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CONTEÚDO 7 – GLOSSÁRIO DE TERMOS ESTRUTURAIS COMUNS NO ESQUELETO 1. Úmero Cabeça do úmero: epífise proximal, arredondada. Articula-se com a cavidade glenoidal para formar a articulação do ombro. Colo anatômico: uma constrição rasa que circunda o osso logo abaixo da cabeça. Colo cirúrgico: uma região um pouco estreitada, logo abaixo dos tubérculos. É frequentemente local de fratura. Tubérculo maior: projeção arredondada da margem lateral do osso, distal ao colo anatômico. Tubérculo menor: projeção arredondada da face ântero-medial do osso, distal ao colo anatômico. Sulco intertubercular: um sulco profundo entre os tubérculos maior e menor. A cabeça longa do músculo bíceps braquial passa por este sulco par alcançar o tubérculo supraglenoidal. Capítulo do úmero: pequena cabeça do úmero. Projeção arredondada na epífise distal. Articula-se com a cabeça do rádio. Tróclea do úmero: cilindro articular na epífise distal do úmero para articulação com a ulna. Fossa do olécrano: uma depressão profunda na face posterior, logo acima da tróclea do úmero. Aloja o olécrano quando o cotovelo está em extensão. Fossa coronóidea: uma pequena depressão na face anterior, logo acima da tróclea do úmero. Aloja o processo coronóide quando o cotovelo está flexionado. Fossa radial: uma depressão rasa na face anterior logo acima do capítulo do úmero. Aloja a cabeça do rádio quando o cotovelo está em flexão. Epicôndilos (medial e lateral): projeções das margens da epífise distal. Sulco do nervo ulnar: depressão situada inferiormente ao epicôndilo medial. Sulco do nervo radial: depressão oblíqua ampla e rasa. 2. Rádio Cabeça do rádio: epífise proximal, com forma de disco. Articula-se com o capítulo do úmero e com a incisura radial. Circunferência articular da cabeça do rádio. Tuberosidade do rádio: uma projeção achatada na porção medial, distal ao colo. Nela se insere o músculo bíceps braquial. Processo estiloide do rádio: projeção lateral para baixo, na epífise distal. Ponto de fixação para o ligamento colateral do rádio e do músculo braquiorradial. Incisura ulnar: uma depressão na margem da epífise distal. Articula-se com a ulna. Tubérculo dorsal. 3. Ulna Olécrano: projeção posterior espessa da epífise proximal que forma a “ponta do cotovelo”. Alojam-se na fossa do olécrano quando cotovelo está em extensão. Processo coronóide: projeção anterior da epífise proximal. Aloja-se na fossa coronóidea, quando o cotovelo está flexionado. Incisura radial: uma pequena depressão na região lateral do processo coronóide. Articula-se com a cabeça do rádio, permitindo ao antebraço girar, colocando a palma da mão para baixo. Tuberosidade da ulna. Incisura troclear: uma depressão curva formada pelo olécrano e pelo processo coronóide. Articula-se com a tróclea do úmero. Cabeça da ulna: epífise distal pequena que se articula com o disco fibrocartilaginoso da articulação do punho. Processo estiloide da ulna: projeção medial posterior da epífise distal. Serve como ponto de fixação para o ligamento colateral ulnar do carpo. Circunferência articular da cabeça da ulna. 5. Fêmur Cabeça do fêmur: epífise proximal arredondada que se ajusta ao acetábulo. Fóvea da cabeça do fêmur: uma pequena cova na cabeça do osso onde se fixa o ligamento da cabeça do fêmur (ligamento redondo) que, por sua vez, também se fixa no acetábulo. Colo do fêmur: constrição que conecta a cabeça com o corpo do osso. Trocanter maior: largo processo lateral logo abaixo do colo. Fossa trocantérica: depressão medial para a raiz do trocanter maior. Origem do músculo obturador interno e dos músculos gêmeos. Trocanter menor: processo medial menor logo abaixo do colo. Linha intertrocantérica: uma linha pouco demarcada na superfície anterior, que conecta os dois trocanteres. Crista intertrocantérica: uma linha na superfície posterior que conecta os dois trocanteres. Linha pectínea: pequena elevação que corre inferior e posteriormente a partir do trocanter menor. Tuberosidade glútea: elevação forte na face posterior. Linha áspera: uma crista longitudinal que se estende ao longo do terço médio da superfície posterior do corpo do osso. Côndilos (medial e lateral): projeções alargadas, arredondadas, na epífise distal do osso. Têm superfícies lisas para articulação com a tíbia. Epicôndilos (medial e lateral): proeminências rugosas situadas no lado dos côndilos. São pontos de fixação dos ligamentos colaterais: medial e lateral da articulação do joelho. Face patelar: superfície anterior listada, acima dos côndilos. Articula-se com a patela quando a perna está em extensão. Fossa intercondilar: depressão profunda que separa os côndilos posteriormente. Tem pontos de fixação para os ligamentos cruzados anterior e posterior da articulação do joelho. Tubérculo adutor: pequena proeminência situada superiormente ao epicôndilo medial. 6. Patela Base da patela: margem larga superior da patela. Ápice da patela: margem inferior pontiaguda da patela. Face articular: recoberta com cartilagem orientada para o fêmur. Face anterior: face anterior da patela. 7. Tíbia Côndilos (medial e lateral): alargamentos achatados da epífise proximal. As superfícies superiores são lisas para articular com os côndilos do fêmur. Área intercondilar anterior. Área intercondilar posterior. Tuberosidade da tíbia: projeção mediana da superfície anterior, logo abaixo dos côndilos. Serve como ponto de fixação do ligamento da patela. Eminência intercondilar: situada entre os dois côndilos. Tubérculo intercondilar medial. Tubérculo intercondilar lateral. Maléolo medial: uma projeção para baixo do lado medial da epífise distal da tíbia. Articula-se com o tálus. Sulco maleolar: pequeno sulco na face posterior do maléolo medial para o tendão do músculo tibial posterior. Incisura fibular: depressão na face lateral da epífise distal da tíbia. Articula-se com a fíbula. 8. Fíbula Cabeça da fíbula: epífise proximal expandida do osso. Articula-se com o côndilo lateral da tíbia. Ápice da cabeça da fíbula: uma proeminência vertical rugosa na cabeça da fíbula. Maléolo lateral: uma expansão triangular da epífise distal do osso que se articula medialmente com a epífise distal da tíbia e com o tálus. Fossa do maléolo lateral: depressão na face póstero-medial do maléolo lateral para fixação do ligamento talofibular posterior. Sulco maleolar: sulco lateral à fossa do maléolo lateral. 9. Escápula Fossa subescapular: face ventral levemente côncava. Espinha da escápula: uma crista bem proeminente que corre horizontalmente através da face posterior. Fossa supraespinal: a parte da face posterior acima da espinha da escápula. Fossa infraespinal: a parte da face posterior abaixo da espinha da escápula. Acrômio: extremidade lateral achatada da espinha da escápula. Articula-se com a clavícula, servindo de escora para a escápula. Incisura da escápula: uma depressão profunda na margem superior, na base do processo coracóide. Permite a passagem do nervo supraescapular. Cavidade glenoidal: uma grande depressão. Articula-se com o úmero. Tubérculo supraglenoidal: uma elevação pouco demarcada logo acima da cavidade glenoidal. É o ponto de fixação da cabeça longa do músculo bíceps braquial. Tubérculo infraglenoidal: área enrugada logo abaixo da cavidade glenoidal. A cabeça longa do músculo tríceps braquial origina-se neste ponto. Processo coracóide: projeçãoem forma de gancho que se destaca anteriormente da margem superior. É o local de fixação de ligamentos e músculos. 10. Clavícula Extremidade esternal: extremidade medial alargada que se articula com o manúbrio do esterno. Extremidade acromial: extremidade lateral achatada que se articula com o acrômio. Tubérculo conóide: pequena eminência na face inferior da extremidade acromial para fixação do ligamento conóide. Linha trapezoide. Impressão do ligamento costoclavícular. Sulco do músculo subclávio. 11. Osso do quadril Acetábulo: depressão em forma de taça formada pela junção do ílio, ísquio e púbis. Recebe a cabeça do fêmur para formar a articulação do quadril. Forame obturado: larga abertura da região inferior do osso do quadril. Dá a passagem aos nervos e vasos obturadores. Incisura isquiática maior: uma incisura profunda logo abaixo da espinha ilíaca póstero-inferior. Serve de passagem para o nervo isquiático e para o músculo piriforme. 12. Ílio Crista ilíaca: margem superior do ílio. Espinha ilíaca ântero-superior: projeção na extremidade anterior da crista ilíaca. Espinha ilíaca ântero-inferior: projeção arredondada logo abaixo da espinha ilíaca ântero-superior. Espinha ilíaca póstero-superior: projeção na extremidade posterior da crista ilíaca. Espinha ilíaca póstero-inferior: projeção logo abaixo da espinha ilíaca póstero-superior. Fossa ilíaca: superfície interna, côncava e lisa do ílio. Tuberosidade ilíaca. Face glútea ou externa. Linha glútea anterior. Linha glútea inferior. Linha glútea posterior. Linha arqueada: divide o ílio em corpo e asa. Eminência iliopúbica: ponto de união do ílio com o púbis. Face auricular. 13. Ísquio Espinha isquiática: uma projeção triangular na margem posterior do ísquio atrás do acetábulo. Incisura isquiática menor: uma pequena reentrância que separa a espinha isquiática e o túber isquiático. Por ele passa o tendão do músculo obturador interno. Túber isquiático: um abaulamento enrugado na margem posteroinferior do ísquio. Corpo e ramo do ísquio. 14. Púbis Linha pectínea. Ramo inferior do púbis. Ramo superior do púbis. 15. Esterno Manúbrio do esterno: parte superior larga, que se articula com a extremidade medial de cada clavícula, com as cartilagens costais do I par de costelas e com parte do II par de costelas. Incisura clavicular: indentação para a articulação esternoclavicular. Incisura jugular: concavidade superior na margem superior do manúbrio. Corpo do esterno: parte média alongada onde se fixam as costelas [II – VII]. Processo xifóide: uma pequena projeção inferior de cartilagem que serve de fixação para diversos músculos e ligamentos. Incisuras costais: indentações para as cartilagens costais. 16. Vértebras Corpo vertebral: é a porção anterior, espessa em forma de disco; é a parte que sustenta o peso na vértebra. Arco vertebral: forma os limites posterior e lateral do forame vertebral. Forame intervertebral: abertura para a passagem do nervo e dos pequenos vasos espinais. Forame vertebral: forame localizado no centro da vértebra para abrigar a medula espinal e estruturas relacionadas. Processo espinhoso: é a parte do arco ósseo que se situa medialmente e posteriormente. Processo transverso: são dois prolongamentos laterais, direito e esquerdo, que se projetam transversalmente de cada lado do ponto de união do pedículo com a lâmina. Lâminas: são duas lâminas, uma direita e outra esquerda, que ligam o processo espinhoso ao processo transverso. Pedículos: são partes mais estreitadas, que ligam o processo transverso ao corpo vertebral. Processo articular superior: processos que permitem a articulação de uma vértebra com outra superiormente situada. Processo articular inferior: processos que permitem a articulação de uma vértebra com outra inferiormente situada. Forame transvesário: forame situado bilateralmente ao forame vertebral no processo transverso das vértebras cervicais. Arco anterior de C1: forma cerca de 1/5 do anel. Tubérculo anterior de C1. Fóvea dental de C1: articula-se com o processo odontoide. Arco posterior de C1: forma cerca de 2/5 do anel. Tubérculo posterior de C1. Massas laterais: parte mais volumosa e sólida de C1 que sustenta o peso da cabeça. Dente do áxis: projeção vertical que se origina na face superior do seu corpo. Este processo funciona como um eixo ao redor do qual gira C1. Vértebra proeminente [C7]: assim chamada pelo seu longo processo espinhoso que se sobressai além dos demais das outras vértebras cervicais, tornando-se um marco na contagem dos outros processos espinhosos. Base do sacro: extremidade superior larga do sacro. Promontório: projeção localizada na margem superior ventral da I vértebra sacral. Asa do sacro: formada pelos processos transversos fundidos que se articulam com os ossos do quadril. Forames intervertebrais: aberturas para a passagem dos nervos espinais sacrais. Forames sacrais anteriores: aberturas anteriores para os nervos e vasos. Crista sacral mediana: formada pelos processos espinhosos na sua face posterior. Forames sacrais posteriores: aberturas posteriores para os nervos e vasos. Canal sacral: extremidade inferior do canal vertebral. Hiato sacral: abertura na extremidade inferior do canal vertebral localizada, normalmente, no nível das vértebras SIII e SIV. 17. Costelas Costela I: cabeça da costela; o colo da costela; o tubérculo da costela; o sulco da veia subclávia e o sulco da artéria subclávio; o tubérculo escaleno; o sulco costal; e a junção costocondral. Costelas II à XII Cabeça da costela: parte da costela que se articula com as vértebras torácicas. Face articular da cabeça da costela. Crista da cabeça da costela: eminência na face articular da cabeça. Colo da costela. Tubérculo da costela: eminência na face posterior da junção do colo com o corpo. Face articular do tubérculo da costela: articula-se com o processo transverso da vértebra torácica. Ângulo costal; Sulco costal: contendo duas veias intercostais, uma artéria intercostal, um nervo intercostal. 18. Hioide Corno menor: par de projeções mediais localizadas no corpo do osso hioide. Corno maior: par de projeções laterais localizadas no corpo do osso hioide. CONTEÚDO 4 – BASES GERAIS – PARTE 2 Conceito de normal em anatomia Em meados de 1800, a anatomia comparativa floresceu como uma ciência, sendo empregada para elucidar o aparecimento de variações anatômicas humanas. Apesar disso, as lições estudadas apontam que nós, como seres humanos carregamos uma significante, porém nem sempre desejável bagagem elevada relacionada ao desenvolvimento do nosso DNA a partir de algum período pré-histórico. O problema da variação anatômica tem uma longa história e vários anatomistas apoiam-se na ideia de Galeno que o corpo humano foi evidenciado da melhor maneira possível, meditando a perfeição de DEUS, e que as variações anatômicas são a consequência do desenvolvimento imperfeito, ou não natural. Qualquer variação anatômica na organização estrutural só pode ser para o pior, segue-se logicamente que estes indivíduos estão fora do padrão anatômico representado pelo humano perfeito de DEUS, ou seja, o homem sendo criado à Sua imagem. Considerado o “Pai da Anatomia Humana”, o médico belga, Andreas Vesalius descreveu vários crânios que alteraram entre si e deduziu que "só um era considerado natural." Andreas Vesalius também descreveu uma “anomalia” extremamenterara, na verdade, "um dos mais exóticos de todas as aberrações do esqueleto, o osso Vesalianum". Entretanto, muitos anatomistas, mencionam o osso Vesalianum típico como “normal.” Esta definição é, provavelmente, uma visão muito limitada do problema da variabilidade. Da obra de Galeno, a ideia do homem normal ou perfeito chegou até Andreas Vesalius e, afrontados com o problema da variação anatômica humana. Andreas Vesalius definiu o que era perfeito, natural ou normal. Andreas Vesalius utilizou os conceitos sempre, com mais frequência, com frequência, geralmente, às vezes, raramente, muito raramente, e descreve a variação anatômica sem indagação quanto ao significado. Andreas Vesalius descreveu que o sacro humano normalmente apresenta cinco vértebras, porém seis vértebras sacrais não são de forma rara. Estudos realizados em cadáveres (631 caucasianos) foram encontrados a região sacral formada por quatro vértebras em 1%, cinco vértebras em 77%, seis vértebras em 21,7%, e sete vértebras em 0,2%. As intensas questões de variação anatômica foram tratadas com cautela por Andreas Vesalius, pois a Inquisição ainda assombrava os cientistas, sendo considerados como um indivíduo herege. Dessa maneira, isso influenciou de forma significativa no pensamento científico após Vesalius. Se o homem foi criado por DEUS, à Sua imagem, como a anatomia do homem pode ser variável? As variações anatômicas, segundo Galeno e Andreas Vesalius devem ser naturais, a obra do Diabo. Em termos médicos exprime-se de maneira geral, o indivíduo sadio. Em fisiologia, normal é a estrutura que está mais bem preparada para exercer sua função. Contudo, em anatomia tem-se que analisar os conceitos idealÍstico e estatístico. O conceito idealÍstico compreende por normal o que é melhor e o mais bem-preparado para a execução de determinada função. Denota o indivíduo dotado de extraordinário desenvolvimento morfofuncional (protótipo). O conceito estatístico decide como normal o mais frequente, ou seja, o que acontece na maioria dos casos e serve de base para a descrição anatômica. Ainda que o corpo exiba o mesmo padrão de construção, existem diferenças constitucionais entre os indivíduos. Como exemplo de normalidade e variação anatômica, a comprovação é fácil. Com a mão esquerda realize um garrote em volta do seu braço direito e observe como as veias superficiais, no antebraço, ficam mais aparentes e evidentes. Verifique o padrão de distribuição destas veias. Realize a mesma experiência utilizando agora a mão direita como garrote. O padrão das veias superficiais no antebraço esquerdo não é semelhante ao direito. De tal modo até em um mesmo indivíduo ocorrem variações anatômicas. Variação anatômica Variação anatômica é um pequeno ou ligeiro desvio da perspectiva morfológica normal de um órgão, ou desvio de essência do plano geral de organização do indivíduo, que não altera a função. Dessa maneira, a expressão “variação normal” é redundante, pois qualquer variação está dentro dos limites de normalidade. As variações anatômicas podem ser internas ou externas. As variações anatômicas internas evidentemente são aquelas que acontecem em órgãos internos, como por exemplo, uma artéria que pode se ramificar em níveis diferentes em indivíduos diferentes. Já as variações anatômicas externas são observadas externamente, como por exemplo, ao considerar dois indivíduos, um alto e outro baixo. Além disso, os pequenos fatores de variação anatômica individuais, ou seja, próprios dos indivíduos, como por exemplo, o tamanho exagerado de certo órgão, a duplicação de um ducto, a ausência de uma veia, a raiz dental supranumerária. As variações podem ser divididas em somáticas e germinativas. As somáticas ou somações acontecem no corpo e não são hereditárias. As germinativas ou mutações acontecem nas células germinativas e são hereditárias. As mutações podem gerar novas formas e, espontaneamente, tem cumprido papel importante na evolução. As variações anatômicas não procedem de pares isolados de genes e não são transmitidos isoladamente por hereditariedade. A variabilidade é hereditariamente transmitida dependendo de fatores poliméricos do genoma geral. Fatores de variação anatômica Sexo O dimorfismo sexual é prontamente reconhecível. Além das características sexuais secundárias que se desenvolve na puberdade, como por exemplo, nas mulheres, a presença de mamas, o pelo corporal escasso, a implantação oval dos cabelos, a estatura menor, a pelve oval e a largura dos ombros correspondentes à largura da pelve; e nos homens, o crescimento do pelo facial, a implantação dos cabelos com “entradas”, a estatura maior, a pelve em forma de “copas de baralho” e os ombros mais largos do que a pelve. Há diferenças devidas ao fator sexo também em órgãos não genitais. Vale ressaltar que estruturas anatômicas, mesmo aquelas mais frequentes a ambos os sexos podem proporcionar topografia diversa, como por exemplo, o ceco, mais comumente tem situação pélvica na mulher do que no homem. A proeminência laríngea, antes denominada de pomo de Adão (homem, em hebraico) e não de Eva (mulher, em hebraico) porque se acreditava que tivesse apenas no homem (seria o sinal da “maçã que ficara engasgada na garganta” por ocasião do pecado original). Sabe-se hoje que a proeminência laríngea é mais comum no homem, mas há homens (gordos) que não a têm e há mulheres (magras) que a possuem. Há, além disso, outras características próprias do sexo, como por exemplo, a disposição da tela subcutânea, usualmente muito mais abundante no sexo feminino, arredondando a forma corpórea, abrandando um pouco os relevos e depressões na superfície da região, alterando, assim, a morfologia externa do corpo. Durante a respiração, a expansão da cavidade torácica do homem é especialmente longitudinal e a contração do diafragma prevalece sobre a de outros músculos respiratórios, enquanto que na mulher prevalece a expansão da parte superior da cavidade torácica. Deve-se ainda levar em conta as mudanças que a gestação causa à forma e à topografia de diversos órgãos. Idade Observam-se alterações anatômicas com o avançar da idade, portanto nos vários períodos ou fases da vida intrauterina e da vida extrauterina. Na vida intrauterina, cada indivíduo vem de uma única célula, a célula ovo ou zigoto. Esta procede da união de uma célula masculina, o espermatozoide (haploide), com uma célula feminina, o óvulo (haploide). O zigoto forma-se e desenvolve-se no útero. A vida intrauterina, portanto, corresponde aquela fase em que o desenvolvimento acontece no interior do útero materno. As fases de vida intrauterina são: (a) ovo, duas semanas após a fecundação; (b) embrião, até o fim do segundo mês; (c) feto, do terceiro ao nono mês. Na vida extrauterina os períodos principais são os seguintes: (a) recém-nascido e período neonatal, primeira quinzena após o nascimento; (b) infância, entre os dois e cinco anos de idade e a pequena puberdade dos seis aos dez anos de idade; (c) meninice, que inclui a segunda infância;(d) pré-puberdade, dos dez anos de idade à puberdade; (e) puberdade, (início da maturidade sexual), dos doze aos catorze anos de idade, muito variável nos seus limites e nos dois sexos; (f) pós-puberdade, da puberdade até cerca de vinte e um anos de idade nas mulheres e vinte e cinco anos de idade nos homens, passando por adolescente e jovem, sucessivamente; (g) virilidade, em que o indivíduo é adulto, alcança a maturidade que perdura até a menopausa (castração fisiológica natural), aproximadamente aos cinquenta anos de idade na mulher e aos sessenta anos de idade nos homens; (h) velhice, até ao redor dos oitenta anos de idade, seguindo a senilidade. Assim, a idade também implica na forma e na topografia dos órgãos; há verdadeiramente diferenças, quando se compara a criança com o adolescente e com o adulto. Além dos órgãos de maior desenvolvimento na infância, como por exemplo, o timo. Este órgão se desenvolve até que o indivíduo alcance a maturidade sexual e, a seguir, se atrofia. O timo, pode eventualmente permanecer no adulto, porém, em geral se apresenta sob a forma de nódulos perdidos na gordura retroesternal. Outros há que exibem forma e topografia variadas em cada uma das grandes fases da vida; assim, a bexiga urinária é piriforme, com grande eixo longitudinal na criança, e tem uma situação predominantemente abdominal; é apenas com o evoluir da idade e com o progressivo aumento da cavidade pélvica, que a bexiga vai atingindo a sua situação definitiva na pelve. A pele das crianças é mais fina do que a dos adultos. Os idosos têm as características rugas faciais decorrentes do ressecamento geral da pele. O fígado, muito volumoso no recém-nascido, preenche grande parte do abdome, alcançando, pela sua margem anterior, quase no nível do umbigo; nos adultos, apenas excede o arco costal direito e cruza a região epigástrica obliquamente ascendente, da direita para a esquerda, atravessando à maior ou menor distância do processo xifoide, conforme o grau de abertura do ângulo infraesternal e, portanto, conforme o tipo constitucional. Da mesma forma, a laringe e o ceco apresentam uma situação alta na criança e, com o crescimento, vão sofrendo um gradual abaixamento, o que, aliás, acontece nas vísceras em geral. As características anatômicas deparadas no esqueleto de uma criança se apresentam parcialmente sem ossificação, apenas com cartilagens. A coluna vertebral é relativamente ereta. Enquanto que nos idosos acontece uma diminuição das trabéculas do osso esponjoso e o aumento do risco de fraturas. A coluna vertebral apresenta curvaturas pronunciadas, achatamento dos discos intervertebrais e desgaste nas faces articulares com artrose dolorosa. Os indivíduos idosos têm dentes permanentes (trinta e dois dentes) ou reabsorção das porções alveolares da mandíbula e das maxilas que contêm as raízes, com modificações típicas da forma da boca e das bochechas. Em crianças ocorrem os dentes decíduos (vinte dentes) ou ausência de dentes. Durante a infância, o aspecto externo do homem e da mulher é semelhante, sobressaindo-se os genitais externos como elemento diferenciador. A principal característica deste período é o crescimento. Após a redução de massa corpórea inicial que se produz nos primeiros dias de vida, o lactente experimenta uma elevação de massa corpórea bastante harmônica durante os primeiros meses, de forma que por volta do quarto ou quinto mês pode ter dobrado sua massa corpórea ao nascimento. A partir dos seis meses de idade, este ritmo reduz, de maneira que ao atingir um ano de idade, o comum é que triplique a massa corpórea que tinha ao nascer. Da mesma maneira que a massa corpórea, a estatura também exprime um crescimento significativo durante o primeiro ano de vida, de maneira que, ao atingir doze meses, o lactente, frequentemente mede 50% a mais do que média ao nascimento. Este acréscimo é mais rápido e harmônico durante os primeiros seis meses de vida. O aumento de massa corpórea na meninice é mais estável e se estabelece em torno de 2 quilogramas a 2,5 quilogramas por ano. Esta forma de crescimento é responsável pela perda das formas arredondadas do lactente. Já em relação ao aumento em estatura na meninice, entre um ou três anos de idade, ou seja, durante a primeira fase deste período, o crescimento ainda é acelerado. Assim, no segundo ano de vida pode apresentar um crescimento relevante em torno de doze centímetros, e dos dois aos três anos de vida eleva em média entre oito ou nove centímetros. No período envolvido entre os três e cinco anos de idade, a criança cresce de maneira bastante harmoniosa e sem acelerações repentinas, sendo que em termos médios, a estatura eleva em torno de sete centímetros ao ano. A elevação de massa corpórea do escolar, período que estende dos cinco anos de idade até o início da adolescência, o aumento é estável e constante. Ocorre em média, o aumento de massa corpórea de 3 quilogramas ao ano. Com relação ao aumento em estatura do escolar, este crescimento é bastante harmonioso, sendo em torno de cinco a seis centímetros ao ano. Em relação ao perímetro do crânio é pertinente enfatizar que está associado ao aumento do tamanho do encéfalo. Sabe-se que os ossos que formam o crânio não estão completamente fundidos entre si. Durante os seis primeiros meses de vida, o perímetro do crânio pode elevar mais de um centímetro a cada mês. Ao longo dos seis meses e vida seguintes cresce mais pausadamente, em torno de meio centímetro ao mês. A partir de um ano de vida, o crescimento da cabeça é muito vagarosa e proporcional ao restante do corpo. As proporções que preservam entre si e as outras partes do corpo são diferentes daquelas do que em indivíduos adultos. No recém-nascido, a proporção cabeça/corpo é de 1/3; e no adulto é de 1/7. A adolescência no homem é caracterizada pelo surgimento da motivação sexual, como causa da atração por outros indivíduos. As principais alterações do corpo humano estão relacionadas com o aparecimento de pelos acima do lábio superior, entre a cavidade oral e o nariz e posteriormente no restante da face; de pelos nas axilas; de pelos no tórax; de pelos na região posterior do antebraço; de pelos na região púbica, que assume primeiramente uma disposição de forma triangular com a base superior, e posteriormente à disposição em forma de losango; e pelos nas pernas. Ocorre também, a variação no tom da voz, que se torna mais grave; alongamento dos ossos em geral, principalmente os dos membros superiores e dos membros inferiores; aumento da massa corpórea por conta da massa muscular que se desenvolve especialmente na cintura escapular, o que produz um aumento dos ombros e da região do tórax; aumento em estatura conhecida por estirão da puberdade. Duplica-se a velocidade de crescimento anual em relação às fases anteriores, atingindo até dez centímetros por ano. Além disso, a obtenção das proporções corporais próprias do adulto. No sistema genital masculino, a pele do escroto fica escurecidapela pigmentação. O aumento do volume dos testículos e do escroto, que habitua anteceder o aparecimento dos demais caracteres sexuais secundários. Há a produção de espermatozoides e de testosterona pelos testículos. Nesta fase, a próstata e a glândula seminal iniciam o seu crescimento, assim como, o aumento do comprimento e da espessura do pênis. Além disso, o aparecimento de ereções do pênis e ejaculações involuntárias e espontâneas durante o sono é comum. Outros aspectos característicos da adolescência no homem envolvem as alterações no aspecto da pele do rosto, que perde a suavidade que tinha na infância e experimenta um espessamento. As atividades crescentes das glândulas sudoríferas secretam suor mais denso. De forma idêntica, as glândulas sebáceas, geram maior produção de sebo, e consequentemente, surgem às espinhas na face. Há o crescimento das extremidades distais dos membros superiores e dos membros inferiores; e a ampliação do volume da cavidade torácica e o aumento da capacidade respiratória. O indivíduo apresenta maior capacidade de raciocínio e de reflexão. A adolescência na mulher, além de muitas características semelhantes às alterações na adolescência masculina, como por exemplo, o aparecimento de pelos em algumas regiões do corpo e a abundância de atividade das glândulas sebáceas e das glândulas sudoríferas. Modificações peculiares ao sexo feminino envolve o crescimento das papilas mamárias, cuja pele, em decorrência da pigmentação escurece. Ao seu redor forma-se a aréola da mama, também de cor escura. Há o crescimento progressivo de toda região do tórax e a formação das mamas com o desenvolvimento das glândulas mamárias. Outra característica é o aumento geral da massa corpórea, por conta da deposição de gordura na pelve, coxas e nádegas. Além disso, o alargamento da pelve está relacionado como preparação para as futuras gestações e partos. Nos órgãos genitais externos implicam que o monte do púbis se torna mais proeminente. Os lábios maiores do pudendo desenvolvidos se definem e em decorrência da pigmentação, também adquirem uma coloração escura. A parte que se cobrem de pelos ocultam a vulva. O aparecimento de pelos na região púbica que se estendem progressivamente a toda área do monte do púbis assume a forma triangular. Na comissura superior dos lábios menores do pudendo forma-se um capuz do qual emerge a glande do clitóris. O aumento do tamanho do clitóris possibilita a capacidade erétil. A genitália interna feminina, também passa por transformações. Nos ovários iniciam a desenvolver múltiplos folículos e a produção de células germinativas maduras. O desenvolvimento do útero leva a inversão entre o colo e o corpo, enquanto que as tubas uterinas assumem a capacidade de contração. Ocorre a proliferação celular na vagina e inicia-se a produção de secreção vaginal que antecede a menarca. O aparecimento da primeira menstruação se seguirá de menstruações periódicas que no início podem ser irregulares. As transformações do corpo humano, com a idade e relacionadas às mulheres, na menopausa, são evidentes. A queda na produção de estrógenos e o predomínio relativo de hormônios masculinos perfazem com que o corpo da mulher experimente certa masculinização. O surgimento brusco de sensações de sufoco e de calores sem motivo aparente, principalmente durante a noite, com ruborização da pele, tonturas, dores de cabeça, e sudorese intensa. Embora esses sintomas sejam benignos, costumam provocar desconforto. Nesta fase a pele perde a elasticidade e se torna mais seca, o que gera o aparecimento de rugas ou sulcos, manchas cutâneas e quedas de cabelo. Há o aumento do volume e a perda da firmeza das mamas. Além disso, as mulheres tendem a formas mais arredondadas do corpo. Outros sinais e sintomas relacionados à menopausa são o surgimento de palpitações no coração, tendências para o aumento da massa corpórea, e consequentemente maior propensão à arteriosclerose, hipertensão arterial e diabetes. Há certa perda de massa muscular, que é substituída por tecido adiposo. Isso faz com que as nádegas tendam a oscilar e os quadris sejam menos proeminentes. O início de uma progressiva osteoporose é característica nesta fase da vida de uma mulher. A osteoporose incide na redução da massa óssea e em uma maior facilidade para acometer fraturas em razão da ausência de hormônios femininos que protegem os ossos contra a redução de cálcio. A inibição de estrógenos e, por conseguinte redução dos ciclos ovulatórios. O cessar definitivo da menstruação é antecedido de uma fase, a pré-menopausa, que pode persistir alguns anos, durante a qual as menstruações são irregulares, tanto na periodicidade como na quantidade da secreção. Isso se deve à atividade irregular dos ovários nessa fase. Porém, antes de entrar terminantemente na menopausa, surgem atrasos e irregularidades menstruais, períodos de amenorreia e secreções menstruais esporádicas. Na menopausa ocorre a atrofia progressiva de todo o sistema genital feminino. As estruturas do pudendo feminino, como por exemplo, dos lábios maiores do pudendo e dos lábios menores do pudendo perdem em espessura. Os ovários sofrem redução no tamanho. A vagina e o útero perdem o volume e tendem sobre a pelve, dificultando o papel dos músculos responsáveis pela retenção de urina. Isso pode gerar o surgimento de incontinência urinária ou a perda de urina durante esforços. A vagina é afetada com a redução da camada de células que forma a sua mucosa. A redução da secreção vaginal faz com que a vagina se mostre seca. Isso pode gerar coceira na vulva, maior dificuldade para lubrificação e, por conseguinte, desconforto durante o ato sexual e maior disposição para infecções genitais. As mulheres na menopausa apresentam mudanças progressivas no desejo e na libido sexuais, que se tornam menos obrigatórios e mais tranquilos. Ainda na velhice, em decorrência da atrofia cerebral e redução dos neurônios, acontece à diminuição da memória e da audição, pode acontecer uma degeneração da lente e da retina que reduz a faculdade de acomodação e de acuidade visual, respectivamente. O sistema cardiovascular é acometido com a diminuição da força contráctil do coração e do complexo estimulante que regula seu ritmo. Há maior dificuldade para o retorno venoso ao coração. Ainda, as artérias são afetadas com a perda da elasticidade e a diminuição do diâmetro. No sistema respiratório, acontece o estreitamento das ramificações dos brônquios e a maior dificuldade de ventilação pulmonar. Atinge o sistema digestório com a redução da capacidade das papilas gustativas, redução da produção de suco gástrico, de bile e de enzimas pancreáticas, gerando digestões mais difíceis. Há uma lentidão dos movimentos peristálticos intestinais. O aparelho urogenital dos idosos do sexo masculino é acometido com o aumento do volume da próstata, gerando maiores dificuldades na micção. A progressiva dificuldade para ereção do pênis, que se torna mais flácida e, por conseguinte, com menor capacidade para executar o ato sexual. Emambos os sexos, a degeneração dos rins e consequente redução da capacidade de filtração da urina. No sistema tegumentar com o enfraquecimento da epiderme se torna mais propensa a formar feridas. As unhas também enfraquecem e ficam mais frágeis e quebradiças. Os cabelos alteram sua coloração, que embranquecem e tendem a cair. Além disso, na velhice existe redução dos pelos púbicos. Ocorre o aparecimento de áreas degenerativas muito pigmentadas na pele. Há degeneração das fibras elásticas e de sustentação de colágeno na derme. Raça A raça (grupo étnico) menciona-se em sentido amplo, a um grupo de indivíduos que obedecem a uma divisão da espécie humana. Em sentido restrito, raça é um grupo de indivíduos que apresentam características particulares em comum devido a uma descendência. Portanto, abrangem os grandes grupos raciais (branco, negro e amarelo), e os seus graus de mestiçagem, responsáveis por diferenças morfológicas externas e internas. Os humanos são os únicos membros vivos da família dos hominídeos. O homo sapiens está incluído dentro desta família, à qual pertencem todas as variedades ou grupos étnicos de humanos. Assim, há diferenças raciais em órgãos em todos os sistemas, além das bem conhecidas características morfológicas externas que diferenciam cada grupo racial. As características somáticas que apresentam valor racial são a cor da pele, dos cabelos e dos olhos, o tipo de cabelo e de nariz. O tipo caucasiano apresenta a pele rosada, estatura alta ou média, cabelo liso de coloração variável, lábios finos e olhos com íris de diversas cores. O tipo negroide de pele escura, que pode ir do marrom ao negro, estatura alta, cabelo crespo, cacheados e negros, lábios proeminentes e crânio alongado da frente para trás. Os indivíduos mongoloides possuem pele amarela, são de baixa estatura, cabelo negro e bastante liso, a face plana e achatada e o crânio é achatado no sentido anteroposterior. Quanto ao volume e à forma do nariz depara grandes variações, sendo característica nos grandes grupos raciais, como por exemplo, os brancos, em geral, apresentam nariz afilado, são leptorrinos; os negros possuem-no achatado, são camerrinos; os amarelos são mesorrinos. A reação da pele a uma lesão, ou incisão cirúrgica, ou ainda a queimadura é diferente em cada raça, mais comumente em negros do que em caucasianos e nos xantodermas (G. xanthos, amarelo, e derma, pele, ou seja, indivíduos de pele amarela), forma ao longo da incisão cutânea ou da ferida uma cicatriz exagerada, denominada queloide, marcada por uma cicatriz que se desenvolve progressivamente, irregular e elevada, devido à formação de quantidade excessiva de tecido colágeno no derma durante o reparo do tecido conjuntivo. A medula espinal, por exemplo, desce até ao nível da segunda vértebra lombar, com maior constância nos negros do que nos caucasianos. O arco arterial palmar superficial também aponta variação étnica, enquanto nos caucasianos e nos xantodermas predomina o tipo ulnar, no qual apenas a artéria ulnar forma esse arco arterial, nos negros é mais habitual o tipo radioulnar, no qual o arco é formado pela artéria ulnar e pelo ramo palmar da artéria radial. O apêndice vermiforme é mais longo e mais largo e contém a parede mais espessa em negros do que em caucasianos. Estas diferenças podem esclarecer porque a apendicite é mais comum nos caucasianos e porque uma dor na fossa ilíaca direita, que simule uma apendicite, em negros, pode ser determinada por um cálculo renal encravado na porção do ureter direito correspondente a essa localização. A cartilagem da terceira pálpebra (plica semilunaris conjuctivae) é mais comum em negros (61,9%) do que em outros grupos (mulatos 27,3%; japoneses 20%; e caucasianos 4,5%). Em fetos de negros e mulatos ela é presente em 35,5% enquanto não foi vista em fetos de japoneses ou caucasianos. Biótipo Os tipos constitucionais ou biótipos são os longilíneos, os mediolíneos e os brevilíneos. Os mediolíneos, que não devem ser denominados normolíneos, porque eles são tão normais quanto os dois outros tipos. As propensões patológicas são diferentes nos tipos extremos. Os brevilíneos apresentam tendências a sofrer, como por exemplo, de doenças cardiovasculares e as doenças renais, enquanto que os longilíneos são mais suscetíveis a doenças respiratórias. Caracteres morfológicos do tipo longilíneo A característica fundamental é o baixo desenvolvimento do tronco em relação ao membro superior e o membro inferior, que são proporcionalmente alongados. Os membros inferiores são relativamente mais compridos que o tronco e assumem parte predominante na determinação da estatura individual. O longilíneo é, portanto, um macroscélico (makros, grande; skeletos, pernas). Além disso, os membros inferiores ultrapassam os membros superiores e estes, bastante compridos, em comparação com o tronco, tem a raiz da mão abaixo do plano da dobra subglútea. As mãos são proporcionalmente maiores que os pés, que são restringidos pela demasiada curvatura plantar. O tronco é pouco desenvolvido não apenas em relação ao membro superior e o membro inferior, mas também em valor absoluto, comparando com o valor médio do grupo, isto é, apresenta uma microsplancnia (mikros, pequeno; splagchna, entranhas). Exibe uma predominância do tórax sobre o abdome e, neste, prepondera o segmento inferior sobre o superior, tendo o umbigo em condição alta em relação a púbis. O tronco é claramente achatado no sentido anteroposterior e, em decorrência, há predominância dos diâmetros transversos sobre os diâmetros sagitais. A sua superfície anterior e a sua superfície posterior são extensas, enquanto que as laterais são apertadas e muito convexas. As costelas são muito oblíquas, avizinham-se das cristas ilíacas e se prosseguem com os arcos condrocostais que ascendem em direção ao esterno, demarcando um ângulo infraesternal muito agudo. O esterno é quase vertical, com exacerbada reentrância na parte inferior. A incisura jugular é baixa e o pescoço visivelmente comprido. A superfície corpórea é proporcionalmente grande. A pele, em geral, é fina e transparente, e o tecido subcutâneo, carente em gordura. O esqueleto é frágil e de ossificação acelerada. O crânio é comumente apertado e alongado, dolicocrânio. No tórax, existe grande amplitude dos espaços intercostais, e o seu orifício superior é estreito e inclinado para frente e para baixo. A pelve é do tipo oval alongado, com predomínio do diâmetro sagital sobre o diâmetro transverso máximo. A coluna vertebral é de curvaturas discretas, sendo mais enunciada a convexidade dorsal. Os músculos têm o ventre carnoso fino e comprido em relação aos tendões. No sistema digestório sobressai-se a prematuridade da dentição, e os dentes se desenvolvem apertados, parecendo posicionar de pequena extensão para se alojar na mandíbula e no maxilar, o que ocasiona o seu habitual desalinhamento. A língua é relativamente pequena. O duodeno tem a parte superior ascendente ou mesmo vertical, e a parte horizontal é muito baixa e pode carecer, oferecendo ao duodenoa forma em V. O estômago é predominantemente do tipo em anzol, muito alongado, excedendo, com a sua parte mais baixa, o plano tangente às cristas ilíacas, na atitude ereta. O jejuno e o íleo são relativamente pequenos, o ceco tem situação ilíaca baixa ou mesmo pélvica e o colo transverso, comumente subumbilical. O fígado tem a margem anterior baixa e grande área de contato com a parede anterior do abdome; a vesícula biliar estabelece-se próxima da linha mediana e sua posição é quase vertical, mostrando-se radiograficamente como uma imagem piriforme, próxima dos processos transversos das primeiras vértebras lombares. O coração é proporcionalmente pequeno e alongado verticalmente, pouco distante do plano mediano, configurado como uma considerável gota, quase no centro da cavidade torácica. O arco da aorta estende-se quase sagitalmente, com uma curvatura acentuada de pequeno raio. A laringe é proeminente, ampla e tem cordas vocais extensas. O pulmão, estreito e longo, exibe os lobos clássicos, na maioria dos casos. No sistema urinário nota-se o predomínio da forma de ampola da pelve renal. Além das alterações morfológicas são claras as de ordem dimensional. Assim, no longilíneo, o peso do baço, do coração, do fígado, do pulmão, do pâncreas, do rim, da glândula suprarrenal, do ovário e do útero, é na maioria das vezes menor do que a média; contudo, o peso da glândula tireoidea, do timo, da hipófise, do testículo, é excessivo da média. Caracteres morfológicos do tipo brevilíneo Em oposição ao tipo antecedente, diferencia-se este pelo amplo desenvolvimento do tronco em relação ao membro superior e o membros inferior e, mesmo, em valor absoluto (macrosplancnia). Tanto os membros superiores como os membros inferiores são relativamente pequenos, com predominância daqueles sobre estes, porém existe demasia dos pés sobre as mãos, dado o achatamento das arcadas plantares. O tipo brevilíneo é, portanto, um braquiscélico (brachys, curto; skeletos, perna). O tronco tende à forma cilíndrica, com boa amplitude nos diâmetros sagitais; manifesta uma predominância do abdome sobre o tórax e, além disso, do segmento abdominal superior sobre o inferior, tendo o umbigo próximo a púbis. As superfícies laterais do tronco são espaçosas e observa-se a disposição das costelas à horizontal. Estas se mantêm distantes das cristas ilíacas e convergem para o esterno, formando um ângulo infraesternal obtuso. O esterno é vertical ou oblíquo para baixo e para frente e não manifesta reentrância na sua parte inferior. A incisura jugular é alta e o pescoço visivelmente curto. A sua pele é comumente espessa e a gordura subcutânea é vultosa. O esqueleto é robusto e o processo de ossificação vagarosa. O crânio é comumente largo e curto, braquicrânio. No tórax observa-se a abertura superior ampla e horizontal; os espaços intercostais são apertados. No estreito superior da pelve prepondera o diâmetro transverso sobre o diâmetro sagital. As curvas da coluna vertebral são bastante enunciadas. Os músculos apresentam o ventre carnoso, largo e curto, relativamente aos tendões. No sistema digestório a dentição é duradoura e os dentes estão afastados nas arcadas. O estômago é vasto e curto, comumente configurado em chifre, e de situação alta. O duodeno tem a parte superior horizontal e a inferior larga, oferecendo ao conjunto à conformação em letra U. O jejuno e o íleo são compridos, o ceco, de situação ilíaca média ou alta e o colo transverso, em curva delicada, comumente supraumbilical. O fígado apresenta a margem anterior alta e pequena zona de contato com a parede abdominal anterior. A vesícula biliar é alta, afastada da linha mediana e aproxima-se à posição horizontal; radiograficamente se manifesta por uma imagem arredondada, afastada da coluna vertebral e próxima à extremidade das últimas costelas. O coração é grande, alargado, de maior diâmetro predisposto à horizontal. O arco da aorta é vasto e organizado mais transversalmente. A laringe é pequena e de cordas vocais curtas; os pulmões apontam, com grande constância, variações nos lobos. A pelve renal é comumente do tipo ramificado. O peso de muitos órgãos, como por exemplo, do coração, do rim, do baço, do pulmão, do fígado, da glândula suprarrenal, do útero e do ovário é a maior média, enquanto que a glândula tireoidea, o timo, o testículo e a hipófise são de pesos relativos mais baixos. Evolução A evolução sempre aconteceu e continua a ocorrer em todas as espécies, abrangendo, naturalmente, o Homo sapiens. Se o homem atual for confrontado com seus ancestrais, entre as alterações mais claras no processo evolutivo, assinala-se que a capacidade do crânio e a sua estatura aumentaram, o arcabouço ósseo ficou menos encorpado, as arcadas ósseas supraorbitárias ficaram menos proeminentes. Ambiente O ambiente em que se vive pode ser responsável, direta ou indiretamente por diferenças morfológicas e, portanto, variações anatômicas, por meio do controle que pode gerar nos indivíduos. Essas alterações são claras quando se confrontam indivíduos que residem na região equatorial, na região tropical e na região polar. Biorritmos Consiste no evento cíclico de atividades biológicas, ou seja, a alternância periódica de situações diversas em seres humanos e em outros animais. O exemplo característico é a fase menstrual cíclico das mulheres, a partir da menarca, começo na puberdade do papel menstrual, o fluxo sanguíneo mensal, ou seja, de quatro semanas, seguidos de endométrio descamado do útero não gravídico até a menopausa. Existem modificações principais no sistema genital feminino, como por exemplo, no útero e nas mamas. Outro exemplo é o da sucessão dos estados de vigília e de sono. Estes condicionam pequenas diferenças morfológicas, consideráveis como variações, mais notáveis em alguns órgãos do que outros. Uma variação biológica circadiana (L) circa, cerca ou aproximadamente; dies, dia é um ritmo periódico com um ciclo de cerca 24 horas, empregado à repetição rítmica de determinados fenômenos, que acontecem em seres vivos aproximadamente no mesmo tempo cada dia, como por exemplo, na glândula pineal de animais. Em torno das 19 horas, quando a luminosidade natural reduz, a retina envia uma mensagem para o hipotálamo de que escureceu. A mensagem chega ao ''relógio biológico'', que fica na parte anterior do hipotálamo. É o sinal para o relógio processar o botão de liga e desliga (apelidado de sleep switch, interruptor do sono em inglês). O relógio comunica a glândula pineal para iniciar e liberar a produção do hormônio melatonina, que facilita o começo do sono. Como a produção demora cerca de duas horas para atingir a seu ápice, o melhor horário para ir para a cama é a partir das vinte e uma ou vinte e duas horas. O botão também ativa outros mecanismos relacionados ao acúmulo de cansaço, avisando que chegou o período de descansar O botão de liga e desliga do sono nada mais é do que um aglomerado de células conhecidas como sonogênicas, que localizam na parte anterior dohipotálamo. Elas se conectam com outras células que estão na parte posterior do hipotálamo, cuja função é contrária, ou seja, manter o corpo desperto. Enviando uma mensagem química, avisam que é chegada a hora de dormir. Gravidade Gravitação é o fenômeno de atração entre corpos de grande massa. Os seres humanos estão subordinados a ela, ainda que seu controle passe, em geral, despercebida. A força da gravidade se cumpre pelo peso que o corpo deve suportar, como por exemplo, quando o corpo está na posição vertical, ortostática ou ereta sobre as plantas dos pés, ou quando está deitada, em decúbito dorsal, sobre a região occipital, a região posterior do tórax, as nádegas, as regiões posteriores da coxa, a região poplítea, a parte posterior da perna e do calcanhar. A ausência de gravidade (weightlessness) que existe nos veículos espaciais produz em astronautas, como já foi comprovado após viagens espaciais, alterações na arquitetura óssea, que estão sujeitas da falta de estímulos. Dessa maneira, se um paciente tiver que ficar aleitado por um período longo, as trabéculas ósseas do osso calcâneo, que são predominantemente verticais, devido à postura ereta do corpo, passa a ser transversais, porque o peso passa a ser conduzido em direção perpendicular. Esportes A prática de exercícios físicos gera variações anatômicas que são com facilidade observada. Existe, pois, alterações morfológicas localizadas e difusas ou generalizadas. Elas podem ser elucidadas nos tenistas e nos esgrimistas, que se vale de um só membro superior, nos quais é possível notar sua preferência pela hipertrofia dos músculos dessa extremidade superior, gerando maior e mais clara assimetria bilateral. As alterações difusas podem ser observadas nos que se destinam à natação, embora seja possível notar a hipertrofia de determinados grupos musculares, como por exemplo, das cinturas escapulares, portanto, ao nível dos ombros. Exercícios devidamente planejados podem apresentar alterações morfológicas em certos grupos musculares ou um aumento generalizado da musculatura do indivíduo, como o da musculação para obter “estrutura corpórea atlética”. Trabalho Os movimentos executados por trabalhadores, especialmente em profissões não sedentárias, são responsáveis devido a sua repetição, por alterações morfológicas, mais comumente localizadas do que generalizadas no corpo humano. Anomalias Fora da normal, inconsistência, irregularidade, ou anormal. Qualquer estrutura, função ou estado fora da faixa normal de variação. O uso de conceito anomalia ocasiona uma ideia de patologia, algo curioso, provavelmente para nunca mais ser visto outra vez, um verdadeiro “descuido da natureza”. Porém, a anomalia pode ser definida como qualquer modificação morfológica que causa dano funcional ao indivíduo, mas compatível com a vida. A maioria das anomalias é congênita. Contudo, algumas são adquiridas por causa de doenças graves contraídas durante o desenvolvimento do indivíduo ou devido ao tipo ou à natureza do trabalho desenvolvido pela pessoa (deformações somatofísicas). Como exemplos de anomalias, cita-se: (a) anomalias do crânio: as craniossinostoses, que consiste no fechamento prematuro das suturas cranianas, entre elas a escafocefalia, caracterizada pelo fechamento prematuro da sutura sagital; (b) anomalias da face, entre elas a fissura labiopalatal ou lábio leporino, que consiste na fissura do lábio superior semelhante com o de um coelho ou lebre; (c) as anomalias da coluna vertebral, entre elas a hipercifose, a hiperlordose e a escoliose; (d) as anomalias do tórax, como por exemplo, o tórax em funil ou “tórax de sapateiro” e o tórax em quilha ou tipo “peito de pombo” desenvolvido em pacientes portadores de asma; (e) anomalias dos membros superiores, entre elas, a focomelia, que consiste no membro reduzido do segmento distal e implantado no tronco e a sindactilia5; (f) anomalias dos membros inferiores, entre elas, a polidactilia6; (g) as anomalias do sistema nervoso, entre elas, a microcefalia7; as anomalias do sistema tegumentar, entre elas, a polimastia8 e a ginecomastia9; (h) anomalias dos órgãos genitais, entre elas, o hermafrodita10, a vagina dupla, e o pênis duplo. Monstruosidade Monstruosidade é uma modificação morfológica muito ampla, a ponto de causar intensas perturbações na construção corpórea do indivíduo, sendo em geral incompatível com a vida. O capítulo da ciência que estuda as monstruosidades é chamado teratologia. Além de doenças e hábitos deletérios, como o tabagismo e o alcoolismo, que atingem a gestação e os fetos, a própria medicina pode originar anomalias e monstruosidades. Exemplo típico de iatrogênese, ou seja, monstruosidade gerada por agentes terapêuticos é o da talidomida. No final da década de 1950 e no início da de 1960, na Europa, era receitada para aliviar as náuseas matutinas de mulheres gestantes, especialmente as primigestas11, a talidomida. Presentemente se utiliza a talidomida, com sucesso, para aliviar fortes dores agregadas com reações de lepra aguda. Naturalmente, a talidomida não deve ser utilizada quando a gestação for possível. Com o progresso atual da medicina, em especial das técnicas cirúrgicas, alguns tipos de deformações graves podem ser corrigidos cirurgicamente, com sobrevida do(s) indivíduo(s), como, no caso dos xifópagos12. Outros exemplos de monstruosidades são a anencefalia13 e o ciclope14. Divisão do corpo humano O corpo humano divide-se em cabeça, pescoço, tronco e membros. A cabeça corresponde à extremidade superior do corpo. Encontra-se unida ao tronco por uma parte estreitada, o pescoço. A cabeça é dividida em região facial que contém os olhos, o nariz e a boca, e uma região craniana, ou crânio, que acoberta e apoia o encéfalo. Os nomes que identificam as regiões específicas da superfície da face estão fundamentados nos órgãos associados, como por exemplo, a região orbital (olho); a região nasal (nariz); a região oral (boca); a região auricular (orelha) ou ossos subjacentes, como por exemplo, a região frontal, a região temporal, a região parietal, a região zigomática e a região occipital. A região posterior do pescoço que coincide com a região cervical é denominada nuca. No pescoço encontram-se órgãos consideráveis como a laringe, a glândula tireoide, as glândulas paratireoides, parte da traqueia e o esôfago. O tronco abrange o tórax e o abdome com a referente cavidade torácica e cavidade abdominal separada entre si por um septo muscular o diafragma. A região do corpo entre o pescoço e o abdome é habitualmente reconhecida como tórax. A região mamária do tórax circula o mamilo, e nas mulheres sexualmente maduras está expandida e é reconhecida por mama. Entre as regiões mamárias está à região pré-esternal. A axila é também denominada de fossa axilar, e a área circunvizinha é a região axilar. Incide na região de união entre o membro superior e o tronco. A região vertebral se distende ao longo do dorso e segue a coluna vertebral. O abdome está encontrado debaixo do tórax. Centralizado na frente do abdome, o umbigo é um evidente ponto dereparo. A cavidade abdominal estende-se inferiormente na cavidade pélvica. Na pelve está a região púbica que é acobertada com pelos púbicos nos indivíduos sexualmente maduros. O períneo é a região que inclui os órgãos genitais externos e o ânus. O centro do lado dorsal do abdome é a região lombar. Incide na região do dorso entre o tórax e a pelve. A região sacral está encontrada mais abaixo, no ponto onde a coluna vertebral finaliza. Os grandes músculos do quadril constituem a nádega ou região glútea. Essa região é um local frequente de injeções para agulhas hipodérmicas. Dos membros, dois são superiores e dois inferiores. Cada membro tem uma raiz, pela qual está unida ao tronco, e uma parte livre. Na transição entre o braço e o antebraço há o cotovelo; entre o antebraço e a mão, o punho; entre a coxa e a perna, o joelho, e entre a perna e o pé, o tornozelo. O ombro também é conhecido como região deltoidea. A fossa cubital, a parte aprofundada da região cubital anterior, é um local relevante para injeções intravenosas ou a retirada de sangue. O braço é o segmento do membro superior entre o ombro e o cotovelo, e o antebraço é o segmento do membro superior entre o cotovelo e o punho. A mão apresenta três divisões principais, sendo elas o carpo, metacarpo e os cinco dedos. A frente da mão é denominada de região palmar e a parte de trás da mão é denominada de região dorsal. A coxa é o segmento do membro inferior entre o quadril e o joelho. Forma a região femoral. A virilha é a união entre a coxa e a parede abdominal. O joelho apresenta duas faces. A face anterior é a região da patela, e a face posterior do joelho é denominada fossa poplítea. A perna é o segmento do membro inferior entre o joelho e o tornozelo. Apresenta a região crural posterior que corresponde à superfície posterior da perna que se estende da fossa poplítea ao tornozelo. O pé tem três divisões principais, sendo elas o tarso, o metatarso e os cinco dedos. O calcanhar é a parte de trás do pé, e a planta é denominada de região plantar. O dorso do pé é a região dorsal. Ainda que os termos punho e tornozelo não estejam consignados na terminologia anatômica, permaneceram aqui contidos em virtude da sua consagrada utilização no meio biomédico. Posição anatômica Nesta posição, o indivíduo é observado ereto (de pé ou em posição ereta ou ortostática), com os membros superiores caídos naturalmente, próximos ao corpo, de cada lado do tronco, com o olhar fixo voltado horizontalmente para frente e com a face, as palmas das mãos para frente com os dedos justapostos. Os membros inferiores igualmente aos membros superiores permanecem unidos, com os pés paralelos, e as pontas dos dedos do pé também voltados para frente. Planos de delimitação do corpo humano Na posição anatômica o corpo humano pode ser delimitado por planos tangentes à sua superfície, os quais, com suas intersecções, geram a constituição de um sólido geométrico, um paralelepípedo. Apresenta-se assim, para as faces desse sólido, os que se seguem planos correspondentes, sendo eles dois planos verticais, um tangente ao ventre, plano ventral ou anterior; e outro ao dorso, plano dorsal ou posterior. Estes e outros paralelos a eles também são denominados como planos frontais, por serem paralelos à “fronte”. A denominação ventral e a denominação dorsal são destinadas ao tronco, enquanto que a anterior e a posterior aos membros. Os dois planos verticais tangentes aos lados do corpo são designados de plano lateral direito e plano lateral esquerdo. Os dois planos horizontais, um tangente à cabeça é denominado plano cranial ou superior; e o outro à planta dos pés é denominado plano podálico (podos, pé) ou ainda, inferior. O tronco separado é limitado inferiormente, pelo plano que incide pelo vértice do cóccix, ou seja, o osso que no homem é o vestígio da cauda de outros animais. Por esta razão, este plano é denominado caudal. Planos de secção do corpo humano O plano que separa o corpo humano em metade direita e metade esquerda é denominado plano mediano. Todo corte do corpo produzido por planos paralelos ao plano mediano é uma secção sagital, ou seja, corte sagital, e os planos de secção são também denominados de sagitais. O nome resulta do fato de que o plano mediano incide pela sagitta (L. seta) do crânio fetal, figura constituinte pelos espaços suturais medianos, de direção anterior e posterior. O termo plano mediossagital é um termo excessivo para indicar o plano mediano. Parassagital, habitualmente utilizado por neuroanatomistas e neurologistas, também é dispensável, porque qualquer plano paralelo e posicionado de qualquer lado do plano mediano é sagital por definição. Os planos de cortes que são paralelos ao plano ventral e o plano dorsal são referidos frontais. Os planos frontais são planos verticais que incidem também da cabeça aos pés, porém que estão em ângulos retos com o plano sagital. Mesmo que somente um deles incida perto pela sutura coronal do crânio, eles admitem também a denominação de planos coronais. Todo corte é também designado frontal ou secção frontal. Os planos transversais ou horizontais também são planos de cortes que incisam transversalmente o corpo humano em ângulos retos, com ambos os planos sagital e frontal. O corte é designado transversal ou secção transversal. Há várias secções transversais torácicas e abdominais. O plano supraesternal é plano transversal que passa pelo ponto médio da incisura jugular do manúbrio do esterno; o plano torácico plano transversal que passa pelo quarto espaço intercostal, sendo tangente à margem inferior da cartilagem costal da quarta costela, junto do esterno; o plano esternoxifoide é o plano transversal que passa na união do processo xifoide com o corpo do esterno; o plano transpilórico é plano transversal que passa pelo ponto médio da linha mediana anterior que se estende da incisura jugular do esterno até a margem superior da sínfise púbica; o plano subcostal que é o plano transversal que passa pela extremidade inferior da margem costal, situado, aproximadamente, na décima costela; o plano umbilical ou transumbilical que é o plano transversal que passa pelo umbigo, ao nível de L4; o plano supracristal que é o plano transversal que passa pelos pontos mais craniais das cristas ilíacas, depara-se ao nível do processo espinhoso de L4; o plano intertubercular, ou transtubercular que é o plano transversal que passa pelos tubérculos das cristas ilíacas ao nível de L5; e o plano interespinal que é plano transversal que passa pelas espinhas ilíacas anterossuperiores da asa do ílio. A importância da tomografia computadorizada de raios X incide em exibir uma imagem ao longo de um plano transversal parecido àquele que se poderia conseguir somente em um corte através do corpo humano. Antes do desenvolvimento dessa técnica, o plano vertical da radiografia convencional ficava difícil, ou mesmo impossível, avaliar a extensão das irregularidades do corpo humano. Termos de direção Ostermos de direção são utilizados para encontrar as estruturas e as regiões do corpo humano, concernentes à posição anatômica. O termo proximal é região dos membros mais próxima à raiz do membro, como por exemplo, o joelho é proximal ao pé, enquanto que o termo distal é a região dos membros mais distante da origem do mesmo, como por exemplo, a mão é distal ao cotovelo. O termo anterior é aquele que esta a frente de uma região ou estrutura do corpo humano, como por exemplo, o umbigo está no lado anterior do corpo. Já o termo posterior refere-se o dorso de uma região ou estrutura do corpo humano, como por exemplo, os rins são órgãos posteriores em relação aos intestinos. O termo superior é a região ou estrutura próxima, ou em direção à cabeça, como por exemplo, o tórax é superior ao abdome. Já o termo inferior é a região ou estrutura do corpo humano localizado próximo ou em direção aos pés, como por exemplo, as pernas são inferiores ao tronco. O termo medial é a região do corpo humano ou estrutura mais próxima ao plano mediano, como por exemplo, o coração é medial em relação aos pulmões. O termo lateral é a região ou estrutura do corpo humano mais afastado do plano mediano, como por exemplo, as orelhas são laterais ao nariz. O termo interno e o termo externo são utilizados para descrever a distância relativa de uma estrutura do centro de um órgão ou de uma cavidade, como por exemplo, a artéria carótida interna é situada dentro da cavidade do crânio e a artéria carótida externa é situada fora da cavidade do crânio. O termo ipsilateral, refere-se ao mesmo lado do corpo, como por exemplo, a mão e o pé esquerdos são ipsilaterais. O termo contralateral refere-se aos lados opostos do corpo, como por exemplo, o músculo bíceps do braço esquerdo e o músculo reto femoral da coxa direita são contralaterais. O termo superficial é usado para a estrutura localizada mais próxima à superfície corpórea, como por exemplo, a pele é superficial em relação aos ossos. O termo profundo é usado para a estrutura localizada internamente ao corpo, longe da superfície, como por exemplo, o músculo masseter é profundo em relação à pele. O termo mediano refere-se à estrutura localizada no plano mediano, como por exemplo, o nariz. O termo mesial, é utilizado para os dentes, por estarem dispostos em arcadas, maxilar e mandibular. São indicados como mesiais, e não mediais, ou seja, mais próximos do plano sagital mediano, e distais, ou seja, mais afastados do plano sagital mediano. Regiões do abdome e da pelve Para tornar mais fácil a descrição da localização dos órgãos a cavidade abdominal é dividida em nove regiões; inicialmente delineiam dois planos verticais que passam no meio das clavículas; em seguida dois planos horizontais que passam logo abaixo do final do tórax e pela parte superior dos ossos do quadril, mais precisamente nas cristas ilíacas. Essas regiões são descritas como umbilical, ou mesogástrica situada certamente, ao redor do umbigo. Contém o jejuno, o íleo, as partes do duodeno, do colo, dos rins e dos vasos principais do abdome. Lateralmente estão as regiões à direita e à esquerda da umbilical. A região lateral direita contém o ceco, o colo ascendente, a flexura direita do colo, as partes do rim direito e o intestino delgado, enquanto que a região lateral esquerda contém o colo descendente, as partes do rim esquerdo e o intestino delgado. A região epigástrica (epi, acima de ou sobre; gástrica, estômago) mediana e superiormente à umbilical. Como o nome aconselha, a maior parte do estômago está nessa região. Também se encontra as partes do fígado, o pâncreas e o duodeno. A região hipocondríaca (hipo, abaixo de ou sob; condríaca, a cartilagem) consistem nas regiões à direita e à esquerda da região epigástrica. O nome indica que as regiões hipocondríacas estão localizadas abaixo das cartilagens das costelas. A região do hipocôndrio direito contém a vesícula biliar, as partes do fígado e do rim direito; e a região do hipocôndrio esquerdo contém o baço, a flexura esquerda do colo, as partes do rim esquerdo e do intestino delgado. A região hipogástrica ou púbica é a região mediana imediatamente abaixo da região umbilical. Contém a bexiga urinária, as partes do intestino e do colo sigmoide. As regiões inguinais ou ilíacas são as regiões de cada lado da região hipogástrica. Essas áreas são assim denominadas porque sua margem inferior atinge o ligamento inguinal, que forma a dobra da virilha. O nome “ilíaco” é derivado do osso ilíaco que forma o limite lateral dessas regiões. A região inguinal direita contém o apêndice vermiforme, as partes do ceco e do intestino delgado; e a região inguinal esquerda contém as partes do intestino delgado, do colo descendente e do colo sigmoide. Na clínica médica, é mais frequente dividir a cavidade abdominal e a cavidade pélvica em quatro quadrantes por meio de dois planos que se cruzam; um plano imaginário horizontal que passa através do umbigo e um plano vertical sagital mediano. Esses dois planos perpendiculares dividem as cavidades em quadrante superior direito, quadrante inferior direito, quadrante superior esquerdo e quadrante inferior esquerdo. Princípios gerais de construção do corpo humano Antimeria O plano mediano partilha o corpo humano em duas partes semelhantes, uma direita e outra esquerda. Essas partes são chamadas antímeros. Esses antímeros são semelhantes morfofuncionalmente, por isso o corpo humano é arquitetado conforme o princípio de simetria bilateral. Assim, por exemplo, as hemifaces de um mesmo indivíduo não são iguais, as linhas que incidem pelas fendas palpebrais, bem como pelas comissuras labiais, não são horizontais, mas sim oblíquas; além disso, a linha mediana da face não é retilínea, mas convexa para um ou outro lado. Associando-se estes três elementos, observa-se que comumente a linha mediana da face é convexa para a direita e coincide com um eixo ocular oblíquo para cima e para a direita, e com um eixo bucal oblíquo para baixo e também para a direita; tudo isto sugere um maior desenvolvimento da metade direita da face. O pavilhão da orelha é, comumente, maior e mais alto à esquerda. Além disso, existem diversas diferenças morfológicas externas nos indivíduos, como por exemplo, na altura dos ombros, no tamanho das mamas, nos ovários, sendo que o direito frequentemente é maior que o esquerdo e na altura dos testículos. As papilas mamárias não estão situadas na mesma linha horizontal. O mesmo ocorre com os testículos e com as mamas, cujo nível e volume são diferentes de um lado para outro. Têm as assimetrias funcionais, como por exemplo, o dextrismo, que é o predomínio da utilização do membro superior direito na maioria dos indivíduos. Contudo, nos canhotos, observa-se inversão desta assimetria. Internamente, as diferenças são mais claras, como é o caso do coração que se apresenta mais reposicionado para a esquerda, denominado situação levocárdica. Por outro lado, elas podem
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