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TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I FORMULÁRIO PARA RELATÓRIO PARCIAL Nome completo do aluno: Matheus Dutine de Melo RA do aluno: 817115281 Semestre em curso: 7º (sétimo) semestre Endereço de e-mail do aluno: dutinedemelo@gmail.com Nome completo do orientador: Thiago Rodrigues São Marcos Nogueira Linha de pesquisa adotada pelo orientador: Endereço de e-mail do orientador: thiago.nogueira@fgv.br Tipo de Trabalho de Conclusão de Curso: Monografia Eu, Thiago Rodrigues São Marcos Nogueira, declaro que orientei o aluno acima descrito no período de Abril de 2020 até o presente momento. Considero que o relatório parcial está adequado e de acordo com as orientações. Declaro também que o aluno tem condições de dar continuidade à pesquisa, cumprindo as exigências do Curso de Direito. ___________________________________ Assinatura do orientador UNIVERSIDADE SÃO JUDAS TADEU CURSO DE DIREITO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I A MODULAÇÃO DOS EFEITOS NO CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE A NORMA INCONSTITUCIONAL E A SUPREMACIA DA CONSTITUIÇÃO Relatório parcial de pesquisa apresentado à coordenação do Curso de Direito da Universidade São Judas, como requisito parcial para a continuidade das atividades de pesquisa necessárias à elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso, o qual é requisito parcial para obtenção do diploma de Bacharel em Direito. Professor Thiago Rodrigues São Marcos Nogueira, Mestre e Doutorando em Direito Internacional pela Universidade de São Paulo. São Paulo, maio de 2020. Página 1 de 8 1 Resumo do Projeto O presente projeto de TC tem como finalidade investigar, dentro do campo do controle de constitucionalidade, se a modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de controle de constitucionalidade afronta o princípio da supremacia da constituição. Serão definidas, em um primeiro momento, as bases teóricas a respeito dos dois institutos, fazendo uso de conteúdos científicos de pesquisa, e a partir daí, fazendo uso das jurisprudências firmadas pelo Supremo Tribunal Federal, será esclarecido se há ou não afronta, de fato, a tal princípio. Kelsen ao desenvolver a teoria da supremacia da constituição estabeleceu como cerne dessa que a norma constitucional determina o que estará disposto nas normas infraconstitucionais, não podendo essas últimas, jamais, derrogarem a primeira, dado o princípio da supremacia das normas constitucionais. Assim, a partir da existência do princípio da supremacia da constituição, tal teoria dará base ao orientando a fim de pesquisar se a modulação dos efeitos da decisão em sede de controle concentrado de normas feita pelo STF não estaria violando o referido princípio, ao permitir que norma reconhecidamente inconstitucional gere e continue gerando efeitos no ordenamento, em clara inconformidade com a essência da superioridade da carta magna. 2 Introdução/justificativa A teoria jurídica que será utilizada para basear a pesquisa é da Supremacia da Constituição, de Hans Kelsen. Essa teoria diz que a norma constitucional é suprema, sendo ela a guia de como devem ser feitas as demais leis, não sendo cabível que as leis infraconstitucionais derroguem aquela. Ela foi escolhida por tratar, do ponto de vista do orientando, de questão que, em um primeiro momento, vai de encontro à modulação, sendo de crucial relevância seu estudo para responder à pergunta de pesquisa. Desse modo, a obra fundamental que dá origem à diversas pesquisas científicas que tratam sobre esse assunto é a “Teoria pura do direito”1. Nela, o autor desenvolve as ideias quanto ao alto grau de poder de que é imbuída essa norma constitucional, baseada na norma fundamental. Foi optado por tal tema tendo em vista, além de ser uma área da qual o orientando possui apreço, a forte discussão existente em torno do instituto da 1 KELSEN, H. Teoria pura do direito. Tradução de João Baptista Machado. 6ª. ed. São Paulo: Martins Fontes, 1999. Página 2 de 8 modulação dos efeitos da decisão. Ao permitir que uma norma reconhecidamente inconstitucional gere e continue gerando efeitos, o judiciário abre uma série questionamentos no ordenamento jurídico: quais os critérios para utilização de tal instituto?; Quais as modalidades possíveis de sua utilização?; O que viria a ser, no caso concreto, a segurança jurídica e relevante interesse social que se fazem necessários para sua utilização?; Poderia uma norma infraconstitucional dar permissão ao judiciário modular os efeitos a fim de permitir que norma infraconstitucional contrária ao texto da carta maior continue vigorando?; Não teria tal matéria que ser regulada no âmbito das normas constitucionais;? Quais os limites do poder concedido ao judiciário para estabelecer por quanto tempo a norma valerá?; Seria esse um caso de ativismo judicial?; etc. São diversas as questões envolvidas por trás do instituto que será tratado nesse TC, além de existirem, até a presente data, duas Ações Diretas de Inconstitucionalidade que impugnam o art. 27 da Lei nº. 9.868/99 e o art. 11 da Lei nº. 9.882/99 (normativos que possibilitam a modulação de efeitos na Ação Direta de Inconstitucionalidade, Declaratória de Constitucionalidade e de Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental, respectivamente). Assim, fica evidente a série de dúvidas causadas pela modulação, a qual foi extremamente pouco regulada no Brasil, ficando clara sua forte discussão na atualidade, após as exposições anteriores, mesmo se tratando de um mecanismo antigo, de mais de 200 (duzentos) anos, tendo ganhado força nos Estados Unidos da América e na Áustria. Em decorrência da necessidade de recorte epistemológico para fazer uma pesquisa focada, o orientando optou, dentre as diversas conjecturas que norteiam o ponto aqui tratado, por analisar como se dá a coexistência de tal instituto face o princípio da supremacia da constituição, buscando compreender melhor de que modo é resguardada a segurança jurídica e se existiria um desrespeito, aqui, ao mandamento principiológico estabelecido pelo constituinte de 1988. 3 Objetivos A pesquisa será desenvolvida tendo como base responder à pergunta de pesquisa formulada, qual seja, “a modulação dos efeitos fere o Princípio da Página 3 de 8 Supremacia da Constituição ao permitir que norma inconstitucional produza e continue produzindo efeitos?” Tal objetivo foi definido por ser ponto esse o qual, dentro das pesquisas realizadas pelo orientando, o que gerou maior obscuridade e incertezas, além de ser uma questão de extrema relevância no âmbito do direito constitucional. 4 Metodologia A metodologia adotada será a de pesquisa científica em artigos, dissertações, livros científicos, artigos de análise jurisprudencial, legislação e jurisprudência. Será utilizado pré-sumário para nortear e guiar o desenvolvimento da pesquisa – o qual consta no item 9 “anexos”, do presente relatório. Serão realizados fichamentos dos textos mais importantes a serem utilizados, de modo, além da leitura e aprendizado, sintetizar, possibilitar e tornar prática a citação das fontes. 4.1 Explicação da metodologia adotada Consiste em estabelecer, através da pesquisa científica, as bases teóricas dos institutos contrastantes, isto é, discorrer acerca do que consiste a teoria da supremacia da constituição e no que consiste o instituo da modulação - de forma concisa. Após ter de forma clara estabelecido tais precedentes no trabalho, será incorrida a problemática "como um pode coexistir com o outro na mesma ordem jurídica?". Tal indagação será respondida através de pesquisa utilizando tanto aspectos teóricos inspirados por trabalhos jurídico-científicos, quanto através do aspecto prático, que será demonstrado por meio de trabalhos científicos que analisam as decisões do STFacerca do tema tratado (material já levantado pelo orientando), bem como a busca jurisprudencial de julgados do STF utilizando filtros específicos. Através da busca literal (busca pelo exato termo colocado no campo de pesquisa), serão procuradas decisões que contenham: “Modulação"; "temporal"; "efeitos"; "abstrato"; "concentrado"; "supremacia da constituição". Página 4 de 8 Isso nos traz decisões que tratam, na prática, sobre a questão suscitada no trabalho de pesquisa, e é através desses acórdãos que no decorrer do trabalho restará provada a hipótese 1 ou 2 (ou uma terceira hipótese que seja resultado da mitigação das duas outras), que foram formuladas pelo pesquisador. Observação: (A busca jurisprudencial base já foi levantada pelo orientando - cerca de 04 (quatro) decisões até o presente momento). Será formulado um sumário provisório, para que o orientando possa manter uma organização mínima quanto aos pensamentos e pontos que serão envolvidos nas indicações supra. Ademais, cumpre acrescentar que foi realizada pesquisa de artigos acadêmicos no banco de dados da USP e da SBDP, bem como de outras produções acadêmicas de fontes diversas, além de livro científico que trata do assunto. Dessa forma, a metodologia se resume a: Utilização de produções científicas teóricas, a princípio, para elucidar, discutir e estabelecer as premissas teóricas do trabalho, quais sejam: a modulação e a supremacia da constituição; Utilização de produções científicas práticas, em uma fase posterior, para trazer a vertente prática de como o STF, no controle abstrato, realiza a aplicação dos referidos institutos, no intuito de testar a falseabilidade das hipóteses suscitadas (ou chegar à hipótese que mitigue as formuladas). 5 Resultados preliminares encontrados A partir das leituras iniciais, o orientando chegou à conclusão de que a modulação dos efeitos foi um instituto de fato criado para garantir a segurança jurídica e o relevante interesse social – o que o levou a descartar tal pergunta de pesquisa, vez que não haviam mais dúvidas. Daí, iniciaram-se aprofundamentos, chegando no ponto concernente, como já dito, à Supremacia da Constituição. Com isso, foram formuladas duas hipóteses preliminares, sendo elas: Página 5 de 8 Hipótese 1: A modulação fere a supremacia da constituição e não tem justificativa para existir vez que as normas inconstitucionais devem ser declaradas nulas; Hipótese 2: A modulação não fere a supremacia da constituição e possui plena justificativa para sua existência, podendo coexistir com as normas constitucionais e o princípio da supremacia da constituição, permitindo que normas inconstitucionais continuem gerando efeitos no ordenamento. Assim, com o desenvolvimento da pesquisa, objetivando responder à pergunta de pesquisa formulada, é esperado que seja confirmada a primeira ou a última hipótese, ou, ainda, que seja encontrada terceira hipótese que deriva da mitigação das duas primeiras. 6 Cronograma de atividades a serem desenvolvidas Vez que já foi levantada a maior parte da bibliografia fundamental para a pesquisa, bem como já definidos os pilares que dão concretude ao projeto – com forte orientação por parte do orientador, após a entrega do relatório será dado prosseguimento à pesquisa, através de leitura dos materiais obtidos e também elaborando o respectivo fichamento das produções científicas a serem utilizadas (visando facilitar a compreensão do material). A partir do fichamento da obra que será utilizada como teoria base, o orientando começará a escrita da pesquisa em si, a qual irá desenvolver periodicamente. Nos meses de junho e julho, o orientando aproveitará o recesso acadêmico para massificar as leituras e escrever a parte do trabalho que se destina às duas figuras bases, quais sejam, a modulação e o princípio da supremacia da constituição. Entre os meses de agosto e outubro será definida a questão quanto aos aspectos práticos da matéria suscitada, analisando como o Supremo Tribunal Federal dá seu entendimento e contribuição sobre o tema tratado. Por fim, entre outubro e novembro, serão revisadas as questões formais do TCC, para que sejam feitas as aparas necessárias à sua boa desenvoltura (citações, fontes, espaçamento, margens, numerações etc.). E, também, devidamente Página 6 de 8 elaborada e praticada a apresentação do trabalho para obter êxito sem grandes dificuldades perante a banca examinadora. Tais atividades serão controladas através de metas semanais estabelecidas pelo orientando a si mesmo, além, é claro, das tarefas semanais exigidas pelo orientador, levando sempre em consideração as observações feitas por ele. Haverá objetivos mensais e semanais, fazendo o uso de sumário provisório para que o pesquisador possa visualizar e ter uma noção melhor da porcentagem do trabalho que está sendo concluída. 7 Previsão de publicação da pesquisa A presente monografia será apresentada publicamente à banca examinadora em novembro de 2020, caso o orientando seja aprovado em TC01 e receba autorização para a referida apresentação, para que possa ao final ter cumprido um dos requisitos para a obtenção do título de Bacharel em Direito. 8 Referências bibliográficas parciais KELSEN, Hans. A garantia jurisdicional da Constituição, in Jurisdição Constitucional. São Paulo: Martins Fontes, 2003. QUEIROZ, Rafael Mafei Rabelo. Monografia jurídica: passo a passo. Rio de Janeiro: Forense; São Paulo: Método, 2015. KELSEN, Hans. O Controle Judicial da Constitucionalidade (Um estudo comparado das Constituições austríacas e americana). In: ______. Jurisdição Constitucional. 3ª ed. São Paulo: Editora WMF Martins Fontes, 2013. HECK, Luís Afonso. Jurisdição constitucional: teoria da nulidade versus teoria da nulificabilidade das leis. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2008. DIMOULIS, Dimitri; LUNARDI, Soraya. Curso de processo constitucional: controle de constitucionalidade e remédios constitucionais. 6ª ed. São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2019. MEIRELLES, Hely Lopes; Wald, Arnoldo; MENDES, Gilmar Ferreira. Mandado de segurança e ações constitucionais. 36ª ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2014. Página 7 de 8 MACEDO, Elaine Harzheim; DANTAS, Ana Cecília de Morais e Silva. Modulação de efeitos no controle concentrado de constitucionalidade: o caso da ADI 875. Revista AJURIS. v. 44, n. 142. Porto Alegre: 2017. STRECK, Lenio Luiz. Jurisdição constitucional. 5ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018. BARCELLOS, Ana Paula de. Curso de direito constitucional. 1ª ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2018. SARLET, Ingo Wolfgang; MARINONI, Luiz Guilherme; MITIDIERO, Daniel. Curso de direito constitucional. 7ª ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2019. PEREZ, Carlos Alberto Navarro. A modulação temporal de efeitos dos provimentos jurisdicionais de controle e constitucionalidade: conteúdo essencial e aplicabilidade. São Paulo: Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, 2013. KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. 6ª ed. (J. B. Machado, Trad.) São Paulo: Martins Fontes, 1998. BRASIL. STF, Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADIn) nº 2797; Disponível em: <http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=629993>. Acesso em: 27 abr. 2020. 9 Anexos Abaixo está apresentado o sumário provisório que será utilizado para dar base e auxiliar nas pesquisas relacionadas ao TCC: Sumário 1 Breves considerações acerca do Controle de Constitucionalidade ................. X 1.1 Controle Abstrato de Constitucionalidade ......................................................... X 1.2 Controle Difuso de Constitucionalidade ............................................................ X 2 O Princípio da Supremacia da Constituição ....................................................... X 3 O Neoconstitucionalismo..................................................................................... X 4 A modulação dos efeitos da decisão proferida em sede de Controle de normas ................................................................................................................................... X Página 8 de 8 4.1 A modulação .................................................................................................... X 5 A dinâmica da modulação face ao princípio da supremacia das normas constitucionais ......................................................................................................... X 5.1 A modulação dos efeitos fere o Princípio da Supremacia da Constituição ao permitir que norma inconstitucional produza e continue produzindo efeitos? ........ X São Paulo, 10 de maio de 2020. Assinatura do Aluno
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