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LIVRO - LOGÍSTICA REVERSA II - UNIASSELVI

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LOGÍSTICA REVERSA
Programa de Pós-Graduação EAD
UNIASSELVI-PÓS
Autoria: Antonio Pedro Barbosa
CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI
Rodovia BR 470, Km 71, no 1.040, Bairro Benedito
Cx. P. 191 - 89.130-000 – INDAIAL/SC
Fone Fax: (47) 3281-9000/3281-9090
Reitor: Prof. Hermínio Kloch
Diretor UNIASSELVI-PÓS: Prof. Carlos Fabiano Fistarol
Coordenador da Pós-Graduação EAD: Profa. Cláudia Regina Pinto 
Michelli
Equipe Multidisciplinar da 
Pós-Graduação EAD: Prof.ª Bárbara Pricila Franz
 Prof.ª Cláudia Regina Pinto Michelli
 Prof. Ivan Tesck
Revisão de Conteúdo: Roberto Gärtner
Revisão Gramatical: Iara de Oliveira
Revisão Pedagógica: Bárbara Pricila Franz
Diagramação e Capa: 
Centro Universitário Leonardo da Vinci – UNIASSELVI
Copyright © UNIASSELVI 2016
Ficha catalográfica elaborada na fonte pela Biblioteca Dante Alighieri
 UNIASSELVI – Indaial.
 658.71
 B238l Barbosa, Antônio Pedro
 Logística reversa / Antônio Pedro Barbosa. Indaial : 
UNIASSELVI, 2016.
 138 p. : il.
 
 ISBN 978-85-69910-27-5
 1. Logística Empresarial.
 I. Centro Universitário Leonardo Da Vinci. 
Antonio Pedro Barbosa
Mestre em Gestão Moderna de Negócios 
pela Universidade Regional de Blumenau - FURB 
em (2000). Até 2012 atuou como professor da Centro 
Universitário Facvest, na cidade de Lages, ministrando 
as disciplinas de Administração de Materiais e Patrimônio, 
Administração de Serviços, Administração da Produção, 
Logística na Cadeia de Suprimento, Administração de 
Marketing e Empreendedorismo. Atuou como Professor 
do Centro Universitário Leonardo da Vinci, nos Cursos de 
Graduação a Distância - NEAD, atuando como responsável 
pelas disciplinas de Marketing Industrial e de Serviços; 
Marketing de Vendas; Marketing de Relacionamento; Pesquisa 
de Mercado; Logística de Suprimento e Distribuição; 
Logística da Produção e Serviços; Logística Reversas e 
Análise de Transportes até junho de 2015. Com vasta 
experiência docência e conhecimentos práticos na área 
administrativa, onde atuou em grandes empresas 
como Gerente de Compras e Gerente de Vendas. 
Autor do livro Princípios Básicos da Logística 
na Cadeia de Suprimentos publicado pela 
Qualitymark Editora no ano de 2013.
Sumário
APRESENTAÇÃO ..........................................................................07
CAPÍTULO 1
Fundamentos da Logística Reversa ..........................................09
CAPÍTULO 2
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa ........29
CAPÍTULO 3
CAPÍTULO 4
CAPÍTULO 5
Competitividade Sustentável e Logística Reversa .................61
Ciclo de Vida dos Bens de Revalorização: Destinação 
e Reutilização ..............................................................................89
Barreiras à Logística Direta e à Logística Reversa .............119
APRESENTAÇÃO
Quando falamos em Logística, estamos referindo-nos às atividades 
relacionadas com compras, recebimento, produção, armazenagem, transporte, 
circulação, distribuição, retorno dos materiais de pós-venda e pós-consumo, 
bem como reciclagem e o reaproveitamento dos resíduos sólidos. Portanto, de 
acordo com os vários autores pesquisados, existem basicamente dois ramos da 
Logística: a Logística Direta e a Logística Reversa.
O conceito de Logística Reversa é mais abrangente do que o conceito de 
Logística Empresarial, que significa, em sua essência, a sequência de atitudes 
e ações bem planejadas, bem executadas e bem administradas de acordo com 
cada etapa do processo produtivo e distributivo, cujo início ocorre com a aquisição 
dos recursos externos, principalmente a compra da matéria-prima, a qualificação 
da mão de obra, aquisição de máquinas e equipamentos, bem como veículos 
tecnologicamente viáveis.
Porém não basta ter acesso aos recursos existentes, é preciso que estes 
recursos estejam adequados às demandas de produção, de distribuição e 
somados a outros elementos, como: o remanejamento dos produtos de pós-venda 
e dos materiais resultantes do pós-consumo. Estes elementos estão relacionados 
à coleta, ao conserto, à reciclagem, à venda no mercado primário, ou no mercado 
secundário, ou, até mesmo, o seu descarte final. Esta complementação forma a 
Logística Integral, uma vez que não dá para desassociar uma da outra, isto é, a 
Logística Reversa é uma extensão da Logística Empresarial.
O nosso caderno foi desenvolvido por meio dos seguintes capítulos:
No capítulo 1, estudaremos a Fundamentação, importância e objetivos da 
Logística Reversa, bem como sua diferença em relação à Logística Verde.
No capítulo 2, concentrar-nos-emos nos modelos e na evolução conceitual 
da cadeia de suprimentos; o processo tecnológico, o ciclo de vida do produto e o 
meio ambiente; os pré-requisitos para o sucesso na cadeia de suprimentos e os 
fatores motivacionais para a adoção das estratégias logísticas. 
No capitulo 3, vamos conceituar a Logística Empresarial e a competitividade 
de mercado, a Logística Reversa e as oportunidades de negócios, a dimensão 
quantitativa e qualitativa do mercado da Logística Reversa.
No capítulo 4, classificaremos os produtos de pós-venda e de pós-consumo; 
os motivos das devoluções dos bens de pós-venda; as redes de apoio aos 
produtos de pós-consumo; os motivos da reutilização dos bens duráveis de pós-
consumo; o processo de reciclagem e venda dos materiais de pós-consumo; e 
o ciclo reverso dos materiais de pós-consumo abertos e fechados, bem como 
conheceremos um pouco os tipos e as aplicações das embalagens na produção, 
no manuseio, transporte e em seu descarte no mercado secundário, relacionado 
com a Logística Reversa.
No capítulo 5, estudaremos as barreiras que impedem ou atrapalham a 
execução da Logística Reversa; problemas comuns à implantação da Logística 
Reversa e as estratégias para evitar problemas com ela, finalizando com uma 
visão geral da Logística Reversa e seu impacto no mundo dos negócios, em 
níveis nacional e internacional.
Iniciemos os estudos? Então, vamos lá! 
O autor.
CAPÍTULO 1
Fundamentos da Logística Reversa
A partir da perspectiva do saber fazer, neste cápitulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
	Conhecer os principais aspectos da Logística Reversa, fundamentação, im-
portância e seus objetivos.
	Diferenciar a Logística Reversa da Logística Verde.
10
 LOGÍSTICA REVERSA
11
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Contextualização
Neste capítulo, abordaremos de maneira clara os fundamentos da Logística 
Reversa, bem como alguns tópicos relacionados a sua importância e sua abrangência 
no mundo dos negócios e, principalmente, sua relação e contribuição na minimização 
dos efeitos nocivos ocasionados pelo descarte dos produtos relacionados com o pós-
consumo. Sendo assim, procuraremos esclarecer o significado, os objetivos e o que a 
Logística Reversa representa para a cadeia de suprimentos.
 Desse modo, teremos a oportunidade de conhecermos um pouco mais sobre 
a Logística Reversa, sua fundamentação, sua importância para o meio ambiente e 
para o desenvolvimento dos negócios, os conceitos de Logística Reversa e Logística 
Verde, bem como suas respectivas áreas de atuação, pois, enquanto a primeira 
está preocupada com a revalorização dos resíduos gerados pelo consumo, a outra 
está voltada para a produção em si, isto é, com a produção limpa, ou enxuta, com 
menos desperdícios e, consequentemente, menos produtos a serem devolvidos e 
menos geração de materiais a serem descartados no meio ambiente.
Portanto, o objetivo principal é facilitar o conhecimento do aluno de tal forma 
que ele possa ser capaz de compreender a trajetória evolutiva da Logística, antes 
centrada nas técnicas e filosofias administrativas e conceituais, implantadas e 
focadas no âmbito interno das organizações, como é o caso da qualidade total, 
5s, Just-in-time, dentre outras,tendo alguns desses conceitos, como é o caso do 
JT, surgido pela necessidade de as organizações terem os materiais certos, no 
local certo e no tempo certo. Tal perspectiva passou a ser um referencial para a 
implantação da dinâmica no atendimento do consumidor final.
Mas, hoje, o processo logístico ficou centrado apenas no “Sistema Logístico 
de Resposta Rápida ao Cliente”, visivelmente baseado na competitividade e não 
somente na produtividade, o que podemos considerar um passo decisivo para a 
integração da Logística, isto é, a Logística Empresarial mais a Logística Reversa.
Fundamentação da Logística Reversa
A fundamentação da Logística Reversa está pautada em alguns alicerces 
de sustentabilidade, relacionados ao meio ambiente, que podemos definir 
como: produção e consumo responsável, responsabilidade social, ciclo de vida 
do produto, reciclagem, revalorização e reaproveitamento dos materiais de pós-
consumo, imagem coorporativa, regulamentação, meio ambiente e qualidade 
de vida. Essa é a proposta atual da Logística Reversa, considerada um avanço 
em termos estratégicos relacionados à compra, à produção, à distribuição e ao 
consumo responsável.
12
 LOGÍSTICA REVERSA
A Logística Reversa é uma disciplina ainda em fase de desenvolvimento, 
sendo assim, achamos por bem não nos atermos de forma muito prolongada 
em seu passado histórico. De acordo com Leite (2009), a mudança de hábitos 
pelos empresários brasileiros, aliada ao crescimento da economia, a um melhor 
direcionamento na busca de novas ideias e a consolidação de objetivos, teve 
uma grande influência no processo de desenvolvimento da Logística, porém, 
ainda segundo o autor, mesmo com o crescimento e o interesse na utilização 
desse novo modelo estratégico por parte do empresariado, faltavam-lhes apenas 
conhecimentos sobre os processos e valores envolvidos na movimentação da 
Logística Reversa. 
Leite (2009, p. 16) revela que: “São nessas condições que a 
Logística Reversa cresceu em visibilidade nas últimas décadas, o que 
levou a uma quantidade maior de estudos e evolução na sua definição”. 
Na sequência, Leite (2009, p. 16) faz um breve histórico da 
evolução da Logística Reversa a partir da década de 90.
Em CLM (1993:323): “Logística reversa é um amplo termo 
relacionado às habilidades e atividades envolvidas no 
gerenciamento de redução, movimentação e disposição de 
resíduos de produtos e embalagens...”.
Em Stock (1998:20) encontra-se a definição: “Logística reversa: 
em uma perspectiva de logística de negócios, o termo refere-se 
ao papel da logística no retorno de produtos, redução na fonte, 
reciclagem, substituição de materiais, reúso de materiais, 
disposição de resíduos, reforma, reparação e remanufatura...”.
Em Rogers e Tibben-Lembke (1999:2) a Logística Reversa é 
definida como: “Processo de planejamento, implementação e 
controle da eficiência, do custo efetivo do fluxo de matérias-
primas, estoques de processo, produtos acabados e as 
respectivas informações, desde o ponto de consumo até 
o ponto de origem, com o propósito de recapturar valor ou 
adequar o seu destino”.
Outra definição de Logística, que abrange novas áreas de atuação, incluindo 
o gerenciamento dos fluxos reversos, é apresentada por Dornier et al. (2000 apud 
LEITE, 2009, p. 16):
Logística é a gestão de fluxos entre funções de negócio. A 
definição atual de logística engloba maior amplitude de fluxos 
do que no passado. Tradicionalmente, as empresas incluíam 
a simples entrada de matérias-primas ou o fluxo de saída de 
produtos acabados em sua definição de logística. Hoje, no 
entanto, essa definição expandiu-se e inclui todas as formas 
de movimentação de produtos e informações [...]. 
“São nessas 
condições que a 
Logística Reversa 
cresceu em 
visibilidade nas 
últimas décadas, 
o que levou a uma 
quantidade maior de 
estudos e evolução 
na sua definição”.
13
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Portanto, além dos fluxos diretos tradicionalmente 
considerados, a logística moderna engloba entre outros, os 
fluxos de retorno de peças a serem reparadas, de embalagens 
e seus acessórios, de produtos vendidos, devolvidos e de 
produtos usados/consumidos a serem reciclados. 
Ainda de acordo com Leite (2009), a definição atual de Logística engloba 
todos os fluxos, inclusive o fluxo reverso dos produtos de pós-vendas, que são 
devolvidos por algum motivo, e materiais de pós-consumo, não existindo uma 
bibliografia que comprove esta afirmação. Portanto, temos que aguardar mais um 
pouco, pautando-nos, desse modo, no termo Logística Reversa e no conceito de 
Cadeia de Logística Integrada, sugerido por Guarnieri (2011, p. 36-37), ao afirmar 
que a Logística Reversa:
[...] envolve desde o processo de pedidos, compra da matéria-
prima, sua transformação e distribuição até o consumidor final, 
muitas vezes podem ser repetidas uma vez mais, quando 
produtos usados e descartados são reciclados e voltam ao 
canal logístico. 
Estes resíduos e/ou materiais anteriormente descartados no 
meio ambiente, geradores de considerável impacto ambiental 
também possuem outra faceta que deve ser considerada pelos 
gestores, que é o seu potencial de retorno econômico. Esta 
nova concepção do processo logístico fez então emergir a 
logística reversa.
Em relação ao retorno econômico, o qual, segundo Miguez (2012), é um fator 
potencial e responsável pelo desenvolvimento rápido da Logística Reversa, além 
de outras considerações, também concorda com Guarnieri (2011), ao afirmar que:
Diversos fatores motivam as empresas a adotarem os 
procedimentos da logística reversa, tais como conscientização 
dos consumidores, pressão do governo, questão legal, 
responsabilidade ambiental e gestão de lucro.Em quase todos os 
casos, a visão de lucro se faz presente (MIGUEZ, 2012, p. 17).
Na sequência, podemos visualizar as atividades logísticas propostas por 
Guarnieri (2011):
14
 LOGÍSTICA REVERSA
Figura 1 – Cadeia de Logística Integrada 
Fonte: Adaptado de Guarnieri (2011, p. 34).
De acordo com a figura anterior, relacionada às atividades logísticas, 
Guarnieri (2011) se refere às atividades da Logística Reversa apenas no âmbito 
dos bens, produtos ou materiais que ela envolve, não definindo, no entanto, os 
passos necessários para que tais produtos de pós-consumo cheguem até o seu 
destino final. 
Conforme Kumar e Malegeant (2005 apud MIGUEZ, 2012, p. 10), geralmente 
o processo segue os seguintes passos: 
- Coleta: onde a empresa providencia o retorno dos produtos. 
Pode ser por intermédio de uma transportadora contratada, 
através de transporte próprio para buscar as mercadorias, ou, 
então, os clientes podem levar o produto até a empresa, o que 
ocorre com produtos que vão para assistência técnica, por 
exemplo.
- Inspeção/Separação: nesta parte, os produtos são 
inspecionados e separados os que podem ser reaproveitados 
dos que têm que ser descartados.
Cadeia de Logística
Logística de 
Suprimento
Envolve as 
relações 
Fornecedor/
Empresa
Envolve todas 
as áreas de 
conversão 
de materiais 
em produtos 
acabados
Envolve as 
relações 
empresa - cliente 
- consumidor
Envolve as 
atividades 
para que os 
bens de pós-
consumo retorne 
ao processo 
produtivo ou 
de negócios
Logística de 
Produção
Logística de 
Distribuição
Logística 
Reversa
15
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Atividade de Estudos:
1) A Logística Direta está relacionada ao fluxo de materiais, que vai 
da produção ao mercado consumidor. Sendo assim, diga qual 
a abrangência ou o ciclo da Logística Reversa, isto é, onde ele 
começa e onde termina? 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
- Reprocessamento: é onde os produtos sofrem algum tipo detransformação, para que ele ou parte de seus componentes 
sejam reaproveitados.
Descarte: os produtos que não foram aproveitados (por razões 
econômicas ou técnicas) são enviados para incineração ou 
para aterros.
- Redistribuição: é o envio do produto de volta para o mercado 
ou como novo ou como produto de segunda linha. Nesta parte, 
incluem-se atividades de venda, transporte e armazenamento.
Portanto, a Logística Reversa inicia suas operações no exato 
momento em que a Logística Direta encerra as suas, uma vez que, 
após a entrega do produto ao cliente final, são gerados materiais 
que necessitam ser reinseridos no ciclo produtivo e/ou de negócios, 
possibilitando um ciclo logístico fechado.
Todas as ações citadas no parágrafo anterior têm como principal objetivo a 
busca de resultados positivos, garantindo, assim, o desenvolvimento, a lucratividade, 
a competitividade e a sustentabilidade do negócio, mas, é preciso que estas ações 
estejam alinhadas e integradas com toda a cadeia de desenvolvimento econômico, 
social e ambiental, ou seja, empresa, produção, consumo e meio ambiente, que são 
os temas principais do nosso Caderno de Estudo.
A Logística 
Reversa inicia suas 
operações no exato 
momento em que 
a Logística Direta 
encerra as suas.
16
 LOGÍSTICA REVERSA
A Importância e os Objetivos da 
Logística Reversa
A importância da Logística Reversa está centrada na conservação do meio 
ambiente, com a revalorização dos produtos e materiais resultantes do pós-
consumo, que são coletados e destinados de acordo com a sua classificação, 
bem como suas condições de aproveitamento ou descarte no meio ambiente. No 
entanto, a Logística Reversa ganha força e mais importância com a Lei n. 12.305 
de 02 de agosto de 2010, na qual foram instituídas políticas de resíduos sólidos, 
prevendo seu gerenciamento e sua gestão, em acordos firmados entre a União, 
Estados e Municípios e os fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes 
e a sociedade de modo geral.
Sendo assim, a referida Lei também estabelece um diferencial entre a gestão 
e o gerenciamento, além dos conceitos relacionados com a Logística Reversa, 
os Padrões Sustentáveis de Produção e Consumo, a Reciclagem, os Rejeitos, 
os Resíduos Sólidos. Igualmente, trata de um elemento da maior importância: a 
Responsabilidade Compartilhada. Portanto, para um melhor entendimento sobre o 
assunto, resolvemos explicitar os artigos que conceituam os termos mencionados: 
LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010
Art. 3o Para os efeitos desta Lei, entende-se por: [...] 
X - gerenciamento de resíduos sólidos: conjunto de ações 
exercidas direta ou indiretamente nas etapas de coleta, transporte, 
transbordo, tratamento e destinação final ambientalmente adequada 
dos resíduos sólidos e disposição final ambientalmente adequada 
dos rejeitos, de acordo com plano municipal de gestão integrada de 
resíduos sólidos ou com plano de gerenciamento de resíduos sólidos, 
exigidos na forma desta Lei; 
XI - gestão integrada de resíduos sólidos: conjunto de ações 
voltadas para a busca de soluções para os resíduos sólidos, de forma 
a considerar as dimensões política, econômica, ambiental, cultural 
e social, com controle social e sob a premissa do desenvolvimento 
sustentável; 
17
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
XII - logística reversa: instrumento de desenvolvimento 
econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, 
procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição 
dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final 
ambientalmente adequada; 
XIII - padrões sustentáveis de produção e consumo: produção 
e consumo de bens e serviços de forma a atender as necessidades 
das atuais gerações e permitir melhores condições de vida, 
sem comprometer a qualidade ambiental e o atendimento das 
necessidades das gerações futuras; 
XIV - reciclagem: processo de transformação dos resíduos 
sólidos que envolvem a alteração de suas propriedades físicas, 
físico-químicas ou biológicas, com vistas à transformação em 
insumos ou novos produtos, observadas as condições e os padrões 
estabelecidos pelos órgãos competentes do Sisnama e, se couber, 
do SNVS e do Suasa; 
XV - rejeitos: resíduos sólidos que, depois de esgotadas todas as 
possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos 
disponíveis e economicamente viáveis, não apresentem outra 
possibilidade que não a disposição final ambientalmente adequada; 
XVI - resíduos sólidos: material, substância, objeto ou bem 
descartado resultante de atividades humanas em sociedade, a cuja 
destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado 
a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases 
contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem 
inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos 
d’água, ou exijam para isso soluções técnicas ou economicamente 
inviáveis em face da melhor tecnologia disponível; 
XVII - responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos 
produtos: conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas 
dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos 
consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza 
urbana e de manejo dos resíduos sólidos, para minimizar o volume 
de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para reduzir os 
impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental 
decorrentes do ciclo de vida dos produtos, nos termos desta Lei;
Fonte: Brasil (2010).
18
 LOGÍSTICA REVERSA
Como podemos perceber, a referida Lei teve como um dos principais 
objetivos a implementação da responsabilidade compartilhada em relação ao ciclo 
de vida dos produtos, do processo produtivo, da matéria-prima, do consumo e 
da sua disposição final, que incluem, também, sua recuperação e reutilização, 
como uma forma de evitar danos à saúde pública e ao meio ambiente. Essa regra 
ou normas valem para quem fabrica, importa, distribui, bem como para quem 
consome. Abrange, igualmente, as responsabilidades do poder público.
Atividade de Estudos:
1) A Lei 12.305 de 2 de agosto de 2010 estabelece um diferencial 
entre a gestão e o gerenciamento, além dos conceitos 
relacionados com a Logística Reversa, Padrões Sustentáveis de 
Produção e Consumo, Reciclagem, Rejeitos, Resíduos Sólidos, 
dentre outros ritos necessários ao desenvolvimento sustentável 
e a proteção ambiental. Diante do que você aprendeu, qual a 
diferença entre Reciclagem e Rejeitos? 
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
 ____________________________________________________
A Diferença Entre a Logística 
Reversa e Logística Ecológica ou 
Verde
A Logística está presente em diversas atividades da empresa e em várias 
atividades sociais. Além de oferecer soluções relacionadas à redução de 
custos e aumento do nível de serviço, ela envolve atividades para a promoção 
de segurança, melhoria de qualidade de vida, controle ambiental e ecológico, 
dentre outros. Nesse sentido, faz-se necessário distinguir a Logística Reversa e a 
Logística Verde.
19
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Conforme a Lei n. 12.305 de 02 de agosto de 2010 (BRASIL, 2010), a 
Logística Reversa é um:
[...] instrumento de desenvolvimento econômico e social 
caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e 
meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos 
resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, 
em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação 
final ambientalmente adequada. 
A partir do conceito de Logística Reversa, podemos perceber que há uma 
considerável distinção entre esta e a Logística Verde. Veja:
[...]a logística verde ocupa-se em compreender e minimizar 
os impactos ecológicos gerados pelas atividades logísticas. 
Tais atividades incluem ainda a medição do impacto ambiental 
gerados pelos diversos meios de transportes, certificações ISO 
14000, redução de consumo de energia, bem como, a redução 
do uso de materiais. É prudente evidenciar também que muitas 
atividades da logística verde não estão relacionadas de forma 
direta com a logística reversa, porém há relação indireta ao 
considerarmos os aspectos de marketing e produção, utilização, 
reúso, reciclagem, entre outros (TADEU et al., 2012, p. 18).
A ISO 14000, mencionada na citação anterior, faz parte da 
gestão e do cumprimento de uma série de normas ambientais 
(certificações ambientais), de acordo com as normas da ABNT. As 
Normas tornam o desenvolvimento, a fabricação e o fornecimento de 
produtos e serviços mais eficientes, mais seguros e mais limpos; 
facilitam o comércio entre países tornando-o mais justo; fornecem 
aos governos uma base técnica para saúde, segurança e legislação 
ambiental, e avaliação da conformidade; compartilham os avanços 
tecnológicos e a boa prática de gestão; disseminam a inovação; 
protegem os consumidores e usuários em geral, de produtos e 
serviços; e tornam a vida mais simples provendo soluções para 
problemas comuns. 
As normas asseguram as características desejáveis de produtos 
e serviços, como qualidade, segurança, confiabilidade, eficiência, 
intercambialidade, bem como respeito ambiental – e tudo isto a um 
custo econômico. 
 
20
 LOGÍSTICA REVERSA
Quando os produtos e serviços atendem às nossas expectativas, 
tendemos a tomar isso como certo e a não ter consciência do papel 
das normas. Rapidamente, nos preocupamos quando produtos se 
mostram de má qualidade, não se encaixam, são incompatíveis com 
equipamentos que já temos, não são confiáveis ou são perigosos. 
Quando os produtos, sistemas, máquinas e dispositivos 
trabalham bem e com segurança, quase sempre é porque eles 
atendem às normas. As normas têm uma enorme e positiva 
contribuição para a maioria dos aspectos de nossas vidas. Quando 
elas estão ausentes, logo notamos. 
Fonte: Adaptado de: <www.abntcatalogo.com.br>. Acesso em: 12 abr. 2016.
Os conceitos anteriormente apresentados definem de maneira clara todos 
os passos do fluxo dos produtos, passando pela área econômica, por meio da 
reciclagem e o seu reaproveitamento no seu ponto de origem ou em outros 
setores, o que representará um ganho financeiro para os que aderem a essa 
atividade. Por outro lado, a mesma ação também beneficia o social, que faz parte 
do meio ambiente, o qual, por sua vez, está em parte amparado pelas normas da 
ABNT, conforme exposto anteriormente.
Assim, a reciclagem faz parte da revalorização dos bens e dos 
materiais que deixam de fazer parte do excesso de materiais jogados 
ao meio ambiente, representando uma revalorização ecológica. 
Portanto, a sustentabilidade é uma das principais bandeiras 
da Logística Verde, pois o meio ambiente está ameaçado pela falta 
de bom senso e de informações a respeito de causas e efeitos das 
ações humanas e organizacionais. Guarnieri (2011) atribui tal ameaça 
às principais causas: o descontrole na extração e uso dos recursos 
naturais; a diversidade de produtos impulsionados pela Revolução 
Industrial, que, por sua vez, também estimulou a exploração descontrolada da 
natureza, aumentando drasticamente o fluxo de resíduos no meio ambiente; as 
mudanças nos padrões de consumo e as inovações tecnológicas, que também 
contribuíram para o fenômeno, uma vez que diminuíram o ciclo de vida dos 
produtos no mercado. Isso, segundo a autora, significa uma ameaça às futuras 
gerações, e, de acordo com Tadeu (2012), esta ameaça é uma herança das 
gerações passadas.
A reciclagem 
faz parte da 
revalorização dos 
bens e dos materiais 
que deixam de fazer 
parte do excesso de 
materiais jogados 
ao meio ambiente, 
representando 
uma revalorização 
ecológica.
21
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Com relação às mudanças nos padrões de consumo, Leite (2009) faz uma 
crítica a essa cultura, muitas vezes embalada pelo marketing de venda. Segundo ele:
A cultura do consumo caracteriza-se pela ideia de ciclo “compre-
use-disponha”. Adotada como padrão pela sociedade até 
recentemente, sem questionamentos, privilegia as inovações e 
altas taxas de lançamentos de produtos, gera força de mercado 
que criam necessidades adicionais de consumo e torna comum 
a posse de bens de mesma natureza em grandes quantidades, 
privilegiando a moda e o status, em detrimento da utilidade do 
bem [...] a proliferação de novos produtos, valorizando mais 
o aspecto de novidade e de moda do que de durabilidade e 
utilidade (LEITE, 2009, p. 117).
Como ficou visível, Leite (2009) faz uma crítica negativa ao consumo 
em massa de produtos e bens artificiais, supérfluos que não fazem parte das 
necessidades humanas, mas apenas a satisfação dos desejos individuais ou 
coletivos, isto é, “se está na moda, então vamos usar”, mas, ao mesmo tempo em 
que o autor critica a cultura do modismo, ele também elogia algumas culturas que 
estão surgindo no momento, mais voltadas para a responsabilidade ambiental.
 
Mais recentemente, tem se observado o surgimento de uma 
nova cultura, que pode ser caracterizada pelo ciclo “reduza-
reúse-recicle” e que se convencionou denominar de cultura 
ambientalista. Esta cultura privilegia uma responsabilidade 
maior da sociedade e das organizações empresariais em 
relação aos impactos dos processos e produtos no meio 
ambiente (LEITE, 2009, p.118).
Já com relação aos produtos inovadores, segundo alguns autores, 
estes podem constituir-se em ameaças, uma vez que o seu ciclo de vida é 
reduzido justamente pela sua dinâmica evolutiva, que, segundo Guarnieri 
(2011, p. 21-22):
Em busca de soluções para a relação entre o 
desenvolvimento tecnológico e o meio ambiente, 
ocorreu em Estocolmo, na Suécia em 1972, a 
conferência das Nações Unidas para o Meio 
Ambiente Humano. Foi a primeira reunião mundial 
para avaliar os impactos das ações humanas 
no meio ambiente. Esta conferência contribuiu para o 
entendimento dos problemas ambientais da maneira que a 
sociedade provê sua subsistência e, principalmente, para criar 
vínculo entre meio ambiente e desenvolvimento.
Na continuidade, Guarnieri (2011, p. 23-24) acrescenta que: 
Sem dúvida, todos os fatores citados anteriormente 
contribuíram para a consolidação de práticas sustentáveis no 
ambiente empresarial e, por sua vez, abriram espaço para as 
Com relação 
aos produtos 
inovadores, 
segundo alguns 
autores, estes 
podem constituir-se 
em ameaças, uma 
vez que o seu ciclo 
de vida é reduzido 
justamente pela sua 
dinâmica evolutiva.
22
 LOGÍSTICA REVERSA
novas ferramentas de gestão e retorno de resíduos surgissem 
no ambiente empresarial, uma das ferramentas que a cada dia 
tem mais importância, é a Logística Reversa. [...]
A realização da ECO 92 – Conferência Sobre o Meio Ambiente 
e Desenvolvimento em 1992, no Rio de Janeiro, consolidou o 
conceito de desenvolvimento sustentável. [...]
A cúpula da terra sobre desenvolvimento sustentável realizada 
em Johanesburgo reafirmou os compromissos da agenda 
21 propondo a maior integração das três dimensões do 
desenvolvimento sustentável (econômica, social e ambiental) 
[...].
 
Com relação à ECO 92, ela teve e tem uma grande importância para a 
natureza e para o ecossistema como um todo, assunto que será debatido mais 
amplamente no Capítulo 5 deste Caderno de Estudos.
Como visto, os conceitos relacionados à sustentabilidade ambiental e à 
Logística Reversa parecem definir a sua importância para a economia do país, 
bem como para a sociedade, tendo um conjunto de atividades relacionadas como 
meio de viabilizar a movimentação, indo desde o retorno dos materiais às suas 
origens, ou com o seu reaproveitamento em outros ramos de atividades, atéa sua 
destinação sem prejuízo para o meio ambiente.
Mas, como a Logística Reversa é uma disciplina nova, em fase de 
construção, adaptação e reconstrução, tem ainda muito a contribuir para a 
revalorização e reutilização dos bens e dos materiais de pós-venda e de pós-
consumo, principalmente no incentivo à mudança nos processos produtivos, 
como forma de diminuir o desperdício e agregar um maior valor ao produto por 
meio da qualidade e da durabilidade, que também é uma forma de contribuição 
para a sustentabilidade ambiental, tendo como justificativa um maior tempo para o 
seu descarte no meio ambiente.
Assim, a Logística Reversa e a Logística Verde, apesar de algumas poucas 
diferenças em seus conceitos, acabam tendo os mesmos objetivos, visto que 
existe um estado visível de dependência mútua, isto é, uma depende da outra 
para o equilíbrio e a sustentabilidade ambiental. Guarnieri (2011, p. 46-47) faz 
uma diferenciação entre a Logística Reversa e a Logística Verde.
Inicio esta seção, primeiramente diferenciando Logística Verde 
e Logística Reversa, conceitos que são alvos de muitas dúvidas 
pela maior parte dos interessados pelo assunto. A Logística 
Verde tem um conceito um pouco diferente da Logística 
Reversa, pois, enquanto a Logística Reversa trata dos resíduos 
após terem sidos gerados, a Logística Verde tem como objetivo 
principal atender aos princípios de sustentabilidade ambiental 
como da produção limpa, onde a responsabilidade é do “berço 
23
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
à cova”, ou seja, quem produz deve responsabilizar-se também 
pelo destino final dos produtos gerados, de forma a reduzir o 
impacto ambiental que eles causam.
A produção limpa prevê que sejam gerados menos resíduos 
ao final do processo produtivo, ou seja, há um planejamento 
anterior à produção para que haja menos refugo e rejeitos e, 
além disso, procura programar a utilização de materiais nos 
processos produtivos que sejam menos prejudiciais ao meio 
ambiente e mais fáceis de reciclar e se decompor no meio 
ambiente.
A logística reversa operacionaliza o retorno dos resíduos após 
sua geração e a sua revalorização e reinserção econômica. 
Portanto, entende-se que a logística reversa é uma parte da 
logística verde. Ambas necessitam, mais do que processos 
gerenciais, mas também um processo de conscientização do 
consumidor.
De acordo com Leite (2009), houve uma mudança e uma maior sensibilidade 
em relação ao meio ambiente, assim, tanto as empresas como a sociedade têm se 
transformado recentemente, principalmente pelas crescentes ondas de desastres 
ecológicos e seus efeitos devastadores, elevando a preocupação com o meio 
ambiente, além do crescente número de empresas que expressam o desejo de se 
juntarem aos grupos que fazem parte dos movimentos verdes.
O interesse pela adoção dos movimentos ecológicos ou verdes por parte 
das empresas é tanto que muitas delas passaram a declarar essa forma de 
manifestação na própria missão, pelo menos aquelas empresas consideradas 
líderes nas suas áreas de atuações no mercado, o que pode ser uma base para a 
consolidação da Logística Reversa e da Logística Verde. No entanto, voltando ao 
caso da responsabilidade empresarial, parece que ainda faltam informações e um 
maior desempenho por parte da maioria das empresas, principalmente no que diz 
respeito ao retorno dos materiais ao seu ponto de origem.
Ainda de acordo com Guarnieri (2011, p. 70-71):
Nem todas as empresas estão preparadas para a adoção do 
conceito do berço ao berço, para isso são necessárias diversas 
mudanças estruturais, culturais e a quebra de paradigmas, no 
entanto algumas práticas podem ser adaptadas e trazidas para 
o cotidiano das empresas.
O novo ciclo de vida ambiental dos produtos, sob o ponto de 
vista do modelo berço a berço e também da logística reversa, [...] 
pode ser percebido que o processo que ocorre imediatamente 
após o uso pelo cliente final, é justamente realizado pela 
logística reversa, com o objetivo de estender a vida útil dos 
bens, possibilitando sua revalorização e reinserção no ciclo 
produtivo ou do negócio de forma a reduzir a disposição de 
resíduos no meio ambiente.
[...], no ciclo de vida ambiental o produto tem sua vida 
24
 LOGÍSTICA REVERSA
estendida, pois depois da manufatura, o produto passa por 
todos os processos logísticos usuais, no entanto no lugar de 
ser disposto em aterros ele pode ser reusado, reciclado ou 
remanufaturado, tornar-se matéria-prima e, novamente ser 
incluído no processo produtivo.
Veja, na figura a seguir, o modelo de ciclo de vida ambiental “berço a berço”, 
proposto por Guarnieri (2011):
Figura 2 - Ciclo de vida ambiental berço a berço
Fonte: Guarnieri (2011, p. 71).
De acordo com as citações de Guarnieri (2011), mesmo que seja de sua 
responsabilidade zelar pelos materiais que sobram depois de serem utilizados 
pelos seus clientes e consumidores, não significa que as empresas estejam 
preparadas para definirem projetos e ações objetivas capazes de equacionar 
o seu processo produtivo relacionado ao meio ambiente, ficando as ações e 
as estratégicas limitadas apenas às operações tradicionais, como produção, 
distribuição e venda dos produtos. Essas limitações se aplicam à Logística de 
maneira geral, salvo a Logística Reversa, definida na figura anterior, e a Logística 
Direta, definida na figura a seguir:
Figura 3 - Ciclo de distribuição direta
Fonte: Disponível em: <https://logisticag4.wordpress.
com/?ref=spelling>. Acesso em: 18 fev. 2016.
25
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Mas, apesar das suas diferenças, podemos notar que os processos e as 
estratégias relacionados à Logística Reversa são mais ou menos idênticos aos 
procedimentos utilizados pela Logística Direta. O problema maior fica por conta 
dos diversos fatores que são determinantes em suas diferentes fases de atuação, 
associados à quantidade de resíduos produzidos pelas organizações, ao nível de 
interesse na reciclagem ou reutilização destes, etc.
Assim, para facilitar a sua compreensão em relação à Logística 
Direta e à Logística Reversa, recorremos a Guarnieri (2011, p. 36-37), 
que esclarece: “O planejamento da logística reversa utiliza os mesmos 
processos que a logística direta ou convencional, no entanto ela se 
diferencia em função da sua origem, que inicia após o término do processo 
direto, complementando o ciclo logístico total”. 
 
Como você pode constatar por meio de nossos estudos, não 
existe uma padronização ou uma constância em relação à quantidade 
de produtos fabricados e à quantidade de materiais devolvidos, pois 
vai depender do tipo de material envolvido e em que área de atuação 
será aplicado, no pós-venda, no pós-consumo, no descarte próprio, e quem vai 
fazer a coleta, qual a logística aplicada no retorno dos materiais e dos produtos, 
se retorna para os pontos de vendas ou para o ponto inicial. 
Sendo assim, antes da tomada de decisão da implantação e do gerenciamento 
da Logística relacionada ao processo reverso, temos que fazer uma avaliação 
de todos os aspectos envolvidos no processo direto e no processo reverso, ou 
seja, no processo direto a “responsabilidade da empresa” se limita a distribuir 
os produtos na cadeia de suprimento, que é composta pelos intermediários, os 
quais recebem esses produtos e repassam para os consumidores, salvo em 
alguns casos em que as empresas são obrigadas a participarem do fluxo reverso. 
Participação essa, muitas vezes, movida por acordos de parcerias entre empresa 
e poder público ou por força de Leis. 
No entanto, mesmo que exista a influência normativa, ela também converge 
para a priorização da responsabilidade compartilhada. Podemos tomar como 
base a Lei n. 12.305, já mencionada anteriormente, que, no seu artigo 3º, inciso 
XVII, trata dos principais aspectos que envolvem a responsabilidade em questão, 
no que diz respeito às atribuições individualizadas dos diversos setores da 
economia,bem como dos agentes do setor público, tendo como principal objetivo 
a diminuição dos resíduos e dos rejeitos que sobram do pós-consumo e, com 
isso, diminuir os impactos causados à saúde pública e ao meio ambiente. 
“O planejamento 
da logística reversa 
utiliza os mesmos 
processos que 
a logística direta 
ou convencional, 
no entanto ela se 
diferencia em função 
da sua origem, que 
inicia após o término 
do processo direto, 
complementando o 
ciclo logístico total”.
26
 LOGÍSTICA REVERSA
Já no caso das empresas participantes ou envolvidas com a 
Logística Reversa, o fluxo de produto se amplia, ou seja, começa 
com a compra da matéria-prima, produção, estocagem, transporte, 
distribuição, cadeia de suprimento relacionada ao mercado consumidor, 
retorno dos materiais de pós-vendas e pós-consumo, reciclagem, reúso 
ou reutilização no processo produtivo inicial, formando, assim, um ciclo 
direto e reverso em operações constantes. No entanto, o ciclo reverso é 
uma extensão do ciclo direto. Portanto, ele começa na atividade inicial 
do ciclo direto e termina no processo de fabricação também inicial, no 
qual a matéria-prima secundária é novamente transformada em produto 
e, assim, sucessivamente.
Dessa forma, a questão em si é um grande desafio, um problema a ser 
equacionado por meio de projetos e alternativas viáveis que possam equilibrar a 
produção, processo, consumo e meio ambiente, isto é, por meio de processo de 
produção responsável, distribuição e consumo menos agressivos, utilizando o 
bom senso, o uso racional dos produtos, eliminar ou minimizar o desperdício, uso 
e destinação correta dos materiais reciclados, dentre outras ações que podem 
contribuir para a minimização dos impactos negativos do meio ambiente.
“O planejamento 
da logística reversa 
utiliza os mesmos 
processos que 
a logística direta 
ou convencional, 
no entanto ela se 
diferencia em função 
da sua origem, que 
inicia após o término 
do processo direto, 
complementando o 
ciclo logístico total”.
Atividade de Estudos:
1) Como podemos observar no decorrer do texto, existe uma 
pequena diferença entre a Logística Reversa e a Logística 
Verde em termos de objetividades. Portanto, com base no que 
você aprendeu, qual a diferença entre a Logística Reversa e a 
Logística Verde? 
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27
Fundamentos da Logística Reversa Capítulo 1 
Para saber mais sobre Logística Reversa e Sustentabilidade, 
sugerimos acessar o site: <http://patriciaguarnieri.blogspot.com.
br/>, lá, você vai encontrar uma série de artigos sobre a Logística 
Reversa e a Sustentabilidade Ambiental, além de sinopses de livros 
relacionados ao assunto.
Algumas Considerações
A Logística Reversa, de acordo com o que foi estudado até aqui, pode ser 
definida como sendo todos os passos do fluxo dos produtos, passando pela área 
econômica, por meio da reciclagem e o seu reaproveitamento no seu ponto de 
origem; aumento do ciclo de vida dos produtos, contribuindo, também, para o 
marketing institucional em relação à imagem da empresa perante o social pelo 
viés da conservação do meio ambiente.
Neste capitulo, tivemos a oportunidade de ver ou rever alguns conceitos e 
opiniões dos diversos autores e estudiosos sobre os assuntos relacionados com: 
A fundamentação da Logística Reversa, a sua importância para as transações 
comerciais e os seus reais objetivos, bem como sua contribuição econômica, 
social e ambiental, que são alguns dos pilares de sustentabilidade da Logística 
Verde, vista como uma extensão da Logística Reversa, a qual, por sua vez, é uma 
extensão da Logística Empresarial. 
Mas, de acordo com alguns autores, parece que os próximos passos seriam 
a junção de todas as Logísticas e de todos os processos diretos e processos 
reversos, e, como resultado do somatório dessas ações, teríamos a Logística 
Integrada.
http://patriciaguarnieri.blogspot.com.br/
http://patriciaguarnieri.blogspot.com.br/
28
 LOGÍSTICA REVERSA
Referências
BRASIL. Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Institui a Política Nacional de 
Resíduos Sólidos; altera a Lei no 9.605, de 12 de fevereiro de 1998; e dá outras 
providências. Diário Oficial da União. 2010. Disponível em: <http://www.
planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm>. Acesso em: 14 
mar. 2016.
GUARNIERI, Patrícia. Logística Reversa. Recife: Editora Clube de Autores, 
2011.
 
LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa. 2. ed. São Paulo: Pearson Prentice, 
2009.
MIGUEZ, Correia Eduardo. Logística reversa como solução para o problema 
do lixo eletrônico: benefícios ambientais e financeiros, Rio de janeiro: 
Qualitymark Editora, 2012.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/lei/l12305.htm
CAPÍTULO 2
Supply Chain Management 
(SCM) e a Logística Reversa
A partir da perspectiva do saber fazer, neste cápitulo você terá os seguintes 
objetivos de aprendizagem:
� Identificar os modelos de gerenciamentos na cadeia de suprimentos do Supply 
Chain management (SCM) e a sua evolução no decorrer dos tempos.
� Analisar o processo tecnológico e a sua influência na vida útil dos produtos e no 
meio ambiente.
�	Identificar os pré-requisitos necessários para o sucesso das organizações na 
cadeia de suprimentos.
� Analisar e identificar os fatores motivacionais para a adoção das estratégias 
Logísticas pelas organizações. 	
30
 LOGÍSTICA REVERSA
31
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
Contextualização
A intenção e o objetivo deste capítulo é apresentar os modelos e as fases 
da Logística relacionada à cadeia de suprimentos. Portanto, procuramos 
desenvolver alguns assuntos sobre os elementos que caracterizam os diversos 
conceitos de Logística e o que os diferencia em sua trajetória no decorrer do 
tempo. Desse modo, relacionaremos as etapas do seu processo evolutivo, tendo 
como principal base de comprovação os relatos e opiniões dos diversos autores e 
pesquisadores da área da Logística Direta e da Logística Reversa, consideradas 
como sendo de grande importância dentro das organizações, pois são ações 
que podem ser desenvolvidas em todos os setores, como a compra da matéria-
prima, a distribuição, a flexibilização das informações, as mudanças de processos 
produtivos, o retorno dos produtos, a reciclagem, o reaproveitamento, o descarte 
e o consumo responsável, os cuidados com o meio ambiente, etc.
Para uma melhor compreensão, vamos sequenciar de maneira coerente 
os assuntos pertinentes à Cadeia de Suprimentos, à Logística Empresarial e 
à Logística Reversa. Sendo assim, a Logística pode ser utilizada em todos os 
setores: compra, estocagem, transporte, distribuição e no processo reverso, que 
está relacionado com os materiais de pós-vendas e de pós-consumo, os quais por 
algum motivo, retornam ao seu ponto de origem.
 
Bons estudos!
Modelos e a Evolução do 
Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos (Supply Chain 
Management) 
O Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management) 
é um modelo dinâmico de integração de todos os elos que compõem a Cadeia 
de Suprimentos, começando com o planejamento, o gerenciamento e o controle, 
sendo este último uma dedicação constante na otimização e controle do fluxo de 
materiais, produtos e o compartilhamento das informações entre quem compra, 
quem vende e quem consome. Seu principal objetivo é dar uma resposta rápida 
ao cliente ou consumidor final, transformando essas ações em um valor a mais 
para o produto, além da qualidade, e um valor econômico para o cliente, visto que 
“tempo é dinheiro”.
32
 LOGÍSTICA REVERSA
A intenção dessa novafase do gerenciamento logístico é superar as 
expectativas do cliente em termos de espera pelo produto ou serviço, além 
da flexibilização dos recursos, formando, assim, um inter-relacionamento na 
rede que forma toda a cadeia de suprimentos, como fornecedores, fabricantes, 
distribuidores, representantes, centros de distribuições, pontos de vendas e o 
cliente ou consumidor final da cadeia. 
Quando falamos em gerenciamento, estamos referindo-nos 
às diversas formas de orientações de como devem ser realizados 
determinados procedimentos em relação às atividades organizacionais 
e dos recursos utilizados no seu processo produtivo e distributivo. 
No entanto, vamos pensar um pouco: recurso é tudo aquilo que 
as organizações adquirem no mercado externo por meio de outras 
organizações detentoras desses recursos, que são os fornecedores, 
prestadores de serviços, incluindo-se, aí, os bancos, os recursos 
humanos, dentre outros.
Assim, depois que esses recursos são adquiridos e transferidos 
para o ambiente interno das organizações, eles passam a ser os 
recursos empresariais, ou seja, são as condições básicas e necessárias 
para que as organizações possam transformar as matérias-primas em 
produtos acabados, os quais são distribuídos e vendidos por meio de 
outras organizações, que também fazem parte da rede formadora da Cadeia de 
Suprimentos. 
Já a Cadeia de Distribuição, que está no ambiente externo, é formada pelos 
representantes, centros de distribuições (CD), distribuidores e os pontos de 
vendas em geral, como o comércio varejista, atacadista, etc.
Portanto, podemos considerar que a Logística Reversa é um processo de 
planejamento, gerenciamento e controle permanente do fluxo dos materiais de 
pós-venda e de pós-consumo, que, por sua vez, é uma extensão da Logística 
Empresarial, muito conhecida no âmbito da cadeia produtiva e de suprimentos. 
Sendo assim, praticamente tudo que existe em termos de materiais, seja qual for a 
sua denominação, foi, de alguma forma, produzido por pessoa ou grupos de pessoas 
dentro das organizações, por meio dos fatores da produção, que após a apropriação 
desses recursos no ambiente externo e transferidos para o ambiente interno das 
organizações, representarão os recursos empresariais, possibilitando a transformação 
da matéria-prima em produtos prontos para serem utilizados pelo mercado.
No entanto, além dos fatores da produção, as empresas precisam de um 
esquema operacional, que é denominado de sistema de produção, no qual essas 
operações são realizadas por meio dos seguintes elementos: entrada (matéria-
Quando falamos 
em gerenciamento, 
estamos 
referindo-nos às 
diversas formas 
de orientações 
de como devem 
ser realizados 
determinados 
procedimentos 
em relação 
às atividades 
organizacionais 
e dos recursos 
utilizados no seu 
processo produtivo 
e distributivo.
33
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
prima), processador (transformação) e saída, que se refere à destinação dos 
produtos ao mercado de consumo. O ciclo finaliza com a retroação, que permite 
a retroalimentação do sistema produtivo, significando o retorno preciso das 
informações provenientes do mercado consumidor em relação às vendas, índice 
de aceitação e rejeição dos produtos e serviços, conforme a figura a seguir:
Figura 4 – Fluxo do Sistema Produtivo
Fonte: Disponível em: <http://analisedesistemasmcz.blogspot.com.
br/2014_03_01_archive.html>. Acesso em: 18 abr. 2016
Sendo assim, na maioria das vezes, a atenção que deveria ser dada 
pelas organizações responsáveis pela produção dos produtos que originaram 
as sobras, ou materiais de pós-consumo, fica geralmente restrita aos órgãos 
governamentais, às ONGs e aos grupos defensores do meio ambiente, às 
cooperativas, às prefeituras, etc. Obviamente, alguns empresários ainda não 
perceberam a relevância das informações reversas advindas dos consumidores, 
pois são de grande utilidade, uma vez que podem ajudar as organizações no 
controle de todos os seus processos produtivos, principalmente no equilíbrio da 
produção, venda, consumo e meio ambiente, desde que as ações sejam bem 
definidas e bem planejadas. 
Naturalmente, se a Logística Reversa não for bem gerenciada, ela deixa 
de ser uma oportunidade de negócio e passa a ser uma ameaça, tanto para o 
empresário como para o meio ambiente, com consequências irreversíveis. Por 
O ambiente 
consome:
Processos de 
Transformação
Retroação do cliente
A organização 
transforma:
O ambiente 
proporciona:
Entrada de 
Recursos
Pessoas 
Dinheiro 
Tecnologia 
Materiais 
Informação
Trabalho 
converte 
recursos em 
resultados
Saída de 
Produtos
Produtos 
ou 
Serviços
34
 LOGÍSTICA REVERSA
outro lado, é uma excelente oportunidade para os negócios já existentes, desde 
que haja planejamento, gerenciamento e controle permanente de todas as suas 
etapas, trazendo resultados positivos para os envolvidos no processo da Logística 
Reversa, a qual também é uma maneira de aproximar produtor, ponto de vendas, 
cliente e consumidores. 
Basta lembrar que em países desenvolvidos como Alemanha, Inglaterra, 
França, Estados Unidos, entre outros, todo esse processo de Logística Reversa, 
seja por parte do governo, seja por parte dos empresários, seja por parte da 
população, vem dando resultados extraordinários. Isso comprova a importância e 
a possibilidade de produzir e consumir sem afetar o meio ambiente e sem elevar 
os custos.
Com relação aos fatores da produção anteriormente citados, eles são 
classificados e agrupados por ordem de necessidade e complementaridade, 
visto que não existe um estado de prioridade consequencial, mas um estado de 
interdependência. Veja, a seguir, os fatores da produção definidos por Barbosa (2013):
FATORES DA PRODUÇÃO
Toda empresa para produzir alguma coisa, ela depende da 
existência conjunta de pelo menos sete fatores, denominados de 
fatores da produção. 
Natureza: É o fator que fornece os insumos à produção, ou seja, 
fornece a matéria-prima, os materiais, etc. É o fator de produção que 
proporciona as entradas de insumos para que a produção possa ser 
realizada. 
Capital: É o fator que fornece o dinheiro necessário para adquirir 
os insumos e pagar o pessoal, ou seja, o capital representa o fator 
de produção que permite os meios para comprar, adquirir e utilizar os 
demais fatores da produção.
Trabalho: É o fator constituído pela mão de obra existente 
no ambiente externo (mercado) e que, uma vez requisitada para o 
ambiente interno (empresas), processam e transformam os insumos 
por meio de operações realizadas em equipamentos (máquinas 
ou ferramentas) em produtos semiacabados ou acabados. É 
denominada de mão de obra porque se refere principalmente ao 
operário braçal que realiza operações físicas sobre as matérias-
primas, com ou sem o uso de máquinas e equipamentos.
35
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
Informações: É a designação de um fenômeno existente, 
analisado em seus múltiplos estágios e em suas diferentes fases 
de manifestações no tempo e no espaço em que ele se encontra, 
de acordo com as leis do entendimento. Sendo as informações 
utilizadas como base da comunicação, elas têm como principal 
objetivo influenciar o processo humano, organizacional e produtivo. 
Energia: Sabe-se que toda e qualquer empresa, para 
desenvolver suas atividades, necessita de algumas fontes de 
alimentação como suporte capaz de interligar e dinamizar todo o 
sistema produtivo. No início da Revolução Industrial, já se percebe 
a introdução de alguns dispositivos que permitiam o aumento 
da capacidade operacional dos maquinários com o mínimo de 
interferência humana, que basicamente teve início com o motor a 
vapor que reduziu o custo de produção e revolucionou a indústria 
e o comércio da época. Hoje, as principais fontes de energia são 
o petróleo e a eletricidade. Algumas fontes alternativas vêm sendo 
introduzidas,como é o exemplo do gás natural e da energia solar. 
Tecnologia: É o resultado do conhecimento técnico ou das 
experiências adquiridas pelo indivíduo, através dos tempos e 
inseridas no processo de transformação de bens de produção ou 
de consumo, o que os tornam diferenciados em relação aos seus 
aspectos físicos, tecnológicos e suas utilidades ou aplicabilidades. 
Assim, a tecnologia está intimamente ligada aos meios utilizados 
na execução de tarefas, o que se traduz em iniciativa, inovação e 
diferenciação no contexto produtivo.
Empresa: É o fator capaz de integrar natureza, capital e 
trabalho em um conjunto harmonioso que permite que o resultado 
final alcançado seja maior que a soma aplicada no negócio. A 
empresa tem um efeito multiplicador, que através dos recursos é 
capaz de proporcionar um ganho adicional que depois de deduzidas 
as despesas, irá representar o lucro do empresário.
Fonte: Adaptado de Barbosa (2013, p. 64).
Sendo assim, podemos afirmar que existe um ambiente organizacional, 
constituído pelos fornecedores de matéria-prima, recursos financeiros, mão de 
obra, tecnologias, etc.; e outro ambiente, formado pelos fabricantes de produtos, 
dos representantes e distribuidores, que fazem a intermediação entre o fabricante 
e o consumidor, diminuindo a distância entre eles. 
36
 LOGÍSTICA REVERSA
O Desenvolvimento Histórico, 
Conceitual e Administrativo do 
Supply Chain Management Como 
Justificativa da Evolução da 
Logística 
Bem, todos os elementos acima citados são modelos tradicionais 
de ambientes organizacionais, que precisam ser muito bem planejados e 
administrados em todas as suas etapas. No entanto, apesar dos avanços 
tecnológicos e as facilidades do mundo atual, as inovações precisam de uma 
visão crítica, de iniciativas e criatividade, consideradas atribuições do processo 
administrativo. De acordo com Razzolin Filho e Berté (2013, p. 33):
É importante esclarecer que esse processo evolutivo não 
significa que a visão organizacional ou foco da logística em 
cada um dos períodos foi abandonado no período seguinte, pelo 
contrário, os conhecimentos adquiridos em cada período foram 
acumulados e aprimorados ao longo do tempo, exigindo uma 
competência muito maior por parte dos profissionais da área.
Com base nestas observações, podemos fazer uma breve narrativa dos 
acontecimentos que nos trouxeram até aqui. Tudo teve início com as funções 
administrativas, uma disciplina instituída por Fayol e publicada em seu livro com 
o título General and Industrial Management (1929), que significa Administração 
Geral e Industrial. Essas funções são as atividades de planejamento, organização, 
comando, coordenação e controle de desempenho das funções anteriores. 
Hoje, essas funções estão consolidadas como uma das maneiras 
mais significativas para compreender a administração, mas eram 
revolucionárias quando Fayol escreveu sobre elas. No entanto, 
atualmente, podemos avaliar que este modelo, sozinho, já não é 
suficiente para atender à complexa economia globalizada, visto que as 
funções administrativas possuem um foco mais específico, voltado para 
um conjunto individual de responsabilidades. O que é corroborado por 
Tachizawa (2011, p. 43):
Autores como Peter F. Drucker, Jay Galbraith, Bil Gates, Michael 
E. Porter, Don Tapscott, entre outros, enfocam as mudanças 
fundamentais na situação econômica mundial, na natureza 
das organizações, e a necessidade de um novo referencial 
na gestão dos negócios, uma abordagem fundamentalmente 
inovadora à maneira de pensar para poder compreender e 
tratar as novas realidades.
Hoje, essas funções 
estão consolidadas 
como uma das 
maneiras mais 
significativas para 
compreender a 
administração, mas 
eram revolucionárias 
quando Fayol 
escreveu sobre elas.
37
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
Assim, com o crescimento populacional, a expansão dos mercados, 
a diversidade de produtos similares, o aumento da concorrência e da 
competitividade, as organizações se viram na obrigação de buscar novos modelos 
de gerenciamento, os quais as conduzissem a um sistema produtivo e distributivo 
que não fosse apenas eficiente, mas também eficaz, o que é confirmado por 
Cristopher (2011, p. 252-253):
Torna-se evidente que alcançar o sucesso [...] exige uma 
mudança significativa dentro da empresa. Isso exige uma 
transformação que vai além do redesenho do organograma e 
implica uma mudança cultural que deve ser conduzida desde o 
início. Na verdade, os princípios básicos que tradicionalmente 
orientaram a empresa devem ser contestados, pois é 
necessária uma mudança nos paradigmas básicos que vêm 
sustentando as organizações industriais por tanto tempo.
E só para relembrar, essa mudança nos princípios básicos propostos 
por Cristopher (2011) começa pelos fornecedores da matéria-prima, pelos 
fabricantes de produtos, pelos distribuidores e representantes, bem como os 
pontos de vendas, centros de distribuição, ou seja, todos aqueles que fazem parte 
ativamente da complexa rede organizacional da cadeia de suprimentos, tendo na 
outra ponta, os consumidores, os quais, por sua vez, também são responsáveis 
pelas mudanças de hábitos e pelo maior engajamento nas questões ambientais. 
Em outras palavras, o Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos está cada 
vez mais voltado para a plena satisfação do cliente final, ou seja, um 
ganho financeiro por meio da rapidez no recebimento do pedido e 
entrega dos produtos. Isso pode ser realizado através da integração 
entre fabricante e fornecedores de matéria-prima, em que os esforços 
são compartilhados e as informações deixam de ser individualizadas 
e passam a ser um objeto de mensuração dos desejos e das 
necessidades dos clientes e dos meios empregados na identificação 
dessas necessidades, dando uma resposta rápida, isto é, indo além 
do tempo justo, o que significa que as organizações devem se sobrepor às 
expectativas dos clientes. O que, de acordo com Cristopher (2011, p. 254-255):
No passado, era mais frequente que as organizações fossem 
estruturadas e gerenciadas com base na otimização de suas 
próprias operações, sem considerar a maneira pela qual 
interagiam com os fornecedores ou, de fato, com os clientes. 
O modelo de empresa foi essencialmente “transacional”, 
significando que os produtos e serviços eram comprados e 
vendidos em condições de plena concorrência, como também 
houve pouco entusiasmo pelo conceito de relações mutuamente 
dependentes de longo prazo. O resultado foi muitas vezes uma 
solução de alto custo e de baixa qualidade para o cliente final 
da cadeia de suprimentos.
O Gerenciamento 
da Cadeia de 
Suprimentos está 
cada vez mais 
voltado para a plena 
satisfação do cliente 
final.
38
 LOGÍSTICA REVERSA
Esse paradigma competitivo emergente está em forte contraste 
com o modelo convencional. Ele sugere que, nos desafiadores 
mercados globais de hoje, o caminho para a vantagem 
sustentável reside na gestão da complexa teia de relações que 
ligam prestadores altamente focados de elementos específicos 
da oferta final em uma cadeia econômica que agrega valor.
A chave para o sucesso nessa nova estrutura competitiva pode-
se argumentar, é a maneira pela qual essa rede de aliança 
e fornecedores é consolidada em parceria para atingir metas 
mutuamente benéficas.
O que é complementado por Chistopher (1997 apud RAZZOLIN FILHO; 
BERTÉ, 2013, p. 25-26): 
No século XX, uma das tendências mais significativas “foi a 
emergência da logística como conceito integrado que abrange 
toda a cadeia de suprimentos desde a matéria-prima até o 
ponto de consumo” Isso continua válido para o século XXI, em 
virtude da integração cada vez maior dos mercados mundiais, 
nos quais as organizações são cada vez mais globais e seus 
mercados (fornecedor e consumidor) também são globalizados. 
Para constatar isso, basta você analisar a concepção do Supply 
chain management, como expõe Campos (2009):
Considerandoessas circunstâncias de renovação e 
transformação na concepção entre logística e gestão e, 
conforme já afirmamos anteriormente, sendo o Supply 
Chain Management (SCM) a correta Gestão da Cadeia de 
Suprimentos, você, a partir desse prisma, observa uma 
cadeia de suprimentos como uma rede ampliada de negócios 
(fornecedores, fabricantes, distribuidores ou varejistas) com 
o objetivo de transformar insumos em produtos e/ou serviços 
para atender o cliente final, com maior valor agregado (grifo 
nosso).
Portanto, esta rede organizacional é, sem dúvida, uma versão mais dinâmica 
da Logística de Materiais, que deixa de ser um tanto individualista, passando a ser 
integrada e com uma visão mais aberta e mais flexível nas relações comerciais, 
no que diz respeito à agregação de valor ao produto por meio de agregação de 
valor aos serviços relacionados ao preço, à qualidade, à agilidade na entrega, à 
agilidade no recebimento e ao pagamento dos fornecedores. 
Logo, esta é uma nova versão de gerenciamento ou gestão das atividades 
de compra, produção, estocagem, venda e retorno financeiro, que, atualmente, 
é uma proposta e uma atribuição específica do Suply Chain Management – 
Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos.
39
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
Para complementar o nosso raciocínio, Razzolini Filho e Berté (2013, p. 
40-41) explicam detalhadamente as mudanças que vem acontecendo rumo à 
competitividade organizacional:
Resumindo o que já vimos, podemos dizer que o modelo 
pelo qual as organizações direcionavam suas ações em um 
passado não muito distante, era baseado essencialmente 
em produtividade. Porém, o fenômeno da globalização de 
mercados e de recursos produtivos, um volume crescente 
de inovações tecnológicas, mudanças nos ciclos de vida dos 
produtos e nos padrões comportamentais dos consumidores, 
aliados às pressões ambientais significativas sobre as 
organizações, exigem uma mudança de modelo (ou até mesmo 
de paradigma) fazendo com que as organizações pautem 
suas condutas em níveis de serviços mais elevados e, dessa 
forma, adicionem valor aos produtos comercializados e, ainda, 
adotem sistemas logísticos de resposta rápida.
Neste contexto, as mudanças ocorrem na mesma proporção em que ocorrem 
as alterações nos ambientes políticos, econômicos e sociais, o que é um processo 
em movimento constante e favorável à concepção de novas teorias. Estas, por 
sua vez, modificam e alteram os conceitos anteriores num processo constante 
de mudanças e adaptações, tornando o sistema organizacional mais dinâmico, 
eficaz e suscetível a essas mudanças, tanto no ambiente interno como no 
ambiente externo, tornando as organizações mais dinâmicas e mais competitivas 
(RAZZOLIN FILHO; BERTÉ, 2013).
No Quadro abaixo, podemos acompanhar o percurso dessas mudanças do 
sistema Logístico no decorrer dos tempos.
Quadro 1 - Sinopse da evolução dos sistemas logísticos
Momento da 
história
O que acontece no 
ambiente das 
organizações
Visão organizacional 
(ênfase) Foco da logística
1950 – 1960
Busca por escala de produção 
(volume). Surge o conceito de 
Lote Econômico de Fabricação 
e de Compras (LEF e LEC).
Redução de custos 
constante.
Gerenciamento dos 
inventários (preocupação 
com estoques).
1960 – 1970
Necessidade de incremento 
nas vendas. Surgem os primei-
ros supermercados (mudanças 
radicais no varejo).
Busca de diferenciação 
pelo serviço ao cliente.
Distribuição física 
(visando criar utilidade 
espacial).
1970 – 1980 
Primeira “Crise do Petróleo” 
(1973). Movimento de investi-
mento de capitais.
Necessidade de obter 
lucros para remunerar os 
capitais.
Processos produtivos vi-
sando reduzir os tempos 
de ciclo e minimizando 
estoques em processo.
40
 LOGÍSTICA REVERSA
1980 – 1990 
Competição acirrada provocada 
pelo crescimento de participa-
ção das empresas japonesas 
no mercado mundial.
Busca por melhoria nos 
processos produtivos 
visando à certificação na 
qualidade.
Integração dos processos 
de compras, produção e 
distribuição.
1990 – 2000 
Incremento da globalização 
dos mercados. Terceirização 
(outsourcing). Questões 
ambientais.
Competição baseada em 
rapidez de resposta.
Processos de geren-
ciamento (visando criar 
utilidade temporal).
2000 
Crises nos processos de 
globalização. Formulação de 
alianças nas cadeias produti-
vas. Ampliação dos conceitos 
de responsabilidade social e 
ecológica.
Preocupação com presen-
ça local (instalação física 
próxima aos principais 
mercados) e rapidez de 
respostas.
Processos flexíveis e 
ágeis. Implantação de 
sistemas logísticos de 
resposta rápida.
Fonte: Ranzzolini Filho e Berté (2013, p. 32-33).
Analisando o quadro anterior, a partir dos anos 1990/2000, podemos 
observar que a ênfase organizacional está baseada no sistema de parceria, 
mudanças de comportamentos, preocupação com o social, maior aproximação 
física com o mercado consumidor, flexibilização e agilidade no processo de 
entrega dos produtos. Tudo isso se apoia em um sistema de informação 
gerencial aberto, que deve permear toda a rede organizacional e faz parte 
integrante da cadeia de suprimentos. É por meio das informações analisadas 
em todos os seus detalhamentos que os empresários podem ficar a par das 
mudanças ocorridas e, com isso, criar estratégias para acompanhar o processo 
de mudança em todos os sentidos. 
Para aprofundar os seus estudos, sugerimos a leitura do 
texto Desmistificando o Conceito do Gerenciamento da Cadeia de 
Suprimentos, de Mauricio Johnny Loos e Carlos M. T. Rodriguez. 
Disponível em: <http://goo.gl/SYfNfV>.
41
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
A Importância da Logística Reversa, 
Logística Empresarial e o Sistema de 
Informações Gerenciais
Podemos afirmar que, no Brasil, tanto a Logística Empresarial como a 
Logística Reversa vem ganhando cada vez mais espaço e importância em todos 
os seus segmentos, seja no aumento da conscientização empresarial e social, 
seja na pressão do poder público, dentre outras. É possível, também, destacar 
um trabalho de conscientização, realizado em algumas escolas, em que as 
crianças recebem as informações de como cuidar do meio ambiente e realizam na 
prática essa teoria, levando para a sua casa e para a sua vida pessoal o cuidado 
necessário com o descarte de materiais. 
Por meio do sistema de informação, as organizações podem tomar ciência dos 
acontecimentos e das mudanças que estão ocorrendo no mercado e vice-versa. 
Também com relação ao desenvolvimento da Logística na cadeia de suprimentos, 
Leite (2009) cita alguns exemplos dos movimentos que ocorreram no Brasil e que 
deram origem a essa nova perspectiva formulada pela Cadeia de Suprimentos. 
Segundo Leite (2009), a Logística Empresarial ganhou uma maior importância 
a partir dos anos 90, principalmente com a abertura dos portos pelo governo 
brasileiro. Isso permitiu uma maior flexibilização nas transações comerciais entre 
os países, trazendo, também, grandes mudanças ao ambiente organizacional 
interno. As empresas acordaram para uma nova realidade, inclusive nos padrões 
de competitividade, com a elevação da qualidade nos produtos e nos serviços, 
mais clareza na formulação dos objetivos organizacionais, etc. 
No entanto, a grande mudança, segundo Leite (2009), deu-se a partir 
de 1994, com o plano real, com a estabilização da moeda, com o controle da 
inflação, com o aumento do poder aquisitivo da população e com o aumento 
das transações comerciais, em nível nacional e internacional, bem como o 
desenvolvimento da indústria de bens e da agropecuária, trazendo uma grande 
valorização dos insumos. Para completar o quadro, ainda havia no país uma 
grande e constante movimentação de operações logísticas internacionais, 
motivadas pelas exportações e importações de produtos e serviços.
42
 LOGÍSTICA REVERSA
Ainda, de acordo com Leite (2009, p. 5):
Com oresultado dessa internacionalização, observa-se um 
crescimento de atividade significativo em diversas cadeias 
produtivas, tanto nas existentes como nas de novos produtos 
que colocam em destaque a contribuição da logística em seu 
equacionamento.
Desta forma, o aumento de exigência na competição interna 
e externa, a maior conscientização de suas possibilidades 
competitivas, a preocupação com os custos dos estoques 
e transportes, a exigência de velocidade de resposta, a 
necessidade de melhorar a matriz de transportes nacional e a 
exigência de formação de especialistas evidenciam a logística 
empresarial no país.
Sendo assim, surge como uma alternativa viável a Gestão da Cadeia de 
Suprimentos, que, atualmente, está mais preocupada em dar uma resposta rápida 
ao cliente, bem como a flexibilidade no compartilhamento de informações entre 
os parceiros, tendo como princípio norteador a confiança mútua entre as partes, 
ou seja, o processo logístico se integra aos ambientes organizacionais em suas 
várias atividades e áreas de atuação. De acordo com Razzolini Filho e Berté 
(2013, p. 41):
A exigência de sistemas logísticos flexíveis e de resposta 
rápida é fundamental para que as organizações possam se 
adaptar rapidamente às mudanças ambientais, adaptação que 
só é obtida com base em uma adequada estruturação dos seus 
fluxos informacionais e físicos.
Assim, os fluxos de informações, em função do elevado 
volume e da necessidade de velocidade que apresentam 
atualmente, devem ser considerados itens estratégicos para a 
sobrevivência das organizações nesse novo modelo baseado 
em competitividade e não mais em produtividade.
Podemos concluir que o sistema de informação é um dos fatores essenciais 
na condução do processo logístico da cadeia de suprimentos e parece ser 
unânime esta constatação, pois, para Christopher (2011, p. 170). 
As principais organizações reconheceram há muito tempo que 
a chave para o sucesso na gestão da cadeia de suprimentos é o 
sistema de informação. No entanto, o que estamos aprendendo 
agora é que uma dimensão de informação que permite que a 
oferta e a demanda estejam associadas em vários mercados, 
frequentemente com produtos sob medida, em prazos cada 
vez mais curtos. 
Essa extensão do sistema de informação, para além das 
dimensões clássicas de planejamento e controle simples, 
Observa-se um 
crescimento 
de atividade 
significativo em 
diversas cadeias 
produtivas.
43
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
permite que tempo e espaço rompam a capacidade de ligação 
do cliente diretamente ao fornecedor e o fornecedor reaja, por 
vezes em tempo real, as mudanças de mercado. 
Desse modo, podemos resumir que as informações são um fator importante, 
não somente como fonte de pesquisa e avaliação de comportamento, mas por 
sua influência direta nas mudanças de mercado.
Ainda, as informações também podem ser utilizadas na 
recuperação e na reintegração dos materiais de pós-consumo, como 
uma fonte de reavaliação e de revitalização do sistema produtivo, bem 
como da cadeia de suprimentos como um todo, ou seja, a integralização 
do processo produtivo, do sistema de distribuição e do processo da 
produção reversa propriamente dita, uma vez que parece existir uma 
forte tendência de unificação entre o Supply Chain Management e o 
Reverse Supply Chain Management, pelo menos foi uma insinuação 
feita por Ranzzolini Filho e Berté (2013, p. 50) ao afirmar que os clientes e 
consumidores não estão interessados apenas nos produtos e nos serviços, pois:
Eles geralmente desejam um conjunto de valores associados 
aos produtos e serviços, que, genericamente, denomina-se 
nível de serviço logístico (que oferece utilidades de tempo, 
lugar, uso, variedade, qualidade, etc.). Lembrando que é 
essa condição, isto é, a de agregar o conjunto de valores aos 
produtos ou aos serviços da organização, que possibilita ao 
sistema logístico garantir a desejada qualidade no serviço ao 
cliente.
Obviamente, o objetivo com todo esse conjunto de informações 
foi permitir a montagem inicial do cenário para o estudo da 
logística reversa.
Assim, as informações, quando bem implementadas e analisadas 
no seu tempo, podem representar uma redução de tempo e de custos 
relacionados à gestão e ao gerenciamento contínuo e responsável 
em todos os sentidos, isto é, o fluxo de informações deve ocorrer 
nos dois sentidos, ou seja, da empresa para o mercado, através dos 
seus representantes, e do mercado para empresa. Desse modo, os 
empresários vão tomar conhecimento do posicionamento dos seus 
produtos em termos de qualidade, preço e aceitação por parte dos 
consumidores. 
Quando tratamos das estratégias logísticas atuais, relacionadas ao Supply 
Chain Management, parece-nos que a relevância desse gerenciamento está 
centrada na valorização do produto, através da resposta rápida ao cliente em 
relação ao pedido, produção e entrega, bem como a flexibilização organizacional, 
por meio de um lead time estendido e processo de informação mais aberto 
As informações 
também podem 
ser utilizadas na 
recuperação e na 
reintegração dos 
materiais de pós-
consumo, como uma 
fonte de reavaliação 
e de revitalização do 
sistema produtivo.
 Quando tratamos 
das estratégias 
logísticas atuais, 
relacionadas ao 
Supply Chain 
Management, 
parece-nos que a 
relevância desse 
gerenciamento 
está centrada na 
valorização do 
produto.
44
 LOGÍSTICA REVERSA
e compartilhado entre fornecedor, produtor e mercado (clientes/consumidor). 
A alegação consensual está baseada no avanço tecnológico, em que alguns 
produtos se tornam obsoletos em menos tempo do que o tempo levado para a 
produção de um similar mais avançado, como é o caso típico da telefonia celular. 
Agora, vamos analisar um conceito de Logística Empresarial. Ballou (2011, p. 
23), em seu livro “Logística Empresarial Definida”, afirma que:
DEFINIÇÃO DE LOGÍSTICA EMPRESARIAL
Logística empresarial não tem o mesmo significado para todas 
as pessoas, inclusive para aquelas que estão ativamente engajadas 
no assunto. Até o momento, o campo ainda não tem um título único 
para identificá-lo, como fizeram os setores de marketing e produção. 
Uma amostra dos membros do Conselho Nacional de Administração 
da Distribuição Física norte americano mostrou que a área é 
representada por nomes como transporte, distribuição, distribuição 
física, suprimento e distribuição, administração de materiais, 
operações e logística. Apesar de distribuição física ser um título mais 
popular, neste texto a disciplina é chamada de Logística Empresarial, 
pois este é o título do futuro. Ele implica tanto o suprimento físico 
como a distribuição física que é o escopo desejado para o assunto.
Na sequência o autor ainda faz uma ressalva, afirmando que:
Foram propostas muitas definições para logística empresarial. A 
preferida neste texto é a seguinte:
A Logística Empresarial trata de todas as atividades de 
movimentação e armazenagem, que de consumo final, assim como o 
fluxo de informação que colocam os produtos em movimento, com o 
propósito de providenciar níveis de serviços adequados aos clientes 
a custo razoável.
O termo “produto” é aqui utilizado no sentido lato, incluindo tanto 
bens como serviços.
Fonte: Ballou (2011, p. 23).
45
Supply Chain Management (SCM) e a Logística Reversa Capítulo 2 
Como você percebe, os conceitos relacionados ao gerenciamento logístico 
na cadeia de suprimentos ou à Logística Empresarial não denotam uma relação 
direta entre produtor e consumidor em relação aos produtos e materiais de pós-
consumo, pois o seu processo de gerenciamento e avaliação de desempenho fica 
limitado, como última instância, aos pontos de vendas dos produtos. A única coisa 
que retorna ao seu ponto de origem, relacionada ao fornecimento da matéria-
prima e fabricação dos produtos, são as informações. 
O que pode ser constatado na figura a seguir, relacionada ao fluxo reverso:

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