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Obs: Material da aula que seria ministrada no dia 16/03/2020 na matéria de Procedimentos de Jurisdição Voluntária para as turmas 8° A e B; 9° A, B e C matutinos (salas C 308 e C102) – Prof° Marcus Vinícius Ribeiro Crespo DO DIVÓRCIO CONSENSUAL – Arts. 731/734 do CPC INTRODUÇÃO: anteriormente a norma que tratava da separação e do divórcio no ordenamento jurídico brasileiro era a Lei de Divórcio – Lei n° 6.515 de 26/12/1977 cujo artigo 2° previa a dissolução da sociedade conjugal das seguintes formas: “Art 2º - A Sociedade Conjugal termina: I - pela morte de um dos cônjuges; Il - pela nulidade ou anulação do casamento; III - pela separação judicial; IV - pelo divórcio. Parágrafo único - O casamento válido somente se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio.” Sob a égide da lei de divórcio o casal só poderia se divorciar apenas mediante ação judicial, do qual destacamos os seguintes artigo da lei para leitura: “Art 3º - A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação, fidelidade recíproca e ao regime matrimonial de bens, como se o casamento fosse dissolvido. § 1º - O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no caso de incapacidade, serão representados por curador, ascendente ou irmão. Art 4º - Dar-se-á a separação judicial por mútuo consentimento dos cônjuges, se forem casados há mais de 2 (dois) anos, manifestado perante o juiz e devidamente homologado. Art 5º - A separação judicial pode ser pedida por um só dos cônjuges quando imputar ao outro conduta desonrosa ou qualquer ato que importe em grave violação dos deveres do casamento e tornem insuportável a vida em comum. § 2º - O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de grave doença mental, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de 5 (cinco) anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável. Art. 25. A conversão em divórcio da separação judicial dos cônjuges existente há mais de um ano, contada da data da decisão ou da que concedeu a medida cautelar correspondente será decretada por sentença, da qual não constará referência à causa que a determinou.” Então as partes tinham que passar necessariamente pelo processo de separação judicial e somente após 1 ano da separação poderiam convertê-la em divórcio mediante novo pedido judicial. Posteriormente houve a promulgação da EC n° 66 de 13/07/2010 que trouxe alterações no art. 226 da CF que trata da família. Esse EC incluiu no art. 226 o parágrafo sexto cuja redação é “o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio” o que a doutrina passou a chamar de divórcio direto, ou seja, não as partes não precisam mais passar pela separação judicial obrigatório e sem qualquer prazo bastando a simples intenção de ambas as partes nesse sentido. Hoje o divórcio é direito e pode ser feitos de duas formas: I) divórcio extrajudicial – não precisa de ação judicial podendo os cônjuges fazê-lo mediante escritura pública em Tabelionato de Notas conforme previsto no artigo 3° da Lei n° 11.441 de 04/01/2007 que dispõe: “A separação consensual e o divórcio consensual, não havendo filhos menores ou incapazes do casal e observados os requisitos legais quanto aos prazos, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições relativas à descrição e à partilha dos bens comuns e à pensão alimentícia e, ainda, ao acordo quanto à retomada pelo cônjuge de seu nome de solteiro ou à manutenção do nome adotado quando se deu o casamento. § 1o A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para o registro civil e o registro de imóveis. § 2o O tabelião somente lavrará a escritura se os contratantes estiverem assistidos por advogado comum ou advogados de cada um deles, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial. § 3o A escritura e demais atos notariais serão gratuitos àqueles que se declararem pobres sob as penas da lei.” Obs: Essa mesma previsão está contida no art. 733 do atual CPC II) divórcio judicial: será judicial toda vez que não couber a possibilidade de sua realização extrajudicial, ou seja, houver filho menor envolvido ou não houver acordo em qualquer aspecto i) Litigioso; ii) Consensual; Será litigioso quando as partes não estiverem de acordo com qualquer um dos assuntos relacionados ao término do casamento tais como: a) guarda do filho menor; b) visitas ao filho menor do outro cônjuge quando a guarda não for compartilhada; c) partilha de bens; d) pensão alimentícia; e) alteração do nome de casado de qualquer um dos ex cônjuges Será consensual mas dependerá de ação judicial quando, embora as partes estejam de acordo com tudo exista filhos menores ou incapazes, nesse caso observar-se-á o procedimento previsto nos artigo 731 a 734 do CPC. PROCEDIMENTO NO DIVÓRCIO LITIGIOSO 1) apresentação de petição inicial por um dos interessados que deve conter além dos requisitos gerais do art. 319: a) a data do casamento (juntada da certidão de óbito); b) informar ao juiz o regime de casamento adotado; b) indicação dos fatos relevantes do divórcio (não é mais necessário justificar para o juiz as razões do término do relacionamento contrário da lei de divórcio em que o cônjuge que dava inicio à ação tinha que indicar o motivo); mas deve ter pedido expresso no sentido de realmente querer o divórcio; c) informar a existência dos filhos com nomes e datas de nascimento (juntar certidão de nascimento dos filhos); d) informar os bens do casal a ser partilhados (juntando a documentação necessária de propriedade) 2) o juiz receberá a inicial determinando emenda se necessário e abrirá vista ao MP se houver menor envolvido; 3) Manifestação do MP 4) citação da parte contrária; 5) designação de audiência de conciliação; 5) geralmente após a audiência de conciliação se não houver acordo entre as partes inicia o prazo para contestação; 6) contestação em 15 dias (art. 335); 7) replica; 8) saneamento do processo pelo juiz; 9) inicio da fase de instrução e o juiz marcará audiência se houver provas a ser produzidas pelas partes; 10) vista para nova manifestação do MP; 11) sentença 12) fase recursal de houver 13) após transito em julgado expede-se oficio para o cartório de registro civil onde foi feita a certidão de casamento para averbação do divórcio; PROCEDIMENTO NO DIVÓRCIO CONSENSUAL 1) Geralmente a petição inicial é apresentada em conjunto e assinada por ambas as partes na qual conterá a definição das seguintes situações: a) partilha de bens, se haverá ou não pagamento de pensão para outra parte e como ficará a alteração de nome. 2) juiz recebe a petição inicial e ouve o Ministério Público quando necessário; 3) profere sentença homologando o acordo de divórcio consensual entre as partes; 4) expede o oficio para averbação do divórcio na certidão de casamento junto ao cartório de registro civil competente; Questionário sobre o tema, cujas questões devem ser respondidas manuscritamente e entregues ao professor na primeira aula quando do retorno das atividades presencias na universidade. 1) A partir de quando a legislação pátria passou a permitir do chamado “divórcio direto” e como funcionava antes? 2) Qual a diferença entre divórcio consensual e litigioso? 3) Disserte sobre o divórcio realizado de forma extrajudicial. 4) Quais assuntos as partes devem resolver num divórcio para que ele seja amigável? 5) Discorra sobre o procedimento do divórcio consensual e as principais diferenças com relação ao procedimento do litigioso. Links da internet sobre o tema, veja vídeo aulas ou abordagens práticas sobre o tema: https://www.youtube.com/watch?v=cCqy_GTVc9I https://www.youtube.com/watch?v=dUmPNS1fBe0 https://www.youtube.com/watch?v=L0HgS7s4OHc https://www.youtube.com/watch?v=3nuyRDhe2NgBibliografia sobre o tema recomendada “Novo Curso de Direito Processual”; Autor: Marcus Vinícius Rios Gonçalves. Editora Saraiva. 8ª Edição, VOLUME 2 que aborda os procedimentos especiais e a jurisdição voluntária. Obs: qualquer outra doutrina ou material de consulta que o aluno encontrar e que se identifique com o tema agregando mais informações e conhecimento. Qualquer dúvida, estarei a disposição para esclarecê-las por no meu e- mail mvcrespo@hotmail.com Ótimos estudos! Prof° Marcus Crespo
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