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Casos Pratica Penal - cópia 4

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CASO 2
João Guedes Neto
Matrícula: 201101537612
Pedro, engenheiro de uma renomada empresa da construção civil, possui um perfil em uma das redes sociais existentes na Internet e o utiliza diariamente para entrar em contato com seus amigos, parentes e colegas de trabalho. Além disso, também utiliza constantemente as ferramentas da Internet para contatos profissionais e lazer, como o fazem milhares de pessoas no mundo contemporâneo....
R:
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE NITERÓI
                PEDRO, (qualificação completa e endereço), vem, por seu advogado regularmente constituído, (endereço completo), conforme procuração em anexo, nos termos do art. 44 do CPP, no prazo legal, para oferecer.
QUEIXA-CRIME
com fundamento nos art. 145 do CP em face de Helena (qualificação completa e endereço) pelos fatos a seguir aduzidos.
I - DOS FATOS
                No dia 19/04/2016 Pedro, ora querelante,  publicou em determinada rede social postagem alusiva à comemoração de seu aniversario, que ocorreria na noite daquele mesmo dia. Enviou, então, convite para todos os seus contatos referentes à comemoração que seria realizada.
                No entanto, Helena, ora querelada, sua ex-namorada, que também possui perfil na referida rede social e está adicionada aos contatos do querelante, soube por meio da supracitada publicação do aniversário do mesmo e, por meio do seu computador pessoal, instalado em sua residência publicou na referida rede social uma mensagem no perfil pessoal de querelante, com a vontade e consciência e com intuito de ofendê-lo. A mensagem diz o seguinte: “não sei o motivo da comemoração, já que Pedro não passa de um idiota, bêbado, porco, irresponsável e sem vergonha… ele trabalha todo dia embriagado e vestindo saia! No dia 10 do mês passado, ele cambaleava bêbado pelas ruas do Rio, inclusive estava tão bêbado no horário do expediente que a empresa em que trabalha teve que chamar uma ambulância para socorrê-lo”.
               O querelante, que estava em seu apartamento conectado à rede social por meio de seu tablet, recebeu a mensagem e visualizou a publicação com os comentários ofensivos de querelada em seu perfil pessoal. Ficou, então, mortificado, não sabia o que dizer aos amigos, em especial a Marcos, Miguel e Manuel, que estavam ao seu lado naquele instante. Muito envergonhado, tentou disfarçar o constrangimento, mas perdeu todo o seu entusiasmo, e a festa comemorativa deixou de ser realizada.
                No dia seguinte o querelado procurou a delegacia de polícia especializada na repressão de crimes de informática e informou o ocorrido.
II - DOS FUNDAMENTOS
                É forçoso observar que, diante dos fatos acima narrados houve claramente a conduta típica descrita no art. 139 do CP. A querelada, com o objetivo de ofender e difamar o querelante, ofendeu-lhe a reputação imputando-lhe fatos notadamente com tal intuito.
                Sabe-se que, em nossa sociedade não é comum o uso de saia por parte dos homens, sendo tal fato publicado apenas para expor o querelante ao ridículo frente aos amigos e familiares. Do mesmo modo, publicar que o mesmo trabalha bêbado, além de ser fato grave perante o empregador.
Os fatos publicados pela querelada trazem a público questões eminentemente pessoais do querelado, não sendo da competência nem devido a ninguém a veiculação dos mesmos em rede social ou em qualquer local que seja de outro giro, a conduta da querelada coaduna-se também com o tipo descrito no art. 140 do CP, qual seja, o de injuriar, ofendendo a dignidade e o decoro.
É perfeitamente visível tal tipificação, pois de forma clara e límpida a exposição de fatos pessoais em rede social, local acessado por qualquer pessoa com conexão, expõe o querelante de forma totalmente ridícula, sem ao menos se preocupar com a verdade.
Ademais, é perfeitamente cabível a aplicação do previsto no art. 141, III do CP ao caso em comento, pois da forma e pelo meio como foi praticado, a conduta da querelada, qual seja, por meio da internet, em rede social, obviamente facilita a divulgação e expõe ao fato publicado uma quantidade sem fim de pessoas.
III - DOS PEDIDOS
                Ante tais razões, espera respeitosamente de vossa excelência:
o recebimento da presente queixa;
a intimação do ilustre representante do Ministério Público, após a citação da querelada;
condenação da querelada;
a fixação do mínimo para indenização, na forma do art. 387, IV do CPP;
a notificação das testemunhas abaixo arroladas para prestarem esclarecimentos sobre os fatos ora narrados;
Assim, protesta por todos os meios de prova admitido em direito, em especial a oitiva as testemunhas abaixo elencadas.
Nestes termos, pede deferimento.
Niterói/data
Nome
OAB/UF

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