas técnicas construtivas, mas também existe a necessidade de se ter o equilíbrio entre a construção civil e a natureza. Diante disso, as empresas e os pesquisadores estão cada vez mais investindo na inovação de materiais inteligentes e sustentáveis. Com isso, serão apresentadas as etapas de elaboração de um projeto que esteja inserido em uma gestão integrada, sendo necessária a compreensão de que um desenho de apresentação para projetos de arquitetura é resultado de uma análise sobre diferentes metodologias de apresentação do projeto arquitetônico empregadas pelos arquitetos, além disso, tem-se abordado muito sobre o a Biotecnologia, a qual pode ser definida como uma tecnologia que utiliza organismos vivos, sistemas biológicos ou seus derivados para criar ou transformar produtos e processos. Portanto, percebe-se um número crescente de empresas aderindo ao investimento na área da biotecnologia. E, por fim, logo num futuro próximo, a biotecnologia se tornará um membro integrante da nossa vida rotineira, por meio de medicamentos, terapias, como também os materiais ecologicamente corretos, não obstante dentro dessa mesma preocupação tem-se cada vez mais debatido sobre o conceito de Design Universal; são assuntos que serão tratados logo mais. 8 Objetivos » Compreender os conceitos e o processo de construção sustentável. » Conceituar e analisar como acontece a Arquitetura sustentável e o Ecoturismo. » Identificar a inserção das novas Biotecnologias aplicadas nas construções de forma sustentável. 9 UNIDADE ISUSTENTABILIDADE CAPÍTULO 1 Conceito O conceito de sustentabilidade vai além do exercício analítico de traduzir a realidade e exige o teste de congruência lógica em suas aplicaçõespráticas, no qual o discurso é modificado em realidade objetiva. Destaca-se, então, alguns parâmetros de sustentabilidade que sejam ecológicos na recuperação, manutenção e restauração das edificações; são feitos usos de procedimentos técnicos, além da aplicação de materiais que ajudam na suavização do impacto ambiental do meio construído sobre o sítio arquitetônico in loco; além do mais, pode auxiliar tanto na sustentabilidade como na recuperação ecológica ambiental urbana. A importância dessa problemática reside no momento em que se protela o ciclo de vida das construções, estendendo ao máximo a sua utilização de maneira a facilitar a vitalização das áreas deterioradas, como também conservar aspectos históricos urbanos de relevância, paralelamente a preservação e a recuperação ambiental das grandes áreas centrais citadinas. Observa-se, por exemplo, que ao realizar procedimentos arquitetônicos corretos durante um processo de reabilitação de uma edificação, além do uso de tecnologias e materiais ambientalmente adequados, pode-se conferir ao retrofit qualidades preservacionistas e de recuperação ambiental que muito podem auxiliar para uma sustentabilidade ecológica urbana; considerando a ecoalfabetização um agente primordial de todo esse processo. Levando-se em conta uma abordagem ecológica à educação, na qual as crianças já adquirem tanto a competência como a preocupação em criar um futuro sustentável. 10 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Os agentes sociais e suas ações conseguem legitimidade política e autoridade para liderar os comportamentos sociais e políticas de desenvolvimento por meio de prática concreta. Contudo, a discussão teórica revela uma luta camuflada pelo poder entre diferentes atores sociais, duelando por uma posição hegemônica, para ditar diretrizes e endossar representações simbólicas de sustentabilidade, seja em termos de biodiversidade, sobrevivência do planeta ou de comunidades autossuficientes e autônomas. Muito se discute a importância da sustentabilidade, a qual nos remete a uma dimensão temporal pela equiparação de características de um dado contexto ecológico e sociocultural no tempo: passado, presente e futuro. O primeiro é utilizado como parâmetro de sustentabilidade, enquanto que o último requer a definição do estado almejado para a sociedade no futuro. Com isso, experiências políticas passadas, que tentaram impor às gerações presentes os sacrifícios necessários para formar o futuro, demonstram o relacionamento conflituoso e complexo disfarçado a um problema aparentemente simples conceitual ou taxonômico. Não obstante, as práticas dominantes na sociedade sejam elas: econômica, política ou cultural, são determinadas pelas elites de poder; essas mesmas aristocracias são também as principais referências para a produção e proliferação de ideias, valores e representações coletivas. Sendo assim, a força e a legitimidade das alternativas de desenvolvimento sustentável dependerão da racionalidade dos argumentos e escolhas apresentadas pelos agentes sociais que concorrem nas áreas política e ideológica. Contudo, cada teoria, doutrina ou paradigma sobre sustentabilidade terá distintas implicações para a implementação e o planejamento da ação social. Convém lembrar que nas recomendações a serem adotadas insere-se a definição de desenvolvimento sustentável, especificando as técnicas aplicadas menos invasivas e mais compatíveis com o legado do patrimônio, assegurando, dessa maneira, que as medidas adotadas sejam reversíveis e substituídas por medidas mais apropriadas. Basta olhar para um passado próximo e ver que o Patrimônio Histórico é uma testemunha viva da história e da cultura, que permite o conhecimento de uma sociedade que viveu em épocas passadas, logo os bens culturais tornam-se produto e testemunho das diferentes culturas e realizações intelectuais de outrora e constituem, portanto, um membro importante na formação dos povos. 11 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Reconhecida sua relevância, verifica-se a necessidade de preservar esse patrimônio às gerações futuras, implementando-se os conceitos de conservação, recuperação e restauração e, mais recentemente, de sustentabilidade. Todavia, é importante salientar que os procedimentos são adotados a fim de se solucionar os danos e as manifestações patológicas indicadas, sempre visando manter o significado social, histórico, cultural e as técnicas construtivas utilizadas, por meio de aplicações menos agressivas e mais compatíveis com a estrutura existente. Dessa forma, ao considerar a sustentabilidade em seu sentido amplificado, que reflete o tripé ambiente, economia e sociedade, ressalta-se que os seguintes aspectos devem, também, ser analisados nas intervenções do patrimônio tombado, sendo assim: 1. Aspecto ambiental: a preservação como ferramenta de diminuição dos impactos oriundos de novas construções sendo, portanto, imprescindível aprimorar os processos de manutenção e conservação, como forma de estender efetivamente a vida útil e garantir a integridade. Recomenda-se, portanto, priorizar a manutenção preventiva e evitar maiores intervenções de reformas, restaurações e reabilitações. 2. Aspecto econômico: um dos principais obstáculos que tange a preservação é a falta de recursos financeiros e ausência de investimentos em manutenção. Desta forma, revela-se de novo a importância da aplicação de um programa de manutenção preventiva, que se mostra economicamente muito mais eficaz quando comparado às operações da manutenção corretiva. 3. Aspecto social: destaca-se que a preservação do patrimônio histórico-cultural de uma determinada sociedade auxilia diretamente para seu crescimento, unindo bem-estar, qualidade de vida, valores de propriedade e responsabilidade à população por meio do respeito à memória, à herança cultural, à identidade local e às diferenças culturais. Tratando-se do Brasil, que é um país basicamente urbano, de acordo com dados recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 80% da sua população vive nas cidades e “o modelo tradicional de expansão urbano adotado no país, o qual privilegiou o processo de crescimento, adensamento e renovação urbanos, entrou em declínio, dado o quadro urbano encontrado nas cidades brasileiras” (BRIT, 2000). Isso pode ser constatado pela crise civilizacional na qual o país se encontra, sendo expressa pela baixa qualidade de vida urbana, na destruição e descaracterização 12 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE do patrimônio edificado e urbanístico das cidades e, principalmente, pela falta de sustentabilidade ecológica nos processos decorrentes das ações urbanas imbuídas, com uma crescente agressão ambiental na relação entre os espaços construídos e naturais existentes. Rosso (1980) ressalta que o homem edifica para criar espaços onde determinadas necessidades possam ser satisfeitas, certas funções cumpridas, e determinadas atividades domésticas, sociais, econômicas, entre outras, são realizadas ao abrigo das ações do meio ambiente. A partir do momento que estas construções se tornam arcaicas e não mais possam satisfazer a estas necessidades de forma eficaz, são esquecidas ou simplesmente não utilizadas, ficando à “deriva” da deterioração do tempo e do vandalismo predatório, cenário dos grandes centros urbanos. De acordo com a Caixa Econômica Federal, somente na cidade de São Paulo pode- se encontrar 400.000 edifícios desocupados, que, em sua maioria, localizam-se em pontos geográficos estratégicos, ocupando um valioso sítio arquitetônico que contribui para impelir o crescimento horizontal da cidade em direção às áreas de reservas de manancial, solicitando mais áreas e recursos naturais para se inserir na infraestrutura necessária essencial para o bom desempenho da cidade. Quando se refere aos impasses ambientais, Capra argumenta que há soluções para os principais problemas da contemporaneidade, entretanto para solucioná-los se faz necessáriauma mudança radical na percepção, no pensamento e nos valores que o ser humano atribui às coisas, acreditando que a humanidade está no início de uma mudança tão radical quanto foi a da revolução copernicana” (CAPRA, 1996 apud CIANCIARDI, 2004). Capra ainda se declara à mudança do modelo mecanicista instituído, para o paradigma ecológico, onde a visão sistêmica direcionará um olhar de novas soluções, e estas serão inevitavelmente soluções ecologicamente sustentáveis. A definição de ciência é o conjunto organizado do conhecimento, tendo que a consciência vem a ser um conjunto que se forma pelas relações humanas, onde o ser humano pode adquirir conhecimento de modo a poder julgar sua própria realidade. Sendo assim, é esta consciência obtida com o conhecimento favorecido pela ciência que levará a humanidade à “biocracia”, de maneira que possa reverter o processo destruído pelo qual a Terra atravessa (CIANCIARDI, 2004). 13 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Com isso, para que se estabeleça a “biocracia”, Adam (2001, p. 14) sugere que alguns princípios devam transitar sempre o pensamento dos habitantes do planeta, ressalta-se então: 1. Todos os seres vivos têm direito a viver com dignidade, não apenas os seres humanos. 2. Ecologia não é apenas uma ciência estática, de um preservacionismo estanque, mas pressupõe um paradigma de desenvolvimento sustentável, dentre eles: de comunidades, edifícios e cidades autossustentáveis, este modelo conjuga desenvolvimento tecnológico e avanço à gestão dos recursos naturais e ao equilíbrio dos ecossistemas. 3. De uma forma geral, a ecologia refere-se a um pensamento planetário, todavia a partir das referências da consciência, estamos diante de uma condição universal, de um sentido de vida presente em todos os cosmos. Dentro do tema abordado, é importante salientar que uma das boas práticas de sustentabilidade está não apenas no uso de material, mas também na sua forma de produzir, ou seja, existem materiais que impactam negativamente a natureza, causando diversos problemas a longo prazo, pode ser visto também que os usos indiscriminados dos recursos naturais podem levar a sua escassez, até o momento que realmente findarão. Com vias de deixar um ambiente melhor para gerações futuras, o ideal é manter práticas sustentáveis em todos os âmbitos, inclusive no de construção civil. Segundo o Conselho Internacional de Construção, essa é a área que mais explora recursos bem como usa energia de forma intensiva. Mais da metade dos resíduos sólidos são gerados por atividades humanas vindos da construção. Eis, portanto, mais motivos para fomentar práticas sustentáveis na construção. Observa-se, assim, que as atividades direcionadas para a sustentabilidade do desenvolvimento travam na racionalidade de mercado e na teoria econômica do crescimento sem limites, na produção e consumo exacerbados dos recursos ambientais, exigindo os avanços necessários neste campo de impacto político. Com isso, fica visto que a solução dessa questão, se faz visível e obrigatória, através da transformação global de um senso fundamentado em ideais econômicos e consumistas, na desigualdade, miséria e na degradação e opressão humana e desrespeito a outras formas de vida existentes no planeta. 14 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Para a sustentabilidade, que segrega as dimensões social, cultural, ambiental, territorial, econômica e política (SACHS, 2008), e para as questões complexas englobando a sociedade em curso, não existem dissoluções simples. Entretanto, o comprometimento com as questões socioambientais requer dos residentes do planeta Terra uma resposta iminente. Jegou e Manzini debatem a sustentabilidade fazendo a abordagem do consumo do que é existente, levando-se em consideração o que está disponível, sendo assim, os autores defendem que quando o processo é todo novo, observa-se que a eficiência ambiental pode e também deve ser alcançada, porém é necessário fazer o entendimento do que também é sustentável se apropriar daquilo que existe. Para tanto, trabalhar reorganizando e adaptando os edifícios para uma melhor utilização é um dos modernos desafios da Arquitetura, exigindo criatividade e estudo dos arquitetos. Importante ainda ressaltar que, de acordo Langston (2010), a reutilização se diferencia da restauração, pois o fato de se reutilizar um edifício pode propiciar maior opção de alteração, ampliação e integração com novos itens da Arquitetura, pode até proporcionar uma demolição “controlada” e selecionada. Sendo assim, é relevante abordar acerca da sustentabilidade e da economia circular, ou seja, com a adoção da Estratégia de Lisboa, em 2000, estabeleceu-se o objetivo central da União Europeia a fim de uma economia sustentável e inovadora. Logo, o objetivo foi reforçado mais tarde, em 2015, com a Comunicação da Comissão “Encerrar o ciclo – plano de ação da UE para a economia circular” e com a apresentação do Pacote de Economia Circular, um pacote legislativo destinado à transição para uma economia circular na União Europeia. Foi assim designado um percurso no sentido da definição de políticas europeias e iniciativas legislativas de modo à persecução desta meta, por meio de modelos estratégicos para os países membros e focos de ação concretos, dentre os quais: produção; consumo; aprovisionamento responsável de matérias-primas primárias; gestão de resíduos; conversão de resíduos em recursos ‒ matérias-primas secundárias; consumidores; inovação e investimento. A figura 1 representa um ciclo de boas práticas para a aplicabilidade da sustentabilidade associada à economia, ou otimização de recursos. 15 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Figura 1. Sustentabilidade e Economia Circular. Recusar Refletir Reduzir Reciclar Reutilizar Recolha Economia Circular Fonte: Próprio autor. Para refletir acerca do que foi estudado no capítulo 1, disserte sobre os diversos conceitos de sustentabilidade. 16 CAPÍTULO 2 Aplicação em Arquitetura É importante salientar sobre a necessidade de se fazer uma análise da sustentabilidade na Arquitetura, de modo que há várias discussões acerca da sustentabilidade, sendo muitas vezes antagônicas. De acordo com Oliveira (2006), ao referenciar Mc Lennan sobre o que ele conceitua como “Edifício Vivo”, apresentam-se várias condições para que dada construção possa ser considerada sustentável. A própria autora conclui que ao considerar as condições da sustentabilidade de forma completa, no âmbito da Arquitetura, chega a ser algo utópico, embora a simples busca por ela seja positiva. Sendo assim, a sustentabilidade é uma discussão latente nos variados campos do conhecimento, a Arquitetura não pode deixar de ser imbuída nessa perspectiva. Especificamente na Arquitetura, a sustentabilidade parece surgir como rompimento de um modelo funcionalista extremado, promovendo uma Arquitetura orgânica e mais humanizada. É conveniente destacar, nesse contexto, que a concepção orgânica é precursora numa visão amplificada do planejamento e da cidade, a qual é considerada um elemento vivo (VILLELA, 2007). Dessa forma, baseia-se em Geddes (1915), enfatizando que a compreensão do passado faz com que se compreenda o presente e se projete o futuro. Surge, dessa maneira, a preocupação com a utilização de materiais adequados nos processos construtivos, duradouros e o menos degradante possível. Então, fica averiguado pelo atual contexto da sociedade contemporânea que as evidências científicas e, consequentemente, o desenvolvimento da tecnologia, têm apresentado a concomitante e necessária sustentabilidade ambiental dos espaços edificados. Logo, verificam-se que as condições relacionadas ao espaço construído – identidade, sustentabilidade e hospitalidade – servem como “condutores” a fim de se realizar uma análise de pesquisa, por exemplo. Recorre-se, ainda, dizer que hodiernamente procura-se a sustentabilidade nas variadas atividades desenvolvidas pelo homem, e na Arquiteturanão é diferente. Nas 17 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I últimas décadas, novos procedimentos aparecem com o intuito de apoiar arquitetos e projetistas a utilizarem critérios de sustentabilidade no processo de projeto, seja avaliando e contabilizando cargas ambientais, ou até mesmo balizando esses agentes para uma prática profissional ambientalmente mais adequada. É conveniente recordar que a Arquitetura sustentável começou a se destacar por volta do século XX e, contemporaneamente, mostra-se como uma alternativa cheia de benefícios para vários projetos, com várias vantagens. Dessa maneira, é importante entender como surgiu e como se dá o conceito de Arquitetura sustentável, a qual é caracterizada como uma forma distinta de conceber projetos de Arquitetura de maneira sustentável, com otimização dos recursos naturais com o intuito de mitigar o impacto ambiental das edificações sobre o meio ambiente e seus moradores. Para que a Arquitetura sustentável obtenha resultados efetivos, ela deve adotar princípios como: » A adequação do projeto ao clima do local, diminuindo o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais. » A atenção para a orientação solar adequada, evitando a repetição do mesmo projeto em orientações distintas. » O uso de coberturas verdes, como a aplicação dos ecotelhados. » Evitar sempre o uso de materiais químicos prejudiciais à saúde humana ou ao meio ambiente, como amianto, formaldeído, entre outros. » A redução dos resíduos e disposição adequada, promovendo a reciclagem e a reutilização dos materiais. » A utilização de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de injetar o excedente na rede pública. » Prever coleta e utilização de águas pluviais. » O tratamento adequado de esgoto no local e, quando possível, o uso de banheiro seco. 18 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Aplicação da sustentabilidade em Arquitetura e o Ecoturismo O Ecoturismo pode ser compreendido como sendo o estímulo e a satisfação do desejo que temos de estar em contato com a natureza, além de explorar o potencial turístico com o intuito de manter a conservação e também o desenvolvimento, além de evitar o impacto negativo sobre a ecologia, a cultura e a estética. Contudo, o Ecoturismo não pode ser confundido com o chamado “turismo de massa”, pois não tem a intenção de maximizar o lucro por meio da atração de um grande número de turistas, e, sim, procura conseguir melhores resultados para um turismo consciente de valores propriamente sustentáveis. O turismo de massa pode ser exemplificado como uma ilusão que deteriora os lugares visitados, uma vez que o espaço sociogeográfico é limitado e, muitas vezes, não chega a comportar uma demanda de turistas. Portanto, deve-se tomar cuidado para que com o tempo o turismo ecológico não se torne também turismo de massa, exemplifica-se o caso do Parque Galápagos, no Equador, que recebia cerca de 7.000 turistas em 1975, passando a receber 17.840 em 1985, chegando a quase 42.000 visitantes em 1989. Diante disso, nota-se que durante os dez primeiros anos de visitação as estratégias iniciais de administração do parque funcionaram razoavelmente bem, com um número pequeno de visitantes, isso durante a década de 70. Logo, pode-se relatar que o aumento exagerado se deu por conta dos problemas econômicos ocorridos e pela diminuição orçamentária da administração do Parque, sem contar a pressão do setor privado, a falta do apoio político para seus administradores e a falta de liderança, planejamento e monitoramento inadequados contribuíram para certas inquietações em relação à sustentabilidade dos recursos do parque e à sua capacidade administrativa. Diante do que está sendo discutido, é importante saber que para que ocorra o crescimento e a aplicação do Ecoturismo alguns fatores são de grande valia, pode-se citar como exemplos: » A implantação de infraestrutura adequada e a formação de recursos humanos especializados. » Ações entre os agentes governamentais, inclusive com o setor privado e a comunidade envolvida. 19 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Além disso, vale salientar que ao possibilitar a participação efetiva de todos os segmentos que atuam no setor deve-se: » Promover e estimular a capacitação de recursos humanos para o Ecoturismo. » Promover, incentivar e estimular a criação e melhoria da infraestrutura para a atividade do Ecoturismo. » Promover o aproveitamento do Ecoturismo como veículo de educação ambiental. A criação de espaços que gerem atividades de interação e capacitação é de grande importância para a aplicação dessas diretrizes. Dessa forma, tanto a participação da comunidade como também dos órgãos públicos ou privados pode ser feita de forma intrínseca, com um mesmo fim. Com isso, a concepção desses espaços tem que considerar não apenas a relação interinstitucional como também o sistema que será utilizado para concebê-los. Já que para a implantação de um turismo ecológico consciente é de extrema importância a preservação da área que promove esse turismo. É importante salientar também que, para a implantação desse Ecoturismo devem-se avaliar dentro da legislação legal as ações que são permitidas dentro de cada área de intervenção. A figura 2 está ilustrando uma tendência da microarquitetura, é um modelo de quarto de hotel (cabine) que pode ser removível, sendo transportado para qualquer lugar. 20 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Figura 2. Arquitetura e Ecoturismo. Fonte: https://siagutatemp.wordpress.com/2015/03/23/micro-arquitetura-modular-ecoturismo/. Observa-se que essas novas construções já estão fazendo sucesso, pois o Ecoturismo é um segmento do turismo que mais cresce, “ultrapassando fronteiras”. De acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo (OMT), enquanto o turismo convencional cresce 7,5% ao ano, o Ecoturismo está tendo um crescimento que vai de 15 a 25% por ano. A OMT estima ainda que 10% dos turistas em todo o mundo tenham como demanda o turismo ecológico. A definição de Ecoturismo esbarra-se na preocupação para com a Ecologia, uma vez que é representado pelas atividades turísticas de lazer na natureza. Sendo assim, há cada vez mais preocupação para com os questionamentos atrelados ao meio ambiente e a sua conservação, dessa maneira, nada mais justo que várias modalidades de exercícios passem a ganhar uma “película” mais ecológica. Assim, o turismo com uma variante mais preocupada às questões ambientais refere-se pelo nome de Ecoturismo. Esta variação do turismo convencional está cada vez mais fortalecida, sendo uma das maiores na contemporaneidade, ofertando empregos e formando novas rotas turísticas mais voltadas à natureza e com um olhar mais cauteloso com a sustentabilidade. Destaca-se o Brasil como um dos países com maior quantidade de destinos voltados ao ecoturismo, apresentando um crescimento para esta variante de turismo que acompanha o crescimento em escala mundial. 21 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Figura 3. Ecoturismo no Brasil. Fonte: https://www.iped.com.br/materias/evento-turismo-e-hotelaria/ecoturismo-atualidade.html. No Brasil, anualmente, milhares de turistas vêm de outros países, além dos turistas do próprio país, que também procuram pelos destinos favoritos do ecoturismo nacional, os quais são: Amazônia e Pantanal. Conheça mais acerca da Sustentabilidade associada ao Ecoturismo. Acesse o link abaixo: https://www.youtube.com/watch?v=d1OuqhFK4Jg. Faça uma síntese sobre a importância da sustentabilidade aplicada à Arquitetura integrada ao Ecoturismo. 22 CAPÍTULO 3 Desenvolvimento do projeto Ao desenvolver um projeto sustentável em Arquitetura é importante destacar que à medida que o tempo passa, é vista a preocupação da sociedade com a preservação do meio ambiente e a sustentabilidade, em geral. Com isso, o que se vê são os projetos ecossustentáveis incorporados em todos os meios possíveis de aproveitamento dos espaços, sejam pela iluminaçãonatural, reutilização da água, facilidade para a coleta de lixo seletivo, dentre outros parâmetros ecologicamente corretos. Figura 4. Projeto de flats sustentáveis em Koshi, na Índia. Fonte: https://archtrends.com/blog/projetos-sustentaveis-de-arquitetura/. Dentro desta perspectiva, diversos movimentos surgiram para fortalecer essas ideias, dentre eles: valorizar a importância de cuidar do mundo e destacar a necessidade de aplicar esses conceitos diariamente. A Arquitetura sustentável é um exemplo disso. Por meio de seus pilares e de vários projetos de importância internacional, é possível perceber como arquitetos espalhados pelo mundo estão aplicando os conceitos e utilizando sua profissão a fim de dar destaque a um movimento tão importante. A Arquitetura sustentável pode também apresentar certas características especiais que necessitam ser seguidas. Dentre as quais, o consumo inteligente da água: num projeto de sustentabilidade é preciso ter como prioridade o consumo inteligente de água e 23 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I a diminuição dos valores de desperdício. Para que isso aconteça, é necessário usar tecnologias de reutilização. As opções mais conhecidas são o aproveitamento da água da chuva e equipamentos com sensores. Uma fonte alternativa de energia é o uso indiscriminado de equipamentos eletrônicos, o que não gera apenas um aumento na sua conta. Dessa forma, toda essa tecnologia que vem sendo introduzida como parte integradora das residências e da indústria deve ser vista com cuidado, pois os danos gerados pelo mal-uso desses aparelhos podem ser irreversíveis no futuro. Juntamente com alguns dos recursos conhecidos como alternativas de energia, ela chegou para ser uma solução esperançosa e eficaz para a população do planeta. Já que são renováveis, poluem pouco e quase não deterioram o meio ambiente. Atualmente, ao lado das termoelétricas, a energia hidrelétrica é a mais aplicada no Brasil. Apesar de ser uma fonte renovável e não emissora de poluentes, ela prejudica muito a natureza. Isso ocorre porque é necessário construir barragens para a implantação das usinas, ou seja, é necessário alagar várias áreas de grande extensão. A prática implica na destruição da vegetação natural, além de causar o assoreamento dos rios e a extinção de algumas espécies de animais, o que contribui no desequilíbrio ambiental. Contudo, a usina termoelétrica não utiliza de fonte renovável e, por isso, causa a poluição térmica, já que precisa elevar muito a temperatura da água. Logo, essa água é depositada nos rios, prejudicando vários ecossistemas e seu respectivo equilíbrio. Os combustíveis fósseis, usados na produção da energia, também são prejudiciais ao meio ambiente e liberam na atmosfera alguns dos gases responsáveis pelo comprometimento do aquecimento global. Todavia, não se pode perder a esperança, já que há alternativas cada vez mais disseminadas justamente por serem sustentáveis. Pode-se citar como exemplo a energia eólica (gerada a partir do vento) e solar (que tem como base os raios solares). A figura 5 está exemplificando painéis solares como uma fonte de “energia limpa”. 24 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Figura 5. Painéis solares. Fonte: https://www.portal-energia.com/5-paineis-solares-fotovoltaicos-potentes-147950/. Em um projeto de dimensão bem menor do que as grandes indústrias e nada comparado à produção de poluentes por toda a população, ainda é possível aplicar as ideias propostas pela arquitetura sustentável. Por exemplo: os painéis solares fotovoltaicos são responsáveis por converter a energia do sol em energia elétrica, mas seus custos elevados ainda impedem a tecnologia de se tornar mais acessível e disseminada. Entretanto, estudos comprovam que os gastos dos combustíveis fósseis estão ficando tão caros que, no futuro, a tendência é deixá-los de lado e partir em busca dos painéis solares. Uma opção bastante acessível é a do aquecedor solar doméstico. Diante do exposto, salienta-se aqui alguns materiais ecológicos que são aplicados nas construções e, consequentemente, produzem menor impacto possível à natureza. São alternativas à disposição no mercado com o intuito de atender aos projetos sustentáveis de Arquitetura. São exemplos: » Telhado com isolamento térmico. » Elastopor (outra solução para o isolamento térmico). » Torneira temporizada. » Descarga com acionamento duplo. » Pisos recicláveis. » Telhas de fibra vegetal. 25 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I » Tintas com baixos índices de compostos orgânicos voláteis. » Lâmpadas de LED. Ressalta-se que esses produtos têm como vantagem o custo benefício quando comparados às opções ditas convencionais. Ao contrário do que se pensa, eles trarão menos gastos e preocupações para os clientes/usuários, já que a poeira e o ruído produzidos são reduzidos bruscamente. Ademais, pode-se dizer que muitas vezes eles controlam o consumo de recursos pelos usuários. Dessa maneira, a conta será mais econômica, ocasionando uma economia gradual e que tende a permanecer. Nessa perspectiva tem-se que o resíduo administrado com consciência ambiental mitiga as ações dos resíduos provenientes da construção civil, os quais são muito mais prejudiciais para o planeta do que se imagina. Com uma destinação consciente, no entanto, todos os materiais serão descartados nos locais corretos. Uma maneira interessante de realizar uma boa administração desses materiais é a trituração do concreto e da madeira, por exemplo, que podem ser reutilizados após o processo. Estudos de casos A Casa Folha, Rio de Janeiro Com o nome de “Casa Folha”, esse foi um projeto feito por Mareines e Patalano e está localizado pertinho da cidade do Rio, em Angra dos Reis. Figura 6. Casa de Folha ‒ Angra dos Reis. Fonte: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.094/2927. 26 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Os arquitetos buscaram o conhecimento da história do país como principal inspiração, trazendo como relevância o modo de vida dos índios e a sua forma de construir e lidar com suas próprias habitações. Entre os diversos aspectos de beleza que permanecem na memória até o presente momento em relação à arquitetura indígena, cita-se a integração do ambiente das ocas com o clima quente e úmido, típico do litoral brasileiro. Portanto, destaca-se que os indígenas necessitavam construir moradias funcionais que convergissem harmonicamente com a realidade climática do país, e usavam recursos para isso. “A Casa Folha” logo inspirou-se nessas técnicas e pôs em prática os conceitos de forma contemporânea aos dias de hoje, sem perder sua riqueza e importância cultural. Dentre alguns aspectos usados nesse projeto sustentável pode-se citar: » Aplicação de materiais naturais e renováveis. » Resfriamento passivo (é um conjunto de tecnologias utilizadas a fim de reduzir a temperatura do local sem a necessidade de usar fontes de energia elétrica ou combustíveis, que podem ser prejudiciais ao ambiente). » Ventilação natural. » Iluminação natural. Além disso, toda a água obtida da chuva é escoada e colhida pelo telhado da casa, que tem acabamentos naturais. O aproveitamento dessa água é benéfico para o meio ambiente e pode ser utilizado sem muitos problemas em qualquer projeto de Arquitetura. Vivemos numa sociedade que se urbaniza cada vez mais e não para de crescer. Dessa maneira, isso contribui para que o solo acabe se impermeabilizando, ou seja, sua capacidade natural de absorver a água que entra em contato com ele é prejudicada, o que provoca cada vez mais inundações, as quais são um problema sério que deve ser combatido nas grandes cidades, já que muitas das vezes não realizam um planejamento adequado de crescimento. As inundações geram várias consequências e impactos negativos no meio ambiente, no entanto isso pode ser drasticamente minimizado quando existem fontes alternativas e sustentáveis de água para diversos fins específicos, como é o caso da coleta da água pluvial.27 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Esse projeto refere-se a sua belíssima cobertura em formato de folha, ela atua como uma “planta gigante” capaz de proteger a casa do sol e garantir espaços frescos com muita sombra para alguns espaços externos. É constituída por varandas e espaços abertos, a casa não contém corredores e apresenta pouquíssimas divisórias, sendo a maioria delas composta de vidro ou de materiais mais leves, como se a edificação realmente fosse um tipo de “oca”. Sua área externa possui um pé-direito alto, fazendo com que os ventos oriundos venham do mar e penetrem a casa, o que ajuda na ventilação e propicia uma sensação de frescor natural, automaticamente resfriando os ambientes, o que caracteriza o resfriamento passivo. Já as madeiras empregadas na construção são de reflorestamento, sendo consideradas matérias-primas renováveis, e as superfícies de acabamento da casa são naturais, com exceção os materiais de vidro e o cobre platinado, destacando-se toda a estrutura da parte superior, a qual foi projetada em madeira laminada de madeira eucalipto. A Family Box, na China O projeto da Family Box traz no seu arcabouço um conceito inovador, sendo uma construção que serviu para desconstruir barreiras e indagar o modo como a educação infantil é vista e estimulada por pais e professores na contemporaneidade. A Family Box pode ser interpretada como uma mistura de “playground” e jardim de infância. São recebidas crianças de até 12 anos de idade, que além das aulas tradicionais, elas também aprendem muitas atividades distintas, como por exemplo: aula de artes, artesanato, culinária, balé, dança criativa, música e natação. Figura 7. A Family Box – China. Fonte: archdaily.com.br/br/760003/family-box-em-pequim-sako-architects/543f3585c07a801fe700039b?next_project=no. 28 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE Nesse cenário, vale destacar que os pais têm acesso às atividades realizadas pelas crianças, já que as áreas são bem abertas, parecidas com diversas “caixinhas” vazadas. Ao contrário do que se pensa, essa ideia foi uma “sacada de mestre”. Os arquitetos responsáveis pensaram que, pelo fato de as crianças e os adultos terem perspectivas distintas em relação ao espaço que habitam, o projeto deveria funcionar com uma visão particular e aplicá-la em ambientes diferenciados para cada geração. Logo, enquanto as crianças estudam e fazem as diversas atividades em modo infantil, dentro do que seria uma das “caixas”, os pais observam, de longe, nas maiores “caixas”. Com isso, observa-se de qualquer lugar em que estejam no prédio, sendo possível visualizar as crianças e ter uma ideia do que elas estão fazendo. As “caixas” são executadas de forma moderna e futurista, com um estilo específico para cada uma em especial. O conjunto de cores segue com predominância do branco, todavia o contraste é realizado com a aplicação de detalhes em cores vivas e abertas. Quase não existem as cores: preto, cinza ou tons semelhantes, com exceção nos letreiros e em adesivos que estão fixados nas paredes. É visto que esse projeto tem suas referências na sustentabilidade de diversas maneiras, a começar pelo espaço em que ele foi construído. A edificação está situada no canto extremo de um parque, a construção foi erguida em meio à natureza sem ter gerado nenhuma deterioração ou prejuízo ao espaço ambiental. Além disso, ajudou a educar as crianças, como também contribuiu na realização de um trabalho que tem como intuito a conscientização, desde cedo, das pessoas. Ainda se destaca a valorização e incentivo da entrada de luz natural, que é outro ponto de relevância no projeto. Inclusive, é uma sugestão interessante que pode ser reproduzida no dia a dia. Uma das prioridades do projeto da Family Box foi colocar a maior quantidade possível de janelas e espaços pelos quais a luz pudesse entrar, com isso, o uso de energia elétrica é minimizado, se restringindo àquelas horas do dia em que realmente não tem como ficar na escuridão. Com um modelo de projeto sustentável como este, dois grandes benefícios são percebidos: o meio ambiente é resguardado e a conta de energia elétrica fica menos custosa, logo, fica observado o quão é benéfico unir o útil ao agradável, ou seja, o custo/ benefício. 29 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Sendo assim, esta é uma ótima declaração para convencer aquele cliente que pensa que um projeto sustentável é muito custoso e que requer muito trabalho. O projeto sai do modelo em que se tem como elementos estruturais os pilares de concreto armado, tendo o seu esquema de caixas fazendo com que a arquitetura seja ainda mais inovadora, e dando um ritmo completamente distinto para o local. É necessário frisar que a experiência do cliente e a criatividade obtiveram bastante peso no projeto, sendo assim, essas ideias podem ser reproduzidas por outros profissionais que queiram trazer algo inovador para o mercado. Em síntese, sabe-se que os maiores utilizadores para esse projeto seriam as crianças, a ideia era que o ambiente não fosse de encontro da mesmice, portanto a intenção era tornar algo capaz de transformar por completo a forma dos pequenos interagirem com o prédio. A questão de os pais estarem integrados e presentes também foi concretizada de maneira inovadora. A Casa Sem Tijolos, em Curitiba Imaginou numa casa sem tijolos? Pois bem, ela existe! Uma empresa vem realizando casas sustentáveis que demandam menos tempo de execução, e promete beneficiar muito o meio ambiente. A ideia apareceu por meio de um grupo de engenheiros e arquitetos jovens do Sul do Brasil. A estrutura é desprovida de tijolos, sendo feita com madeira autoclavada de reflorestamento e isolamento térmico de lã de vidro ou de garrafas PET. Segundo os idealizadores desse projeto, a obra é executada em um quarto de tempo de uma obra convencional. Ademais, existe uma economia de 80% de resíduos, o que faz com que reduza também a emissão de carbono. A fim de que o projeto tomasse forma aqui no Brasil, o grupo de profissionais fez inúmeras pesquisas de tecnologia em diversos lugares mundo afora, entretanto foi apenas na Alemanha que encontraram inspiração. Após todo o processo de pesquisa, veio acompanhado outro desafio: adaptação dos recursos à realidade do Brasil. Surge um novo modelo de construção, “Steel Frame”, que é uma forma nova de se construir tendo sua base em aço galvanizado, nesta nova estrutura não se aplica o uso de tijolo e cimento. Esse novo tipo de construção já é comum nos Estados Unidos e gradativamente está sendo implantado no Brasil, veio para inovar a forma de edificar 30 UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE e desafiar-nos para novos projetos usando menos tempo de execução para construção deles. Figuro 8. Construção sem tijolos. Fonte: http://www.curitibaconstrucaoereforma.com.br/steel-frame-construindo-sem-tijolos/. Ao contrário do que se pensa, destaca-se a importância do custo/benefício que esse tipo de construção traz ao visualizar uma construção tão inovadora, moderna e com referência direta à arquitetura europeia, sendo assim, é fácil imaginar que os custos seriam maiores, porém o valor de uma construção sustentável é de aproximadamente R$ 360 mil, valor que, de acordo com os profissionais engajados nesse projeto, é igual à de uma edificação convencional e seguindo esse mesmo modelo. O projeto, inclusive, está vinculado ao programa “Minha Casa, Minha Vida” do governo, um quantitativo de 300 casas foi edificado a partir da tecnologia “eco-friendly”, e vem ganhando diversos prêmios ao redor de todo o mundo pela inovação e pelos esforços em ajudar o planeta Terra. Observa-se, pelos por projetos sustentáveis, que tal cenário é benéfico, expressando um panorama completo a respeito da arquitetura sustentável e de alguns projetos de notoriedade, sendo ainda mais fácil verificar a sua importância e a responsabilidade dos profissionais em arquitetura na procura por um espaço melhor e integrado com o meio ambiente. Com isso, vale dizerque os projetos sustentáveis de arquitetura representam vários proveitos para a sociedade como um todo, dessa forma é de suma importância destacar também que, além de auxiliar a natureza, a arquitetura sustentável é um estereótipo de negócio que vem crescendo e apresenta uma perspectiva muito positiva no mercado. Pensando nisso, faz-se um “check list” dos principais benefícios advindos por projetos sustentáveis tanto para a natureza quanto para a carreira de um profissional do ramo. 31 SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I Dentre os quais, são eles: » Preservação do meio ambiente. » Diminuição dos impactos que a poluição provoca. » Aumento na qualidade de vida. » Diferencial de negócio e oportunidade de crescer num mercado ainda pouco explorado. » Maior satisfação dos clientes. » Valorização imobiliária. » Desenvolvimento e promoção de uma consciência ambiental coletiva. Diante de inúmeras vantagens, é fundamental difundir cada vez mais o conceito. O planeta Terra vem passando por modificações climáticas sérias que merecem destaque e estudo, e uma maneira de fazer isso é esclarecer algumas visões como, por exemplo, mostrar ao cliente que os projetos sustentáveis não são muito mais caros do que os convencionais. No entanto, as pessoas podem até deixar de considerar a aplicação de soluções “eco- friendly” por acharem que são pouco acessíveis. Portanto, apresentar fatos que comprovem o contrário. Conheça mais acerca dos conceitos básicos de como realizar projetos sustentáveis. Acesse o link: https://www.ugreen.com.br/como-realizar-projetos- sustentaveis/. Faça um resumo sobre a importância da escolha de materiais aplicados nos projetos de sustentabilidade. 32 UNIDADE IIDIRETRIZES ESTRUTURAIS CAPÍTULO 1 Materiais É conveniente dizer que não basta apenas introduzir novas técnicas construtivas, mas também existe a necessidade de se ter o equilíbrio entre a construção civil e a natureza. Diante disso, as empresas e os pesquisadores estão, cada vez mais, investindo na inovação de materiais inteligentes e sustentáveis. Foi realizada uma lista com alguns materiais sustentáveis para a construção civil, os quais já estão auxiliando na transformação do setor em um espaço tecnológico e ecologicamente amigável. Pode-se recorrer a alguns exemplos, dentre os quais listados a seguir: » Telhado com isolamento térmico. » Elastopor (outra solução para isolamento térmico). » Torneira temporizada. » Descarga com acionamento duplo. » Pisos recicláveis. » Telhas de fibra vegetal. » Tintas com baixos índices de compostos orgânicos voláteis. » Lâmpadas de LED. Será tratado abaixo acerca das vantagens em utilizar os materiais supracitados na construção civil. 33 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II Telhado com isolamento térmico A aplicação do isolamento térmico para telhado é uma ótima alternativa para quem tem o desejo de investir em espaços com temperatura agradável. Atualmente, há vários produtos e procedimentos para diversos tipos de cobertura. Algumas opções já estão até inseridas nas telhas, tem-se como exemplo a telha sanduíche. Contudo, como todo processo construtivo, o isolamento térmico do telhado deve ser feito de maneira adequada. Dessa forma, é importante investir num produto que seja de qualidade e mão de obra qualificada, caso contrário o cliente perderá todo o potencial do isolante térmico. Sendo assim, pode-se dizer que o isolamento térmico também é uma opção para as construções com grande apelo ecológico, especialmente as que anseiam algum tipo de certificação. Logo, isso é resultado do seu potencial de colaborar com um espaço agradável de forma econômica e ambientalmente adequada, quando comparado aos sistemas de ventilação tradicionais. Figura 9. Isolamento térmico para telhado. Fonte: https://engenhariaconcreta.com/isolamento-termico-para-telhado/. Tem-se que a principal vantagem de se aplicar isolantes térmicos em telhado é o seu objetivo principal, ou seja, assegurar que a temperatura interna do espaço se mantenha estável. Isso propicia um ambiente harmonioso sem o uso de sistemas de ventilação tradicionais, como exemplo, o ar condicionado. Portanto, o uso dos isolantes térmicos é essencial não só em locais de muito calor, mas também em regiões de muito frio, pois ele retém o calor do interior da edificação, minimizando o custo com aquecedores. 34 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS Não obstante, outra vantagem considerável é a redução dos custos operacionais. A utilização demasiada do ar condicionado fomenta um consumo alto de energia elétrica, sendo assim, quando o ar condicionado é banido, a redução do consumo de energia é inevitável. Percebe-se que os isolantes ajudam na proteção da disposição do telhado, pois impedem a dispersão da umidade na madeira, isso faz com que o período de vida útil da madeira seja conservado. No caso das edificações com lajes, o isolamento ocorre quando a penetração da umidade é impedida, além disso, ele auxilia na preservação da estrutura e consequentemente impede a disseminação de bactérias e mofo. Também é possível citar inúmeros benefícios inerentes de um ambiente confortável termicamente, como a melhor preservação de produtos estocados e melhor conforto para os usuários. Elastopor (outra solução para isolamento térmico) Outro tipo de solução para o isolamento térmico é a espuma rígida composta com poliuretano da BASF (Fábrica de Anilina e Soda de Baden). Ela pode ser empregada tanto em telhados como na fachada da casa, auxiliando, ainda, na diminuição do consumo de energia. É uma espuma rígida de poliuretano sendo o núcleo do “Sandwich Painel” que compõem o sistema construtivo isotérmico, utilizado para construção em geral. Tem a função estrutural e também de vedação, constituindo um recurso interessante, por ser de rápida aplicação e livre de resíduos, poupando tempo e recursos. Apresenta graus de condutividade térmica baixíssimos quando comparados a isolantes convencionais, diminui em até 90% a transferência de calor entre os espaços. Elastopor Poliuretano é utilizado para fabricação de telhas e painéis. Elastopor tem facilidade, segurança e conforto em sua aplicabilidade, seguem as suas aplicações e características: » Painéis ambiente climatizado, economia de energia. » Painel de fachada perfilado ou liso, perfis distintos, união macho fêmea, junta escondida. 35 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II » Rapidez na execução, alta resistência mecânica, fácil manuseio e transporte, desperdício reduzido de materiais e elevada durabilidade. Figura 10. Cobertura com aplicação de poliuretano. Fonte: https://www.archiexpo.com/pt/prod/kemper-system/product-67963-1731729.html. A aplicação desse material oferece um sistema de telhado quente altamente versátil e de fácil execução que pode ser aplicado sobre a maioria dos substratos, incluindo metal, betão e plataformas de madeira. Adequam-se as novas e renovadas coberturas, e nas suas diversas formas, sendo completadas com a membrana impermeabilizante que pode ser usada tanto em zonas de tráfego ligeiro ou intenso com a opção de uma camada de desgaste ou superfície paisagística, incluindo as coberturas verdes. Torneira temporizada É um dispositivo que tem fechamento automático, a torneira temporizada garante praticidade do seu dia a dia. O grande diferencial desse material é a redução do uso de água, evitando, assim, o desperdício, além da redução do valor de sua conta. 36 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS Figura 11. Torneira temporizada. Fonte: https://www.shoptime.com.br/produto/12996411/torneira-para-banheiro-temporizada-cromada-ecoprees-celite?pfm_ carac=torneira%20celite&pfm_index=21&pfm_page=search&pfm_pos=grid&pfm_type=search_page%20. Descarga com acionamento duplo Esse sistema de descarga com dois acionamentos para as caixas acopladas é uma boa escolha para a economia do uso da água, além de tornar a construção mais sustentável. Com esse modelo de mecanismo,o usuário pode acionar a meia descarga ou ainda a descarga completa, permitindo uma redução de até a metade do uso da água. Figura 12. Descarga com duplo acionamento. Fonte: http://censi.com.br/blog/?p=1001/. Pisos recicláveis Vários materiais como pneus, lâmpadas fluorescentes, monitores de computadores, dentre outros, se transformam em revestimentos para o acabamento de espaços internos. Deve-se ter o cuidado com o meio ambiente, o que é uma preocupação no mundo todo. Na construção civil, a procura por soluções verdes é um diferencial, portanto no setor de revestimentos não difere. 37 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II Contudo, as novas modalidades de materiais ecossustentáveis não deixam para trás as tendências que direcionam o mercado dos acabamentos, como a reprodução dos materiais naturais, como exemplo a madeira e os mosaicos. Além disso, os materiais cerâmicos, pastilhas ou vinílicos, são alternativas que não faltam para decorar a residência com consciência. É de relevância também destacar como ocorrem os processos de fabricação dos pisos ecológicos (pisos sustentáveis) ‒ tendo a sustentabilidade não apenas na matéria-prima, mas também no material reciclado que costuma ter processos de fabricação ecológicos. Salienta-se aqui a sua composição, a qual tem no mínimo 50% de material reciclado, muitas vezes utiliza baixo consumo de energia e água para fabricação. O processo de manufatura não é poluente; as embalagens são reutilizáveis e o consumidor pode ter até 35% de economia na hora da compra. Como exemplo, temos os azulejos feitos de polipropileno, que é um tipo de plástico, os quais utilizam objetos do mesmo material para serem feitos e podem originar novos azulejos no final de sua vida útil. Figura 13. Azulejos plásticos ecológicos. Fonte: https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/pisos-azulejos-reciclados/. Quando instalados, eles se aparentam bastante com os azulejos de cerâmica. Muitos deles vêm com os coloridos típicos de ladrilhos hidráulicos. Sua aplicação segue o mesmo modo dos azulejos clássicos em: banheiros, cozinhas e áreas que tenham maior incidência de umidade. Podendo ser assentado sobre outros revestimentos, contudo basta utilizar cola à base de água e rejunte tradicional espalhado com uma espátula de silicone. Outra característica é que são resistentes térmico e elétrico, evitando a disseminação de chamas. Também é atóxico, podendo ser usado em creches e hospitais, por exemplo. 38 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS No mercado, encontram-se conjuntos de azulejos ecológicos com 25 peças de 20cm x 20cm ou com 100 peças de 10cm x 10cm em um único padrão ou ainda kits com estampas sortidas. Lâmpadas de LED Tem-se aderido ultimamente à utilização das lâmpadas LED devido à proibição das lâmpadas incandescentes, o que tem favorecido cada vez a substituição e aumentando o seu espaço no mercado. Por serem um pouco mais caras, a sua eficiência energética é bem maior, o que propicia até 80% de economia de energia em comparação com as opções tradicionais de iluminação. Além disso, as lâmpadas LED não esquentam o espaço e possuem vida útil bastante prolongada, valendo-se dos modelos mais tecnológicos, podendo durar até 15 anos. Figura 14. Lâmpadas LED. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Sob o ponto de vista da produção das novas técnicas construtivas, é necessário que haja um equilíbrio entre a construção civil e a natureza, para tanto, as empresas e os pesquisadores estão investindo cada vez mais na criação de materiais sustentáveis e inteligentes. A seguir, foram destacados alguns materiais sustentáveis para a construção civil que já estão auxiliando a modificar o ramo com o intuito de se obter um espaço tecnológico e ecologicamente harmonioso. 39 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II Portanto, diante de tantas novidades de materiais sustentáveis não se pode deixar de citar o tão incrível bioconcreto, o qual tem a capacidade de regenerar suas próprias rachaduras por meio da presença das bactérias. Este produto foi criado por pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delf, na Holanda. A bactéria bacillus pseudofirmus é capaz de produzir calcário e permanecer “adormecida” por até 2 centenas de anos. Quando introduzidas à mistura de concreto, elas produzem carbonato de cálcio, o qual tem a função de selar as fissuras existentes. Contudo, essa reação só ocorre quando as bactérias são “ativadas” pela presença de água e oxigênio, isso acontece tão logo uma fissura começa a se formar. Bioconcreto Essa tecnologia ainda não está disponível para ser distribuída no mercado. Porém, ela pode fazer com que as empresas e as próprias cidades poupem com mão de obra e gastos com manutenção de casas, edifícios e estruturas mais complexas. Figura 15. Bioconcreto. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Telhados verdes Essa tecnologia respalda-se na aplicação de uma camada vegetal sobre uma base impermeabilizada com manta de PVC. Sabe-se que as plantas refletem mais raios solares do que as telhas comuns, logo, os telhados verdes fornecem um excelente isolamento térmico e acústico para as edificações. Os telhados verdes são especialmente úteis nos edifícios de cidades muito quentes, já que é possível dispensar a instalação de aparelhos de ar condicionado e diminuir 40 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS recursos de energia elétrica. Uma pesquisa realizada pelo Energy Savers demonstrou que projetos utilizando essa tecnologia podem até suavizar as chamadas ilhas de calor nas grandes cidades. Figura 16. Telhado Verde. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Vidro inteligente Apenas com o toque de um botão, os vidros eletrocrômicos, também conhecidos como vidros inteligentes, permitem o controle de transparência, absorção de calor e do quanto uma área poderá ser iluminada. Em dias de muito calor, por exemplo, basta ajustar os controles para que menos luz do sol penetre através do vidro. Dessa forma, podem ser aplicados em espaços internos ou externos, estima-se que essa tecnologia possa economizar em mais de 25% os gastos com ventilação, iluminação e ar-condicionado. Figura 17. Vidro inteligente. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. 41 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II Tintas ecológicas Essas tintas são constituídas a partir de matérias-primas totalmente naturais, como corantes e óleos. Desse modo, não há acréscimo de insumos derivados de petróleo ou uso de componentes sintéticos. Algumas tintas também são livres de Compostos Orgânicos Voláteis, são os conhecidos COVs, os quais são agressivos para a saúde e ajudam na deterioração da camada de ozônio. Figura 18. Tinta ecológica. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Bambu Esse material já vem sendo utilizado como matéria-prima na fabricação de portas e pisos. Entretanto, o bambu também pode ser aplicado como substituto do concreto armado. São características desse material: resistência, sustentabilidade e disponibilidade em grandes quantidades, já foram realizados testes para novas espécies de bambu, o que se revelou uma resistência à tração 6 vezes maior que a do aço. A ideia é que, futuramente, o material também possa ser utilizado em armações de diversas matrizes, como solo e cimento. 42 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS Figura 19. Bambu. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Tijolo replast Esse material foi criado pelo startup americano By Fusion, o tijolo replast é fabricado a partir do entendimento que se faz dos restos de plástico em blocos modulares. Por serem moldados em diversas formas e encaixes diferentes, não é preciso utilizar cola, adesivos ou qualquer outro tipo de argamassa para garantir a fixação deles. Ademais, o processo de produção não emite CO2 e também nãoé tóxico, além disso, os resíduos plásticos utilizados como matéria-prima são retirados dos oceanos. Figura 20. Tijolo replast. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Containers A construção em containers deixou de ser moda e se transformou numa técnica fixa da engenharia. Sabe-se que essas estruturas podem ser oriundas do transporte de 43 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II mercadorias, é concebível utilizar containers reciclados e economizar um percentual de até 30% na construção de uma casa ou edifício, quando comparada a uma construção convencional de mesmo projeto. No Brasil, já se tem até um condomínio construído completamente com essa tecnologia, a figura 21 ilustra esse tipo de construção. Figura 21. Containers. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. Argamassa de argila Sabia que existe argamassa de argila? Sim, ela existe! Ela surge com a finalidade de substituir o cimento na mistura da argamassa e pode ser aplicada em paredes internas para assentar os acabamentos, com a vantagem de ser completamente sustentável e ainda contar com um melhor desempenho termo acústico. Ademais, a argamassa de argila ainda se torna um empecilho no aumento excessivo de umidade nos ambientes, podendo ser utilizada especificamente como material isolante. Figura 22. Argamassa de argila. Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/. 44 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS Conheça mais sobre os materiais sustentáveis que estão revolucionando a construção da atualidade. https://www.sienge.com.br/blog/9-materiais-de-construcao-inovadores. Elabore uma síntese a respeito das vantagens que esses produtos trazem para o meio ambiente. 45 CAPÍTULO 2 Acessibilidade Ao abordar a aplicação da acessibilidade em construções sustentáveis, faz jus tratarmos um pouco mais sobre esse novo conceito que vem sendo bastante dialogado. Por meio do Guia de Sustentabilidade na construção promovido pela FIEMG (2008), o edifício sustentável, como também a construção sustentável, são edificações ou bens com longa vida útil, produzidos por meio de aglutinação de vários materiais e componentes de diferentes indústrias, e que requerem uma enorme quantidade de mão de obra. A busca por construções sustentáveis tem como intuito eliminar os impactos negativos tanto sociais como os ambientais de todo o seu ciclo de vida. Segundo Keeler; Burke (2010), atualmente recorre-se a muitas definições formais para o termo Edificação Sustentável, contudo todas têm pelo menos um ponto em comum, dentre vários componentes considerados essenciais: tratar das questões de demolição no terreno, de resíduos da construção e de resíduos gerados pelos seus usuários; promover a eficiência na utilização dos recursos; buscar a conservação de energia e projetar visando ao consumo eficiente da energia; oferecer um ambiente interno “saudável”. Silva (2007) destaca que a principal diferença entre um Edifício Sustentável e um Edifício Convencional está na visão sistêmica inerente à própria sustentabilidade. Todavia, para uma Edificação Sustentável bem-sucedida, é necessário que todos os profissionais envolvidos entendam que a edificação tem que ser vista como um processo sistêmico, daí a relevância de um Projeto Integrado. O edifício é pensado como um todo, e na sustentabilidade é levado em consideração o uso, a manutenção e até sua demolição, incluindo o ciclo de vida dos materiais empregados. Desta maneira, um Edifício Sustentável não incorpora unicamente aspectos relacionados com a proteção dos recursos naturais, tampouco apenas com a redução do consumo energético. Para além desses aspectos, um Edifício Sustentável deverá incluir, dentre outros, o impacto dos edifícios e dos materiais nos seus usuários (MATEUS, 2009). Dentro dessa visão holística, escadas, degraus altos, banheiros não adaptados e buracos nas vias públicas constituem parte dos inúmeros exemplos que podemos citar como barreiras arquitetônicas ou falta de acessibilidade. 46 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS Esta mesma dificuldade é experimentada nos espaços que se destinam aos cuidados à saúde, como prédios adaptados e impróprios às necessidades dos usuários (SIQUEIRA et al. 2009). A respeito da indústria da construção, a compreensão ou interpretação da sustentabilidade tem passado por transformações ao passar dos anos. A princípio, a ênfase estava em como enfrentar com recursos limitados e como minimizar os impactos sobre o meio ambiente. Há dez anos, o destaque estava atrelado em requisitos mais técnicos da construção. Posteriormente, as questões sociais e econômicas passaram a ser consideradas essenciais para o crescimento sustentável nas edificações. Mais recentemente, também os aspectos culturais do ambiente construído passaram a ser considerados de grande importância para a construção sustentável (FOSSATI, 2008). Segundo o Ministério do Meio Ambiente ‒ MMA (2012), os desafios para o ramo da construção são copiosos, porém, em síntese, constituem na minimização e otimização do consumo de materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na conservação do ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído. Ainda de acordo com o Guia de Sustentabilidade na Construção, desenvolvido pela FIEMG (2008), a incorporação de práticas sustentáveis na construção é uma tendência crescente no mercado. Sua adesão é considerada um caminho sem volta, pois diferentes agentes atuam alertando, estimulando e pressionando o setor da construção a introduzir essas práticas em suas atividades. Sendo assim, sabe-se que na esfera da edificação, o Ministério do Meio Ambiente (2012) compreende como essenciais ao setor de construção civil: adequação do projeto ao clima do local, reduzindo o consumo de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e aquecimento naturais; previsão de requisitos de acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou possibilidade de adaptação posterior; utilização de coberturas verdes e a suspensão da construção do solo. No que tange à seleção dos materiais de construção, deve-se priorizar a utilização de materiais disponíveis no local, pouco processados, não tóxicos, potencialmente recicláveis, culturalmente aceitos, propícios para a autoconstrução e para a construção em regime de mutirões, com conteúdo reciclado. Ademais, as certificações para as edificações sustentáveis são selos cedidos pelas instituições não governamentais, um grande número é internacional, entretanto atuam 47 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II com os mesmos critérios e avaliações nos países em que estão presentes e certificam os mais variados tipos de construções, dentre os quais, edifícios, escolas, escritórios, hotéis, reformas entre outros. Sendo assim, para obter uma certificação ambiental de uma construção é preciso que se determine o nível de sustentabilidade que será executado com o projeto e a construção. São necessários diversos estudos arquitetônicos de viabilidade construtiva e financeira, além do mais, há necessidade de um planejamento estratégico prévio que estabeleça todas as metas e normas exigidas pela entidade certificadora, podendo corroborar ou reprovar o projeto. Por outro lado, é necessário que toda obra seja acompanhada e fiscalizada nas diversas fases até a entrega final, por um gestor ou consultor nomeado pelo órgão certificador. Dessa maneira, uma construção certificada por um órgão independente tem maior aceitação do que uma construção que é autodeclarada sustentável, que não foi fiscalizada para autenticar a implantação de benefícios direcionados para a sustentabilidade. Vale ressaltar que existem diversas certificações sustentáveis no mercado das construções, dentre elas, há o selo “aqua” (alta qualidade ambiental do empreendimento), é um selo brasileiro adaptado de uma metodologia francesa e atenta vários critérios sustentáveis,sendo eles: a gestão ambiental da obra, economia de água e energia, a redução dos resíduos, e a qualidade de vida dos transeuntes do edifício. Outro exemplo de selo é obream – building research establishment, que significa estabelecimento de pesquisa de construção, é uma certificação internacional de origem do Reino Unido, muito usada mundialmente, atesta edifícios públicos, comerciais e residenciais. Dentre suas metas, pode-se destacar a diminuição do consumo energético e de água, utilização de materiais sustentáveis, gestão de resíduos da construção e, por conseguinte, redução dos impactos de vizinhança. Leed – leadership in energy and environmental design, a qual significa liderança em energia e design ambiental, é a certificação mais utilizada no mundo. Foi desenvolvida nos Estados Unidos da América, contém diversos níveis de certificação e metas a serem seguidas, dentre as mais relevantes estão: eficiência do uso de água e energia, uso de recursos naturais de forma responsável, uso de materiais sustentáveis, qualidade do ambiente construtivo e preocupação com a manutenção das instalações e do edifício. 48 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS Ao se fazer o entendimento dos processos de certificação nas construções associada à sustentabilidade, se faz também pertinente uma abordagem dos materiais aplicados de forma sustentável. Com isso, pode-se destacar que o material sustentável contém uma análise ampla de sua cadeia de produção: a maneira como é realizada a extração, geração de impactos à natureza, procedência, transporte, manutenção, desempenho e eficiência do material a longo prazo, análise do ciclo de vida, quais os ingredientes químicos, se possuem características sustentáveis e se é usada uma mão de obra que não é prejudicial à vida dos trabalhadores. Geralmente, todas estas etapas são monitoradas e conferidas por meio de selos dos órgãos independentes de níveis internacionais e órgãos governamentais como o Inmetro, Procel edifica e casa azul, os quais são órgãos brasileiros e que certificam os produtos. Temos como exemplo de material sustentável a madeira de reflorestamento, onde observa-se que não são devastadas novas áreas da vegetação virgem. Sendo assim, no caso de produtos sustentáveis, tem-se a preocupação no que diz respeito a algo que, além de cumprir os requisitos “verdes”, também honre uma boa qualidade. Existem os investimentos em quesitos como durabilidade e resistência. Portanto, “quando a empresa se responsabiliza com a sustentabilidade, ela analisa todo o processo de suas atividades”, inclusive em sua forma de gerir, além disso, cumprindo a legislação ambiental, social e trabalhista. No tocante à aplicação de produtos ecológicos, é percebida pelo seu conceito a preocupação em manter a biodiversidade. Isto é, são produtos que contêm na cadeia de produção o princípio de não gerar grandes alterações no equilíbrio do ecossistema. Dessa forma, é necessário que se discuta acerca da acessibilidade como um elemento da sustentabilidade, portanto, para Oliveira (2006), a Acessibilidade Espacial refere-se à possibilidade de participação das pessoas na sociedade em circunstâncias de isonomia e sem distinção, sendo um dos parâmetros para se obter a inclusão social. Assim, a acessibilidade do espaço existente não deve ser compreendida como um conjunto de medidas que favoreça apenas às pessoas com deficiência, mas, sim, medidas a fim de acolher todos os usuários em potencial. Para isso, é necessário assegurar total acesso aos mais variados locais e atividades, suprimindo as várias barreiras existentes que dificultam a participação de todos. 49 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II Com isso, a acessibilidade espacial pode ser vista como a possibilidade de compreensão da função, da organização e das relações espaciais que o ambiente estabelece e a participação das atividades que ali ocorrem, fazendo uso dos equipamentos disponíveis com segurança e autonomia (BINS ELY et al., 2001). Segundo Bins Ely e Piardi (2012), com o intuito de compreender melhor as questões referentes à acessibilidade espacial de pessoas que possuem algum tipo de restrição, são possíveis identificar quatro componentes por meio dos quais é viável avaliar o nível de acessibilidade do ambiente construído. São eles: » Orientação: é a condição de compreensão do espaço a partir de seu formato arquitetônico e da sua organização funcional. É a possibilidade de diferenciar o local onde se está e o percurso que se deve fazer para chegar a um determinado destino, por meio da informação arquitetônica e suportes informativos, como exemplos (placas, letreiros, sinais mapas). » Deslocamento: é a condição de movimento tanto nos percursos horizontais como nos verticais e sua continuidade. É a facilidade de deslocar-se de forma independente em percursos livres de obstáculos, que favoreçam o conforto e a segurança ao usuário. » Uso: é a condição que permite a utilização dos equipamentos e a participação nas atividades desejadas. Os equipamentos devem ser acessíveis a todos os usuários e manuseados com segurança, conforto e autonomia. » Comunicação: é a condição de permuta e intercâmbio entre pessoas e com pessoas e equipamentos de tecnologia colaborativa (como terminais de computadores e telefones com mensagens de texto), que permitam a inserção e uso do ambiente. O conceito de sustentabilidade varia de acordo com o tema e as condições nas quais está sendo tratado. Como o foco desta abordagem se dá na acessibilidade, entende- se que esta integra a dimensão social da sustentabilidade, a qual remete a uma gama de elementos associados à melhoria da qualidade de vida, à democracia e aos direitos humanos (ZANDEMONIGNE; TIBÚRCIO, 2013). Ainda de acordo com Zandemonigne e Tibúrcio (2013), foram adotadas seis dimensões de sustentabilidade, dentre as quais: ambiental, social, cultural, econômica, espacial e tecnológica. Seguem as definições a respeito de tais dimensões, de acordo com a análise dos autores: 50 UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS » Sustentabilidade ambiental: destina-se à conservação dos ecossistemas naturais, uso otimizado dos recursos naturais, preservação da natureza, uso racional de energia, água e solo, materiais locais e recicláveis. » Sustentabilidade social: refere-se aos elementos relacionados à melhoria da qualidade de vida, à democracia e aos direitos humanos, visa saúde, segurança, qualidade do ambiente interno e externo, acessibilidade, transportes, infraestrutura, adaptabilidade, conforto, adequação ao local, a fim de se ter a valorização da qualidade de vida. » Sustentabilidade cultural: propõe a diversidade, adequação às condições locais, ao modo de vida e costumes dos usuários, além da relação com as demandas de patrimônio. » Sustentabilidade econômica: trata-se dos investimentos financeiros e da viabilidade econômica dos empreendimentos, assim como dos custos no ciclo de vida, custo-benefício, da acessibilidade e viabilidade econômicas, adaptabilidade e flexibilidade e desempenho. » Sustentabilidade espacial: direciona-se à distribuição espacial dos recursos das populações e das atividades, destacando questões como concentração excessiva em zonas metropolitanas e deterioração de ecossistemas frágeis, integração com padrões locais de paisagem e cultura. » Sustentabilidade tecnológica: propõe que a tecnologia seja propulsora da sustentabilidade, onde as tecnologias aplicadas devem estar de acordo com as condições locais, serem duráveis, confiáveis, funcionais e compatíveis à vida moderna, relaciona-se também à inteligência predial e controlabilidade. A acessibilidade é parte integrante da sustentabilidade dos edifícios, já que atende várias das dimensões da sustentabilidade discutida por alguns autores. Atualmente, existem tecnologias e uma nova cultura da acessibilidade que permitem alcançar ou contribuir para a sustentabilidade dos edifícios. Visto que a sustentabilidade
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