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Política de Assistência Social para População em Situação de Rua

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agradecimentos
Primeiramente a Deus, por me iluminar nesta caminhada.
Á minha família, pelo apoio, motivação e paciência em especial ao meu esposo e filho pela compreensão nas minhas ausências.
A minha Profª Ana Carolina pelo apoio e paciência nestes quatro anos, transmitindo conhecimentos que levarei em minha pratica profissional.
As minhas supervisoras de estágio Rosali e Priscila por todo suporte em campo de estágio, pela paciência e dedicação. 
Agradeço também a equipe do CRAS Padre Jose Maria Pinto e a equipe do Serviço de Obras Sociais – S.O.S e Projeto RAIS pelo apoio que recebi de todos no período de estágio.
A todos aqueles que estiveram presentes em minha caminhada, obrigada por torcerem por mim.
VIEIRA, Olivia Martins Soares. Política de Assistência Social para População em Situação de Rua. 2018. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Itapetininga/SP, 2018.
RESUMO
O presente Trabalho de Conclusão de Curso – TCC destaca as Políticas de Assistência no Brasil com foco na população em situação de rua. A política Nacional para População em Situação de Rua sua criação e importância para efetivação de direito desta população que carrega estigmas e julgamentos das sociedades, vivendo excluídos e marginalizados. Analisar as características desta população e as condições em que vivem através de pesquisas bibliográficas. Mostrar as políticas de assistência para população em situação de rua. À pesquisa sobre o serviço social no Brasil, a expansão das políticas de assistência social, os caminhos percorridos para a instituição da Política Nacional para População em Situação de Rua. Por se tratar de uma população que se encontra em situação de vulnerabilidade extrema, devido à dificuldade de acessar serviços e programas é preciso enxergar essas pessoas com possuidora de direitos e não como responsáveis pela situação em que vivem.
Palavras-chave: Política social, Programas Sociais, Pessoas em Situação de Rua, Política Nacional da População em Situação de Rua
VIEIRA, Olivia Martins Soares. Social Assistance Policy for Population in Street Situation. 2018. Número total de folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Serviço Social) – Centro de Ciências Empresariais e Sociais Aplicadas, Universidade Pitágoras Unopar, Itapetininga, 2018.
ABSTRACT
The present Work of Completion of Course - TCC highlights the Assistance Policies in Brazil with focus on the population in the street situation. The National Policy for Population in Situation of Street its creation and importance for the effective realization of the right of this population that carries stigmas and judgments of the societies, living excluded and marginalized. To analyze the characteristics of this population and the conditions in which they live through bibliographical research. Show assistance policies for the homeless population. To the research on social service in Brazil, the expansion of social assistance policies, the paths covered for the institution of the National Policy for Population in Street Situation. Because it is a population that is extremely vulnerable due to the difficulty of accessing services and programs, it is necessary to see these people as having rights, not as responsible for the situation in which they live
Key-words: Social Policy, Social Programs, Street People, National Policy on Population in Street Situation
SUMÁRIO
101 INTRODUÇÃO
132 BREVE HISTORICO DA POLITICA SOCIAL NO BRASIL
182.1 Politica Nacional de assistência Social
202.1.1 Programas e Serviços Socioassistenciais para População em Situação de Rua....................
253 SURGIMENTO DA POLITICA NACIONAL PARA PESSOA EM SITUAÇÃO DE RUA
273.1 Politica nacional para população em situação de rua como marco para garantia de direitos.
323.2 Estratégias da política nacional para a inclusão da população em situação de rua.................
323.2.1 Direitos humanos
323.2.2 Saúde
343.2.3 Segurança Alimentar e Nutricional
353.2.4 Educação
363.2.5 Trabalho e Emprego
363.2.6 Desenvolvimento urbano/habitação
373.2.7 Assistência Social
383.2.8 Cultura
393.3 Política Estadual de Atenção Especifica para População em Situação de Rua...
424 CARACTERISTICAS DA POPULAÇÃO EM SITUAÇÃO DE RUA.........
505 CONCLUSÃO
52REFERÊNCIAS
1 INTRODUÇÃO
A Assistência Social ao longo da história foi marcada pelo assistencialismo, caridade, benemerência. Não era vista como um direito, e as políticas existentes eram sempre embasados no imediatismo e para que a população se cala-se diante das situações de vulnerabilidades que viviam.
Com a Constituição de 1988 a Assistência Social ganhou uma nova fase, inserida no Sistema de Seguridade Social, formando um tripé juntamente com as Políticas de Saúde e Previdência Social. Mesmo com a promulgação da Lei Orgânica de Assistência Social – LOAS, lei 8.662 de 07/12/93 a política de assistência não perdeu seu caráter paliativo, ainda existem políticas sociais com caráter imediatista, o Brasil um país neoliberal que visa o crescimento econômico em detrimento das políticas assistenciais, o que acaba com o sucateamento da Assistência Social.
A Política Nacional da Assistência Social – PNAS foi criada em 2004, ela estabelece princípios e diretrizes para a implementação dos SUAS – Sistema Único de Assistência Social. 
Em 2005 foi criado o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) com o compromisso de romper com a lógica tradicional do assistencialismo e da fragmentação de ações. Instituído como lei em 2011, o sistema promove o acesso a benefícios, programas, projetos e serviços socioassistenciais de proteção social básica e especial. O SUAS é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem como eixo a matricialidade familiar. Criou-se um sistema único com intuito de definir funções e atribuições a cada ente federativo.
Em dezembro de 2003, foi realizada em Brasília, Distrito Federal, a IV Conferência Nacional de Assistência Social, que representa um grande passo na busca da densidade da Política de Assistência Social no Brasil. Nesta conferência foi deliberada a implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), no qual encontramos a Proteção Social Básica, que visa prevenir riscos sociais e pessoais por meio de oferta de serviços, programas, projetos e benefícios a famílias e indivíduos para superação das vulnerabilidades. Proteção Especial de Média Complexidade e Proteção Social Especial de Alta Complexidade, destinada a famílias e indivíduos que já se encontram com seus direitos violados em situação de risco, por decorrência de abandono, maus tratos, abuso sexual, uso de drogas, situação de rua dentre outros motivos que colocam em risco a vida dos indivíduos. O SUAS também engloba as ofertas de benefícios assistenciais, destinados a famílias de baixa renda para a superação de situação de vulnerabilidade. 
 Em 30 de dezembro de 2005, após sua aprovação, a LOAS recebe uma alteração através da lei n. 11.258/05 que determina a inclusão da obrigatoriedade da formulação de programas de amparo à Pessoas em Situação de Rua. A nova legislação determina que cabe ao poder público municipal a tarefa de “manter serviços e programas de atenção à população de rua, garantindo padrões básicos de dignidade e não-violência na concretização de mínimos sociais e dos direitos de cidadania a esse segmento social.” (BRASIL, 2008b, p. 6)
Nota-se que ate a implementação do SUAS em 2005 as políticas eram restritas ao acesso das PSR. Com o SUAS houve a criação de políticas de assistência voltadas a esse segmento da população, porém continuam restritas, possuem abrangência limitada e reproduzem práticas conservadoras. Segundo Silva (2009), a relação da PSR com as políticas sociais é uma relação de pouca relevância e de quase completa exclusão.
Existem vários serviços voltados para a população em situação de rua, cabe ao município aderiraos programas de acordo com suas especificidades, como é o caso do Serviço Especializado em Abordagem Social e Centro de Referência Especializado para População em Situação de Rua – Centro POP.
Além de programas e projetos que visam atender a população em situação de rua, não podemos esquecer-nos de mencionar os programas de transferência de renda como a Bolsa Família destinada a famílias que vivem abaixo da linha da pobreza.
Mesmo com a existência de programas e projetos destinados a este segmento da população, as pessoas em situação de rua encontram dificuldade de acessar seus direitos e de serem vistos como pessoas de direitos. Através de muita luta dos movimentos sociais, em 2009 o Executivo Federal editou o Decreto nº. 7.053, instituindo a Política Nacional para a População em Situação de Rua para assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as diversas políticas públicas.
O objetivo geral da pesquisa é mostrar as políticas de assistência para população em situação de rua.
Os objetivos específicos estão relacionados à pesquisa sobre o serviço social no Brasil, a expansão das políticas de assistência social, os caminhos percorridos para a instituição da Política Nacional para População em Situação de Rua, as características das pessoas em situação de Rua, quais os direitos deste segmento da população e se são assegurados.
Tem como justificativa a escolha do tema por se tratar de uma população que se encontra em situação de vulnerabilidade extrema, devido à dificuldade de acessar serviços e programas. É preciso enxergar essas pessoas como possuidoras de direitos e não como responsáveis pela situação em que vivem.
A metodologia para realização desse trabalho foi através de pesquisa bibliográfica, que discorrem sobre o tema escolhido.
2 Breve historico da politica social no brasil
A desigualdade social, a dominação econômica são fases de uma realidade que o ser humano conhece bem. A assistência ao pobre é uma preocupação que sempre esteve presente ao longo dos tempos, porém esteve, mas presente na era industrial, devido à mobilização dos operários por melhores condições de vida, luta por justiça e melhores condições econômicas. Um longo processo de lutas e conquistas da sociedade brasileira precisou ser percorrido para chegar ao modelo atual, por muito tempo a assistência aos mais pobres não foi merecedora de atenção do poder público, a pobreza era vista como fatalidade e a assistência era deixada a iniciativa privada, a igreja e a filantropia. Era uma assistência voltada para caridade, esmolada que perdurou ate meados do século XVIII. A partir da segunda metade do século XVIIII o país vivia o fim da escravidão, a transição do modo de produção agrário para o industrial e a chegada dos imigrantes estrangeiros que aos poucos foram substituindo os escravos.
A primeira entidade no país criada para atender desamparados foi a Irmandade da Misericórdia, que se instalou na capitania de São Vicente em 1543. Surgiu o mosteiro de São Paulo a Ordem dos Frades Menores e Franciscanos e a Hospedaria de Imigrantes, albergue criado em 1885 para abrigar em São Paulo imigrante recém – chegado.
O reconhecimento da assistência Social pelo Estado aconteceu muito lentamente no Brasil. A revolução de 1930 configurada no estado Getulista, possibilitou a passagem da economia do modelo agroexportadora para o urbano- industrial e também conduziu a questão social ao centro da agenda pública. Na época o estado aumentou sua atuação na área social. Era uma resposta ao fortalecimento das lutas sociais e as lutas por direitos trabalhistas. Na era Vargas o Brasil conheceu a força do Governo Federal no cenário político, o governo criou o ministério do trabalho, indústria e comércio e a consolidação das leis do trabalho CLT, surgiram ainda o Institutos de Aposentadorias e Pensões os IAPs, peças de um sistema de previdência social baseado na lógica do seguro, o acesso aos benefícios era condicionado ao pagamento de contribuições.
Em julho de 1938, em pleno Estado Novo, é criado o Conselho Nacional de Serviço Social. Vinculado ao Ministério de Educação e Saúde e formado por pessoas ligadas a filantropia, o estado voltou-se mais aos excluídos do sistema de Previdência Social, o amparo passou a ser dirigido para os que não conseguiam garantir a sua sobrevivência. Foi nessa época que o governo criou a Legião Brasileira de Assistência, a LBA e o Conselho Nacional de Serviço Social - CNSS era formado por pessoas indicadas pelo presidente Vargas, ao conselho cabia auxiliar os pedidos de auxilio e enviá-los para o ministério da saúde e educação. 
A LBA produziu na espera publica um modelo assistencialista que já acontecia no campo não governamental, reforçando o laço de dependência dos mais vulneráveis. A primeira dama Darcy Vargas adotou a instituição que passou a ter as esposas dos presidentes da republica no comando, foi o inicio do chamado primeiro - Damismo junto à assistência social.
 Getulio Vargas foi presidente do Brasil em dois períodos. O primeiro período foi de 15 anos ininterruptos, de 1930 até 1945, e dividiu-se em três fases: de 1930 a 1934, como chefe do "Governo Provisório"; de 1934 até 1937 como Presidente da república do Governo Constitucional, tendo sido eleito presidente da república pela Assembléia Nacional Constituinte de 1934; e, de 1937 a 1945, como presidente-ditador, durante o Estado Novo implantado após um golpe de estado.
Com o passar dos tempos o país começou a experimentar o aumento do custo de vida, surgindo assim conflitos de interesses, o poder de Getulio Vargas começou a se enfraquecer. O Brasil ganhou uma nova constituição federal em 1946 à carta magna desencadeou um processo de democratização, o poder na esfera federal foi descentralizado e a autonomia dos governos estaduais e federais garantidas. Na área social porem pouca coisa mudou, a LBA se espalhou pelo país através das comissões municipais estimulando o voluntariado feminino. O modelo de assistência baseado na caridade e na benemerência foi aprofundado e ampliado, incentivou o surgimento de instituições assistenciais públicas e privadas gerando ações fragmentadas, pontuais e desordenadas. Nesse período o CNSS assumiu as responsabilidades de certificar as entidades filantrópicas.
No governo de Juscelino Kubitschek (1960) foi Promulgada a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS que deu uniformidade aos benefícios e serviços previdenciários, permanecendo ainda com os institutos. 
O golpe militar de 1964 marcou a vida dos brasileiros pelo autoritarismo e retirada de direitos, a ditadura praticamente anulou os poderes legislativos e judiciários. O regime militar não chegou a promover inovações significativas. A assistência social se burocratizou com regras, normas e critérios de atendimento a população excluída. Nesse período foi ampliada a previdência social e criado o FUNRURAL, estendendo a assistência aos trabalhadores do campo. A LBA foi transformada em fundação pública vinculada ao Ministério do Trabalho e Previdência Social, outras instituições públicas foram criadas para dar assistência, como a FUNABEM- Fundação Para o Bem Estar do Menor, a CEME- Central de Medicamentos e BNH- Banco Nacional de Habitação. Nesse contexto em 1966 a previdência foi centralizada com a criação do Instituto Nacional de Previdência Social- INPS. Em 1977 a Política Previdenciária teve sua estrutura reorganizada após a criação do Sistema Nacional de Previdência Social – SINPAS o que ocasionou a extinção dos centros de serviços sociais e a transferência de atendimentos ao excepcional e idoso para LBA.
De 1984 a 1988 o Brasil vive uma intensa mobilização popular o que acabou culminando com a promulgação da constituição Federal de 1988. Com a constituição de 88, a assistência social passou a ser reconhecida como política publica intrigante da seguridade social ao lado das políticas de saúde e previdência social. A constituição representou a ampliação de direitos sociais. O que antes era visto como problema de cadaum passa a ser responsabilidade pública garantida por lei. O estado determina que aqueles que não contribuem para a previdência também têm direito a proteção social, a saúde passou a ser universal e gratuita e a previdência para quem contribui. A constituição Federal de 88 prevê em seus artigos 203 e 204 a assistência social gratuita a quem dela necessitar:
Art. 203. A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por objetivos:
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice;
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes;
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho;
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração à vida comunitária;
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, conforme dispuser a lei.
Art. 204. As ações governamentais na área da assistência social serão realizadas com recursos do orçamento da seguridade social, previstos no art. 195, além de outras fontes, e organizadas com base nas seguintes diretrizes:
I - descentralização político-administrativa, cabendo a coordenação e as normas gerais à esfera federal e a coordenação e a execução dos respectivos programas às esferas estaduais e municipais, bem como a entidades beneficentes e de assistência social;
II - participação da população, por meio de organizações representativas, na formulação das políticas e no controle das ações em todos os níveis.
Parágrafo único. É facultado aos Estados e ao Distrito Federal vincular a programa de apoio à inclusão e promoção social até cinco décimos por cento de sua receita tributária líquida, vedada a aplicação desses recursos no pagamento de: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
I - despesas com pessoal e encargos sociais; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
II - serviço da dívida; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
III - qualquer outra despesa corrente não vinculada diretamente aos investimentos ou ações apoiados. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003)
A participação popular foi de suma importância para consolidação da carta magna, foi um processo lento e ela foi tomando forma nos anos seguintes. Sabemos que a sociedade vivenciava um aprofundamento da crise econômica, devido ao ajuste neoliberal, o que ocasionou grandes taxas de juros, alta da inflação, quedas salariais, contribuindo para o agravamento e a destituição do sistema de proteção social. 
Podemos constatar, portanto, que os direitos garantidos pela Constituição de 88 tornam-se precários. Por outro lado também podemos destacar as conquistas que tivemos com a constituição de 88 como, por exemplo: o sistema único de assistência social (SUS) garantindo o acesso universal à saúde, sem discriminação. 
Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF-88), a “Saúde é direito de todos e dever do Estado”. Assim foi criado o Sistema Único de Saúde (SUS), um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, que abrange desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial até o transplante de órgãos, garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a população do país. A CF-88 e posteriormente, a Lei Orgânica da Saúde, de nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, intensificam debates já existes acerca do conceito. Nesse contexto, entende-se que saúde não se limita apenas a ausência de doença, considerando, sobretudo, como qualidade de vida, decorrente de outras políticas públicas que promovam a redução de desigualdades regionais e promovam desenvolvimento econômico e social (ministério da saúde).
Diante da citação podemos entender que o SUS deve trabalhar em conjunto com as demais políticas, atuando na promoção da saúde e qualidade de vida.
 A rede que compõem o SUS é ampla e abrange tanto ações, como serviços de saúde. Ela engloba a atenção básica, média e alta complexidades, os serviços urgência e emergência, a atenção hospitalar, as ações e serviços das vigilâncias epidemiológica, sanitária e ambiental e assistência farmacêutica. (ministério da saúde).
O SUS é a única alternativa no que tange a assistência á saúde da população. Com foco prioritário na família e na territorialidade, reordena as ações assistenciais.
A partir de 1993 tivemos diversos avanços no campo da assistência, como BPC (Beneficio de Prestação Continuada) direcionado a pessoas com deficiência e idosos, a LOAS (Lei Orgânica da Assistência Social).
O Benefício de Prestação Continuada- BPC da Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS (BPC) é a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos), que o impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas.(MDS – ministério de desenvolvimento e combate a fome)
Não podemos nos esquecer dos programas de transferências de renda mínima, para pessoas que se encontram em situação de vulnerabilidade social e econômica. 
 Criado no ano de 2003 pelo governo Lula, o programa Bolsa Família atualmente atende as necessidades de cerca de 15 milhões famílias brasileiras. Além da transferência de valores, o programa garante as famílias beneficiárias o acesso a serviços básicos, como educação e saúde, por exemplo. O objetivo principal do programa ainda é o mesmo desde sua criação, tirar famílias do estado de carência e pobreza ou de extrema carência e pobreza e, acima de tudo, combater a fome. (MDS – ministério de desenvolvimento e combate a fome).
Cabe ressaltar que os beneficiários dos programas devem cumprir algumas condicionalidades:
O governo exige que algumas regras sejam cumpridas pelas famílias beneficiadas. Tais como:
Crianças e adolescentes com idade limite de até 15 anos devem ter frequência escolar de pelo menos 85% enquanto adolescentes entre 16 e 17 anos devem ter frequência escolar de no mínimo 75%.
As carteiras de vacinação devem estar sempre em dia.
Crianças de até sete anos devem ter acompanhamento médico em questão do crescimento e do desenvolvimento.
O pré-natal de gestantes deve ser feito e mulheres entre 14 a 44 anos que amamentam devem passar por acompanhamento médico.
Crianças e adolescentes com idade limite de até 15 anos que vivem em estado de risco devem ser retiradas do trabalho infantil e terem no mínimo 85% de frequência em serviços socioeducativos. (MDS – ministério de desenvolvimento e combate a fome).
A Política Nacional da Assistência Social – PNAS foi criada em 2004, ela estabelece princípios e diretrizes para a implementação dos SUAS – Sistema Único de Assistência Social 
Em 2005 foi criado o SUAS (Sistema Único de Assistência Social) com o compromisso de romper com a lógica tradicional do assistencialismo e da fragmentação de ações. Instituído como lei em 2011, o sistema promove o acesso a benefícios, programas, projetos e serviços Socioassistenciais de proteção social básica e especial. O SUAS é um sistema público não contributivo, descentralizado e participativo que tem como eixo a matricialidade familiar. Criou-se um sistema único com intuito de definir funções e atribuições a cada ente federativo.
Para se chegar ao modelo atual algumas resoluções tiveram que ser aprovadas, e também não podemos esquecer as Conferências de Assistência Social, mas precisamente a IV Conferência Nacional da Assistência Social que deliberou sobre tipificar e consolidar a classificação nacional dos Serviços Sociais.
· Resolução CNAS n° 145, de 15 de outubro de 2004, que aprova a Política Nacional de Assistência Social (PNAS):
· Resolução CNAS n° 130, de 15 julho de 2005, que aprova a Norma Operacional Básica do Sistema Únicode Assistência Social (NOB/SUAS);
· Resolução CNAS n° 269, de13 de dezembro de 2006, que aprova a Norma Operacional Básica de Recursos Humanos do Sistema Único de Assistência Social (NOBRH/SUAS);
· Resolução n° 109, de 11 de novembro de 2009 aprova a Tipificação Nacional de Serviços Socioassistenciais.
2.1 Politica Nacional de assistência Social
Em dezembro de 2003, foi realizada em Brasília, Distrito Federal, a IV Conferência Nacional de Assistência Social, que representa um grande passo na busca da densidade da Política de Assistência Social no Brasil. Nesta conferência foi deliberada a implantação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS), no qual encontramos a Proteção Social Básica, que visa prevenir riscos sociais e pessoais por meio de oferta de serviços, programas, projetos e benefícios a famílias e indivíduos para superação das vulnerabilidades. Proteção Especial de Média Complexidade e Proteção Social Especial de Alta Complexidade, destinada a famílias e indivíduos que já se encontra com seus direitos violados em situação de riscos, por decorrência de abandono, maus tratos, abuso, sexual, usam de drogas, situação de rua entre outros motivos que colocam em risco a vida dos indivíduos. O SUAS também engloba as ofertas de Benefícios assistenciais, destinados a famílias de baixa renda para a superação de situação de vulnerabilidade. 
Com a tipificação nacional do SUAS conseguimos a garantia de acesso a serviços e benefícios que por muito tempo foi negado a essa população, diante de um cenário econômico em crise o aumento do desemprego foi inevitável, gerando assim mais pessoas em situação de rua.
Sobre a Proteção Social Especial é considerada pela PNAS como: 
[...] modalidade de atendimento assistencial destinada a famílias e indivíduos que se encontram em situação de risco pessoal e social, por ocorrência de abandono, maus tratos físicos e, ou, psíquicos, abuso sexual, uso de substâncias psicoativas, cumprimento de medidas sócio-educativas, situação de rua, situação de trabalho infantil, dentre outras. (BRASIL, 2004, p. 22). 
A Proteção Social Básica: 
A proteção social básica tem como objetivos prevenir situações de risco através do desenvolvimento de potencialidades e aquisições, e o fortalecimento de vínculos familiares e comunitários. Destina-se à população que vive em situação de vulnerabilidade social decorrente da pobreza, privação (ausência de renda, precário ou nulo acesso aos serviços públicos, dentre outros) e, ou, fragilização de vínculos afetivos - relacionais e de pertencimento social (discriminações etárias, étnicas, de gênero ou por deficiências, dentre outras) (BRASIL, 2004, p. 19).
 A Proteção Social Especial de Média Complexidade é definida como: 
São considerados serviços de média complexidade aqueles que oferecem atendimentos às famílias e indivíduos com seus direitos violados, mas cujos vínculos familiar e comunitário não foram rompidos. Neste sentido, requerem maior estruturação técnico-operacional e atenção especializada e mais individualizada, e, ou, de acompanhamento sistemático e monitorado (BRASIL, 2004, p. 22). 
Quanto à Proteção Social Especial de Alta Complexidade, temos a seguinte definição:
 Os serviços de proteção social especial de alta complexidade são aqueles que garantem proteção integral – moradia, alimentação, higienização e trabalho protegido para famílias e indivíduos que se encontram sem referência e, ou, em situação de ameaça, necessitando ser retirados de seu núcleo familiar e, ou, comunitário (BRASIL, 2004, p 22). 
Em 30 de dezembro de 2005, após sua aprovação, a LOAS recebe uma alteração através da Lei n. 11.258/05 que determina a inclusão da obrigatoriedade da formulação de programas de amparo à PSR. A nova legislação determina que cabe ao poder público municipal a tarefa de “manter serviços e programas de atenção à população de rua, garantindo padrões básicos de dignidade e não-violência na concretização de mínimos sociais e dos direitos de cidadania a esse segmento social.” (BRASIL, 2008b, p. 6)
Nota-se que ate a implementação do SUAS em 2005 as políticas eram restritas ao acesso das PSR. Com o SUAS houve a criação de políticas de assistência voltadas a esse segmento da população, porem continuam restritas, possuem abrangência limitada e reproduzem praticas conservadoras. Segundo Silva (2009), a relação da PSR com as políticas sociais é uma relação de pouca relevância e de quase completa exclusão.
Não podemos esquecer-nos de mencionar que a implementação do SUAS, foi de muita luta e reivindicação dos atores sociais, que lutavam pela efetivação e garantia de direitos. A criação do SUAS foi uma luta, justamente para romper com a grande marcas históricas que levam a própria sociedade a associar a PNAS ao clientelismo, assistencialismo, voluntariado e até mesmo a caridade.
2.1.1 Programas e Serviços Socioassistenciais para População em Situação de Rua.
Existem vários serviços voltados para a população em situação de rua, cabe ao município aderir aos programas de acordo com suas especificidades. Vamos descrever os programas e benefícios voltados a este segmento da população. 
Vamos falar sobre um serviço que acolhe as pessoas na rua mesmo, como uma primeira abordagem, aquelas pessoas que ainda não conseguiram acessar os serviços. É o serviço de abordagem social que vai ate a rua identifica as pessoas, cria vínculos, e tenta fazer uma vinculação a outros serviços da área de assistência. Este serviço se encontra na tipificação do SUAS e um serviço de proteção social de media complexidade, tem como objetivo:
Construir o acesso de saída das ruas e possibilitar condições de acesso a rede de serviços e a benefícios assistenciais;
Identificar famílias e indivíduos com direitos violados à natureza das violações, as condições em que vivem, estratégias de sobrevivências, procedências, aspirações, desejos e relações estabelecidas pelas instituições;
Promover ações de sensibilizações para divulgação do trabalho realizado, direitos e necessidades de inclusão social e estabelecimento de parcerias; promover ações para a reinserção familiar e comunitária. (tipificação nacional de serviços Socioassistenciais).
O Serviço deve garantir atenção às necessidades imediatas das pessoas atendidas, incluindo-as na rede de serviços Socioassistenciais e nas demais políticas públicas, na perspectiva da garantia dos direitos. Este serviço coloca o profissional em Abordagem Social no território ocupado por essas pessoas, devido as PSR muitas vezes encontrar dificuldade em acessar os demais serviços ofertados pela Política Publica do Município. Este serviço pode ser oferecido no CREAS ou no Centro POP e é descrito como:
...Serviço ofertado, de forma continua e programada com a finalidade de assegurar trabalho social de abordagem e busca ativa que identifique, nos territórios, a incidência de trabalho infantil, exploração sexual de crianças e adolescentes, situação de rua dentre outras. Deverão ser consideradas praças, entroncamentos de estradas, fronteiras, espaços públicos onde se realizam atividades laborais, locais de intensa circulação de pessoas e existência de comercio, terminais de ônibus, trens, metrô e outros. O serviço deve buscar a resolução de necessidades imediatas e promover a inserção em rede de serviços Socioassistenciais e das demais políticas publicas na perspectiva da garantia de direitos. 
A tipificação de Serviço Especializado em Abordagem Social assegura a PSR:
“Ser acolhido nos serviços em condição de dignidade; ter reparado ou minimizado os danos por vivência de violências ou abusos, ter sua integridade identidade e historia de vida preservada.”
A PSR é atendida na área de assistência no Centro de referência especializada em assistência social – CREAS devido já estarem com os direitos violados e se encontrarem em situação de vulnerabilidades extremas, este serviço oferecidos pelo CREAS esta inserido na tipificação do SUAS como sendo de alta e media complexidade.
 A unidade deve, obrigatoriamente, ofertar o Serviço de Proteção e AtendimentoEspecializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI), podendo ofertar outros serviços, como Abordagem Social e Serviço para Pessoas com Deficiência, Idosas e suas famílias. É unidade de oferta ainda do serviço de Medidas Socioeducativas em Meio Aberto.
Além de orientar e encaminhar os cidadãos para os serviços da assistência social ou demais serviços públicos existentes no município, no Creas também se oferece informações, orientação jurídica, apoio à família, apoio no acesso à documentação pessoal e estimula a mobilização comunitária. (tipificação nacional de serviços Socioassistenciais).
São publico alvo desse serviço: 
Famílias e indivíduos em situação de risco pessoal e social, com violação de direitos, como: violência física, psicológica e negligência; violência sexual; afastamento do convívio familiar devido à aplicação de medida de proteção; situação de rua; abandono; trabalho infantil; discriminação por orientação sexual e/ou raça/etnia; descumprimento de condicionalidades do Programa Bolsa Família em decorrência de violação de direitos; cumprimento de medidas socioeducativas em meio aberto de Liberdade Assistida e de Prestação de Serviços à Comunidade por adolescentes, entre outras. (tipificação nacional de serviços Socioassistenciais).
A proteção Social Especial no caso da PSR deve priorizar:
“serviços que possibilitem a organização de um novo projeto de vida, visando criar condições para adquirirem referências na sociedade brasileira, enquanto sujeitos de direitos”. (BRASIL, 2004, p. 22).
O Centro de referência especializado para população em situação de rua – Centro POP. Deve seguir obrigatoriamente o que descreve o serviço especializado para população em situação de rua. Também pode ofertar o serviço de abordagem social. O publico alvo desse serviço são jovens, adultos, idosos e famílias que utilizam as ruas como espaço de moradia e/ou sobrevivência. Destaca-se que crianças e adolescentes podem ser atendidos pelo Serviço somente quando estiverem em situação de rua acompanhados de familiar ou pessoa responsável. O serviço pode ser acessado de forma espontânea pela pessoa em situação de rua, a qualquer momento. Pode também ser acessado por encaminhamento do Serviço Especializado em Abordagem Social, por outros serviços da assistência social ou de outra política públicas e por órgãos do Sistema Judiciário.
Existem também serviços oferecidos pelo terceiro setor como albergues, casa de passagem que oferecem pernoite, alimentação e passagem social para migrantes. O S.O.S Sistema de Obras Sociais vem trabalhando com o objetivo de promover espaço para o desenvolvimento de atividades que viabilizem a autonomia e competências das pessoas em situação de rua e migrantes. Uma das grandes metas do “terceiro setor” é “(...) contribuir para conquista efetiva e manutenção da cidadania dos excluídos” (RODRIGUES, 2006 p.222). Quando se fala em conquista efetiva, o autor esclarece os direitos já conquistados na Constituição brasileira. Tais direitos afiançam: 
“(...) a igualdade de condições entre as pessoas, acesso á saúde, á educação, á moradia, á dignidade, ao trabalho, etc. No entanto, em termos práticos, sabemos que todos eles são afrontados e violados sem qualquer atribuição de responsabilidade ou constrangimento de qualquer ordem. (RODRIGUES, 2006 p. 222)
O terceiro setor é formado por organizações sem fins lucrativos, tem a finalidade de realizar serviços de caráter públicos. Viabiliza ações que o estado não consegue realizar e também onde a iniciativa privada não consegue ou simplesmente não quer atuar (RODRIGUES, 2006). Apesar de muitas criticas quanto a relação ao processo de afastamento do estado de suas responsabilidades no enfrentamento da questão social, não se pode negar que o terceiro setor esta caminhando em busca da solidificação de sua legitimidade como instrumento de acesso a bens e serviços em prol da sociedade.
Alem de programas e projetos que visam atender a população em situação de rua, não podemos esquecer-nos de mencionar os programas de transferência de renda como a Bolsa família destinada a famílias que vivem abaixo da linha da pobreza. O MDS – Ministério de Desenvolvimento Social nos mostra que o programa possui três eixos principais:
 O Bolsa Família é um programa que contribui para o combate à pobreza e à desigualdade no Brasil. Ele foi criado em outubro de 2003 e possui três eixos principais:
Complemento da renda — todos os meses, as famílias atendidas pelo Programa recebem um benefício em dinheiro, que é transferido diretamente pelo governo federal. Esse eixo garante o alívio mais imediato da pobreza. 
Acesso a direitos — as famílias devem cumprir alguns compromissos (condicionalidades), que têm como objetivo reforçar o acesso à educação, à saúde e à assistência social. Esse eixo oferece condições para as futuras gerações quebrarem o ciclo da pobreza, graças a melhores oportunidades de inclusão social.  Importante — as condicionalidades não têm uma lógica de punição; e, sim, de garantia de que direitos sociais básicos cheguem à população em situação de pobreza e extrema pobreza. Por isso, o poder público, em todos os níveis, também tem um compromisso: assegurar a oferta de tais serviços.
Articulação com outras ações — o Bolsa Família tem capacidade de integrar e articular várias políticas sociais a fim de estimular o desenvolvimento das famílias, contribuindo para elas superarem a situação de vulnerabilidade e de pobreza.
O Beneficio de Prestação Continuada – BPC da Lei Orgânica da Assistência Social- LOAS (BPC) é a garantia de um salário mínimo mensal ao idoso acima de 65 anos ou à pessoa com deficiência de qualquer idade com impedimentos de natureza física, mental, intelectual ou sensorial de longo prazo (aquele que produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois anos), que o impossibilite de participar de forma plena e efetiva na sociedade, em igualdade de condições com as demais pessoas. 
Para ter acesso aos benefícios de transferência de renda é necessário estar inserido no Cadastro Único. Este cadastro facilita a caracterização e identificação das famílias de baixa renda. Segundo o MDS A partir de 2003, o Cadastro Único se tornou o principal instrumento do Estado brasileiro para a seleção e a inclusão de famílias de baixa renda em programas federais, sendo usada obrigatoriamente para a concessão dos benefícios do Programa Bolsa Família, da Tarifa Social de Energia Elétrica, do Programa Minha Casa Minha Vida, da Bolsa Verde, entre outros. Também pode ser utilizado para a seleção de beneficiários de programas ofertados pelos governos estaduais e municipais. Por isso, ele funciona como uma porta de entrada para as famílias acessarem diversas políticas públicas. 
3 surgimento da politica nacional da pessoa em situação de rua 
Sabemos que a construção dessa política surgiu através de muita luta dos movimentos sociais que buscavam a efetivação e garantia de direitos que por muitos anos foram negados. Esses movimentos lutavam por mais segurança, quantas pessoas foram assassinadas covardemente enquanto dormiam, tiveram seus pertences levados a força, espancados, acordados com jatos de água entre outros meios de violação de direitos que visavam apenas a “higienização”.
Precisou criar uma Política que enxergasse este segmento da população como sujeito de direitos. O Movimento Nacional da População em Situação de Rua (MNPR) foi de suma importância para criação desta política, esse movimento surgiu após o massacre de PSR na Praça da Sé em São Paulo, nos dias 19 a 22 de agosto de 2004. Segundo investigações da época, o objetivo dos ataques foi silenciar os moradores em situação de rua que sabiam do envolvimento de policiais com tráfico de drogas da região. O episódio ganhou repercussão em vários países e ficou conhecido como o "Massacre da Sé". Após 14 anos dos assassinatos, as pessoas em situação de Rua em São Paulo e em outras regiões do país ainda lutam para ver seus direitos respeitados.
Diante deste acontecimento e após muitos encontros junto a organizações da sociedadecivil, movimentos sociais e governantes, enfim foi criado a Política Nacional da Assistência Social. A seguir alguns encontros importantes:
· 4º Festival lixo e cidadania, realizado em setembro de 2005, no qual foi lançado o Movimento Nacional da População de rua (MNPR);
· I Encontro Nacional de População em situação de Rua, 25 de outubro de 2005, realizado pela Secretaria Nacional de Assistência Social do MDS. Neste encontro foram lançadas as bases para a construção da Política Nacional sobre PSR;
· No dia 30 de dezembro de 2005, foi aprovada a Lei nº 11.258, que dispõe sobre a criação de programas específicos de assistência Social para as pessoas que vivem em situação de rua, procedendo a alteração no parágrafo único do artigo 23 da lei nº 8.702 de 7 de dezembro de 1993. Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS.
· Em 25 de outubro de 2006 foi instituído por Decreto Presidencial o Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) coma finalidade de elaborar estudos e apresentar propostas de Políticas Públicas para inclusão social das PSR.
· Em 2007, iniciou-se o processo de discussão e elaboração do texto da Política Nacional para PSR, concluída após realização de seminários. Também participaram do GTI, representantes do MNPR, da pastoral do povo de rua, e do Colegiado Nacional de Gestores Municipais de Assistência Social (CONGEMAS).
· Entre agosto de 2007 e marco de 2008, iniciou-se a pesquisa nacional sobre a PSR, em 23 capitais e 48 municípios com mais 300 mil habitantes. Realizado pelo MDS, Secretarias nacionais de Assistência Sociais (SENAS) e de Avaliação e Gestão da Informação (SAGI).
· Em 2009 no II Encontro Nacional sobre PSR, de posse dos resultados da pesquisa nacional, concluída em 2008, foi estabelecida e validada a proposta Intersetorial da Política Nacional para População em Situação de Rua, consolidada por meio do Decreto nº 7.053,de dezembro de 2009, que instituiu também o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para População de Rua ( CIAMP- RUA).
· Através da Portaria nº 3.30, de 24 de dezembro de 2009, o ministério da saúde instituiu o Comitê Técnico da Saúde para a População de Rua, que tem como objetivo discutir as políticas de saúde para esse segmento da população.
· Implementação do Centro Nacional de Defesa dos Direitos Humanos da PSR e Catadores de Materiais Recicláveis. O Decreto 7.053, CNDDH, torna-se o lugar onde se recebe as denuncias e defesas dos direitos das PSR.
· Fórum Nacional de Estudos sobre a População, realizado em Belo Horizonte, voltado aos catadores de matérias recicláveis do qual as PSR participa.
· Em 2004, no IV Festival Lixo e Cidadania,(anualmente acontece em Belo Horizonte) apoiado pelo Fórum, foi apresentado as reivindicações ao Governo Federal, dei inicio ao processo que acelerou a assinatura do Decreto pelo Presidente em 2009.
Neste período foi elaborado a Política Nacional para População em Situação de Rua, juntamente com os movimentos sociais, pastorais do povo de rua, pelos membros responsáveis pela sua formação, representantes da PSR do estado de São Paulo e Minas Gerais.
· Em 2009 amplia-se o fórum e as participações, formados pelo Movimento Nacional da População em Situação de Rua, Universidade Federal de Brasília, Ministério Público de Minas Gerais, Pastoral Nacional do Povo de Rua, Fóruns de População de Rua de Fortaleza, Rio de Janeiro, São Paulo, Belo Horizonte, dentre outros.
Os fóruns vão ganhando força tornando-se um local de controle social onde as pessoas podem participar ativamente da construção, implementação de políticas públicas para PSR, o fórum passa a ser um interlocutor entre a sociedade civil e o estado.
Assim foi instituída a PNPS, pelo Decreto 7.053 em 2003 de dezembro de 2009, visando à garantia de programas, projetos e serviços governamentais que garantam o direito das PSR. 
3.1 Politica nacional para população em situação de rua como marco para garantia de direitos.
Sabemos que esse segmento da população por muito tempo foi ignorada pelo poder publico e o seu crescimento foi inevitável, o seu direito muitas vezes negado ate mesmos por aqueles que deveriam se colocar a serviço dos mesmos. Estas pessoas através do senso comum são vistas como dependente químico, como vagabundos, desocupados com pouca vontade de mudar sua realidade ate mesmo como criminoso.
Devemos enxergar essas pessoas como cidadão de direito, para assim articular políticas que viabilizem o enfrentamento das vulnerabilidades vividas por elas.
Precisamos articular assistência social com saúde, trabalho com habitação, cultura com direitos humanos, enfim, uma ação continuada, permanente e principalmente assegurada como política de estado e não de governo, para assim podermos começar a dar passos mais largos em direção a uma verdadeira reinserção social de grupo. (Samuel Rodrigues – Direitos Fundamentais da População em situação de Rua)
É preciso trabalhar em rede, traçar objetivos para alcançar metas e mudar a realidades de muitos brasileiros que vivem em situações de vulnerabilidades extremas com direitos violados e muitas vezes negados.
Em 2009 o Executivo Federal editou o Decreto n. 7.053, instituindo a Política Nacional para a População em Situação de Rua para assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as diversas políticas públicas desenvolvidas pelos nove ministérios que o compõem. O poder público juntamente com a sociedade civil construiu a Política Nacional para População em Situação de Rua. Ela busca garantir, por exemplo, a segurança de renda, a convivência familiar e comunitária, a autonomia e a acolhida.
O Decreto Federal n. 7.053/2009 estabelece, em seu art. 1º, o conceito jurídico de população em situação de rua:
Art. 1.º Fica instituída a Política Nacional para a População em Situação de Rua, a ser implementada de acordo com os princípios, diretriz e objetivos previstos neste Decreto. Parágrafo único. Para fins deste Decreto, considera-se população em situação de rua o grupo populacional heterogêneo que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que utiliza os logradouros públicos e as áreas degradadas como espaço de moradia e de sustento, de forma temporária ou permanente, bem como as unidades de acolhimento para pernoite temporário ou como moradia provisória.
Pessoas em situação de rua são grupos heterogêneos com laços familiar rompido ou inexistente, que não tem moradias convencionais, moram em logradouros públicos e ou em equipamentos públicos ou abrigos. São consideradas “invisíveis”, muitas vezes passam despercebidas pelos nossos olhos, e quando se fazem perceber causam medo, irritação, pena e acabam se tornando alvo de julgamento, são culpados pela situação em que vivem. Apesar da dinâmica diversa que dificulta a formação de conceitos unidimensionais, três condições são fundamentais para a configuração da situação de rua: pobreza extrema; vínculos familiares rompidos ou fragilizados; e inexistência de moradia convencional. A população em situação de rua não é o problema, mas sim consequência da falha de outras Políticas Públicas.
São princípios da PNPR alem da igualdade e equidade, o respeito à dignidade da pessoa humana, direito a convivência familiar e comunitária; valorização e respeito à vida e a cidadania; atendimento humanizado e universalizado; respeito às condições sociais e diferenças de origem, gênero, raça, idade, nacionalidade, orientação sexual e religiosa, com atenção especial as pessoas com deficiência.
A Constituição Federal em seu capitulo II artigo 6º garante os direitos sociais:
Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. (Constituição Federal, 1998.)
A PNPR tem como diretrizes:
 A promoção dos direitos civis, políticos, econômicos,sociais, culturais, e ambientais, responsabilidade do poder publico pela sua elaboração e financiamento, articulação das políticas publicas federais, estaduais, municipais e do Distrito Federal, integração das políticas publicas em cada nível do governo, integração dos esforços do poder publico e da sociedade civil,por meio de entidades, fóruns e organizações, da população em situação de rua, na elaboração acompanhamento e monitoramento das políticas publicas, incentivo e apoio á organização da população em situação de rua e sua participação nas diversas instancias de formulação, controle social, monitoramento e avaliação das políticas públicas, respeito as singularidades de cada território e ao aproveitamento das potencialidades e recursos locais e regionais na elaboração, desenvolvimento, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas, implantação e ampliação das ações educativas destinadas á superação do preconceito, e de capacitação dos servidores públicos para melhoria da qualidade e respeito no atendimento a esse grupo populacional, democratização do acesso a fruição dos espaços e serviços públicos. Decreto Federal n. 7.053/2009
Esta política tem como objetivo:
 Assegurar o acesso amplo, simplificado e seguro aos serviços e programas que integram as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte, lazer, trabalho e renda, garantir a formação e capacitação permanente de profissionais e gestores para atuação no desenvolvimento de políticas públicas intersetoriais, transversais e intergovernamentais direcionadas às pessoas em situação de rua, instituir a contagem oficial da população em situação de rua; produzir, sistematizar e disseminar dados e indicadores sociais, econômicos e culturais sobre a rede existente de cobertura de serviços públicos à população em situação de rua; desenvolver ações educativas permanentes que contribuam para a formação de cultura de respeito, ética e solidariedade entre a população em situação de rua e os demais grupos sociais, de modo a resguardar a observância aos direitos humanos;incentivar a pesquisa, produção e divulgação de conhecimentos sobre a população em situação de rua, contemplando a diversidade humana em toda a sua amplitude étnico-racial, sexual, de gênero e geracional, nas diversas áreas do conhecimento; implantar centros de defesa dos direitos humanos para a população em situação de rua; incentivar a criação, divulgação e disponibilização de canais de comunicação para o recebimento de denúncias de violência contra a população em situação de rua, bem como de sugestões para o aperfeiçoamento e melhoria das políticas públicas voltadas para este segmento; proporcionar o acesso das pessoas em situação de rua aos benefícios previdenciários e assistenciais e aos programas de transferência de renda, na forma da legislação específica; criar meios de articulação entre o Sistema Único de Assistência Social  e o Sistema Único de Saúde para qualificar a oferta de serviços; adotar padrão básico de qualidade, segurança e conforto na estruturação e reestruturação dos serviços de acolhimento temporários; implementar centros de referência especializados para atendimento da população em situação de rua, no âmbito da proteção social especial do Sistema Único de Assistência Social;implementar ações de segurança alimentar e nutricional suficientes para proporcionar acesso permanente à alimentação pela população em situação de rua à alimentação, com qualidade; e disponibilizar programas de qualificação profissional para as pessoas em situação de rua, com o objetivo de propiciar o seu acesso ao mercado de trabalho. Decreto Federal n. 7.053/2009
Estes princípios e diretrizes devem, portanto, servir de parâmetro para a criação e desenvolvimento de programas municipais, estaduais e federais voltados à PSR. Para que tais princípios e diretrizes sejam efetuados, a Política Nacional para a População em Situação de Rua prevê ainda ações estratégicas nos âmbitos dos direitos humanos, trabalho e emprego, desenvolvimento urbano, assistência social, educação, segurança alimentar e nutricional, saúde e cultura.
A estruturação da PNPR conta com a instância de discussão e deliberação sobre as políticas públicas para a População em Situação de Rua no âmbito nacional, o Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional para a População em Situação de Rua (CIAMP- Rua); a Coordenação da PNPR e do CIAMP-Rua realizada pelo Ministério dos Direitos Humanos (MDH); os comitês gestores locais; as representações da sociedade civil tais como o Movimento Nacional da População em Situação de Rua, os representantes dos Fóruns estaduais da População em situação de rua e da Pastoral Nacional do Povo da Rua da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB); e das redes de atendimento das várias políticas ofertadas pelos ministérios que compõem o CIAMP-Rua.
Esse comitê tem o objetivo de discutir a política, monitorar, acompanhar, para que possibilitem a (re)integração destas pessoas às suas redes familiares e comunitárias, o acesso pleno aos direitos garantidos aos cidadãos brasileiros, o acesso a oportunidades de desenvolvimento social pleno, considerando as relações e significados próprios produzidos pela vivência do espaço público da rua. Para tanto, vale-se do protagonismo de movimentos sociais formados por pessoas em situação de rua, entre outras ações que contribuam para a efetivação deste processo (BRASIL, 2008b, p. 4).
Os municípios têm um papel fundamental tanto na adesão de serviços projetos oferecidos como no desenvolvimento dos projetos locais. Cabe ao município aderir a Política. Não podemos esquecer que essa política foi implementada através de muita luta dos movimentos sociais da PSR.
Em 30 de dezembro de 2005, após sua aprovação, a LOAS recebe uma alteração através da Lei n. 11.258/05 que determina a inclusão da obrigatoriedade da formulação de programas de amparo à PSR. A nova legislação determina que cabe ao poder público municipal a tarefa de “manter serviços e programas de atenção à população de rua, garantindo padrões básicos de dignidade e não-violência na concretização de mínimos sociais e dos direitos de cidadania a esse segmento social.” (BRASIL, 2008b, p. 6).
Embora o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) já contemplasse esse segmento nos programas e serviços contidos na Proteção Social Especial de média e alta complexidade. A política nacional tem como eixos a articulação entre os níveis de governo federal, estadual e municipal, além da interdisciplinaridade e intersetorialidade que caracterizam a integralidade no atendimento.
3.2 Estratégias da política nacional para a inclusão da população em situação de rua.
Se pararmos para pensar quantas PSR se quer tiveram acesso aos direitos mencionados na constituição. O trabalho Intersetorial é importante para garantir o acesso aos direitos fundamentais e essências desse segmento da população.
Existem vários motivos para a situação de rua como: ruptura com a família, desemprego, falta de políticas de habitação, drogas (álcool, cola e crack) vários acúmulos de motivos. A Política Nacional para Pessoa em Situação de rua apresenta ações estratégicas para inclusão dessa população, a implementação dessa política devera ser feita pelos gestores governamentais em conjunto com a sociedade civil.
3.2.1 Direitos humanos
Capacitação dos operadores de direito do estado; fortalecimento da Ouvidoria para receber denúncias de violação de Direitos Humanos em geral, e especialmente dos direitos das populações em situação de rua; responsabilização e combate á impunidade de crimes e atos de violência que tem esse segmento da população como público alvo, ampliando assim que a rua seja um espaço de segurança; oferta de assistência jurídica e disponibilização de mecanismos de acesso a direitos, incluindo documentos básicos as PSR, em parceria com os órgãos de defesa de direitos.
3.2.2 Saúde
Garantia de atenção integral á saúde das PSR e adequação dasações e serviços existenciais, assegurando a equidade e o acesso universal no âmbito do Sistema Único de Saúde, com dispositivo de cuidados interdisciplinares e multiprofissionais; fortalecimento das ações de promoção a saúde á atenção básica voltada a ao Programa Saúde da Família sem Domicilio, incluindo prevenção e tratamento de doenças com alta incidência junto a essa população, como doença sexualmente transmissíveis/ AIDS, tuberculose, hanseníase, hipertensão arterial, problemas dermatológicos, entre outras, fortalecimento das ações de atenção a saúde mental das PSR; em especial aquelas com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, facilitando a localização e o acesso aos Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS I, II, II e AD); instituição de instâncias de organização de atenção á saúde para a população em situação de rua nas três esferas do SUS; inclusão no processo de educação permanente em saúde dos gestores e trabalhadores de saúde, destacando-se as Equipes de Serviços de Atendimentos Móvel de Urgência (SAMU), agentes comunitários de saúde e operadores do Sistema Nacional de Ouvidoria, em relação aos conteúdos relacionados as PSR; divulgação do canal de escuta dos usuários: Sistema Nacional de Ouvidoria, Disque – Saúde ( 0800611997), junta a PSR, bem como das demais instâncias de participação social; apoio a iniciativas de ações intersetoriais que viabilizem a instituição e manutenção de Casas de Apoio ou similares voltadas para PSR, em caso de alta hospitalar, para assegurar a continuidade no tratamento; incentivo a produção de conhecimento sobre a temática saúde dessa população e incentivo aos mecanismos de informação e comunicação; apoio a participação nas instâncias de controle social do SUS e ao processo de mobilização junto aos movimentos sociais representantes dessa população; na seleção de agentes comunitários de saúde, considerar como um dos critérios a participação de Pessoas em Situação de Rua e pessoas que já estiveram nessa situação. 
Na área da saúde temos programas específicos para PSR como é o caso do consultório de rua. A estratégia Consultório de Rua foi instituída pela Política Nacional de atenção Básica em 2011. Tem como objetivo o acesso da PSR aos serviços da área da saúde, ofertando de maneira integral á saúde para esse grupo populacional. O consultório de Rua é uma equipe de multiprofissionais que desenvolvem ações integrais de saúde frente às necessidades dessa população. As atividades são realizadas de forma itinerante e quando necessário articular ações em parceria comas equipes das unidades básicas de saúde do território. 
Ressalta-se que a responsabilidade pela atenção à saúde da população em situação de rua como de qualquer outro cidadão é de todo e qualquer profissional do Sistema Único de Saúde, mesmo que ele não seja componente de uma equipe de Consultório na Rua. Desta forma, em municípios ou áreas em que não haja equipe Consultório de Rua, a atenção deverá ser prestada pelas demais modalidades de equipes da Atenção Básica. É importante destacar, ainda, que o cuidado em saúde da população em situação de rua deverá incluir os profissionais de Saúde Bucal.
A PSR tem dificuldade em acessar a atenção primária, que é considerada a porta de entrada do Sistema Único de Saúde. A Política Nacional de Atenção Básica – PNAB/Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, define a atenção básica como um conjunto de ações, individuais e coletivas, que envolve promoção da saúde, prevenção de agravos, diagnóstico, tratamento, reabilitação e manutenção da saúde de modo que essas ações de atenção integral estimulem a autonomia das pessoas e causem impacto nos determinantes de saúde (BRASIL, 2011). A população em situação de rua acaba procurando diretamente os serviços de urgência e emergência. Sendo assim, a prevenção e a promoção da saúde acabam sendo negligenciadas (BEZERRA et al, 2015). A falta de acesso à atenção primária e maior procura por unidades de Pronto Atendimento fica evidenciado. O acompanhamento adequado da saúde dessa população pode ser dificultado pelo prejulgamento por parte dos profissionais de saúde e dos demais usuários. Devido à desvalorização das pessoas em situação de rua, a satisfação com o atendimento pode estar relacionada com a baixa expectativa que a pessoa em situação de rua tem do serviço (AGUIAR; IRIART, 2012).
Não podemos esquecer-nos de mencionar os CAPS – Centro de Atenção Psicossocial constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, sejam em situações de crise ou nos processos de reabilitação psicossocial, e substituem ao modelo asilar. 
As PSR têm dificuldade de acessar serviços básicos, devido ao “preconceito” ou ate mesmo por falta de conhecimento, o trabalho desenvolvimento pelo consultório de rua é uma das portas de entrada para a garantia de direito desse seguimento da população. Atrás do atendimento no território em que vivem é possível se ter uma leitura da realidade vivida. 
3.2.3 Segurança Alimentar e Nutricional
Promoção do direito á segurança alimentar e nutricional da população em situação de rua, por meio de restaurantes populares. 
3.2.4 Educação 
Promoção da inclusão das questões de igualdade social, gênero, raça, e etnia nos currículos, reconhecendo e buscando formas de alterar as praticas educativas, a produção de conhecimento, a educação formal, a cultura e a comunicação discriminatórias, especialmente com relação a PSR; constituição de grupos de estudos que discutam maneiras de a educação ser feita em maio aberto, sem necessidade de deslocamento ate a escola; oferta regular de educação de jovens e adultos, especialmente o que se refere a alfabetização, com facilitação ao ingresso em sala de aula em qualquer época do ano; oferta de incentivo a assiduidade escolar para a PSR, tais como uniforme e matérias escolares gratuitamente, facilitação de transporte de ida e volta da escola, fornecimento de alimentação etc.; inclusão das PSR nos programas de apoio ao desenvolvimento de atividades educacionais, culturais e de lazer em escola aberta, especialmente nos fins de semana; inclusão do tema PSR, suas causas e conseqüências, como parte dos debates sobre essa realidade nacional nas redes de ensino de todo o País; adequação dos processos de matricula e permanência nas escolas as realidades das PSR com a flexibilidade da exigência de documentos pessoais e de comprovantes de residência; promoção de políticas de inclusão digital para PSR. 
O direito a educação abrange desde a educação infantil o “acesso aos níveis mais elevados de ensino, da pesquisa e da criação artística, segundo a capacidade de cada um”. (art.2018,IV e V); a oferta de ensino noturno regular adequado e ao atendimento ao educando” (art.2008,VI);e “atendimento ao educando , em todas as etapas da educação básica, por meio de programas suplementares, de material didático, escolar, transporte, alimentação e assistência á saúde”(art.2008,VII).
Educação é um direito básico é deve ser garantido a todo e qualquer cidadão, sabemos que a PSR encontra dificuldade de acessar serviço básico e com a educação não é diferente, a escolaridade incompleta e o analfabetismo aumentam a dificuldade para a contratação no mercado de trabalho formal, devido a isso a maioria das pessoas que se encontram em situação de rua trabalha na informalidade, muitas vezes como coletores de matérias recicláveis. O assistente social é o profissional que trabalha em projetos e programas que atendem esse segmento da população e podem encaminhar essas pessoas para ter acesso à educação, podendo assim contribuir para melhoria a condição de vida e ampliação de acesso aos direitos mínimos sociais. 
3.2.5 Trabalho e Emprego
Inclusão da PSR como público alvo prioritário na intermediação de emprego, na qualificação profissional e no estabelecimento de parceriascom a iniciativa privada e com setor público para criação de novos postos de trabalhos; promoção de capacitação, qualificação, e requalificação profissional da população em situação de rua; incentivo as formas cooperadas de trabalho no âmbito de grupos populacionais em situação de rua; ampliação de discussão sobre níveis de renda para a população de rua; ampliação da discussão sobre níveis de rendas para PSR; incentivo a ações que visem á inclusão produtiva e reserva de cotas de trabalho para PSR; promoção de oficinas sobre economia solidaria centrada no fomento e na capacitação, a partir de recortes regionais, com apoio do ministério de trabalho e emprego; ampliação das cartas de crédito e do crédito solidário para a PSR; garantia de acesso por parte da PSR e seus direitos trabalhistas e aposentadorias.
As PSR ainda encontram dificuldades para inserção no mercado de trabalho, ainda existe um “preconceito” com relação a esse segmento da população, a sociedade precisa se conscientizar e começar a enxergar essas pessoas como cidadãos que merecem oportunidades como qualquer outra pessoa, que merecem respeito e serem tratados com dignidade. 
3.2.6 Desenvolvimento urbano/habitação
Criação de alternativas de moradias para PSR nos projetos habitacionais financiados pelo Governo Federal; desenvolvimento e implementação de uma política de Locação Social, articulada a outros ministérios, e a governos municipais, e estaduais, contemplando a possibilidade de estabelecimento de bolsa aluguel e/ ou alternativas de moradia compartilhadas, com período Maximo de recebimento do benefício; desenvolvimento de projetos de reforma de imóveis públicos para uso habitacional e enquadramento da população em situação de rua nos programas de habitação de interesse social existentes, com ênfase nas áreas centrais urbanas; disponibilização de imóveis vazios nos centros urbanos, por meio de articulações entre esferas de governo para a viabilização de projetos de moradia para a população de rua; incorporação de projetos de geração de emprego e renda, associativismo e capacitação profissional em processos de planejamento das áreas centrais; mobilização e articulação dos atores no que tange habitação e trabalho social especificamente voltado para a PSR; inclusão de critérios de priorização de projetos que levem em consideração a PSR nos programas habitacionais financiados pelo Governo Federal, notadamente o FNHIS (Fundo Nacional de Habitação de Interesse Social) e o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço); garantia de integração entre Habitação e meios de sobrevivência, tais como proximidade dos locais de trabalho, facilidade de transporte, infraestrutura, etc.; promoção de dialogo entre Ministério das Cidades e a Caixa Econômica Federal para a revisão e reformulação das modalidades previstas em programas de habitação de interesse social.
Apesar das estratégias da política nacional de inclusão da PSR, ainda não existem políticas de habitação especificas para esse segmento da população. A PSR ainda encontra dificuldade devido às burocracias de documentos para a compra e aluguel de imóveis de baixa renda.
3.2.7 Assistência Social
Estruturação da rede de acolhida, de acordo coma heterogeneidade e diversidade da população em situação de rua, reordenando práticas homogeneizadoras, massificadora, e segregacionistas na oferta dos serviços, especialmente os albergues; produção, sistematização de informações, indicadores e índices territorializados das situações de vulnerabilidade e risco pessoal e social acerca da PSR; inclusão de pessoas em situação de Rua no Cadastro Único do Governo Federal para subsidiar a elaboração e implementação de políticas públicas sociais; assegurar a inclusão de crianças e adolescentes em situação de trabalho no Programa de Erradicação do Trabalho Infantil; inclusão de PSR no beneficio de prestação continuada e no Programa Bolsa Família, na forma a ser definida; conferir incentivos especiais para a freqüência escolar das pessoas inseridas nos equipamentos da Assistência Social, em parceria com o Ministério da Educação; promoção de novas oportunidades de trabalho ou inclusão produtiva em articulação com as políticas públicas de geração de renda para pessoas em vulnerabilidade social. 
O/a assistente social, nos diversos espaços ocupacionais e no Serviço Especializado para População em Situação de Rua, ofertado Centro POP, tendo como referência a Lei de Regulamentação da Profissão e os princípios do Código de Ética Profissional, desenvolve a atuação profissional em vários âmbitos: acolhida e a recepção das demandas expostas pelos/as usuários/as, bem como prestação de informações,  orientações e encaminhamentos necessários à rede socioassistencial, às demais políticas públicas e órgãos de defesa; participação do Plano de Acompanhamento Individual e/ou Familiar, considerando as especificidades e particularidades de cada usuário/a e respeitando a sua autonomia; realização de atividades, por meio de metodologias e técnicas individuais e coletivas que possibilitem debater a realidade social e construir novos projetos de vida; realização de visitas domiciliares a familiares e/ou pessoas de referência desse indivíduo ou família que está em situação de rua, dentre outras ações.
Embora desconhecidas por muita gente, as multideterminações sociais que promovem o fenômeno social “população em situação de rua” não se explicam a partir de um só aspecto (como a falta de moradia, trabalho e renda, rompimento dos vínculos familiares, adversidades pessoais e doenças, e fatores ligados a desastres geográficos, como inundações e secas).  “Por isso, enquanto categoria profissional, a atuação deve ser crítica, ética e propositiva, visando a romper com as diversas formas discriminatórias em relação à população em situação de rua e fortalecer a luta por seus pelos direitos, com base nos princípios de nosso Código de Ética e das legislações que normatizam nossa profissão”, ressalta Régia Prado, conselheira do CFESS.
3.2.8 Cultura
Promoção de amplo acesso aos meios de informação, criação, difusão, e fruição cultural, especialmente por parte da população em situação de rua; desenvolvimento de potencialidade da linguagem artística como fundamental no processo de reintegração social das pessoas em situação de rua. Nesse sentido, promoção de atividades artísticas especificamente voltadas para essa população, tais como aulas e prática de teatro, literatura e artesanato; promoção de ações e debates de ressignificação da rua, deixando de retratá-la como um simples lugar de passagem e passando a percebê-la como palco de encontros, diálogos e construção de identidades; apoio a ações que tenham a cultura como forma de inserção social e construção de cidadania; apoio as ações que promovam a geração de ocupação e renda através de atividades culturais; promoções de ações de conscientização que alteram a forma de conceber as pessoas em situação de rua,desconstruindo estigmas e promovendo ressignificações positivas; garantia de programas voltados para o esporte e lazer da população em situação de rua; incentivo a projetos culturais que tratem de temas presentes na realidade de quem vive nas ruas, alem do financiamento de projetos voltados para esse público, seja em seu desenvolvimento artístico e cultural, seja para facilitação de seu acesso a bens culturais disponíveis na sociedade; parceria com o Ministérios da Cidades para promover o resgate de imóveis da União de forma integrada com ações culturais, especialmente nos centros das cidades; parceria com o Ministério da Educação, para apoiar organizações não governamentais que proponham projetos que utilizem espaço da escola nos fins de semana para oferecimento de atividades para moradores de rua.
3.3 Política Estadual de Atenção Especifica para População em Situação de Rua.
Em 06 de outubro de 2017 através do projeto de lei nº 560, de 2016, do Deputado Carlos Bezerra Jr. Foi instituída a Política Estadual de Atenção Especifica para População em Situação de rua - Lei 16.544, em consonânciacom o Decreto Federal nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Tem como principio,a igualdade e equidade; o respeito à dignidade da pessoa humana;o fortalecimento de vínculos e o direito à convivência familiar e comunitária; a valorização e o respeito à vida e à cidadania;o atendimento humanizado e universalizado;o respeito à diversidade das condições sociais e diferenças de origem, raça, idade, nacionalidade, gênero, orientação sexual e religiosa, com atenção especial às pessoas com deficiência;a supressão de atos violentos e ações vexatórias e de estigmas negativos e preconceitos sociais que produzam ou estimulem a discriminação e a marginalização, seja pela ação ou omissão; a não discriminação de qualquer natureza no acesso a bens e serviços públicos; o combate à discriminação de qualquer natureza no acesso a bens e serviços de natureza privada.
 Assim ficam estabelecidas as diretrizes, promoção dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais; responsabilidade do poder público pela elaboração e pelo financiamento da Política Estadual de Atenção Específica para a População em Situação de Rua; articulação das políticas públicas federais, estaduais e municipais; integração dos esforços do poder público e da sociedade civil para a execução da Política Estadual de Atenção Específica para a População em Situação de Rua; participação da sociedade civil na elaboração, no acompanhamento e no monitoramento das políticas públicas; incentivo e apoio à organização da população em situação de rua e à sua participação nas instâncias de formulação, controle social, monitoramento e avaliação das políticas públicas; implantação e ampliação periódica das ações educativas destinadas à superação do preconceito e à violência contra a população em situação de rua; respeito às singularidades de cada território e ao aproveitamento das potencialidades e recursos locais e regionais na elaboração, desenvolvimento, acompanhamento e monitoramento das políticas públicas para a população em situação de rua; respeito às singularidades de cada pessoa em situação de rua, com observância do direito de livre circulação entre municípios e a permanência nos municípios que forem mais convenientes à manutenção de sua vida e dignidade, conforme opção de cada indivíduo; democratização do acesso e fruição dos espaços e serviços públicos; integração e articulação permanentes entre serviços, programas, projetos e ações relacionadas à população em situação de rua; Compete ao poder público realizar a formação e capacitação dos trabalhadores, gestores e demais atores envolvidos na oferta de serviços, projetos, programas e benefícios visando à qualificação da oferta pública e ao respeito no atendimento à população em situação de rua.
A presente política estadual tem como objetivos, assegurar o acesso amplo simplificado e seguro aos serviços e programas que integrem as políticas públicas de saúde, educação, previdência, assistência social, moradia, segurança, cultura, esporte e lazer. Também visa garantir a formação e capacitação permanente de profissionais para atuação no desenvolvimento de políticas intersetoriais e transversais direcionadas a população em situação de rua. 
Podemos perceber que as PSR que são o alvo dessas políticas, ao longo dos anos vêm sofrendo com violações de direitos, e mesmo com a existência de programas e projetos específicos para esse segmento da população ainda encontram dificuldade para acessar ou ate mesmo não possuem conhecimento dos serviços existente. Por isso é muito importante que os profissionais que trabalham com garantia de direitos, no âmbito municipal, Federal, entidades do terceiro setor, tenham capacitação para atender essa demanda. Já sabemos que as PSR são um público heterogêneo que vive em situação de vulnerabilidade extrema. 
Os municípios precisam aderir às políticas para que sejam implantadas, e atrás destas políticas garantirem programas e projetos que contribuam para emancipação do sujeito e melhor qualidade de vida. Para que chega se a construção dessas políticas um longo caminho foi percorrido, os movimentos sociais foram ganhando força reivindicando diretos e ainda a muito a se percorrer.
No próximo capitulo vamos poder observar através da pesquisa realizada pelo MDS no ano de 2007 e 2008 que grande parte da população em situação de rua encontra dificuldade de acessar as políticas de saúde e que não fazem parte de programas governamentais de transferência de renda ou Beneficio de prestação continuada – BPC, entre outros dados importantes. A pesquisa foi realizada a 10 anos, o que nos faz pensar que os números de pessoas em situação de rua podem ser bem maiores, devido as crises econômicas que o país vem enfrentando e o sucateamento das políticas de assistência, saúde e habitação.
4 Caracteristicas da população em situação de rua.
O decreto n° 7.053, de 23 de dezembro de 2009, conceitua PSR como uma população heterogenia, que possuem em comum a pobreza, os vínculos familiares rompidos ou fragilizados e a inexistência de moradia convencional regular, e que faz dos logradouros públicos e das áreas degradadas espaços de moradia e sustento, de forma temporária ou permanente, podendo utilizar-se ainda de unidades de acolhimento para pernoitar, de forma temporária ou como moradia provisória, tem na rua sua principal fonte de sustento.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome realizaram entre os anos de 2007 e 2008 uma pesquisa em 71 cidades brasileiras com população superior a 300 mil habitantes (exceto São Paulo, Belo Horizonte, Recife e Porto Alegre). Os resultados dessa pesquisa foram divulgados em 2008, demonstrando que 31.922 pessoas utilizam as ruas como forma de moradia no país. Entretanto, esses números são bem maiores, pois cidades importantes não fizeram parte desse levantamento. Este contingente não englobou as crianças e adolescentes que também vivem nessa situação.
A seguir mostraremos com mais clareza os dados obtidos a partir desta pesquisa, destacando o perfil e as características desta população.
O perfil das pessoas adultas em situação de rua segundo a pesquisa foi de:
· (82%) do sexo masculino com idade entre 25 e 44 anos;
· (12%) do sexo feminino com idade entre 25 e 44 anos.
EMPREGO E RENDA.
Através dessa pesquisa é possível desmistificar o conceito de que PSR são “mendigos”, “pedintes”, “vagabundos” entre outros termos pejorativos. As PSR são compostas em sua maioria por trabalhadores sendo que 70,9% exercem alguma atividade remunerada, entre elas destacam-se:
· (27,5%) catador de matérias recicláveis,
· (14,1%) flanelinha, 
· (6,3%) construção civil,
· (4,2%) limpeza, 
· (3,1%) carregador/estivador. 
Apenas (15,7%) pedem dinheiro como principal fonte de sobrevivência, o que deixa claro que é a minoria. (58,6%) verbalizaram ter alguma profissão, ainda que não estejam exercendo no momento. Entre as profissões mais citadas destaca-se:
· (27,2%) construção civil, 
· (4,4%) comercio, 
· (4,4%) trabalho doméstico e 
· (4,1%) mecânica. 
Apenas (1,95%) dos entrevistados afirmam trabalhar com carteira assinada, a maioria trabalha na informalidade, (47,7%) dos entrevistados afirmaram nunca ter trabalhado com carteira assinada. A pesquisa ainda mostra que ( 52,6%) dos entrevistados recebem entre 20 a 80 reais semanais.
HABITAÇÃO
Como já sabemos as PSR utilizam as ruas, postos desativados, praças, viadutos como espaço de moradia, constroem suas casas de forma precárias com matérias recicláveis, papelões, restos de matérias de construção, desta forma vão tentando sobreviver a uma sociedade que os marginalizam e os julgam com olhares de discriminação, muitas vezes acontecem nas cidades as “higienizações”, onde se recolhem os pertences e destroem as casas construídas por eles na intenção de limpar a cidade e mascarar os problemas sociais existente. A ação do estado é uma ação protetiva, não seria lícito o poder público despojar a pessoa de seus bens, muitas vezes aquilo que ela carrega são a única recordação que ela tem da família. 
A pesquisa

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