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Resumo psicanálise

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RESUMO PSICANÁLISE 
Psicologia - 1º Semestre
Ciara Maite Piazza Naya
• Sigmund Freud foi o fundador da psicanálise, onde afirmava que ao construir sua teoria, ele não pretendia formar convicções, mas estimular o pensamento e derrubar preconceitos.
• A psicanálise, como método de investigação, caracteriza-se pelo método interpretativo, o qual busca o significado oculto daquilo que é manifestado por meio de ações, palavras ou até mesmo, pelas produções imaginárias, como os sonhos e os delírios. Essa prática profissional, refere-se à forma de tratamento - a análise - a qual busca o autoconhecimento ou a cura, que ocorre por meio desse processo de investigação.
• Esse exercício da psicanálise, ocorre de diversas formas, como base para psicoterapias, orientação e aconselhamentos. É um instrumento de extrema importância para a análise e compreensão de fenômenos sociais.
A gestação da psicanálise
• Para Freud, em 1886, seu principal instrumento de trabalho na eliminação dos sintomas dos distúrbios nervosos, passou a ser a sugestão hipnótica.
• O médico, afirma em sua autobiografia, que desde o início de sua prática médica usara a hipnose, não somente com objetivos de sugestão, mas também, para obter a história de origem dos sintomas. Logo, começou a utilizar o método catártico, o qual segundo Freud, Breuer o denominou assim o tratamento que consiste na liberação de afetos e emoções ligadas a acontecimentos traumáticos que não puderam ser expressos na ocasião da vivência desagradável ou dolorosa. Essa liberação de afetos leva à eliminação de sintomas.
• Freud, então, modificou a ténica de Breuer, em que abandou a hipnose, visto que nem todos os pacientes se prestavam a ser hipnotizados, e que por sua vez, desenvolveu a técnica de "concentração", na qual a rememoração sistemática era feita por meio da conversação normal; e por fim, acatando a sugestão, abandonou as perguntas para se confiar por completo à fala desordenada do paciente.
A descoberta do inconsciente
• O "esquecido" era sempre algo penoso para o indivíduo e era exatamente por isso que havia sido esquecido, e o penoso não siginificava, necessariamente, semprem algo ruim, mas podia se referir a algo bom que se perdera ou que fora intensamente desejado. 
• Quando Freud abandonou as perguntas no trabalho terapêutico e deixou os seus pacientes darem livre curso às suas ideias, observou que, diversas vezes, eles ficavam embaraçados, envergonhados com com algumas ideias ou imagens que lhes ocorriam. Essa força psíquica que se opunha a tornar consciente ao revelar um pensamento, Freud denominou como resistência; e chamou de repressão o processo psíquico que visa encobrir, fazer desaparecer da consciênia, uma ideia ou representação insuportável e dolorosa que está na origem do sintoma. Esses conteúdos psíquicos "localizem-se" no inconsciente.
Teoria sobre a estrutura do aparelho psíquico
• Em 1900, no livro A interpretação dos sonhos, Freud apresentou a primeira concepção sobre a estrutura e o funcionamento psíquico. Essa teoria se refere à existência de três sistemas: inconsciente, pré-consciente e consciente.
 - Inconsciente: Constituído por conteúdos reprimidos, que não têm acesso aos sistemas pré-consciente/consciente, pela ação de censuras internas. O inconsciente é um sistema do aparelho psíquico regido por leis próprias de funcionamento. Por exemplo, é atemporal, não existem as noções de passado e presente.
- Pré-consciente: Sistema em que permanecem os conteúdos acessíveis à consciência. É aquilo que não está na consciência nesse momento, mas, no momento seguinte, pode estar.
- Consciente: Sistema que recebe, ao mesmo tempo, as informações do mundo exterior e as do mundo interior. Destacam-se o fenômeno da percepção, a atenção e o raciocínio.
A descoberta da sexualidade infantil.
• Freud, em suas investigações, descobriu que a maioria dos pensamentos e desejos reprimidos referia-se a conflitos de ordem sexual, localizados nos primeiros anos de vida, ou seja, na vida infantil estavam as experiências de caráter traumático, reprimidas, que se configuravam como origem dos sintomas atuais. Sendo assim, ocorrências desse período da vida, deixam marcas profundas na estruturação da pessoa.
-A função sexual existe desde o princípio da vida, logo após o nascimento, e não só a partir da puberdade como afirmavam as ideias dominantes.
-O desenvolvimento da sexualidade é longo e complexo até chegar à sexualidade adulta, quando as funções de reprodução e de obtenção do prazer podem estar associados, tanto no homem como na mulher. 
• A libido , nas palavras de Freud, é "a energia dos instintos sexuais e só eles".
• No processo de desenvolvimento psicossexual, o indivíduo, encontra o prazer no próprio corpo. O corpo é erotizado, isto é, as excitações sexuais estão localizadas em partes do corpo, e há um desenvolvimento progressivo que levou Freud a postular fases do desenvolvimento sexual em:
- Fase oral: Está ligada, em um primeiro momento, à sucção e, portanto, ao ato de alimentar-se e, poteriormente, se desliga dessa função nutritiva e se torna autoerótica;
- Fase anal: Zona ligada à função da defecação, tanto na retenção quanto na expulsão de fezes, apropriação do controle esfincteriano;
- Fase fálica: A zona de erotização é o órgão sexual. A masturbação é um comportamento exploratório, faz parte dessa etapa e produz prazer. Essa fase se caracteriza pelo ápice e declínio do complexo de Édipo;
- Período de latência: Diminuição das atividades sexuais, ou seja, um "intervalo" na evolução da sexualidade que se prolonga até a puberdade. Nesse período, há o desenvolvimento de sentimentos fraternos, a curiosidade sobre o mundo...
- Fase genital: Fase atingida na puberdade, as pulsões parciais (boca, ânus) se organizam sob o primado das zonas genitais e o objeto de erotização ou de desejo não está mais no próprio corpo, mas em um objeto externo ao indivíduo.
• No complexo de Édipo, a mãe é o objeto de desejo do menino, e o pai é o rival que impede seu acesso ao objeto de desejo dele. Ele procura, então, ser o pai para "ter" a mãe, escolhendo-o como modelo de comportamento e passando a internalizar as regras e as normas sociais representadas e impostas pela autoridade paterna. Posteriormente, por medo da perda do amor do pai, o menino "desiste" da mãe, isto é, ela é "trocada" pela riqueza do mundo social e cultural. Essr processo também ocorre com as meninas, com as figuras de desejo e identifiação invertidas.
A segunda teoria do aparelho psíquico
• Freud remodela a teoria do aparelho psíquico e introduz os conceitos de id, ego e superego.
- Id: Constitui o reservatório da energia psíquica e é onde se "localizam" as pulsões: a vida e a de morte. As características atribuídas ao sistema inconsciente na primeira teoria, nesta teoria são atribuídas ao id, que é regido pelo princípio do prazer.
- ego: Estabelece o equilíbrio entre as exigências da realidade e as "ordens" do superego. Procura "dar conta" dos interesses do sujeito. Regido pelo princípio da realidade, que, com o princípio do prazer, rege o funcionamento psíquico. É regulador, na medida em que altera o princípio do prazer para buscar a satisfação. Sendo assim, a busca do prazer pode ser substituída pelo evitamento do deprazer. As funções básicas do ego são: 
• percepção • memória • sentimentos • pensamento
- superego: Origina-se com o complexo de Édipo, a partir da internalização das proibições, dos limites e da autoridade. A moral e os ideiais são funções do superego. O conteúdo do superego refere-se a exigências sociais e culturais.
 - Para compreender a constituição do superego, é necessário introduzir a ideia de 'sentimento de culpa'. Nesse estado o indivíduo sente-se culpado por alguma coisa errada que fez, ou que não fez e que desejou ter feito, mas não necessariamente perigosa ou prejudicial, pois pode ter sido muito desejada. Mas, pode ser considerada porque alguém importante para ele, pode puni-lo e a principal punição pode ser a perda do amor e do cuidado de uma figura de autoridade(pai, por exemplo). Por isso, por medo dessa perda, deve-se evitar fazer ou desejar fazer a coisa ruim, mas o desejo continua e, portanto, existe a culpa.
- Uma mudança importante acontece quando esta autoridade externa é internalizada pelo indivíduo. Ninguém mais precisa lhe dizer “não”. É como se ele “ouvisse” esta proibição dentro de si. Agora, não importa mais a ação para sentir-se culpado: o pensamento, o desejo de fazer algo mau se encarregam disso. E não há como esconder de si mesmo esse desejo pelo proibido. Com isso, o mal-estar instala-se definitivamente no interior do indivíduo. A função de autoridade sobre o indivíduo será realizada permanentemente pelo superego. É importante embrar aqui que, para a Psicanálise, o sentimento de culpa origina-se na passagem pelo Complexo de Édipo.
• É importante considerar que estes sistemas não existem enquanto uma estrutura vazia, mas são sempre habitados pelo conjunto de experiências pessoais e particulares de cada um, que se constitui como sujeito em sua relação com o outro e em determinadas circunstâncias sociais. Isto significa que, para compreender alguém, é necessário resgatar sua história pessoal, que está ligada à história de seus grupos e da sociedade em que vive.
Os mecanismos de defesa
• São vários os mecanismos que o indivíduo pode usar para realizar esta deformação da realidade, chamados de mecanismos de defesa. São processos realizados pelo ego e são inconscientes, isto é, ocorrem independentemente da vontade do indivíduo. Portanto, para Freud, defesa é a operação pela qual o ego exclui da consciência os conteúdos indesejáveis, protegendo, desta forma, o aparelho psíquico. O ego mobiliza estes mecanismos, que suprimem ou dissimulam a percepção do perigo interno, em função de perigos reais ou imaginários localizados no mundo exterior. Os mecanismos são:
- Recalque: o indivíduo “não vê”, “não ouve” o que ocorre. Existe a supressão de uma parte da realidade. Este aspecto que não é percebido pelo indivíduo faz parte de um todo e, ao ficar invisível, altera, deforma o sentido do todo. Um exemplo é quando entendemos uma proibição como permissão porque não “ouvimos” o “não”. O recalque, ao suprimir a percepção do que está acontecendo, é o mais radical dos mecanismos de defesa. Os demais referem-se a deformações da realidade. 
- Formação reativa: o ego procura afastar o desejo que vai em determinada direção, e, para isto, o indivíduo adota uma atitude oposta a este desejo. Um bom exemplo são as atitudes exageradas — ternura excessiva, superproteção — que escondem o seu oposto, no caso, um desejo agressivo intenso. Aquilo que aparece, visa esconder do próprio indivíduo suas verdadeiras motivações, para preservá-lo de uma descoberta acerca de si mesmo que poderia ser bastante dolorosa. É o caso da mãe que superprotege o filho, do qual tem muita raiva porque atribui a ele muitas de suas dificuldades pessoais. Para muitas destas mães, pode ser aterrador admitir essa agressividade em relação ao filho.
- Regressão: o indivíduo retorna a etapas anteriores de seu desenvolvimento; é uma passagem para modos de expressão mais primitivos. Um exemplo é o da pessoa que enfrenta situações difíceis com bastante ponderação e, ao ver uma barata, sobe na mesa, aos berros. Com certeza, não é só a barata que ela vê na barata.
- Projeção: é uma confluência de distorções do mundo externo e interno. O indivíduo projeta algo de si no mundo externo e não percebe aquilo que foi projetado como algo seu que considera indesejável. É um mecanismo de uso frequente e observável na vida cotidiana. Um exemplo é o jovem que critica os colegas por serem extremamente competitivos e não se dá conta de que também o é, às vezes até mais que os colegas.
- Racionalização: o indivíduo constrói uma argumentação intelectualmente convincente e aceitável, que justifica os estados “deformados” da consciência. Isto é, uma defesa que justifica as outras. Portanto, na racionalização, o ego coloca a razão a serviço do irracional e utiliza para isto o material fornecido pela cultura, ou mesmo pelo saber científico. 
• Além destes mecanismos de defesa do ego, existem outros: denegação, identificação, isolamento, anulação retroativa, inversão e retorno sobre si mesmo. Todos nós os utilizamos em nossa vida cotidiana, isto é, deformamos a realidade para nos defender de perigos internos ou externos, reais ou imaginários. O uso destes mecanismos não é, em si, patológico, contudo distorce a realidade, e só o seu desvendamento pode nos fazer superar essa falsa consciência, ou melhor, ver a realidade como ela é.
Psicanalise: Aplicações e Contribuições Sociais
• A característica essencial do trabalho psicanalítico é o deciframento do inconsciente e a integração de seus conteúdos na consciência. Isto porque são estes conteúdos desconhecidos e inconscientes que determinam, em grande parte, a conduta dos homens e dos grupos — as dificuldades para viver, o mal-estar, o sofrimento. 
• A finalidade é o autoconhecimento, que possibilita lidar com o sofrimento, criar mecanismos de superação das dificuldades, dos conflitos e dos submetimentos em direção a uma produção humana mais autônoma, criativa e gratificante de cada indivíduo, dos grupos, das instituições. 
• A representação da Psicanálise ainda é bastante estereotipada em nosso meio. Associamos a Psicanálise com o divã, com o trabalho de consultório excessivamente longo e só possível para as pessoas de alto poder aquisitivo. Esta idéia correspondeu, durante muito tempo, à prática nesta área que se restringia, exclusivamente, ao consultório.
• O método psicanalítico usado para desvendar o real, compreender o sintoma individual ou social e suas determinações, é o interpretativo. No caso da análise individual, o material de trabalho do analista são os sonhos, as associações livres, os atos falhos (os esquecimentos, as substituições de palavras etc.). Em cada um desses caminhos de acesso ao inconsciente, o que vale é a história pessoal. Cada palavra, cada símbolo tem um significado particular para cada indivíduo, o qual só pode ser apreendido a partir de sua história, que é absolutamente única e singular.

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