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Direito de Família 2020.1

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Direito de Família
- é preciso ter um livro para acompanhar o assunto.
· AV1: 27/03
· AV2: 29/05
· As provas começam 7:45 e duram duas horas.
· Duas perguntas objetivas e um acordeão. 
· A cada três erros de português, reduz um décimo.
· A prova é sem consulta.
Bibliografia:
· Cristiano Chaves e Nelson Rosenvald
· Rodolfo Pamplona – Parte exclusiva para família
· Carlos Roberto Gonçalves 
· Rolf Madaleno 
· adfas.org.br
· bdfam.org.br
· Cuidado com opiniões doutrinárias – priorizar a lei.
1. Casamento: existem 200 artigos.
a) Conceito e natureza jurídica
· Conceito: união entre duas pessoas com finalidade (ânimo, intenção) de constituir família (não necessariamente ter filhos, mas serem visto como uma família ela sociedade), reconhecida pelo Estado (é o Estado que diz se a pessoa é ou não casada, mas precisamente o cartório de registro civil de pessoa natural, há um registro que confere uma certidão, um documento público de presunção de boa-fé quase absoluta, é certo), que lhes confere direitos e prerrogativas inerentes à condição de casadas (através de leis). O ato de registro é declaratório, não constitutivo, ou seja, consta a data do casamento em si. É necessário situar o conceito no tempo e no espaço. Esse é o conceito no Brasil hoje, dez anos atrás, seria uma união entre um homem e uma mulher.
· Diferença: casamento tem registro e união estável tem escritura. Escritura não é registro (direito real), se faz no tabelionato de notas. Cartórios diferentes com competências diferentes. Propriedade está para casamento (se registra) como posse está para união estável (não se registra).
OBS: atenção ao curso de extensão em abril.
· Vínculo com o Estado
· Casamento civil (art. 1512) – O casamento é civil e gratuita a sua celebração. Parágrafo único. A habilitação para o casamento, o registro e a primeira certidão serão isentos de selos, emolumentos e custas, para as pessoas cuja pobreza for declarada, sob as penas da lei.
· Há um abuso desse atestado de pobreza. Não existe controle sobre isso.
· No Brasil, o casamento é civil. Para se casar na igreja, é necessário fazer o registro civil, sendo um casamento religioso com efeitos civis. Casamento religioso sem registro civil é união estável. O estado civil na união estável confere o estado civil de solteiro. Apenas o registro altera o estado civil.
· Constitucionalização da família (art. 226 e 227 da CF)
· Proteção de todas as espécies de família – A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado.
· Reconhecimento de outras formas de constituição familiar ao lado do casamento, como as uniões estáveis e as famílias monoparentais – Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento; Entende-se, também, como entidade familiar a comunidade formada por qualquer dos pais e seus descendentes.
· Igualdade entre os cônjuges – Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela mulher.
· Dissolubilidade do vínculo conjugal e do matrimônio – O casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio.
· Assistência do Estado a todas as espécies de família – O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
· Igualdade entre os filhos havidos ou não do casamento, ou por adoção – Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção, terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quaisquer designações discriminatórias relativas à filiação.
b) Regras
· Art. 1511 – O casamento estabelece comunhão plena de vida (não é comunhão de bens, apenas estabelece que vivem juntos em união familiar), com base na igualdade de direitos e deveres dos cônjuges (não há preponderância de um cônjuge sobre o outro, essa igualdade é assegurada pela CF de 1988).
· Art. 1513 – É defeso (proibido) a qualquer pessoa, de direito público ou privado, interferir na comunhão de vida instituída pela família.
· Se interferir, se torna devedor, é responsabilizado patrimonialmente pela inadimplência da obrigação. Exemplos: sogra, amantes (ou tentativa de amantes), etc. É mais comum entrar com uma ação no divórcio, de indenização por danos morais.
· Art. 1514 – O casamento se realiza (existe) no momento em que o homem e a mulher (existem muitos artigos que ainda falam do casamento hetero, pois o casamento homoafetivo não se deu por lei, havendo uma situação anormal) manifestam, perante o juiz, a sua vontade (ânimo, finalidade, de livre e espontânea vontade) de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz (Estado) os declara casados.
· O casamento passa a existir na data e hora do “sim”, quando o juiz declara o casamento, não quando o registro é feito. Isso é verdade para o nascimento, o casamento e o óbito.
· Art. 1.535 – Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato, ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados.". 
c) Capacidade para casar: não é permitido, em hipótese nenhuma, o casamento de menor de 16 anos, sendo não nulo, mas anulável (convalida em até seis meses).
d) Impedimentos matrimoniais: um exemplo é o casamento entre irmãos, que é nulo.
e) Causas suspensivas: exemplo em que o casal pode casar, mas dependendo das circunstâncias, é obrigatória a total separação de bens (obriga um regime de bens, com efeitos patrimoniais intensos).
f) Formalidades matrimoniais: entra no tópico dos requisitos de validade do negócio jurídico, há uma forma prescrita para a firmação do casamento.
g) Existência e validade do casamento
h) Efeitos pessoais: entra no plano da eficácia.
i) Efeitos sociais: viver um imóvel, por exemplo.
j) Efeitos patrimoniais (regime de bens)
k) Separação e divórcio
2. União estável e concubinato: existem seis artigos.
· Casamento homoafetivo: resolução administrativa do CNJ. Não existe lei. Não se chama de casamento gay devido ao cunho pejorativo do termo “gay” no Brasil.
3. Parentesco
· Tipos
· Paternidade
· Alimentação
· Poder familiar
· Tutela e curatela
· Adoção: não se estuda adoção o direito de família, está no Estatuto da Criança e Adolescente (ECA). Importante estudar.
4. Capacidade para casamento
· Art. 2, 3, 4, 5 do CC
· Art. 5, parágrafo único, I – menor que casa se emancipa. O menor emancipado continua menor, mas se torna capaz.
· Capacidade =/= maioridade
• Hipóteses:
i) Quem tem maioridade civil
ii) Quem tem idade núbil (entre 16 e 18) – Tem capacidade para casar, mas vão pedir autorização aos pais, capacidade relativa.
· Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de ambos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida à maioridade civil (é capaz, mas ainda é menor emancipada – pegadinha da lei). Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do art. 1.631.
OBS: Poder familiar – art. 1.631 – Durante o casamento e a união estável, compete o poder familiar aos pais; na falta ou impedimento de um deles, o outro o exercerá com exclusividade.
Parágrafo único. Divergindo os pais quanto ao exercício do poder familiar, é assegurado a qualquer deles recorrer ao juiz para solução do desacordo.
OBS: tem que mostrar ao juiz o interesse processual, o motivo de não conseguir o que pode, ou seja, quem tem o interesse que tem que recorrer, quem quer o casamento e precisa da decisão do juiz. É muito raro, porque demora tanto que se perde o objeto (menor atinge a maturidade). Essas normas estão fora da realidade social do país, são anacronismos, tanto pela questão legal quanto social.
· Art. 1.518. Até à celebração do casamento podem os pais, tutores ou curadores revogar a autorização.· Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.	
· Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil, observado o disposto no art. 1.517 deste Código. (Redação dada pela Lei nº 13.811, de 2019).
OBS: antes, era permitido excepcionalmente, em caso de gravidez, mas isso foi mudado. Também, não se pode coagir ninguém a casar.
OBS: se acontecer, qualquer casamento, em função da idade, é anulado. Passados seis meses de casados, o casamento se convalida, então podem existir casamentos válidos com menores de 16 anos. 
5. Impedimentos matrimoniais
a) Conceito – retoma o conceito de estado vinculado ao direito: “São as circunstâncias de fato e/ou de direito, expressamente previstas em lei, as quais determinam proibição de determinados casamentos; ou têm o condão de torna-los nulos”. Esses impedimentos, em sua essência, são valores morais transferidos em lei. Os valores morais estão muito embutidos no direito, mormente o direito de família. Uma sociedade precisa da moral para sobreviver, possibilita a convivência pacífica e harmoniosa.
· Os impedimentos precisam estar previstos em lei, não podem ser presumidos. 
· Se acontecer, o casamento é considerado nulo, ou seja, não se convalida com o tempo. 
· Quem não pode casar, não pode ter união estável. Uma relação entre pessoas impedidas de casar se chama concubinato.
b) Finalidade social: preservação de valores morais da sociedade; estabilidade social; eugenia (prevenção de filiação com problemas genéticos); punição por delitos;
c) Origem: Dir. Canônico. Regras da Igreja Católica, sistematizadas na Alta Idade Média e que restaram herdadas nos Códigos Ocidentais.
· Texto importante para ajudar a fixação: Sílvio de Salvo Venosa (in “Código Civil Interpretado”, Ed. Atlas, São Paulo, 2010, p.1368) diz que “A teoria dos impedimentos teve origem no Direito Canônico. Partia-se do princípio pelo qual qualquer pessoa tem o direito natural de casar-se. A lei canônica sempre foi muito minuciosa no campo dos impedimentos, tendo influenciado todas as legislações ocidentais. A lei civil suprimiu os impedimentos de índole religiosa, mantendo os que interessam à essência do instituto em prol da família e da estabilidade social”.
d) Hipóteses de impedimentos – causa nulidade (não convalida com o tempo)
 OBS: o parentesco jurídico acaba no quarto grau.
· Art. 1.521. Não podem casar:
· I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
OBS: eugenia; incesto no Brasil não é crime.
· II - os afins em linha reta;
OBS: afim é ≠ de a fim. Quem são os afins: na linha reta (sogro(a), genro(nora), padrasto (madrasta), enteado(a))
· III - o adotante (pai ou mãe) com quem foi cônjuge (nora ou genro) do adotado (filho ou filha) e o adotado com quem o foi do adotante;
OBS: redação confusa. Na verdade, seria a relação de sogro(a) com genro(nora) aplicada à adoção.
· IV - os irmãos, unilaterais (meio irmão) ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
OBS: Casamento Avuncular (tio com sobrinha). Ver dec. Lei 3200/41 – durante era Vargas:
Art. 1º O casamento de colaterais, legítimos ou ilegítimos do terceiro grau, é permitido nos termos do presente decreto-lei. Ver tópico (1 documento) 
Art. 2º Os colaterais do terceiro grau, que pretendam casar-se, ou seus representantes legais, se forem menores, requererão ao juiz competente para a habilitação que nomeie dois médicos de reconhecida capacidade, isentos de suspensão, para examiná-los e atestar-lhes a sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da sanidade, afirmando não haver inconveniente, sob o ponto de vista da saúde de qualquer deles e da prole, na realização do matrimônio.
Assim, se chegou à conclusão de que já que o CC não revogou expressamente, não há razão para acreditar que tenha revogado tacitamente.
· V - o adotado com o filho do adotante;
OBS: irmãos adotivos. Redação confusa.
· VI - as pessoas casadas;
OBS: princípio da monogamia. Pesada divergência doutrinária. A poligamia também acentua o problema da previdência. Quem está em união estável tem o estado civil de solteiro, ou seja, pode ser casar. Só pode se casar sendo solteiro, viúvo ou divorciado.
· VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
OBS: punição civil familiar para impedir um casamento motivado por uma situação de motivo torpe. Tem que ter uma condenação e precisa ser um crime doloso (compatível com a tentativa, se tentou é porque queria).
e) Oposição de Impedimentos
· Segundo afirma Sílvio Rodrigues, “Oposição de impedimento é o ato de pessoa legitimada, praticado antes da celebração do casamento, indicando ao oficial perante quem se processa a habilitação, ou ao juiz que celebra a solenidade, a existência de um dos fatos indicados na lei como obstativo do matrimônio”.
· Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por qualquer pessoa capaz. Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impedimento, será obrigado a declará-lo.
OBS: um menor pode apresentar impedimento, se for capaz. Qualquer pessoa capaz pode, mas o juiz e o oficial de registro são obrigados a declarar.
Causas suspensivas
a) Conceito: São as situações de fato e/ou de direito, previstas em lei, derivadas da dissolução de casamento anterior ou de relação de possível subjugação de interesses patrimoniais decorrentes da tutela ou curatela, as quais, enquanto não superadas, ensejam o dever relativo de não casar, ou caso haja o matrimônio, acarretam a obrigatoriedade de adoção do regime de separação de bens. Nesse caso, não tem direito nem a meação nem a herança, é uma punição por ter se casado quando não deveria. É ideia das causas suspensivas é a proteção patrimonial de terceiro.
OBS: Regimes de bens
i. Comunhão parcial
ii. Comunhão universal (total)
iii. Separação obrigatória
iv. Separação convencional
OBS: meação (metade dos bens destinada ao cônjuge meeiro) não é herança.
b) Hipóteses de causas suspensivas
Art. 1.523. Não devem casar:
· I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
OBS: proteção aos direitos dos filhos que podem, eventualmente, serem atingidos por confusão patrimonial, decorrente dos direitos de meação, próprios dos regimes de comunhão (parcial ou universal).
· II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
OBS: Turbatio sanguinis (possível gravidez).
Incidência dos artigos:
 Art. 2º (“A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a concepção, os direitos do nascituro”); 
Art. 1597, II (“Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento”); 
Art. 1798 (“Legitimam-se a suceder as pessoas nascidas ou já concebidas no momento da abertura da sucessão”) do Código Civil.
· III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
OBS: ver art. 1581 (“O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.”)
· IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência doprazo.
OBS: o curador só pode se casar antes de saldadas as respectivas contas apenas se for com separação de bens.
c) Oposição de causas suspensivas
 Art. 1.524 – As causas suspensivas da celebração do casamento podem ser arguidas pelos parentes em linha reta de um dos nubentes, sejam consanguíneos ou afins, e pelos colaterais em segundo grau, sejam também consanguíneos ou afins, de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Formalidades Matrimoniais 
a) Conceito: denomina-se formalidades do casamento à sequência de procedimentos exigidos pela lei para que seja observada (com segurança), a capacidade e a vontade dos nubentes para casar, bem como a existência de impedimentos matrimoniais ou causas suspensivas. Precisa-se fazer do casamento um processo prescrito em lei para que ele exista.
b) Etapas das Formalidades Matrimoniais:
· Habilitação: entende-se por habilitação matrimonial o pedido de expedição de certidão de habilitação para se casar, formulado pelo casal interessado ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes, devidamente instruído com os documentos indicados no artigo 1.525 do novo Código Civil. 
OBS: no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais (onde são registrados os nascimentos, casamentos e óbitos).
· Regras pertinentes ao processo de habilitação:
Art. 1525 – O requerimento de habilitação( " petição inicial" ) para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I - certidão de nascimento ou documento equivalente; 
II - autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que a supra; 
III - declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem não existir impedimento que os iniba de casar;
IV - declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais, se forem conhecidos;
V - certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Art. 1.526 – A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a audiência do Ministério Público. Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiro, a habilitação será submetida ao juiz. 
OBS: a expressão audiência não tem o significado processual.
Art. 1.527 – Estando em ordem a documentação, o oficial extrairá o edital, que se afixará durante quinze dias nas circunscrições do Registro Civil de ambos os nubentes, e, obrigatoriamente, se publicará na imprensa local, se houver. Parágrafo único. A autoridade competente, havendo urgência, poderá dispensar a publicação. OBS: hipóteses eventuais de dispensa.
Art. 1.528 – É dever do oficial do registro esclarecer os nubentes a respeito dos fatos que podem ocasionar a invalidade do casamento, bem como sobre os diversos regimes de bens. 
Art. 1.529 – Tanto os impedimentos quanto as causas suspensivas serão opostos em declaração escrita e assinada, instruída com as provas do fato alegado, ou com a indicação do lugar onde possam ser obtidas. 
Art. 1.530 – O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição, indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu. Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
Art. 1.531 – Cumpridas as formalidades dos arts. 1.526 e 1.527 e verificada a inexistência de fato obstativo, o oficial do registro extrairá o certificado de habilitação. 
Art. 1.532 – A eficácia da habilitação será de noventa dias, a contar da data em que foi extraído o certificado.
· Celebração do casamento: O casamento é negócio jurídico solene (previsão legal de maior complexidade e formalidade dos atos), sendo seu componente histórico mais característico a celebração. Com efeito, não há casamento sem cerimônia formal, ainda que variável quanto ao ritual seguido. Vale destacar, de outra parte, a importância dada pelo legislador civil à formalidade da celebração, sendo outorgados a ela nada menos do que 10 artigos de lei (artigos 1.533 a 1.542).
Art. 1.533 – Celebrar-se-á o casamento, no dia, hora e lugar previamente designados pela autoridade que houver de presidir o ato (juiz de direito, estadual e, eventualmente, em alguns estados, existem juízes de paz), mediante petição dos contraentes, que se mostrem habilitados com a certidão do art. 1.531.
Art. 1.534 – A solenidade realizar-se-á na sede do cartório, com toda publicidade, a portas abertas (sentido literal), presentes pelo menos duas testemunhas, parentes ou não dos contraentes, ou, querendo as partes e consentindo a autoridade celebrante, noutro edifício público ou particular (igrejas são edifícios particulares).
§ 1o Quando o casamento for em edifício particular, ficará este de portas abertas (sentido figurado, mas tem que permitir o acesso de pessoa capaz querendo falar de impedimento) durante o ato. 
§ 2o Serão quatro as testemunhas na hipótese do parágrafo anterior e se algum dos contraentes não souber ou não puder escrever.
Art. 1.535 – Presentes os contraentes, em pessoa ou por procurador especial, juntamente com as testemunhas e o oficial do registro, o presidente do ato (juiz), ouvida aos nubentes a afirmação de que pretendem casar por livre e espontânea vontade, declarará efetuado o casamento, nestes termos: "De acordo com a vontade que ambos acabais de afirmar perante mim, de vos receberdes por marido e mulher, eu, em nome da lei, vos declaro casados."
OBS: O casamento é negócio jurídico solene, já se afirmou. Tão solene que até as palavras a serem pronunciadas estão expressas na lei. Admite-se, todavia, que o celebrante use palavras e expressões similares, desde que não altere o sentido e a extensão do pronunciamento solene. Questiona-se o porquê de tal minúcia do legislador; contudo, quer-se, contudo, crer tratar-se de uma oportunidade de dimensionar o ato, valorando-o para o casal e pessoas presentes, além de consistir em uma fórmula de uniformização de procedimentos.
Art. 1.536 – Do casamento, logo depois de celebrado, lavrar-se-á o assento no livro de registro. No assento, assinado pelo presidente do ato, pelos cônjuges, as testemunhas, e o oficial do registro, serão exarados: I - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento, profissão, domicílio e residência atual dos cônjuges; II - os prenomes, sobrenomes, datas de nascimento ou de morte, domicílio e residência atual dos pais; III - o prenome e sobrenome do cônjuge precedente e a data da dissolução do casamento anterior; IV - a data da publicação dos proclamas e da celebração do casamento; V - a relação dos documentos apresentados ao oficial do registro; VI - o prenome, sobrenome, profissão, domicílio e residência atual das testemunhas; VII - o regime do casamento, com a declaração da data e do cartório em cujas notas foi lavrada a escritura antenupcial, quando o regime não for o da comunhão parcial, ou o obrigatoriamente estabelecido.
Art. 1.537 – O instrumento da autorização para casar transcrever-se-á integralmente na escritura antenupcial.
Art. 1.538 – A celebração do casamento será imediatamente suspensa se algum dos contraentes: I - recusar a solene afirmação da sua vontade; II - declarar que esta não é livre e espontânea; III - manifestar-se arrependido (antes do juiz declarar o casamento).
Parágrafo único. O nubente que, por algum dos fatos mencionados neste artigo, der causa à suspensão do ato, não será admitido a retratar-se no mesmo dia. 
OBS: Dizer não é um direito da pessoa, um exercício regular de direito e, portanto, um ato lícito, não gera indenização por si só. O silêncio conta como um não.
Art. 187 – Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.Tipos especiais de casamento (forma diferente da ordinária – habilitação, celebração e registro)
a) Conceito: São casamentos “diferenciados” no que diz respeito ou ao rito, ou à presença pessoal dos nubentes, ou ainda, à condição especial de um ou de ambos os nubentes.
b) Espécies:
· Casamento por procuração
· A celebração do casamento é uma das etapas das formalidades matrimoniais e exige, ordinariamente, a presença pessoal dos dois nubentes. Todavia, a lei prevê exceção, dando permissão para que o matrimônio se realize através de procurador, regularmente constituído. 
Art. 1.542 – O casamento pode celebrar-se mediante procuração, por instrumento público, com poderes especiais. § 1o A revogação do mandato não necessita chegar ao conhecimento do mandatário; mas, celebrado o casamento sem que o mandatário ou o outro contraente tivessem ciência da revogação, responderá o mandante por perdas e danos. § 2o O nubente que não estiver em iminente risco de vida poderá fazer-se representar no casamento nuncupativo. § 3o A eficácia do mandato não ultrapassará noventa dias. § 4o Só por instrumento público se poderá revogar o mandato.
· Existe a procuração convencional e a legal. É uma obrigação de fazer.
· O mandante ou representado é outorgante. O mandatário é o procurador, representante do mandante. O procurador comparecerá à cerimônia e, em nome e no interesse do nubente/outorgante, declarará a vontade deste.
· Finalizando, cumpre dizer que o casamento por procuração não exige justificativa para ser realizado, não sendo necessária sequer a impossibilidade real da ausência de um dos nubentes.
· Perguntas clássicas:
i. Pode o procurador negar o consentimento em nome do cumprimento do mandato que lhe foi outorgado? 
 José Lamartine Corrêa de Oliveira e Francisco José Ferreira Muniz respondem afirmativamente, justificando da seguinte forma: “o procurador, que toma conhecimento de relevante circunstância (por exemplo, uma causa de invalidade do casamento; doença física ou psíquica do nubente; ou que a noiva não se encontra grávida) ignorada pelo representado, pode recusar a celebração do matrimônio, sempre que seja de esperar que o mandante, se tivesse conhecimento da realidade, muito provavelmente não se casaria”.
ii. É possível que ambos os nubentes se façam representar por mandatários na celebração?
 A resposta, de igual forma, é afirmativa, não havendo vedação legal, podem os nubentes se fazerem representar na solenidade de celebração. Entretanto, a fim de evitar conflitos de interesses, devem ser representados por procuradores distintos. 
· Casamento nuncupativo
· Ocorrerá casamento nuncupativo, quando um ou ambos os nubentes encontrarem-se em iminente (imediato) risco de vida. O casamento nuncupativo é também chamado casamento in extremis ou in articulo mortis. Baseia-se na necessidade social de outorgar a condição de casados a pessoas, cuja vida esteja em risco.
Art. 1.540 – Quando algum dos contraentes estiver em iminente risco de vida, não obtendo a presença da autoridade à qual incumba presidir o ato, nem a de seu substituto, poderá o casamento ser celebrado na presença de seis testemunhas, que com os nubentes não tenham parentesco em linha reta, ou, na colateral, até segundo grau.
Art. 1.541 – Realizado o casamento, devem as testemunhas comparecer perante a autoridade judicial mais próxima (=/= competente), dentro em dez dias, pedindo (petição inicial, ação declaratória de casamento nuncupativo, é um processo que se inicia, que será marcada a audiência, as partes serão citadas para comparecer e serem ouvidas) que lhes tome por termo a declaração de: I - que foram convocadas por parte do enfermo; II - que este parecia em perigo de vida, mas em seu juízo; III - que, em sua presença, declararam os contraentes, livre e espontaneamente, receber-se por marido e mulher. § 1o Autuado o pedido e tomadas as declarações, o juiz procederá às diligências necessárias para verificar se os contraentes podiam ter-se habilitado, na forma ordinária, ouvidos os interessados que o requererem, dentro em quinze dias. § 2o Verificada a idoneidade dos cônjuges para o casamento, assim o decidirá a autoridade competente, com recurso voluntário às partes. § 3o Se da decisão não se tiver recorrido, ou se ela passar em julgado, apesar dos recursos interpostos, o juiz mandará registrá-la no livro do Registro dos Casamentos. § 4o O assento assim lavrado retrotrairá os efeitos do casamento, quanto ao estado dos cônjuges, à data da celebração. § 5o Serão dispensadas as formalidades deste e do artigo antecedente, se o enfermo convalescer e puder ratificar o casamento na presença da autoridade competente e do oficial do registro.
OBS: “fenece por falta de escopo” significa “morte sem fundamento”.
· Casamento perante autoridade diplomática
· Estando o casal brasileiro ausente do país e desejando casar-se, poderá requerer à autoridade diplomática brasileira no estrangeiro que celebre o matrimônio. De igual forma, o (a) cidadão (ã) brasileiro (a) que quiser casar-se com estrangeiro (a) poderá recorrer a esta forma especial de matrimônio. Uma das responsabilidades funcionais é fazer registros civis.
· O casamento pode realizar-se de duas formas, perante as autoridades consulares brasileiras ou perante as autoridades estrangeiras (haverá um processo de validação a ser feito no Brasil). 
· Quando o consulado brasileiro se recusa, pode ser enviada uma escritura de procuração para que o casamento seja realizado no Brasil.
· Vale frisar que os casamentos de brasileiros realizados no estrangeiro perante autoridade consular, deverão ser registrados em 180 dias, no cartório do domicílio dos nubentes, ou no 1.º Ofício da capital do estado em que vierem a residir.
Art. 1544 do C.C. – “O casamento de brasileiro celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autoridades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1º Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir”.
Art. 18 da LINDB – “Tratando-se de brasileiros, são competentes as autoridades consulares brasileiras para lhes celebrar o casamento e os mais atos de Registro Civil e de tabelionato, inclusive o registro de nascimento e de óbito dos filhos de brasileiro ou brasileira nascidos no país sede do Consulado”.
Art. 32 da LRP – Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certidões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do regulamento consular.
· Casamento religioso com efeitos civis
· Tradição religiosa do povo brasileiro, marcantemente católico, e ainda, do fato de a religião católica ter sido religião oficial até o advento da República, mais precisamente até a Constituição Federal de 1891, é que se herdou hábito de realização de dois atos que estabelecem o matrimônio. Um civil, casamento em si, reconhecido pelo Estado, e outro, religioso, muitas vezes de importância social tão grande quanto o primeiro.
· São duas as hipóteses de casamento religioso com efeitos civis, conforme a habilitação civil seja prévia ou posterior. Assim pode-se ter: 1 - habilitação civil; 2 – celebração religiosa e 3 – registro; ou ainda, 1 – celebração religiosa; 2 – habilitação civil e 3 – registro.
· Não é todo casamento religioso que poderá ser registrado civilmente.
Art. 1.515 – O casamento religioso, que atender às exigências da lei para a validade do casamento civil, equipara-se a este, desde que registrado no registro próprio, produzindo efeitos a partir da data de sua celebração.
Art. 1.516 – O registro do casamento religioso submete-se aos mesmos requisitos exigidos para o casamento civil. § 1o O registro civil do casamento religioso deverá ser promovido dentro de noventa dias de sua realização, mediante comunicação do celebrante ao ofício competente, ou por iniciativa de qualquer interessado, desde que hajasido homologada previamente a habilitação regulada neste Código. Após o referido prazo, o registro dependerá de nova habilitação. § 2o O casamento religioso, celebrado sem as formalidades exigidas neste Código, terá efeitos civis se, a requerimento do casal, for registrado, a qualquer tempo, no registro civil, mediante prévia habilitação perante a autoridade competente e observado o prazo do art. 1.532. § 3o Será nulo o registro civil do casamento religioso se, antes dele, qualquer dos consorciados houver contraído com outrem casamento civil.
OBS: a habilitação para o casamento é essencial para evitar essa “fraude”, seguir os procedimentos e as formalidades exigidas.
Prova do casamento 
· Prova é um resgate de um fato passado controverso, tendo que resgatar o que aconteceu no passado com o intuito de esclarecer versões contraditórias.
· Provas: imagens; fotos; testemunhas
· O casamento, sendo negócio jurídico solene, possui prova diferenciada de outros negócios jurídicos ordinários.
·  Regras incidentes: 
· Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro que fica no cartório de direito civil de pessoa natural. 
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie de prova.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse( característica de ser ou não um direito, propriedade é um direito enquanto posse é um fato) do estado de casadas, não possam manifestar vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento impugnado.
· Quando eu tiver só a posse mesmo que eu tenha comprado uma casa, por exemplo, mas não tenha um documento que comprove a propriedade , dessa forma o registro fornecesse a segurança jurídica que protege a proproedade perante a sociedade toda ( proteção "erga omnes").
· Essa posse é provada dentro do direito de família através : da utilização do sobrenome ; se ele tinha a fama ; tratamento. 
 
Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o registro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casado.
Inexistência do casamento 
· Para a lei civil brasileira o negócio jurídico será nulo ou anulável, não se admitindo a categoria da inexistência.
· Se o objeto ilícito é nulo , se objeto for determinável ele é anulável 
· Se a pessoa for menor de 16 anos o casamento é nulo 
· Doutrinariamente, de outro lado, se reconhece e se justifica a noção de inexistência. 
· No estudo do dir. matrimonial surgiu a noção de inexistência. Mais precisamente na obra de um jurista alemão que tinha em vista o Direito francês – Zacharie von Lingenthal – em que aparece a distinção entre elementos necessários à existência do casamento.
· princípio pas de nullité sans texte legal( não há nulidade se não houve previsão legal) em matière de mariage ( só vai ser nulo em matéria de casamento se houver uma previsão anterior).
Requisitos de existência 
· Eram considerados requisitos ou pressupostos de existência do matrimônio:
a) diversidade de sexos; (revogado em 2013)
b) celebração perante autoridade; 
c) declaração de vontade.
 
· Obs.: A partir da Resolução 175 do CNJ, tem-se outra realidade.
Art. 1º É vedada às autoridades competentes a recusa de habilitação, celebração de casamento civil ou de conversão de união estável em casamento entre pessoas de mesmo sexo. 
Art. 2º A recusa prevista no artigo 1º implicará a imediata comunicação ao respectivo juiz corregedor para as providências cabíveis. Art. 3º Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação.
 
· No Brasil não existe lei que regule casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas houve um processo onde teve vários questionamentos quanto a forma, havendo vários projetos de lei, emendas constitucionais para regulamentarizar esse casamento. Dessa se não conseguiu estabelecer pela lei se tenta através do STF por sumula vinculante alegando que a falta de regulamentarização vai contra o art. da CF que retrata a dignidade da pessoa humana.
· Só o Brasil tem um CNJ , Emenda Constitucional 45 
· Na exposição de motivos da EC 45/2004 , constou a necessidade de fiscalização do Judiciário e de maior transparência. Enquanto o Executivo era fiscalizado pelo Legislativo, este pelo povo e ambos pelo Poder Judiciário, este último não se submetia a qualquer modalidade de controle externo.
· Para cumprir essa missão, outra inovação da EC 45/2004 foi a criação do CNJ, órgão responsável pelo controle da atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres funcionais dos juízes.
 
· O Conselho zela pela autonomia do Judiciário e pelo cumprimento do Estatuto da Magistratura, podendo expedir atos regulamentares, no âmbito de sua competência, ou recomendar providência, sendo ainda responsável pela elaboração de políticas estratégicas e pelo exame de questões disciplinares de magistrados. Formado não apenas por juízes, mas também por representantes da sociedade, da advocacia e do Ministério Público, o Conselho é um órgão plural.
 
· O CNJ atua em diversas áreas de interesse da sociedade, como o aprimoramento da aplicação da Lei Maria da Penha (Lei 11.340/2006), o estimulo à não judicialização, o incentivo à conciliação e à mediação, a promoção de políticas públicas referentes ao sistema carcerário, a elaboração anual de panorama do Poder Judiciário e a atuação em programas para melhoria da eficiência da Justiça. Também estimula a adoção dos processos eletrônicos. Muitas dessas inovações têm como objetivo garantir a razoável duração de processos judiciais e administrativos, outra demanda instituída pela EC 45.
 
· Uma coisa que tem efeitos constitutivos é diferente de uma coisa ter efeitos declaratórios.
· Maria Helena Diniz mostra algumas hipóteses de inexistência por ausência de consentimento:
· se um dos nubentes conservar-se indiferente à indagação do juiz; 
· se a celebração se efetiva apesar de ter havido declaração negativa de um dos noivos; 
· se um dos nubentes se encontra em estado de demência que o priva de toda razão, desde que não esteja interditado, caso em que se tem casamento nulo, por incapacidade absoluta; 
· se a embriaguez de um dos consortes lhe tira totalmente a consciência, não mais sabendo o que diz; 
· se um dos noivos estiver sob hipnose, dado que não é consciente a resposta afirmativa ao juiz, pois diz o que o hipnotizador manda dizer.
Nulidade matrimonial 
·  O casamento é nulo de acordo com o art. 1.548 do CC .
Do Casamento
Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I - pelo enfermo mental sem o necessário discernimento para os atos da vida civil; (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
(Revogado)
I - (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
II - por infringência de impedimento.
· Art. 1.521 do CC 
Art. 1.521. Não podem casar:
I - os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;
II - os afins em linha reta;
III - o adotante com quem foi cônjuge do adotado e o adotado com quem o foi do adotante;
IV - os irmãos, unilaterais ou bilaterais, e demais colaterais, até o terceiro grau inclusive;
V - o adotado com o filho do adotante;
VI - as pessoas casadas;
VII - o cônjuge sobrevivente com o condenado por homicídio ou tentativa de homicídio contra o seu consorte.
· A nulidade não alteram efeitos por si só sendo declarada por meio judicial, sendo ser proferida por uma sentença declaratória de nulidade 
· A ação ( declaratória de nulidade ) poderá ser intentada , nos ternos do art. 1.59 do CC .
· Efeitos da sentença , a sentença que declarará nulidade do casamento retroagirá á data da sua celebração , sem prejudicar a aquisiçãode direitos a titulo oneroso , por terceiros de boa fé.
 
Anulabilidade do casamento 
· Ate 1977 no brasil não havia divorcio , havia uma coisa chamada desquite 
· Desquite : era uma condução que acabava com a relação do casal mas ambos não poderiam casar-se de novo.
· Art. 1.550 do CC
Do Casamento
Art. 1.550. É anulável o casamento: (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
· Note-se a preponderância de normas que incidem sobre a disposição de vontade; especificadamente, pode-se apontar que os incisos I a IV são decorrentes da capacidade específica para o casamento ou de capacidade presumida.
· - Orlando Gomes, em nosso entendimento é quem melhor sistematiza as causas de anulação do casamento. Para ele:
· São causas de anulação do casamento: 
a) o defeito de idade; 
b) os vícios do consentimento; 
c) a omissão de forma habilitante”.
 
· Anulação por defeito de idade - Hipóteses de anulação de casamento por defeito de idade: 
· 1 - A primeira delas diz respeito à capacidade específica para contrair matrimônio. - Qualquer um dos nubentes não ter 16 anos completos, conforme determina o inciso I, do artigo 1.550 do novo Código Civil. 
· 2 - A segunda hipótese é a de menores, que embora possuam entre 16 e 18 anos, não tenham sido autorizados por seus representantes legais, de acordo com o inciso II do artigo 1.550, do Código Civil.
Obs.: Possui cunho protetivo, tanto a existência da chamada idade núbil, quanto a necessidade de autorização dos representantes legais para a contração do matrimônio. 
Outras regras incidentes:
- artigo 1551 do Código Civil: “Não se anulará, por motivo de idade, o casamento de que resultou gravidez”.
- artigo 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz, ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários. 
§ 1o O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no primeiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz. 
§ 2o Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
 
Anulação por vício de consentimento
- Os vícios de consentimento são considerados causas de anulação de negócio jurídico, previstos no artigo 171, II do CC:
Artigo 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico:
I – .....................; 
II – por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores.
Para efeitos matrimoniais, prevalecem, somente o erro e a coação, previstos nos arts. 1.556 a 1.558, do CC.
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
Art. 1.556. O casamento pode ser anulado por vício da vontade, se houve por parte de um dos nubentes, ao consentir, erro essencial quanto à pessoa do outro.
 
Art. 138. São anuláveis os negócios jurídicos, quando as declarações de vontade emanarem de erro substancial que poderia ser percebido por pessoa de diligência normal, em face das circunstâncias do negócio.
 
 
· Da anulação do casamento por erro
 
Art. 1557. Considera-se erro essencial sobre a pessoa do outro cônjuge: 
I - o que diz respeito à sua identidade, sua honra e boa fama, sendo esse erro tal que o seu conhecimento ulterior torne insuportável a vida em comum ao cônjuge enganado; 
II - a ignorância de crime, anterior ao casamento, que, por sua natureza, torne insuportável a vida conjugal;
III - a ignorância, anterior ao casamento, de defeito físico irremediável que não caracterize deficiência ou de moléstia grave e transmissível, por contágio ou por herança, capaz de pôr em risco a saúde do outro cônjuge ou de sua descendência;           (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015)   (Vigência) 
IV - (Revogado).  (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015) 
 
· Erro, como se percebe das construções legislativas, pode ser definido como a ignorância de fatos ou de condição específica sobre a pessoa do outro cônjuge, ignorância essa anterior à realização do matrimônio.
· Em outras palavras, trata-se do casamento levado a efeito com a ocultação (por parte de um dos cônjuges), de situação ou acontecimento que, se houvesse sido conhecido pelo outro cônjuge, poderia levar à desistência do matrimônio.
· Da anulação do casamento por coação 
· É passível de anulação o casamento que venha a se realizar quando um dos cônjuges está sob coação física ou moral.
· Trata a coação, de vício do consentimento, valendo a pena transcrever o artigo 151 do CC, que condensa as características do instituto: 
Artigo 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à sua pessoa, à sua família ou aos seus bens.
· No casamento incide o art. 1558: 
Artigo. 1558. É anulável o casamento em virtude de coação, quando o consentimento de um ou de ambos os cônjuges houver sido captado mediante fundado temor de mal considerável e iminente para a vida, a saúde e a honra, sua ou de seus familiares.
· Art. 1535 do CC 
Art. 1.539. No caso de moléstia grave de um dos nubentes, o presidente do ato irá celebrá-lo onde se encontrar o impedido, sendo urgente, ainda que à noite, perante duas testemunhas que saibam ler e escrever.
§ 1o A falta ou impedimento da autoridade competente para presidir o casamento suprir-se-á por qualquer dos seus substitutos legais, e a do oficial do Registro Civil por outro ad hoc, nomeado pelo presidente do ato.
§ 2o O termo avulso, lavrado pelo oficial ad hoc, será registrado no respectivo registro dentro em cinco dias, perante duas testemunhas, ficando arquivado.
· Art. 1550 do CC 
Art. 1.550. É anulável o casamento: (Vide Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
I - de quem não completou a idade mínima para casar;
II - do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante legal;
III - por vício da vontade, nos termos dos arts. 1.556 a 1.558;
IV - do incapaz de consentir ou manifestar, de modo inequívoco, o consentimento;
V - realizado pelo mandatário, sem que ele ou o outro contraente soubesse da revogação do mandato, e não sobrevindo coabitação entre os cônjuges;
VI - por incompetência da autoridade celebrante.
§ 1o. Equipara-se à revogação a invalidade do mandato judicialmente decretada.
§ 2o A pessoa com deficiência mental ou intelectual em idade núbia poderá contrair matrimônio, expressando sua vontade diretamente ou por meio de seu responsável ou curador. (Incluído pela Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência)
 
· Art. 1560 do CC 
Art. 1.560. O prazo para ser intentada a ação de anulação do casamento, a contar da data da celebração, é de:
I - cento e oitenta dias, no caso do inciso IV do art. 1.550;
II - dois anos, se incompetente a autoridade celebrante;
III - três anos, nos casos dos incisos I a IV do art. 1.557;
IV - quatro anos, se houver coação.
§ 1o Extingue-se, em cento e oitenta dias, o direito de anular o casamento dos menores de dezesseis anos, contado o prazo para o menor do dia em que perfez essa idade; e da datado casamento, para seus representantes legais ou ascendentes.
§ 2o Na hipótese do inciso V do art. 1.550, o prazo para anulação do casamento é de cento e oitenta dias, a partir da data em que o mandante tiver conhecimento da celebração.
SEGUNDA UNIDADE
EFEITOS PATRIMONIAIS DO MATRIMÔNIO
· O principal efeito patrimonial do casamento é a fixação do regime de bens.
· Regime de bens é um estatuto patrimonial dos cônjuges – ou dos companheiros, na união estável (Orlando Gomes).
· Não há casamento ou união estável sem regime de bens.
· Regime de bens é essencial para fazer divórcios e inventários.
· Tipos de regime
· Comunhão parcial – regime base, desde 1977. Único regime que não precisa de Pacto Antenupcial.
· Comunhão universal – era o regime base, até 1977. Fundamental para fazer inventários. Chamada de comunhão total. Exige a existência de um Pacto Antenupcial. Cônjuge meeiro. 
· Participação final dos aquestos – bens adquiridos onerosamente. É o regime menos usado, ele exige a existência de um Pacto Antenupcial.
· Separação – é sempre total. Exige Pacto Antenupcial.
· Cônjuge meeiro e cônjuge sem meação. Meação é a metade dos bens comuns. Na comunhão parcial, na comunhão universal e, eventualmente, na participação final dos aquestos.
· Regras gerais
· Liberdade de escolha – pode escolher qual o regime, mas ter um regime é obrigatório. No entanto, essa regra não é absoluta. Pessoas que se casam com causas suspensivas ou mais de 70 anos ou com suprimento judicial (menores que querem casar), tem a obrigatoriedade da separação. Vários autores acreditam que seja inconstitucional, mas até hoje não houve casos de contestação. 
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I - das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos; (Redação dada pela Lei nº 12.344, de 2010)
III - de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
· Início da vigência – casamento, nascimento e óbito têm suas datas passíveis ao registro no Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais. A data envolve o horário.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 1o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
· Alteração do regime de bens – o mais comum é sair da comunhão parcial ou universal e migrar para a separação, embora o legislador intencionava a mudança da separação para a comunhão, diante do art. 1523 do CC. Isso acontece por razões societárias, empresariais, processos, etc. Vai ao Tabelionato de Notas fazer a escritura pública de pacto antenupcial. Depois, vai ao cartório de registro de imóveis para registrar a escritura.
Art. 1.639. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus bens, o que lhes aprouver.
§ 2o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de terceiros.
Art. 1.523. Não devem casar:
I - o viúvo ou a viúva que tiver filho do cônjuge falecido, enquanto não fizer inventário dos bens do casal e der partilha aos herdeiros;
II - a viúva, ou a mulher cujo casamento se desfez por ser nulo ou ter sido anulado, até dez meses depois do começo da viuvez, ou da dissolução da sociedade conjugal;
III - o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV - o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos, com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo, respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na fluência do prazo.
Art. 734 do CPC. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais, poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros.
§ 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorrido o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital.
§ 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.
§ 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos cartórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
COMUNHÃO PARCIAL
· Bens que não entram na comunhão (art. 1659).
· Bens comuns, entram na comunhão, objeto de divisão da meação (exemplo: divórcio ou inventário). Art. 1660.
· Bens adquiridos onerosamente na constância do casamento, mesmo que só por um dos cônjuges. Em união estável, certas situações ficam mais difíceis, pois não há registro, então não há certeza sobre a data em que começa.
· Bens adquiridos por fato eventual.
· Doação e herança, desde que seja em favor de ambos os cônjuges.
· Dividem os acessórios. Exceção à regra.
COMUNHÃO UNIVERSAL
· Essencial para inventários.
· Art. 1667.
· Comunhão parcial ampliada.
· Existem exceções, bens particulares.
Art. 1.668. São excluídos da comunhão:
I - os bens doados ou herdados com a cláusula de incomunicabilidade e os sub-rogados em seu lugar;
II - os bens gravados de fideicomisso (testamento) e o direito do herdeiro fideicomissário, antes de realizada a condição suspensiva;
III - as dívidas anteriores ao casamento, salvo se provierem de despesas com seus aprestos (preparativos), ou reverterem em proveito comum;
IV - as doações antenupciais feitas por um dos cônjuges ao outro com a cláusula de incomunicabilidade;
V - Os bens referidos nos incisos V a VII do art. 1.659.
· Não existe no Brasil um regime de comunhão absoluta.
PARTICIPAÇÃO FINAL NOS AQUESTOS
· Aquestos são bens adquiridos onerosamente na constância do casamento.
· Cada cônjuge possui patrimônio próprio. 
AULA 02	
SEPARAÇÃO E DIVÓRCIO
· Histórico
· Até 1977, no Brasil, não havia divórcio. Antes, havia desquite (não tinha o direito de se separar, então desquitava, separavam os bens, moravam separados, não eram mais casados, mas o desquite não permitia novo casamento). A pessoa virava uma espécie de pária da sociedade. Morar junto sem ser casado, antes, era o conceito de concubinato (que depois evoluiu para a união estável).
· Regras de desistímulo (pela Igreja) em 1977:
· Separação x divórcio (só pode se divorciar quem se separa primeiro).
· Só pode se separar uma vez.
· Juiz era obrigado a tentar reconciliar o casal.
· A Constituição de 88 reduz os prazos, mas mantem esse sistema.
· O CC de 2002 ampliou as hipóteses de separação
· Lei 11.441 em 2007 alterou o CPC de 1973, acrescentando uma nova possibilidade: a separação e o divórcio extrajudicial (administrativo). Pode fazer por escritura pública no Tabelionato de Notas.
· Em 2010, a EC 66 estabelece que o casamento civil pode ser dissolvido pelo divórcio. Surgiram duas interpretações:
1. Foi revogada a separação.
2. Não foi revogada a separação
· O Tribunal de Justiça disse que não havia mais separação.
· O Conselho da Justiça Federal (não é o Conselho Nacional de Justiça) não entendeu nessa forma. Não extinguiu o instituto da separação judicial e extrajudicial. Não háprazo mínimo de casamento para a separação consensual. Manteve-se o divórcio como passo adiante da separação.
· Prevaleceu a interpretação de que a separação não foi revogada no NCPC. A separação é uma faculdade. Separado não pode casar de novo (posição do desquite). A separação tem caído em desuso.
· Separação x divórcio
· Separação não extingue o casamento, não dissolvi o vínculo, pois o separado não pode casar de novo. Separação acaba com a sociedade conjugal. A separação era conjugada em prazos para a conversão em divórcios. Alguns prazos subsistem, mas de maneira mitigada. Há a separação de bens. Com uma petição simples ao juiz, voltam ao estado de casados, não precisam casar de novo.
Art. 1.571. A sociedade conjugal termina:
I - pela morte de um dos cônjuges;
II - pela nulidade ou anulação do casamento;
III - pela separação judicial (e extrajudicial);
IV - pelo divórcio.
§ 1o O casamento válido só se dissolve pela morte de um dos cônjuges ou pelo divórcio, aplicando-se a presunção estabelecida neste Código quanto ao ausente.
§ 2o Dissolvido o casamento pelo divórcio direto ou por conversão, o cônjuge poderá manter o nome de casado; salvo, no segundo caso, dispondo em contrário a sentença de separação judicial.
· O casamento se dissolve pela anulação, nulidade, divórcio e morte. O casamento válido se dissolve apenas pela morte ou divórcio.
· O direito ao divórcio é um direito potestativo (precisa da vontade da pessoa e é um direito ao qual ninguém pode se opor). Não existe o “não te dou o divórcio”, mas há a briga pelos bens comuns, custódias, pensões alimentícias, etc.
· União estável não tem separação e divórcio, pois solteiro não tem registro civil de casado. Aplica a dissolução da união estável.
· Tipos de separação
· Separação litigiosa (por culpa) – ilícito civil. Contrário ao direito, pode causar dano a alguém, por isso, é garantida a noção da reparação do dano. Descumprimento de um dever conjugal. Geralmente é o dever de fidelidade recíproca. Esse ilícito civil foi causa de outra grande divergência entre doutrinadores. 1 – Não se pode discutir culpa pelo fim do casamento. 2 – Pode-se discutir culpa, mas não pelo fim do casamento e sim pelo descumprimento. Muitas vezes, culmina na reparação de danos.
OBS: responsabilidade civil. 1 – Deve haver uma ação ou omissão, um ato ilícito, contrário ao direito. 2 – Deve haver um dano (material ou moral). 3 – Deve haver nexo de causalidade (aconteceu o dano por conta do ato ilícito).
· Separação por ruptura: nuca foi aplicada e nem será. Requisitos de ruptura da vida comum há mais de um ano (SEPARAÇÃO DE FATO, diferente de separação de corpos) e impossibilidade de sua restituição (juiz julga a impossibilidade).
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
§ 1o A separação judicial pode também ser pedida se um dos cônjuges provar ruptura da vida em comum há mais de um ano e a impossibilidade de sua reconstituição.
Art. 1.573. Podem caracterizar a impossibilidade da comunhão de vida a ocorrência de algum dos seguintes motivos:
I - adultério;
II - tentativa de morte;
III - sevícia ou injúria grave;
IV - abandono voluntário do lar conjugal, durante um ano contínuo;
V - condenação por crime infamante;
VI - conduta desonrosa.
Parágrafo único. O juiz poderá considerar outros fatos que tornem evidente a impossibilidade da vida em comum.
OBS: separação de corpos presume uma decisão de um juiz para a preservação dos direitos de um dos membros do casal. É uma forma do direito civil de garantir a integridade física de uma pessoa em casamento ou união estável, como uma medida protetiva.
· Separação por doença mental grave – requisitos de doença mental grave, manifestada após os casamento, com impossibilidade da continuidade da vida comum, após dois anos e reconhecimento de cura impossível. Não é mais aplicada, caiu em desuso e perdeu a eficácia. Pode divorciar sem dizer motivo, então também pode separar sem dar motivo (quem pode mais, pode menos).
Art. 1.572. Qualquer dos cônjuges poderá propor a ação de separação judicial, imputando ao outro qualquer ato que importe grave violação dos deveres do casamento e torne insuportável a vida em comum.
§ 2o O cônjuge pode ainda pedir a separação judicial quando o outro estiver acometido de doença mental grave, manifestada após o casamento, que torne impossível a continuação da vida em comum, desde que, após uma duração de dois anos, a enfermidade tenha sido reconhecida de cura improvável.
§ 3o No caso do parágrafo 2o, reverterão ao cônjuge enfermo, que não houver pedido a separação judicial, os remanescentes dos bens que levou para o casamento, e se o regime dos bens adotado o permitir, a meação dos adquiridos na constância da sociedade conjugal.
· Separação consensual (permanece, mas com efeitos e prazos mitigados): não há mais prazo de um ano de casados. Não precisa de petição pessoal ao juiz. O juiz pode recusar a homologação do divórcio ou separação consensual, em situações que envolvam a dúvida relativa a interesses de filhos (geralmente menores) ou um dos cônjuges (quando um dos cônjuges fica com muito menos bens do que deveria). Para evitar abuso da autonomia da vontade.
· Separação extrajudicial (desde 2007): precisa de advogado.
Art. 733 do NCPC. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável, não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 731 .
§ 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
· Tipos de divórcio
· Divórcio por conversão: converte de separação judicial ou extrajudicial para divórcio.
· Divórcio direto (mais comum): não precisou fazer separação antes.
· Divórcio extrajudicial (ou consensual): inexistência de filhos menores ou incapazes, presença de advogado, existência de escritura e falta de litígio.
· Aspectos relativos ao processo de separação e divórcio
· Pode ser concedida a separação e o divórcio sem prévia partilha de bens.
· A separação judicial põe termo (põe fim) aos deveres de fidelidade e coabitação recíproca e o regime de bens. O regime de bens começa com o casamento e acaba quando se ajuíza a separação (quando acaba a sociedade conjugal). A exceção: o STJ decidiu que não integram para o patrimônio de partilha bens adquiridos após prolongada separação de fato (conceito aberto, não se sabe quanto tempo).
· Obrigatoriedade de mudar o sobrenome com declaração de culpa (por descumprimento de dever conjugal) e requisição expressa ao juiz. No entanto, não pode obrigar em casos de evidente prejuízo de identificação, se ficar muito diferente do nome dos filhos e se dano grave. Caso contrário, é facultativo.
· Proteção da pessoa dos filhos
· H
Art. 1.583. A guarda será unilateral ou compartilhada. (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 1o Compreende-se por guarda unilateral a atribuída a um só dos genitores ou a alguém que o substitua (art. 1.584, § 5o) e, por guarda compartilhada a responsabilização conjunta e o exercício de direitos e deveres do pai e da mãe que não vivam sob o mesmo teto, concernentes ao poder familiar dos filhos comuns. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 2o A guarda unilateral será atribuída ao genitor que revele melhores condições para exercê-la e, objetivamente, mais aptidão para propiciar aos filhos os seguintes fatores: (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 2o Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equilibrada (EQUILIBRADA NÃO É IGUAL) com a mãe e com o pai, sempretendo em vista as condições fáticas e os interesses dos filhos: (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
I – afeto nas relações com o genitor e com o grupo familiar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
II – saúde e segurança; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
III – educação. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 3o A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que melhor atender aos interesses dos filhos. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
Art. 1.584. A guarda, unilateral ou compartilhada, poderá ser: (Redação dada pela Lei nº 11.698, de 2008).
I – requerida, por consenso, pelo pai e pela mãe, ou por qualquer deles, em ação autônoma de separação, de divórcio, de dissolução de união estável ou em medida cautelar; (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
II – decretada pelo juiz, em atenção a necessidades específicas do filho, ou em razão da distribuição de tempo necessário ao convívio deste com o pai e com a mãe. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 1o Na audiência de conciliação, o juiz informará ao pai e à mãe o significado da guarda compartilhada, a sua importância, a similitude de deveres e direitos atribuídos aos genitores e as sanções pelo descumprimento de suas cláusulas. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, será aplicada, sempre que possível, a guarda compartilhada. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 2o Quando não houver acordo entre a mãe e o pai quanto à guarda do filho, encontrando-se ambos os genitores aptos a exercer o poder familiar, será aplicada a guarda compartilhada, salvo se um dos genitores declarar ao magistrado que não deseja a guarda do menor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 3o Para estabelecer as atribuições do pai e da mãe e os períodos de convivência sob guarda compartilhada, o juiz, de ofício ou a requerimento do Ministério Público, poderá basear-se em orientação técnico-profissional ou de equipe interdisciplinar, que deverá visar à divisão equilibrada do tempo com o pai e com a mãe. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda, unilateral ou compartilhada, poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor, inclusive quanto ao número de horas de convivência com o filho. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 4o A alteração não autorizada ou o descumprimento imotivado de cláusula de guarda unilateral ou compartilhada poderá implicar a redução de prerrogativas atribuídas ao seu detentor. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda à pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Incluído pela Lei nº 11.698, de 2008).
§ 5o Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer sob a guarda do pai ou da mãe, deferirá a guarda a pessoa que revele compatibilidade com a natureza da medida, considerados, de preferência, o grau de parentesco e as relações de afinidade e afetividade. (Redação dada pela Lei nº 13.058, de 2014)
§ 6o Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (quinhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação. (Incluído pela Lei nº 13.058, de 2014)
· Se um dos pais não quiser, o juiz pode aplicar somente ao outro. Se nenhum dos dois quiser, o juiz obrigará. 
· Guarda compartilhada é um mecanismo para evitar a alienação parental.
· Se o juiz verificar que o filho não deve permanecer na guarda de um dos pais, pode nomear um terceiro (de preferencia uma pessoa com um parentesco próximo), mas qualquer instituição pública ou privada é obrigada a dar informações sobre os filhos para os pais (mesmo filhos maiores de idade), sob pena de multa para o estabelecimento, pena por dia.
· Guarda alternada: alternância da moradia do menor. Tem exclusividade durante um determinado período. Um tipo de guarda compartilhada.
· A vontade da criança vale e entra na parte do interesse da criança, do menor. 
· Quando um dos pais morre, não se fala de guarda. O outro tem exclusividade plena.
UNIÃO ESTÁVEL E CONCUBINATO 
· Relevância do assunto
· Cerca de um terço dos casais brasileiros não são casados formalmente. O casamento é mais formal. Há registro no cartório de registro civil de pessoas naturais. (Registro – público – oponibilidade erga omnes – contra terceiros).
· Escritura não é registro. Escritura produz efeitos inter partes.
· Relação com o IDH. Quanto mais baixo o IDH, menos casais estão casados. 
· Histórico 
· Noção histórico-moral do concubinato (todas as relações entre pessoas não casadas até 1988)
· Conotação pejorativa.
· Relação ilegítima (cônjuge ilegítimo, filhos ilegítimos, ou seja, não são reconhecidos e, portanto, não têm direitos). O Estado não reconhecia, o direito não reconhecia, a Igreja não reconhecia, a sociedade não reconhecia.
· Fase anterior a Constituição de 88
· Inexistência de divórcio e questão dos desquitados.
· Existência de sociedade de fato, quanto aos efeitos patrimoniais (mas não têm direito a meação).
· Sociedade de fato (sem registro, não há conceito de meação) x sociedade regular.
· Primeiros reconhecimentos (proteções) de direitos similares ao casamento
· Beneficiário da Previdência Social
· Concessão de pensão deixada por servidor
· Uso do nome (solteiros, desquitados ou viúvos, excepcionalmente, com razão ponderável).
· Constituição de 1988 reconhece:
Art. 226. A família, base da sociedade, tem especial proteção do Estado. 
 § 3º Para efeito da proteção do Estado, é reconhecida a união estável entre o homem e a mulher como entidade familiar, devendo a lei facilitar sua conversão em casamento.
· Reconhece através da lei. 
· Surge a união estável.
· Entre homem e mulher (até 2011).
· Lei 8.971 de 94
· Regulava direito à alimentos e sucessão (direito a herança).
· Trazia requisito do tempo para dizer que tem união estável (mais de cinco anos ou com filho).
· Lei 9.278 de 96
· Convivência duradoura, pública e contínua.
· Regulava direitos entre as partes e meação.
· Art. 1723 do CC
Art. 1.723. É reconhecida como entidade familiar a união estável entre o homem e a mulher, configurada na convivência pública, contínua e duradoura e estabelecida com o objetivo de constituição de família.
§ 1o A união estável não se constituirá se ocorrerem os impedimentos do art. 1.521; não se aplicando a incidência do inciso VI no caso de a pessoa casada se achar separada de fato ou judicialmente.
§ 2o As causas suspensivas do art. 1.523 não impedirão a caracterização da união estável.
· ADPF 132 e ADIN 4277 
· Julgou inconstitucional a expressão “homem e mulher”.
· Para união estável.
· Requisitos subjetivos
· Entre duas pessoas.
OBS: relação de poliamorismo. IBDFAM defende trisal em união estável e casamento. ADFAS é contra, devido ao princípio da monogamia. Países que dotam poligamia abrem espaço para injustiças sociais. CNJ proibiucartórios de fazer escrituras de mais de duas pessoas relativas a união estável.
 Art. 104. A validade do negócio jurídico requer: 
I - agente capaz; 
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável; 
III - forma prescrita ou não defesa em lei.
· Maiores e capazes.
· Maiores de 18 anos podem ter união estável sem autorização.
· Entre 16 e 18 anos podem ter união estável com autorização (por analogia ao casamento).
· Menores de 16 anos não podem ter união estável (por analogia ao casamento). No entanto, a fundação CASA, permite visitas conjugais (adolescentes que tem filhos).
OBS: questão da condição de capacidade.
· Objetivo de constituição de família. Ânimo de constituir família. Intenção presente. Viver como um casal.
· Requisitos objetivos
· Convivência pública, contínua e duradoura.
OBS1: pública – as famílias sabem.
OBS2: contínua – substitui ideia do tempo, quando estão juntos.
OBS3: duradoura – substitui ideia de tempo.
OBS4: não há exigência de escritura pública, é opcional.
· Quem não pode casar, não pode ter união estável (art. 1521).
OBS: se a pessoa casada se encontrar separada de fato (precisa de prova) ou judicialmente, pode.
· Efeitos pessoais da união estável (deveres)
· O que tem no casamento que não tem na união estável: na união estável, não é um dever ter vida comum em um mesmo domicílio.
· Morar junto é um dos elementos mais importante das união estável. Não tem previsão legal, mas contribui para a verificação. 
· Quem é casado e não mora junto prova o casamento com o registro. Quem tem união estável e não mora junto torna mais difícil provar.
· A quebra de um dever gera a responsabilidade civil. Indenização por danos.
Art. 1.724. As relações pessoais entre os companheiros obedecerão aos deveres de lealdade, respeito e assistência, e de guarda, sustento e educação dos filhos. 
Art. 1.566. São deveres de ambos os cônjuges: 
I - fidelidade recíproca; 
II - vida em comum, no domicílio conjugal; 
III - mútua assistência; 
IV - sustento, guarda e educação dos filhos; 
V - respeito e consideração mútuos.
· Efeitos patrimoniais – regime de bens na união estável
· Não precisa de pacto antenupcial, apenas contrato escrito (formal).
· Comunhão parcial de bens. Tem meação.
· Na união estável, se escolhe o regime de bens depois. No casamento se escolhe antes.
1. Antes do contrato, é comunhão parcial, o contrato não retroage. Se decidir fazer um regime de separação de bens, deverá dividir os bens que já compartilhavam antes, e os bens futuros são particulares. Analogia a alteração de regime de bens no casamento.
2. O contrato retroage. Os bens vão para quem comprou. Se os dois tiverem colocado dinheiro no bem e houver litígio, na comunhão parcial, cada um sai com 50%.
· Regime da separação obrigatória de bens (casos que a pessoa tem mais de 70 anos de idade).
· Conversão em casamento
· A lei deve facilitar.
· TJ dos estados estabeleceu que não precisa pedir ao juiz judicialmente (por processo). Podem pedir diretamente no cartório ode registro civil de pessoas naturais.
Art. 1.726. A união estável poderá converter-se em casamento, mediante pedido dos companheiros ao juiz e assento no Registro Civil.
· Concubinato
· Relação constante.
· Duas pessoas impedidas de casar.
· Não há proteção, não é união estável.
· Não tem regime de bens (herança, alimentos, etc).
Art. 1.727. As relações não eventuais entre o homem e a mulher, impedidos de casar, constituem concubinato.
· Concubinato puro (pessoas desimpedidas de casar, a própria união estável) x impuro (pessoas impedidas de casar, concubinato alduterino – com exceção do que é separado de fato – ou o concubinato incestuoso).
PARENTESCO
· Relacionamento entre duas ou mais pessoas.
· Tipos:
· Consanguinidade (laço sanguíneo, biológico).
· Afinidade (decorre de uma relação de casamento ou união estável).
OBS: afinidade não se confunde com afetividade.
· Adoção (não se trabalha mais em direito de família – estudar ECA).
· Socioafetivo (não está expressamente previsto em lei, aparece de maneira tácita) – parentesco que surge de fatos sociais, de relações afetivas.
“Enunciado 256 do CJF – A posse do estado de filho (parentalidade socioafetiva) constitui modalidade de parentesco civil”.
OBS: a posse é um fato jurídico, precisa ser provada. Não é erga omnes como a propriedade. A posse é um estado anterior à propriedade. A prova é o resgate de fatos passados controversos.
· Regras gerais
Art. 1.591. São parentes em linha reta as pessoas que estão umas para com as outras na relação de ascendentes e descendentes. 
Art. 1.592. São parentes em linha colateral ou transversal, até o quarto grau, as pessoas provenientes de um só tronco, sem descenderem uma da outra.
Art. 1.593. O parentesco é natural (consanguíneo) ou civil (afinidade, adoção e socioafetivo, exige ato ou decisão judicial, elemento de intervenção do Estado), conforme resulte de consanguinidade ou outra origem. 
OBS: cônjuge não é parente.
Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colateral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo até encontrar o outro parente. 
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade. 
§ 1 – O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes (sogro, sogra, padrasto, madrasta), aos descendentes (genro, nora, enteado, enteada) e aos irmãos (cunhado e cunhada) do cônjuge ou companheiro. 
§ 2 – Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável. “Sogra é para sempre, sogra não tem ex”.
PATERNIDADE
· Presunção da paternidade
· Baseada em regra romana, o pai é o marido na constância do casamento. Se uma mulher casada tiver um filho, presumidamente, o pai será o marido.
· Presunção absoluta – juris et juri – não admite prova em contrário – expressamente na lei.
· Presunção relativa – juris tantum – admite prova em contrário – não aparecem de modo expresso.
· Hipóteses:
1. Após seis meses de casamento, presume-se que o pai é o marido. Se nascer antes, não tem presunção, registra por outro caminho. 
2. Nascidos trezentos dias após fim da sociedade conjugal (por morte, separação judicial, nulidade ou anulação do casamento).
· Para o registro de paternidade, existem dois caminhos. Primeiro, o caminho da presunção de paternidade (homens casados e nas condições do art. 1.597). O segundo caminho é o caminho do reconhecimento de paternidade (homens não casados). Na união estável, o estado civil é de solteiro, não está casado, não há presunção de paternidade.
Art. 1.597. Presumem-se concebidos na constância do casamento os filhos: 
I - nascidos cento e oitenta dias, pelo menos, depois de estabelecida a convivência conjugal; 
II - nascidos nos trezentos dias subsequentes à dissolução da sociedade conjugal, por morte, separação judicial, nulidade e anulação do casamento; 
III - havidos por fecundação artificial homóloga, mesmo que falecido o marido; 
IV - havidos, a qualquer tempo, quando se tratar de embriões excedentários, decorrentes de concepção artificial homóloga; 
V - havidos por inseminação artificial heteróloga, desde que tenha prévia autorização do marido.
· Reconhecimento da paternidade
· Homens não casados – não casados são solteiros, mesmo em união estável ou concubinato.
· Será réu da investigação de paternidade.
· O reconhecimento é irrevogável.
· O reconhecimento pode preceder o nascimento (evita problemas caso morra antes do nascimento do filho em união estável). Medida de garantia.
· Três formas de fazer o registro:
· No registro de nascimento.
· Por escritura pública ou escrita particular, a ser arquivado no cartório.
· Por testamento.
· Duas formas de reconhecimento:
· Voluntário ou espontâneo: o pai quer.
· Forçado: investigação de paternidade – ação, processo, condenação. Post mortem ou in vivo.
· Autor do processo: suposto filho. Não é a mulher. No máximo, a mãe representa o filho ou assiste o filho nos termos da representação ou assistência.
· Réu do processo: suposto

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