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CADERNO Agroecologia de Montanha 02

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0 1
Ao produzir este Segundo Caderno de Agroecologia de
Montanha, esperamos contribuir mais uma vez para conciliar
o desenvolvimento rural com a proteção da natureza nas
Terras Altas da Mantiqueira.
Em nosso Primeiro Caderno, pudemos olhar para os
elementos do Agroecossistema de forma integrada,
percebendo como eles interagem nos ambientes de montanha.
Neste Segundo Caderno, queremos aprofundar a observação
de alguns desses elementos do Agroecossistema, entendê-los
com mais detalhes e propor alguns procedimentos básicos
para obter melhores resultados.
Entre os recursos naturais, escolhemos o solo, devido a
sua importância para todo o agroecossistema. Aqui ele é
apresentado como um elemento vivo. Sua vitalidade obedece
a ciclos longos e só quem presta atenção e dedica cuidados ao
solo pode conhecer seus segredos.
Entre os seres vivos, destacamos como elementos do
Agroecossistema as plantas, com o valor inestimável das suas
sementes. Selecionadas manualmente por gerações e gerações
de agricultores, as sementes guardam qualidades especiais das
plantas, como resistência, adaptação e sabor. Mas, seduzidos
pelas sementes comerciais, cada vez menos agricultores
cultivam e armazenam variedades nativas, as chamadas
sementes crioulas. Porém, muito desse patrimônio genético
ainda pode ser salvo! Como fazer isso e as vantagens dessa
prática é o que mostramos na seção “Sementes Crioulas”,
que traz, também, a proposta para um banco de sementes das
Terras Altas da Mantiqueira.
Acompanhando os temas centrais deste Segundo Caderno,
acrescentamos outros assuntos de interesse do homem
do campo. Na seção “Saúde que vem da terra”, falamos
sobre as ervas medicinais. Queremos aqui registrar o
conhecimento que vem dos quintais, das hortas domésticas,
procurando saber algo mais sobre essas plantas que, pouco
a pouco, estão sendo reconhecidas por órgãos oficiais das
áreas de medicina e saúde.
As “Ferramentas Agroecológicas”, com suas dicas e
soluções eficientes, que agradam a todos por sua simplicidade
e baixo custo, estão novamente presentes nesta edição.
Para finalizar, apresentamos o relato do 2º Encontro
Regional de Agroecologia de Montanha das Terras
Altas da Mantiqueira, que aconteceu em outubro de 2008
no vale do Matutu, Aiuruoca, MG.
Assim como no Primeiro Caderno, a atual edição foi
produzida a partir dos temas e assuntos que ocorreram
durante o evento. 
Esperamos vocês no próximo Encontro!
A P R E S E N T A Ç Ã O
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
E X P E D I E N T E e S U M Á R I O
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 02
Elementos do Agroecossistema
A vida do solo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 04
Sementes Crioulas
Sementes para uma agricultura sustentável . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 06
Sementes Crioulas das Terras Altas da Mantiqueira . . . . . . . . . . . . 12
Saúde que vem da terra
Ervas dos nossos quintais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 16
Terapêutica Vegetal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
Lista de Registro Simplificado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 22
Ferramentas Agroecológicas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
2º Encontro de Agroecologia de Montanha . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
EXPEDIENTE
Coordenação Editorial: Karla Oddone Ribeiro.
Pesquisa e Texto: André Cesar Henriques,
Júlio Cesar Silva, Luiz Alberto Lima,
Luiz Fernando de Mello Midéa, Mariana Marcon e Rute Misaki.
Colaboração: Débora Cristina de Siqueira,
Leonardo Cardoso Ivo e Marcelo Sambiase.
Agradecimento Especial: Ana Primavesi.
Projeto Gráfico e Ilustrações:Telma Cavallieri Victorio.
Produção Editorial, Diagramação: Telma Cavallieri Victorio.
Revisão de Texto: Marcela Guasque Stinghen.
Tiragem: 5.000 exemplares.
0 3
E L E M E N T O S D O A G R O E C O S S I S T E M A
0 5
A BIOESTRUTURA DO SOLO:
O solo é a base de todo o Agroecossistema (Caderno 1).
Ele relaciona-se diretamente com todos os outros elementos e,
para que possa favorecer o ciclo da vida no agroecossistema,
precisa estar saudável, fértil.
O principal fator para a vitalidade do solo é a sua bioestrutura.
A bioestrutura do solo é a sua forma grumosa, estável à água,
na camada entre 0 e 20 cm de profundidade. A terra grumosa
é o que chamamos de “terra gorda” ou terra fofa.
Observando uma floresta nativa e sua terra fofa, podemos
observar como um solo com bioestrutura favorece as plantas,
mantendo-as sempre verdes e saudáveis, haja chuva ou seca.
A pobreza mineral, típica do solo de nossa região, não é uma
desvantagem, enquanto sua bioestrutura for boa, o que tam-
bém o provam as florestas nativas e a vegetação em solos vir-
gens, que muitas vezes são pobres em minerais, mas possuem
vegetação exuberante.
1 Extraído e adaptado de Ana Primavesi. Manejo ecológico do solo: a agricultura em regiões tropicais. Editora Nobel, 1984.
A NATUREZA FUNCIONA COMO UMA TEIA:
MEXENDO EM UM DOS PONTOS, PODE-SE DESTRUIR
TODA A TEIA. A ESSA TEIA, CHAMAMOS ECOSSISTEMA. 
AO SISTEMA QUE PRODUZ ALIMENTOS,
CHAMAMOS AGROECOSSISTEMA.
1
A G R O E C O S S I S T E M A D E M O N T A N H A
0 7C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
OS GRUMOS DA TERRA
Os grumos da terra dependem de alguns fatores, mais
especialmente:
• dos microorganismos (bactérias, fungos, etc)
Eles produzem colóides ou “cola orgânica”, que agrega o
solo e que precisa ser renovada constantemente. Além de
uma melhora na fofice da terra, através dos microorganis-
mos e de sua atividade, vários nutrientes minerais que estão
inertes no solo são mobilizados e disponibilizados para as plantas. 
• da matéria orgânica que serve de alimento para
esses microorganismos e que consiste em material
celulósico, como palha, folhas mortas, pontas de
cana-de-açúcar, capim-napier, casca de café, etc.
Essa matéria orgânica precisa ser incorporada somente
superficialmente, permanecendo grande parte por cima,
fora da terra, porque os microorganismos que devem
decompô-la precisam de ar.
O resultado disso é fácil de observar quando levantamos qualquer
moita de palha seca que permanece cobrindo a terra por
alguns meses. Ali já podemos encontrar vários bichinhos e
minhocas que se favorecem da atividade dos microorganismos
na terra sadia.
A POROSIDADE
Um dos mais importantes benefícios da bioestrutura do solo é
a porosidade.
A terra grumosa é porosa, permitindo a pronta infiltração de
água, de ar e a penetração das raízes. Quanto maior a infil-
tração de água, tanto menor a perda de solo por escorrimen-
to de água. 
Uma das formas mais freqüentes de destruição dos grumos do
solo é o impacto das gotas de chuva no solo exposto, que é
capaz de atirar partículas arrancadas entre 1 a 2 metros de distância.
EFEITO SPLASH
Os sedimentos dos grumos desmanchados entopem os poros
da terra e dificultam a infiltração da água. A água começa a
escorrer em quantidade e velocidade, carregando solo na
enxurrada e expondo o subsolo. É a erosão. Com ela, o solo
se adensa e endurece. Os microorganismos não encontram mais
condições de vida por falta de ar, umidade e matéria orgânica.
UMA EXPERIÊNCIA PRÁTICA.
Se água for derramada por cima de grãos de trigo ou arroz, desaparecerá rapidamente, infiltrando-se pelos “poros” ou espaços
vazios entre os grãos. Mas, se o trigo for moído em farinha, existirão somente espaços minúsculos entre os grãos. Se água for
derramada sobre a farinha, empoçará, penetrará vagarosamente e não a molhará toda.
Um solo grumoso é semelhante ao trigo em grão, com muitos macro-poros, em que circula o ar, infiltra-se a água, que se drena por
força da própria gravidade, e em que avançam as raízes. Mas, se os grumos se desmancharem, o solo é como a farinha.Faltam-lhe os
macro-poros. Os micro-poros predominam e, conseqüentemente, faltará ar, água e a possibilidade de penetração das raízes.
CONSERVANDO A VIDA DO SOLO
Como fazer para obtermos uma terra tão fértil e saudável
como as que encontramos nas florestas e terras virgens? Como
criarmos e protegermos os grumos no solo? 
Para conservarmos a bioestrutura, a grumosidade do solo,
é preciso:
• a incorporação superficial de restos orgânicos; 
• a proteção da superfície do solo contra o impacto das chuvas
com cobertura morta ou vegetação com pouco espaçamento,
como no caso das pastagens bem formadas;
• evitar o fogo, que acaba com a matéria orgânica, mata os
microorganismos de fome e deixa o solo exposto.
As vantagens de um solo com bioestrutura são: a infiltração
rápida da água, a circulação de ar e a penetração fácil da raiz.
Com essas condições, as plantas conseguem absorver mais
nutrientes e oxigênio por suas raízes. As raízes, por sua vez,
encontram mais área de crescimento e têm mais condições de
absorver nutrientes e umidade. Isso torna as plantas mais
saudáveis, resistentes aos riscos e variações climáticas. Por sua
vez, elas geram massa verde, que pode ser novamente
incorporada ao solo e, assim como nas florestas nativas, o ciclo
se estabelece.
O efeito do impacto da gota de chuva sobre um grumo de terra.
1.Terra com grumos
2.Terra sem grumos. Nota-se pequenos torrões de solo duro
S E M E N T E S C R I O U L A S - I
0 9C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
As sementes locais ou crioulas são aquelas que foram sele-
cionadas por gerações e gerações de agricultores. Além da
produtividade, outros fatores influenciaram essa seleção.
O sabor é um deles. A durabilidade para armazenar é outro.
A melhor adaptação ao solo e ao clima da região também.
Cada característica foi fazendo uma variedade ser escolhida
aqui e ali. Aí as sementes foram sendo trocadas entre os vizinhos,
atravessaram regiões e incorporaram outras características e
cruzamentos. 
São sementes que fazem parte de uma corrente que vem
através dos séculos, sendo selecionadas, adaptadas e cultivadas
de forma artesanal. Fazem parte da história dos povos e
foram responsáveis por alimentar o homem desde o início
dos tempos. As sementes são herança comum de todos os
povos; são material genético de direito natural da
humanidade; não têm e nem podem ter donos.
Hoje, está se perdendo grande parte dessa diversidade.
Muitas dessas variedades estão desaparecendo e se extinguin-
do. Com o modelo capitalista de “modernização” da agricul-
tura, a diversidade está drasticamente reduzida e o agricultor
tornando-se cada vez mais dependente da aquisição dos culti-
vares impostos pelos pacotes tecnológicos.
Cultivar sementes rústicas nos permite tornar a agricultura
mais sustentável e com mais qualidade biológica. A auto-
suficiência da propriedade rural é uma base
econômica que nos permite continuar no campo.
Com terra boa e boas sementes, podemos estabele-
cer essa base e contribuir para conservar o
patrimônio genético da natureza.
Foto: SXC
VANTAGENS DAS SEMENTES CRIOULAS
As sementes crioulas são aquelas cultivadas pelos nossos avós, que foram sendo selecionadas e adaptadas ao longo de
muitos anos. As principais vantagens das sementes crioulas são:
• Auto-suficiência e redução de gastos para o produtor, pois não é preciso comprar sementes todos os anos e
porque são sementes mais adaptadas, que não precisam de insumos industriais (fertilizantes e agrotóxicos);
• Maior resistência a plantas invasoras, pragas e doenças, pois são plantas mais adaptadas às nossas condições de solo e de clima;
• Sua seleção, artesanal, é dirigida às necessidades de subsistência rural, oferecendo boa produtividade, maior
durabilidade de armazenamento e sabor especial.
• Trazem em si um melhoramento de longo prazo e guardam características especiais e únicas. Constituem-se
em um verdadeiro patrimônio genético de variedades vegetais cultivadas pela humanidade, que pode ser repassado às
gerações futuras ou perdido para sempre.
A QUEM INTERESSA A AGRICULTURA CONVENCIONAL?
Chamamos de agricultura convencional aquela forma de fazer a agricultura baseada no uso de pacotes tecnológicos, ou
seja, fertilizantes, agrotóxicos e sementes convencionais. Vestida com uma roupagem de “progresso e aumento da produção
de alimentos”, essa forma de fazer agricultura, em verdade, interessa mesmo às empresas produtoras de insumos. 
As sementes comerciais ou híbridas fazem parte desses pacotes tecnológicos. São criadas em laboratórios a partir de
espécies naturais, selecionando-se as qualidades mais desejáveis nas plantas para a agricultura convencional, ou seja, para
o cultivo mecanizado, o plantio em grande escala, a maior produtividade por área plantada, e, especialmente, a dependência
dos fertilizantes químicos e a maior resistência aos herbicidas e aos pesticidas usados para as doenças que as grandes
monoculturas atraem. 
Além disso, para alcançar todas essas qualidades em uma só variedade, é preciso tantos cruzamentos de tipos de plantas,
que a semente perde a capacidade de se reproduzir novamente. Portanto, a maior parte das sementes encontradas no
comércio são híbridas, ou seja, se quisermos plantar nos outros anos com a mesma produtividade, é preciso comprar
sementes novamente. Dessa forma, o produtor tem de comprar sementes todos os anos, junto com todo o pacote tecnológico,
ficando à mercê das empresas produtoras.
NA POLÍTICA
Até agosto de 2003, a legislação em vigor no Brasil 
criminalizava o uso das sementes crioulas. Graças à pressão
exercida por grupos de pequenos(as) agricultores(as),
movimentos sociais e associações, a demanda pelo
reconhecimento desse tipo de semente e a possibilidade de
sua comercialização foi incluída na Lei no 10.711/03,
que dispõe sobre o Sistema Nacional de Sementes
e Mudas (SNSM). Conheça a lei completa no site:
http://extranet.agricultura.gov.br/sislegis-consulta 
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3
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S E M E N T E S C R I O U L A S
1 1C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
4
Nome Popular Local de procedência
Abóbora Menina Matutu
Abobrinha Matutu
Alface Figueira
Almeirão Figueira
Arroz Canai Figueira
Bardana Argentina
Cabaça Purunga São Lourenço
Fava Branca Itamonte
Favinha Baependi
Feijão Azuki São Lourenço e Passa Quatro
Feijão Branco Baependi
Feijão Carioquinha Passa Quatro
Feijão de Corda Itamonte
Quiabo Itamonte
Feijão Guandu Furnas de Cima
Feijão Fava para Adubação Verde Passa Quatro
Feijão Trepa-Toco ou Marumbé São Thomé das Letras e Serra Negra
Feijão Vermelho Furnas de Cima
Milho indígena caboclo São Thomé das Letras
Milho Cunha Matutu
Milho Pérola Figueira
Milho Roxo Caboclo Serra Negra
Milho Saracura Figueira
Mucurana Passa Quatro
Repolho Louco de Verão Figueira
Santa Bárbara São Thomé das Letras
Sorga do Sudão Figueira
Trigo Biodinâmico Demétria
Ypê Amarelo Passa Quatro
Outras sementes trocadas:
Batata Orgânica, Cabaça de Cuia, Cácia
(árvore), Cácia Mimosa, Feijão Cipó,
Feijão Preto, Funcho, Guapuruvu, Jalo,
Maracujá Doce, Milho Boliviano, Milho
Resistente do Ismael, Robínea da América
do Norte, Ypê Roxo.
5Abaixo apresentamos a lista de sementes trocadas entre os participantes do Encontro, com seus respectivos locais de procedência. 
Fotos: Luiz Midéa
BANCO DE SEMENTES
Os bancos de sementes podem ter vários objetivos. Na
região brasileira do semi-árido, desde os anos 70 os
agricultores familiares vêm armazenando sementes em
bancos comunitários para poderem resistir aos longos
períodos de estiagem. Na região sul, esses bancos
servem para resgate e valorização desse patrimônio
genético que vem se perdendo.
No Segundo Encontro de Agroecologia de Montanha,
diversas pessoas levaram sementes para trocas.
Percebemos que esse é um patrimônio das Terras Altas
ameaçado de extinção e que precisa ser revalorizado e
preservado, para podermos pensar em alternativas realmente
sustentáveispara continuarmos no campo.
O MILHO NA AGRICULTURA FAMILIAR
O milho é uma das mais importantes plantas das Américas
e um dos principais cereais produzidos em todo o mundo.
A agricultura familiar é responsável pela metade da produção
brasileira desse vegetal. 
O milho enobrece a tradicional culinária mineira, contribuindo
de forma significativa na manutenção das famílias rurais,
principalmente por ser a mais importante fonte nutricional
oferecida às suas criações, além de gerar subprodutos
que são empregados como matéria prima na confecção
de utensílios e artesanatos.
As sementes de milho crioulas são variedades locais
cultivadas ao longo dos séculos pelas comunidades indígenas
e, posteriormente, pelos agricultores familiares, responsáveis
por esse longo período de seleção, cruzamentos e conservação
desses valiosos recursos vegetais. 
Muitos dos agricultores familiares das Terras Altas da
Mantiqueira ainda preservam o secular hábito de cultivar
sementes de milho crioulas. Um dos mais notáveis é o
“colecionador de sementes” Ismael, que há décadas seleciona
as inúmeras variedades de milho crioulas para serem cultivadas
e utilizadas na sua alimentação.
As variedades de milho crioulas são um dos mais importantes
patrimônios genéticos mundiais, pois mantêm milhares
de agricultores familiares e povos indígenas, representando
um alicerce à soberania nacional e à nossa segurança alimentar.
H I S T Ó R I A D E L A V R A D O R - 2
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S E M E N T E S C R I O U L A S - 2
MILHO CUNHA
Local onde é encontrado hoje: Matutu e Cangalha (Aiuruoca)
Informante: Damião Ribeiro da Cruz Entrevista e Fotos: Luiz Midéa
Damião Ribeiro da Cruz, o Dono, mora no Matutu e, desde
os 10 anos, já ajudava seu pai nas lavouras de milho, sempre
com sementes crioulas. Dono ganhou sementes de milho
Cunha de um amigo do bairro vizinho do Cangalha, e, desde
então, só planta dele. Ele ensina: “já plantei o milho Amarelão,
mas esse, o Cunha, eu aprovei mais. Gosto porque ele é puro,
dá espiga grande, demora para carunchar; e gosto muito de
usar o sabugo e a palha dele para adubo ao redor do pé das
plantas. É um milho alto, dá bastante rama para silagem.
Demora uns 8 meses até o ponto de quebrar ele do pé. Se for
um lugarzinho mais frio, demora mais um pouco. O híbrido dá mais
rápido, mas agüenta menos, caruncha logo. Eu planto o milho
na terra pura, ele vai bem. Na primeira capina, vou capinando
geral e deixo o capim espalhado com a terra, apodrecendo. Na
segunda capina, junto esse esterco de capim misturado com
terra no pé do milho. Não depende de muita chuva, vai que é
uma beleza. Para conservar, é bom esperar ele ficar bem seco
para colher. Quando chega esse ponto, as espigas maiores
começam a tombar”.
FEIJÃO SERRA AZUL 
Local onde é encontrado hoje: Cangalha (Aiuruoca)
Informante: Daniel Ribeiro Entrevista e Fotos: Mariana Marcon
Feijão da vargem roxa. Dá cipó, o que significa que as
covas devem ter um maior espaçamento que as covas dos
outros feijões. O feijão serra azul da vargem vermelha é o
mais forte e dá fácil. O da vargem branca é “carunchador”.
FEIJÃO BRANCO 
Local onde é encontrado hoje: Baependi
Pesquisa: : Luiz Alberto Lima e Mariana Marcon
Foi um feijão que veio do interior de São Paulo há
aproximadamente 8 anos. Adaptou-se muito bem à região
das Terras Altas da Mantiqueira. Produzido por um
agricultor de Baependi, é um feijão grande, “farturento”
e rico em proteínas.
Estamos buscando levantar as variedades crioulas da nossa região e assim começar um banco de sementes. A idéia surgiu durante a
troca de sementes ocorrida durante o Segundo Encontro de Agroecologia, no Matutu. Na ocasião, pudemos coletar e trocar muitas
variedades interessantes. Depois saímos a campo para “assuntar” e pesquisar um pouco sobre outras variedades que ainda são 
lembradas pelos habitantes da região e descobrimos que há muito a se resgatar e preservar por aqui.
Capim Gordura em floração, uma pastagem adaptada à Serra da Mantiqueira.
S E M E N T E S C R I O U L A S - 2
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
MILHO BRANCO (CATETO)
Local onde é encontrado hoje: Ribeirão (Pouso Alto)
Informantes: Sr. Eurico Soares Fonseca e Sra. Maria de Lourdes
Rodrigues Fonseca Entrevista e Fotos: Júlio César Silva
Com o nome popular de "cateto", devido ao formato da
espiga (semelhante a um focinho de porco), o milho branco
é cultivado há pelo menos 60 (sessenta anos) no bairro do
Ribeirão em Pouso Alto.
Tem como característica principal a qualidade de se prestar a vários
usos: alimentação de pequenos animais, como galinhas e porcos;
alimentação humana, sendo usado, neste caso, na fabricação
de bolos, angus, fubá e farinha. Milho de ciclo longo, plantado em
covas no início de setembro, usa-se 5 sementes/cova, sendo
colhido manualmente a partir de maio.
Armazenado em casca nos pequenos paióis da comunidade. 
Seu fubá é famoso, sendo vendido no Vale do Paraíba paulista,
principalmente em Cruzeiro. Destaca-se a deliciosa farinha de
milho branco, fabricada artesanalmente nos monjolos d’água
da comunidade do Ribeirão. Já a palha, é usada na confecção
de artesanato, especialmente cestarias e enfeites feitos pelos
artesãos da Ribeirarte (Associação dos empreendedores rurais
do bairro Ribeirão).
FEIJÃO TREPA TOCO OU MARUMBÉ 
Local onde é encontrado hoje: São Thomé das Letras
e Serra Negra (Itamonte)
Informantes: Ismael e Leo
Pesquisa: Luiz Alberto Lima e Mariana Marcon.
Feijão que se planta na mesma cova do milho. O feijão
trepa no milho. Daí a expressão trepa-toco. Ambos são
colhidos depois de 6 meses. Segundo os antigos, esse
feijão tem mais de 100 anos de tradição de cultivo na
região e atualmente quase não se encontra mais nas
nossas roças.
MILHO AMARELÃO 
Local onde é encontrado hoje:
Quatro Óleos (Aiuruoca), Serra Negra (Itamonte)
Informante: Ismael 
Entrevista e Fotos: Mariana Marcon e Luiz Alberto Lima
Muito cultivado pelos antigos como alimento, atualmente é
mais usado como silagem, por ser de grande porte e já
quase não se encontrar mais na região. Sua semente, por
conter uma parede muito resistente, é muito durável no paiol.
Segundo os antigos, essa é uma semente que deveria voltar
a ser cultivada, já que produz um milho muito “farturento”.
MILHO PÉROLA 
Local onde é encontrado hoje:
Quatro Óleos (Aiuruoca), Serra Negra (Itamonte)
Informante: Ismael
Entrevista e Fotos: Mariana Marcon e Luiz Alberto Lima
O Milho Pérola foi muito cultivado pelos antigos da região
e, por conter grande quantidade de amido, tem as paredes
mais finas, o que o torna um milho “carunchador”, pouco
resistente no paiol, porém muito nutritivo.
ARMAZENAMENTO DE SEMENTES CRIOULAS
Para conservar as sementes por um longo período de
tempo, usa-se colocar as sementes em garrafas pets ou
de vidro, misturadas com cinza ou areia. Dessa maneira,
as sementes não pegam caruncho e há quem as tenha
guardadas por muitos anos. Também se usa armazenar
as sementes a vácuo. Coloca-se um pedaço de vela
acesa dentro da garrafa e tampa-se a mesma, produzin-
do assim um vácuo que conserva as sementes por
muitos anos.
PROCURA-SE
Nas nossas conversas ficamos sabendo de algumas
espécies que eram muito utilizadas na nossa região e que
hoje estão desaparecidas. A partir dessas informações,
estamos procurando localizar essas e outras sementes,
para fazerem parte do banco de sementes local.
As sementes citadas foram: 
Abóbora Argila, Feijão Pardinho, Feijão Serra Roxa, Milho
Espinhudo, Milho Amarelão, Feijão Bico de Ouro, Milho
Beira Mar, Feijão Penca e Feijão Marumbé.
Conhecendo essas ou outras sementes crioulas
que são plantadas na nossa região, por favor,
entre em contato com a Fundação Matutu ou
com o escritório da EMATER de seu município.
As sementes crioulas são patrimônio de todos nós
e a base para a nossa permanência no campo.
1 5
S A Ú D EQ U E V E M D A T E R R A
1 7C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
O conhecimento das plantas medicinais é tradicional, ou seja, é um conhecimento de várias gerações que vai passando de pais para
filhos. São plantas que nascem no nosso quintal e só quem conhece, reconhece.
Nosso objetivo nesta seção é apresentar algumas dessas plantas que são parte do conhecimento tradicional das pessoas da nossa região. 
Por Rute Kimi Misaki 1 
1. SETE-SANGRIA-DA-SERRA (Mikania smilacina). 
No Sul de Minas, há uma planta muito aromática chamada
Sete-Sangria-da-Serra (Mikania smilacina). Ela é usada há bastante
tempo pelo povo da terra para tratar a hipertensão, mas ainda não
tinha sido identificada pelos cientistas. Graças à colaboração dos
senhores Mateus Bernardo da Silva e Luís Paulino dos Santos, em
conjunto com a Profª Drª Maria de Fátima Carvalho Alcântara, da
Universidade Federal de Minas Gerais, foi possível identificá-la.
2. QUEBRA-PEDRA (Phyllanthus niruri L.). 
A planta Quebra-Pedra, utilizada para expelir as pedras dos
rins, é muito conhecida na região. Seu nome já indica para que
serve. Diurética, anti-bacteriana, hipoglicemiante, anti-espasmódica,
hepatoprotetora, anti-cancerígena, ativa contra o vírus da
hepatite B, dissolve os cálculos renais. Ela reduz a produção da
matéria prima para a formação de pedras, impedindo a fixação
de ácido úrico com o oxalato de cálcio. Relaxa a musculatura
dos canais urinários, alargando os dutos para a passagem da
pedra. Usada e conhecida por todo o país, consagrada com
suas propriedades cientificamente estudadas, é de grande
benefício para a nossa gente.
Mateus Bernardo da Silva, seu Mateus, como é conheci-
do na região, tem 69 anos. Casado com Dona América
Ferreira da Silva, é pai de sete filhos. Residente no Vale
do Matutu, herdou o conhecimento das plantas medicinais
do seu avô curador e benzedor Zeca Bernardo.
Seu Mateus costuma tomar o chá de Sete-Sangria-da-Serra
para regular a sua pressão arterial, para o sangue e o
coração. Para inchaço nas pernas, colesterol, coração e
fígado, toma Hissopo. Aconselha que, ao tomar o chá
quente, não se deve tomar ou comer nada frio.
1 Rute Misaki é produtora rural. Seu Jardim de Ervas fica no Vale do Matutu, a aproximadamente 1300m de altitude.
Origem: Europa.
Indicações: Diurética, fortificante do estômago, relaxamento
dos ureteres, tratamento de cistite e cálculos renais. 
Parte usada: Toda a planta.
Contra-indicação: Gestantes.
Dosagem: Adulto – chá por infusão, 2 colheres de sopa para
1 litro d’água. Tomar 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia.
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1 9C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
Maria Olária da Silva, 74 anos, é viúva. Residente no Vale do Matutu, Dona Lica, como é conhecida
na região, conta que aprendeu sobre as plantas medicinais com a sua avó Maria Ferreira e sua mãe Maria
da Conceição Ferreira. Dona Lica possui, na sua horta, várias ervas: Mil-Folhas, Hortelã, Poejo, Arnica,
Funcho, Chapéu-de-Couro, Hissopo, Boldo, Melissa, Alfazema; que gentilmente colhe para a sua família.
Ela conhece várias ervas do campo: Genciana, Tomba, Paratudo, Sete-Sangria, Velame, Curraleira e
Quebra-Pedra. Costuma tomar chá de Carqueja para o colesterol, estômago e fígado; Hissopo para
inchaço, mal-estar no peito e pressão alta.
7. CARQUEJA (Bacharis trimera).
Origem: Brasil.
Indicações: Tônico estomacal, diurético, estimulante do
fígado, tratamento de reumatismo, anemias, diabetes,
obesidade e má digestão.
Parte usada: Ramos
Contra-indicação: Gestantes.
Dosagem: Adulto – chá por infusão, 2 colheres de sopa para 1
litro d’água. Tomar 1 xícara 2 a 3 vezes ao dia, antes das refeições.
6. TANCHAGEM (Plantago major).
Origem: Europa.
Indicações: Expectorante, adstringente, depurativa,
bactericida, tônica, anti-inflamatória, tratamento de amigdalite,
faringite, gengivite e estomatite.
Parte usada: Toda a planta.
Contra-indicação: Gestantes.
Dosagem: Adulto – chá por infusão, 2 colheres
de sopa para 1 litro d’água. Tomar 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia.
Tintura - 30 gotas, 3 vezes ao dia.
3. HISSOPO (Leonurus sibiricus L.). 
Origem: China, Sibéria e Japão. Planta naturalizada
em todo o território brasileiro.
Indicações: Amarga e diurética, estimulante da circulação,
hipotensor e depurativo.
Parte usada: Caule, folhas e flores. 
Contra-indicação: Gestantes, mães amamentando.
Dosagem: Adulto – chá por infusão, 2 colheres de sopa para 1 litro
de água. Tomar 1 xícara 3 a 4 vezes ao dia.
4. DENTE-DE-LEÃO (Taraxacum officinale).
Origem: Europa.
Indicações: Tônico, bom para o colesterol e ácido úrico, diurético,
depurativo, estimula a secreção do suco gástrico, estimula o
funcionamento do fígado e da vesícula, anti-reumático e hipoglicemiante.
Parte usada: Folhas e raízes
Contra-indicação: Náuseas, vômitos, gestantes,
obstrução do duto biliar.
Dosagem: Chá por infusão, 2 colheres de sopa para 1 litro d’água,
3 a 4 vezes ao dia, antes das refeições. Tintura – 30 gotas antes das
refeições, 3 vezes ao dia.
5. CAPEBA (Pothomorphe umbellata).
Origem: América.
Indicações: Digestivo, anti-térmico, diurético, tônico,
regula a menstruação.
Parte usada: Folhas e raízes.
Contra-indicação: Gestantes.
Dosagem: Adulto – chá por infusão, 2 colheres de sopa para
1 litro d’água. Tomar 1 xícara, 3 a 4 vezes ao dia, após as refeições.
Fotos: Sidney Raeder e Rute Kimy Misaki
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S A Ú D E Q U E V E M D A T E R R A
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CRENÇAS E LENDAS
ALECRIM (Rosmarinus officinalis): 
As lendas nos contam que as flores do Alecrim eram brancas
e ficaram azuis quando Nossa Senhora descansou com o
menino Jesus à sua sombra, na viagem de fuga para o
Egito. Também se diz que um pé de alecrim nunca terá altura
superior à de Cristo quando adulto; e que foi com um de
seus ramos floridos que um jovem príncipe tentou e conseguiu
despertar a Bela Adormecida de seu sono de cem anos.
Os sicilianos ensinam para as suas crianças que as fadas
meninas gostam de se transformar em serpentes e brincar
à sombra dos alecrins cheirosos. Muitos povos têm a
certeza de que a planta só floresce no jardim de homem
justo e piedoso. ACREDITA-SE QUE A PLANTA CRESCE COM
VIGOR ONDE A FORÇA FEMININA É PREDOMINANTE.
Acredita-se, desde tempos muito antigos, que o alecrim
estimula a memória. Por isso, os estudantes gregos tinham
o hábito de entrelaçar ramos em seus cabelos quando
estudavam para os exames. O alecrim é também considerado
símbolo de amizade, porque as pessoas que o usam sempre
se lembram dos amigos. Nos casamentos, era usado nas
grinaldas das noivas para dar sorte; nos enterros, para dar
paz ao morto; e, nas igrejas e hospitais, queimado como
incenso para santificar e purificar o ambiente. 
(Fonte: Rosy L. Bornhausen, As Ervas do Sítio, Ed. Bei Comunicação, 1998.)
2 1
CUIDADO NO USO DAS PLANTAS MEDICINAIS
Tenha a certeza da identificação da planta quando estiver colhendo.
Colete em lugares limpos, fora da beira da estrada e de lugares poluídos.
Observe a água de irrigação.
Quando adquirir planta seca, observar a sua coloração, que deve ter
aspecto saudável, sem a presença de mofos e corpos estranhos.
Respeite a dosagem para ter bons resultados.
Não utilize plantas medicinais durante os três primeiros meses de gravidez.
DEFINIÇÕES 
Plantas medicinais: são plantas usadas tradicionalmente com
fins terapêuticos. 
Fitoterapia: é a terapia que utiliza plantas medicinais sem o
emprego de substâncias ativas isoladas.
Droga vegetal: é a planta medicinal ou suas partes após
processo de coleta, estabilização e secagem, podendo ser ínte-
gra, rasurada, triturada ou pulverizada.
Derivados de drogas vegetais (ou princípio ativo): é o
produto de extração de matéria prima vegetal. São os princípios
ativos isolados que serão usados para fabricação de medicamentos.
Fitoterápicos: são medicamentos obtidosexclusivamente de
derivados de drogas vegetais.
Foto: Luiz Midea
REGISTROS E POLÍTICAS
As plantas medicinais são de uso caseiro e tradicional e não precisam
de registro ou cadastro. Entretanto, para sua comercialização, as
embalagens não podem ter alegação terapêutica. Os fitoterápicos só
podem ser produzidos por farmácias credenciadas e precisam ser
registrados pela Associação Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Em 2004, foi publicada a Lista de Registro Simplificado de
Fitoterápicos (resolução nº 89/04), uma lista de 33 plantas medi-
cinais cujos princípios ativos foram identificados e aprovados pela
Vigilância Sanitária.
Em 2006 (decreto 5813, de 23/06/2006), foi publicada a Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Dentre seus
objetivos específicos, tem-se: “Promover o uso sustentável da biodiver-
sidade e a repartição dos benefícios decorrentes do acesso aos recursos
genéticos de plantas medicinais e ao conhecimento tradicional associado”.
Para saber mais, visite o site: www.anvisa.gov.br
A utilização dos recursos terapêuticos dos vegetais e seu estudo são tão antigos quanto a própria humanidade. As plantas medicinais
eram usadas como medicamentos para tratar diversas enfermidades. Tradicionalmente, o seu conhecimento era passado oralmente
para as sucessivas gerações, marcando, assim, um passo importante na história da medicina. Por Rute Kimi Misaki
Fotos: Magali Rodrigues
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S A Ú D E Q U E V E M D A T E R R A
Alho
(Allium sativum L.)
Babosa
(Aloe vera)
Equinácea
(Echinacea purpurea)
Calêndula
(Calendula officinalis L.)
Camomila
(Matricaria recutita L.)
Guaco
(Mikania glomerata Sprengl.)
Bulbo
Folhas
Caule e Folhas
Flores
Flores secas
Folhas
Tintura, óleo, extrato
seco
Creme e gel
Extratos
Tintura e extrato
Tinturas, extratos
Extrato e tintura
Ajuda no tratamento
de hiperlipidemia
(colesterol alto)
e hipertensão
arterial leve
Tratamento de
queimaduras por
calor (1o e 2o graus)
Previne e ajuda no
tratamento de resfri-
ados e infecções nos
tratos respiratório e
urinário
Cicatrizante
e anti-inflamatório
Ajuda a combater
a insônia leve; pode
ser usado em
compressas para
inflamações; bom
para digestão;
antiespasmódico
(usado para prevenir
a ocorrência de
espasmos no estômago,
intestino ou bexiga).
Expectorante,
broncodilatador
Oral
Uso tópico
Oral
Uso tópico
Oral e tópico; tintura
(apenas tópico)
Oral
VIA DE 
NOME PARTE USADA FORMAS DE USO INDICAÇÃO ADMINISTRAÇÃO FOTO
Fotos: SXC, Sidney Raeder e Rute Kimy Misaki}
(Resolução no 89, de 16/03/2004)
A lista de simplificados indica plantas com comprovada segurança e eficácia. Abaixo, selecionamos algumas plantas dessa lista que são
mais utilizadas na nossa região. Para ter acesso à versão completa da lista, acesse http://www.anvisa.gov.br/e-legis/
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F E R R A M E N T A S A G R O E C O L Ó G I C A S
2. ARAUCÁRIA - Araucaria angustifolia.
Nos fragmentos das florestas, germina uma alternativa para a
conservação de um dos cenários mais característicos e
ameaçados de extinção do país. Reconhecidas pela sua imponente
beleza e importância na diversidade biológica, as Florestas
com Araucárias formam um bioma que só existe no Brasil.
Além de ter importância científica, social, estética e econômica; a fauna
silvestre é fundamental para a sustentabilidade dos ecossistemas.
A sobrevivência de numerosas espécies depende da
Araucária, já que o nosso inverno coincide com o período de
estiagem, período em que os alimentos nas florestas são escassos. 
A araucária, além disso, é fundamental na natureza, pois serve
de abrigo a animais silvestres, melhora as condições ambientais,
protege o solo da erosão e das cheias. 
2.1. Controle de doenças de peixes com folhas de
Araucaria angustifolia (Pinheiro Brasileiro, Pinheiro-do-
Paraná, Pinheiro do Pinhão).
Preparo e Tratamento: Encher sacos com folhas
verdes de araucária. Colocar uma pedra no saco (para
afundar na água). Amarrar uma corda na boca do saco e
jogá-lo com as folhas nas águas dos peixes, principalmente
nos períodos de entrada do inverno.
3. CITRONELA DE JAVA - Cympopogun nardus.
A Citronela de Java é uma gramínea originária da Índia. As suas
folhas são ricas em substâncias, como o citronelal e o geraniol,
e exalam um perfume bastante agradável, que muito lembra o
do eucalipto, de forte efeito repelente, principalmente contra
moscas, mosquitos e borrachudos.
3.1. Controle de pragas com Citronela
A Citronela de Java é umas das melhores alternativas naturais
de controle de insetos e pragas. Para isso, basta plantá-la nos
locais desejados para obter o seu efeito repelente. A citronela
deve ser cultivada em locais ensolarados, para que os seus
odores se espalhem e espantem os insetos.
A citronela tem, ainda, ação larvicida e acaricida (contra ácaros).
A essência de citronela pode ser utilizada em perfumes, velas,
repelentes, desinfetantes, aromaterapia e armazenagem de
alimentos. 
Atenção: O uso das folhas e do óleo de citronela diretamente
sobre a pele pode provocar graves irritações.
4. GUACO - Mikania glomerata.
O guaco é uma planta medicinal da família Compositae, muito
utilizada nos tratamentos de bronquites, gripes, infecções na
garganta, rouquidão, tosse, etc. Tem as suas propriedades
medicinais comprovadas (veja a seção “Saúde que vem da terra”).
4.1. Antiofídico natural com Guaco
Há séculos, o guaco é utilizado pelos índios brasileiros como
poderoso antídoto natural antiofídico, controlando os sintomas
de ataques de animais peçonhentos. Este atributo do guaco faz
com que a planta também seja popularmente conhecida como
a “Erva das Serpentes” ou “Erva de Cobra”. Existe a tradição
de plantar o guaco para afugentar as cobras.
Para bloquear os efeitos dos venenos de cobras e de outros animais
peçonhentos, as folhas de guaco são esmagadas e aplicadas,
em forma de cataplasma, sobre as picadas dos animais.
1. SISTEMAS QUEBRA-VENTOS
Os ventos provocam grandes prejuízos na agropecuária,
fáceis de serem percebidos: qual produtor nunca teve uma
“quebra” no leite após a chegada dos ventos frios?
O QUE É O QUEBRA-VENTO?
O quebra-vento é um sistema natural que serve para atenuar
o padrão de velocidade e turbulência dos ventos, gerando
melhores condições ambientais e protegendo as culturas e as
criações, além de proporcionar a diversificação da atividade.
Por esses motivos, o quebra-vento é um dos principais
investimentos a serem implantados nas propriedades rurais.
QUAIS AS VANTAGENS?
Uma das principais vantagens do quebra-vento é a economia
de água, promovida pela redução da evapotranspiração das
culturas. Além disso, o sistema diminui a ocorrência de quebra
nos galhos, folhas, flores e frutos, que causam ferimentos e são
as portas de entrada das doenças. 
Um sistema quebra-vento pode duplicar a produtividade
agrícola em condições climáticas normais e quintuplicar
nos períodos mais críticos (secas). 
As árvores utilizadas para os quebra-ventos vão arborizar as
pastagens. Durante grande parte dos dias de verão, o ambiente
é considerado “estressante”, gerando desconforto aos animais. 
O quebra-vento, além da barreira natural, ainda serve como
abrigo para os pássaros predadores das pragas agropecuárias.
COMO FAZER?
O quebra-vento pode ser feito com a permanência e/ou o
plantio seqüencial de árvores, no sentido perpendicular aos
ventos predominantes. 
As árvores utilizadas no sistema quebra-vento devem, de
preferência, ser nativas do bioma, ter crescimento rápido, ter
porte ereto, ser flexíveis, resistentes ao vento, apresentar folhas
perenes e sistema radicular pouco competitivo, e também
pouco vulnerável ao ataque de pragas e doenças. O ideal seriam
espécies que reunissem todas essas características desejáveis,
adaptáveis às condições do clima e do solo local.
IDENTIFICARQUAIS OS PRINCIPAIS DESAFIOS ENFRENTADOS PELOS NOSSOS PRODUTORES
E BUSCAR NA NATUREZA DO COTIDIANO RURAL AS ALTERNATIVAS TECNOLÓGICAS PARA SUPERAR
ESSES OBSTÁCULOS. ESSE É UM DOS PRINCIPAIS OBJETIVOS DAS “FERRAMENTAS AGROECOLÓGICAS”,
CONTRIBUINDO COMO VERDADEIROS INSTRUMENTOS RUMO AO DESENVOLVIMENTO
SUSTENTÁVEL DA NOSSA AGROPECUÁRIA.
Por André César Henriques 1
F E R R A M E N T A S A G R O E C O L Ó G I C A S
Foto: Luiz Midéa
1André Henriques é técnico da EMATER-MG, escritório de Caxambu.
OFICINAS DO SEGUNDO ENCONTRO
1. ERVAS MEDICINAIS 
Ministrante: Rute Misaki
Realizada no Jardim de Plantas Medicinais do Matutu, esta oficina
demonstrou o cultivo agroecológico de ervas em canteiros circulares. 
2. COMBATE NATURAL DE PRAGAS
Ministrante: André Henriques
Identificamos as principais pragas e doenças que assolam a
nossa agropecuária, apresentamos técnicas eficientes, simples,
seguras, naturais e de reduzido custo econômico e operacional
para os produtores.
3. MONITORAMENTO DE VISITAÇÃO TURÍSTICA 
Ministrantes: Marinilsa Costa Favaro e Edson Spini Logato
A oficina baseou-se na conscientização e na atenção para a
responsabilidade do monitor ambiental como agente colabo-
rador da sustentabilidade. 
4. CONSTRUÇÃO DE ESTUFA 
Ministrantes: Débora Cristina de Siqueira e Wanderley Bustamante
5. DANÇAS DA PAZ 
Ministrantes: Laerte Willmann
Uma oficina que lembrou a função natural de cantar e dançar
em roda, que ocorre em todos os povos nativos e em todas
as culturas próximas da terra.
6. RODA SOBRE EXPERIÊNCIAS AGROECOLÓGICAS
E TROCA DE SEMENTES 
Ministrantes: Ismael (São Thomé das Letras),
Léo (Serra Negra), Guilherme (Matutu) e Prof. Vicente (UFLA)
Sentamos no gramado do Casarão para falar de experiências de vida,
princípios filosóficos da agroecologia e do estabelecimento de novas
relações com a natureza.
2 7C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
No primeiro Encontro, o objetivo era reconhecer e identificar
experiências e práticas agroecológicas na região, propondo o conceito
de Agroecologia de Montanha. Em sua segunda edição, o Encontro
esteve orientado para aprofundar conhecimentos e realizar práticas. 
PRIMEIRO DIA: 
Em 2008, o Encontro serviu para o lançamento do Programa
Estadual de Agroecologia da EMATER-MG, com a apresentação do
Programa pelo Eng. Agrônomo Francisco Tinoco. Ainda no primeiro
dia, foram apresentadas duas palestras: a primeira sobre Conservação
do Solo, com o consultor e produtor orgânico Marcelo Sambiase e a
segunda sobre Associativismo e Mobilização Rural, com Frei Honório,
baseada na sua bem sucedida experiência na cidade de Mantenópolis,
no Espírito Santo. Após essas palestras, a EMBRAPA apresentou o
Projeto Saberes, que está desenvolvendo na região, para resgate do
etnoconhecimento local.
À noite, após o jantar, aconteceu uma celebração cultural, com
apresentações teatrais da Companhia Matutu, contação de piadas pelo
Felipe, da comunidade do Engenho (Alagoa); e uma folia, com os
excelentes músicos do bairro dos Pedros (Aiuruoca).
SEGUNDO DIA: Na manhã do segundo dia, os participantes
se dividiram em grupos para a participação em oficinas. Os assuntos
das oficinas foram elaborados de acordo com os temas levantados
no primeiro encontro.
À tarde, após o almoço, representantes do Banco do Brasil
apresentaram a linha de financiamento PRONAF - Agroecologia.
Em seguida, mais algumas experiências foram apresentadas: produção
de farinha de pinhão, com Léo, da Serra Negra (Itamonte) e cultivo
de oliveiras, com Cláudio Ferreira, do Instituto Alma da
Terra (Baependi). Finalizando, o Projeto Comunidades da Serra
do Papagaio, da Fundação Matutu, foi apresentado por Luiz
Midéa, com especial enfoque na atual criação do Consórcio de
Ecodesenvolvimento Regional da Serra do Papagaio.
Uma Dança da Paz com todos os participantes encerrou o
evento. Na despedida das comitivas (“Até o ano que vem!”) era
possível perceber que o Encontro está se tornando um
acontecimento no calendário das Terras Altas da Mantiqueira.
A cada ano, o significado do Encontro Regional de Agroecologia
das Terras Altas da Mantiqueira ganha força. O evento busca contribuir
para o surgimento de um novo olhar para as formas de proteger
a natureza da nossa região, promovendo a interação entre a
população rural, o manejo ecológico dos recursos naturais,
a qualificação do produtor rural e a prática de alternativas
econômicas sustentáveis. 
Ao invés de impor fiscalização e leis ambientais ao produtor
rural, muitas vezes com efeitos sociais traumáticos e alto custo ao
governo, a agroecologia propõe uma outra estratégia ambiental,
com mais ênfase no ecodesenvolvimento rural e na parceria com a
população local, através dos manejos adequados. Participe dessa idéia!
O II ENCONTRO REGIONAL DE AGROECOLOGIA DE
MONTANHA DAS TERRAS ALTAS DA MANTIQUEIRA
ACONTECEU NOS DIAS 9 E 10 DE OUTUBRO DE 2008 E
CONTOU COM A PARTICIPAÇÃO DE APROXIMADAMENTE
230 PESSOAS DURANTE OS DOIS DIAS DO EVENTO. 
A proposta do Encontro é divulgar a Agroecologia de Montanha,
oferecendo técnicas, mobilizando conhecimentos locais e favorecendo
o intercâmbio e a troca entre os produtores rurais da região.
O Programa Estadual de Agroecologia
O Programa Estadual de Agroecologia está em fase final de
elaboração e será encaminhado em breve ao Ministério do
Desenvolvimento Agrário (MDA). Essa ação da EMATER-MG
pretende institucionalizar a agroecologia como política
pública no Estado de Minas Gerais e o núcleo EMATER das
Terras Altas da Mantiqueira passa a ser um importante pólo
para iniciar as ações do Programa.
Um Banco de Sementes para as Terras Altas da Mantiqueira:
Um dos resultados mais interessantes desse 2º Encontro foi a
troca de sementes crioulas entre os participantes. Queremos
que isso seja o início de um dos bancos de sementes das Terras
Altas da Mantiqueira, valorizando um patrimônio genético e
tradicional da nossa região. Informações sobre essa iniciativa e
outras experiências e projetos apresentados durante o Encontro
podem ser encontradas no site www.serradopapagaio.org.br
O E N C O N T R O
Comitiva de Itanhandu
C A D E R N O S D E A G R O E C O L O G I A D E M O N T A N H A N º 2
E X P O S I T O R E S D O E N C O N T R O ( o r d e m a l f a b é t i c a d e e x p o s i t o r e s ) :
PARTICIPANTES DO ENCONTRO
Alcemar Costa de Laia, Alex Pereira dos Santos, Alexandre Maciel Moreira, Alice Michaelis de Souza Campos, Analia Saldisuri, Ananias Noronha, Anderson Alberto Marçal,
André da Silva Mendes, André Guerra de Melo França, André Luiz Rezende Araújo, André Pereira Resende, Andréia Noronha, Andresa Maria Campos da Cunha, Ângela
Maria dos Santos, Angélica Floreano da Conceição, Antonio Domingues de Souza, Arnaldo Costa de Oliveira, Arnaldo Costa Júnior, Aurora Vitória R. Pedemonte, Austílio
Felipe Vieira Neto, Autiéres Donizete de Faria, Bárbara Sayuri Mativi, Beatriz Aparecida, Beatriz Moreno Pegorin, Benedito de Paula, Brasil Maia, Bruna Cândida Maciel,
Carla Ribeiro de Castro, Carla Siqueira Ferreira, Carlos Alessandro Silva, Carlos Pila, Carmem Cristiani S. Fonseca, Cassiel Siqueira Maciel, Cassimiro Soares, Celina
Aparecida da Silva, Celso Martinez, Cesar Leão, Clarismundo Benfica do Nascimento, Cleber Maciel de Andrade, Cristiane Maciel, Cristino Reis da Silva, Daiane Flores
de Lima, Daniela Soares de Souza, Débora Pomilio, Devadassi Hermogenes, Edalmo Alves Trindade, Eden Correa da Silva, Edmundo Noronha, Edson Spini Logato,
Eduardo Alves Carneiro, Eduardo José de Barros Mendes, Eliana Moraes, Eliane Soares, Eliomar Alves Carneiro, Enéias da Silva Rodrigues, Enio Souza Diniz, Eva Mendes,
Everton Mesquita Inácio, Fabiane Barbosa da Silva, Fabiano da Silva Lopes, Felipe Maciel da Silva, Fernando Cougo Mendonça, Fernando Tinoco Cassimiro França, Francisco
José Neto, Frei Onório José de Siqueira, Gayatri das Delavy, Giliane Aparecida da Silva, Gladstone Braga Trindade, Grasiele Aparecida da Silva, Grasiele CristinaF.
Gonçalves, Grasielly Diniz Castro, Graziele Carneiro, Guilherme de Melo França, Guilherme Fonseca de Luca, Gustavo de Sene, Gustavo Geraldo da Silva Rocha, Gustavo
Rodrigues Totti, Helivânia Diniz Siqueira, Hercílio Gonçalves da Silva, Irene Rodrigues Cordeiro, Isaias Gonçalves da Silva, Isaura Noronha, Janaina Braga Trindade,
Jayananda Fonseca Donadio, João Américo Inácio, João Bosco Batista, João Lopes da Silva, João Vitor Garcia Diniz, José Custódio Pinto Costa, José Henrique Miguel, José
Maria dos Santos Júnior, José Mauro da Silva, José Roberto da Silva, Juciana Soares, Júlio César da Silva, Karin Meneses, Karina Almeida Barbosa, Karla Oddone Ribeiro,
Kênia Cristina Barbosa Silva, Larissa Fernandes, Lazarina Maria Gonçalves, Lázaro Antônio da Silva, Lea Maria Siqueira, Leandro Mendonça Laureano, Lenon César
Rezende, Leonara Miranda Oliveira, Leonardo Zaven Kurdjian, Leonel de Souza Maciel Castro, Libbys Marylins Collins, Lilian Aparecida Teixeira Cabral de Laia, Lucas
Agostini Monteiro, Lucas Henrique Pinto, Luci Fontes Lafloufa, Luciano Siqueira da Silva, Luiz César Pereira da Silva, Luiz Fernando de Mello Midea, Luiz Guilherme Ferreira
da Silva, Maria Clara Duarte Barbosa Machado, Madeleine Pirat dos Santos, Magali Rodrigues, Maike Torres Pinto, Manno de Andrade França, Marcelo Diniz Leite, Marcelo
Sambiase, Marcéu Correa da Silva, Márcio Antônio Ferreira, Marco Antonio Canestri, Marco Antônio da Assunção, Marco Aurélio Martins Corrêa, Marcos Paulo Mativi,
Maria Rosa do Espírito Santo, Maria Elisa Nervante, Mariah Mendes, Mariana de Mendonça Pires Trigo, Mariana Marcon, Marina Pereira Junqueira, Marinilsa Costa Favaro,
Matheus Pezzo Bustamante, Maurício de Faria, Maurício Noronha, Maynara Lemos Abreu Silva, Meirilene Luana Castro, Michele Aparecida dos Santos, Miguel Angel Diaz,
Miguel Arcanjo Ribeiro, Mipam Uderzo, Murilo Fonseca Bortolozi, Naiara Santos Raeder, Neide Martins Siqueira, Nina Michaelis, Odemildo Carlos Ribeiro, Pâmela Diniz
de Toledo, Patrícia Maciel Amaral, Paulo Teixeira Diniz Silva, Pedro Felipe Junqueira Carvalho, Rafael Augusto de Assis, Rafael de Souza Silva, Rafael Rodrigues da Silva,
Rafael Rodrigues Pedemonte, Rainu Sebastião Santos Diaz, Raíssa de Castro Fonseca, Raphael da Silva Rocha, Ravi H. L. Barroso, Regina Alvares Guerra, Regina Dalva
Ribeiro Torres, Renan da Cunha Peres, Rickson Junes Sluss, Rinaldo Augusto Orlandi, Robervan Ferreira Leite, Rodrigo Renan C. Mendes, Roland Leo Mencke, Ronan
Carrarini Alves Lopes, Roseni Maia da Silva, Rute Kimy Misaki, Samuel Midan, Sérgio Mendes da Fonseca Júnior, Silvana de Castro Souza, Simone Diniz Siqueira, Simone
Isabel de Arantes Ferreira, Sophia Arreguy Campos Sluss, Sulamyt Uderzo, Susiane Amélia de Castro, Suzana Fonseca Diniz, Tais de Castro Maciel, Tatiana Medeiros Curatola,
Taylane Siqueira Guedes, Tertuliano do Espírito Santo, Thamyres da Silva Ventura, Vanise Passos Maciel, Viviane Ribeiro Mendes, Walkíria dos Santos Pessoa, Walter Leandro
Carvalho Pezzo, Welinton Pereira Silva, Weliton Carvalho Pereira, Wilian Gomes Vilela, Willian Clemente, Willian Fernandes de Souza, Xairon Minti Raeder, Zanon Cobra.
Terras Altas da Mantiqueira
As Terras Altas da Mantiqueira são um território especial da Serra da Mantiqueira, que abrange os municípios de Aiuruoca, Alagoa, Baependi, Itamonte,
Itanhandu, Passa Quatro, Pouso Alto e São Sebastião do Rio Verde. Aqui estão as maiores altitudes do sudeste brasileiro, como a Pedra da Mina (2798 m),
o Pico das Agulhas Negras (2792 m), o Pico da Sussuarana (2350 m) e as nascentes de alguns dos seus principais rios, como o Rio Grande e o Rio Paraíba do Sul. 
Por sua importância ecológica, as Terras Altas da Mantiqueira foram declaradas Zona Núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica pela UNESCO.
Um mosaico de unidades de conservação composto pelo Parque Nacional de Itatiaia, a Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra da Mantiqueira,
a Floresta Nacional (FLONA) de Passa Quatro e o Parque Estadual da Serra do Papagaio confirmam a importância ambiental da região. 
Atualmente, existe um esforço conjunto das comunidades locais, de várias organizações da sociedade civil e do governo em conciliar a continuidade
de atividades produtivas com a conservação dos seus preciosos recursos naturais, especialmente as águas e florestas. Esse esforço se traduz na
criação de um circuito turístico, no fomento da agroecologia e do artesanato; e no fortalecimento da gestão participativa do território. 
Fundação Matutu
A Fundação Matutu é uma organização criada em 1995 por uma comunidade ecológica que habita a Serra do Papagaio, nas Terras Altas da
Mantiqueira, há 20 anos. Seu objetivo é contribuir para a proteção dos ecossistemas naturais da região e apoiar o ecodesenvolvimento das
comunidades locais. A experiência local da Fundação resultou no Programa de Desenvolvimento Sustentável da Serra do Papagaio, um conjunto de
iniciativas socioambientais e projetos participativos voltados para o surgimento de uma relação saudável e produtiva dos grupos humanos para com
a natureza. Para conhecer mais sobre esse Programa, visite o site: www.serradopapagaio.org.br.

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