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CORES_ Seus Significados e Influências em nossas Vidas

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CORES
	
Seus	Significados
e	Influências
em	nossas	Vidas
	
	
	
	
	
	
	
	
	
Maria	Helena	Santos
Publicitária
Escritora
Instrutora	de	Yoga
	
	
Porto	Alegre	/	Rio	Grande	do	Sul	/	Brasil
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
	
AGRADECIMENTOS
	
Aos	meus	pais,	irmão	e	irmãs	pelo	carinho	e	apoio.
Ao	meu	saudoso	professor,	Hanns	Peter	Struck,	por	sua
valiosa	colaboração	nas	pesquisas	sobre	o	tema.
À	escritora,	coach,	amiga	e	irmã	Bhia	Beatriz,
pelo	incentivo	e	assessoria	para	a	publicação	desta	obra.
Ao	meu	estimado	professor	Nicolau	Chiavaro,	sem	cujo	apoio	eu
não	teria	concluído	o	curso	superior	de	publicidade	e	propaganda.
Ao	meu	amado	filho	Sandro	Santos,	razão	maior	da	minha	existência.
A	todos	os	amigos,	e	à	vida,
por	me	permitir	estar	aqui	até	agora,	apesar	dos	percalços.
	
	
.:.
	
	
DEDICATÓRIA
	
Este	livro	foi	escrito	para	você,	um	ser	humano,	que	vive	num	planeta	incrível,
com	lindos	jardins	cobertos	de	flores	multicoloridas,	com	verdes	matas,
com	rios	e	oceanos	que	fluem	do	azul	ao	verde	passando	por	todas	as	suas
nuances,	tudo	coberto	por	um	imenso	céu	azul,	com	nuvens	brancas	como
algodão,
onde	brilha	um	gigantesco	sol	amarelo	dourado.
Como	você	vê,	um	mundo	repleto	de	cores	por	todos	os	lados.
O	seu	mundo,	o	nosso	mundo.
	
	
A	autora
SUMÁRIO
	
	
INTRODUÇÃO
	
I	–	A	ORDEM	DAS	CORES
1.0	–	Cor	Primária
2.0	–	Cor	Secundária
	
II	–	AS	CORES	COMO	OBJETO	DE	ESTUDO	DA	FISICA,	DA	FISIOLOGIA
E	DA	PSICOLOGIA
1.0	–	Fenômeno	Físico	da	Cor
2.0	–	Fenômeno	Fisiológico	da	Cor
2.1	–	Visão	da	Cor
2.2	–	Daltonismo
3.0	–	Fenômeno	Psicológico	da	Cor
3.1	–	Influências	da	Escolha	de	Cores
3.2	–	Efeitos	Físicos	da	Cor
3.3	–	Linguagem	das	Cores
	
III	–	AS	PROPRIEDADES	DAS	CORES
1.0	–	Quente	e	Frio
2.0	–	Leve	e	Pesado
3.0	–	Ativo	e	Passivo
4.0	–	Claro	e	Escuro
	
IV	–	A	PÓS-IMAGEM
	
V	–	COR	&	MARKETING
	
VI	–	A	COR	NO	AMBIENTE
1.0	–	A	Ação	da	Cor	sobre	o	Homem	no	Ambiente	Colorido
2.0	–	A	Cor	nas	Indústrias
3.0	–	A	Cor	nos	Estabelecimentos	Comerciais
	
VII	–	A	COR	NA	EMBALAGEM
1.0	–	Conotações	da	Cor	com	Produtos	Alimentícios
2.0	–	Conotações	da	Cor	com	Produtos	Farmacêuticos
3.0	–	Influência	Visual	da	Cor	sobre	a	Dimensão	e	Forma	das	Embalagens
4.0	–	A	Cor	da	Embalagem	em	Função	dos	Pontos	de	Venda
	
CONSLUSÃO
	
BIBLIOGRAFIA
INTRODUÇÃO
	
	
														No	princípio	criou	Deus	os	Céus	e	a	Terra.	A	Terra,	porém,	era	sem
forma	 e	 vazia.	 Havia	 trevas	 por	 sobre	 a	 face	 do	 abismo	 e	 o	 espírito	 de	Deus
pairava	por	sobre	as	águas.	Disse	Deus:	-	Haja	luz!	E	houve	luz!	E	viu	Deus	que
a	luz	era	boa.	E	fez	separação	entre	a	luz	e	as	trevas.	Chamou	Deus	à	Luz	Dia	e
às	Trevas	Noite.	E	houve	tarde	e	manhã	o	primeiro	dia.
														E	desde	o	momento	em	que	Deus	disse:	Haja	luz	e	houve	luz,	houve
também	cor.	A	cor	que	está	em	todos	os	momentos	e	em	todas	as	situações	da
vida	do	homem.
														A	cor	está	em	todas	as	coisas	que	nos	cercam	e	que	constituem	a	nossa
existência.	Está	no	sorriso	da	criança.	No	desabrochar	das	flores.	Na	música	que
escutamos.	Na	embalagem	que	compramos.	Na	roupa	que	vestimos.	No	alimento
que	 comemos.	 No	 trabalho	 que	 realizamos.	 E,	 até	 mesmo,	 no	 sonho	 que
sonhamos.	 Não	 é	 possível,	 sequer,	 imaginar	 o	 mundo	 sem	 cor.	 É	 uma	 coisa,
praticamente,	 inconcebível.	 Ela	 se	 faz	 presente	 em	 todos	 os	 nossos	 atos,	 em
todos	os	nossos	pensamentos,	em	todo	o	nosso	“EU”.	O	seu	 império	domina	a
nossa	vida.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Muitos	 estudiosos	 têm	se	preocupado	com	as	 cores	desde	as	mais
remotas	datas,	porém,	muitos	destes	estudos	se	perderam	no	tempo	e	no	espaço.
Sabemos,	apenas,	que	alguém	se	preocupa	com	os	efeitos	causados	pelas	cores,
através	 de	 fragmentos	 encontrados	 no	 decorrer	 da	 História	 da	 humanidade.
Encontramos,	por	exemplo,	nas	páginas	da	História	Antiga,	referências	a	Galeno
e	 Pitágoras,	 os	 quais	 teriam	 praticado	 a	 terapia	 através	 das	 cores.	 Também
Aristóteles	e	Platão	teriam	realizado	estudos	sobre	a	luz	e	a	cor,	cujos	resultados
foram	 sufocados	 pelos	 terrores	 da	 Idade	 Média.	 Pois,	 além	 de	 poucos	 se
aventurarem	a	estudar	os	mistérios	da	cor,	mesmo	estes	eram	barrados	inúmeras
vezes	e	os	resultados	de	seus	estudos	jamais	eram	difundidos,	devido	a	crenças
generalizadas	de	que	experiências	 realizadas	com	cores	eram	atos	de	feitiçaria,
os	quais	não	deviam	ser	praticados.
														Mas,	apesar	das	dificuldades	encontradas	em	relação	ao	estudo	da	cor,
ela	faz	parte	da	vida	da	humanidade	em	todos	os	seus	momentos.	As	cores	são
usadas	 na	 representação	 das	 nações,	 na	 sociedade,	 nas	 ciências,	 nas	 artes,	 na
arquitetura,	na	decoração,	na	indústria,	na	publicidade,	no	comércio,	etc...
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 O	 governo,	 a	 Nação	 é	 representada	 por	 uma	 ou	 mais	 cores,
reconhecidas	universalmente	através	da	bandeira	de	cada	país.	É	o	uso	das	cores
na	representação	das	nações.
	
	
													
	
E	cada	cor	presente	na	bandeira	de	cada	país	não	está	ali	meramente	por	acaso.
Cada	 uma	 delas	 tem	 uma	 razão	 de	 ser	 e	 de	 estar;	 pois	 cada	 uma	 representa
alguma	 coisa.	 Alguma	 coisa	 muito	 importante	 para	 cada	 cidadão	 nascido	 sob
aquela	bandeira.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Muitas	 nações	 na	 Idade	Média	 usavam	 os	 estandartes	 das	 casas
imperiais	 que	 as	 regiam	 e	 no	 estandarte	 a	 casa	 imperial,	 intuitivamente
representava	 o	 seu	 comportamento	 em	 relação	 à	 atitude	 tomada	 com	 as
populações	que	dominava.	A	título	de	exemplo,	do	acima	exposto	basta	lembrar
o	 estandarte	 de	 Borbon	 (França),	 que	 foi	 de	 cor	 azul-clara	 com	 a	 Flor-de-lis
branca.	 Ambas	 as	 cores	 denotam	 “afastamento	 e	 isolamento”,	 comportamento
constatado	historicamente	dos	Louizes	reis	da	França	que	se	isolaram	da	massa
populacional.	Obviamente	 veio	 a	 reação!...	 A	Revolução	 Francesa	 no	 fim	 	 do
século	XVII.	 E	 o	 estandarte	 vermelho,	 como	 símbolo	 das	massas,	 foi	 erguido
pela	 primeira	 vez	 em	 14	 de	 julho,	 data	 da	 Queda	 da	 Bastilha.	 E	 novamente
através	do	estandarte	vermelho,	que	denota	“agressão	e	guerra”,	 intuitivamente
os	líderes	revelaram	o	seu	comportamento.
														No	futebol,	encontramos	outro	exemplo	interessante	do	emprego	das
cores	 no	 estandarte,	 que	 não	 cremos	 ter	 sido	 propositalmente	 idealizado.	 Nos
referimos	ao	Grêmio	e	ao	Internacional,	principais	times	gaúchos.	No	Grêmio	–
os	 alemães	 isolaram-se	 da	 massa	 através	 do	 Branco,	 Azul	 e	 Preto.	 O
Internacional,	 clube	 do	 povo,	 representa	 a	 massa	 através	 do	 seu	 estandarte
predominantemente	vermelho.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Segundo	Aldous	Huxley,	em	seu	 famoso	 livro	“Admirável	Mundo
Novo”,	um	dia	a	sociedade	será	totalmente	criada	em	laboratórios	e	será,	desde	a
mais	 tenra	 idade,	 condicionada	 para	 ser	 feliz.	 Os	 membros	 dessa	 sociedade,
Alfas,	 Betas,	 Gamas,	 Deltas	 e	 Epsilões,	 formarão	 as	 cinco	 classes	 sociais	 da
época.	 E	 cada	 uma	 destas	 criaturas,	 será	 condicionada	 para	 realizar	 um
determinado	 tipo	 de	 tarefa	 na	 sociedade,	 sentindo-se	 sempre	 alegres	 e	 felizes.
Entre	 as	 muitas	 características	 que	 identificarão	 as	 camadas	 sociais,	 a	 mais
distinta	 será	 a	 cor	 das	 roupas	 usadas	 por	 cada	 grupo	 de	 pessoas.	 Os	 alfas,
criaturas	bonitas,	altas,	 inteligentes,	destinadas	a	 realizar	 tarefas	 intelectuais	na
direção	da	sociedade	usarão	vestimentas	brancas.	Os	Betas,	também	inteligentes,
porém	um	pouco	menos	 do	 que	 os	 primeiros,	 dos	 quais	 serão	 uma	 espécie	 de
assessores	 diretos,	 vestir-se-ão	 de	 cinza-claro.	 Os	 Gamas,	 criados	 com	 a
finalidade	de	realizar	tarefas	mais	mecanizadas,	vestirão	roupas	de	cor	verde.	Os
Deltas,	 criaturas	 dotadas	 de	 uma	 inteligência	 mínima,	 usarão	 a	 cor	 Caqui	 em
suas	vestimentas.	E,	por	 fim,	os	Epsilões,	criaturas	propositalmente	 retardadas,
de	feições	deformadas,	destinadas	a	fazer	os	trabalhos	pesados	e	rotineiros	para	a
boa	manutenção	da	sociedade,	usarão	sempre	o	preto	em	suas	vestimentas.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Nas	ciências	a	cor	tem	sido	muitousada	também.	Na	medicina,	por
exemplo,	investigações	e	experiências	têm	sido	realizadas	por	cromoterapeutas,
mostrando	os	diversos	efeitos	das	cores	sobre	os	organismos	vivos.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Estas	 investigações	 realizadas	 por	 cientistas	 cromoterapeutas
confirmam	 diversos	 resultados,	 os	 quais	 se	 encontram	 resumidos	 no	 quadro
abaixo:
	
LUZ	VERDE	acaba	com	as	larvas	das	moscas	e	dos	besouros.
LUZ	VERMELHA	estimula	as	funções	orgânicas	do	homem.	Favorece	a	marcha
da	catapora,	sarampo	e	escarlatina.	Torna	as	plantas	mais	vigorosas.
LUZ	AZULADA	acaba	com	as	plantas.
LUZ	ANILADA	possui	poder	analgésico.
EXCESSO	DE	AMARELO	favorece	indigestões,	gastrites	e	úlceras	gástricas.
EXCESSO	DE	AZUL	favorece	a	pneumonia,	tuberculose	pulmonar	e	pleurisia.
VARIAÇÕES	DA	COR	VERDE	favorece	as	doenças	mentais	e	nervosas.
VARIAÇÕES	 DA	 COR	 VERMELHA	 favorece	 as	 doenças	 do	 coração	 e
reflexos	na	pressão	arterial.
A	COR	AZUL	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 ajuda	 contra	 as	 doenças	 de	 olhos,	 ouvidos,	 nariz	 e
pulmões.
A	COR	VERMELHA	ajuda	contra	doenças	do	estômago,	fígado	e	baço.
A	COR	VERDE	ajuda	contra	doenças	do	sistema	nervoso	e	aparelho	digestivo.
A	 COR	 AMARELA	 e	 A	 COR	 CAFÉ	 produzem	 enjôo	 quando	 o	 interior	 do
veículo,	especialmente	o	avião,	é	pintado	nessas	cores.
CORES	ALEGRES														estimulam	o	apetite,	quando	a	sala	de	jantar	é	assim
pintada.
CORES	SUAVES	geralmente	para	dormitórios,	porque	estimulam	o	repouso.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Desde	 os	 primórdios	 da	 história	 da	 civilização,	 as	 cores	 vem
influenciando	o	homem	e	tomando	parte	integrante	em	sua	vida	e	em	seus	atos.
Na	 arte	 temos,	 por	 exemplo,	 o	 grande	 Leonardo	 Da	 Vinci,	 dando	 expansão,
beleza	e	sentimento	às	suas	obras	por	intermédio	das	cores.	Dizia	ele	que	nada
deve	ser	imitado,	somente	a	natureza	merece	ser	copiada	com	toda	a	sua	luz	e	as
suas	cores.	Leonardo	Da	Vinci	pintava	rostos	humanos	com	a	grande	beleza	que
havia	 em	 sua	 alma	 de	 artista.	 Dizia-se	 dele	 que	 era	 o	 pintor	 dos	 rostos
sorridentes,	 que	 andava	 pelo	 mundo	 sonhando,	 inventando,	 construindo,
pintando	e	filosofando	rodeado	por	idéias,	artes	e	cores.
	
	
	
														Muitos	outros	vultos	célebres	da	nossa	história	podem	ser	citados	aqui,
como	 Dante	 Alighieri,	 Goethe,	 Shakespeare	 e	 Voltaire	 que,	 apesar	 de	 não
trabalharem	diretamente	com	tintas	e	pincéis,	trabalharam	com	a	cor	através	das
idéias	e	expressões	que	legaram	à	humanidade.
														A	cor	nas	mãos	do	artista	é	usada	para	expressar	beleza,	sentimento	e
vida.	 Já	 nas	 mãos	 do	 arquiteto,	 apesar	 de	 ser	 também	 usada	 para	 expressar
beleza	 e	 harmonia	 é	 uma	 poderosa	 ferramenta,	 pois	 serve	 para	 aumentar	 ou
diminuir	volumes,	para	aproximar	ou	afastar	estruturas	imóveis	de	concreto,	de
acordo	com	as	suas	necessidades	ou	desejos,	através	de	uma	simples	 ilusão	de
ótica.
														O	arquiteto,	devido	à	sua	formação,	tem	a	tendência	de	preocupar-se
muito	mais	com	a	forma	do	que	com	a	cor,	considerando	a	escolha	desta	como
algo	bastante	simples	de	ser	realizado.	Porém,	no	final,	não	é	a	forma	e	sim	a	cor
o	que	mais	impressiona	o	observador.
														A	cor,	que	se	encontra	na	natureza,	e	que	é	vista	pelos	olhos	do	homem
é	sentida	com	o	seu	“eu”	interior,	com	a	sua	mente.
														Segundo	um	dos	princípios	da	“Teoria	da	Mente”	de	Sigmund	Freud,	“a
repressão	 deve-se	 à	 qualidade	 desagradável	 do	 material	 reprimido	 e	 conserva
certa	ligação	com	este	soterrada	no	inconsciente.”
														A	“Teoria	da	Mente”,	de	Freud,	vem	assim	explicar	estranhas	reações
de	determinadas	pessoas	diante	desta	ou	daquela	cor	em	particular.	Há	pessoas
que	detestam	determinada	cor	ou	cores	sem,	no	entanto,	conseguirem	explicar	o
porquê	desta	atitude.	Mas,	a	antipatia	ou	mesmo	a	simpatia	de	alguém	diante	de
uma	 cor	 nunca	 é	meramente	 antipatia	 ou	 simpatia.	 Nunca	 é	 gratuita.	 De	 uma
forma	ou	de	outra	está	ligada	à	alguma	coisa	que	lhe	aconteceu,	da	qual	não	se
recorda.	 Alguma	 coisa	 que	 ficou	 arquivada	 para	 sempre	 no	 recôndito	 de	 sua
mente	e	na	qual	estava	presente	a	cor	hoje	odiada	ou	admirada.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Em	outros	casos,	porém,	a	escolha	de	determinada	cor	é	 feita	pelo
indivíduo,	sem	que	este	sinta	simpatia	ou	antipatia	pela	cor	que	escolheu	ou	que
deixou	 de	 escolher,	 respectivamente.	 Nem	 sempre	 é	 necessário	 que	 a	 cor
escolhida	 tenha	 estado	 ligada	 a	 algo	 que	 aconteceu	 ao	 indivíduo	 no	 passado.
Muitas	 vezes	 esta	 escolha	 é	 feita	 com	 bases	 apenas	 na	 empatia;	 ou	 seja,	 na
existência	 de	 uma	 identificação	 do	 ser	 com	 a	 cor,	 através	 dos	 traços	 de
personalidade	 do	 indivíduo	 e	 das	 características	 psicológicas	 da	 cor	 por	 ele
preferida.
														É	importante	que	o	homem	sinta-se	bem	no	ambiente	em	que	vive.	Daí
a	 grande	 importância	 de	 uma	 boa	 decoração	 feita	 com	 as	 cores	 adequadas	 ao
conforto	e	ao	bem	estar	do	ser	humano.	Independente	de	preferências	individuais
de	 cada	 um,	 o	 decorador	 costuma	 usar	 as	 cores	 quentes	 em	 ambientes	 frios.
Cores	 frias	 nos	 locais	 quentes.	 Cores	 que	 aproximam	 ou	 que	 distanciam,
dependendo	 das	 necessidades	 impostas	 pelo	 espaço	 disponível,	 etc...	 como
veremos	no	decorrer	do	presente	trabalho.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	O	processo	de	marketing	envolve	um	produto	desde	a	 idéia	de	sua
concepção	 até	 o	 seu	 consumo,	 satisfazendo	 plenamente	 as	 necessidades	 do
consumidor.	 A	 sua	 fabricação	 nas	 indústrias,	 a	 sua	 divulgação	 através	 da
publicidade	e	o	seu	consumo	tornado	efetivo	por	intermédio	da	venda	realizada
pelo	comércio,	envolvem	a	cor	constantemente	com	suas	influências	positivas	ou
negativas	sobre	este	produto.
														No	interior	das	indústrias	a	cor	assume	importância	capital.	Apesar	de
sua	 importância	 não	 ser	 levada	 em	 conta	 por	 todos	 os	 industriais,	 sabe-se	 que
nos	países	mais	adiantados	a	cor	é	tratada	com	muita	seriedade.	É	grande	o	seu
uso	e	 são	 inúmeras	as	 suas	aplicações	nos	grandes	centros	 industriais.	A	cor	é
usada	no	interior	de	indústrias	para	criar	ambientes	adequados	às	diversas	tarefas
que	os	empregados,	monotonamente,	tem	que	realizar	no	dia	a	dia	de	suas	vidas.
A	 cor	 é	muito	 usada,	 também,	 para	 evitar	 a	 fadiga	 visual,	 o	 cansaço	 físico	 e,
conseqüentemente,	muitos	dos	acidentes	de	trabalho.	As	máquinas,	por	exemplo,
são	pintadas	com	as	cores	mais	adequadas.	Nas	partes	móveis	são	empregadas
cores	 dinâmicas,	 agressivas,	 para	 dar	 a	 impressão	 de	 que	 avançam,	 evitando
assim	que	o	 indivíduo	delas	se	aproxime.	As	partes	estáticas,	ao	contrário,	 são
pintadas	 de	 cores	 mais	 repousantes	 e	 neutras,	 com	 o	 objetivo	 de	 prevenir
acidentes	 no	 ambiente	 geral	 das	 indústrias.	 Sabe-se	 também	 que	 tanto	melhor
será	o	rendimento	de	um	grupo	de	pessoas,	quanto	melhor	e	mais	adequado	for	o
ambiente	 em	 que	 este	 grupo	 se	 encontra.	 Portanto,	 é	 de	 grande	 importância	 o
emprego	de	cores	nos	tetos,	paredes	e	pisos	das	mais	diversas	indústrias.
														Sabe-se	também	que	quanto	mais	bem	feita	for	a	aplicação	das	cores	no
interior	 de	 uma	 fábrica,	 maior	 será	 o	 rendimento	 dos	 operários,	 maior	 será	 a
produção	e	maiores	serão	os	lucros.
														“Podemos	afirmar	que	a	criatividade	dos	homens	de	marketing	é	tão
grande	 no	 seu	 setor	 quanto	 a	 dos	 artistas	 plásticos,	 dos	 escritores	 ou	 dos
cineastas.	Mas,	 além	de	 conhecer	 as	 orientações	 e	medir	 a	 sua	 potencialidade,
eles	 necessitam	 um	 domínio	 técnico-teórico	 bem	 fundamentado	 que	 lhes
possibilite	uma	margem	de	precisão	e	segurança	cuja	meta	certa	é	o	lucro”.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Um	dos	pontos	principais,	 que	pode	até	mesmo	ser	 considerado	o
grande	objetivo	do	processo	de	marketing	é	vender	o	produto.	Mas	para	atingir
este	 objetivo	 não	 basta	 apenas	 anunciar,	 gastar	 somas	 incríveis	 em	 poderosos
veículos	 de	 comunicação,	 se	 o	 anúncio	 veiculado	 não	 possuir	 uma	mensagem
adequadaque	 atinja	 o	 público	 consumidor.	 O	 consumidor	 precisa	 ser
impressionado.	 A	 mensagem	 que	 se	 quer	 transmitir	 precisa	 ficar	 gravada	 no
inconsciente	do	consumidor.	E	nada	melhor	para	isto	do	que	o	uso	das	cores,	de
forma	correta,	no	desempenho	desta	tarefa.	Pois	a	cor	adequada,	no	lugar	certo	e
no	momento	exato	vale	muito	mais	do	que	mil	palavras.
														Apesar	de	o	anúncio	publicitário	apresentado	em	preto	e	branco	possuir
um	grande	poder	de	 impacto,	não	podemos	esquecer	que	o	poder	de	uma	peça
publicitária	colorida	é	muito	maior	por	atuar	diretamente	sobre	a	parte	sensorial
do	 indivíduo.	Uma	boa	combinação	de	cores	num	outdoor,	por	exemplo,	pode
facilitar	 a	 assimilação	 da	mensagem.	A	mensagem	escrita	 pode	 tornar-se	mais
sensível,	facilitando	ao	transeunte	a	sua	rápida	leitura.
														São	muitos	os	aspectos	que	devem	ser	levados	em	conta	quando	usamos
a	cor	como	um	dos	principais	elementos	para	vender	um	determinado	produto.
														A	publicidade,	em	qualquer	país	ou	estado,	está	diretamente	ligada	à
moda	atual.	Por	isso,	o	uso	da	cor	em	publicidade	é	algo	bastante	delicado	que
realmente	funcionará	se	for	feito	com	base	em	estudos	e	pesquisas	neste	sentido.
														Existem	cores	que	vendem	e	cores	que	não	vendem.	Mas	precisamos
não	esquecer	que	uma	cor	que	vende	um	produto	nos	Estados	Unidos	pode	não
vender	 o	 mesmo	 produto	 no	 Brasil.	 Ou	 ainda,	 uma	 cor	 que	 vende	 numa
determinada	 época	 pode	 perfeitamente	 não	 vender	 numa	 outra.	 É	 o	 fenômeno
espaço-tempo	 o	 qual	 está	 intrinsecamente	 ligado	 à	 publicidade.	 E	 o	 bom
publicitário	 não	 pode	 nunca	 esquecer	 estas	 importantes	 variáveis:	 Tempo,
Espaço	e	Moda	quando	for	determinar	as	linhas	e	cores	de	uma	peça	publicitária.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Poderíamos	dizer	que	os	pontos	de	venda	do	produto,	os	 locais	no
comércio	onde	o	produto	se	encontra	à	disposição	do	consumidor,	 são	as	 retas
finais	do	processo	de	marketing.	Pois	é	através	do	comércio	que	um	produto	vem
atingir	o	objetivo	para	o	qual	foi	criado,	ou	seja,	a	satisfação	das	necessidades	do
público	 consumidor.	 E	 neste	 momento	 é	 de	 suma	 importância	 a	 cor	 das
embalagens	e	a	disposição	dos	artigos	nas	prateleiras.	Enfim,	a	apresentação	do
produto	 ao	 consumidor.	E,	 segundo	Modesto	Farina,	 “as	 cores	 estão	 presentes
em	 todos	 os	 processos	 de	 compra,	 pois	 elas	 são	 vibrações	 do	 cosmo	 que
penetram	 em	 nosso	 cérebro	 para	 continuar	 vibrando	 e	 impressionando	 nossa
psique,	para	dar	um	tom	ao	pensamento	e	às	coisas	que	nos	rodeiam.	Enfim,	para
dar	sabor	à	vida	e	ao	ambiente	em	que	vivemos”.
	
CAPÍTULO	I
	
A	ORDEM	DAS	CORES
	
	
I	–	A	ORDEM	DAS	CORES
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Há	muitos	séculos	atrás	as	pessoas	pensavam	que	os	sons	musicais
jamais	 poderiam	 ser	 escritos	 e	 que	 certamente	 desapareceriam	 se	 não	 fossem
retidos	 na	 memória.	 Mas,	 o	 aparentemente	 impossível	 foi	 conseguido.	 E	 por
volta	 de	 1700	 já	 havia	 um	 completo	 e	 perfeito	 sistema	 de	 notas	 musicais,
tornando	possível	a	escrita	de	escalas.	Sem	este	sistema	a	realização	das	grandes
composições	 seria,	 praticamente,	 impossível.	 E	 mesmo	 se	 fossem	 criadas
desapareceriam	no	tempo.	Morreriam	juntamente	com	seus	autores.
														Assim	eram	também	os	vocabulários	das	cores	em	todos	os	idiomas	de
todos	 os	 países.	 Vagos,	 improvisados	 e	 quase	 inexistentes.	 Os	 povos	 mais
primitivos	 não	 tinham	nomes	para	 designar	 as	 cores.	Outros	 os	 tinham	apenas
para	designar	algumas	poucas	cores.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Fazia-se	necessário,	portanto,	a	criação	de	um	esquema	gráfico	das
cores	para	facilitar	a	sua	aplicação	e	uniformizar	os	estudos	a	respeito	da	mesma.
														Diz-nos	a	história,	que	o	primeiro	método	de	representação	gráfica	das
cores	 foi	 criado	por	Newton	 e	 que	o	mesmo	consiste	 no	 agrupamento	 circular
das	cores.
														Os	estudos	que	temos	hoje	sobre	cores,	muito	devem	às	experiências
realizadas	por	Newton,	bem	como	às	pesquisas	e	estudos	 feitos	por	Goethe	no
fim	 do	 século	 XVIII	 e	 início	 do	 século	 XIX,	 relatados	 numa	 obra	 de	 1.400
páginas	manuscritas.
														Através	de	uma	revisão	crítica	da	obra	de	Newton,	Goethe	consegue,
em	1810,	evidenciar	suas	falhas,	propondo	ao	mesmo	tempo	uma	nova	teoria	das
cores	que,	no	entanto,	fica	um	pouco	à	margem	dos	sistemas	e	teorias	usuais.	A
teoria	de	Goethe	aponta	o	choque	entre	 luz	e	sombra	como	sendo	a	origem	do
fenômeno	 cromático.	 Portanto,	 de	 acordo	 com	 esta	 teoria,	 as	 cores	 podem	 ser
definidas	como	sendo	semiluzes	e	semissombras.	Goethe	baseia	sua	teoria	num
processo	fisiológico	no	qual	as	imagens	subjetivas	são	como	sombra	cromática,
e	as	ilusões	oriundas	da	interpretação	das	diferenças	de	cores,	de	claridade	e	de
duas	superfícies;	e	num	processo	 físico	em	que	defende	a	uniformidade	da	 luz
branca	em	oposição	a	Newton.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Depois	de	Newton	e	Goethe,	surgiram	muitos	outros	estudiosos	do
assunto,	sendo	que	todos	usavam	o	círculo	como	base	para	seus	estudos.
														Destacam-se	dentre	estes	os	seguintes:	o	de	Moses	Harris,	em	1766;	o
de	Sir	David	Brewster	em	1831;	o	de	Michel	Cevreul	em	1861;	o	de	Albert	H.
Munsell	em	1912;	o	de	Wilhelm	Ostwald	em	1944	e	outros.	Todos	estes	estudos
contribuiram	grandemente	para	a	organização	das	cores	que	 temos	atualmente.
Os	 estudos	 de	Munsell,	 por	 exemplo,	 deram	 origem	 ao	 “Sistema	Munsell	 de
cores”,	o	qual	em	1942	já	tinha	então	demonstrado	sua	validade	e	praticidade,	de
tal	forma,	que	tinha	então	sido	aceito	inteiramente	nos	Estados	Unidos,	como	a
descrição	padrão	da	sensação	psicológica	de	cor.	Em	fevereiro	deste	mesmo	ano
foi	 inaugurada	 a	 Fundação	Munsell	 de	 cor	 para	 auxiliar	 a	 pesquisa	 da	 cor	 na
ciência,	na	psicologia,	nas	artes,	na	educação	e	na	indústria.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Ostwald,	 levado	 pela	 necessidade	 de	 uma	 grande	 exatidão	 na
designação	de	uma	cor,	veio	a	criar	um	sistema	de	amostragem	conhecido	como
“sólido	 das	 cores”.	 Neste	 sólido,	 formado	 por	 triângulos	 unidos	 pela	 base	 em
torno	de	um	eixo	as	cores	são	dispostas	de	 forma	que	as	suas	complementares
fiquem	 diametralmente	 a	 elas	 opostas.	 O	 vértice	 horizontal	 correspondente	 ao
grau	de	saturação	da	cor.	Ou	seja,	ao	grau	de	maior	pureza.	A	divisão	da	cor	em
oito	estágios	permite	uma	degradação	progressiva	da	mesma	até	atingir	o	preto
do	vértice	inferior	e	o	branco	do	superior.	O	referido	sistema	tem	a	vantagem	de
permitir,	com	um	único	olhar,	a	percepção	das	várias	gradações	de	uma	cor,	que
em	progressão	sistemática	chegam	ao	preto	e	ao	branco.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 No	 círculo	 cromático	 de	 Chevreul,	 encontramos	 a	 seguinte
representação	gráfica	de	organização	das	cores:
-	Tomemos	um	círculo,	dividimo-lo	em	doze	partes	iguais	e	coloquemos	nele	as
três	cores	primárias	ou	 fundamentais	–	vermelho,	 amarelo	e	azul,	 cuja	mistura
permite-nos	a	obtenção	de	todas	as	outras	cores	–	a	distâncias	iguais	em	1,	5	e	9.
Se	 prolongarmos	 um	 raio	 partindo	 do	 vermelho,	 obteremos	 um	 raio	 a	 igual
distância	do	azul	e	do	amarelo.	Onde	este	atingir	o	outro	 lado	do	círculo	 será,
então,	colocada	a	cor	verde,	que	é,	exatamente,	a	mistura	de	azul	com	amarelo.
Baseado	 neste	 sistema	 de	 trabalho,	Chevreul	 chegou	 ao	 seu	 catálogo	 de	 cores
contendo	14.420	tons	teoricamente	classificados,	desde	as	cores	saturadas	e	suas
mesclas	até	o	branco	e	o	preto.
	
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	DISCO	DE	CORES,	de	Chevreul	–	partindo	deste	disco,	Chevreul
chegou	 ao	 seu	 catálogo	 de	 cores,	 o	 qual	 contém	 cerca	 de	 14.500	 tons
teoricamente	classificados.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Chevreul	 chegou	a	 este	número	de	 cores	 classificadas	da	 seguinte
forma:	 	Dividindo	 cada	 um	dos	 doze	 setores	 obtidos	 no	 círculo	 cromático	 em
seis	 partes	 iguais	 pode	 então	 designar	 72	 cores	 francas.	 Estas	 cores	 francas,
quando	misturadas	com	quantidades	crescentes	de	branco	deram	origem	a	cores
cadavez	 menos	 saturadas,	 para	 as	 quais	 Chevreul	 indicou	 um	 modo	 de
degradação	 em	 vinte	 etapas,	 desde	 o	 tom	 fraco	 até	 o	 branco	 absoluto.	 Deste
processo,	ou	seja,	72	x	20,	resultam	1.440	tons	ou	cores	degradadas	ou	esbatidas.
Mas,	 acrescentando	 às	 cores	 francas	 ou	 esbatidas,	 quantidades	mais	 ou	menos
fortes	 de	 preto,	 obtém-se	 cores	 carregadas	 e	 se	 formarmos	 uma	 série	 de	 nove
tonalidades	 carregadas	 por	 cada	 cor	 franca,	 que	 por	 sua	 vez	 são	 divisíveis	 em
vinte	tons	esbatidos,	chega-se	a	um	total	de	12.960	tons	de	cores	carregadas,	pois
72	x	9	x	20	=	12.960.	Somando-se	1.440	tons	de	cores	francas,	mais	12.960	tons
de	 cores	 carregadas	 com	 20	 tons	 de	 cinzentos	 normais	 teremos	 então	 a
classificação	das	cores	de	Chevreul,	em	14.420	tons.
														O	círculo	cromático	de	Chevreul	é	utilizado	em	todas	as	técnicas	onde
se	 faz	 necessário	 uma	 combinação	 exata	 das	 cores,	 como	 em	 indústrias	 de
tapeçarias,	gráficas,		estampagem,	etc.
														No	entanto,	segundo	Maitland	Graves,	de	todos	os	métodos	criados	para
padronizar	 a	 classificação	 das	 cores-pigmento	 o	 mais	 bem	 sucedido	 foi	 o	 de
Munsell,	que	inicialmente	evoluiu	para	a	confecção	de	seu	“Atlas	do	sistema	de
cores	 Munsell”,	 o	 qual	 atingiu	 uma	 síntese	 ideal	 na	 chamada	 “Árvore	 de
Munsell”,		onde	as	cores	puras	–	vermelho,	amarelo,	verde,	azul	e	violeta	–	são
graficamente	 demonstradas	 intercaladas	 com	 as	 cores	 intermediárias.	 Ou	 seja,
laranja,	verde-amarelado,	azul-violeta	e	vermelho-violeta.	É	uma	representação
de	seu	sistema	em	coordenadas	cilíndricas,	com	escalas	de	valores	neutros	como
eixo	 vertical.	 Seções	 do	 círculo	 em	 torno	 do	 eixo	 representam	 o	 tom,	 e	 as
distâncias	do	centro	até	os	círculos	extremos	representam	a	saturação	das	cores.
														O	Sistema	Munsell	é	usado	e	recomendado	atualmente	por	inúmeras
entidades	como:	U.S.Departament	of	Agriculture,	pelo	International	Printing	Ink
Corporation,	 pelo	 Lakesis	 Press,	 pela	Walt	 Disney	 Productions	 e	 também	 por
muitos	artistas,	decoradores,	arquitetos	e	engenheiros	industriais.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	As	principais	vantagens	do	 sistema	 são	apresentadas	por	Maitland
Graves	da	seguinte	forma:
														Apresenta	uma	nomenclatura	clara,	simples	e	específica	para	designar
as	cores.
														As	cores	podem	ser,	fácil	e	rapidamente	determinadas	através	de	uma
simples	comparação	visual	direta,	pois	o	nome	de	cada	cor	é	dado	com	base	em
seu	grau	de	tonalidade,	seu	valor	e	seu	matiz.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	O	sistema	possibilita	ao	usuário	da	cor	 ler	e	escrever	a	 respeito	da
mesma,	em	linguagem	padronizada	que	pode	ser	usada	para	cada	profissão,	pois
a	nomenclatura	Munsell	é	compreendida	por	todos	os	profissionais	da	cor.
	
														A	flexibilidade	do	sistema	permite	a	sua	expansão.
	
1.0	–	Cor	Pimária
São	 consideradas	 cores	 primárias,	 em	 termos	 de	 pigmentos,	 o	 vermelho,	 o
amarelo	 e	 o	 azul.	 Todas	 as	 demais	 cores	 existentes	 na	 natureza	 que
impressionam	 a	 nossa	 retina	 são	 formadas	 a	 partir	 destas	 três	 cores	 primárias.
Elas	são	encontradas	puras	na	natureza	e	não	podem	ser	formadas	por	nenhuma
mistura.
	
2.0	–	Cor	Secundária
São	chamadas	secundárias	as	cores	resultantes	de	misturas	óticas	de	quantidades
iguais	 das	 cores	 primárias,	 duas	 a	 duas.	 As	 cores	 secundárias	 são:	 laranja
(vermelho	 com	 amarelo),	 verde	 (amarelo	 com	 azul)	 e	 violeta	 (azul	 com
vermelho).
	
	
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 ESTRELA	 DE	 GOETHE	 –	 Composta	 pelas	 cores	 primárias	 e
secundárias.
	
														A	mistura	de	quantidades	óticas	iguais	de	uma	cor	primária	com	uma
cor	 secundária	 nos	 dá	 uma	 cor	 terciária.	 Uma	 cor	 primária	 ou	 secundária
misturada	 com	 uma	 cor	 terciária	 nos	 dá	 uma	 cor	 quartenária.	 Uma	 primária,
secundária	 ou	 terciária	 com	 uma	 quartenária	 resulta	 numa	 quintenária	 e	 assim
por	diante.
	
	
CAPÍTULO	II
	
AS	CORES	COMO	OBJETO	DE	ESTUDO	DA	FÍSICA,
DA	FISIOLOGIA	E	DA	PSICOLOGIA
	
	
II	-	AS	CORES	COMO	OBJETO	DE	ESTUDO	DA	FÍSICA,	DA	FISIOLOGIA
E	DA	PSICOLOGIA.
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Quando	dizemos	que	cores	são	freqüências	eletromagnéticas	que	ao
atingirem	 a	 retina	 humana	 sensibilizam-se	 despertando	 no	 homem	 sensações
coloridas,	estamos	englobando	neste	simples	conceito	afirmações	de	três	ramos
distintos	da	ciência.	A	Física,	a	Fisiologia	e	a	Psicologia.
														Já	vimos	no	início	deste	trabalho	que	o	fenômeno	cromático	vem	sendo
bastante	 estudado	ultimamente.	Bem	como	 as	 cores	 têm	 tido	 grande	 aplicação
em	 todos	 os	 setores	 da	 vida	 humana,	 tornando-se	 por	 isso	 mesmo	 objeto	 de
estudo	de	quase	todas	as	ciências.
														Mas	não	podemos	fazer	qualquer	estudo	do	fenômeno	cromático	sem
enfocar	a	cor	sob	o	aspecto	físico,	onde	ela	é	entendida	como	sendo	derivada	de
características	 apresentadas	 pela	 energia	 luminosa,	 a	 qual	 age	 como	 estímulo;
sob	o	aspecto	fisiológico	onde	a	cor	é	entendida	como	uma	sensação	proveniente
de	 estímulos	 externos	 que	 atingem	 a	 sensibilidade	 do	 globo	 ocular;	 e,
finalmente,	 sob	 o	 aspecto	 psicológico	 onde	 a	 cor	 é	 tratada	 de	 acordo	 com	 as
tendências	e	condições	sob	as	quais	elas	operam.
	
1.0	–	Fenômeno	Físico	da	Cor
														O	que	é	a	luz?
														Luz	é	a	parte	visível	da	energia	radiante	do	espectro	eletromagnético.	A
luz,	ou	energia	radiante	visível	é	a	forma	mais	comum	de	estímulo	causador	da
sensação	colorida.
														O	espectro	eletromagnético	é	o	conjunto	de	todas	as	ondas	conhecidas	e
classificadas	de	acordo	com	 	a	 sua	 longitude,	 as	quais	 estendem-se	por	 todo	o
universo.
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	O	espectro	eletromagnético	é	formado	por	raios	de	luz,	de	rádio,	de
televisão,	raios	quentes,	raios	x,	raios	comuns	e	raios	cósmicos.	Todos	estes	são
formas	 diversas	 de	 energia	 radiante.	 São	 ondas	 de	 energia	 eletromagnéticas
diferenciadas	apenas	pelos	seus	comprimentos	–	distância	entre	duas	cristas	da
onda	–	e	pelas	suas	freqüências	de	oscilações	ou	pulsações.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Das	 longas	 ondas	 de	 rádio	 para	 as	 curtas	 ondas	 cósmicas	 o
comprimento	 do	 espectro	 radiante	 é	 de	 sessenta	 oitavas	 de	 energia
eletromagnética.
	
	
	
														No	meio	deste	espectro,	ocupando	um	quarto	dele,	situam-se	as	quinze
oitavas	 de	 energia	 solar,	 que	 são	 ondas	 irradiadas	 pelo	 sol.	 Destas	 quinze
oitavas,	cinco	são	ultravioletas,	nove	são	infravermelhas	e,	somente	uma	oitava	é
de	energia	solar	visível,	ou	seja,	luz.	Isto	quer	dizer	que	só	podemos	ver	1/15	dos
raios	 do	 sol	 e	 apenas	 1/60	 da	 irradiação	 do	 espectro	 eletromagnético.	 Assim
como	 o	 aparelho	 de	 rádio	 é	 sintonizado	 para	 receber	 e	 responder	 as	 ondas	 de
energia	radiante	mais	longas,	chamadas	ondas	de	rádio,	também	o	olho	humano
é	um	instrumento	altamente	com	capacidade	de	receber	e	responder	somente	as
ondas	de	energia	 radiante,	de	certos	comprimentos,	conhecidas	como	ondas	de
luz.
					O	metro	é	a	unidade	básica	de	medida,	internacionalmente	reconhecida	pela
ciência.	As	ondas	de	 luz	 são,	normalmente	designadas	pela	unidade	conhecida
como	“lilimicrons”	que	corresponde	a	uma	bilionésima	parte	do	metro.
	 	 	 	 	 A	 luz	 vermelha,	 situada	 no	 final	 do	 espectro	 visível,	 tem	 a	 mais	 baixa
freqüência,	ou	seja,	a	que	possui	o	mais	baixo	número	de	vibrações	por	segundo
e	o	maior	 comprimento	de	 ondas	 de	 800	milimicrons.	 Isto	 se	 assemelha	 a	 um
forte	som	de	baixa	 força	ou	potência.	A	freqüência	vai	aumentando	através	do
espectro,	de	tal	modo,	que	o	violeta	na	outra	extremidade	tem	a	maior	freqüência
de	vibrações	por	segundo	e	o	menor	comprimento	de	onda	de	400	milimicrons;	o
violeta	corresponde	a	uma	nota	aguda	de	alta	força	ou	potência.
					O	senhor	James	Jeans	em	seu	livro	“Através	do	Tempo	e	do	Espaço”,	disse:
“Assim	como	as	diferentes	cores	são	produzidas	por	diferentes	ondas	de	luz	de
diversos	comprimentos,	deste	mesmo	modo,	os	sons	de	diferentespotências	são
produzidos	por	ondas	de	sons	de	diferentes	comprimentos.	Por	exemplo,	meio	C
no	piano,	tem	um	comprimento	de	onda	de	quatro	pés.	O	espaço	C	triplo	tem	um
comprimento	de	onda	de	dois	pés.	Quando	um	som	tem	exatamente	a	metade	do
comprimento	de	cada	outro,	nós	dizemos	que	ele	é	1/8	mais	alto	em	potência.	Da
mesma	forma,	quando	uma	cor	de	luz	tem	exatamente	a	metade	do	comprimento
de	onda	da	outra,	nós	podemos	dizer,	por	analogia,	que	ela	é	uma	oitava	mais
alta	em	potência.	Deste	modo,	como	a	luz	violeta	tem	exatamente	a	metade	do
comprimento	de	onda	da	 luz	vermelha,	 nós	podemos	dizer	 que	 a	 luz	violeta	 é
uma	 oitava	 mais	 alta	 em	 potência	 do	 que	 a	 luz	 vermelha.	 Entretanto,	 não
erramos	longe	se	pensamos	a	respeito	das	sete	cores	do	espectro,	como	a	respeito
das	sete	notas	musicais,	vermelho	sendo	C,	 laranja	sendo	D,	amarelo	sendo	E,
verde	F,	e	assim	por	diante.
					Já	vimos	que	todas	as	linhas	visíveis	do	espectro	estão	dentro	de	uma	oitava.
Nossos	ouvidos	podem	ouvir	onze	oitavas	de	som,	mas	nossos	olhos	podem	ver
somente	uma	oitava	de	luz”.
	 	 	 	 	 Além	 do	 violeta	 do	 espectro	 visível,	 estendem-se	 os	 invisíveis	 raios
ultravioletas,	 ou	 raios	 de	 bronzear,	 os	 quais	 podem	passar	 através	 de	 vidro	 de
quartzo,	mas	não	através	de	vidro	comum.	Assim,	como	as	extremamente	altas
freqüências	das	ondas	do	som	são	inaudíveis	para	o	ouvido	humano	–	mas	que
um	 cão	 pode	 ouvir	 –	 as	 ondas	 ultravioletas	 também	 estão	 além	 da	 ordem	dos
sentidos	humanos,	em	regiões	nas	quais	sua	presença	somente	pode	ser	detectada
através	de	 aparelhos	 especiais.	Depois	dos	 raios	ultravioletas	 estão	 situados	os
raios	X.	 E,	 além	 destes,	 estão	 os	 calmos	 e	mais	 curtos	 raios	 gamma	 ou	 raios
radium.	 E,	 bem	 no	 final	 do	 espectro	 radiante,	 localizam-se	 os	 misteriosos	 e
infinitamente	pequenos	raios	cósmicos	cuja	energia	é	 irradiada	de	algum	ponto
desconhecido	do	espaço	celestial.	No	outro	extremo	do	espectro	eletromagnético
encontram-se	 as	 ondas	 mais	 longas.	 Depois	 do	 vermelho	 estão	 os	 raios
infravermelhos,	ou	ondas	quentes,	as	quais	podemos	sentir,	mas	não	ver.	E	além
destes,	estão	os	raios	hertzianos	(ondas	eletromagnéticas	descobertas	pelo	físico
alemão	Heinrich	Hertz).	E	finalmente	as	ondas	mais	longas	–	as	de	rádio.
	 	 	 	 	A	velocidade	da	 luz	é	 incrivelmente	grande.	E	era	desconhecida	até	1675,
quando	Roemer	a	descobriu	por	meio	de	um	simples,	mas	engenhoso	estudo	dos
intervalos	de	tempos,	as	eclipses	de	uma	das	luas	do	Planeta	Júpter.	Após	passar
seis	meses	cronometrando	estes	 intervalos,	Roemer	pode	determinar	que	a	 luz,
igualmente	a	 todas	as	outras	formas	de	energia	radiante,	viaja	no	espaço	a	300
mil	km	por	segundo.	Poderemos	compreender	melhor	esta	espantosa	velocidade
se	considerarmos	que	a	 lua	viajaria	sete	vezes	e	meia	por	segundo	ao	redor	da
terra,	se	ela	possuísse	a	velocidade	da	luz.
					Através	de	materiais	transparentes	como	a	água,	o	álcool	e	o	vidro,	a	luz	viaja
com	 menos	 velocidade	 do	 que	 através	 do	 espaço.	 Isto	 acontece	 devido	 à
curvatura	ou	refração	sofrida	pela	passagem	do	ar	para	um	meio	mais	denso.
	 	 	 	 	 Quando	 falamos	 em	 pigmentos	 ou	 corantes	 consideramos	 como	 cores
primárias	o	vermelho,	o	amarelo	e	o	azul.	Em	termos	de	luz,	porém,	o	vermelho,
o	 verde	 e	 o	 azul	 é	 que	 são	 chamadas	 cores	 primárias,	 porque	 elas	 não	 podem
mais	 ser	 decompostas	 ou	 produzidas	 por	 misturas	 de	 outras	 luzes,	 e	 quando
misturadas	em	várias	proporções	ou	combinações	elas	produzem	luz	branca.
	 	 	 	 	 Outros	 efeitos	 coloridos	 como	 podemos	 ver	 em	 diamantes,	 são	 também
causados	pela	refração	da	luz.
					Newton	demonstrou	em	1666,	que	a	luz	branca	pode	ser	decomposta	nas	sete
cores	 do	 espectro	 eletromagnético.	Se	deixarmos	passar	 um	 raio	de	 luz	do	 sol
através	de	um	prisma,	veremos	que	este	dividir-se-á	nas	sete	cores	do	espectro
ao	 se	 projetar	 sobre	 superfície	 branca.	 A	 luz	 branca	 é,	 portanto,	 a	 soma	 de
irradiações	 dos	 diferentes	 comprimentos	 de	 ondas.	 Ou	 seja,	 o	 branco	 é	 a
presença	de	todas	as	cores	refletidas.	Ao	passo	que	o	preto	á	a	absorção	de	todas
as	cores	pelo	objeto.	Pois	a	 luz,	como	todas	as	demais	formas	de	energia	pode
ser	 transformada,	 mas	 nunca	 destruída.	 Ao	 encontrar	 um	 objeto	 ela	 pode	 ser
totalmente	absorvida	ou	refletida.	Ou	ainda,	e	isto	é	o	mais	comum,	refletida	em
parte	e	em	parte	absorvida.
	 	 	 	 	 Sabemos	 que	 todo	 corpo	 tem	 características	 próprias	 que	 lhe	 permitem
absorver	 uma	 parte	 da	 luz	 branca	 e	 refletir	 a	 outra.	 E	 é	 este	 o	 fato	 que	 dá	 ao
homem	a	sensação	de	cor	em	tudo	o	que	o	rodeia.	Um	objeto	considerado	pelo
olho	humano	como	sendo	amarelo,	por	exemplo,	nada	mais	é	do	que	um	corpo
com	 características	 de	 absorver	 todas	 as	 freqüências	 de	 ondas	 de	 energia
eletromagnética	 incidentes	 sobre	 ele,	menos	 a	 freqüência	 correspondente	 à	 luz
amarela	a	qual	nos	é	devolvida	através	da	reflexão.	E	é	isto	que	causa	em	nós	a
sensação	 colorida	 de	 amarelo	 neste	 determinado	 objeto.	 E	 o	 mesmo	 acontece
com	todas	as	demais	cores	que	conhecemos.
	
2.0	–	Fenômeno	Fisiológico	da	Cor
	 	 	 	 	 	 	 	 “A	 visão	 representa	 uma	 das	 preciosidades	 que	 o	 homem	 recebeu	 da
natureza.	 É	 o	 sentido	 que	 faz	 vibrar	 o	 ser	 humano	 e	 o	 faz	 pensar,	 gozar	 e
desfrutar	as	coisas	do	mundo	que	o	rodeia.
	 	 	 	 	 Os	 olhos,	 através	 dos	 quais	 se	 processa	 a	 visão,	 constituem,	 portanto,	 os
órgãos	de	 ligação	entre	o	mundo	 interior	do	homem	e	o	exterior	que	o	 rodeia.
Esta	ligação	somente	se	realiza	quando	há	luz.
	 	 	 	 	 A	 luz	 é	 assim	 a	 grande	 intermediária	 entre	 a	 natureza	 e	 o	 homem.	 Ela
apresenta	todos	os	detalhes	à	percepção	do	ser	humano	numa	multivariada	gama
de	sensações	visuais	coloridas	ou	não.”
					Como	já	dissemos,	a	luz	é	energia	radiante	visível	que	ocupa	uma	oitava	do
espectro	eletromagnético.	E,	também,	que	o	olho	humano	só	pode	ver	ondas	de
energia	que	medem	entre	400	e	800	milicrons,	aproximadamente.
	 	 	 	 	O	olho	humano	possui	um	mecanismo	de	funcionamento	semelhante	ao	de
uma	máquina	fotográfica.	A	imagem	é	recebida	de	forma	invertida	pela	retina	e
só	é	colocada	em	posição	correta	quando	alcança	o	centro	do	cérebro,	através	do
nervo	ótico.
	 	 	 	 	 O	 olho,	 órgão	 localizado	 numa	 cavidade	 óssea	 do	 crânio,	 compreende	 a
seguinte	estrutura,	tal	como	se	vê	na	figura	abaixo.
	
	
Corte	longitudinal	do	olho	humano.
	
RETINA	–	Os	130	milhões	de	células,	aproximadamente,	 são	as	 receptoras	da
imagem	externa	e	ao	mesmo	tempo	transmissoras	da	mesma	ao	centro	visual.	Os
cones	e	os	bastonetes	são	as	mais	importantes	células.	Os	bastonetes	localizados
mais	 na	 periferia	 da	 retina	 não	 reagem	 aos	 diversos	 comprimentos	 das	 ondas,
sendo,	portanto,	os	responsáveis	pela	visão	da	forma	e	do	movimento	e	não	da
cor.	Os	 responsáveis	 pela	 visão	 da	 cor	 são	 os	 cones,	 os	 quais	 se	 localizam	na
zona	central	da	retina.
ESCLERÓTICA	–	è	o	nome	dado	à	camada	rígida	exterior	do	olho.
COROIDE	–	É	 uma	 camada	 que	 contém	diversos	 vazos	 sanguíneos	 	 e	 que	 se
encontra	logo	depois	da	esclerótica.
CÓRNEA	–	É	uma	camada	transparente	que	fecha	o	globo	ocular,	completando
a	 esclerótica	 na	 parte	 da	 frente.	 Possui	 uma	 curvatura	 que	 atua	 como	 lente
conexa.
HUMOR	AQUOSO	–	Solução	localizada	atrás	da	córnea,	através	da	qual	o	raio
de	luz	tem	que	atravessar	para	poder	chegar	até	o	humor	vítreo	e	posteriormente
à	retina.
HUMOR	VÍTREO	–	É	uma	substância	gelatinosa	e	transparente	localizada	entre
a	retina	e	o	cristlino	que	serve	para	manter	em	seus	 lugares	o	globo	ocular	e	a
retina.
CRISTALINO	 –	 Possui	 uma	 curvatura.	 É	 formado	 de	 tecido	 maleável	 e
transparente.	 Sua	 função	 é	 focalizar	 os	 raios	 luminosos	 quando	 penetram	 na
córnea	para	formar	a	imagem	na	retina.
PÁLPEBRAS	 –	 Por	 seus	 rápidos	 movimentos	 no	 sentido	 de	 abrir	 e	 fechar
servem	 para	 proteger	 o	 olho	 contra	 luzes	 ou	 grandes	 luminosidades.	 Servemtambém	para	manter	a	superfície	do	olho	sempre	úmida.
IRIS	–	Colocada	diante	do	cristalino,	 tem	a	 função	de	 regular	a	quantidade	de
luz	 que	 atinge	 a	 retina.	 Ela	 funciona	 da	 mesma	 forma	 que	 o	 diagrama	 da
máquina	fotográfica,	regulando	a	quantidade	de	luz	que	deve	entrar.	Se	a	luz	for
muito	intensa,	ela	se	alarga	protegendo	a	retina.	Se	a	luz	incidente	for	fraca,	ela
se	contrai	e	a	pupila	–	orifício	central	–	se	alarga	permitindo	a	entrada	de	maior
quantidade	de	luz.
FOVEA	–	Tem	um	diâmetro	aproximado	de	0,5	mm	e	está	localizada	no	centro
da	 retina,	 próxima	 ao	 local	 de	 encontro	de	 todas	 as	 fibras	 nervosas	 à	 saída	da
retina.	 É	 composta	 somente	 de	 cones,	 sendo	 sensível,	 portanto,	 aos	 mínimos
detalhes.
NERVO-ÓTICO	 –	 Serve	 para	 levar	 ao	 cérebro	 o	 estímulo	 transformado	 pela
retina	em	sensação	fisiológica.	No	cérebro	é	que	se	produz	tanto	a	simples	visão,
como	a	sensação	da	visão	de	cor.
PONTO	CEGO	–	É	o	cabo	único	formado	pelas	fibras	nervosas	saídas	da	retina
em	direção	ao	cérebro,	no	qual	não	existem	células	visuais.
														A	formação	da	imagem,	como	já	dissemos,	acontece	no	cérebro,	onde
está	localizada	a	área	de	projeção	visual.	Esta	área	tem	a	função	de	interpretar	as
imagens	recebidas	pela	retina.
														A	movimentação	dos	olhos	se	dá	através	da	coordenação	dos	músculos
formadores	 do	 sistema	 oculomotor.	 Os	 músculos	 controladores	 destes
movimentos	são	os	seguintes:
RETOS	–	 Internos	 e	Externos	–	que	 servem	para	mover	os	olhos,	 de	um	 lado
para	outro,	se	contraindo	reciprocamente.
RETOS	–	Superior	e	Inferior	–	que	movem	os	olhos	para	cima	e	para	baixo.
OBLÍQUOS	 –	 Superior	 e	 Inferior	 –	 mantém	 os	 campos	 visuais	 em	 posições
adequadas,	girando	os	globos	oculares.
														Os	olhos	tem	a	capacidade	de	se	movimentarem,	simultaneamente,	na
mesma	 direção.	 E	 a	 este	 fenômeno	 a	 fisiologia	 dá	 o	 nome	 de	 movimento
conjugado	dos	olhos.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 E	 é	 desta	 forma,	 através	 do	 desencadeamento	 de	 um	 complicado
processo,	que	começa	na	retina	e	termina	no	cérebro,	que	os	estímulos	externos
são	transformados	em	imagens	visuais,	permitindo	ao	homem	ver	o	mundo	que	o
rodeia	e	do	qual	ele	faz	parte.
	
2.1	–	Visão	da	Cor
														A	visão	de	cores	é	um	processo	fisiológico	cujo	mecanismo,	apesar	das
muitas	 teorias	 existentes	 a	 respeito,	 ainda	 não	 está	 totalmente	 esclarecido.
Através	 dos	 séculos,	 desde	 a	 Era	 Cristã,	 cientistas	 vem	 se	 dedicando	 ao
esclarecimento	deste	processo.
														Dentre	as	inúmeras	teorias	existentes	à	respeito	deste	assunto	as	que
mais	se	destacaram	foram	as	seguintes:
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	A	de	Hering,	que	defende	a	existência	de	 três	diferentes	grupos	de
cones	 de	 ação	 dupla.	 O	 primeiro	 destes	 grupos	 sensível	 a	 um	 determinado
comprimento	 de	 ondas	 permitindo	 a	 percepção	 de	 sensações	 coloridas	 azuis	 e
amarelas.	 O	 segundo,	 sensível	 às	 ondas	 geradoras	 de	 sensações	 verdes	 e
vermelho.	 E	 o	 terceiro,	 sensível	 ao	 preto	 e	 ao	 branco.	 Para	 ele,	 as	 três	 cores
primárias	existentes	são	o	vermelho,	o	amarelo	e	o	branco,	cujas	negativas	são
respectivamente,	o	verde,	o	azul	e	o	preto.
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Keppers,	defende	outra	teoria,	na	qual	diz	existir	apenas	um	tipo	de
cones	sensíveis	a	todas	as	variações	de	intensidade	e	de	longitude	de	ondas.	Diz
também	 que	 os	 bastonetes	 servem	 para	 registrar	 apenas	 as	 diferenças	 de
tonalidades.
														Uma	terceira	teoria	a	ser	considerada	é	a	de	Christine	Ladd	Franklin,	a
qual	 explica	 que	 o	 fenômeno	 da	 visão	 cromática	 é	 devido	 à	 evolução.	 Isto	 é,
inicialmente	existiam	apenas	os	bastonetes,	permitindo	a	visão	do	preto,	branco
e	cinzentos.	Dos	bastonetes	surgiram	os	cones,	e	destes,	posteriormente,	surgiu	a
visão	das	cores	conhecidas	atualmente.
														E,	por	último,	entre	as	principais	teorias	formuladas	sobre	a	percepção
cromática,	 encontramos	 a	 de	Young-Helmholtz	 a	 chamada	 teoria	 tricromática,
que	se	baseia	na	existência	de	três	tipos	de	cones	sensíveis	às	diferentes	zonas	do
espectro	de	formas	diversas.	Um	grupo	de	cones	sensível	aos	estímulos	causados
pelas	 ondas	 curtas,	 outro	 aos	 causados	 pelas	 ondas	 médias	 e	 por	 último,	 um
terceiro	grupo	que	reagiria	somente	aos	estímulos	ocasionados	pelas	ondas	mais
longas.	A	presente	 teoria	defende,	portanto,	a	existência	de	 três	 tipos	de	cones
reativos	 ao	 azul-violeta,	 ao	 verde	 e	 ao	 vermelho-alaranjado.	 Deste	 modo	 a
sensação	de	cor	se	produziria	pelo	processo	de	mescla	aditiva	de	cores.	Segundo
esta	 teoria,	afirma	Modesto	Farina,	em	seu	 livro	“Psicodinâmica	das	Cores	em
Publicidade”	que,	a	“estimulação	destes	três	tipos	de	cones	diversos	vai	produzir
100.000	ou	mais	sensações	diferentes	da	cor	no	cérebro”.
														Dentre	todas	as	teorias	conhecidas	a	respeito	da	percepção	cromática,	a
de	Young-Helmholtz	parece	 ser	 a	mais	 aceitável	 cientificamente.	Ela	 tem	 sido
aperfeiçoada	 e	 muitos	 detalhes	 foram-lhe	 acrescentados	 desde	 1807,	 quando
Thomas	Young	a	propôs.
	
2.2	–	Daltonismo
														Quando	uma	pessoa	percebe	distintamente	todas	as	cores	do	espectro
dizemos	que	esta	pessoa	é	normal	no	que	se	relaciona	à	visão	das	cores.	Existem
pessoas,	 porém,	 que	 devido	 ao	 fenômeno	 do	 acrotismo	 possuem	 a	 retina
totalmente	 insensível	 às	 cores.	 Isto,	 no	 entanto,	 só	 ocorre	 raramente.	 O	 mais
comum	entre	as	pessoas	que	têm	problemas	quanto	à	visão	cromática	é	que	estas
percebem	 as	 cores	 de	 formas	 anômalas;	 ou	 seja,	 que	 não	 distinguem
perfeitamente	todas	as	cores	do	espectro	solar.
														O	daltonismo	é	a	mais	comum	destas	anomalias.	É	hereditária	e	mais
comum	 entre	 os	 indivíduos	 do	 sexo	 masculino	 do	 que	 feminino.	 Segundo
Modesto	 Farina,	 dos	 indivíduos	 que	 sofrem	 de	 daltonismo	 95%	 são	 do	 sexo
masculino	constituindo	10%	da	população	masculina.
														O	daltonismo	pode	ser	do	tipo	protânopo,	no	qual	o	espectro	solar	é
encurtado	 do	 lado	 dos	 grandes	 comprimentos	 de	 ondas,	 fazendo	 com	 que	 o
indivíduo,	 por	 possuir	 menos	 sensibilidade	 ao	 vermelho,	 confunda	 as	 cores
vermelha,	laranja,	amarela	e	verde;	ou	do	tipo	deuterânopo,	que	é	semelhante	ao
primeiro	mas,	permite	ao	indivíduo	uma	visão	mais	próxima	do	normal	por	não
estar	o	espectro	encurtado	do	lado	do	vermelho.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	A	visão	defeituosa	das	cores,	bem	como	a	própria	cegueira	a	elas,
resulta	sempre	de	um	funcionamento	anormal	dos	cones.
	
3.0											–	FENÔMENO	PSICOLÓGICO	DA	COR
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Segundo	Aurélio	Buarque	de	Holanda,	em	seu	“Pequeno	Dicionário
Brasileiro	 de	 Língua	 Portuguesa”,	 o	 termo	 psicologia	 significa	 “ciência	 que
estuda	as	idéias,	sentimentos	e	determinações,	cujo	conjunto	constitui	o	espírito
humano.”
														A	psicologia,	portanto,	se	ocupa	da	vida	espiritual	do	homem,	de	seus
fenômenos	psíquicos,	de	seus	sentimentos	e	reações.
														As	cores,	como	já	vimos	anteriormente,	ocupam	um	lugar	de	destaque
na	vida	do	 ser	humano,	 fazendo-lhe	 companhia	diária,	 tanto	 em	casa	 como	na
rua,	 como	 também	 em	 seu	 trabalho,	 agindo	 constantemente	 sobre	 os	 seus
sentimentos,	a	sua	sensibilidade	e	o	seu	humor.
														Não	é	de	estranhar,	portanto,	que	a	psicologia	venha	preocupando-se
seriamente	com	o	estudo	das	cores.
														A	psicologia	experimental,	onde	mais	especificamente	se	enquadram	os
estudos	da	cor,	teve	sua	autonomia	definitivamente	estabelecida	por	Wundt,	que
pretende	 explicar	 todos	 os	 fenômenos	 como	 nada	mais	 sendo	 do	 que	 reflexos
psicológicos.	Wundt,	como	também	Helmholtz,	define	a	distinção	que	deve	ser
feita	 entre	 sensação	 e	 percepção.	 Define	 sensação	 como	 sendo	 o	 simples
resultado	da	estimulação	de	um	órgão	sensorial;	e	percepção	como	a	tomada	de
consciência	de	objetos	ou	acontecimentos	exteriores.
														Ebbinghaus,	foi	o	sistematizador	do	estudo	dos	processos	superiores	–
memória,	imaginação,faculdade	de	compreender,	etc.	–	tomando	como	ponto	de
partida	 os	 domínios	 da	 sensação	 e	 da	 percepção.	 Juntamente	 com	 os	 estudos
sobre	a	memória,	 realizou	pesquisas	sobre	a	 inteligência	e	estudou	a	 teoria	das
cores.	 Seus	 estudos	 vieram	 mostrar	 a	 existência	 de	 certa	 relação	 entre	 a
percepção	 e	 inteligência;	 isto	 equivale	 a	 dizer	 que,	 quanto	mais	 um	 individuo
percebe	maior	é	a	sua	inteligência.
														A	reação	psicológica	é	muito	importante	na	percepção	da	cor	por	estar
relacionada	 com	 o	 processo	 visual,	 o	 qual	 engloba	 observação,	 memória	 e
adaptação	 dos	 olhos	 à	 cor.	 A	 percepção	 visual	 é	 ocasionada	 por	 estímulos
físicos,	mas	depende	também	da	resposta	psicológica	de	cada	individuo,	a	qual
está	sujeita	a	diversas	variações.
													
3.1	–	Influência	na	escolha	das	cores
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Inúmeros	 são	 os	 fatores	 que	 influenciam	 na	 escolha	 de	 cores.
Consideraremos,	 porém,	 apenas	 os	 mais	 importantes	 de	 ordem	 sociológica,
fisiológica	e	psicológica.
			 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Um	dos	fatores	que	determinam	a	escolha	de	cores	são	os	costumes
sociais	adotados	nas	diversas	regiões.	Podemos	observar,	por	exemplo,	as	cores
nas	vestimentas.	Antigamente,	 em	nossa	cultura	ocidental,	 eram	usadas	 roupas
de	 cores	 diferentes	 para	 distinguir	 as	 mulheres	 jovens	 das	 mais	 idosas.	 Bem
como	os	homens	também	costumavam	vestir-se	com	roupas	de	cores	diferentes
das	usadas	pelo	sexo	feminino.	Mas	atualmente	como	podemos	observar,	estas
diferenças	tendem	a	desaparecer	dos	hábitos	sociais.
														Os	significados	conotativos	das	cores	também	influenciam	na	formação
dos	 hábitos	 de	 um	 povo;	 pois	 estes	 significados	 se	 fixam,	 de	 tal	 forma	 nas
mentes	 das	 pessoas	 que	 se	 torna	 comum	 usar	 na	 linguagem	 diária	 frases	 que
empregam	 sensações	 visuais	 para	 definir	 sentimentos	 ou	 situações	 por	 elas
vividas.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 No	 campo	 psíquico	 temos	 as	 experiências	 de	 Rorschach,	 que
comprovam	 que	 os	 indivíduos	 mais	 abertos	 ao	 mundo	 exterior	 tem	 maiores
preferências	 pelas	 cores	 do	 que	 os	 mais	 introspectivos,	 cuja	 reação	 é	 mais
voltada	para	as	formas.
														Segundo	Bamz	o	fator	fisiológico	é	também	determinante	na	escolha	de
cores,	 porque	 as	 preferências	 variam	 de	 acordo	 com	 a	 idade	 das	 pessoas.
Segundo	ele	temos	o	seguinte	quadro	de	preferências:
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Vermelho:	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	de	01	a	10	anos	(idade	da	efervescência	e	da
espontaneidade)
														Laranja:														de	10	a	20	anos	(idade	da	imaginação,	excitação,
aventura)
														Amarelo:														de	20	a	30	anos	(idade	da	força,	potência,	arrogância)
														Verde:																												de	30	a	40	anos	(idade	da	diminuição	do	fogo
juvenil)
														Azul:																												de	40	a	50	anos	(idade	do	pensamento	e	da
inteligência)
														Lilás:																												de	50	a	60	anos	(idade	do	juízo,	do	misticismo,
da	lei)
														Roxo:																												de	60	anos	em	diante	(idade	do	saber,	da
experiência	e	da	benevolência).
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 De	 fato,	 se	 observarmos	 adultos	 e	 jovens	 fazendo	 compras
perceberemos	que	a	maioria	dos	artigos	adquiridos	pelos	adultos	estão	contidos
em	 embalagens	 de	 cores	 sérias	 como	 o	 azul,	 por	 exemplo.	 Ao	 passo	 que	 os
jovens	já	preferem	as	cores	mais	alegres,	como	mostra	Bamz	no	quadro	acima.
														Em	conseqüência	de	todos	estes	fatores,	as	cores	são	usadas	nos	mais
diversos	 campos	 que	 exploram	 a	 sugestionabilidade	 de	 acordo	 com	 as
influências	e	reações	físico-sócio-psíquicas	do	indivíduo	diante	delas.
	
3.2	–	Efeitos	Físicos	da	Cor
														Este	é	um	campo	muito	vasto	e	ainda	pouco	explorado	no	qual	nada
está	ainda,	cientificamente,	bem	definido.	Mas	inúmeras	experiências	vem	sendo
feitas,	 as	 quais	 têm	 provado	 que	 o	 indivíduo	 reage	 direta	 e	 espontaneamente
diante	da	cor.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Estas	 reações	 causadas	 pela	 cor	 no	 indivíduo	devem-se,	 além	das
conotações	psicológicas	com	fatos	de	sua	vida	passada,	também,	às	propriedades
específicas	de	cada	cor	como:	claro	e	escuro,	quente	e	frio,	leve	e	pesado,	ativo	e
passivo,	que	veremos	mais	tarde	em	capítulo	à	parte.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Na	cromoterapia,	por	exemplo,	os	efeitos	pela	ação	das	cores	sobre
determinadas	enfermidades	são	realmente	fantásticos.
												 	 	A	prática	da	cromoterapia	se	concentrava	antigamente	em	Munique;
hoje	 já	 se	 alastra	 por	 todos	 os	 grandes	 centros	 da	 medicina	 e	 inúmeras
experiências	têm	comprovado	sua	eficácia.
														Sabendo	que	as	cores	atuam	sobre	os	estados	de	espírito	a	cromoterapia
vem	sendo	cada	vez	mais	utilizada	obtendo-se	efeitos	diretos	das	luzes	coloridas
sobre	os	 indivíduos	para	curar-lhe	as	 enfermidades,	 especialmente	as	de	 fundo
nervoso.
														Segundo	Simão	Goldman,	a	ação	das	cores	não	se	faz	sentir	somente
através	 do	 mecanismo	 da	 visão,	 pois,	 segundo	 ele,	 foi	 experimentalmente
constatado	 que,	 dentro	 de	 determinados	 limites,	 também	 os	 cegos	 reagem	 à
cromoterapia	de	maneira	semelhante	a	pessoas	visualmente	normais.
														Além	das	doenças	de	fundo	nervoso	a	cromoterapia	mostra-se	também
eficaz	no	tratamento	de	outros	tipos	de	enfermidades	como:	obesidade,	eczemas
da	 pele,	 reumatismo,	 problemas	 da	 coluna,	 etc.	 Cabe	 lembrar	 aqui	 que	 os
“banhos	de	radiações	vermelhas	e	amarelas	atuam	como	estimulantes	mentais	e
emotivos,	 tendo	 também	 demonstrado	 sua	 eficácia	 em	 inúmeros	 casos	 de
enfermidades	da	pele,	em	anemia	e	na	redução	de	inflamações.	Verdes	e	azuis,
encontram	ótima	aplicaçõe	no	tratamento	das	enfermidades	da	mente,	excitações
e	 transtornos	psicopáticos.	Ao	passo	que	verdes	 são	 sedantes	hipnóticos,	 azuis
funcionam	 como	 tônicos	 e	 antissépticos.	 Somente	 em	 casos	 de	 excitações
extremas	é	que	se	emprega	o	violeta	como	calmante,	enquanto	que	o	 laranja	é
usado	para	levantar	o	ânimo.”
	
3.3	–	Linguagem	das	Cores
														A	cor,	além	de	possuir	sua	nomenclatura	e	sua	sistematização,	a	qual
com	pequenas	divergências	é	universalmente	reconhecida	por	todas	as	ciências,
possui	 também	 o	 seu	 próprio	 vocabulário	 para	 exteriorizar	 os	 sentimentos
humanos.	 Cada	 cor	 componente	 do	 espectro	 possui,	 além	 de	 suas	 vibrações
magnéticas,	 um	 campo	 de	 vibrações	 emotivas	 e	 sensitivas	 com	 suas
características	 peculiares.	 Através	 da	 cor	 o	 artista,	 o	 decorador,	 o	 engenheiro
industrial,	 o	 arquiteto,	 bem	 como	 inúmeros	 outros	 profissionais	 conseguem
transmitir	mensagens	 que	 expressam	 sentimentos,	 estados	 de	 espírito,	 desejos,
etc.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Já	vimos	que	a	 reação	do	homem	à	cor	é	ocasionada	por	diversos
fatores	de	ordem	subjetiva;	mas	apesar	disto,	as	cores	possuem,	e	 isto	 também
influencia,	certos	significados	que	as	caracterizam.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Veremos	 abaixo	 um	 resumo	do	 que	 os	 cientistas	 estabeleceram	 a
respeito	do	significado	psicológico	das	cores:
	
VERMELHO
Associação	Material:	 rubi,	guerra,	cereja,	 fogo,	 lábios,	sinal	de	parada,	sangue,
sol,	coração,	ferida,	perigo,	combate,	luta,	chama,	mulher,	rochas	vermelhas.
Associação	 Afetiva:	 barbarismo,	 vida,	 energia,	 revolta,	 ira,	 perigo,	 paixão,
dinamismo,	 força,	 baixeza,	 movimento,	 coragem,	 intensidade,	 vulgaridade,
vigor,	poderio,	violência,	excitação,	calor,	glória.
	
LARANJA
Associação	Material:	fogo,	pôr	do	sol,	fruto,	festa,	chama,	luz.
Associação	Afetiva:	calor,	luminosidade,	energia,	estímulo,	vivacidade,	luxúria,
dureza,	euforia,	tentação,	alegria,	advertência.
	
AMARELO
Associação	Material:	 topázio,	 palha,	 verão,	 fruto	 maduro,	 enxofre,	 sol,	 flores
grandes,	limão,	terra	argilosa,	ouro.
Associação	 Afetiva:	 traição,	 iluminação.	 covardia,	 vontade,	 ciúme,	 alegria,
orgulho,	fé,	sabedoria,	gozo,	alerta,	conforto.
	
VERDE
Associação	Material:planície,	umidade,	verão,	mar,	 tapete	de	 jogos,	 folhagem,
frescor,	diafaneidade,	primavera,	águas	claras,	bosques,	natureza.
Associação	 Afetiva:	 esperança,	 amizade,	 calma,	 verdade,	 equilíbrio,	 saúde,
segurança,	 ideal,	 tranqüilidade,	 paz,	 bem-estar,	 serenidade,	 abundância,
juventude,	crença,	adolescência,	suavidade.
	
AZUL
Associação	Material:	céu,	espaço,	viagem,	água,	horizonte,	frio,	gelo,	montanhas
longínquas,	mar.
Associação	 Afetiva:	 verdade,	 paz,	 intelectualidade,	 sentido,	 precaução,
advertência,	meditação,	serenidade,	infinito,	nobreza,	confiança,	frieza,	limpeza,
repouso,	imaterialidade,	afastamento.
	
ROXO
Associação	Material:	aurora,	igreja,	noite,	mar	profundo,	sonho.
Associação	 Afetiva:	 mistério,	 profundidade,	 fantasia,	 dignidade,	 justiça,
eletricidade,	grandeza,	misticismo,	egoísmo,	calma,	espiritualidade,	delicadeza.
	
VIOLETA
Associação	Material:	noite,	flor,	igreja.
Associação	 Afetiva:	 mistério,	 fantasia,	 angústia,	 justiça,	 profundidade,
depressão,	intimidade,	feminilidade.
	
PÚRPURA
Associação	Material:	vinho,	flor.
Associação	Afetiva:	 luxo,	 pompa,	 valor,	 satisfação,	 dignidade,	 respeito,	 poder,
nobreza,	riqueza,	pastosidade,	melancolia,	estima.
	
MARROM
Associação	Material:	 outono,	 águas	 lamascentas,	 terra,	 doença,	 madeira,	 café,
chocolate.
Associação	Afetiva:	melancolia,	traição,	isolamento,	pesar,	humildade.
	
BRANCO
Associação	Material:	 farinha,	 casamento,	 nuvens,	 areia	 clara,	 leite,	 neve,	 lírio,
batismo,	cisne,	primeira	comunhão.
Associação	Afetiva:	inocência,	dignidade,	modéstia,	afirmação,	pureza,	piedade,
paz,	 deleite,	 despertar,	 ordem,	 limpeza,	 pensamento,	 simplicidade,	 bem,
otimismo,	juventude,	luz,	virtude,	leveza,	serenidade,	claridade,	amplitude.
	
CINZA
Associação	 Material:	 mar	 tempestuoso,	 neblina,	 ratos,	 pó,	 máquinas,	 chuva,
grafite.
Associação	 Afetiva:	 sombra,	 passividade,	 tédio,	 neutralidade,	 tristeza,
compaixão,	passado,	velhice,	decadência,	seriedade,	pena,	desânimo,	sabedoria,
finura.
	
PRETO
Associação	 Material:	 sujeira,	 morte,	 noite,	 enterro,	 sombra,	 fumaça,
condolência,	carvão,	graxa.
Associação	 Afetiva:	 tristeza,	 oposição,	 mal,	 miséria,	 dor,	 nulidade,	 vácuo,
agressividade,	 medo,	 opressão,	 trevas,	 negação,	 fatalidade,	 frio,	 sordidez,
pessimismo,	desgraça,	temor,	frigidez,	maldade.
													
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Estes	poderes	que	as	cores	exercem	sobre	os	 indivíduos	podem	ser
atenuados	ou	modificados,	dependendo	das	várias	associações	ou	combinações
em	que	as	mesmas	lhes	são	apresentadas.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Examinando	o	campo	das	cores	denominadas	“quentes”,	facilmente
podemos	estabelecer	as	relações	com	as	cores	“frias”,	suas	complementares	no
disco	cromático.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	O	vermelho	é	uma	cor	que	possui	calor	 intenso:	é	excitante,	ativa,
possui	 movimento	 e	 equilibra-se	 quando	 a	 misturamos	 em	 quantidades	 óticas
iguais	com	o	verde,	que	é	uma	cor	passiva,	repousante	e	tranqüila.	Desta	mistura
resulta	o	cinza	neutro.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 O	 laranja	 é	 uma	 cor	 dinâmica	 que	 lembra	 a	 cor	 do	 sol.	 A	 sua
complementar	 que	 lhe	dá	 equilíbrio	 é	 a	 fria,	 estática	 e	 quieta	 cor	 azul.	Ambas
misturadas	em	partes	iguais	originam	o	cinza.
														O	amarelo,	símbolo	do	ouro	e	da	arrogância,	é	a	cor	mais	suave	e	que
contém	mais	 luz.	A	cor	que	 lhe	está	diametralmente	oposta,	ou	seja,	a	 sua	cor
complementar	é	o	violeta,	a	qual	 representa	os	mistérios,	opressões	e	 tristezas,
exatamente	por	ser	a	cor	mais	pesada	e	que	possui	menos	luz	do	espectro.	A	sua
mistura,	em	quantidades	óticas	iguais,	também	dá	origem	ao	cinza	neutro.
														O	branco,	símbolo	da	pureza	e	da	inocência,	quando	misturado	ao	preto
que	representa	a	morte,	a	tristeza,	o	mal,	imediatamente	formam	o	cinza	neutro.
														Podemos	concluir	então,	que	o	cinza	neutro	representa	o	meio	termo
entre	 todas	 as	 cores.	 Representa	 o	 equilíbrio,	 que	 consciente	 ou
inconscientemente,	todos	nós	buscamos	e	que	é	o	eterno	segredo	da	harmonia	do
universo.	Equilíbrio	transmitido	pelo	artista	em	sua	obra	e	revelado	pelos	sábios
através	de	todas	as	ciências.
	
CAPITULO		III
	
AS	PROPRIEDADES	DAS	CORES
	
III	-	AS	PROPRIEDADES	DAS	CORES
	
			 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	As	cores,	através	de	sua	ação	psíquica,	podem	alterar	a	sensação	de
temperatura	criando	num	ambiente	uma	sensação	de	frio	ou	de	calor.	Da	mesma
forma,	 elas	 atuam	 sobre	 as	 sensações	 de	 dimensão,	 de	 peso,	 de	 espaço	 dos
ambientes	e	dos	objetos	criando	ou	modificando	sensações.
														Vemos	assim	que	a	sensação	fisiológica	da	percepção	cromática	pode
causar	uma	sensação	psicológica	confortável	ou	desconfortável.	Isto	é	de	suma
importância	para	os	profissionais	que	usam	a	cor	como	ferramenta	de	trabalho,
como	o	decorador,	o	artista	plástico,	o	publicitário	e	muitos	outros.
														Cada	uma	das	cores	do	espectro	eletromagnético	apresenta	um	certo
grau	 de	 vibração	 emotiva	 e	 possui	 uma	 importância	 específica,	 que	 pode	 ser
usada	para	transformação	de	um	ambiente	ou	de	um	estado	emocional.
														Mas	a	força	expressiva	da	cor	tem	que	ser	submetida	a	uma	série	de
regras,	 para	 realmente	 alcançar	 sucesso	 quando	 usada	 numa	 composição.
Dependendo	da	 forma	 como	 for	 usada	poderá	 até	mesmo	anular	 a	 sua	própria
expressividade.	Certos	artistas,	por	exemplo,	através	das	forças	antagônicas	das
cores,	 procuram	 ocasionar	 tensão	 devido	 à	 luta	 destas	 forças	 em	 um	 mesmo
campo.	 A	 colocação	 em	 plano	 bidimensional	 de	 uma	 série	 de	 tons	 de	 uma
mesma	cor	pode	causar	uma	sensação	de	harmonia.	No	entanto,	esta	harmonia
pode	 ser	 resultante	 de	 um	 estado	 de	 palidez	 das	 cores	 apresentadas,	 não
causando	impacto	nem	transmitindo	a	mensagem	deseja	pelo	artista.
														Podemos	chamar	de	harmonia	uma	composição,	quando	em	todas	as
cores	 utilizadas	 para	 formá-la	 existe	 parte	 da	 cor	 básica.	 A	 combinação	 de
amarelo,	 verde,	 azul	 e	 laranja	 suave	 pode	 ser	 considerada	 uma	 composição
harmônica,	estejam	as	cores	apresentadas	no	mesmo	tom	ou	em	tons	diferentes.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 A	 combinação	 de	 cores	 totalmente	 diferentes	 entre	 si,	 tanto
apresentadas	em	tons	diversos	como	no	mesmo	tom,	é	chamada	de	combinação
contrastante.	Por	exemplo,	uma	combinação	de	azul,	amarelo,	roxo	e	verde.
														Porém	todas	estas	regras	e	fórmulas	são	muito	importantes,	mas	não
servem	 como	 receitas	 padrões	 capazes	 de	 permitir	 a	 alguém	 realizar	 obras
perfeitas	 baseado	 somente	 nelas.	 Conhecer	 as	 instruções	 transmitidas	 por	 leis
psicológicas	ou	por	dados	científicos	do	emprego	do	movimento,	da	cor	e	da	luz,
saber	que	um	espaço	pode	ser	alterado	visualmente	de	maneira	exata	através	do
correto	 emprego	 da	 cor,	 são	 fatores	 tão	 importantes	 como	 todas	 as	 outras
informações	que	o	estudo	da	percepção	pode	fornecer.															Mas,	além	de
tudo	 isto,	 o	 grande	 fator	 decisivo	 para	 a	 realização	 de	 um	 bom	 trabalho	 é	 a
individualidade	daquele	que	utiliza	estes	recursos.	De	qualquer	modo,	as	regras	e
leis	 gerais	 são	 de	 grande	 utilidade	 para	 aqueles	 que	 tem	 a	 capacidade	 de
transmitir	e	comunicar	mensagens	através	de	sua	arte,	utilizando-se	das	formas	e
das	 cores.	 E	 para	 estes,	 conhecê-las	 equivale	 a	 aumentar	 sua	 capacidade	 de
trabalho.
	
1.0	–	QUENTE	E	FRIO
														A	sensação	de	quente	e	frio	diante	de	uma	cor,	além	de	ser	relativa	ao
indivíduo	que	a	percebe,	é	devida	também	ao	significado	psicológico	e	filosófico
específico	 que	 as	 cores	 possuem	 e	 que	 já	 assumiu	 importância	 universal,	 por
serem	experiências	da	humanidade.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 As	 cores	 consideradas	 quentes	 são	 as	 componentes	 do	 grupo	 do
vermelho,	laranja,	grande	parte	do	amarelo	e	uma	pequena	parte	do	violeta.	As
frias	pertencem	ao	grupo	do	verde,	do	azul,	pequena	parte	do	amarelo	e	grande
parte	do	violeta.
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Realmente	 estascores	 parecem	 criar	 no	 ambiente	 e	 produzir	 nos
indivíduos,	 estas	 sensações	 de	 calor	 ou	 de	 frio.	 Além	 disto,	 as	 cores	 quentes
transmitem	 também	 sensações	 de	 proximidade,	 opacidade,	 densidade	 e
estimulam	a	atividade.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	As	cores	principais	do	grupo	das	cores	quentes	 são	o	vermelho,	o
laranja	e	o	amarelo	em	seu	estado	cromático.
														O	vermelho	é	estimulante	de	qualquer	ação;	o	laranja	é	estimulante	de
sentimento	e	o	amarelo	é	estimulante	da	comunicação.
														As	cores	frias	parecem	distantes,	leves,	úmidas,	transparentes,	aéreas	e
calmantes.	As	principais	do	grupo	são	o	azul,	o	verde	e	o	violeta.
														O	azul	é	delimitativo	e	retrocessivo.	Quando	no	tom	esverdeado,	induz
o	indivíduo	ao	isolamento	e	à	frieza.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Experiência	realizada	nos	Estados	Unidos	conta	que	numa	indústria
norte-americana,	 localizada	em	zona	de	baixa	 temperatura,	os	 trabalhadores	de
determinada	 seção	 queixavam-se	 constantemente	 de	 sentirem	 frio,	 apesar	 de	 a
temperatura	 ambiente	 ser	mantida	 sempre	 em	 22ºC.	Após	 ser	 revisado	 todo	 o
sistema	 de	 ar	 do	 local,	 um	 especialista	 recomendou	 que	 a	 pintura	 azul-
esverdeada	 das	 paredes	 e	 teto	 fosse	 trocada	 por	 vermelho-alaranjado.	 Isto	 foi
feito	e,	desde	então,	as	reclamações	cessaram.
														“Essa	sensação	de	temperatura	provocada	pelas	cores	foi	questionada
em	sua	natureza	pela	equipe	do	Joint	A.S.H.V.E.	Illuminating	–	Engin	Soc”.	A
dúvida	 residia	 em	 considerar	 esse	 efeito,	 ou	 como	 puramente	 fisiológico,	 ou
como	 psicológico	 derivado	 de	 reação	 fisiológica	 que,	 por	 sua	 vez,	 seria
originada	 nos	 efeitos	 metabólicos	 de	 produção	 de	 calor.	 As	 experiências
demonstraram	que	não	existia	nenhuma	correlação	definida	entre	a	sensação	de
calor	e	a	sensação	de	cor	do	ambiente,	dentro	dos	limites	habituais	de	conforto.
A	 sensação	 de	 frio	 ou	 de	 calor	 existe,	 mas	 fora	 de	 toda	 variação	 térmica	 do
indivíduo.	Assim,	trata-se	de	um	efeito	psicológico	e	não	fisiológico.
	
2.0	–	LEVE	E	PESADO
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	O	peso	atribuído	às	cores,	na	realidade,	não	passa	de	um	valor	peso
psicológico.	Estes	juízos	e	sentimentos	produzidos	no	indivíduo	pela	percepção
cromática	 são	 resultantes	 de	 efeitos	 fisiológicos	 exercidos	 pelas	 cores	 sobre	 o
organismo	humano.	Pois,	 	como	se	sabe,	a	cor	cada	dia	mais	vem	sendo	usada
como	 uma	 força	 de	 terapia.	 E	 experiências	 vêm	 comprovar	 a	 validade	 deste
método	 de	 utilizar	 a	 cor	 para	 curar,	 ou	 então,	 não	 utilizá-la	 quando	 se	 deseja
evitar	determinados	efeitos	psicológicos	ou	fisiológicos.
														Segundo	Modesto	Farina,	recomenda-se	não	pintar	de	branco	o	teto	do
quarto	 onde	 o	 doente	 deva	 permanecer	 por	 longo	 tempo;	 pois	 como	 o	 branco
reflete	 muita	 luz	 (reflete	 todas	 as	 cores),	 pode	 ocorrer	 o	 fenômeno	 do
ofuscamento,	 que	 tem	 a	 propriedade	 de	 ocasionar	 no	 doente	 a	 sensação	 de
cansaço	e	de	peso	na	cabeça,	devido	ao	fato	de	normalmente	ele	ter	de	repousar
deitado	de	costas	com	os	olhos	voltados	para	a	superfície	branca.	Este	fenômeno
pode	 explicar	 o	 cansaço	 numa	 pessoa	 que	 aparentemente	 não	 poderia	 estar
cansada,	já	que	devido	a	seu	estado,	encontra-se	em	repouso.
			 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Uma	cor	dá	a	impressão	de	peso,	quando	em	sua	composição	existe
uma	parcela	de	vermelho	ou	de	preto.	E	mesmo	que	o	tom	apresentado	possua	a
luminosidade	 do	 amarelo	 a	 parcela	 avermelhada,	 embora	 seja	 matiz	 rosa,
concederá	 ao	 tom	 um	 valor-peso	 específico.	 Portanto,	 quando	 estamos	 em
dúvida	para	decidir	 se	uma	cor	é	 leve	ou	pesada,	basta	uma	rápida	análise	das
parcelas	de	vermelho	ou	preto	que	esta	contém.
														No	círculo	cromático	temos	o	grupo	de	cores	pesadas	representando	o
violeta,	o	azul	e	o	vermelho,	sendo	porém	o	violeta	a	cor	de	valor-peso	maior	do
espectro.
	
	
														A	cor	amarela	é	considerada	a	mais	leve,	formando	o	grupo	das	cores
leves	juntamente	com	o	laranja	e	o	verde.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 A	mistura	 destas	 cores	 com	 o	 branco	 ou	 com	 o	 preto	 torna-as,
respectivamente,	mais	leves	ou	mais	pesadas.
														Experiência	foi	realizada	em	determinado	grupo	de	operários	os	quais
foram	mandados	 transportar,	manualmente,	 caixas	metálicas	 pintadas	 de	 preto
até	um	ponto	relativamente	próximo.	Após	poucos	 transportes	vieram	reclamar
junto	ao	gerente,	expedidor	da	ordem,	que	os	pesos	dos	volumes	deveriam	ser
diminuídos,	 pois	 não	 tinham	mais	 condições	 de	 continuar	 o	 trabalho	 devido	 a
fortes	 dores	 sentidas	 nos	 braços	 e	 nas	 costas.	 Pesadas	 as	 caixas,	 a	 balança
comprovou	que	seu	peso	era	inferior	ao	dos	volumes	que	os	reclamantes	estavam
acostumados	 a	 carregar.	Os	volumes	 foram	então	pintados	de	verde-claro	 e	 os
serventes	 receberam	 ordem	 de	 continuar	 o	 trabalho.	 Estes,	 certos	 de	 que	 os
volumes	haviam	diminuído,	 agradeceram	satisfeitos	e	continuaram	 trabalhando
ainda	mais	rápido	do	que	antes	e	sem	falarem	mais	em	dores.
														Outra	experiência	conta	que	alguns	objetos	iguais	foram	pintados	de
cores	diferentes	–	preto,	vermelho,	púrpura,	cinza,	azul,	verde,	amarelo	e	branco
–	e	que	aos	mesmos	foram	atribuídos	pesos	diferentes.	E	os	oito	objetos,	todos
do	 mesmo	 tamanho	 e	 com	 o	 mesmo	 peso,	 porém	 de	 cores	 diferentes,	 foram
colocados	a	uma	certa	distância	um	do	outro.	As	pessoas	ali	presentes	receberam
a	 informação	de	que	os	pesos	destes	 objetos	variavam	entre	3	 e	 6	kg.	Entre	o
objeto	 preto	 e	 o	 branco,	 situados	 nos	 dois	 pontos	 extremos	 do	 conjunto,
registrou-se	a	diferença	na	avaliação	dos	pesos	em	cerca	de	2.5	kg.	Na	verdade,
o	peso	de	todos	os	objetos	era	o	mesmo,	ou	seja,	4	kg.
	
3.0	–	ATIVO	E	PASSIVO
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Outro	efeito	causado	pela	cor	 sobre	o	 indivíduo	que	a	percebe	é	a
sensação	de	atividade	ou	passividade	que	determinadas	cores	transmitem.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 As	 cores	 frias,	 do	 grupo	 do	 azul,	 através	 de	 uma	 sensação	 de
afastamento	ampliam	os	espaços.	O	vermelho,	juntamente	com	as	demais	cores
quentes	 de	 seu	 grupo,	 tem	 a	 propriedade	 de	 se	 aproximarem.	 São	 cores
agressivas,	as	quais	avançam	em	nossa	direção.
														Os	objetos	pintados	com	cores	quentes	e	brilhantes	–	amarelo,	laranja,
vermelho	–	atraem	mais	rapidamente	a	nossa	atenção	por	parecerem	maiores	do
que	os	outros,	que	estão	pintados	com	cores	frias	e	apagadas,	como	o	azul-claro,
o	verde,	o	bege.
														Em	sua	“Teoria	das	Cores”,	Goethe	apresenta	o	amarelo	e	o	azul,	como
sendo	a	cor	mais	ativa	e	a	mais	passiva,	respectivamente.
	
ESCALA	DE	GOETE
	
Mais	ativa:																																										Mais	passiva:
AMARELO																																										AZUL																																																							
Luz																																																								Sombra
Claro																																																								Escuro
Força																																																								Fraqueza
Calor																																																								Frio
Perto																																																								Longe
Atrai																																																								Afasta
Relativo	a	ácido																												Relativo	a	alcalinos
Atividade																																										Passividade
	
														Se	enfileirarmos	uma	série	de	mastros	pintados	de	diversas	cores,	todos
a	uma	mesma	distância,	veremos	que	a	nossa	atenção	se	voltará	primeiramente
para	 os	 amarelos	 e	 brancos	 e	 depois	 então	 para	 os	 cinzas	 ou	 tonalidades
apagadas.	 Os	 mastros	 amarelos	 e	 brancos	 além	 de	 se	 destacarem	 parecerão
maiores	 do	 que	 os	 outros.	 Desta	 forma	 podemos	 modificar	 os	 espaços
ambientais.	 Se	 formos	 cuidadosos	 na	 escolha	 de	 cores	 poderemos	 tanto
transformar	 pequenos	 em	 amplos	 ambientes,	 como	 locais	 exageradamente
grandes	em	espaços	aconchegantes	e	confortáveis.
														Estesconhecimentos	assumem	grande	importância	especialmente	para
aqueles	 profissionais	 que	 lidam	 diretamente	 com	 a	 cor,	 valendo-se	 dela	 para
causar	determinados	efeitos.
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Basta	olharmos	as	nossas	cidades	atuais,	onde	inúmeros	edifícios	se
erguem	 em	 ritmo	 frenético,	 todos	 divididos	 em	 pequenos	 apartamentos,	 nos
quais	 cada	 centímetro	 de	 espaço	 será	 grandemente	 disputado.	 Neste	 caos,	 por
exemplo,	o	uso	bem	feito	das	cores	assume	uma	importância	enorme.
														Segundo	Simão	Goldmann,	o	ideal	seria	o	emprego	de	cores	apagadas,
mas	como	estes	pequenos	apartamentos	geralmente	são	escuros	devem	então	ser
usadas	cores	claras,	mas	que	não	sejam	muito	intensas.	Os	amarelos,	bem	como
toda	 a	 série	 de	 amarelos-verdes	 deve	 ser	 evitada.	 Quando	 um	 apartamento	 é
pequeno,	 outro	 recurso	 que	 pode	 ser	 usado	 para	 a	 obtenção	 de	 um	 aparente
aumento,	 é	 pinta-lo	 todo	 de	 uma	 só	 cor,	 ou	 ao	 menos,	 as	 peças	 que	 se
comunicam	diretamente.	Os	 tetos,	 no	caso,	devem	ser	pintados	da	mesma	cor,
porém	em	tonalidades	levemente	mais	claras	do	que	as	empregadas	nas	paredes.
														A	cor	mais	ativa	é	o	quente	e	pesado	vermelho,	o	qual	é	excitante	por
excelência.	 E	 sua	 complementar	 no	 círculo	 cromático,	 representante	 da
tranqüilidade	 e	 da	 paz	 exterior,	 é	 a	 fria	 e	 leve	 cor	 verde,	 a	 qual	 é	 também
indicada	como	sendo	a	cor	que	possui	maior	passividade.
4.0	–	CLARO	E	ESCURO
														Assim	como	as	cores	quentes	são	dinâmicas	e	excitantes	e	as	frias	são
calmantes	e	sedativas,	as	cores	claras	tem	a	prioridade	de	transmitir	alegria,	ao
passo	 que	 as	 cores	 escuras	 inspiram	 no	 indivíduo	 sensações	 de	 tristeza	 e	 de
melancolia.
														É	considerada	cor	clara	aquela	que	envia	à	visão	luz	abundante.	E	cor
escura	 aquela	 que	 envia	 pouca	 luz	 à	 visão.	 O	 preto	 é	 representante,	 por
excelência,	 do	 escuro,	 pois	 quando	 um	 objeto	 causa	 a	 sensação	 de	 preto,
sabemos	que	é	devido	ao	fato	de	ele	absorver	todos	os	raios	de	luz	que	sobre	si
incidem.	O	branco,	ao	contrário,	representante	da	luz	e	da	claridade,	reflete	todos
os	comprimentos	de	ondas	eletromagnéticas	sobre	ele	incidentes,	causando-nos,
por	isso,	a	sensação	de	branco.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 Como	 já	 vimos	 anteriormente,	 quando	 falamos	 de	 passividade	 e
atividade	 das	 cores,	 a	 sua	 claridade	 ou	 escuridão	 podem	 também	 interferir	 na
formação	 (ou	 transformação)	 dos	 ambientes.	 Uma	 superfície	 branca	 ou	 clara
parecerá	 sempre	maior,	 pois	 a	 luz	 que	 reflete	 lhe	 confere	 amplidão.	 As	 cores
escuras,	porém,	diminuem	os	espaços.
	
	
														Como	vemos,	em	cima,	a	sala	parece	mais	baixa	por	ter	o	teto	pintado
de	 preto.	 Abaixo,	 a	 sala	 parece	 ser	 mais	 ampla	 por	 ser	 toda	 pintada	 de	 tons
claros.
	
														Sabemos	também	que	um	dos	fatores	determinantes	na	escolha	da	cor	é
o	 clima	 das	 diversas	 regiões.	 Segundo	Modesto	 Farina	 “para	 se	 sentir	 menos
calor	nas	 regiões	quentes	ou	no	verão,	 recomenda-se	o	uso	de	 roupas	brancas,
amarelas,	azuis	e	verdes,	de	tonalidades	claras,	cores	estas	que	refletem	os	raios
solares.
														O	inverno	requer	a	utilização	do	preto,	de	tonalidades	escuras	no	azul,
cinzento	e	marrom,	porque	estas	cores	absorvem	mais	calor.”
	
CAPÍTULO		IV
	
A		PÓS-IMAGEM
	
	
IV		-		A		PÓS-IMAGEM
	
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	O	 fenômeno	da	pós-imagem	pela	primeira	vez	observado	pelo	Dr.
Purknje,	em	1882,	é	explicado	como	sendo	pós-sensações	visuais	produzidas	por
dois	 estímulos	 sucessivos.	 As	 pós-imagens	 são	 também	 conhecidas	 como
sucessivos	contrastes	de	cores.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Todo	estímulo	visual	 repentino	produz	pós-imagens.	Algumas	 são
fracas	e	momentâneas;	outras,	porém,	são	fortes	e	de	longa	duração,	dependendo
da	 intensidade	 de	 exposição	 do	 estímulo.	 Toda	 cor	 intensa,	 franca	 e	 forte
observada	 por	 um	 determinado	 tempo,	 cria	 na	 retina	 o	 fenômeno	 da	 pós-
imagem,	ou	seja,	uma	imagem	retina.
		 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	Estas	imagens	fantasmas,	apesar	de	às	vezes	serem	rápidas,	não	são
ilusões	 e	 sim	 sensações	 reais.	 Mas,	 para	 o	 indivíduo	 desconhecedor	 de	 suas
causas	elas	poderão	parecer	misteriosas	ou	ilusórias.
														O	fenômeno	da	pós-imagem	comprova	a	teoria	Tricromática	de	Youn
Helmheltz,	 que	 se	 baseia	 na	 existência	 de	 três	 grupos	 diversos	 de	 cones,
sensíveis	 às	 diferentes	 zonas	 do	 espectro.	 Um	 grupo	 de	 cones,	 diz	 a	 teoria,
reagiria	 à	 ondas	 curtas;	 outro	 às	 ondas	médias	 e	 um	 terceiro	 sensibilizar-se-ia
somente	com	o	estímulo	causado	pelas	ondas	de	luz	denominadas	longas.	Cada
grupo	ou	tipo	de	cones	seria,	então,	responsável	pela	percepção	de	uma	das	três
cores	juntamente	com	todas	as	suas	variações.
														A	reação	da	pós-imagem	causada	pela	recepção	das	três	cores	também
estabelece	a	validade	de	complementaridade	das	cores	componentes	do	círculo
cromático.
														Também	no	uso	prático	da	cor,	o	conhecimento	das	pós-imagens	com
suas	 causas	 e	 efeitos	 é	 de	 grande	 valia.	 Em	 locais	 de	 trabalho,	 por	 exemplo,
deve-se	procurar	dispor	as	cores	de	tal	forma,	que	as	pós-imagens	de	uma	e	outra
não	 afetem	 a	 acuidade	 visual	 necessária.	 Isto	 se	 consegue	 utilizando	 em
ambientes	 de	 muita	 luz	 cores	 complementares,	 para	 que	 as	 pós-imagens	 se
sobreponham	 às	 cores	 posteriormente	 visualizadas.	 Por	 outro	 lado,	 não	 devem
ser	 empregadas	 em	 ambientes	 bastante	 iluminados,	 cores	 francas,	 fortes	 e
intensas	 ao	 lado	 de	 tonalidades	 acinzentadas,	 pois	 isto	 faria	 com	 que	 as	 pós-
imagens	se	sobrepusessem	aos	cinzas.
														As	pós-imagens	são	causadas	pela	excitação	e	conseqüente	fadiga	da
retina.	 Por	 exemplo,	 quando	 fixamos	 por	 determinado	 tempo	 uma	 luz	 muito
intensa	como	a	do	sol,	o	ponto	da	retina	onde	a	luz	foi	focalizada	é	muito	mais
estimulado	 do	 que	 toda	 área	 ao	 seu	 redor.	 E,	 segundo	 Maitland	 Graves,	 ao
olharmos	para	outro	ponto,	primeiro	veremos	um	brilho	e	a	pós-imagem	positiva
do	 sol,	 e	 só	 mais	 tarde,	 quando	 a	 forte	 fadiga	 da	 retina	 começar	 a	 diminuir,
veremos	 então	 a	 pós-imagem	negativa	 do	 sol.	 Isto	 se	 deve	 ao	 fato	 de	 a	 retina
haver	sido	estimulada	por	uma	luz	muito	intensa.
	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	 	A	maioria	das	exposições	a	estímulos	 fortes	ou	 intensos	produzem
apenas	 pós-imagens	 negativas	 fortes	 de	 maior	 duração.	 Quanto	 mais	 fraco	 o
estímulo	 e	 menor	 o	 tempo	 de	 exposição,	 mais	 rápidas	 e	 fracas	 serão	 as	 pós-
imagens	negativas.
Se	 olharmos	 fixamente,	 por	 alguns	 segundos,	 para	 o	 ponto	 central	 de	 um
triângulo	preto	sobre	uma	superfície	branca,	sob	a	ação	de	um	a	luz	clara,	a	pós-
imagem	 negativa	 branca	 deste	 triângulo	 aparecerá	 ao	 redor	 do	 ponto	 preto
existente	 abaixo,	 assim	que	 transferirmos	 o	 olhar	 fixo	 para	 este	 ponto.	A	pós-
imagem	 branca	 do	 triângulo	 preto	 aparecerá	 mais	 branca	 do	 que	 a	 superfície
sobre	a	qual	se	projeta,	porque	a	parte	da	retina	sobre	a	qual	o	triângulo	preto	foi
projetado,	foi	mais	estimulada	do	que	a	área	ao	seu	redor.
	
													 	As	pós-imagens	cromáticas	são	causadas	pela	parcial,	ou	temporária
cegueira	da	cor	produzida	em	um	olho	normal	pela	dessensibilização	de	um	ou
dois	 dos	 três	 tipos	 de	 cones	 sensíveis	 às	 luzes	 vermelha,	 verde	 e	 azul.	 Esta
dessensibilização	de	um	ou	dois	cones	receptores	é	feita	estimulando-os	com	luz
colorida	 para	 produzir-lhes	 fadiga,	 a	 qual	 os	 tornará	 menos	 receptivos,	 ou
parcialmente	cegos	à	luz	de	determinada	cor	em	particular.
														Por	exemplo,	ao	fixarmos	um	triângulo	vermelho	por	alguns	segundos
sob	 uma	 luz	 brilhante,	 os	 receptores	 do	 vermelho	 serão	 fatigados	 naquela
mancha	 sobre	 a	 retina	 onde	 o	 triângulo	 vermelho	 foi	 focalizado,	 tornando-os
menos	 sensíveis,	 ou	 parcialmente	 cegos	 à	 luz	 vermelha.	 Desta	 forma	 a	 pós-
imagem	 negativa	 do	 triângulo	 vermelho,	 após

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