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Brasília-DF. 
SuStentabilidade na ReStauRação
Elaboração
Jackson Moreira Souza
Produção
Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração
Sumário
APRESENTAÇÃO ................................................................................................................................. 4
ORGANIZAÇÃO DO CADERNO DE ESTUDOS E PESQUISA .................................................................... 5
INTRODUÇÃO.................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
SUSTENTABILIDADE ................................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 1
CONCEITO .............................................................................................................................. 9
CAPÍTULO 2
APLICAÇÃO EM ARQUITETURAIS .............................................................................................. 16
CAPÍTULO 3
DESENVOLVIMENTO DO PROJETO ........................................................................................... 22
UNIDADE II
DIRETRIZES ESTRUTURAL ........................................................................................................................ 32
CAPÍTULO 1
MATERIAIS .............................................................................................................................. 32
CAPÍTULO 2
ACESSIBILIDADE ..................................................................................................................... 45
CAPÍTULO 3
CONFORTO (OLFATIVO E TÉRMICO) ........................................................................................ 58
CAPÍTULO 4
SALUBRIDADE ......................................................................................................................... 65
UNIDADE III
GESTÃO INTEGRADA ............................................................................................................................ 69
CAPÍTULO 1
METODOLOGIAS BIOTECNOLÓGICAS ..................................................................................... 69
CAPÍTULO 2
DESIGN UNIVERSAL ................................................................................................................ 82
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................. 88
4
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se 
entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. 
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela 
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da 
Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade 
dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos 
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém 
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a 
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo 
a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na 
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
5
Organização do Caderno 
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em 
capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos 
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar 
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para 
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.
A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos 
Cadernos de Estudos e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes 
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor 
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita 
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante 
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As 
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Sugestão de estudo complementar
Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo, 
discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.
Atenção
Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a 
síntese/conclusão do assunto abordado.
6
Saiba mais
Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões 
sobre o assunto abordado.
Sintetizando
Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o 
entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.
Para (não) finalizar
Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem 
ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.
7
Introdução
Este material didático consiste em trazer uma abordagem a respeito dos conceitos de 
Sustentabilidade na Restauração, assim como compreender os aspectos ecológicos 
relacionados à recuperação, manutenção e restauração nas edificações.
Posto isto, faz-se importante o conhecimento acerca da análise de sustentabilidade na 
arquitetura, observando-se, assim, que há várias discussões sobre a sustentabilidade, 
e que muitas vezes são antagônicas. Destaca-se, ainda, o quão é valioso entender que o 
Ecoturismo não trabalha apenas com consciência, mas também com formas de prover 
o desejo do ser humano de ter um contato maior com a natureza, além disso, procurar 
evitar ações que degradem não apenas a natureza como em outros aspectos, sendo eles 
de ordem cultural, ecológica ou natural.
Ademais, é conveniente salientar também a importância da Diretriz Estrutural, a 
qual introduz novas técnicas construtivas, mas também existe a necessidade de se 
ter o equilíbrio entre a construção civil e a natureza. Diante disso, as empresas e os 
pesquisadores estão cada vez mais investindo na inovação de materiais inteligentes e 
sustentáveis.
Com isso, serão apresentadas as etapas de elaboração de um projeto que esteja inserido 
em uma gestão integrada, sendo necessária a compreensão de que um desenho de 
apresentação para projetos de arquitetura é resultado de uma análise sobre diferentes 
metodologias de apresentação do projeto arquitetônico empregadas pelos arquitetos, 
além disso, tem-se abordado muito sobre o a Biotecnologia, a qual pode ser definida 
como uma tecnologia que utiliza organismos vivos, sistemas biológicos ou seus 
derivados para criar ou transformar produtos e processos. Portanto, percebe-se um 
número crescente de empresas aderindo ao investimento na área da biotecnologia. 
E, por fim, logo num futuro próximo, a biotecnologia se tornará um membro integrante 
da nossa vida rotineira, por meio de medicamentos, terapias, como também os materiais 
ecologicamente corretos, não obstante dentro dessa mesma preocupação tem-se cada 
vez mais debatido sobre o conceito de Design Universal; são assuntos que serão tratados 
logo mais.
8
Objetivos
 » Compreender os conceitos e o processo de construção sustentável.
 » Conceituar e analisar como acontece a Arquitetura sustentável e o 
Ecoturismo.
 » Identificar a inserção das novas Biotecnologias aplicadas nas construções 
de forma sustentável.
9
UNIDADE ISUSTENTABILIDADE
CAPÍTULO 1
Conceito
O conceito de sustentabilidade vai além do exercício analítico de traduzir a realidade 
e exige o teste de congruência lógica em suas aplicaçõespráticas, no qual o discurso é 
modificado em realidade objetiva. 
Destaca-se, então, alguns parâmetros de sustentabilidade que sejam ecológicos 
na recuperação, manutenção e restauração das edificações; são feitos usos de 
procedimentos técnicos, além da aplicação de materiais que ajudam na suavização 
do impacto ambiental do meio construído sobre o sítio arquitetônico in loco; além do 
mais, pode auxiliar tanto na sustentabilidade como na recuperação ecológica ambiental 
urbana.
A importância dessa problemática reside no momento em que se protela o ciclo de 
vida das construções, estendendo ao máximo a sua utilização de maneira a facilitar a 
vitalização das áreas deterioradas, como também conservar aspectos históricos urbanos 
de relevância, paralelamente a preservação e a recuperação ambiental das grandes 
áreas centrais citadinas. 
Observa-se, por exemplo, que ao realizar procedimentos arquitetônicos corretos 
durante um processo de reabilitação de uma edificação, além do uso de tecnologias 
e materiais ambientalmente adequados, pode-se conferir ao retrofit qualidades 
preservacionistas e de recuperação ambiental que muito podem auxiliar para uma 
sustentabilidade ecológica urbana; considerando a ecoalfabetização um agente 
primordial de todo esse processo. Levando-se em conta uma abordagem ecológica à 
educação, na qual as crianças já adquirem tanto a competência como a preocupação 
em criar um futuro sustentável.
10
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Os agentes sociais e suas ações conseguem legitimidade política e autoridade para 
liderar os comportamentos sociais e políticas de desenvolvimento por meio de prática 
concreta. 
Contudo, a discussão teórica revela uma luta camuflada pelo poder entre diferentes 
atores sociais, duelando por uma posição hegemônica, para ditar diretrizes e endossar 
representações simbólicas de sustentabilidade, seja em termos de biodiversidade, 
sobrevivência do planeta ou de comunidades autossuficientes e autônomas.
Muito se discute a importância da sustentabilidade, a qual nos remete a uma dimensão 
temporal pela equiparação de características de um dado contexto ecológico e 
sociocultural no tempo: passado, presente e futuro. 
O primeiro é utilizado como parâmetro de sustentabilidade, enquanto que o 
último requer a definição do estado almejado para a sociedade no futuro. Com 
isso, experiências políticas passadas, que tentaram impor às gerações presentes 
os sacrifícios necessários para formar o futuro, demonstram o relacionamento 
conflituoso e complexo disfarçado a um problema aparentemente simples conceitual 
ou taxonômico.
Não obstante, as práticas dominantes na sociedade sejam elas: econômica, política 
ou cultural, são determinadas pelas elites de poder; essas mesmas aristocracias são 
também as principais referências para a produção e proliferação de ideias, valores e 
representações coletivas. 
Sendo assim, a força e a legitimidade das alternativas de desenvolvimento sustentável 
dependerão da racionalidade dos argumentos e escolhas apresentadas pelos agentes 
sociais que concorrem nas áreas política e ideológica. 
Contudo, cada teoria, doutrina ou paradigma sobre sustentabilidade terá distintas 
implicações para a implementação e o planejamento da ação social.
Convém lembrar que nas recomendações a serem adotadas insere-se a definição de 
desenvolvimento sustentável, especificando as técnicas aplicadas menos invasivas e 
mais compatíveis com o legado do patrimônio, assegurando, dessa maneira, que as 
medidas adotadas sejam reversíveis e substituídas por medidas mais apropriadas.
Basta olhar para um passado próximo e ver que o Patrimônio Histórico é uma 
testemunha viva da história e da cultura, que permite o conhecimento de uma sociedade 
que viveu em épocas passadas, logo os bens culturais tornam-se produto e testemunho 
das diferentes culturas e realizações intelectuais de outrora e constituem, portanto, um 
membro importante na formação dos povos. 
11
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Reconhecida sua relevância, verifica-se a necessidade de preservar esse patrimônio 
às gerações futuras, implementando-se os conceitos de conservação, recuperação e 
restauração e, mais recentemente, de sustentabilidade.
Todavia, é importante salientar que os procedimentos são adotados a fim de se 
solucionar os danos e as manifestações patológicas indicadas, sempre visando manter 
o significado social, histórico, cultural e as técnicas construtivas utilizadas, por meio de 
aplicações menos agressivas e mais compatíveis com a estrutura existente.
Dessa forma, ao considerar a sustentabilidade em seu sentido amplificado, que reflete 
o tripé ambiente, economia e sociedade, ressalta-se que os seguintes aspectos devem, 
também, ser analisados nas intervenções do patrimônio tombado, sendo assim:
1. Aspecto ambiental: a preservação como ferramenta de diminuição 
dos impactos oriundos de novas construções sendo, portanto, 
imprescindível aprimorar os processos de manutenção e conservação, 
como forma de estender efetivamente a vida útil e garantir a integridade. 
Recomenda-se, portanto, priorizar a manutenção preventiva e evitar 
maiores intervenções de reformas, restaurações e reabilitações. 
2. Aspecto econômico: um dos principais obstáculos que tange a 
preservação é a falta de recursos financeiros e ausência de investimentos 
em manutenção. Desta forma, revela-se de novo a importância da 
aplicação de um programa de manutenção preventiva, que se mostra 
economicamente muito mais eficaz quando comparado às operações da 
manutenção corretiva. 
3. Aspecto social: destaca-se que a preservação do patrimônio 
histórico-cultural de uma determinada sociedade auxilia diretamente 
para seu crescimento, unindo bem-estar, qualidade de vida, valores 
de propriedade e responsabilidade à população por meio do respeito à 
memória, à herança cultural, à identidade local e às diferenças culturais.
Tratando-se do Brasil, que é um país basicamente urbano, de acordo com dados 
recentes do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 80% da 
sua população vive nas cidades e “o modelo tradicional de expansão urbano adotado 
no país, o qual privilegiou o processo de crescimento, adensamento e renovação 
urbanos, entrou em declínio, dado o quadro urbano encontrado nas cidades 
brasileiras” (BRIT, 2000).
Isso pode ser constatado pela crise civilizacional na qual o país se encontra, sendo 
expressa pela baixa qualidade de vida urbana, na destruição e descaracterização 
12
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
do patrimônio edificado e urbanístico das cidades e, principalmente, pela falta de 
sustentabilidade ecológica nos processos decorrentes das ações urbanas imbuídas, com 
uma crescente agressão ambiental na relação entre os espaços construídos e naturais 
existentes.
Rosso (1980) ressalta que o homem edifica para criar espaços onde determinadas 
necessidades possam ser satisfeitas, certas funções cumpridas, e determinadas 
atividades domésticas, sociais, econômicas, entre outras, são realizadas ao abrigo das 
ações do meio ambiente. 
A partir do momento que estas construções se tornam arcaicas e não mais possam 
satisfazer a estas necessidades de forma eficaz, são esquecidas ou simplesmente não 
utilizadas, ficando à “deriva” da deterioração do tempo e do vandalismo predatório, 
cenário dos grandes centros urbanos.
De acordo com a Caixa Econômica Federal, somente na cidade de São Paulo pode-
se encontrar 400.000 edifícios desocupados, que, em sua maioria, localizam-se em 
pontos geográficos estratégicos, ocupando um valioso sítio arquitetônico que contribui 
para impelir o crescimento horizontal da cidade em direção às áreas de reservas de 
manancial, solicitando mais áreas e recursos naturais para se inserir na infraestrutura 
necessária essencial para o bom desempenho da cidade.
Quando se refere aos impasses ambientais, Capra argumenta que há soluções para 
os principais problemas da contemporaneidade, entretanto para solucioná-los se faz 
necessáriauma mudança radical na percepção, no pensamento e nos valores que o ser 
humano atribui às coisas, acreditando que a humanidade está no início de uma mudança 
tão radical quanto foi a da revolução copernicana” (CAPRA, 1996 apud CIANCIARDI, 
2004). 
Capra ainda se declara à mudança do modelo mecanicista instituído, para o paradigma 
ecológico, onde a visão sistêmica direcionará um olhar de novas soluções, e estas serão 
inevitavelmente soluções ecologicamente sustentáveis.
A definição de ciência é o conjunto organizado do conhecimento, tendo que a 
consciência vem a ser um conjunto que se forma pelas relações humanas, onde 
o ser humano pode adquirir conhecimento de modo a poder julgar sua própria 
realidade.
Sendo assim, é esta consciência obtida com o conhecimento favorecido pela ciência que 
levará a humanidade à “biocracia”, de maneira que possa reverter o processo destruído 
pelo qual a Terra atravessa (CIANCIARDI, 2004).
13
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Com isso, para que se estabeleça a “biocracia”, Adam (2001, p. 14) sugere que alguns 
princípios devam transitar sempre o pensamento dos habitantes do planeta, ressalta-se 
então:
1. Todos os seres vivos têm direito a viver com dignidade, não apenas os 
seres humanos.
2. Ecologia não é apenas uma ciência estática, de um preservacionismo 
estanque, mas pressupõe um paradigma de desenvolvimento 
sustentável, dentre eles: de comunidades, edifícios e cidades 
autossustentáveis, este modelo conjuga desenvolvimento tecnológico e 
avanço à gestão dos recursos naturais e ao equilíbrio dos ecossistemas.
3. De uma forma geral, a ecologia refere-se a um pensamento planetário, 
todavia a partir das referências da consciência, estamos diante de uma 
condição universal, de um sentido de vida presente em todos os cosmos.
Dentro do tema abordado, é importante salientar que uma das boas práticas de 
sustentabilidade está não apenas no uso de material, mas também na sua forma de 
produzir, ou seja, existem materiais que impactam negativamente a natureza, causando 
diversos problemas a longo prazo, pode ser visto também que os usos indiscriminados 
dos recursos naturais podem levar a sua escassez, até o momento que realmente 
findarão.
Com vias de deixar um ambiente melhor para gerações futuras, o ideal é manter práticas 
sustentáveis em todos os âmbitos, inclusive no de construção civil. Segundo o Conselho 
Internacional de Construção, essa é a área que mais explora recursos bem como usa 
energia de forma intensiva. Mais da metade dos resíduos sólidos são gerados por 
atividades humanas vindos da construção. Eis, portanto, mais motivos para fomentar 
práticas sustentáveis na construção.
Observa-se, assim, que as atividades direcionadas para a sustentabilidade do 
desenvolvimento travam na racionalidade de mercado e na teoria econômica do 
crescimento sem limites, na produção e consumo exacerbados dos recursos ambientais, 
exigindo os avanços necessários neste campo de impacto político. 
Com isso, fica visto que a solução dessa questão, se faz visível e obrigatória, através da 
transformação global de um senso fundamentado em ideais econômicos e consumistas, 
na desigualdade, miséria e na degradação e opressão humana e desrespeito a outras 
formas de vida existentes no planeta.
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UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Para a sustentabilidade, que segrega as dimensões social, cultural, ambiental, 
territorial, econômica e política (SACHS, 2008), e para as questões complexas 
englobando a sociedade em curso, não existem dissoluções simples. 
Entretanto, o comprometimento com as questões socioambientais requer dos 
residentes do planeta Terra uma resposta iminente.
Jegou e Manzini debatem a sustentabilidade fazendo a abordagem do consumo do que 
é existente, levando-se em consideração o que está disponível, sendo assim, os autores 
defendem que quando o processo é todo novo, observa-se que a eficiência ambiental 
pode e também deve ser alcançada, porém é necessário fazer o entendimento do que 
também é sustentável se apropriar daquilo que existe. 
Para tanto, trabalhar reorganizando e adaptando os edifícios para uma melhor 
utilização é um dos modernos desafios da Arquitetura, exigindo criatividade e estudo 
dos arquitetos. 
Importante ainda ressaltar que, de acordo Langston (2010), a reutilização se diferencia 
da restauração, pois o fato de se reutilizar um edifício pode propiciar maior opção de 
alteração, ampliação e integração com novos itens da Arquitetura, pode até proporcionar 
uma demolição “controlada” e selecionada.
Sendo assim, é relevante abordar acerca da sustentabilidade e da economia circular, ou 
seja, com a adoção da Estratégia de Lisboa, em 2000, estabeleceu-se o objetivo central 
da União Europeia a fim de uma economia sustentável e inovadora.
Logo, o objetivo foi reforçado mais tarde, em 2015, com a Comunicação da Comissão 
“Encerrar o ciclo – plano de ação da UE para a economia circular” e com a apresentação 
do Pacote de Economia Circular, um pacote legislativo destinado à transição para uma 
economia circular na União Europeia.
Foi assim designado um percurso no sentido da definição de políticas europeias 
e iniciativas legislativas de modo à persecução desta meta, por meio de modelos 
estratégicos para os países membros e focos de ação concretos, dentre os quais: 
produção; consumo; aprovisionamento responsável de matérias-primas primárias; 
gestão de resíduos; conversão de resíduos em recursos ‒ matérias-primas secundárias; 
consumidores; inovação e investimento. 
A figura 1 representa um ciclo de boas práticas para a aplicabilidade da sustentabilidade 
associada à economia, ou otimização de recursos.
15
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Figura 1. Sustentabilidade e Economia Circular.
 
 
Recusar 
Refletir 
Reduzir 
Reciclar Reutilizar 
Recolha
Economia 
Circular 
Fonte: Próprio autor.
Para refletir acerca do que foi estudado no capítulo 1, disserte sobre os diversos 
conceitos de sustentabilidade.
 
16
CAPÍTULO 2
Aplicação em Arquitetura
É importante salientar sobre a necessidade de se fazer uma análise da sustentabilidade 
na Arquitetura, de modo que há várias discussões acerca da sustentabilidade, sendo 
muitas vezes antagônicas.
De acordo com Oliveira (2006), ao referenciar Mc Lennan sobre o que ele conceitua 
como “Edifício Vivo”, apresentam-se várias condições para que dada construção possa 
ser considerada sustentável. 
A própria autora conclui que ao considerar as condições da sustentabilidade de forma 
completa, no âmbito da Arquitetura, chega a ser algo utópico, embora a simples busca 
por ela seja positiva. 
Sendo assim, a sustentabilidade é uma discussão latente nos variados campos do 
conhecimento, a Arquitetura não pode deixar de ser imbuída nessa perspectiva. 
Especificamente na Arquitetura, a sustentabilidade parece surgir como rompimento 
de um modelo funcionalista extremado, promovendo uma Arquitetura orgânica e mais 
humanizada.
É conveniente destacar, nesse contexto, que a concepção orgânica é precursora numa 
visão amplificada do planejamento e da cidade, a qual é considerada um elemento 
vivo (VILLELA, 2007). Dessa forma, baseia-se em Geddes (1915), enfatizando que a 
compreensão do passado faz com que se compreenda o presente e se projete o futuro.
Surge, dessa maneira, a preocupação com a utilização de materiais adequados nos 
processos construtivos, duradouros e o menos degradante possível. 
Então, fica averiguado pelo atual contexto da sociedade contemporânea que as 
evidências científicas e, consequentemente, o desenvolvimento da tecnologia, têm 
apresentado a concomitante e necessária sustentabilidade ambiental dos espaços 
edificados.
Logo, verificam-se que as condições relacionadas ao espaço construído – identidade, 
sustentabilidade e hospitalidade – servem como “condutores” a fim de se realizar uma 
análise de pesquisa, por exemplo.
Recorre-se, ainda, dizer que hodiernamente procura-se a sustentabilidade nas 
variadas atividades desenvolvidas pelo homem, e na Arquiteturanão é diferente. Nas 
17
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
últimas décadas, novos procedimentos aparecem com o intuito de apoiar arquitetos 
e projetistas a utilizarem critérios de sustentabilidade no processo de projeto, seja 
avaliando e contabilizando cargas ambientais, ou até mesmo balizando esses agentes 
para uma prática profissional ambientalmente mais adequada. 
É conveniente recordar que a Arquitetura sustentável começou a se destacar por volta 
do século XX e, contemporaneamente, mostra-se como uma alternativa cheia de 
benefícios para vários projetos, com várias vantagens.
Dessa maneira, é importante entender como surgiu e como se dá o conceito de 
Arquitetura sustentável, a qual é caracterizada como uma forma distinta de conceber 
projetos de Arquitetura de maneira sustentável, com otimização dos recursos naturais 
com o intuito de mitigar o impacto ambiental das edificações sobre o meio ambiente e 
seus moradores.
Para que a Arquitetura sustentável obtenha resultados efetivos, ela deve adotar 
princípios como:
 » A adequação do projeto ao clima do local, diminuindo o consumo 
de energia e otimizando as condições de ventilação, iluminação e 
aquecimento naturais.
 » A atenção para a orientação solar adequada, evitando a repetição do 
mesmo projeto em orientações distintas.
 » O uso de coberturas verdes, como a aplicação dos ecotelhados.
 » Evitar sempre o uso de materiais químicos prejudiciais à saúde humana 
ou ao meio ambiente, como amianto, formaldeído, entre outros.
 » A redução dos resíduos e disposição adequada, promovendo a reciclagem 
e a reutilização dos materiais.
 » A utilização de energia solar fotovoltaica, com possibilidade de injetar o 
excedente na rede pública.
 » Prever coleta e utilização de águas pluviais.
 » O tratamento adequado de esgoto no local e, quando possível, o uso de 
banheiro seco.
18
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Aplicação da sustentabilidade em Arquitetura 
e o Ecoturismo
O Ecoturismo pode ser compreendido como sendo o estímulo e a satisfação do desejo 
que temos de estar em contato com a natureza, além de explorar o potencial turístico 
com o intuito de manter a conservação e também o desenvolvimento, além de evitar o 
impacto negativo sobre a ecologia, a cultura e a estética.
Contudo, o Ecoturismo não pode ser confundido com o chamado “turismo de massa”, 
pois não tem a intenção de maximizar o lucro por meio da atração de um grande 
número de turistas, e, sim, procura conseguir melhores resultados para um turismo 
consciente de valores propriamente sustentáveis. 
O turismo de massa pode ser exemplificado como uma ilusão que deteriora os lugares 
visitados, uma vez que o espaço sociogeográfico é limitado e, muitas vezes, não chega a 
comportar uma demanda de turistas. 
Portanto, deve-se tomar cuidado para que com o tempo o turismo ecológico não se 
torne também turismo de massa, exemplifica-se o caso do Parque Galápagos, no 
Equador, que recebia cerca de 7.000 turistas em 1975, passando a receber 17.840 em 
1985, chegando a quase 42.000 visitantes em 1989.
Diante disso, nota-se que durante os dez primeiros anos de visitação as estratégias 
iniciais de administração do parque funcionaram razoavelmente bem, com um número 
pequeno de visitantes, isso durante a década de 70.
Logo, pode-se relatar que o aumento exagerado se deu por conta dos problemas 
econômicos ocorridos e pela diminuição orçamentária da administração do Parque, sem 
contar a pressão do setor privado, a falta do apoio político para seus administradores 
e a falta de liderança, planejamento e monitoramento inadequados contribuíram 
para certas inquietações em relação à sustentabilidade dos recursos do parque e à sua 
capacidade administrativa.
Diante do que está sendo discutido, é importante saber que para que ocorra o 
crescimento e a aplicação do Ecoturismo alguns fatores são de grande valia, pode-se 
citar como exemplos: 
 » A implantação de infraestrutura adequada e a formação de recursos 
humanos especializados.
 » Ações entre os agentes governamentais, inclusive com o setor privado e a 
comunidade envolvida.
19
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Além disso, vale salientar que ao possibilitar a participação efetiva de todos os 
segmentos que atuam no setor deve-se: 
 » Promover e estimular a capacitação de recursos humanos para o 
Ecoturismo.
 » Promover, incentivar e estimular a criação e melhoria da infraestrutura 
para a atividade do Ecoturismo.
 » Promover o aproveitamento do Ecoturismo como veículo de educação 
ambiental.
A criação de espaços que gerem atividades de interação e capacitação é de grande 
importância para a aplicação dessas diretrizes.
Dessa forma, tanto a participação da comunidade como também dos órgãos públicos 
ou privados pode ser feita de forma intrínseca, com um mesmo fim. 
Com isso, a concepção desses espaços tem que considerar não apenas a relação 
interinstitucional como também o sistema que será utilizado para concebê-los.
Já que para a implantação de um turismo ecológico consciente é de extrema 
importância a preservação da área que promove esse turismo.
É importante salientar também que, para a implantação desse Ecoturismo devem-se 
avaliar dentro da legislação legal as ações que são permitidas dentro de cada área de 
intervenção. 
A figura 2 está ilustrando uma tendência da microarquitetura, é um modelo de quarto 
de hotel (cabine) que pode ser removível, sendo transportado para qualquer lugar.
20
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Figura 2. Arquitetura e Ecoturismo.
Fonte: https://siagutatemp.wordpress.com/2015/03/23/micro-arquitetura-modular-ecoturismo/.
Observa-se que essas novas construções já estão fazendo sucesso, pois o Ecoturismo é 
um segmento do turismo que mais cresce, “ultrapassando fronteiras”.
De acordo com os dados da Organização Mundial de Turismo (OMT), enquanto o 
turismo convencional cresce 7,5% ao ano, o Ecoturismo está tendo um crescimento que 
vai de 15 a 25% por ano. 
A OMT estima ainda que 10% dos turistas em todo o mundo tenham como demanda o 
turismo ecológico.
A definição de Ecoturismo esbarra-se na preocupação para com a Ecologia, uma vez 
que é representado pelas atividades turísticas de lazer na natureza.
Sendo assim, há cada vez mais preocupação para com os questionamentos atrelados 
ao meio ambiente e a sua conservação, dessa maneira, nada mais justo que várias 
modalidades de exercícios passem a ganhar uma “película” mais ecológica. Assim, o 
turismo com uma variante mais preocupada às questões ambientais refere-se pelo 
nome de Ecoturismo.
Esta variação do turismo convencional está cada vez mais fortalecida, sendo uma das 
maiores na contemporaneidade, ofertando empregos e formando novas rotas turísticas 
mais voltadas à natureza e com um olhar mais cauteloso com a sustentabilidade.
Destaca-se o Brasil como um dos países com maior quantidade de destinos voltados 
ao ecoturismo, apresentando um crescimento para esta variante de turismo que 
acompanha o crescimento em escala mundial.
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SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Figura 3. Ecoturismo no Brasil.
Fonte: https://www.iped.com.br/materias/evento-turismo-e-hotelaria/ecoturismo-atualidade.html.
No Brasil, anualmente, milhares de turistas vêm de outros países, além dos turistas do 
próprio país, que também procuram pelos destinos favoritos do ecoturismo nacional, 
os quais são: Amazônia e Pantanal.
Conheça mais acerca da Sustentabilidade associada ao Ecoturismo. Acesse o link 
abaixo:
https://www.youtube.com/watch?v=d1OuqhFK4Jg.
Faça uma síntese sobre a importância da sustentabilidade aplicada à Arquitetura 
integrada ao Ecoturismo.
22
CAPÍTULO 3
Desenvolvimento do projeto
Ao desenvolver um projeto sustentável em Arquitetura é importante destacar que à 
medida que o tempo passa, é vista a preocupação da sociedade com a preservação do 
meio ambiente e a sustentabilidade, em geral.
Com isso, o que se vê são os projetos ecossustentáveis incorporados em todos os 
meios possíveis de aproveitamento dos espaços, sejam pela iluminaçãonatural, 
reutilização da água, facilidade para a coleta de lixo seletivo, dentre outros parâmetros 
ecologicamente corretos.
Figura 4. Projeto de flats sustentáveis em Koshi, na Índia.
Fonte: https://archtrends.com/blog/projetos-sustentaveis-de-arquitetura/.
Dentro desta perspectiva, diversos movimentos surgiram para fortalecer essas ideias, 
dentre eles: valorizar a importância de cuidar do mundo e destacar a necessidade de 
aplicar esses conceitos diariamente.
A Arquitetura sustentável é um exemplo disso. Por meio de seus pilares e de vários 
projetos de importância internacional, é possível perceber como arquitetos espalhados 
pelo mundo estão aplicando os conceitos e utilizando sua profissão a fim de dar destaque 
a um movimento tão importante.
A Arquitetura sustentável pode também apresentar certas características especiais que 
necessitam ser seguidas. Dentre as quais, o consumo inteligente da água: num projeto 
de sustentabilidade é preciso ter como prioridade o consumo inteligente de água e 
23
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
a diminuição dos valores de desperdício. Para que isso aconteça, é necessário usar 
tecnologias de reutilização. As opções mais conhecidas são o aproveitamento da água 
da chuva e equipamentos com sensores. 
Uma fonte alternativa de energia é o uso indiscriminado de equipamentos eletrônicos, 
o que não gera apenas um aumento na sua conta. Dessa forma, toda essa tecnologia 
que vem sendo introduzida como parte integradora das residências e da indústria deve 
ser vista com cuidado, pois os danos gerados pelo mal-uso desses aparelhos podem ser 
irreversíveis no futuro. 
Juntamente com alguns dos recursos conhecidos como alternativas de energia, ela 
chegou para ser uma solução esperançosa e eficaz para a população do planeta. Já que 
são renováveis, poluem pouco e quase não deterioram o meio ambiente.
Atualmente, ao lado das termoelétricas, a energia hidrelétrica é a mais aplicada 
no Brasil. Apesar de ser uma fonte renovável e não emissora de poluentes, ela 
prejudica muito a natureza. Isso ocorre porque é necessário construir barragens 
para a implantação das usinas, ou seja, é necessário alagar várias áreas de grande 
extensão. A prática implica na destruição da vegetação natural, além de causar o 
assoreamento dos rios e a extinção de algumas espécies de animais, o que contribui 
no desequilíbrio ambiental.
Contudo, a usina termoelétrica não utiliza de fonte renovável e, por isso, causa a 
poluição térmica, já que precisa elevar muito a temperatura da água. Logo, essa água é 
depositada nos rios, prejudicando vários ecossistemas e seu respectivo equilíbrio. 
Os combustíveis fósseis, usados na produção da energia, também são prejudiciais 
ao meio ambiente e liberam na atmosfera alguns dos gases responsáveis pelo 
comprometimento do aquecimento global.
Todavia, não se pode perder a esperança, já que há alternativas cada vez mais 
disseminadas justamente por serem sustentáveis. Pode-se citar como exemplo a energia 
eólica (gerada a partir do vento) e solar (que tem como base os raios solares).
A figura 5 está exemplificando painéis solares como uma fonte de “energia limpa”.
24
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Figura 5. Painéis solares.
Fonte: https://www.portal-energia.com/5-paineis-solares-fotovoltaicos-potentes-147950/.
Em um projeto de dimensão bem menor do que as grandes indústrias e nada 
comparado à produção de poluentes por toda a população, ainda é possível aplicar as 
ideias propostas pela arquitetura sustentável.
Por exemplo: os painéis solares fotovoltaicos são responsáveis por converter a energia 
do sol em energia elétrica, mas seus custos elevados ainda impedem a tecnologia de se 
tornar mais acessível e disseminada.
Entretanto, estudos comprovam que os gastos dos combustíveis fósseis estão ficando 
tão caros que, no futuro, a tendência é deixá-los de lado e partir em busca dos painéis 
solares. Uma opção bastante acessível é a do aquecedor solar doméstico.
Diante do exposto, salienta-se aqui alguns materiais ecológicos que são aplicados nas 
construções e, consequentemente, produzem menor impacto possível à natureza.
São alternativas à disposição no mercado com o intuito de atender aos projetos 
sustentáveis de Arquitetura. São exemplos:
 » Telhado com isolamento térmico.
 » Elastopor (outra solução para o isolamento térmico).
 » Torneira temporizada.
 » Descarga com acionamento duplo.
 » Pisos recicláveis.
 » Telhas de fibra vegetal.
25
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
 » Tintas com baixos índices de compostos orgânicos voláteis.
 » Lâmpadas de LED.
Ressalta-se que esses produtos têm como vantagem o custo benefício quando 
comparados às opções ditas convencionais. Ao contrário do que se pensa, eles trarão 
menos gastos e preocupações para os clientes/usuários, já que a poeira e o ruído 
produzidos são reduzidos bruscamente.
Ademais, pode-se dizer que muitas vezes eles controlam o consumo de recursos pelos 
usuários. Dessa maneira, a conta será mais econômica, ocasionando uma economia 
gradual e que tende a permanecer.
Nessa perspectiva tem-se que o resíduo administrado com consciência ambiental 
mitiga as ações dos resíduos provenientes da construção civil, os quais são muito 
mais prejudiciais para o planeta do que se imagina. Com uma destinação consciente, 
no entanto, todos os materiais serão descartados nos locais corretos. Uma maneira 
interessante de realizar uma boa administração desses materiais é a trituração do 
concreto e da madeira, por exemplo, que podem ser reutilizados após o processo.
Estudos de casos 
A Casa Folha, Rio de Janeiro
Com o nome de “Casa Folha”, esse foi um projeto feito por Mareines e Patalano e está 
localizado pertinho da cidade do Rio, em Angra dos Reis.
Figura 6. Casa de Folha ‒ Angra dos Reis.
Fonte: https://www.vitruvius.com.br/revistas/read/projetos/08.094/2927.
26
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Os arquitetos buscaram o conhecimento da história do país como principal inspiração, 
trazendo como relevância o modo de vida dos índios e a sua forma de construir e lidar 
com suas próprias habitações.
Entre os diversos aspectos de beleza que permanecem na memória até o presente 
momento em relação à arquitetura indígena, cita-se a integração do ambiente das ocas 
com o clima quente e úmido, típico do litoral brasileiro.
Portanto, destaca-se que os indígenas necessitavam construir moradias funcionais que 
convergissem harmonicamente com a realidade climática do país, e usavam recursos 
para isso. “A Casa Folha” logo inspirou-se nessas técnicas e pôs em prática os conceitos 
de forma contemporânea aos dias de hoje, sem perder sua riqueza e importância 
cultural.
Dentre alguns aspectos usados nesse projeto sustentável pode-se citar:
 » Aplicação de materiais naturais e renováveis.
 » Resfriamento passivo (é um conjunto de tecnologias utilizadas a fim 
de reduzir a temperatura do local sem a necessidade de usar fontes 
de energia elétrica ou combustíveis, que podem ser prejudiciais ao 
ambiente).
 » Ventilação natural.
 » Iluminação natural.
Além disso, toda a água obtida da chuva é escoada e colhida pelo telhado da 
casa, que tem acabamentos naturais. O aproveitamento dessa água é benéfico 
para o meio ambiente e pode ser utilizado sem muitos problemas em qualquer 
projeto de Arquitetura. Vivemos numa sociedade que se urbaniza cada vez mais 
e não para de crescer.
Dessa maneira, isso contribui para que o solo acabe se impermeabilizando, ou seja, sua 
capacidade natural de absorver a água que entra em contato com ele é prejudicada, o 
que provoca cada vez mais inundações, as quais são um problema sério que deve ser 
combatido nas grandes cidades, já que muitas das vezes não realizam um planejamento 
adequado de crescimento. 
As inundações geram várias consequências e impactos negativos no meio ambiente, no 
entanto isso pode ser drasticamente minimizado quando existem fontes alternativas 
e sustentáveis de água para diversos fins específicos, como é o caso da coleta da água 
pluvial.27
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Esse projeto refere-se a sua belíssima cobertura em formato de folha, ela atua como 
uma “planta gigante” capaz de proteger a casa do sol e garantir espaços frescos com 
muita sombra para alguns espaços externos.
É constituída por varandas e espaços abertos, a casa não contém corredores e apresenta 
pouquíssimas divisórias, sendo a maioria delas composta de vidro ou de materiais mais 
leves, como se a edificação realmente fosse um tipo de “oca”.
Sua área externa possui um pé-direito alto, fazendo com que os ventos oriundos venham 
do mar e penetrem a casa, o que ajuda na ventilação e propicia uma sensação de frescor 
natural, automaticamente resfriando os ambientes, o que caracteriza o resfriamento 
passivo.
Já as madeiras empregadas na construção são de reflorestamento, sendo consideradas 
matérias-primas renováveis, e as superfícies de acabamento da casa são naturais, com 
exceção os materiais de vidro e o cobre platinado, destacando-se toda a estrutura da 
parte superior, a qual foi projetada em madeira laminada de madeira eucalipto.
A Family Box, na China
O projeto da Family Box traz no seu arcabouço um conceito inovador, sendo uma 
construção que serviu para desconstruir barreiras e indagar o modo como a educação 
infantil é vista e estimulada por pais e professores na contemporaneidade.
A Family Box pode ser interpretada como uma mistura de “playground” e jardim de 
infância. São recebidas crianças de até 12 anos de idade, que além das aulas tradicionais, 
elas também aprendem muitas atividades distintas, como por exemplo: aula de artes, 
artesanato, culinária, balé, dança criativa, música e natação.
Figura 7. A Family Box – China.
Fonte: archdaily.com.br/br/760003/family-box-em-pequim-sako-architects/543f3585c07a801fe700039b?next_project=no.
28
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
Nesse cenário, vale destacar que os pais têm acesso às atividades realizadas pelas 
crianças, já que as áreas são bem abertas, parecidas com diversas “caixinhas” vazadas.
Ao contrário do que se pensa, essa ideia foi uma “sacada de mestre”. Os arquitetos 
responsáveis pensaram que, pelo fato de as crianças e os adultos terem perspectivas 
distintas em relação ao espaço que habitam, o projeto deveria funcionar com uma visão 
particular e aplicá-la em ambientes diferenciados para cada geração.
Logo, enquanto as crianças estudam e fazem as diversas atividades em modo infantil, 
dentro do que seria uma das “caixas”, os pais observam, de longe, nas maiores “caixas”.
Com isso, observa-se de qualquer lugar em que estejam no prédio, sendo possível 
visualizar as crianças e ter uma ideia do que elas estão fazendo. As “caixas” são 
executadas de forma moderna e futurista, com um estilo específico para cada uma em 
especial.
O conjunto de cores segue com predominância do branco, todavia o contraste é 
realizado com a aplicação de detalhes em cores vivas e abertas. Quase não existem as 
cores: preto, cinza ou tons semelhantes, com exceção nos letreiros e em adesivos que 
estão fixados nas paredes.
É visto que esse projeto tem suas referências na sustentabilidade de diversas maneiras, 
a começar pelo espaço em que ele foi construído.
A edificação está situada no canto extremo de um parque, a construção foi erguida em 
meio à natureza sem ter gerado nenhuma deterioração ou prejuízo ao espaço ambiental. 
Além disso, ajudou a educar as crianças, como também contribuiu na realização de um 
trabalho que tem como intuito a conscientização, desde cedo, das pessoas.
Ainda se destaca a valorização e incentivo da entrada de luz natural, que é outro 
ponto de relevância no projeto. Inclusive, é uma sugestão interessante que pode ser 
reproduzida no dia a dia.
Uma das prioridades do projeto da Family Box foi colocar a maior quantidade possível 
de janelas e espaços pelos quais a luz pudesse entrar, com isso, o uso de energia elétrica 
é minimizado, se restringindo àquelas horas do dia em que realmente não tem como 
ficar na escuridão.
Com um modelo de projeto sustentável como este, dois grandes benefícios são 
percebidos: o meio ambiente é resguardado e a conta de energia elétrica fica menos 
custosa, logo, fica observado o quão é benéfico unir o útil ao agradável, ou seja, o custo/
benefício.
29
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Sendo assim, esta é uma ótima declaração para convencer aquele cliente que pensa que 
um projeto sustentável é muito custoso e que requer muito trabalho. 
O projeto sai do modelo em que se tem como elementos estruturais os pilares de 
concreto armado, tendo o seu esquema de caixas fazendo com que a arquitetura seja 
ainda mais inovadora, e dando um ritmo completamente distinto para o local.
É necessário frisar que a experiência do cliente e a criatividade obtiveram bastante peso 
no projeto, sendo assim, essas ideias podem ser reproduzidas por outros profissionais 
que queiram trazer algo inovador para o mercado.
Em síntese, sabe-se que os maiores utilizadores para esse projeto seriam as crianças, 
a ideia era que o ambiente não fosse de encontro da mesmice, portanto a intenção era 
tornar algo capaz de transformar por completo a forma dos pequenos interagirem com 
o prédio. A questão de os pais estarem integrados e presentes também foi concretizada 
de maneira inovadora.
A Casa Sem Tijolos, em Curitiba
Imaginou numa casa sem tijolos? Pois bem, ela existe!
Uma empresa vem realizando casas sustentáveis que demandam menos tempo de 
execução, e promete beneficiar muito o meio ambiente. A ideia apareceu por meio de 
um grupo de engenheiros e arquitetos jovens do Sul do Brasil.
A estrutura é desprovida de tijolos, sendo feita com madeira autoclavada de 
reflorestamento e isolamento térmico de lã de vidro ou de garrafas PET.
Segundo os idealizadores desse projeto, a obra é executada em um quarto de tempo de 
uma obra convencional. Ademais, existe uma economia de 80% de resíduos, o que faz 
com que reduza também a emissão de carbono. 
A fim de que o projeto tomasse forma aqui no Brasil, o grupo de profissionais fez 
inúmeras pesquisas de tecnologia em diversos lugares mundo afora, entretanto foi 
apenas na Alemanha que encontraram inspiração. Após todo o processo de pesquisa, 
veio acompanhado outro desafio: adaptação dos recursos à realidade do Brasil.
Surge um novo modelo de construção, “Steel Frame”, que é uma forma nova de se 
construir tendo sua base em aço galvanizado, nesta nova estrutura não se aplica o uso 
de tijolo e cimento. Esse novo tipo de construção já é comum nos Estados Unidos e 
gradativamente está sendo implantado no Brasil, veio para inovar a forma de edificar 
30
UNIDADE I │ SUSTENTABILIDADE
e desafiar-nos para novos projetos usando menos tempo de execução para construção 
deles. 
Figuro 8. Construção sem tijolos.
 
Fonte: http://www.curitibaconstrucaoereforma.com.br/steel-frame-construindo-sem-tijolos/.
Ao contrário do que se pensa, destaca-se a importância do custo/benefício que esse 
tipo de construção traz ao visualizar uma construção tão inovadora, moderna e com 
referência direta à arquitetura europeia, sendo assim, é fácil imaginar que os custos 
seriam maiores, porém o valor de uma construção sustentável é de aproximadamente 
R$ 360 mil, valor que, de acordo com os profissionais engajados nesse projeto, é igual 
à de uma edificação convencional e seguindo esse mesmo modelo.
O projeto, inclusive, está vinculado ao programa “Minha Casa, Minha Vida” do governo, 
um quantitativo de 300 casas foi edificado a partir da tecnologia “eco-friendly”, e vem 
ganhando diversos prêmios ao redor de todo o mundo pela inovação e pelos esforços 
em ajudar o planeta Terra.
Observa-se, pelos por projetos sustentáveis, que tal cenário é benéfico, expressando 
um panorama completo a respeito da arquitetura sustentável e de alguns projetos de 
notoriedade, sendo ainda mais fácil verificar a sua importância e a responsabilidade 
dos profissionais em arquitetura na procura por um espaço melhor e integrado com o 
meio ambiente.
Com isso, vale dizerque os projetos sustentáveis de arquitetura representam vários 
proveitos para a sociedade como um todo, dessa forma é de suma importância destacar 
também que, além de auxiliar a natureza, a arquitetura sustentável é um estereótipo de 
negócio que vem crescendo e apresenta uma perspectiva muito positiva no mercado.
Pensando nisso, faz-se um “check list” dos principais benefícios advindos por projetos 
sustentáveis tanto para a natureza quanto para a carreira de um profissional do ramo.
31
SUSTENTABILIDADE│ UNIDADE I
Dentre os quais, são eles:
 » Preservação do meio ambiente.
 » Diminuição dos impactos que a poluição provoca.
 » Aumento na qualidade de vida.
 » Diferencial de negócio e oportunidade de crescer num mercado ainda 
pouco explorado.
 » Maior satisfação dos clientes.
 » Valorização imobiliária.
 » Desenvolvimento e promoção de uma consciência ambiental coletiva.
Diante de inúmeras vantagens, é fundamental difundir cada vez mais o conceito. O 
planeta Terra vem passando por modificações climáticas sérias que merecem destaque 
e estudo, e uma maneira de fazer isso é esclarecer algumas visões como, por exemplo, 
mostrar ao cliente que os projetos sustentáveis não são muito mais caros do que os 
convencionais.
No entanto, as pessoas podem até deixar de considerar a aplicação de soluções “eco-
friendly” por acharem que são pouco acessíveis. Portanto, apresentar fatos que 
comprovem o contrário. 
Conheça mais acerca dos conceitos básicos de como realizar projetos 
sustentáveis. Acesse o link: https://www.ugreen.com.br/como-realizar-projetos-
sustentaveis/.
Faça um resumo sobre a importância da escolha de materiais aplicados nos 
projetos de sustentabilidade.
32
UNIDADE IIDIRETRIZES 
ESTRUTURAIS
CAPÍTULO 1
Materiais
É conveniente dizer que não basta apenas introduzir novas técnicas construtivas, mas 
também existe a necessidade de se ter o equilíbrio entre a construção civil e a natureza. 
Diante disso, as empresas e os pesquisadores estão, cada vez mais, investindo na 
inovação de materiais inteligentes e sustentáveis. 
Foi realizada uma lista com alguns materiais sustentáveis para a construção civil, 
os quais já estão auxiliando na transformação do setor em um espaço tecnológico e 
ecologicamente amigável.
Pode-se recorrer a alguns exemplos, dentre os quais listados a seguir:
 » Telhado com isolamento térmico.
 » Elastopor (outra solução para isolamento térmico).
 » Torneira temporizada.
 » Descarga com acionamento duplo.
 » Pisos recicláveis.
 » Telhas de fibra vegetal.
 » Tintas com baixos índices de compostos orgânicos voláteis.
 » Lâmpadas de LED.
Será tratado abaixo acerca das vantagens em utilizar os materiais supracitados na 
construção civil.
33
 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
Telhado com isolamento térmico
A aplicação do isolamento térmico para telhado é uma ótima alternativa para quem tem 
o desejo de investir em espaços com temperatura agradável.
Atualmente, há vários produtos e procedimentos para diversos tipos de cobertura. 
Algumas opções já estão até inseridas nas telhas, tem-se como exemplo a telha 
sanduíche. Contudo, como todo processo construtivo, o isolamento térmico do telhado 
deve ser feito de maneira adequada. 
Dessa forma, é importante investir num produto que seja de qualidade e mão de obra 
qualificada, caso contrário o cliente perderá todo o potencial do isolante térmico.
Sendo assim, pode-se dizer que o isolamento térmico também é uma opção para as 
construções com grande apelo ecológico, especialmente as que anseiam algum tipo de 
certificação.
Logo, isso é resultado do seu potencial de colaborar com um espaço agradável de forma 
econômica e ambientalmente adequada, quando comparado aos sistemas de ventilação 
tradicionais.
Figura 9. Isolamento térmico para telhado.
Fonte: https://engenhariaconcreta.com/isolamento-termico-para-telhado/.
Tem-se que a principal vantagem de se aplicar isolantes térmicos em telhado é o seu 
objetivo principal, ou seja, assegurar que a temperatura interna do espaço se mantenha 
estável. Isso propicia um ambiente harmonioso sem o uso de sistemas de ventilação 
tradicionais, como exemplo, o ar condicionado.
Portanto, o uso dos isolantes térmicos é essencial não só em locais de muito calor, 
mas também em regiões de muito frio, pois ele retém o calor do interior da edificação, 
minimizando o custo com aquecedores.
34
UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
Não obstante, outra vantagem considerável é a redução dos custos operacionais. A 
utilização demasiada do ar condicionado fomenta um consumo alto de energia elétrica, 
sendo assim, quando o ar condicionado é banido, a redução do consumo de energia é 
inevitável.
Percebe-se que os isolantes ajudam na proteção da disposição do telhado, pois impedem 
a dispersão da umidade na madeira, isso faz com que o período de vida útil da madeira 
seja conservado.
No caso das edificações com lajes, o isolamento ocorre quando a penetração da umidade 
é impedida, além disso, ele auxilia na preservação da estrutura e consequentemente 
impede a disseminação de bactérias e mofo.
Também é possível citar inúmeros benefícios inerentes de um ambiente confortável 
termicamente, como a melhor preservação de produtos estocados e melhor conforto 
para os usuários.
Elastopor (outra solução para isolamento térmico)
Outro tipo de solução para o isolamento térmico é a espuma rígida composta com 
poliuretano da BASF (Fábrica de Anilina e Soda de Baden). Ela pode ser empregada 
tanto em telhados como na fachada da casa, auxiliando, ainda, na diminuição do 
consumo de energia.
É uma espuma rígida de poliuretano sendo o núcleo do “Sandwich Painel” que 
compõem o sistema construtivo isotérmico, utilizado para construção em geral. 
Tem a função estrutural e também de vedação, constituindo um recurso interessante, 
por ser de rápida aplicação e livre de resíduos, poupando tempo e recursos. 
Apresenta graus de condutividade térmica baixíssimos quando comparados a isolantes 
convencionais, diminui em até 90% a transferência de calor entre os espaços. 
Elastopor Poliuretano é utilizado para fabricação de telhas e painéis.
Elastopor tem facilidade, segurança e conforto em sua aplicabilidade, seguem as suas 
aplicações e características:
 » Painéis ambiente climatizado, economia de energia.
 » Painel de fachada perfilado ou liso, perfis distintos, união macho fêmea, 
junta escondida.
35
 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
 » Rapidez na execução, alta resistência mecânica, fácil manuseio e 
transporte, desperdício reduzido de materiais e elevada durabilidade.
Figura 10. Cobertura com aplicação de poliuretano.
Fonte: https://www.archiexpo.com/pt/prod/kemper-system/product-67963-1731729.html.
A aplicação desse material oferece um sistema de telhado quente altamente versátil e 
de fácil execução que pode ser aplicado sobre a maioria dos substratos, incluindo metal, 
betão e plataformas de madeira. 
Adequam-se as novas e renovadas coberturas, e nas suas diversas formas, sendo 
completadas com a membrana impermeabilizante que pode ser usada tanto em zonas 
de tráfego ligeiro ou intenso com a opção de uma camada de desgaste ou superfície 
paisagística, incluindo as coberturas verdes.
Torneira temporizada
É um dispositivo que tem fechamento automático, a torneira temporizada garante 
praticidade do seu dia a dia. O grande diferencial desse material é a redução do uso de 
água, evitando, assim, o desperdício, além da redução do valor de sua conta.
36
UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
Figura 11. Torneira temporizada.
Fonte: https://www.shoptime.com.br/produto/12996411/torneira-para-banheiro-temporizada-cromada-ecoprees-celite?pfm_
carac=torneira%20celite&pfm_index=21&pfm_page=search&pfm_pos=grid&pfm_type=search_page%20.
Descarga com acionamento duplo
Esse sistema de descarga com dois acionamentos para as caixas acopladas é uma boa 
escolha para a economia do uso da água, além de tornar a construção mais sustentável. 
Com esse modelo de mecanismo,o usuário pode acionar a meia descarga ou ainda a 
descarga completa, permitindo uma redução de até a metade do uso da água.
Figura 12. Descarga com duplo acionamento.
Fonte: http://censi.com.br/blog/?p=1001/.
Pisos recicláveis
Vários materiais como pneus, lâmpadas fluorescentes, monitores de computadores, 
dentre outros, se transformam em revestimentos para o acabamento de espaços 
internos.
Deve-se ter o cuidado com o meio ambiente, o que é uma preocupação no mundo todo. 
Na construção civil, a procura por soluções verdes é um diferencial, portanto no setor 
de revestimentos não difere.
37
 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
Contudo, as novas modalidades de materiais ecossustentáveis não deixam para trás 
as tendências que direcionam o mercado dos acabamentos, como a reprodução dos 
materiais naturais, como exemplo a madeira e os mosaicos.
Além disso, os materiais cerâmicos, pastilhas ou vinílicos, são alternativas que não 
faltam para decorar a residência com consciência.
É de relevância também destacar como ocorrem os processos de fabricação dos pisos 
ecológicos (pisos sustentáveis) ‒ tendo a sustentabilidade não apenas na matéria-prima, 
mas também no material reciclado que costuma ter processos de fabricação ecológicos.
Salienta-se aqui a sua composição, a qual tem no mínimo 50% de material reciclado, 
muitas vezes utiliza baixo consumo de energia e água para fabricação. O processo de 
manufatura não é poluente; as embalagens são reutilizáveis e o consumidor pode ter 
até 35% de economia na hora da compra.
Como exemplo, temos os azulejos feitos de polipropileno, que é um tipo de plástico, os 
quais utilizam objetos do mesmo material para serem feitos e podem originar novos 
azulejos no final de sua vida útil.
Figura 13. Azulejos plásticos ecológicos.
Fonte: https://www.fazfacil.com.br/reforma-construcao/pisos-azulejos-reciclados/.
Quando instalados, eles se aparentam bastante com os azulejos de cerâmica. Muitos 
deles vêm com os coloridos típicos de ladrilhos hidráulicos.
Sua aplicação segue o mesmo modo dos azulejos clássicos em: banheiros, cozinhas e 
áreas que tenham maior incidência de umidade. Podendo ser assentado sobre outros 
revestimentos, contudo basta utilizar cola à base de água e rejunte tradicional espalhado 
com uma espátula de silicone.
Outra característica é que são resistentes térmico e elétrico, evitando a disseminação 
de chamas. Também é atóxico, podendo ser usado em creches e hospitais, por exemplo.
38
UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
No mercado, encontram-se conjuntos de azulejos ecológicos com 25 peças de 20cm 
x 20cm ou com 100 peças de 10cm x 10cm em um único padrão ou ainda kits com 
estampas sortidas.
Lâmpadas de LED
Tem-se aderido ultimamente à utilização das lâmpadas LED devido à proibição das 
lâmpadas incandescentes, o que tem favorecido cada vez a substituição e aumentando 
o seu espaço no mercado. 
Por serem um pouco mais caras, a sua eficiência energética é bem maior, o que propicia 
até 80% de economia de energia em comparação com as opções tradicionais de 
iluminação.
Além disso, as lâmpadas LED não esquentam o espaço e possuem vida útil bastante 
prolongada, valendo-se dos modelos mais tecnológicos, podendo durar até 15 anos.
Figura 14. Lâmpadas LED.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Sob o ponto de vista da produção das novas técnicas construtivas, é necessário que 
haja um equilíbrio entre a construção civil e a natureza, para tanto, as empresas e os 
pesquisadores estão investindo cada vez mais na criação de materiais sustentáveis e 
inteligentes.
A seguir, foram destacados alguns materiais sustentáveis para a construção civil que já 
estão auxiliando a modificar o ramo com o intuito de se obter um espaço tecnológico e 
ecologicamente harmonioso.
39
 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
Portanto, diante de tantas novidades de materiais sustentáveis não se pode deixar 
de citar o tão incrível bioconcreto, o qual tem a capacidade de regenerar suas 
próprias rachaduras por meio da presença das bactérias. Este produto foi criado por 
pesquisadores da Universidade de Tecnologia de Delf, na Holanda.
A bactéria bacillus pseudofirmus é capaz de produzir calcário e permanecer 
“adormecida” por até 2 centenas de anos. Quando introduzidas à mistura de concreto, 
elas produzem carbonato de cálcio, o qual tem a função de selar as fissuras existentes. 
Contudo, essa reação só ocorre quando as bactérias são “ativadas” pela presença de 
água e oxigênio, isso acontece tão logo uma fissura começa a se formar.
Bioconcreto
Essa tecnologia ainda não está disponível para ser distribuída no mercado. Porém, ela 
pode fazer com que as empresas e as próprias cidades poupem com mão de obra e 
gastos com manutenção de casas, edifícios e estruturas mais complexas.
Figura 15. Bioconcreto.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Telhados verdes
Essa tecnologia respalda-se na aplicação de uma camada vegetal sobre uma base 
impermeabilizada com manta de PVC. Sabe-se que as plantas refletem mais raios 
solares do que as telhas comuns, logo, os telhados verdes fornecem um excelente 
isolamento térmico e acústico para as edificações.
Os telhados verdes são especialmente úteis nos edifícios de cidades muito quentes, 
já que é possível dispensar a instalação de aparelhos de ar condicionado e diminuir 
40
UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
recursos de energia elétrica. Uma pesquisa realizada pelo Energy Savers demonstrou 
que projetos utilizando essa tecnologia podem até suavizar as chamadas ilhas de calor 
nas grandes cidades.
Figura 16. Telhado Verde.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Vidro inteligente
Apenas com o toque de um botão, os vidros eletrocrômicos, também conhecidos como 
vidros inteligentes, permitem o controle de transparência, absorção de calor e do quanto 
uma área poderá ser iluminada. Em dias de muito calor, por exemplo, basta ajustar os 
controles para que menos luz do sol penetre através do vidro.
Dessa forma, podem ser aplicados em espaços internos ou externos, estima-se que essa 
tecnologia possa economizar em mais de 25% os gastos com ventilação, iluminação e 
ar-condicionado.
Figura 17. Vidro inteligente.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
41
 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
Tintas ecológicas
Essas tintas são constituídas a partir de matérias-primas totalmente naturais, como 
corantes e óleos. Desse modo, não há acréscimo de insumos derivados de petróleo 
ou uso de componentes sintéticos. Algumas tintas também são livres de Compostos 
Orgânicos Voláteis, são os conhecidos COVs, os quais são agressivos para a saúde e 
ajudam na deterioração da camada de ozônio.
Figura 18. Tinta ecológica.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Bambu
Esse material já vem sendo utilizado como matéria-prima na fabricação de portas e 
pisos. Entretanto, o bambu também pode ser aplicado como substituto do concreto 
armado.
São características desse material: resistência, sustentabilidade e disponibilidade em 
grandes quantidades, já foram realizados testes para novas espécies de bambu, o que se 
revelou uma resistência à tração 6 vezes maior que a do aço. A ideia é que, futuramente, 
o material também possa ser utilizado em armações de diversas matrizes, como solo e 
cimento.
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Figura 19. Bambu.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Tijolo replast
Esse material foi criado pelo startup americano By Fusion, o tijolo replast é fabricado 
a partir do entendimento que se faz dos restos de plástico em blocos modulares. Por 
serem moldados em diversas formas e encaixes diferentes, não é preciso utilizar cola, 
adesivos ou qualquer outro tipo de argamassa para garantir a fixação deles.
Ademais, o processo de produção não emite CO2 e também nãoé tóxico, além disso, os 
resíduos plásticos utilizados como matéria-prima são retirados dos oceanos.
Figura 20. Tijolo replast.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Containers
A construção em containers deixou de ser moda e se transformou numa técnica fixa 
da engenharia. Sabe-se que essas estruturas podem ser oriundas do transporte de 
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 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
mercadorias, é concebível utilizar containers reciclados e economizar um percentual 
de até 30% na construção de uma casa ou edifício, quando comparada a uma construção 
convencional de mesmo projeto.
No Brasil, já se tem até um condomínio construído completamente com essa 
tecnologia, a figura 21 ilustra esse tipo de construção.
Figura 21. Containers.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
Argamassa de argila
Sabia que existe argamassa de argila? Sim, ela existe! Ela surge com a finalidade de 
substituir o cimento na mistura da argamassa e pode ser aplicada em paredes internas 
para assentar os acabamentos, com a vantagem de ser completamente sustentável e 
ainda contar com um melhor desempenho termo acústico. Ademais, a argamassa de 
argila ainda se torna um empecilho no aumento excessivo de umidade nos ambientes, 
podendo ser utilizada especificamente como material isolante.
Figura 22. Argamassa de argila.
Fonte: https://constructapp.io/pt/materiais-sustentaveis-construcao-civil/.
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Conheça mais sobre os materiais sustentáveis que estão revolucionando a 
construção da atualidade.
https://www.sienge.com.br/blog/9-materiais-de-construcao-inovadores.
Elabore uma síntese a respeito das vantagens que esses produtos trazem para o 
meio ambiente.
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CAPÍTULO 2
Acessibilidade
Ao abordar a aplicação da acessibilidade em construções sustentáveis, faz jus tratarmos 
um pouco mais sobre esse novo conceito que vem sendo bastante dialogado. Por meio 
do Guia de Sustentabilidade na construção promovido pela FIEMG (2008), o edifício 
sustentável, como também a construção sustentável, são edificações ou bens com longa 
vida útil, produzidos por meio de aglutinação de vários materiais e componentes de 
diferentes indústrias, e que requerem uma enorme quantidade de mão de obra.
A busca por construções sustentáveis tem como intuito eliminar os impactos negativos 
tanto sociais como os ambientais de todo o seu ciclo de vida. 
Segundo Keeler; Burke (2010), atualmente recorre-se a muitas definições formais para 
o termo Edificação Sustentável, contudo todas têm pelo menos um ponto em comum, 
dentre vários componentes considerados essenciais: tratar das questões de demolição no 
terreno, de resíduos da construção e de resíduos gerados pelos seus usuários; promover 
a eficiência na utilização dos recursos; buscar a conservação de energia e projetar 
visando ao consumo eficiente da energia; oferecer um ambiente interno “saudável”. 
Silva (2007) destaca que a principal diferença entre um Edifício Sustentável e um 
Edifício Convencional está na visão sistêmica inerente à própria sustentabilidade. 
Todavia, para uma Edificação Sustentável bem-sucedida, é necessário que todos os 
profissionais envolvidos entendam que a edificação tem que ser vista como um processo 
sistêmico, daí a relevância de um Projeto Integrado. O edifício é pensado como um 
todo, e na sustentabilidade é levado em consideração o uso, a manutenção e até sua 
demolição, incluindo o ciclo de vida dos materiais empregados.
Desta maneira, um Edifício Sustentável não incorpora unicamente aspectos 
relacionados com a proteção dos recursos naturais, tampouco apenas com a redução 
do consumo energético. Para além desses aspectos, um Edifício Sustentável deverá 
incluir, dentre outros, o impacto dos edifícios e dos materiais nos seus usuários 
(MATEUS, 2009). 
Dentro dessa visão holística, escadas, degraus altos, banheiros não adaptados e buracos 
nas vias públicas constituem parte dos inúmeros exemplos que podemos citar como 
barreiras arquitetônicas ou falta de acessibilidade. 
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UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
Esta mesma dificuldade é experimentada nos espaços que se destinam aos cuidados à 
saúde, como prédios adaptados e impróprios às necessidades dos usuários (SIQUEIRA 
et al. 2009). 
A respeito da indústria da construção, a compreensão ou interpretação da 
sustentabilidade tem passado por transformações ao passar dos anos. A princípio, a 
ênfase estava em como enfrentar com recursos limitados e como minimizar os impactos 
sobre o meio ambiente. Há dez anos, o destaque estava atrelado em requisitos mais 
técnicos da construção. 
Posteriormente, as questões sociais e econômicas passaram a ser consideradas 
essenciais para o crescimento sustentável nas edificações. Mais recentemente, também 
os aspectos culturais do ambiente construído passaram a ser considerados de grande 
importância para a construção sustentável (FOSSATI, 2008).
Segundo o Ministério do Meio Ambiente ‒ MMA (2012), os desafios para o ramo da 
construção são copiosos, porém, em síntese, constituem na minimização e otimização 
do consumo de materiais e energia, na redução dos resíduos gerados, na conservação 
do ambiente natural e na melhoria da qualidade do ambiente construído.
Ainda de acordo com o Guia de Sustentabilidade na Construção, desenvolvido pela 
FIEMG (2008), a incorporação de práticas sustentáveis na construção é uma tendência 
crescente no mercado. 
Sua adesão é considerada um caminho sem volta, pois diferentes agentes atuam 
alertando, estimulando e pressionando o setor da construção a introduzir essas práticas 
em suas atividades.
Sendo assim, sabe-se que na esfera da edificação, o Ministério do Meio Ambiente 
(2012) compreende como essenciais ao setor de construção civil: adequação do 
projeto ao clima do local, reduzindo o consumo de energia e otimizando as condições 
de ventilação, iluminação e aquecimento naturais; previsão de requisitos de 
acessibilidade para pessoas com mobilidade reduzida ou possibilidade de adaptação 
posterior; utilização de coberturas verdes e a suspensão da construção do solo. 
No que tange à seleção dos materiais de construção, deve-se priorizar a utilização 
de materiais disponíveis no local, pouco processados, não tóxicos, potencialmente 
recicláveis, culturalmente aceitos, propícios para a autoconstrução e para a construção 
em regime de mutirões, com conteúdo reciclado.
Ademais, as certificações para as edificações sustentáveis são selos cedidos pelas 
instituições não governamentais, um grande número é internacional, entretanto atuam 
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 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
com os mesmos critérios e avaliações nos países em que estão presentes e certificam 
os mais variados tipos de construções, dentre os quais, edifícios, escolas, escritórios, 
hotéis, reformas entre outros.
Sendo assim, para obter uma certificação ambiental de uma construção é preciso que se 
determine o nível de sustentabilidade que será executado com o projeto e a construção. 
São necessários diversos estudos arquitetônicos de viabilidade construtiva e financeira, 
além do mais, há necessidade de um planejamento estratégico prévio que estabeleça 
todas as metas e normas exigidas pela entidade certificadora, podendo corroborar ou 
reprovar o projeto. 
Por outro lado, é necessário que toda obra seja acompanhada e fiscalizada nas diversas 
fases até a entrega final, por um gestor ou consultor nomeado pelo órgão certificador.
Dessa maneira, uma construção certificada por um órgão independente tem maior 
aceitação do que uma construção que é autodeclarada sustentável, que não foi fiscalizada 
para autenticar a implantação de benefícios direcionados para a sustentabilidade.
Vale ressaltar que existem diversas certificações sustentáveis no mercado 
das construções, dentre elas, há o selo “aqua” (alta qualidade ambiental do 
empreendimento), é um selo brasileiro adaptado de uma metodologia francesa e 
atenta vários critérios sustentáveis,sendo eles: a gestão ambiental da obra, economia 
de água e energia, a redução dos resíduos, e a qualidade de vida dos transeuntes do 
edifício.
Outro exemplo de selo é obream – building research establishment, que significa 
estabelecimento de pesquisa de construção, é uma certificação internacional de origem 
do Reino Unido, muito usada mundialmente, atesta edifícios públicos, comerciais e 
residenciais. Dentre suas metas, pode-se destacar a diminuição do consumo energético 
e de água, utilização de materiais sustentáveis, gestão de resíduos da construção e, por 
conseguinte, redução dos impactos de vizinhança.
Leed – leadership in energy and environmental design, a qual significa liderança em 
energia e design ambiental, é a certificação mais utilizada no mundo. Foi desenvolvida 
nos Estados Unidos da América, contém diversos níveis de certificação e metas a serem 
seguidas, dentre as mais relevantes estão: eficiência do uso de água e energia, uso de 
recursos naturais de forma responsável, uso de materiais sustentáveis, qualidade do 
ambiente construtivo e preocupação com a manutenção das instalações e do edifício.
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UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
Ao se fazer o entendimento dos processos de certificação nas construções associada à 
sustentabilidade, se faz também pertinente uma abordagem dos materiais aplicados de 
forma sustentável. 
Com isso, pode-se destacar que o material sustentável contém uma análise ampla de 
sua cadeia de produção: a maneira como é realizada a extração, geração de impactos à 
natureza, procedência, transporte, manutenção, desempenho e eficiência do material 
a longo prazo, análise do ciclo de vida, quais os ingredientes químicos, se possuem 
características sustentáveis e se é usada uma mão de obra que não é prejudicial à vida 
dos trabalhadores.
Geralmente, todas estas etapas são monitoradas e conferidas por meio de selos dos 
órgãos independentes de níveis internacionais e órgãos governamentais como o 
Inmetro, Procel edifica e casa azul, os quais são órgãos brasileiros e que certificam os 
produtos.
Temos como exemplo de material sustentável a madeira de reflorestamento, onde 
observa-se que não são devastadas novas áreas da vegetação virgem.
Sendo assim, no caso de produtos sustentáveis, tem-se a preocupação no que diz 
respeito a algo que, além de cumprir os requisitos “verdes”, também honre uma boa 
qualidade. Existem os investimentos em quesitos como durabilidade e resistência. 
Portanto, “quando a empresa se responsabiliza com a sustentabilidade, ela analisa todo 
o processo de suas atividades”, inclusive em sua forma de gerir, além disso, cumprindo 
a legislação ambiental, social e trabalhista.
No tocante à aplicação de produtos ecológicos, é percebida pelo seu conceito a 
preocupação em manter a biodiversidade. Isto é, são produtos que contêm na cadeia 
de produção o princípio de não gerar grandes alterações no equilíbrio do ecossistema.
Dessa forma, é necessário que se discuta acerca da acessibilidade como um elemento da 
sustentabilidade, portanto, para Oliveira (2006), a Acessibilidade Espacial refere-se à 
possibilidade de participação das pessoas na sociedade em circunstâncias de isonomia 
e sem distinção, sendo um dos parâmetros para se obter a inclusão social.
Assim, a acessibilidade do espaço existente não deve ser compreendida como um 
conjunto de medidas que favoreça apenas às pessoas com deficiência, mas, sim, medidas 
a fim de acolher todos os usuários em potencial. 
Para isso, é necessário assegurar total acesso aos mais variados locais e atividades, 
suprimindo as várias barreiras existentes que dificultam a participação de todos. 
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 DIRETRIZES ESTRUTURAIS │ UNIDADE II
Com isso, a acessibilidade espacial pode ser vista como a possibilidade de compreensão 
da função, da organização e das relações espaciais que o ambiente estabelece e a 
participação das atividades que ali ocorrem, fazendo uso dos equipamentos disponíveis 
com segurança e autonomia (BINS ELY et al., 2001). 
Segundo Bins Ely e Piardi (2012), com o intuito de compreender melhor as questões 
referentes à acessibilidade espacial de pessoas que possuem algum tipo de restrição, 
são possíveis identificar quatro componentes por meio dos quais é viável avaliar o nível 
de acessibilidade do ambiente construído. São eles:
 » Orientação: é a condição de compreensão do espaço a partir de seu 
formato arquitetônico e da sua organização funcional. É a possibilidade 
de diferenciar o local onde se está e o percurso que se deve fazer para 
chegar a um determinado destino, por meio da informação arquitetônica 
e suportes informativos, como exemplos (placas, letreiros, sinais mapas). 
 » Deslocamento: é a condição de movimento tanto nos percursos 
horizontais como nos verticais e sua continuidade. É a facilidade de 
deslocar-se de forma independente em percursos livres de obstáculos, 
que favoreçam o conforto e a segurança ao usuário.
 » Uso: é a condição que permite a utilização dos equipamentos e a 
participação nas atividades desejadas. Os equipamentos devem ser 
acessíveis a todos os usuários e manuseados com segurança, conforto e 
autonomia.
 » Comunicação: é a condição de permuta e intercâmbio entre pessoas e 
com pessoas e equipamentos de tecnologia colaborativa (como terminais 
de computadores e telefones com mensagens de texto), que permitam a 
inserção e uso do ambiente. 
O conceito de sustentabilidade varia de acordo com o tema e as condições nas quais 
está sendo tratado. Como o foco desta abordagem se dá na acessibilidade, entende-
se que esta integra a dimensão social da sustentabilidade, a qual remete a uma gama 
de elementos associados à melhoria da qualidade de vida, à democracia e aos direitos 
humanos (ZANDEMONIGNE; TIBÚRCIO, 2013).
Ainda de acordo com Zandemonigne e Tibúrcio (2013), foram adotadas seis dimensões 
de sustentabilidade, dentre as quais: ambiental, social, cultural, econômica, espacial e 
tecnológica. Seguem as definições a respeito de tais dimensões, de acordo com a análise 
dos autores: 
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UNIDADE II │ DIRETRIZES ESTRUTURAIS
 » Sustentabilidade ambiental: destina-se à conservação dos 
ecossistemas naturais, uso otimizado dos recursos naturais, 
preservação da natureza, uso racional de energia, água e solo, materiais 
locais e recicláveis. 
 » Sustentabilidade social: refere-se aos elementos relacionados à 
melhoria da qualidade de vida, à democracia e aos direitos humanos, visa 
saúde, segurança, qualidade do ambiente interno e externo, acessibilidade, 
transportes, infraestrutura, adaptabilidade, conforto, adequação ao local, 
a fim de se ter a valorização da qualidade de vida.
 » Sustentabilidade cultural: propõe a diversidade, adequação às 
condições locais, ao modo de vida e costumes dos usuários, além da 
relação com as demandas de patrimônio.
 » Sustentabilidade econômica: trata-se dos investimentos financeiros 
e da viabilidade econômica dos empreendimentos, assim como dos 
custos no ciclo de vida, custo-benefício, da acessibilidade e viabilidade 
econômicas, adaptabilidade e flexibilidade e desempenho.
 » Sustentabilidade espacial: direciona-se à distribuição espacial 
dos recursos das populações e das atividades, destacando questões 
como concentração excessiva em zonas metropolitanas e deterioração 
de ecossistemas frágeis, integração com padrões locais de paisagem e 
cultura. 
 » Sustentabilidade tecnológica: propõe que a tecnologia seja 
propulsora da sustentabilidade, onde as tecnologias aplicadas devem 
estar de acordo com as condições locais, serem duráveis, confiáveis, 
funcionais e compatíveis à vida moderna, relaciona-se também à 
inteligência predial e controlabilidade. 
A acessibilidade é parte integrante da sustentabilidade dos edifícios, já que atende 
várias das dimensões da sustentabilidade discutida por alguns autores.
Atualmente, existem tecnologias e uma nova cultura da acessibilidade que permitem 
alcançar ou contribuir para a sustentabilidade dos edifícios. 
Visto que a sustentabilidade

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