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ANÁLISE DE SOLOS_interpretação_conversão de unidades e cálculo de calagem

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RESUMO 
 
Converter cmolc de K, Ca, Mg e Na em mg/dm³ e 
kg/há 
 
 
 
A transformação de unidades, na interpretação da análise do solo, ainda gera muitas 
dúvidas entre os nossos leitores. Já apresentamos artigos que explicam as transformações 
de cmolc/dm³ em mg/dm³ e kg/ha. Claro que apresentamos os exercícios dando o K como 
exemplo. Mostramos, através do exercício com o cátion K. o caminho para transformar o Ca, 
Mg, em cmolc/dm³, em mg/dm³, só que não fizemos a conclusão do exercício para 
deixar o leitor conclui-lo, de maneira que ele aprenda fazendo. Entretanto, alguns não 
querem raciocinar e desejam o problema resolvido. O mecanismo para transformar 
cmolc/dm³ de Ca, Mg, Na, etc, em mg/dm³ e mg/ha, é o mesmo que fizemos com o K. O que 
diferencia são os valores de cada nutriente, pois cada um tem a sua massa atômica e 
valência. 
ATENÇÃO: Os cálculos abaixo são para unidades expressas em cmolc/dm³ no 
resultado da análise de terra. Para unidades expressas em mmolc/dm³ veja no 
final desse artigo o acesso para leitura do mesmo. 
 
1) POTÁSSIO (K) 
 
a) Calcular cmolc K 
1 cmolc de K = massa atômica /valência /100 
1 cmolc de K = 39,1/1/100 = 0,391 g K ou 391 mg K 
 
b) Transformar cmolc K em mg/dm³ 
O solo possui 0,04 cmolc/dm³ K 
1 cmolc/dm³ K ...............391 mg/dm³ K 
 0,04 cmolc/dm³ K ............X mg/dm³ K 
X = (0,04 x 391) / 1 
X = 15,64 mg/dm³ K 
 
DICA: multiplique o valor de cmolc K por 391 para obter mg/dm³ K. 
mg/dm³ x 2 = kg/ha. Então: 
15,64 x 2 = 31,2 kg/ha 
K x 1,205 = K2O 
31,2 x 1,205 = 37,6 kg/ha K2O 
 
https://3.bp.blogspot.com/-khvnEkfrrbc/UBht6NIZeQI/AAAAAAAAB3U/ka40Bd6SRFw/s1600/Unidades.+tabela1.bases.conversao.jpg
c) Transformar mg/dm³ em cmolc/dm³ 
1 cmolc/dm³ K ...............391 mg/dm³ K 
X cmolc/dm³ K .............15,64 mg/dm³ K 
X = (15,64 x 1) / 391 = 0,04 cmolc/dm³ K 
DICA: divida o valor de mg/dm³ K por 391 ou multiplique mg/dm³ K por 0,002558 
 
 
2) CÁLCIO (Ca) 
 
a) Calcular cmolc Ca 
 
1 cmolc de Ca = massa atômica /valência /100 
1 cmolc de Ca = 40,08/2/100 = 0,2004 g Ca = 200,4 mg Ca 
 
b) Transformar cmolc em mg/dm³ 
 
O solo possui 2,0 cmolc/dm³ Ca 
1 cmolc/dm³ Ca ...............200,4 mg/dm³ Ca 
2,0 cmolc/dm³ Ca .............X mg/dm³ Ca 
X = (2 x 200,4) / 1 
X = 400,8 mg/dm³ Ca 
 
DICA: multiplique o valor em cmolc Ca por 200,4 para obter mg/dm³ Ca. 
mg/dm³ x 2 = kg/ha. Então: 
400,8 x 2 = 801,6 kg/ha 
Ca x 1,4 = CaO 
801,6 kg/ha Ca x 1,4 = 1.122,5 kg/ha CaO 
 
c) Transformar mg/dm³ em cmolc/dm³ 
1 cmolc/dm³ Ca ...............200,4 mg/dm³ Ca 
X cmolc/dm³ Ca ..............400,8 mg/dm³ Ca 
X = (400,8 x 1) / 200,4 = 2 cmolc/dm³ Ca 
 
DICA: divida o valor de mg/dm³ Ca por 200,4 ou multiplique mg/dm³ Ca por 0,005 
 
3) MAGNÉSIO (Mg) 
 
a) Calcular cmolc Mg 
1 cmolc de Mg = massa atômica /valência /100 
1 cmolc de Mg = 24,312/2/100 = 0,12156 g Mg = 121,56 mg Mg 
 
b) Transformar cmolc em mg/dm³ 
O solo possui 1,2 cmolc/dm³ Mg 
1 cmolc/dm³ Mg ...............121,56 mg/dm³ Mg 
1,2 cmolc/dm³ Mg.............X mg/dm³ Mg 
X = (1,2 x 121,56) / 1 
X = 145 mg/dm³ Mg 
DICA: multiplique o valor em cmolc Mg por 121,56 para obter mg/dm³ Mg. 
mg/dm³ x 2 = kg/ha. Então: 
145 mg/dm³ Mg x 2 = 290 kg/ha Mg 
Mg x 1,67 = MgO 
290 kg/ha Mg x 1,67 = 484 kg/ha MgO 
 
c) Transformar mg/dm³ em cmolc/dm³ 
1 cmolc/dm³ Mg .............121,56 mg/dm³ Mg 
 cmolc/dm³ Mg ....... 145 mg/dm³ Mg 
X = (145 x 1) / 121,56 = 1,2 cmolc/dm³ Mg 
DICA: divida o valor de mg/dm³ Mg por 121,56 ou multiplique mg/dm³ Mg por 0,008226 
 
4) SÓDIO (Na) 
 
a) Calcular cmolc Na 
1 cmolc de Na = massa atômica /valência /100 
1 cmolc de Na = 23/1/100 = 0,23 g Na = 230 mg Na 
 
b) Transformar cmolc em mg/dm³ 
O solo possui 0,02 cmolc/dm³ Na 
1 cmolc/dm³ Na ...............230 mg/dm³ Na 
0,02 cmolc/dm³ Na ........... X mg/dm³ Na 
X = (0,02 x 230) / 1 
X = 4,6 mg/dm³ Na 
DICA: multiplique o valor em cmolc Na por 230 para obter mg/dm³ Na. 
mg/dm³ x 2 = kg/ha. Então: 
4,6 x 2 = 9,2 kg/ha Na 
 
c) Transformar mg/dm³ em cmolc/dm³ 
1 cmolc/dm³ Na ...............230 mg/dm³ Na 
X cmolc/dm³ Na ...............4,6 mg/dm³ Na 
X = (4,6 x 1) / 230 = 0,02 cmolc/dm³ Na 
DICA: divida o valor de mg/dm³ Na por 230 ou multiplique mg/dm³ Na por 0,004348 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Unidade cmolc/dm³ e suas Conversões 
Centimolc, ou cmolc, é igual a 10 mg de hidrogênio. Para se calcular o cmolc/dm³ é 
necessário conhecer o peso atômico do elemento (em g) e sua valência. O hidrogênio (H+) 
tem um peso atômico de 1,008g e é monovalente; o cálcio (Ca²+) tem peso atômico igual a 
40,08g, o magnésio (Mg²+), 24,312g e ambos são bivalentes; o alumínio (Al³+), 26,981g e é 
trivalente; o potássio (K+), 39,102g e é monovalente. 
A fórmula para calcular cmolc/dm³ é a seguinte: 
cmolc g/dm³ = peso atômico em g /valência/100 
Aplicando esta fórmula temos: 
1. H+ 
cmolc/dm³ H+ = 1,008g/1/100 = 0,01008 g 
Ora, numa grama temos 1000 mg, então: 0,01008g H+ = 10 mg H+ 
2. Ca²+ 
cmolc/dm³ Ca² = 40,08g/2/100 = 0,2004 g Ca = 200 mg de Ca. 
Assim, 200 mg de Ca deslocam 10 mg de H+ 
3. Mg²+ 
cmolc/dm³ Mg² = 24,312g/2/100 = 0,12156 g Mg = 121,56 mg Mg 
4. K+ 
cmolc/dm³ K = 39,102 g/1/100 = 0,39102 g = 391,02 mg K 
5. Al³+ 
cmolc/dm³ Al³ = 26,981g/3/100 = 0,08994g = 89,94 mg. 
No caso de expressar em molimolc, ou mmolc, a fórmula é a seguinte: 
mmolc = peso atômico em g/valência/1000 
mmolc H+ = 1,008 g/1/1000 = 0,001 g = 1 mg H+ 
No cálculo do cmolc e do mmolc, a diferença é que no cmolc divide-se por 100, enquanto 
no mmolc divide-se por 1.000. 
Como converter 0,06 cmolc/dm³ de K em mg/dm³? 
No sistema antigo usava-se as expressões ppm e ug/cm³, que foram substituídas no Sistema 
Internaciomal por mg/dm³. Então: 
1 cmolc/dm³ de K tem ............391 mg/dm³ 
0,06 cmolc/dm³ de K tem..... .... X mg K/dm³ 
X = (0,06 x 391) / 1 
X = 24 mg K/dm³ 
Ou fazer diretamente multiplicando por 391 (lembre-se que 1 cmolc K = 391 mg) a 
quantidade de cmoc de K. Ou seja, 0,06 x 391 = 24 mg K/dm³. 
E o inverso? Como converter mg K/dm³ em cmolc/dm³? 
Utiliza-se o coeficiente 0,0025575 que surgiu desta regra de três: 
1 cmolc/dm³ de K tem ............391 mg/dm³ 
X cmolc/dm³ de K tem..... .... 1 mg K/dm³ 
X = (1 x 1) / 391 
X = 0,0025575 cmolc K/dm³ 
Se cada 1 mg K/dm³ tem 0,0025575 cmolc K/dm³, conclui-se que 24 mg K/dm³ x 0,0025575 
corresponde a 0,06 cmolc K/dm³. 
Como converter mg/dm³ em kg/ha? 
Um hectare possui 10.000 m². A camada arável é, em geral, 20 cm ou 0,20 m. Desta maneira, 
o volume de solo num hectare será: 10.000 m² x 0,20 m = 2.000 m³. 
Ou, 2.000 m³ = 2.000.000 dm³ 
Em 1 dm³ de solo temos .............. 24 mg K 
Em 2.000.000 dm³ teremos......... X mg K 
X = (2.000.000 x 24) / 1 
X = 48.000.000 mg K = 48 kg K/ha. 
Para racionalizar, basta multiplicar por 2 a expressão mg/dm³ (mg/dm³ x 2 = kg/ha). O 
fósforo é expresso em mg/dm³, assim sendo 15 mg P2O5/dm³ = 15 x 2 = 30 kg P2O5/ha. 
Como converter kg/ha em g/kg? 
Basta multiplicar kg/ha por 0,0005 ou seja: 48 kg K/ha x 0,0005 = 0,024 g/kg 
Como surgiu estes 0,0005? 
Vimos que 1 ha na camada arável de 20 cm tem 2.000 m³. 
Se 1 m³ tem 1.000 kg, 2.000 m³ terão 2.000.000 kg. Um quilo tem 1.000 g. Então, g/kg = 
1000 /2.000.000 = 0,0005. 
Conclusão: 
mg/dm³ x 2 = kg/ha 
kg/ha x 0,0005 = g/kg 
mg K/dm³ x 0,0025575 = cmolc K/dm³ 
cmolc K/dm³ x 391 = mg K/dm³ 
Pratique! Faça os cálculos para Ca, Mg, obedecendo o raciocínio feito para o potássio (K). 
 
 
Tabela de Conversão de Unidades das Análises 
de Solos 
No dia-a-dia do trabalho nos deparamos com situações que exigem nossa memória ou 
conhecimentos de como chegar aos resultados: quem já não precisou, num certo momento, 
Conversor de Unidades de resultados macronutrientes ou transformar. Por isto o objetivo 
desta postagem de trazer aos leitores aquelas conversões mais usadas, e que são tão 
importantes conhecê-las, Para facilitar o trabalho de todos. Existem, é claro, muitas outras, 
eo leitor PODERÁ CONTRIBUIR enviando-as para enriquecimentoda tabela abaixo. 
 
 
 
 
https://2.bp.blogspot.com/_5MAvDlOhrSw/S5EI4bEldUI/AAAAAAAAAzk/1i0gS1fnQZc/s1600-h/convers%C3%A3o+de+unidades.post.mar%C3%A7o.JPG
 
 
https://agronomiacomgismonti.blogspot.com/2010/03/tabela-de-conversao-de-unidades-
das.html#comment-form 
Professor Monte Braga. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
https://2.bp.blogspot.com/_5MAvDlOhrSw/S51L81mHbpI/AAAAAAAAA08/B5B1FOa7Sb0/s1600-h/analisesolo,uniadadesSI.conversao.jpg
https://agronomiacomgismonti.blogspot.com/2010/03/tabela-de-conversao-de-unidades-das.html#comment-form
https://agronomiacomgismonti.blogspot.com/2010/03/tabela-de-conversao-de-unidades-das.html#comment-form
Conversão de Unidades 
 
De (A) Para Conversão 
g/dm3 mg/dm3 A x 1.000 
g/Kg g/dm3 A x 1.000 
g/Kg Kg/ha A x 2,000 
g/Kg t/ha A x 2 
mg/dm3 g/dm3 ou g/Kg A x 0,001 
mg/dm3 Kg/ha A x 2 
mg/dm3 t/ha A x 20 
Kg/ha g/Kg A x 0,0005 
Kg/ha mg/dm3 A x 0,5 
Kg/ha t/ha A x 500 
t/ha g/Kg A x 0,5 
t/ha mg/dm3 A x 500 
t/ha Kg/ha A x 1.000 
mmolc/dm3 cmolc/dm3 A / 10 
cmolc/dm3 mmolc/dm3 A x 10 
m3/ha mm A / 10 
% Argila g/Kg A x 10 
N g NO3 g A x 4,42680 
N g NH4 g A x 1,28783 
K cmolc/dm3 K g/dm3 A x 0,3909 
K cmolc/dm3 K mg/dm3 A x 390 
K g/dm3 K cmolc/dm3 A x 2,5582 
K g/dm3 K Kg/ha A x 2.000 
K Kg/ha K2O Kg/ha A x 1,20458 
K2O Kg/ha K Kg/ha A x 0,83016 
Ca g Ca cmolc/dm3 A x 49,9 
Ca Kg/ha Ca mg/dm3 A x 0,5 
CaO Kg Ca Kg A x 0,71470 
CaO % Ca cmolc/dm3 A x 0,01783 
MgO % Mg cmolc/dm3 A x 0,02480 
Mg g Mg cmolc/dm3 A x 8,2304 
Mg Kg/ha Mg mg/dm3 A x 0,5 
MgO Kg Mg Kg A x 0,60311 
P Kg/ha P2O5 Kg/ha A x 2,29136 
P2O5 Kg/ha P Kg/ha A x 0,43642 
SO4 g S g A x 0,33379 
http://agronomiacomgismonti.blogspot.com 
 
Fatores para conversão de unidades antigas em unidades do Sistema Internacional de 
Unidades 
 
Unidade antiga (A) Unidade nova (N) Fator de conversão (F) 
% g/kg, g/dm3, g/L 10 
ppm mg/kg, mg/dm3, mg/L 1 
meg/100 cm3 mmolc/dm3 10 
meq/100g mmolc/kg 10 
meq/L mmolc/L 1 
mmho/cm dS/m 1 
P2O5 P 0,437 
K2O K 0,83 
CaO Ca 0,715 
MgO Mg 0,602 
 Boletim Técnico, 100, IAC, 1997 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CONVERSÃO DE UNIDADES: ANÁLISE QUÍMICA DO SOLO 
 
 
 
 
Argila e Matéria Orgânica na Análise do Solo 
Interpretação da análise do solo (2) 
 
 
 
Alguns laboratórios indicam, no resultado da análise, o teor de carbono (C). Para se 
encontrar o teor de matéria orgânica multiplica-se o valor de C por 1,724. A matéria 
orgânica dá uma estimativa da quantidade de nitrogênio do solo. Para se estimar a 
quantidade de N oriunda da matéria orgânica basta dividir seu teor por 20. Por 
exemplo: um solo possui 1,3% de C. Então: 1,3 x 1,724 = 2,24% de matéria 
orgânica, ou 2,24 dag/kg ou 22,4 g/kg. Com 
relação à estimativa de nitrogênio (N): 2,24 / 20 = 0,112% de N ou 0,112 dag/kg ou 
1,12 g/kg ou 2,24 t/ha N (g/kg x 2 = t/ha). 
Na primeira publicação desta série "interpretação da análise do solo, abordamos "O 
pH na análise do solo". 
 
http://4.bp.blogspot.com/-uGNzLCDmOmg/T9uoy5PrOPI/AAAAAAAABwQ/Et3ehAtwA1M/s1600/analisesolo.dadoshipot.destaque+argila.mo.png
 
 
Nos solos mais intemperizados há uma predominância das argilas de baixa 
atividade. Nestes solos, o teor de matéria orgânica varia de baixo a médio, enquanto 
os teores de CTC são baixos. Entretanto, quando as argilas são do tipo 2:1, os 
teores de matéria orgânica e CTC são mais altos. Os solos argilosos podem reter 
grandes quantidades de cátions. Por sua vez, os solos arenosos, que apresentam 
baixo teor de matéria orgânica e de CTC, têm a propriedade de reter pequenas 
quantidades de cátions. Nestes solos, as perdas de nutrientes por lixiviação são 
maiores. Um solo pode conter alta percentagem de argila e pobreza de nutrientes 
em virtude da baixa atividade destas argilas, provavelmente do tipo 1:1. 
A amostra (1) apresenta 1,4 dag/kg de matéria orgânica ou 1,4% e a amostra (2) 
tem um teor de 0,5 dag/kg. Dentro do quadro de interpretação de matéria orgânica 
em Minas Gerais, na amostra (1) o solo se enquadra na faixa de teor baixo e na 
amostra (2) na faixa muito baixo. 
Na amostra (1), pela tabela do RS, o teor de argila é baixo, o que caracteriza um 
solo arenoso que deve ser manejado com cuidado, pois há perdas de cátions 
trocáveis por lixiviação. 
 
 
 
http://2.bp.blogspot.com/-HKMKJSlz0F0/T9ulSemNyUI/AAAAAAAABv0/ALdCsGWmHpM/s1600/textura+do+solo.classif.MG.RS.SC.png
http://2.bp.blogspot.com/---JNltKiHNU/T9ulpcY-0fI/AAAAAAAABv8/bGXiTWSh9f0/s1600/materiaorganica.classificacaoRS.SC.png%20width=
No Rio Grande do Sul e Santa Catarina a classificação do teor de matéria orgânica é 
diferente. Desta maneira, o técnico deve estar atento à recomendação nitrogenada 
partido de tabelas específicas para cada cultura em sua região. Não existe uma 
única tabela que contemple todos os Estados. Cada Estado tem a sua própria tabela 
de recomendação de nutrientes, baseada na calibração através dos trabalhos de 
pesquisa realizados no local, em função do tipo de solo, clima, expectativas de 
produção, etc. 
 
 
 
O conhecimento da quantidade de matéria orgânica no solo contribui para a 
recomendação de adubação nitrogenada. Cada cultura tem a sua necessidade de 
nitrogênio que varia entre os diferentes estados brasileiros, sendo a quantidade 
recomendada em função da expectativa de produção e das perdas por lixiviação, 
volatilização e imobilização. 
 
O nitrogênio é um dos nutrientes que as plantas absorvem em grandes quantidades. 
A forma mais aproveitada pelas plantas é o N-NO3 que existe em pequenas 
quantidades na solução do solo. No solo, o nitrogênio mineral é originado da 
mineralização da matéria orgânica e disponibilizado para as plantas. Esta passagem 
do N orgânico para o N mineral é realizada sob a ação de microorganismos. 
Segundo Mello et al. (1983), citado por Gonçalves (2005), as etapas de passagem 
do N orgânico para N mineral são as seguintes: 
N Orgânico --- N amídico --- N amoniacal --- N nítrico --- N nitrato. 
Uma cultura pode remover 2 a 3% do nitrogênio orgânico da camada de solo arável. 
Assim, as reservas de nitrogênio orgânico podem suprir de 9 a 12 kg/ha/ano de N 
(Miller, 1972). 
 
As recomendações de N são efetuadas em relação ao teor de matéria orgânica do 
solo. Geralmente, aplica-se até 20 kg/ha de N no momento da semeadura e o 
restante da recomendação em cobertura , nos estádios que a planta mais necessita, 
de acordo com o que preconiza a pesquisa. As quantidades de N são para um 
determinado patamar de produtividade. Para expectativas de maiores produções, a 
recomendação propõe uma certa quantidade de N para cada aumento de 1.000 
http://1.bp.blogspot.com/-ckBRtCNWqNQ/T9umG0h12iI/AAAAAAAABwE/Az3Lr2jsUic/s1600/materiaorganica.classificacao+em+MG.png
quilos na produtividade. Em certos casos chega a 15 - 20 kg/ha N, conforme a 
região. No caso de lavouras feitas em áreas que foram cultivadas leguminosas, a 
recomendação de N tende a diminuir. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ALVAREZ V, V.H.; RIBEIRO, A.C.; GUIMARÃES, P.T.G. Recomendações para o 
uso de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 5a. aproximação. 1999. Viçosa, 
Minas Gerais. Disponível em:<http://pt.scribd.com/doc/58701933/5%C2%AA-
Aproximacao-Manual-de-Adubacoes-PDF> Acesso em: 13 de jun. 2012. 
GONÇALVES, F. T. A. Dinâmica do nitrogênio em solo tratado com lodo de esgoto e 
cultivado com café. 2005. Dissertação (Mestrado em Gestão dos Recursos 
Agroambientais) – Instituto Agronômico Campinas. 2005 
 
MILLER, F.P. Os fertilizantes e o meio ambiente. In: Manual de 
Fertilizantes.Tradução de Eng.Agr. Mario Luiz M. Mattos de Castro - CEFER/IPT. 
São Paulo. 1980. The Fertilizer Institute. 2ed. p. 25-51. 1976. 
 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIÊNCIA DO SOLO. COMISSÃO DE QUÍMICA E 
FERTILIDADE DO SOLO - RS/SC. Manual de adubação e calagem para os Estados 
do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina. 10ª ed. Porto Alegre, 2004. 400p. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Cuidadosno Uso das Unidades Expressas na 
Interpretação da Análise do Solo 
 
 
 
 
 
 
Introdução 
 
Um erro de cálculo, na interpretação da análise de solo, é não prestar atenção em 
que unidade os nutrientes estão expressos no resultado laboratorial. É comum os 
nutrientes estarem expressos em mmolc/dm³ e os cálculos são feitos como se 
fossem cmolc/dm³. Isso leva a resultados errôneos que podem superestimar a 
necessidade de calagem, a interpretação das faixas de disponibilidade das tabelas 
de recomendação de calagem e adubação, os teores de nutrientes em kg/ha, etc. 
Existem laboratórios que expressam o resultado dos teores de nutrientes em 
cmolc/dm³ e outros em mmolc/dm³. Por exemplo, 1 cmolc/dm³ de K é igual 
a 391 mg/dm³; 1 mmolc/dm³ K = 39,1 mg/dm³. Publicamos inúmeras postagens 
sobre interpretação da análise do solo, falando sobre essas diferenças e os 
cuidados que devem ser tomados na hora de calcular a soma de bases (SB), as 
CTC's efetiva e a pH 7,0. 
 
Unidades expressas em cmolc/dm³ 
 
Se, no resultado da análise, o K, Ca, Mg e Al são expressos em cmolc/dm³, todos 
os cálculos serão expressos em cmolc/dm³. Às vezes, o K está expresso em 
mg/dm³. Para se igualar aos outros cátions básicos, expressos em cmolc/dm³, 
devemos fazer a conversão: 
1 mg/dm³ K / 391 = 1 cmolc/dm³ de K 
ou, 1 mg/dm³ K x 0,002558 = 1 cmolc/dm³ K 
0,002558 é obtido de 1 / 391. 
 
Como se calcula o cmolc/dm³ dos cátions? 
1 cmolc/dm³ = massa atômica em g / valência / 100 
Para visualizar o cálculo de K, Ca, Mg, Na, Al, basta acessar: 
Converter cmolc/dm³ de K, Ca, Mg, Na em mg/dm³ e kg/ha 
 
http://1.bp.blogspot.com/-ngunLygWfbk/UVo7-XdAUvI/AAAAAAAACmw/CYFIGs6nJ_8/s1600/fertilizantes.adubacao.linha.cova.jpg
http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2012/08/converter-cmolc-de-k-ca-mg-e-na-em-mgdm.html
Nesse artigo, além dos cálculos como obter cmolc/dm³, existe também a conversão 
dos mesmos para mg/dm³. 
Portanto, se estamos lidando com resultados de análise de solos expressos em 
cmolc/dm³, devemos interpretá-los como tal e não considerá-los com se fossem em 
mmolc/dm³. 
Unidades expressas em mmolc/dm³ 
 
Como se calcula o mmolc/dm³ dos cátions? 
Quando os resultados são expressos em mmolc/dm³, o cálculo é diferente, ou seja: 
1 mmolc = massa atômica / valência / 1000 
Qual a diferença entre as fórmulas mmolc e cmolc/dm³ ? 
A diferença é que no cálculo do cmolc/dm³ dividimos por 100; no cálculo 
do mmolc/dm³ dividimos por 1000. 
1 mmolc Ca = 40 / 2 / 1000 
1 mmolc Ca = 0,020 g = 20 mg Ca 
Uma análise do solo mostra 5 mmolc/dm³ Ca, para converter em mg/dm³ o cálculo é 
o seguinte: 
5 mmolc/dm³ Ca x 20 = 100 mg/dm³ de Ca ou 200 kg/ha de Ca (mg/dm³ x 2 = kg/ha) 
 
1 mg/dm³ Ca / 20 = 0,5 mmolc/dm³ Ca 
100 mg/dm³ Ca / 20 = 5 mmolc/dm³ Ca 
 
Para obter o valor de 1 mmolc/dm³ de K, Mg, Na e Al, seguir o mesmo raciocínio do 
Ca. Abaixo, os valores da massa atômica e valência do nutriente para a obtenção do 
cálculo 
Potássio (K) - massa atômica 39,1 valência 1 
Cálcio (Ca²) - massa atômica 40 valência 2 
Magnésio (Mg²) - massa atômica 24 valência 2 
Alumínio (Al³) - massa atômica 27 valência 3 
Sódio (Na) - massa atômica 23 valência 1 
 
 
Cálculo dos conceitos básicos na Interpretação da Análise do Solo 
 
Seja o resultado hipotético de uma análise do solo (Quadro 2.): 
 
 
 
 
 
Os cátions básicos estão expressos em cmolc/dm³ 
Soma de Bases (SB) = K + Ca + Mg 
SB = 0,05 + 0,5 + 0,12 
SB = 0,67 cmolc/dm³ 
CTC efetiva (t) = SB + Al 
http://1.bp.blogspot.com/-yfGKJzugTd4/UVodOpJj8YI/AAAAAAAACmQ/NbIKJWRel5g/s1600/Analise+de+solo+hipotetica.jpg
t = 0,67 + 1,3 
t = 1,97 cmolc/dm³ 
CTC a pH 7.0 (T) = SB + (H + Al) 
T = 0,67 + 4,9 
T = 5,57 cmolc/dm³ 
 
Os cátions estão expressos em mmolc/dm³ 
 
 
 
 
Os cátions estão expressos em mmolc/dm³ 
Inclusive o K em mg/dm³ foi convertido para mmolc/dm³. 
24 mg/dm³ K / 39,1 = 0,6 mmolc/dm³ 
Ou, 24 mg/dm³ K x 0,02558 = 0,6 cmolc/dm³ 
0,02558 é obtido de 1 / 39,1 
 
Soma de Bases (SB) = K + Ca + Mg + Na 
SB = 0,6 + 12 + 6 + 1,2 
SB = 19,8 mmolc/dm³ 
CTC efetiva (t) = SB + Al 
t = 19,8 + 5 
t = 24,8 mmolc/dm³ 
CTC a pH 7.0 (T) = SB + (H + Al) 
T = 19,8 +29 
T = 48,8 mmolc/dm³ 
 
http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2013/04/cuidado-no-uso-das-unidades-
expressas.html (acesso em 13/01/2018). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2013/04/cuidado-no-uso-das-unidades-expressas.html
http://agronomiacomgismonti.blogspot.com.br/2013/04/cuidado-no-uso-das-unidades-expressas.html
Calcular a Necessidade de Calagem 
 
Vamos abordar como calcular a necessidade de calagem para a análise de solo 
comentada em publicação anterior onde, baseado em resultado de uma análise de 
solo, calculamos os diversos conceitos básicos: soma de bases, CTC's efetiva (t) e 
potencial (T), saturação por bases (V%), saturação por alumínio (m%), percentagem 
de saturações de Ca, de Mg e de K, e relação Ca/Mg. O leitor pode obter estas 
informações acessando o link abaixo: 
Interpretando uma análise de solo 
O resultado obtido no cálculo dos conceitos básicos da análise do solo 
está representado no quadro a seguir: 
 
 
 
 
Cálculo da Calagem pelo Método de Saturação por Bases (V%) 
O cálculo da necessidade de calagem para este solo será através da saturação por 
bases, V%. Na análise em estudo, encontramos um V = 33,78%, que é muito baixo, 
o que caracteriza solo de baixa fertilidade, associado a uma saturação por alumínio 
alta, ou seja, m = 30,13%. Um valor m% maior que 20 é indicativo de necessidade 
de calcário para neutralizar a acidez e criar condições favoráveis para o 
desenvolvimento das plantas e para aumento da produtividade. Outros autores 
apontam um valor acima de 10% para caracterizar a necessidade de calagem. Solos 
com m% maior que 50 são considerados solos álicos. 
Vamos elevar o V% para 60 e 70%. A fórmula para cálculo da necessidade de 
calagem (NC) é a seguinte: 
 
NC (t/ha) = (V2-V1) x T x f / 100 
 
Onde, 
V2 - é o valor que queremos elevar; 
V1 - é valor encontrado na análise; 
T = capacidade de troca de cátions a pH 7,0; 
f - fator de correção do PRNT do calcário a ser utilizado. 
Toda recomendação de calagem é baseada em calcário com PRNT = 100%. Se o 
calcário a ser aplicado possui um PRNT diferente deste, deve ser feita a correção. 
http://agronomiacomgismonti.blogspot.com/2011/06/interpretando-uma-analise-de-solo.html
http://2.bp.blogspot.com/-8TFPvhJ1yKQ/TdwdKx_3lKI/AAAAAAAABSk/00BsVf-HyU4/s1600/interpreta%C3%A7%C3%A3o...resultados.post.06.2011.jpg
f = 100 / PRNT do calcário usado. 
Seja um calcário com PRNT de 80% que vai ser usado para a calagem. Logo, 
f = 100/80 = 1,25. 
Aplicando na fórmula, para elevar o V2 = 60%, teremos: 
NC t/ha = (60 - 33,78) x 7,55 x 1,25 / 100 
NC = 2,5 t/ha. 
Se quisermos elevar o V2 para 70%, a NC será: 
NC t/ha = (70-33,78) x 7,55 x 1,25 / 100 
NC = 3,4 t/ha. 
 
 
 
No Paraná, usa-se, também, o cálculo da necessidade de calcário a partir do teor de 
alumínio. 
NC t/ha = Al³+ x 2 
 
 
NC t/ha = 1,1 x 2 
NC = 2,2 t/ha. 
Se o calcário apresentar um PRNT de 65% será preciso fazer a correção (f): 
f = 100/65 
f = 1,54, ou seja: 
NC t/ha = 2,2 x 1,54 
NC = 3,4 t/ha. 
 
OBS: Outros Estados, utilizam o teor de Al e os teores de (Ca+Mg) para determinar 
a necessidade de calagem, levando em conta, também, o teor de argila do solo. 
 
A Relação Ca:Mg do Solo e o Ideal para as Plantas 
Os solos brasileiros, em geral, são ácidos e pobres em nutrientes. Neste caso, o cálcio e o 
magnésio podem apresentar teores muito baixos. São nutrientes importantes e necessários ao 
bom desenvolvimento das plantas, traduzindo-se em aumentos de produtividade. Eles 
guardam uma relação entre si, a chamada relação Ca:Mg. No caso da soja, a EMBRAPA 
preconiza uma relação Ca:Mg igual a 3,5. A literatura recomenda uma relação entre 3-5 como 
a ideal para a maioria das culturas. Entretanto, devemos ter em mente que o excesso de cálcio 
inibe a absorção de magnésio, e vice-versa. Além disto, o cálciomelhora a absorção do 
micronutriente Boro: porém, quanto mais cálcio é usado, mais boro é absorvido pela planta. 
Na escolha do corretivo, para neutralizar a acidez do solo, é imprescindível considerar a 
relação Ca:Mg do produto. 
Corretivos do solo com desequilíbrio nas quantidades de Ca e Mg podem provocar 
desbalanços nutricionais que comprometerão a produtividade da planta. 
Quando o agricultor coleta uma amostra de solo e manda analisá-la, ele fica sabendo dos 
teores de nutrientes que este solo contém, ou seja, uma idéia da fertilidade e do que precisa ser 
feito em termos de recomendação de corretivos e fertilizantes. Entre estes nutrientes, o cálcio 
e o magnésio estão incluídos. Por exemplo: a análise acusou 0,3 cmolc/dm³ de Ca e 0,12 
cmolc/dm³ de Mg. Neste caso, a relação Ca/Mg é igual a 2,5 (0,3/0,12). Portanto, a adição de 
um calcário dolomítico, no cálculo da necessidade de calagem, deve ser a escolha com a 
finalidade de manter ou aumentar esta relação original. Como a melhor relação Ca:Mg, para a 
maior parte das plantas, é entre 3 e 5, há necessidade de se aumentar esta relação. Acontece 
que mesmo com a adição de um calcário dolomítico não se consegue estabelecer a relação que 
desejamos, principalmente quando queremos aumentá-la. Há, então, a necessidade de utilizar 
um calcário calcítico para atingir o objetivo. 
No slideshare abaixo, o leitor terá uma idéia de como calcular as proporções dos calcários 
dolomítico e calcítico para manter ou aumentar a relação Ca:Mg. Mas sempre considerar a 
relação Ca:Mg ideal para a cultura, pois relações muito altas podem comprometer a produção 
pelo antagonismo entre Ca e Mg, quando um deles está em excesso. Hernandez,R.J.Munoz & 
Silveira,R.I. verificaram, em pesquisa com milho, que uma relação Ca:Mg acima de 3:1 
ocasionou diminuição na produção de massa verde e um decréscimo na produção da cultura, 
em virtude do antagonismo do cálcio na absorção do magnésio. 
Como Aumentar ou Manter, pela Calagem, a Relação Ca:Mg 
Nossas últimas postagens têm sido baseadas nos resultados de uma análise de solo hipotética; 
a partir dela, já escrevemos sobre interpretação dos conceitos básicos, como soma de bases e 
CTC's; saturações por bases, por ácidos e por alumínio; e cálculo da necessidade de calagem 
feita em diferentes Estados brasileiros. E partindo da recomendação de calagem vamos 
abordar, nesta postagem, como manter a relação Ca/Mg, e, até mesmo, aumentá-la. 
Nosso solo tem 0,3 cmolc Ca/dm³ e 0,1 cmolc Mg/dm³. Portanto uma relação Ca/Mg igual a 
3:1. Temos um calcário dolomítico com 36% de CaO e 15% de MgO. 
 
PRIMEIRO PASSO: Transformar CaO em Ca e MgO em Mg. 
1kg de CaO x 0,714719 = 0,714719 kg de Ca 
1kg de MgO x 0,603245 = 0,603245 kg de Mg 
Para se chegar a estes números procede-se assim (peso atômico): 
CaO ........................Ca 
(40,06+15,99) .......40,06 ; 56,05 .......40,06 ; 40,06/56,05 = 0,714719 
MgO.........................Mg 
(24,312+15,99) .....24,312 ; 40,302 ....24,312 ; 24,312/40,302 = 0,603245 
Em 10kg teremos 7,14719 kg de Ca ou 7.147,19 g de Ca 
Em 10kg teremos 6,03245 kg de Mg ou 6.032,45 g de Mg 
cmolc/dm³ de Ca = g Ca x 4,9900 
Como surgiu este valor 4,9900? 
cmolc Ca/dm³ = peso atomico Ca em g /valência/100 
cmolc Ca/dm³ = 40,06/2/100; cmolc Ca/dm³ = 0,2003 g de Ca 
1 cmolc/dm³ Ca tem................ 0,2003 g de Ca 
............X cmolc Ca......................... 1 g Ca 
X = (1 x 1) / 0,2003 = 4,9900 
Portanto, cada g Ca tem 4,99 cmolc Ca/dm³ 
cmolc/dm³ de Ca = 7.147,19 g de Ca x 4,9900 = 35.664,47 cmolc Ca/dm³ 
Como o calcário dolomítico tem 36% de CaO, teremos para cada 1% aplicado em t/ha o 
correspondente a 35.664,47 cmolc Ca/dm³ x 36 = 1.283.921,2 cmolc Ca/dm³. 
Considerando uma camada de solo de 20 cm, num hectare teremos 2.000.000 dm³. 
Em 2.000.000 dm³ de solo temos ....1.283.921,2 cmolc Ca/dm³. 
em 1dm³ teremos ..................................X........................ 
X = 1.283.921 x 1 /2.000.000 = 0,64 cmolc Ca/dm³. 
No caso do magnésio, o cálculo será: 
cmolc Mg/dm³ = 6.032,45 g de Mg x 8,2344 = 49.673,60 cmolc Mg/dm³ 
Para conseguir o valor 8,2344 o raciocínio é o mesmo no caso do Ca acima. Considerando o 
peso atômico do Mg igual a 24,300 g. 
1 cmolc Mg/dm³ tem .....................0,1215 g Mg 
......X cmolc Mg ....................................1 g 
X = (1x1) / 0,1215 = 8,2344 
Portanto, cada g Mg tem 8,2344 cmolc Mg/dm³ 
Como o calcário dolomítico tem 15% de MgO 
49.673,60 cmolc Mg/dm³ x 15 = 745.104,09 cmolc Mg/dm³ 
Adotando o mesmo raciocínio para o hectare e a camada de 20 cm, teremos 
49.673,60 cmolc Mg/dm³ /2.000.000 = 0,37 cmolc Mg/dm³ 
Conclusão do primeiro passo: 
O calcário dolomítico em referência fornece: 
0,64 cmolc Ca/dm³ 
0,37 cmolc Mg/dm³ 
 
SEGUNDO PASSO: transformar o CaO do calcário calcítico em cmolc Ca/dm³. 
O calcítico tem 58% de CaO. 
35.664,47 cmolc Ca/dm³ x 58 = 2.068.539,20 cmolc Ca/dm³ 
Em 2.000.000 dm³ de solo temos....2.068.539,20 cmolc Ca/dm³ 
em 1dm³ teremos ................................ X cmolc Ca/dm³ 
X = (1 x 35.664,47) / 2.000.000; X = 1,03 cmolc Ca/dm³ 
TERCEIRO PASSO: calcular a quantidade da mistura de dolomítico e calcítico. 
Como o dolomítico fornece por tonelada 0,37 cmolc Mg/dm³, para manter a relação 3:1 
precisamos de 1,11 cmolc Ca/dm³ (0,37x3). O dolomítico fornece 0,64 cmolc Ca/dm³; 
necessitamos completar o cálcio com o calcário calcítico em 0,47 cmolc Ca/dm³ (1,11-0,64). 
Como a tonelada de calcítico com 58% de CaO fornece 1,03 cmolc Ca/dm³,precisamos fazer 
uma regra de três: 
Em 1t de calcítico (58% CaO) temos .......1,03 cmolc Ca/dm³ 
Em X.t de calcítico teremos .....................0,47 cmolc Ca/dm³ 
X = (1x0,47) / 1,03 = 0,456 t/ha ou 456 kg/ha de calcítico 
 
CONCLUSÃO 1: 
"Para cada tonelada de calcário dolomítico com 36% de Cao e 15% de MgO, precisamos 
acrescentar 456 kg de calcário calcítico com 58% de CaO." 
 
SIMPLIFICAÇÃO: 
Podemos utilizar uma outra maneira de calcular os cmolc/dm³ de Ca e Mg sem a necessidade 
de todos os cálculos feitos anteriormente. Basta aplicar coeficientes, que darão diretamente os 
valores. 
Para cada 1% de CaO multiplicado por 0,01784 teremos cmolc Ca/dm³ 
Para cada 1% de MgO multiplicado por 0,0248 teremos cmolc Mg/dm³ 
Vejamos com o dolomítico: 
36 x 0,01784 = 0,64 cmolc Ca/dm³ 
15 x 0,02481 = 0,37 cmolc Mg/dm³ 
Com o calcítico: 
58 x 0,01783 = 1,03 cmolc Ca/dm³ 
Agora é só calcular as quantidades da mistura, como foi feito acima. 
Como se acham os coeficientes 0,01784 e 0,0248? 
CaO ........................Ca 
(40,06+15,99) .......40,06 ; 56,05 .......40,06 ; 40,06/56,05 = 0,714719 
0,714719/40,06 = 0,01784 
MgO........................Mg 
(24,312+15,99) .....24,312 ; 40,302 ....24,312 ; 24,312/40,302 = 0,603245 
0,603245/24,312 = 0,02481 
 
AUMENTAR A RELAÇÃO Ca/Mg PARA 4:1 
Cada tonelada de calcário dolomítico fornece 0,37 cmolc Mg/dm³. Para aumentar a relação 
Ca/Mg para 4:1 precisamos 1,48 cmolc Ca/dm³ (0,37x4). 
Como a tonelada de dolomítico fornece 0,64 precisamos de 0,84 cmolc Ca/dm³ (1,48-0,64), 
que deverão vir do calcítico. 
Uma tonelada de calcítico (58% CaO) fornece 1,03 cmolc Ca/dm³. Quanto precisamos de 
calcítico para fornecer 0,84 cmolc Ca/dm³? 
X = 0,84/1,03 = 0,815 t ou 815 kg de calcário calcítico. 
 
CONCLUSÃO 2 
" Para aumentar a relação Ca/Mg para 4:1, a cada tonelada de calcário dolomítico (36% CaO 
e 15% MgO) precisamos misturar 815 kg de calcítico (58% CaO)." 
 
Os cátions básicos (Ca²+), o magnésio (Mg²+), são importantes no processo de nutrição das 
plantas e a interação entre eles é fundamental, em termos de favorecer ou inibir a absorção 
pelas plantas. O cálcio em excesso inibe a absorção de magnésio e vice-versa. O cálcio e o 
magnésio são adicionados, principalmente, pelo calcário. Quando a relação Ca/Mg está baixa, 
ela pode ser aumentada pela aplicação de um calcário calcítico. Se está alta, pode-se regulá-la 
pela aplicaçãode um calcário com alto teor de magnésio ou uma fonte de magnésio.

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