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livro logistica reversa

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ÍSTIC
A
 REV
ERSA Logística
Reversa
Adriano Rosa Alves
Márcio Ronald Sella
Alessandra Petrechi de Oliveira
Logística Reversa
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) 
 Alves, Adriano Rosa 
 
 ISBN 978-85-8482-202-7
 1. Logística empresarial. 2. Administração de material. 
Sella, Márcio Ronald. II. Oliveira, Alexandra Petrechi de. 
Título. 
 CDD 586
Sella, Alessandra Petrechi de Oliveira. – Londrina: Editora e 
Distribuidora Educacional S.A., 2015.
 224 p. : il.
A474L Logística reversa / Adriano Rosa Alves, Márcio Ronald
© 2015 por Editora e Distribuidora Educacional S.A 
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida 
ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, 
incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e 
transmissão de informação, sem prévia autorização, por escrito, da Editora e 
Distribuidora Educacional S.A.
Presidente: Rodrigo Galindo
Vice-Presidente Acadêmico de Graduação: Rui Fava
Diretor de Produção e Disponibilização de Material Didático: Mario Jungbeck
Gerente de Produção: Emanuel Santana
Gerente de Revisão: Cristiane Lisandra Danna
Gerente de Disponibilização: Nilton R. dos Santos Machado
Editoração e Diagramação: eGTB Editora
2015
Editora e Distribuidora Educacional S. A. 
Avenida Paris, 675 – Parque Residencial João Piza
CEP: 86041 -100 — Londrina — PR
e-mail: editora.educacional@kroton.com.br 
Homepage: http://www.kroton.com.br/
I.
III.
Unidade 1 | Logística e seus conceitos
Seção 1.1 - Os conceitos e fundamentos da logística e canais de distribuição
1.1.1 | Fundamentos da logística
1.1.2 | A importância e a missão da logística
1.1.3 | A interface de marketing e logística
1.1.4 | A cadeia de suprimentos orientada para o mercado
1.1.5 | A cadeia de suprimentos sincrônica
1.1.6 | Gerenciando a cadeia global
Seção 1.2 - Os canais de distribuição reversa: fundamentos; 
competitividade e questões legais
1.2.1 | Conceitos de canais de distribuição e logística reversa
1.2.2 | A logística reversa como estratégia empresarial 
1.2.3 | A legislação aplicada sobre a logística reversa no Brasil
1.2.4 | Aspectos da implantação da Logística Reversa
1.2.5 | O gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil
1.2.6 | A logística reversa – elementos de um instrumento sustentável
Unidade 2 | Canais de distribuição reversos de bens pós-consumo
Seção 2.1 - O produto logístico de pós-consumo
2.1.1 | Natureza e classificação dos bens pós-consumo
2.1.2 | Tendência à descartabilidade dos bens de consumo
2.1.3 | Consumo, consumismo e consumo sustentável
 2.1.3.1 | Lançamento de novos produtos
 2.1.3.2 | Produção de eletroeletrônicos
 2.1.3.2.1 | Telefonia móvel
 2.1.3.2.2 | Informática
 2.1.3.3 | Produção de materiais plásticos
 2.1.3.3.1 | Embalagens descartáveis: indústria alimentícia
 2.1.3.4| Produção de automóveis
Seção 2.2 - Natureza dos canais de distribuição reversos de bens de 
pós-consumo 
2.2.1 | Os canais reversos de reuso
2.2.2 | Os canais reversos de remanufatura
2.2.3 | Os canais reversos de reciclagem
2.2.4 | Planejamento operacional na cadeia de valor da logística reversa
 2.2.4.1 | Plano de preparação e acondicionamento
 2.2.4.2 | Plano para coleta e transporte
 2.2.4.3 | Plano de beneficiamento
 2.2.4.4 | Plano de destinação final
2.2.5 | Ciclos reversos abertos e fechados de reciclagem
 2.2.5.1 | Canais de distribuição reversos de ciclo aberto
 2.2.5.2 | Canais de distribuição reversos de ciclo fechado
2.2.6 | A logística reversa e a política nacional de resíduos sólidos
Sumário
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91
91
92
93
Unidade 3 | Canais de distribuição reversos de bens pós-venda
Seção 3.1 - Identificação do produto pós-venda
3.1.1 | Barreiras à logística reversa – pós-venda
Seção 3.2 - Categorias de fluxos reversos de pós-venda
3.2.1 | Categoria Comercial
 3.2.1.1 | Retornos não contratuais
 3.2.1.1.1 | E-commerce (erros de expedição do pedido)
 3.2.1.2 | Retornos contratuais
 3.2.1.2.1 | Retorno de produtos em consignação
 3.2.1.2.2 | Retorno de embalagens retornáveis
 3.2.1.3 | Retorno de ajuste de estoques de canal
 3.2.1.3.1 | Baixa rotação de estoque
 3.2.1.3.2 | Excesso de estoque no canal
 3.2.1.3.3 | Efeitos sazonais de produtos
3.2.2 | Categoria garantia/qualidade
 3.2.2.1 | Qualidade intrínseca
 3.2.2.2 | Validade de produto: expiração do prazo de validade
 3.2.2.3 | Recall de produtos
3.2.3 | Seleção e destinos dos produtos que retornam do pós-venda
3.2.4 | Políticas reversas de empresas no Brasil
Unidade 4 | Logística ambiental: competitividade e sustentabilidade 
empresarial
Seção 4.1 - Sustentabilidade e gestão ambiental 
4.1.1 | Ambientalismo
 4.1.1.1 | Evolução do desenvolvimento sustentável ambiental
4.1.2| Desenvolvimento sustentável
4.1.3 | As organizações e a responsabilidade ambiental
4.1.4 | Gestão ambiental
4.1.5 | Gestão ambiental da cadeia de suprimentos
Seção 4.2 - Logística ambiental como fator de competitividade empresarial
4.2.1 | Logística ambiental
 4.2.2.1 | Logística verde x logística reversa
 4.2.2.2 | Logística reversa 
4.2.3 | Responsabilidade ambiental como prática estratégica de logística
4.2.4 | Práticas estratégicas ambientais de logística
4.2.5 | Estratégias ambientais logísticas
4.2.6 | As práticas de responsabilidade ambiental em logística
4.2.7 | Os fatores motivadores para adoção de práticas de responsabilidade ambiental 
na atividade logística
 4.2.7.1 | Logística verde como fator de competitividade 
 4.2.7.2 | Estratégias de logística ambiental
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Apresentação
A Logística Reversa está associada, normalmente, às funções de 
pós-venda e pós-consumo. Quase sempre o enfoque é em levar de 
volta a alguns poucos centros um conjunto muito grande de materiais 
que foi distribuído para o consumo através da logística direta.
A logística direta tem o papel de levar os produtos e serviços do 
produtor para alguns centros de distribuição, destes para o mercado e 
finalmente para o grande público consumidor. Já a Logística Reversa faz o 
papel inverso, pegando os produtos altamente dispersos e devolvendo-
os às suas origens para tratamento, disposição final ou reciclagem. 
Porém, precisamos começar a ampliar essa visão e começar a enxergar 
o apelo à sustentabilidade da logística reversa, atualmente chamada 
de Logística Verde ou Ambiental. Não podemos mais simplesmente 
dar destino adequado aos produtos no pós-consumo, mas também 
controlar os resíduos gerados nas organizações.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos 
(estabelecida pela Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010), a Logística 
Reversa pode ser definida como “instrumento de desenvolvimento 
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, 
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição 
dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em 
seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final 
ambientalmente adequada”.
A Logística Reversa, como sabemos, tem uma preocupação 
centrada no fluxo reverso de materiais e produtos tanto no pós-
venda como no pós-consumo. Já a Logística Ambiental tem uma 
preocupação mais abrangente, preocupando-se com a avaliação 
e minimização dos problemas ambientais associados às atividades 
de Logística Empresarial, passando pelas preocupações relativas à 
Logística Reversa. 
É disso que trata este livro, do entendimentoda Logística Reversa 
e seus modelos e processos e da Logística Ambiental como um 
diferencial competitivo empresarial.
Na primeira unidade do livro será feita uma recordação dos 
conceitos de Logística, bem como dos Canais de Distribuição e serão 
abordados os conceitos da Logística Reversa e dos Canais Reversos. 
Apontaremos às questões legais que regem o processo da Logística 
Reversa dos Resíduos Sólidos e qual a importância deste processo para 
a Organização e para o Meio em que atua. 
Conceituaremos, na Unidade 2, os bens de consumo de 
acordo com o critério de vida útil e dividindo-os em três grandes 
categorias: descartáveis, duráveis e semiduráveis. Na sequência serão 
apresentados alguns dos sinais que indicam um elevado crescimento 
na descartabilidade destes bens impactando no aumento dos 
resíduos sólidos.Trataremos vários aspetos envolvendo a reciclagem e 
finalizaremos a unidade com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 
nº 12.305/10), que contém instrumentos importantes para permitir o 
avanço necessário ao País no enfrentamento dos principais problemas 
ambientais, sociais e econômicos decorrentes do manejo inadequado 
dos resíduos sólidos.
Na terceira unidade do livro abordamos os canais reversos de pós-
venda, com foco nas categorias: comerciais e garantia/qualidade. Nas 
categorias comerciais apresentaremos os retornos não contratuais 
(erros de expedição do pedido), retornos contratuais (retornos de 
produtos em consignação e retornos de embalagens) e retornos 
de ajuste de estoques de canal (excesso no canal, baixa rotação de 
estoque e efeitos sazonais de produtos). Já na categoria garantia/
qualidade, discutiremos os aspectos de qualidade intrínseca (retornos de 
produtos defeituosos e danificados), validade de produto (expiração da 
validade) e recall de produtos (recolhimento de produto do mercado). 
Finalizaremos a unidade com a seleção e destinos dos produtos que 
retornam do pós-venda.
Na quarta unidade, você vai entender como a responsabilidade 
ambiental empresarial vem ganhando destaque no cenário mundial 
e no ambiente dos negócios, principalmente porque a busca por um 
equilíbrio entre o desenvolvimento econômico e a proteção ambiental 
é importante para a formação da reputação das organizações. Essa 
nova realidade se dá em virtude de alguns aspectos ambientais que 
imperam transparência nos negócios. Vamos compreender o que é a 
Logística Reversa, dentro do contexto da Logística Ambiental, e como 
as empresas podem e devem utilizá-la para ganhos em competitividade 
empresarial.
O livro fornece uma ampla visão das questões relacionadas à 
Logística Reversa, uma análise dos modelos e a sua participação dentro 
dos diversos sistemas produtivos e da Logística Empresarial.
Finalmente, o livro Logística Reversa é uma porta de entrada bastante 
qualificada para a exploração inicial, dentro de um quadro conceitual 
moderno, da Logística Reversa e da Logística Ambiental.
Após nossa discussão vamos buscar responder: a Logística Reversa 
e a Logística Ambiental são fatores de competitividade empresarial? 
Convidamos você a navegar pelas páginas e assuntos aqui 
apresentados, onde poderá, no final, compreender o papel da Logística 
Reversa para as Organizações e o Meio. A reflexão deste material 
permeia questões legais, mercadológicas e sustentáveis. Esperamos 
e desejamos que você tenha um excelente aproveitamento dos 
apontamentos realizados neste material. Bom estudo!
U1 - Logística e seus conceitos 9
Unidade 1
Logística e seus conceitos
O objetivo desta unidade é apresentar para você os conceitos e 
fundamentos da Logística e dos Canais de Distribuição, bem como 
o impacto que eles podem gerar para as organizações e relatar um 
breve histórico da logística e sua importância para as organizações. 
A intenção é apresentar todos os conceitos que envolvem a logística 
e os canais de distribuição, bem como, enfatizar a importância da 
implantação e execução de uma logística eficaz. Iremos analisar 
também a aplicação dos canais de distribuição reversos nas 
organizações. Através destas informações, você irá compreender 
como é vital a logística nas organizações. Iremos observar alguns 
resultados obtidos pelas políticas de logística reversa aplicadas em 
empresas atuando no Brasil. Vale ressaltar que esta introdução e 
conceitos básicos são necessários para o bom entendimento dos 
Sistemas de Logística Reversa.
Objetivos de aprendizagem
Nesta seção iremos identificar os conceitos de logística e canais 
de distribuição; a importância e a missão da logística frente às 
organizações e o mercado; a interface de marketing e de logística; 
a cadeia de suprimentos orientada para o mercado; a cadeia de 
suprimentos sincrônica e; gerenciando a cadeia global. O objetivo 
desta seção é que você tenha plena visão da atuação dos canais de 
distribuição em uma organização, bem como o resultado gerado 
pelo trabalho executado.
Seção 1.1 | Os conceitos e fundamentos da logística e canais 
de distribuição
Adriano Rosa Alves
Nesta seção será apresentado o conceito de canais de 
distribuição reversa; iremos analisar a competitividade entre as 
organizações originárias da logística reversa; a legislação aplicada 
sobre logística reversa no Brasil; os aspectos da implantação da 
Seção 1.2 | Os canais de distribuição reversa: fundamentos; 
competitividade e questões legais
U1 - Logística e seus conceitos10
logística reversa; o gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil. 
O intuito é que você possa compreender a importância do 
conhecimento das questões legais e o impacto gerado pelos 
resíduos sólidos bem como, ratificar a importância de uma política 
sólida para a implantação da logística reversa nas organizações.
Introdução à unidade
Quando abordamos o assunto, logística, ouvimos várias 
teorias e apontamentos; críticas e elogios; definições e dúvidas. 
Uma das definições populares que você já pode ter contemplado: 
“Logística é transporte.” Você talvez pôde, em algum momento, 
ter ouvido esta definição e tê-la aceitado, mas, hoje, você sabe 
que isto não é verdade. 
Você saberia me dizer então qual é a definição de logística? Por 
que, por exemplo, em nosso País, discute-se tanto no Senado e 
na Câmara Federal sobre os custos logísticos para o escoamento 
da safra produzida no Brasil? É neste sentido que, nesta primeira 
parte, iremos abordar os conceitos da logística e dos canais de 
distribuição, bem como sua importância para as organizações e 
os seus benefícios. Dentro deste contexto, traremos para você a 
logística reversa e o seu papel nas organizações. Questões como: 
sustentabilidade, competitividade e legais, serão abordadas dentro 
do nosso material. 
O desejo deste conteúdo elaborado é despertar em você a 
importância de um projeto ou planejamento tangendo a logística 
reversa. Talvez, você irá ouvir que a logística reversa eleva o custo 
da organização, e isso realmente é possível, se não houver um 
planejamento ou controle das atividades, mas, aqui, será um 
lugar que você poderá observar todos os benefícios que ela pode 
acarretar a uma organização, tanto benefícios tangíveis como 
benefícios intangíveis. 
Vamos fazer uma viagem no vasto conhecimento logístico 
e canais de distribuição para poder facilitar o seu entendimento 
da aplicação da logística reversa, assim, você poderá no final do 
conteúdo compreender a necessidade e a importância da análise 
dos conceitos aqui abordados, bem como seus resultados.
U1 - Logística e seus conceitos12
Seção 1.1
Os conceitos e fundamentos da logística e canais 
de distribuição
Introdução à seção
1.1.1 Fundamentos da logística
Nesta seção, você irá compreender as definições e conceitos 
de Logística, Canais de Distribuição, Logística Reversa e Canais 
de Distribuição Reversa. Iremos abordar assuntos como a missãoda logística, sua importância e papel para as organizações e 
resultados esperados.
A humanidade tem uma história vasta, repleta de 
conhecimentos, descobertas e também mistérios. O homem, 
desde as eras remotas, sempre esteve em busca de ferramentas 
para melhorar o desenvolvimento de suas atividades e resultados. 
Sendo assim, conforme o tempo foi transcorrendo, o homem, 
através das inovações e aperfeiçoamentos de suas tecnologias, 
fora aprimorando a forma de realizar o seu trabalho, objetivando 
sempre a satisfação e atendimento de suas necessidades.
Fonte: <https://pixabay.com/pt/evolu%C3%A7%C3%A3o-andar-charles-darwin-297234/>. Acesso em: 15 jun. 2015.
Figura 1.1 | Evolução do homem
É sobre este pensamento que vamos analisar porque as 
empresas necessitam tanto do planejamento e, qual é o papel 
da logística e dos canais de distribuição. Precisamos entender 
antes qual é o conceito destes dois termos, Logística e Canais 
de Distribuição. Como citamos na introdução do nosso material, 
U1 - Logística e seus conceitos 13
talvez você tenha ouvido falar que, logística era o transporte 
realizado das mercadorias. De acordo com Panitz (2006, p. 73): 
Logística, do francês “logistique” parte da arte da 
guerra que trata do Planejamento e da realização do 
Projeto e desenvolvimento, obtenção, armazenamento, 
transporte, distribuição, reparação, manutenção 
e evacuação de material (para fins operativos e 
administrativos); Recrutamento, incorporação, instrução 
e adestramento, designação, transporte, bem-estar, 
evacuação, hospitalização, e desligamento de pessoal; 
Aquisição ou construção, reparação, manutenção e 
operação de instalações e acessórios destinados a ajudar 
o desempenho de qualquer função militar.
Você deve ter plena consciência que a Logística é “o ato de 
planejar, executar e controlar o, fluxo e armazenagem, quanto ao 
tempo, qualidade e custos, observando desde o ponto de obtenção 
da matéria-prima até o consumidor final, sempre tendo como 
objetivo o alcance da satisfação deste consumidor” (NOGUEIRA, 
2012, p. 21). A logística se torna fator importante em nosso cenário 
a partir da década de 1990, quando o então ex-presidente da 
república, Exmo. Sr. Fernando Collor de Mello, abre o mercado 
nacional para todo o mundo, atraindo novas empresas. Este fato 
gerou uma nova realidade, pois, com estas empresas entrantes, veio 
a tecnologia, produtos com qualidade superior, custos mais baixos e 
processos mais ágeis. Neste sentido, as empresas brasileiras sentiram 
a verdadeira necessidade de melhorarem os seus processos e 
evitarem desperdícios e custos desnecessários.
Mas, quando falamos em logística, precisamos compreender que 
ela sempre esteve em nosso meio, antes mesmo da era Cristã. Se 
você observar os fatos históricos como a construção das Pirâmides 
do Egito; a Muralha da China; as conquistas de Alexandre, o Grande, 
irão encontrar vários fatos que nos reportam à logística. O detalhe 
é que naquela época, estes processos de planejamento, controle, 
execução e busca da satisfação não estavam atrelados à logística, 
mas ela estava presente. Nas guerras (1ª e 2ª) mundiais, podemos 
encontrar facilmente os processos logísticos: movimentação de 
homens, máquinas, armamentos, munição, alimentação, estruturas 
para acampamentos, hospitais, informação etc. Observe bem este 
U1 - Logística e seus conceitos14
Uma organizada cadeia de agentes e instituições que, 
combinadas, desenvolvem as atividades necessárias à 
união de fabricantes e usuários para a consolidação das 
atividades de marketing; Uma ou mais companhias ou 
indivíduos que participam do fluxo de bens e serviços, 
desde um produtor até o consumidor; Os canais de 
distribuição desempenham 4 funções básicas: indução 
da demanda, satisfação da demanda, serviços de pós-
venda e troca de informações.
Pode-se observar que logística não tem a mesma definição que 
os canais de distribuição e aqui, enfatizo mais uma informação 
que você precisa ter pleno conhecimento: Canais de Distribuição 
/ Cadeia de Abastecimento / Cadeia de Suprimentos e / Supply 
Chain Management (SCM) – tem o mesmo significado.
Você deve se perguntar: “Mas professor, como podem todas estas 
terminologias ter a mesma concepção?” Analise o que Nogueira (2012, 
p. 29) cita sobre o SCM: “é a integração dos processos de negócios 
desde o usuário final até os fornecedores originais (primários) que 
providenciam produtos, serviços e informações que adicionam valor 
para os clientes e stakeholders”. Observe que ambas as definições 
apresentam, em seu conceito básico, o mesmo princípio.
ponto, quando nos reportamos à logística, estamos falando em 
processos. Segundo Ballou (2006, p. 26) a logística empresarial “é 
um campo relativamente novo do estudo da gestão integrada, das 
áreas tradicionais das finanças, marketing e produção”. 
Quero chamar sua atenção para o termo gestão integrada, 
quando Ballou cita, ele nos reporta a importância de todos 
os departamentos trabalharem em conjunto para alcançarem 
o objetivo da empresa: o sucesso e o lucro. Vale ressaltar que, 
para conseguirmos estes objetivos, necessitamos trabalhar com 
qualidade, ou seja, gerar satisfação e atender às necessidades de 
nossos clientes.
Agora que compreendemos o que é logística, convido você 
para analisarmos os canais de distribuição. Afinal, o que vem a ser 
canais de distribuição? De acordo com Panitz (2006, p. 29), canal 
de distribuição é:
U1 - Logística e seus conceitos 15
A cadeia de abastecimento integrada apresenta uma visão 
mais ampla do que conhecemos como cadeia logística, esta 
mais limitada à obtenção e movimentação de materiais e à 
distribuição física de produtos. A tecnologia da informação 
e a inovação tecnológica tornam possível um futuro no 
qual a cadeia de abastecimento possa ser realmente 
integrada. Nunca se falou tanto em atender às exigências 
dos consumidores como tem acontecido ultimamente.
Assim, esperamos que você possa ter uma ampla visão da diferença 
entre a Logística e os Canais de Distribuição. Fica evidenciado que 
a logística (processos) está presente nas atividades dos canais de 
distribuição. Precisa-se de uma visão sistêmica da organização para 
poder ter uma compreensão plena das atividades desenvolvidas.
Então, quando estamos estudando os canais de distribuição, 
estamos observando um conjunto de processos (logística) que 
ocorre em uma organização, para atender às necessidades dos 
clientes, analisando desde o momento em que adquirimos a 
matéria-prima em nosso fornecedor, até a colocação do produto 
final no ponto de venda (PDV). 
Afirma Bertaglia (2009, p. 5):
1.1.2 A importância e a missão da logística
Diariamente, milhões de pessoas realizam negócios como: troca 
de mercadorias, compra e venda e prestação de serviços. Talvez 
você já tenha se deparado com a seguinte situação: entrar em uma 
determinada empresa para adquirir um produto e não o encontrar 
para atender a sua necessidade. Acredito que sua reação não fora 
muito de satisfação. Este fato ocorre todos os dias devido à falta de 
planejamento das organizações na reposição dos produtos ofertados. 
Vários percalços podem gerar esta falha: atraso de entregas, falta de 
matéria-prima, greves, fatores climáticos, alterações em questões 
legais; controle do estoque de forma errada; falta de análise da oferta x 
demanda; avarias etc. Diante dos fatos expostos, a logística (processos) 
integrada à cadeia de abastecimentos tem como obrigação e missão 
corroborar para que isto não ocorra. Como pode a missão da logística 
corroborar para que estes percalços não ocorram nas organizações 
e prejudiquem os clientes ou gerem insatisfação?
U1 - Logística e seus conceitos16
Fonte: <https://pixabay.com/pt/carrinho-de-m%C3%A3o-steekkar-caixa-564242/>. Acesso em: 15 maio 2015.
Figura 1.2 | Distribuição de mercadoriasPrecisamos entender que a missão da Logística nos canais de 
distribuição é a de colocar o produto/mercadoria no local, hora, 
quantidade e qualidade certa, exatamente no momento que o 
cliente necessita, para atender as suas necessidades e satisfazer 
sua necessidade. Cita Bertaglia (2009, p. 11): “o objetivo clássico 
da cadeia de suprimentos é possibilitar que os produtos certos, 
na quantidade certa, estejam nos pontos de venda no momento 
certo, considerando o menor custo possível”. 
Este fato surge em decorrência da globalização, pois, o aumento 
da competitividade, uma oferta maior de produtos e marcas e, 
a agilidade dos processos de compra e venda também sendo 
ofertados pelo e-commerce cria a necessidade de as empresas 
aprimorarem suas formas de trabalho e atendimento ao cliente. 
Organizações que não se aterem para os processos da cadeia 
terão seu futuro muito afetado.
Analisar a missão não é somente observando os pontos internos 
da organização, seus pontos fortes e fracos, mas deve-se observar 
constantemente o ambiente externo, ou seja, tudo o que circunda 
a organização, que vai desde os fornecedores e concorrentes, até 
questões legais, sustentáveis e clientes.
“As questões da globalização e uma economia global têm 
elevado a competitividade das organizações, forçando-as a 
projetarem produtos para um público globalizado e ao mesmo 
U1 - Logística e seus conceitos 17
tempo racionalizarem seus processos para evitarem os custos 
desnecessários” (NOGUEIRA, 2012, p. 6). Segue a figura que elucida 
o canal de distribuição em funcionamento e suas possíveis fases 
que podem ser encontradas nas organizações.
Figura 1.3 | Canais de distribuição – processos
Fonte: O autor (2015).
Observe que a figura apresentada tem suas etapas inter-
relacionadas, uma vinculada à outra. Qualquer erro ou atraso 
que ocorra em uma etapa irá prejudicar a seguinte. É importante 
ressaltar as questões da qualidade do produto e da prestação de 
serviço que são oferecidos ao cliente. Para que possamos alcançar 
esta qualidade esperada, todas as etapas devem ser muito bem 
planejadas, estudadas e executadas. Cabe então às organizações 
buscarem, também, qualificar os seus colaboradores, pois, não irá 
adiantar nada ter às melhores ferramentas se os colaboradores 
não estiverem aptos a usá-las. Torna-se evidente, com base no que 
expusemos anteriormente, que “a missão da gestão logística é de 
planejar, coordenar e controlar todos os processos necessários para 
se alcançar os níveis esperados de serviços executados e qualidade 
ao menor custo possível” (CHRISTOPHER, 2013, p. 13). Sendo a 
missão da logística tão importante, porque ainda encontramos 
empresas que relutam para aprimorar suas técnicas de trabalho 
e não procuram novas formas de desempenhar suas atividades 
para atender às necessidades dos clientes?
De acordo com Christopher (2013, p. 15):
U1 - Logística e seus conceitos18
A maioria das organizações se vê como entidades 
independentes das outras, e de fato precisam competir 
com elas a fim de sobreviver. No entanto, essa filosofia 
pode ser autodestrutiva se levar a uma falta de disposição 
em cooperar para competir. Por trás desse conceito 
aparentemente paradoxal esta a ideia de integração da 
cadeia de suprimentos.
Fica evidente que, necessitamos dos concorrentes para 
podermos aprimorar nossos negócios, bem como desenvolver 
novas técnicas em função da necessidade de atender a uma 
demanda cada vez mais crítica. Sendo assim, às empresas, 
nos canais de distribuição, devem cooperar entre si para que o 
objeto final, o cliente/consumidor final, possa sair satisfeito com 
o negócio efetuado. “Como nos encontramos em um mercado 
de mercadorias, onde o consumidor observa pouca diferenciação 
entre os produtos ofertados, necessitamos de uma vantagem 
diferencial por meio do valor agregado”. (CHRISTOPHER, 2013, 
p. 28). O atendimento diferenciado, com qualidade, o “olho no 
olho” irá fazer a diferença. Atender ao cliente de forma a superar 
suas expectativas, fornecer ao cliente um canal de pós-vendas, por 
exemplo, já pode ser um diferencial entre várias áreas de prestação 
de serviços. Precisamos conhecer nossos concorrentes, através 
do benchmarking, observar práticas, qualidades e fraquezas para 
podermos conquistar o nosso futuro cliente ou manter os clientes 
ativos na carteira.
1.1.3 A interface de marketing e logística
Quando vamos abordar os canais de distribuição e a logística, 
precisamos entender que esta área da organização, além de atender 
aos anseios e desejos de consumo de um cliente que solicitou um 
produto ou serviço, também está atendendo ao Departamento 
de Marketing da empresa, ou também conhecido como 
Departamento Comercial. Dentro dos conceitos de marketing, 
encontramos o composto mercadológico que é formado pelos 4 
Ps, sendo eles: produto, preço, promoção e praça. A maioria das 
ênfases sempre é sobre os três primeiros Ps apresentados, sendo 
a praça deixada de lado, muito vezes. Mas, segundo Christopher 
(2013) este cenário está apresentando sinais de mudança, pois, 
U1 - Logística e seus conceitos 19
Quando a organização não acredita na importância de 
saber qual o melhor caminho a seguir ou o que deve fazer, 
estará à mercê de um mercado cada vez mais consciente 
e competitivo, e em um curto espaço de tempo pode ser 
massacrada pela concorrência, pois, novas ideias podem 
substituir o seu produto e/ou serviço.
Eis a importância de conhecermos os nossos clientes, bem 
como nossos concorrentes, como citado no item anterior (1.2). 
E para podermos ser e fazer o diferencial para nossos clientes 
é importante que meçamos os processos logísticos, ou seja, 
medir nossos desempenhos, observando às metas e objetivos 
e como a empresa está trilhando estes planejamentos traçados. 
Cita Nogueira (2012, p. 173) que “estas medidas são um grande 
instrumento de comunicação, apresentando benefícios como: 
promover e compartilhar a cultura organizacional; direcionar o 
comportamento gerencial; apresentar o feedback; gerir esforços 
de melhorias e; aperfeiçoar o processo de decisões.”
De acordo com Bertaglia (2009, p. 19), “ouvir e compreender as 
necessidades do seu cliente tornou-se fator principal para o sucesso 
da organização”. Este fato de estarmos “ouvindo” o cliente gera um 
valor adicional ao seu produto, marca e empresa. Vale ressaltar 
que os clientes são disputados pelas empresas, interessadas no 
quando ele esta disposto a desembolsar para adquirir um serviço 
ou um produto. Imagine você, neste momento, escolhendo 
um produto para se presentear. De que forma gostaria de ser 
atendido? Quais benefícios gostaria que a empresa oferecesse 
na aquisição do produto escolhido?
Os clientes, em todos os mercados, querem cada vez maior 
agilidade, sendo que, a disponibilidade de um produto ou 
serviço, no momento exato em que o cliente tem o seu desejo, 
poderá superar a fidelidade a uma marca ou fornecedor, isto nos 
reporta a seguinte reflexão: se o produto que o cliente costuma 
os clientes estão cada vez mais solicitando agilidade no processo 
e entrega de seus produtos / serviços, sendo esta agilidade, um 
potencial de diferença na vasta oferta que o mercado disponibiliza 
todos os dias. Para Nogueira (2012, p. 171):
U1 - Logística e seus conceitos20
consumir não está ao seu alcance, mas, o produto substituto 
sim, a probabilidade de perdermos uma venda será muito grande 
(CHRISTOPHER, 2013). De acordo com Bertaglia (2009, p. 293), “as 
alterações no contexto industrial, transitando de um modelo que 
evidenciava a produtividade para um modelo de competitividade, 
requer que as organizações adotem formas diferentes de 
administração empresarial, com o foco voltado para o serviço e 
ao cliente”. A cadeia de suprimentos exerce um papel fundamental 
a fim de gerar às organizações a vantagem competitivapor meio 
da velocidade nos processos e redução de custos, por estar 
conectada ao transporte.
Afirma Bertaglia (2009, p. 293-294):
A variação e a diversificação na demanda têm sofrido grandes 
modificações, obrigando as organizações a fornecerem uma 
variedade maior de produtos. Os clientes, um dos principais 
elementos da cadeia, estão exigindo maior frequência de 
entrega, com quantidades reduzidas e maior variedade de 
produtos. Para satisfazer essa demanda, as organizações 
precisam ser mais velozes e apresentar um alto grau de 
qualidade nos seus produtos para evitar devoluções. Nesse 
contexto, a área de transporte é fortemente afetada e 
necessidades adicionais lhe são impostas.
Você pode observar que, cada vez mais, as organizações 
precisam correr para melhorar seus processos logísticos, diminuindo 
custos, aumentado a qualidade dos produtos e serviços prestados, 
criando mecanismos para agilizar a distribuição de seus produtos 
frente ao mercado consumidor. Vale enfatizar a importância do 
departamento comercial / marketing na hora de selecionar os 
fornecedores, bem como, saber o que comprar. “Logo, o papel 
do atendimento ao cliente é ofertar utilidade de tempo e lugar na 
transferência de bens e serviços entre o comprador e o vendedor” 
(CHRISTOPHER, 2013, p. 37).
Cita Christopher (2013, p. 41):
U1 - Logística e seus conceitos 21
Muitas empresas sofrem nesse novo ambiente competitivo, 
porque, no passado, elas se focaram nos aspectos 
tradicionais do marketing – desenvolvimento de produtos, 
atividades promocionais e concorrência nos preços. No 
entanto, embora esses aspectos ainda sejam dimensões 
necessárias a uma estratégia bem sucedida de marketing, 
eles não são suficientes.
Ficou evidente que, empresas que se atém somente a preços, 
ações promocionais e desenvolvimento de produtos, estão em 
maior desvantagem em relação às empresas que ampliam o produto 
básico com serviços de valor agregado.
1.1.4 A cadeia de suprimentos orientada para o mercado
Quando a logística começou a ser aplicada nas organizações 
e, através dos processos, houve o surgimento da cadeia de 
suprimentos. Neste contexto primordial, o foco era voltado a 
aperfeiçoar as operações internas da empresa fornecedora. “O 
fabricante era motivado a principiar acordos de fornecimento e 
distribuição que viabilizariam maximizar a eficiência da produção” 
(CHRISTOPHER, 2013, p. 46). Isso nos reporta a visão de que a 
produção seria em larga escala e o transporte seria realizado em 
grandes volumes. O que se pode concluir desta estratégia era que 
o foco não estava nos clientes, mas tão somente nos processos. 
Christopher (2013, p. 46) diz mais: “com a contínua transferência 
de poder do canal de distribuição do produtor para o consumidor, 
essa filosofia convencional se torna cada vez menos apropriada”. 
A nova perspectiva não enxerga mais o consumidor no final da 
cadeia, mas sim em seu início. Christopher apresenta o modelo de 
cadeia de suprimentos da empresa de moda ZARA, que cria valor 
real para seus clientes-alvo.
U1 - Logística e seus conceitos22
Figura 1.4 | Ligando valor do cliente à estratégia de cadeia de suprimentos
Fonte: Christopher (2013, p. 47).
Vale ressaltar que não existem dois clientes iguais. Cada um tem 
seus anseios e desejos. Suas necessidades a serem atendidas são 
diferentes. Os desejos de compras mudam de pessoa para pessoa, 
regiões, culturas. Mas, podemos fazer a classificação de nossos 
clientes por segmentos, buscando semelhanças, características 
aproximadas. O estrategista em logística precisa conhecer quais são 
os problemas de atendimento que diferenciam clientes. Realizar 
uma pesquisa de mercado pode ajudar e muito nesta identificação. 
Christopher (2013, p. 49) nos sugere um processo de três etapas: 
a) Identificar os principais componentes de atendimento 
ao cliente, na visão dos próprios clientes; b) Estabelecer a 
importância relativa de componentes de atendimento aos 
clientes; c) Identificar grupos de clientes de acordo com a 
similaridade de preferências de atendimento.
O primeiro ponto citado refere-se à questão das empresas 
presumirem que sabem o que seus clientes necessitam ou 
buscam no mercado. Para que as organizações não incorram 
neste erro, faz-se necessário a aplicação da pesquisa de mercado, 
sendo o primeiro objeto de pesquisa saber o que o cliente deseja 
U1 - Logística e seus conceitos 23
comprar. “O objetivo destas pesquisas é compreender, no linguajar 
dos clientes, a importância que eles atribuem ao atendimento ao 
cliente perante outros elementos do composto de marketing” 
(CHRISTOPHER, 2013, p. 50). Você já deve ter passado por uma 
entrevista em um PDV ou por telemarketing quando uma empresa 
de pesquisa faz várias perguntas sobre que tipo de produto você 
usaria? Quais os motivos que levariam você a comprar? Quais 
motivos levariam você voltar a comprar? Etc.
O segundo ponto apresentado trata da identificação da 
importância dos componentes de atendimento. Quando você 
efetua a etapa um, a entrevista, em um segundo momento, é 
solicitar aos clientes que classifiquem os fatores de aquisição em 
“mais” e “menos” importante na concepção deles. Um exemplo na 
distribuição seria quanto ao tempo que o comprador poderia estar 
preparado para sacrificar para ganhar confiabilidade na entrega, 
ou para a troca do preenchimento de pedido por melhorias na 
entrada de pedidos.
O terceiro ponto, identificar a similaridade de preferências 
de atendimento, ou seja, pelas preferências, volume de compra, 
tamanho do negócio, segmentação do mercado, distância, 
agendamento, peculiaridades para realização da entrega – são 
fatores que podemos usar na hora de compor uma carga ou um 
pedido para fazer a distribuição.
Sendo assim, o desafio para a gestão logística é gerar soluções 
de cadeia de suprimentos adequadas para acolher os anseios desses 
sortidos segmentos de valor. Seria correto classificar os clientes 
pelo poder de compras e assim gerar atendimentos diferenciados 
dando preferências na hora da entrega quando ocorressem 
atrasos nos processos logísticos? Necessita-se salientar que, todas 
as empresas têm de enfrentar um fato básico: haverá diferenças 
significativas na rentabilidade entre os seus clientes.
Christopher (2013, p. 52) diz que o propósito da cadeia de 
suprimentos e logística é “disponibilizar aos clientes o nível e a 
qualidade de atendimento que eles exigem, e executá-lo ao menor 
custo para a cadeia de suprimentos total”. Embora deva ser objetivo 
de qualquer sistema logístico fornecer a todos os clientes um nível 
U1 - Logística e seus conceitos24
As atividades desempenhadas pelos departamentos nas 
organizações sofreram grandes modificações nos últimos anos. 
Setores que trabalhavam como células isoladas, no contexto de 
planejamento, compras, manufatura e distribuição com interfaces 
e limites definidos, hoje, encontram-se agrupadas em um único 
processo: a cadeia de abastecimento integrada (BERTAGLIA, 
2009). Tal procedimento adotado reduz consideravelmente os 
conflitos e disputas entre os departamentos, e, ao mesmo tempo, 
aumenta a velocidade em que a informação circula entre todos os 
envolvidos no processo. Vale também para o aumento na eficácia 
do atendimento ao cliente que anseia para que seu pedido seja 
atendido o mais rápido possível. A quebra dos paradigmas de se 
aplicar a Tecnologia de Informações tem auxiliado e muito às 
organizações a melhorarem seus resultados frente ao mercado e 
também de acordo com seus objetivos internos. Segundo Bertaglia 
(2009, p. 449), “o profissional que não evoluir, não acompanhar as 
mudanças, estará determinando o seu próprio fim”. 
Como você tem reagido à evolução tecnológica? Você é um 
profissional conectado? Como a empresa em que você atua tem 
se portado com as inovações tecnológicas?
Para sermosmultifuncionais, é necessário sermos competentes. 
Sermos ágeis, produzir baixos custos e sermos criativos. A cadeia 
de suprimentos desempenha um papel especial nesse processo, 
pois é fator decisivo na diferenciação competitiva. Considera 
Bertaglia (2009, p. 450):
1.1.5 A cadeia de suprimentos sincrônica
A necessidade de sobrevivência das organizações 
exige que o seu modelo estrutural seja adaptado às 
novas demandas de negócio. A consequência maior 
é a necessidade de adequar o perfil profissional das 
pessoas que tem a incumbência de administrar os 
de atendimento satisfatório, conforme os acordos estabelecidos 
deve-se reconhecer que serão necessárias as prioridades de 
atendimento. A Lei de Pareto é uma ferramenta válida para ajudar-
nos neste processo de análise, desenvolvendo uma estratégia de 
atendimento mais rentável.
U1 - Logística e seus conceitos 25
O profissional de logística da atualidade necessita de uma 
visão mais ampla, observar o negócio como um todo; necessita 
compreender que o cliente é o foco e, é fundamental maximizar 
os valores para a sua retenção e fidelização junto à empresa. 
Para atuar como gestor logístico, o profissional necessita ter um 
perfil eclético, apresentando características como: conhecimento 
de processos, espírito de liderança, visão externa, ser estrategista, 
ser objetivo, ser comunicador. Queremos chamar sua atenção 
para um fato que também é de suma importância: ele necessita 
de apoio. Preparar o “espelho”, ou a “sombra” não faz mal algum. 
Pessoas para auxiliá-lo são muito bem-vindas, principalmente para 
dividir tarefas na transformação e mudanças da empresa.
Então, por que não trabalharmos sincronizados?
Os setores/departamentos, assim como a empresa toda, não 
podem agir como uma ilha isolada. A ideia da sincronização nos 
reporta a compreender que cada fase da cadeia de suprimentos 
está ligada a outra e todas elas caminham para o mesmo objetivo. 
Eis que o papel da informação é primordial para este funcionamento 
pleno, pois é a informação compartilhada que irá gerar a conexão 
entre todos na cadeia de abastecimento.
Para Christopher (2013) as informações a serem comungadas 
entre todos são os dados e previsões de demanda, cronogramas 
de produção, detalhes de lançamento de novos produtos e lista 
de alterações de materiais. Para que tudo isto possa ser funcional, 
os processos (logística) devem estar em funcionamento pleno e 
correto, ou seja, alinhados com o planejamento da organização.
processos reorganizados. Dessa forma, o profissional 
responsável pela compra de matéria-prima passa a 
interagir fortemente com o profissional que recebe os 
pedidos dos clientes. A cadeia de abastecimento passa a 
ter responsabilidade pela adição de valor aos pedidos dos 
clientes por meio do atendimento do produto correto, 
da embalagem adequada, da emissão da nota fiscal e 
do documento de cobrança no qual constem preço e 
quantidade conforme contratado.
U1 - Logística e seus conceitos26
Cada vez mais as organizações de sucesso parecem ter uma coisa 
em comum: o uso de informações e da tecnologia de informação 
para melhorar a receptividade dos clientes (CHRISTOPHER, 2013). 
Infelizmente, não são todas que partilham desta mesma ideia. 
Várias organizações, em seus quadros de colaboradores, padecem 
por terem “líderes” que se baseiam em ferramentas de “gestão” 
do passado. Geralmente suas justificativas vêm precedidas das 
seguintes frases: “há vinte anos eu faço assim...”; “...no meu tempo 
sempre fizemos desta forma...”. Estes são verdadeiros percalços 
nas organizações, gerando entraves e criando situações negativas 
no desenvolver das atividades. Geralmente recorrem a estas frases 
para não se reportarem às novas tendências do mercado, ou, pelo 
simples fato do medo devido à falta de conhecimento técnico. 
E as organizações ficam à mercê destes “gestores” que acabam 
impactando diretamente nos custos e na satisfação dos clientes.
O desafio para gestão logística é encontrar formas de atender 
às necessidades a serem alcançadas sem uma escalada de 
custos que não seja rentável. Sendo assim, o princípio básico de 
sincronização, segundo Christopher (2013, p. 176) é:
Garantir que todos os elementos da cadeia ajam como 
um e, portanto, deve haver a identificação precoce das 
necessidades de transporte e reabastecimento, e, o mais 
importante de tudo, deve haver o nível mais elevado 
de disciplina de planejamento. Em uma cadeia de 
suprimentos sincronizada, a gestão de fluxo de materiais 
de entrada torna-se uma questão crucial.
A logística deve ser uma resposta rápida ao cliente, e para as 
organizações atingirem este patamar, a cadeia de suprimentos 
sincronizada é essencial. O que auxiliou esta formulação da resposta 
rápida fora a aplicação da tecnologia de informação. De acordo 
com Christopher (2013, p. 179): “a ideia básica por trás da resposta 
rápida (QR, quick response) é que, a fim de aproveitar as vantagens 
da concorrência fundamentada no tempo, é necessário desenvolver 
U1 - Logística e seus conceitos 27
sistemas que sejam capazes de responder rapidamente”. Um fator 
positivo com a aplicação da QR é a redução dos leads times 
cumulativos, podendo resultar em um estoque mais baixo. Somente 
para ilustrar, este processo surgiu na indústria da moda e vestuário. 
Bertaglia (2009, p. 474) cita que: “as organizações tradicionais 
estão sofrendo uma transformação importante ao usar a tecnologia 
como base para alterar os seus padrões de comportamento”. 
No passado, não muito distante, as empresas eram engessadas 
e departamentalizadas, com inúmeras funções. As organizações 
contemporâneas devem ser muito mais flexíveis e apresentar 
estruturas organizacionais mutáveis, ou seja, adequar-se conforme a 
necessidade e as alterações que o mercado sofre. Um fator primordial 
aqui, novamente é a informação, que passa a ser compartilhada interna 
e externamente. Dessa forma, a TI passa a ter um papel fundamental, 
pois, fornece suporte para processos importantes como avaliação 
de mercado, gestão da distribuição, atendimento aos clientes, entre 
outros. Para encerrarmos este ponto, quero enfatizar a você que para 
uma organização ter lucro, antes ela precisa ter qualidade.
1.1.6 Gerenciando a cadeia global
Antes de navegarmos neste conceito, gostaria de convidar você 
a observar as opções que temos para disponibilizar o produto, 
e também para disponibilizarmos um serviço. Você deve ter 
observado nas citações sobre os canais de distribuição que eu me 
referi ao atendimento dos consumidores, clientes e intermediários. 
Sobre este aspecto que quero falar. Os intermediários têm um 
papel vital para as organizações que desejam ampliar a sua área de 
atendimento. São eles, os intermediários, que efetuam o elo entre 
os fornecedores e os clientes, em vários processos. Podemos citar 
como exemplo um supermercadista que oferece um vasto mix 
de produtos, disponibilizando em suas gôndolas marcas, produtos, 
bens de consumo. Este supermercadista por ser um intermediário 
direto entre o fornecedor e você, ou, ele ainda poder ser um dos 
elos de toda a cadeia de abastecimento. Observe a figura a seguir 
para você compreender os níveis que podemos encontrar nos 
canais de abastecimento.
U1 - Logística e seus conceitos28
Figura 1.5 | Canais de distribuição – níveis de distribuição
Fonte: O autor (2015).
Fornecedor
Fornecedor
Fornecedor
Fornecedor
Fornecedor
Cliente final
Interm. 1 - 
Varejista
Interm. 2 - 
Varejista
Interm. 2 - 
Atacadista
Interm. 3 - 
Varejista
Interm. 2 - 
Distribuidor
Cliente final
Cliente final
Cliente
final
Cliente final
Interm. 1 - 
Atacadista
Interm. 1 - 
Distribuidor
Interm. 1 - 
E-commerce
Todos estes citados na Figura 5 fazem parte do processo 
de distribuição. Quero ressaltar a você que a escolhado tipo 
de distribuição será feita de acordo com o tipo de produto, 
abrangência de mercado, forma de abastecê-lo, segmentação dos 
clientes e política de distribuição do fornecedor. Não existe aqui 
o caminho certo ou o errado, mas sim, o que melhor atende aos 
anseios do fornecedor para atingir o seu público-alvo.
Abordando o gerenciamento, a cadeia global, dentro dos níveis 
de distribuição, as organizações também podem escolher como 
será este processo. Assim precisamos definir o projeto inicial do 
canal de distribuição. Neste processo podemos optar por três 
modalidades, a saber:
• Distribuição Intensiva: quando o fornecedor opta por 
disponibilizar os seus produtos em vários PDVs, ou seja, atua 
junto a todos os meios de distribuição para atingir os seus 
consumidores. Um exemplo clássico que podemos encontrar 
em todos os ambientes é um refrigerante. Você encontra uma 
lata de refrigerante em uma padaria, confeitaria, mercado, 
mercearia, farmácia, lojas de conveniência, restaurantes, 
hotéis etc. O produto é pulverizado, massificado. A ideia é 
que todos possam ter acesso a ele.
• Distribuição Exclusiva: quando o fornecedor opta por 
disponibilizar os seus produtos somente para aqueles 
U1 - Logística e seus conceitos 29
intermediários que garantirem a distribuição exclusiva de sua 
marca. Um exemplo clássico para este tipo de distribuição são 
as concessionárias de veículos zero quilômetro. Você não irá 
encontrar um carro zero da marca X em uma concessionária da 
marca Y. Isso pode ocorrer também com aqueles refrigeradores 
que encontramos nos varejistas, com uma determinada marca 
estampada na geladeira. Aquele imobilizado só pode ser usado 
para expor a marca que está rotulada no refrigerador. Isso é a 
exclusividade. É elaborado um contrato entre as partes.
• Distribuição Seletiva: quando o fornecedor analisa o perfil 
do público que frequenta a empresa que irá representar a 
sua marca, levando em consideração questões de renda, 
localização, status, ambiente de atendimento e exposição do 
produto. Um exemplo clássico para este tipo de distribuição 
é aplicado às marcas de relógios famosos: Rolex, Bulova 
etc. Este tipo de produto é para um público mais seleto, 
que não procurará produtos com estas características em 
uma simples loja no bairro retirado.
Você pode observar que, escolher os canais de distribuição 
não é fácil, muito menos, em qual intensidade o seu produto será 
ofertado e para quem. Aqui, justifica-se a necessidade da aplicação 
de uma pesquisa de mercado, para evitarmos possíveis erros e 
custos desnecessários. A partir destas análises, eu venho apresentar 
para você o que cita Christopher (2013, p. 205):
A lógica da empresa global é clara: pretende expandir 
seus negócios alargando seu mercado, enquanto busca 
redução de custos mediante economias de escala 
na aquisição e na produção, bem como por meio da 
fabricação concentrada e/ou de operações de montagem.
Vale ressaltar que, quando se pretende atender a todos os 
públicos, o trabalho não é fácil. Os mercados e clientes não são 
homogêneos, diferenças econômicas, culturais, sociais, políticas, 
religiosas e legais podem ser barreiras em algumas regiões e 
para outras não. Outro fator preponderante para a distribuição 
maciça é a questão do lead time. Hoje, por mais que as distâncias 
U1 - Logística e seus conceitos30
Questão para reflexão
Na seção 1, você observou as definições de logística e canais de 
distribuição, bem como, o seu papel nas organizações, seus efeitos 
e suas características. Você já parou para analisar como um simples 
produto que você adquiriu na gôndola de um supermercado pode 
estar ali disponível no exato momento em que você o necessita 
ou deseja?
Atividades de aprendizagem
1. De acordo com Nogueira (2012) e Bertaglia (2009), logística e canais de 
distribuição não têm a mesma definição. Discorra sobre quais as definições 
de logística e os canais de distribuição e, como eles se inter-relacionam 
nas organizações?
2. De acordo com os assuntos abordados sobre logística e canais de 
distribuição, analise as sentenças a seguir:
I. “O objetivo clássico da cadeia de suprimentos é possibilitar que os produtos 
certos, na quantidade certa, estejam nos pontos de venda no momento 
certo, considerando o maior custo possível” (BERTAGLIA, 2009, p. 11).
II. A logística deve ser uma resposta rápida ao cliente e para as organizações 
atingirem este patamar a cadeia de suprimentos sincronizada é essencial. 
O que auxiliou esta formulação da resposta rápida foi a aplicação da 
tecnologia de informação.
III. “A maioria das organizações se vê como entidade independente 
das outras, e de fato precisam competir com elas a fim de sobreviver. 
No entanto, essa filosofia pode ser autodestrutiva se levar a uma falta 
de disposição em cooperar para competir. Por trás desse conceito 
aparentemente paradoxal está a ideia de integração da cadeia de 
suprimentos.” (CHRISTOPHER, 2013, p. 15).
IV. Segundo Ballou (2006, p. 26) a logística empresarial “é um campo 
relativamente novo do estudo da gestão integrada, das áreas tradicionais 
das finanças, marketing e produção”.
possam ser reduzidas pelo meio de transporte aéreo, não é em 
todos os lugares e regiões que encontramos um aeroporto fácil, 
bem como, não são todos os produtos que apresentam um valor 
agregado para custear um meio de transporte como esse, que, 
vale relembrar, é o mais caro entre os modais disponíveis. 
U1 - Logística e seus conceitos 31
Assinale a alternativa correta:
a) As sentenças I e IV estão corretas.
b) As sentenças I e III estão corretas.
c) As sentenças I, II e III estão corretas.
d) As sentenças II, III e IV estão corretas.
U1 - Logística e seus conceitos32
Seção 1.2
Os canais de distribuição reversa: fundamentos; 
competitividade e questões legais
Introdução à seção
1.2.1 Conceitos de canais de distribuição e logística reversa
Devido ao grande aumento do consumo de produtos de 
bens de consumo e matérias-primas, descartes, desperdícios, 
exploração do meio ambiente, muitas vezes, de forma agressiva, 
necessitamos aplicar uma política sustentável de negócio para 
tentar diminuir ao máximo os impactos, bem como, buscar uma 
redução na linha de produção aplicando conceitos como o reuso, 
reciclagem e desmanche. O tratamento dos resíduos sólidos 
também é uma fonte de captação de recursos financeiros, sendo 
estes lançados como recursos financeiros não operacionais. Iremos 
observar a importância da aplicação da logística reversa nos canais 
de distribuição, bem como, quais os impactos positivos que as 
organizações podem obter com este processo.
Convido-o a fazer uma pequena reflexão sobre os conceitos 
que abordamos na seção anterior. Você agora está mais do que 
ciente que logística corresponde aos processos aplicados nas 
organizações dentro da cadeia de suprimentos/abastecimento/
distribuição. De acordo com Xavier e Corrêa (2013, p. 3):
Gestão de cadeias de suprimento é a administração 
integrada dos processos principais de negócios 
envolvidos com a gestão das instalações e dos fluxos 
físicos, financeiros e de informações, englobando desde 
os produtos originais de insumos básicos até a disposição 
do produto final pós-consumo, no fornecimento de bens, 
serviços e informações, de forma a agregar valor para 
todos os clientes – intermediários e finais – e para outros 
grupos de interesse legítimos e relevantes para a rede.
Necessitamos entender a cadeia de suprimentos em seu ciclo 
tradicional para podermos aprimorar os conhecimentos dos canais 
de distribuição reversa. É perceptível que nos canais de distribuição 
encontramos um conjunto de empresas vinculadas por processos 
U1 - Logística e seus conceitos 33
de negócio, que possibilitam atender à demanda de um cliente 
por um produto ou serviço. Quero lembrá-lo que, no canalde 
distribuição direto, segundo Tadeu et al. (2012, p. 15):
O fornecedor de matéria-prima realiza a primeira etapa, 
seguida de transporte e armazenagem inicial. A fase 
seguinte corresponde ao transporte do armazém para 
o beneficiamento subsequente. Já na terceira fase, 
identifica-se o transporte da fábrica para os subsistemas 
de atacado/varejo, e, finalmente, o transporte de produtos 
aos clientes/consumidores finais. Os produtos/bens são 
movimentados (manuseio e transporte) com o objetivo 
de entrega ao consumidor final e a esta série de atividades 
denomina-se distribuição física de produtos/bens quando 
ela ocorre unicamente em um território nacional.
Figura 1.6 | Canais de distribuição direta
Fonte: Portal Guia do TRC (2015).
Após esta reflexão podemos discorrer sobre o conceito da 
logística reversa. Para Leite (2009, p. 15) “logística reversa tem o 
seu foco relacionado no retorno de bens a serem processados em 
reciclagem de materiais, denominadas e analisados como canais 
de distribuição reversos”. Já, segundo a CLM – Councilof Logistic 
Management (1993, p. 323) citado por Leite (2009, p. 16), a logística 
reversa é: “um amplo termo relacionado às habilidades e atividades 
envolvidas no gerenciamento de redução, movimentação e 
disposição de resíduos de produtos e embalagens [...]”.
U1 - Logística e seus conceitos34
Você ou a organização em que você atua tem uma política 
de logística reversa dos produtos que são descartáveis / 
resíduos sólidos?
Imaginem todos os produtos que fossem produzidos, ao seu 
descarte não fossem reciclados, retornassem à linha de produção 
para reaproveitamento e/ou reuso dos mesmos, fossem descartados 
de forma inconsciente? Será que haveria espaços para depositar 
todo esse lixo? E as fontes de matéria-prima, principalmente às 
minerais, não seriam extintas devido ao alto volume de exploração 
desenfreado e sem controle do impacto ambiental?
Os canais de distribuição reversos irão tratar de todo o descarte 
originário dos produtos de pós-venda e pós-consumo. Assim como 
o produto tem uma sequência lógica para chegar ao seu destino 
final, o cliente/consumidor final, o caminho inverso irá destinar-se 
a captar o descarte e retornar para o fornecedor que originou este 
bem. Tadeu (2012) divide o conceito de Canais de Distribuição 
Reverso em duas frentes: produto de pós-venda e pós-consumo.
Afirma Tadeu et al. (2012, p. 16):
Canais de distribuição reversos de pós-venda 
constituem-se pelas diferentes modalidades de 
retorno de uma parcela de bens/produtos com pouca 
ou nenhuma utilização à sua origem, ou seja, tem seu 
fluxo inverso/reverso do comprador, consumidor, 
usuário final ao atacadista, varejista ou ao fabricante 
pelo simples fato de defeitos, não conformidades, erros 
de emissão de pedido; Canais de distribuição de pós-
consumo é constituído por diferentes modalidades de 
retorno ao ciclo de produção/geração de matéria prima 
de uma parcela de bens/produtos ou de seus materiais 
constituintes após o fim de sua vida útil, subdividindo-se 
em reuso, desmanche e reciclagem.
A logística reversa deve ser utilizada e explorada como uma 
vantagem competitiva. O conceito de empresa verde, aos poucos, 
vem sendo difundido no mercado consumidor. Clientes com maior 
consciência acabam procurando por empresas e produtos que 
U1 - Logística e seus conceitos 35
A. Canais de distribuição reversos de ciclo aberto são 
formados pelas diversas etapas de retorno de materiais 
constituintes dos produtos de pós-consumo: metais, 
plásticos, vidros, papéis etc., materiais extraídos de 
diferentes produtos de pós-consumo, visando à 
reintegração ao ciclo produtivo e substituindo matérias-
primas novas na fabricação de diferentes tipos de produtos. 
B. Canais de distribuição reversos de ciclo fechado 
são constituídos pelas etapas de retorno de materiais 
constituintes dos produtos de pós-consumo, nas quais os 
materiais constituintes de determinado produto descartado 
ao fim de sua vida útil são extraídos seletivamente dele para 
fabricação de um produto similar ao de origem. Neste caso, 
por interesses tecnológicos, econômicos, logísticos ou de 
outra ordem, todas as fases da cadeia produtiva reversa são 
especializadas para a revalorização do material constituinte 
de determinado produto.
Você pode perceber que tudo o que produzimos hoje, de 
alguma forma, pode ser aproveitado, gerando valores sustentáveis 
para a organização que atua com estes ciclos. Talvez possa ter 
gerado uma dúvida quanto ao Canal Fechado, mas, um exemplo 
bem prático deste sistema é quando descartamos óleos e 
lubrificantes automotivos usados. A operação reversa retira e 
elimina as impurezas, efetua a adição de aditivos e os reintegra ao 
ciclo produtivo como novo óleo.
se preocupam com o meio ambiente. Outro fator importante da 
aplicação da logística reversa é que, podemos reaproveitar os materiais 
descartados no ciclo produtivo, evitando assim a necessidade de 
buscar, no meio e junto aos fornecedores, os insumos.
Depois de concluídas as fases de fluxo logístico direto, grande 
parcela dos bens de pós- consumo retornarão ao ciclo de produção 
de matéria-prima, partes, peças, componentes, e acessórios, por 
meio dos canais reversos de pós-consumo, seja por meio do 
reuso, seja pela reciclagem, constituindo produtos similares ou um 
novo produto (TADEU et al., 2012).
Leite (2009, p. 54-56) classifica as categorias de ciclos reversos 
de retorno ao ciclo produtivo em:
U1 - Logística e seus conceitos36
Sobre a ótica e perspectiva estratégica, refere-se às decisões 
no macroambiente composto pela sociedade e comunidades 
locais, governos e ambiente concorrencial. Assim sendo, levará 
em consideração as características que garantirão competitividade 
e sustentabilidade às empresas nos eixos econômico e ambiental 
por meio de vários objetivos empresariais: recuperação de valores, 
seguimento de legislações, prestação de serviços aos clientes, 
demonstração de responsabilidade empresarial, reforço de 
imagem de marcar ou corporativa e conter os riscos de cenários 
negativos (LEITE, 2009).
Para a organização poder usar a logística reversa como uma 
estratégia empresarial, ela necessita levar em consideração os 
aspectos de relevância para as operações executadas, tais como: 
localizações de origens e destinos, quais modais de transporte 
serão aplicados, observar a forma que será executada a gestão 
de armazenagem e estocagem, qual o sistema de informação 
utilizado etc.
Afirma Leite (2009, p. 17-18):
1.2.2 A logística reversa como estratégia empresarial
A logística reversa, por meio de sistemas operacionais 
diferentes em cada categoria de fluxos reversos, tem como 
objetivo tornar possível o retorno dos bens ou de seus 
materiais constituintes ao ciclo produtivo ou de negócios. 
Agrega valor econômico, de serviço, ecológico, legal e de 
localização ao planejar as redes reversas e as respectivas 
informações e ao operacionalizar o fluxo, desde a coleta 
dos bens de pós-consumo ou de pós-venda, por meio dos 
processamentos logísticos de consolidação, separação e 
seleção, até a reintegração ao ciclo.
U1 - Logística e seus conceitos 37
Figura 1.7 | Estratégia empresarial e a logística reversa
Fonte: O autor (2015).
Sociedade
• Educação
• Hábitos
• Mídia
• Propaganda
Organização empresarial
 Ambiente Interno 
Empresarial
• Recursos disponíveis
• Capacitação
• Fase emprresarial
 Ambiente Empresarial
• Competição
• Empresas das cadeias 
reversas
• Disponibilidade de 
serviço de logística 
reversa
• Setor empresarial
• Tecnologia
 Governo
• Legislação
• Regulamentação
• Penalizações
 Estratégia da 
Logística reversa
• Objetivos 
estratégicos
• Objetivos 
operacionais

Outro fator que também chama a atenção quanto ao empregoda 
logística reversa, reporta-se às questões de sustentabilidade. Segundo 
Christopher (2013, p. 289): 
A crescente preocupação com o meio ambiente, em 
especial a possibilidade de alterações climáticas causadas 
pelo aquecimento global, dirige o foco para o moco 
como as atividades humana e econômica tem potencial 
de afetar negativamente a sustentabilidade do planeta 
em longo prazo.
Assim sendo, necessitamos planejar corretamente às ações 
empresariais, pois estas poderão afetar negativamente o nosso meio. 
Necessitamos enfatizar a importância de se analisar o impacto das 
decisões de negócios sobre três áreas-chaves:
• Meio ambiente: poluição; mudanças climáticas; o 
esgotamento de recursos escassos. 
• Economia: efeitos sobre a vida das pessoas e segurança 
financeira; rentabilidade da empresa.
• Sociedade: redução da pobreza; melhoria das condições de 
vida e de trabalho.
U1 - Logística e seus conceitos38
Esta preocupação se faz necessária para garantir no longo prazo 
a viabilidade e a continuidade da empresa, bem como contribuir 
para o futuro bem-estar da sociedade. Desta forma, quais medidas 
práticas as organizações podem tomar para melhorar a intensidade 
do transporte de suas cadeias de suprimento?
(A) Analisar a concepção de produtos e lista de materiais.
(B) Revisão das opções de transporte.
(C) Melhoria na utilização dos transportes.
(D) Utilização da estratégia de adiamento: produtos que 
podem ser expedidos a granel de seu ponto de origem e serem 
montados ou configurados para os requisitos locais mais próximos 
do ponto de uso podem ser uma oportunidade para reduzir a 
intensidade global de transportes.
No passado, pouca visão fora dada ao desafio da logística 
reversa, muitas vezes resultando em custos extremamente elevados. 
Atualmente, devido às regulamentações cada vez mais rigorosas, a 
questão está muito mais em destaque. O desafio hoje é criar cadeias 
de suprimentos do tipo “trajeto fechado” que permitirão um nível 
muito mais alto de reutilização e reciclagem.
A logística reversa é uma grande oportunidade para as 
empresas reduzirem o impacto, tanto sobre os seus custos 
quanto sobre sua pegada de carbono, assim deve ser 
analisada como uma oportunidade e não como uma ameaça.
Os processos de reduzir, reutilizar e reciclar na gestão 
sustentável da cadeia de distribuição está agora começando 
a receber maior atenção na maioria das empresas. Cresce 
o entendimento de que ela não é só uma estratégia focada 
na redução do impacto ambiental, mas também é uma 
estratégia para a melhoria da rentabilidade global da 
empresa, pois utilizando estes princípios, há um consumo 
menor de recursos (CHRISTOPHER, 2013, p. 301).
E tratando de competitividade e redução de custos e impactos 
ao meio, surge a oportunidade de ganhos com a prestação de 
serviços especializados em logística reversa.
U1 - Logística e seus conceitos 39
As oportunidades nos países mais desenvolvidos e as mais 
recentes experiências no Brasil nos apresentam um amplo campo 
de possibilidades de trabalho aos operadores logísticos que se 
dedicam a logística reversa. Em geral, os processos da logística 
reversa não apresentam economia em escala suficiente para 
serem realizadas por empresas isoladas, exigindo, dessa maneira, 
o intermédio de especialistas em diversas áreas. “Lapidar-se em 
serviços especializados de logística reversa, além de proporcionar 
inovações e acréscimo de valor a seus clientes, pode se tornar um 
importante diferencial competitivo para os operadores logísticos” 
(LEITE, 2009, p. 36).
1.2.3 A legislação aplicada sobre a logística reversa no Brasil
O emprego eficiente dos recursos naturais, bem como a 
diminuição ou eliminação da produção de resíduos, efluentes e 
emissões, têm sido analisados sob a visão da sustentabilidade, por 
intermédio de uma gestão mais ecoeficiente de recursos, processos 
e infraestrutura (XAVIER; CORRÊA, 2013, p. 79). Atualmente, no 
Brasil, existem leis específicas que têm impactado os sistemas 
produtivos de forma considerável.
Entre as décadas de 80 e 90, a política nacional do meio 
ambiente, instituída pela Lei nº 6.938/1981, consolidou-se como o 
principal marco regulatório a tratar do gerenciamento ambiental do 
país. Esta lei, aprovada durante o regime militar, apresentou-se como 
instrumento moderno e inovador em relação aos padrões ambientais 
vigentes na América Latina (Presidência da República – Casa Civil).
A política nacional dos recursos hídricos, estabelecida pela 
Lei nº 9.433/1997, delibera sobre a outorga e cobrança pelo 
uso de recursos hídricos, bem como sobre a compensação dos 
munícipios em que ocorre a exploração de recursos ambientais 
(Presidência da República – Casa Civil). Por meio dessa lei, foram 
regulamentados os mecanismos de gestão dos recursos hídricos e 
também de prevenção da poluição decorrente do lançamento de 
esgotos e resíduos (líquidos ou gasosos) em corpos hídricos.
U1 - Logística e seus conceitos40
A Lei nº 9.605/1998, conhecida como a Lei de Crimes 
Ambientais, regulamenta o uso de sansões e multas para os 
responsáveis por impactos ambientais e considera a pessoa física 
como responsável pelo impacto ambiental decorrente de atividade 
industrial (Presidência da República – Casa Civil).
O principal instrumento regulamentador que define o conceito e 
a implantação da Logística Reversa no Brasil é a Lei nº 12.305/2010, 
que estabelece a política nacional de resíduos sólidos (PNRS). 
Com esta lei, os produtores, importadores e comerciantes são 
corresponsabilizados pelos impactos decorrentes da produção, 
transporte, consumo e destinação de produtos. O texto da PNRS 
inicia fazendo menção à alteração da Lei de Crimes Ambientais, 
justamente por priorizar a aplicação de multas e sanções por danos 
causados por gestão ambientalmente inadequada de resíduos 
(sólidos, líquidos ou gasosos) (Presidência da República – Casa Civil). 
De acordo com Xavier e Corrêa (2013, p. 80-81):
Figura 1.8 | Sustentabilidade
Fonte: <http://www.centralgraos.com.br/timac-agro-sustentabilidade/>. Acesso em: 25 fev. 2015.
Dependendo da forma de uso dos recursos naturais e da 
forma de destinação de resíduos, a qualidade dos recursos 
naturais e, portanto, a qualidade de vida da população pode 
ser seriamente comprometida. Por outro lado, a gestão 
ambiental eficiente evita tanto a exploração abusiva dos 
recursos como a degradação ambiental. A gestão ambiental 
torna-se uma necessidade, tanto pela ótica da preservação 
U1 - Logística e seus conceitos 41
e melhoria da qualidade de vida, como também pelo uso 
ecoeficiente dos recursos visando sua preservação para uso 
das gerações futuras.
Você pode observar que, nossos atos, assim como das 
empresas, estão intimamente ligados com o meio, podendo 
impactar negativamente se não tomarmos os devidos cuidados 
com a preservação deste. 
A política nacional de resíduos sólidos (PNRS) define logística 
reversa como o instrumento de desenvolvimento econômico e 
social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e 
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos 
sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu 
ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final 
ambientalmente adequada.
Com base no entendimento do PNRS, pode-se analisar a 
influência de cada alternativa na logística reversa. Os rejeitos 
não podem ser objeto de retorno na cadeia produtiva por 
serem considerados como incapazes de serem submetidos a 
qualquer forma de tratamento ou recuperação com tecnologia 
economicamente viável. Por outro lado, as alternativas de 
destinação de resíduos são passíveis de serem incluídas nas cadeias 
que compõem a logística reversa e de ciclo fechado.
A maioria das leis sobre bens de pós-venda e pós-consumo 
está orientada principalmente aosfabricantes, solicitando-se 
destes a responsabilidade sobre produtos e embalagens. Todos 
os fabricantes são responsabilizados pela organização dos 
canais reversos após o seu ciclo de vida útil. Porém, vários países 
não apresentam uma legislação ou programas voltados aos 
consumidores finais. Vale ressaltar que muitos consumidores 
não têm a consciência verde ou sustentável perante a 
sociedade. Sendo assim, cabe ao governo a intervenção por 
meio de legislações. Sobre este aspecto da responsabilidade do 
consumidor final, você é uma pessoa que pensa no futuro? Como 
você se comporta quanto às questões da sustentabilidade? Como 
está sua pegada de carbono?
U1 - Logística e seus conceitos42
É evidente a necessidade da conivência entre o poder público, 
o setor privado e a sociedade para, de um lado, elaborar meios 
de regulamentação e controle e, de outro lado, haver o efetivo 
cumprimento das normas regidas. A revalorização legal de bens 
pós-consumo ocorrerá por meio do cumprimento dessas normas 
e regulamentos, posto que a responsabilidade sobre um produto 
não é encerrada quanto se concretiza a venda, estende-se até a 
disposição segura e correta até o seu destino final, reutilizando, 
reciclando, ou até mesmo gerando novas formas de energia e ou 
utilização (TADEU et al., 2002).
1.2.4 Aspectos da implantação da logística reversa
No meio empresarial, cada vez mais competitivo e acirrado, 
empresas “lutam” por “migalhas”. Qualquer erro ou falta de 
planejamento pode gerar custos desnecessários e elevadíssimos. 
As organizações, quando buscam novas tecnologias ou novas 
ferramentas/processos de trabalho, antes de implantarem, 
necessitam saber quanto isto irá custar e, quanto terá de retorno 
depois que estiverem executando. Com a logística reversa não 
seria diferente. 
As organizações necessitam de fatores motivadores para 
implantarem algo novo em suas atividades e, a logística reversa oferta 
alguns pontos que são relevantes e precisam da nossa apreciação:
• A revalorização econômica de componentes ou materiais.
• A prestação de serviços a clientes ou consumidores finais.
• A proteção da imagem corporativa ou da marca.
• O cumprimento da legislação.
Estes quatro fatores são premissas circunstanciais para que as 
organizações possam olhar com bons olhos para o processo reverso. 
No entanto, “nem tudo o que reluz é ouro”, existem aspectos 
que desafiam a implantação da logística reversa, tais como:
• O custo do retorno.
U1 - Logística e seus conceitos 43
• A localização fragmentada dos pontos de descarte, o que 
compromete a eficiência.
• A contaminação dos produtos recolhidos que podem 
comprometer a qualidade do mesmo.
• A localização dos centros de reciclagem.
• A especialização dos centros de reciclagem por tipo de 
material como forma de garantir o foco dos processos 
desenvolvidos.
Infelizmente um fator que muitas empresas pontuam como 
negativo é a localização dos centros de reciclagem, elevando ainda 
mais os custos devido ao transporte e deslocamento dos materiais 
até o seu destino final, sendo também, a localização fragmentada 
dos pontos de descarte, outra grande agravante negativa para a 
logística reversa.
Tudo o que a sociedade descarta em seus processos humanos 
só passou a ser um problema com o crescimento da população 
mundial em direta correlação com o volume de resíduos. “A 
quantidade de lixo produzido no mundo tem sido grande e má 
gestão, além de provocar gastos financeiros significativos, pode 
provocar graves danos ao meio ambiente e comprometer a saúde 
e o bem-estar da população”. (TADEU et al. 2012, p. 49).
A produção de lixo urbano é de tal intensidade que não é possível 
conceber uma cidade sem considerar a problemática gerada pelos 
resíduos sólidos desde a etapa da geração até a disposição final. 
Em países desenvolvidos como o Brasil, há previsão de que 95% do 
aumento populacional ocorrerá em áreas urbanas. 
A deliberação normativa do Copam nº 118 (COPAM, 2008, art. 
2º) relaciona algumas das áreas permitidas e não permitidas para a 
disposição de resíduos urbanos:
1.2.5 O gerenciamento de resíduos sólidos no Brasil
U1 - Logística e seus conceitos44
a. Área de preservação permanente (APP): área 
protegida coberta ou não por vegetação nativa, com a 
função ambiental de preservar nos recursos hídricos, a 
paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade, o 
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar 
o bem-estar das populações humanas. Não pode ser 
destino de resíduos;
b. Lixão: forma inadequada de disposição final de resíduos 
sólidos, caracterizada pela sua descarga sobre o solo, sem 
critérios técnicos e medidas de proteção ambiental ou à 
saúde pública. É o mesmo que descarga ao céu aberto;
c. Aterro Controlado: técnica de disposição de resíduos 
sólidos urbanos no solo, sem causar danos ou riscos à 
saúde pública e à segurança, minimizando os impactos 
ambientais;
d. Depósito de Lixo: denominação genérica do local 
utilizado para destinação final de resíduos sólidos urbanos 
coletados pela municipalidade, que dependendo da 
técnica ou forma de implantação e operação pode ser 
classificado como: aterro sanitário, aterro controlado, 
lixão ou outra técnica pertinente;
e. Aterro Sanitário: técnica adequada de disposição de 
resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à 
saúde pública e à segurança, minimizando os impactos 
ambientais, que utiliza princípios de engenharia para 
confinar os resíduos sólidos à menor área possível e 
reduzi-los ao menor volume permissível, cobrindo-os 
com uma camada de terra na conclusão de cada jornada 
de trabalho, ou a intervalos menores, se necessário. São 
instalados em área geologicamente apropriadas, distantes 
de rios e outras fontes de água.
Como você pode observar, não é tão simples a gestão dos 
resíduos sólidos. Necessitamos de técnicas e processos adequados 
para que não possamos interferir, negativamente, no meio social 
e ambiental. Vale apontar que, este processo do tratamento dos 
resíduos sólidos urbanos também faz parte da Logística Reversa na 
Cadeia de Distribuição. 
Não cabe somente ao Estado ter às devidas preocupações em 
como será tratado estes resíduos, você também precisa fazer sua 
parte em atos simples, como a seleção do seu lixo doméstico. Parece 
ser insignificante este tema, mas, se todos fizerem, os resultados 
no meio ambiente serão muito mais positivos. Infelizmente, o que 
U1 - Logística e seus conceitos 45
impede que estes processos sejam mais eficientes é a própria falta 
da responsabilidade dos indivíduos, bem como, muito das vezes, 
a falta de conhecimento do que um simples papel de bala pode 
ocasionar ao meio em que vivemos. E você, tem feito sua parte 
para ajudar os processos de Logística Reversa?
1.2.6 A logística reversa – elementos de um instrumento sustentável
Quero convidar você para a seguinte reflexão: Logística reversa 
é sustentabilidade?
Ao contrário do que muitos pensam, a logística reversa é apenas 
um processo com foco empresarial, pensando retornos no mercado, 
e não um processo que foi desenvolvido visando ao alcance da 
sustentabilidade. A logística reversa refere-se a todos os esforços 
para movimentar mercadorias do seu lugar típico da eliminação 
a fim de recuperar valor. Este processo não invoca os preceitos de 
sustentabilidade e sim uma cultura de redução de custos com busca 
pelo lucro. Mas alguns processos da logística reversa têm pressupostos 
de sustentabilidade, como a logística verde ou ecológica. Estes termos 
tratam de compreender e minimizar ao máximo o impacto ecológico 
da logística. A logística verde aparece para ofertar uma alternativa de 
interação entre as dimensões sociais, econômicas e, principalmente, 
ambientais da logística reversa. Um de seus objetivos é apresentar às 
organizações o custo

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