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esquema de nulidades

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Uniarp – Fraiburgo – SC
8.a Fase Direito – Direito Processual Penal
Acadêmico: Dalton João A. Farias 
Professor Alvaro, segue abaixo um esquema de nulidades conforme solicitado. 
Conforme analisado o CPP, está descrito no Art.564, quando a nulidade poderá ocorrer. Afirmo que fiz mais algumas consultas a alguns sites que trabalham com matérias relacionadas ao direito, sempre confrontando as informações que lá constam com o que o código ou a constituição prevê em seus conteúdos.
Art. 564.  A nulidade ocorrerá nos seguintes casos: 
I - por incompetência, suspeição ou suborno do juiz;
Como alguns juristas defendem, ou como podemos ver segundo Evinis Talon, que é mestre, professor e advogado, declarando que o STJ tem precedente afirmando nulidade, por incompetência absoluta, da condenação proferida pela Justiça Comum Estadual quando se trata de crime impropriamente militar – STJ - HC 360630/RJ. A incompetência por inobservância à regra da prevenção, por sua vez, é causa de nulidade relativa, segundo o enunciado da súmula 706 do STF. Também se insere na nulidade por incompetência do juízo a determinação de medidas contra autoridades detentoras de foro por prerrogativa de função por Tribunal diverso daquele legalmente previsto.
II - por ilegitimidade de parte;
	Muito conhecida no âmbito jurídico, essa nulidade se caracteriza como tendo uma forma simples de identificação para que seus efeitos se façam valer. A ilegitimidade de parte, ocorre quando o ingresso em Juizo para postular ou defender o interesse de algum direito, é feito de forma ilegítima, ou seja, quando a parte não foi indicada pela Lei e não teve seu ingresso portanto expressamente autorizado.
 
Aqui no terceiro inciso do art.564 existe uma relação de exigências quanto para que não ocorra a nulidade, onde a falta de uma delas acaba ocasionando então o contrário. Abaixo está descrito o referido trecho extraído do CPP, Art.564, III conforme segue: 
III - por falta das fórmulas ou dos termos seguintes:
a) a denúncia ou a queixa e a representação e, nos processos de contravenções penais, a portaria ou o auto de prisão em flagrante;
b) o exame do corpo de delito nos crimes que deixam vestígios, ressalvado o disposto no Art. 167;
c) a nomeação de defensor ao réu presente, que o não tiver, ou ao ausente, e de curador ao menor de 21 anos;
d) a intervenção do Ministério Público em todos os termos da ação por ele intentada e nos dá intentada pela parte ofendida, quando se tratar de crime de ação pública;
e) a citação do réu para ver-se processar, o seu interrogatório, quando presente, e os prazos concedidos à acusação e à defesa;
f) a sentença de pronúncia, o libelo e a entrega da respectiva cópia, com o rol de testemunhas, nos processos perante o Tribunal do Júri;
g) a intimação do réu para a sessão de julgamento, pelo Tribunal do Júri, quando a lei não permitir o julgamento à revelia; 
h) a intimação das testemunhas arroladas no libelo e na contrariedade, nos termos estabelecidos pela lei;
i) a presença pelo menos de 15 jurados para a constituição do júri; 
j) o sorteio dos jurados do conselho de sentença em número legal e sua incomunicabilidade; 
k) os quesitos e as respectivas respostas;
l) a acusação e a defesa, na sessão de julgamento; 
m) a sentença; 
n) o recurso de oficio, nos casos em que a lei o tenha estabelecido; 
o) a intimação, nas condições estabelecidas pela lei, para ciência de sentenças e despachos de que caiba recurso; 
p) no Supremo Tribunal Federal e nos Tribunais de Apelação, o quórum legal para o julgamento;
IV - por omissão de formalidade que constitua elemento essencial do ato.
Essa formalidade essencial que consta do inciso referido, se entende como que aquela que sem a mesma o ato não possa atingir a sua finalidade. Em pesquisas a sites que tratam sobre o assunto, havia um exemplo a respeito, como uma denúncia, onde não haviam sido descritos os fatos e as circunstancias que se faziam necessárias para interpretação do fato ocorrido. 
V - em decorrência de decisão carente de fundamentação.    (Incl. Lei nº 13.964/19)
Parágrafo único.  Ocorrerá ainda a nulidade, por deficiência dos quesitos ou das suas respostas, e contradição entre estas.  
	Aqui observamos a falta de responsabilidade e objetividade do juiz que julgou a causa, que muitas vezes ocorre por uma desatenção ou mesmo uma inobservância do que reza a legislação processual. 
A sentença deve ter fundamentação adequada, e não pode deixar de prestar informações quanto a todos os pedidos nela realizados (conhecida como infra petita), além de também não poder manifestar uma afronta ao contraditório no que vem de encontro ao art.437 do CPC, bem como deixar de julgar demandas exigidas.
E, conforme já descrito no início, afirmo que acompanhei o que se descreve no Código de Processo Penal, assim como também achei um resumo, na internet, no site www. canalcienciascriminais.com.br, escrito por Evinis Talon, que é Mestre em Direito, Professor e também Advogado, que descreve as principais nulidades em seu entendimento, e que estão dispersas também no CPP em artigos diversos ao anteriormente estudado (art.564) descritas na sequencia abaixo: 
	1) Nulidade por inépcia da denúncia
O acusador (Ministério Público ou querelante) deve descrever precisa e detalhadamente a imputação que faz ao réu na peça exordial, nos termos do art. 41 do Código de Processo Penal. Nesse ponto, se o acusador não especifica os fatos adequadamente, há inépcia da denúncia.
· ausência de descrição sobre o que consistiu a violência ou grave ameaça no roubo;
· ausência de descrição dos bens furtados, roubados etc;
· não individualização mínima da conduta de cada denunciado no caso de concurso de agentes;
· ausência de descrição do conjunto que levou a enquadrar o denunciado como administrador de fato da pessoa jurídica, no caso de crimes contra a ordem tributária (STF, HC 121719/RN);
· ausência de menção aos xingamentos que ensejaram a queixa por injúria.
	2) Nulidade por ausência de citação válida
Há diversas situações em que ocorre nulidade por ausência de citação válida, especialmente em caso de não comparecimento do réu (art. 570 do CPP), como, por exemplo, a entrega do mandado de citação a pessoa diversa do acusado. Também há nulidade se o réu não é citado nem comparece pessoalmente, ainda que tenha constituído advogado antes do oferecimento da denúncia (STJ, REsp 1.580.435/GO).
	3) Nulidade porque o Juiz deixou de falar sobre o direito ao silêncio
Há casos em que o Juiz realiza o interrogatório do réu sem alertá-lo da possibilidade de permanecer em silêncio. No Brasil, não adotamos à risca os “Miranda rights”, o que não significa que, em determinadas hipóteses, não haverá prejuízo e, consequentemente, nulidade. Prepondera, contudo, o entendimento de que se trata de nulidade relativa, cujo reconhecimento depende da comprovação do prejuízo (STJ, RHC 67730/PE). Na maioria das vezes, não há prejuízo ao réu, pois este é orientado previamente, durante a entrevista com seu advogado, sobre essa possibilidade.
Entretanto, há casos em que o indivíduo é inquerido como testemunha, sem a preocupação de ser investigado, e, para a surpresa de todos, confessa um crime, fazendo com que, ato contínuo, o Juiz remeta cópia do depoimento ao Ministério Público. Nessa situação, se é promovida a denúncia com base em confissão realizada por testemunha que não foi alertada sobre o seu direito ao silêncio, o STF já reconheceu a nulidade por inépcia da denúncia, em virtude da violação ao princípio “nemo tenetur se detegere” (STF, RHC 122279/RJ).
	4) Nulidade por ausência de fundamentação da decisão
A base dessa causa de nulidade é o art. 93, IX, da Constituição Federal, que exige a fundamentação de todas as decisões do Poder Judiciário. O STJ já entendeu pela nulidade quando o magistrado, ao determinar o prosseguimento do processo após a fase de apresentação de resposta à acusação, deixou de analisar as questões trazidas pela defesa (STJ, RHC 46.127/MG).
Também são nulas, por ausência de fundamentação, as decisões que determinama prisão preventiva com base apenas em argumentos genéricos e abstratos, sem a apreciação do caso concreto, assim como as sentenças condenatórias que não tenham correlação com os fatos imputados na denúncia.
5) Nulidade por ausência de intimação pessoal da Defensoria Pública ou do defensor dativo sobre os atos do processo
Há inúmeras decisões dos Tribunais Superiores neste sentido, com fundamento no art. 370 do CPP. Cita-se, por todas, a decisão do STJ no HC 363789/SP.
6) A ausência de intimação da defesa sobre a expedição de precatória para a oitiva de testemunha
Os Tribunais Superiores consideram que se trata de causa de nulidade relativa, conforme o enunciado da súmula n. 155 do STF. De forma decepcionante, tem sido afastada a nulidade mesmo que a defesa do réu não seja intimada da expedição da precatória, desde que seja nomeado Defensor Público ou dativo para o ato no juízo deprecado.
	7) Nulidade por violação do art. 212 do CPP
Essa nulidade ocorre quando há inquirição das testemunhas pelo Juiz antes que seja oportunizada às partes a formulação das perguntas, com a inversão da ordem prevista no art. 212 do CPP. Da mesma forma, também há nulidade quando as perguntas feitas pelo Juiz, realizadas ao final da inquirição, não se restringem a complementar os fatos narrados anteriormente.
Segundo o STJ, trata-se de nulidade relativa, necessitando da manifestação de inconformismo da defesa no momento oportuno, assim como da demonstração de prejuízo (STJ, HC 159885/SP). Destaca-se que o momento oportuno para a alegação de descumprimento do art. 212 do CPP é durante a inquirição da testemunha, para que conste na ata da audiência a irresignação defensiva, a fim de que, futuramente, seja possível a alegação de nulidade.
	8) Nulidade de provas obtidas por meio da extração de dados e de conversas privadas registradas em correio eletrônico e redes sociais (WhatsApp e Facebook), sem a prévia autorização judicial
Trata-se de hipótese que ocorre com enorme frequência em crimes de colarinho branco ou tráfico de entorpecentes, em que, normalmente, são aprendidos aparelhos celulares e computadores.
Nesses casos, exige-se prévia autorização judicial para a análise dos dados e das conversas, sob pena de nulidade (RHC 51531/RO).
	10) Nulidade por apresentação de documento ou objeto estranho aos autos na sessão plenária do júri
Essa causa de nulidade tem fundamento no art. 479 do CPP. Aliás, o STJ já reconheceu a nulidade do julgamento do Tribunal do Júri que tenha resultado em condenação quando a acusação tiver apresentado, durante os debates, documento alheio aos autos que demonstraria que uma testemunha teria sido ameaçada pelo réu (STJ, HC 225.478/AP).
Salienta-se, por oportuno, que, para o êxito da alegação de nulidade, a prática penal tem exigido que a defesa se insurja contra essa apresentação de documento e requeira a consignação do fato em ata.
	11) Nulidade por excesso de linguagem na decisão de pronúncia
A decisão de pronúncia não deve examinar de forma exauriente a autoria e a materialidade, sob pena de influenciar indevidamente os jurados. Destarte, o magistrado deve utilizar-se de linguagem sóbria, sem explicitações de juízos de certeza, nos termos do art. 413, §1º, do CPP, sob pena de nulidade da decisão de pronúncia.
Há, contudo, precedente do STJ em que não foi declarada a nulidade da decisão de pronúncia com excesso de linguagem, mas apenas determinado que fosse riscado o trecho em que houve tal excesso (STJ, 325076/RJ).
Seguindo o CPP, conforme se apresenta o LIVRO III - DAS NULIDADES E DOS RECURSOS EM GERAL -TÍTULO I -DAS NULIDADES vemos o seguinte:
Art. 565.  Nenhuma das partes poderá argüir nulidade a que haja dado causa, ou para que tenha concorrido, ou referente a formalidade cuja observância só à parte contrária interesse.
Art. 566.  Não será declarada a nulidade de ato processual que não houver influído na apuração da verdade substancial ou na decisão da causa.
Art. 567.  A incompetência do juízo anula somente os atos decisórios, devendo o processo, quando for declarada a nulidade, ser remetido ao juiz competente.
Art. 568.  A nulidade por ilegitimidade do representante da parte poderá ser a todo tempo sanada, mediante ratificação dos atos processuais.
Art. 569.  As omissões da denúncia ou da queixa, da representação, ou, nos processos das contravenções penais, da portaria ou do auto de prisão em flagrante, poderão ser supridas a todo o tempo, antes da sentença final.
Art. 570.  A falta ou a nulidade da citação, da intimação ou notificação estará sanada, desde que o interessado compareça, antes de o ato consumar-se, embora declare que o faz para o único fim de argüi-la. O juiz ordenará, todavia, a suspensão ou o adiamento do ato, quando reconhecer que a irregularidade poderá prejudicar direito da parte.
Art. 571.  As nulidades deverão ser argüidas:
I - as da instrução criminal dos processos da competência do júri, nos prazos a que se refere o art. 406;
II - as da instrução criminal dos processos de competência do juiz singular e dos processos especiais, salvo os dos Capítulos V e Vll do Título II do Livro II, nos prazos a que se refere o art. 500;
III - as do processo sumário, no prazo a que se refere o art. 537, ou, se verificadas depois desse prazo, logo depois de aberta a audiência e apregoadas as partes;
IV - as do processo regulado no Capítulo VII do Título II do Livro II, logo depois de aberta a audiência;
V - as ocorridas posteriormente à pronúncia, logo depois de anunciado o julgamento e apregoadas as partes (art. 447);
VI - as de instrução criminal dos processos de competência do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais de Apelação, nos prazos a que se refere o art. 500;
VII - se verificadas após a decisão da primeira instância, nas razões de recurso ou logo depois de anunciado o julgamento do recurso e apregoadas as partes;
VIII - as do julgamento em plenário, em audiência ou em sessão do tribunal, logo depois de ocorrerem.
Art. 572.  As nulidades previstas no art. 564, Ill, d e e, segunda parte, g e h, e IV, considerar-se-ão sanadas:
I - se não forem argüidas, em tempo oportuno, de acordo com o disposto no artigo anterior;
II - se, praticado por outra forma, o ato tiver atingido o seu fim;
III - se a parte, ainda que tacitamente, tiver aceito os seus efeitos.
Art. 573.  Os atos, cuja nulidade não tiver sido sanada, na forma dos artigos anteriores, serão renovados ou retificados.
§ 1o  A nulidade de um ato, uma vez declarada, causará a dos atos que dele diretamente dependam ou sejam conseqüência.
§ 2o  O juiz que pronunciar a nulidade declarará os atos a que ela se estende.

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