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Unidade III MANEIRISMO Diante da dificuldade em caracterizar as qualidades de todos os movimentos artísticos importantes dos séculos XV ao XVII, os pesquisadores, a partir do início do século XX, introduziram um novo termo para distinguir as importantes diferenças verificadas entre a Alta Renascença e a arte produzida no final do século XVI: o “maneirismo”. Histórico Federico Barocci (1528-1612): “A Fuga de Enéas” Século XVI: Reforma e Contra-Reforma Reforma: Movimento de reação contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica iniciado por Martinho Lutero em 1517. Logo recebeu o apoio de diversos religiosos e governantes europeus, tendo maior impacto em regiões da Alemanha, França, Suíça, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia, dentre outros. Como resultado, a Igreja divide-se entre os católicos romanos e os “reformados” ou “protestantes”. Contra-Reforma: Em resposta à Reforma protestante, a Igreja Católica, a partir do Concílio de Trento (1545) põe em ação uma série de medidas em defesa de seus interesses: a retomada da Inquisição, a proibição de vários livros, criação de novas ordens religiosas (destaque para a Companhia de Jesus), expansão da catequese no Novo Mundo etc. O conceito de “Maneirismo”, portanto, é um conceito moderno (década de 1920), surgido quando os estudiosos voltaram suas atenções a um período da arquitetura do século XVI que, em função de sua atitude “peculiar” - e particular - em relação às normas clássicas, havia sido anteriormente repudiado e definido como algo “excêntrico” ou “perverso e decadante”; A palavra “maneirista”, por sua vez, origina-se do termo italiano “maniera”, que pode ser definido como “maneira” ou “modo”, o que implica uma abordagem autoconsciente e/ou planejada. O Maneirismo Variedade: tanto na decoração quanto na forma de utilização dos elementos clássicos; Uma “elegância” obtida aparentemente sem esforço: que geralmente disfarça arrojadas soluções técnicas; Sofisticação: normalmente manifestada na forma de interessantes “jogos visuais”. As principais características da arquitetura maneirista são: Detalhe do Palazzo del Té (c.1534) (Giulio Romano) O Maneirismo Um arquiteto maneirista, portanto, é um profissional que, a partir da profunda compreensão das normas clássicas, quebra-as ou altera-as em função de uma variedade de motivos. O Maneirismo Villa Giulia (1551- 1553): projeto de Jacopo (ou Giacomo) Vignola, com contribuições de Michelangelo, Giorgio Vasari e Bartolomeu Ammanati O Maneirismo Villa Giulia, em Roma (1551-1553) O Maneirismo “O Renascimento e o seu apogeu (...) mantiveram o equilíbrio, a harmonia e a gravidade romana. O Maneirismo, porém, tinha ideias diferentes. Recorreu à dessemelhança, à tensão emocional, (...) ao efeito cênico e à sobrecarga decorativa para conseguir os efeitos desejados. Os arquitetos maneiristas podiam desprezar todas as regras vitruvianas para serem mais românticos e individualistas que os seus antecessores imediatos”; (R. Jordan) G. C. Argan: o maneirismo “nasce como arte livre da obrigação de imitar, ou mais precisamente, como arte que é mimesis, mas da ideia e não da natureza”. A Arte Maneirista “Se equilíbrio e harmonia são as principais características da Alta Renascença, o maneirismo é seu oposto: é a arte do desequilíbrio e da dissonância – ora emocional a ponto de levar à distorção (Tintoreto, El Greco), ora disciplinado a ponto de se auto-anular (Bronzino).” (N. Pevsner) Em Tiziano, “há uma beleza luxuriante; em Rafael, uma austeridade majestosa; em Michelangelo, uma força gigantesca, mas os tipos do maneirismo são delgados, elegantes e com atitudes afetadas”; Uma tal “afetação” era uma experiência nova para o Ocidente. A Idade Média, e também a Renascença, haviam sido muito mais ingênuas; A Reforma e a Contra-Reforma romperam com esse “estado de inocência”, e esta é a razão pela qual “o maneirismo é cheio de maneirismos.” (N. Pevsner) A Arte Maneirista Michelangelo: “Escravo morrendo” (c.1513-1520) O classicismo é uma atitude estética apreciada pela primeira vez durante esta fase do maneirismo – “representa um ponto de vista muito mais estético do que uma real submissão à Antiguidade”; Clássico x Classicismo Ou seja, o classicismo, mais do que a imitação da Antiguidade, é a imitação do momento clássico da Renascença, em detrimento da sua expressão direta (ou fiel). A Arquitetura Maneirista A aplicação dos princípios do maneirismo à arquitetura “é relativamente recente e, ainda, objeto de controvérsias.” (Pevsner) Biblioteca Laurenziana (Michelangelo) A Arquitetura Maneirista Para a sua melhor compreensão, Pevsner propõe, como exemplo, a comparação de dois palácios do século XVI: o Palazzo Farnese (de Antonio de Sangallo) e o Palazzo Massimi alle Colonne (de Baldassare Peruzzi) – “os mais perfeitos exemplos da arquitetura entre palácios da Alta Renascença e do Maneirismo”; Pevsner: “o contraste entre suas qualidades emocionais logo se revelará como sendo o contraste entre os dois estilos tal como podemos distingui-los na pintura”. A Arquitetura Maneirista Palazzo Farnese Palazzo Massimi alle Colonne O Palazzo Massimi, de Baldassare Peruzzi (1481- 1536), membro do círculo de Bramante e Rafael em Roma, foi iniciado em 1535 e, de fato, não seguiu fielmente os cânones da Antiguidade; A edificação compõe-se, na realidade, de dois palácios (para dois irmãos), habilmente construídos de modo a terem uma só fachada. A Arquitetura Maneirista No Palazzo Massimi há um vivo contraste entre a profunda escuridão da loggia do térreo e a “planeza e a finura de folha de papel dos andares superiores”. (Pevsner) A Arquitetura Maneirista As janelas do primeiro andar têm pouco relevo comparadas com as que víamos na Alta Renascença, enquanto as janelas do segundo e terceiro andares são pequenas e têm curiosas molduras. Ou seja, não se diferenciam pelo tamanho e nem pela importância, como acontecia durante a Renascença. A Arquitetura Maneirista “As janelas superiores – nada clássicas – mais parecem quadros com belíssimas molduras penduradas na parede do que aquilo a que Sangallo teria chamado janelas. São uma extravagância, e uma extravagância deliciosa de Peruzzi”. (R. Jordan) A Arquitetura Maneirista Além disso, uma leve curva de toda a fachada dá “delicadeza e animação” ao conjunto, “enquanto as fachadas rigorosamente retilíneas da Renascença pareciam expressar uma poderosa solidez”; O Palazzo Massimi, apesar de menor que o Palazzo Farnese em tamanho e “dignidade”, “tem, por sua vez, uma sofisticada elegância que se dirige ao connoisseur intelectual e supercivilizado”. A Arquitetura Maneirista Ele iniciou, portanto, uma fase nova e original na arquitetura italiana. “Representou uma inovação, marcando o começo do Maneirismo” em Roma. (R. Jordan) A Arquitetura Maneirista A Arquitetura Maneirista No Maneirismo, o espaço também possui características próprias; Os arquitetos agora podiam criar deliberadamente suas perspectivas: “não se tratava, evidentemente, de uma característica exclusiva do Maneirismo; no entanto, as perspectivas monótonas e extensas de algumas plantas maneiristas pareciam projetadas para conduzir a um clímax misterioso”. (Pevsner) Biblioteca Laurenziana (Michelangelo) O pátio dos Uffizi, em Florença, da autoria de G. Vasari (começado em 1560), o interior de S. Giorgio Maggiore, em Veneza, de Palladio (desenhado em 1566) ou a própria Biblioteca Laurenziana (Michelangelo), todos apresentam essa característica, à qual Nicolau Pevsner chamou o “poder de sucção” – o espectador “é sugado para o âmago do projeto”. A Arquitetura Maneirista Galleria Degli Uffizi (G. Vasari) A Arquitetura Maneirista Salãode leitura da Biblioteca Laurenziana (Michelangelo) em Florença Andrea Palladio (1508-1580) Michelangelo Buonarroti (1475-1564) A Arquitetura Maneirista: Arquitetos Os arquitetos maneiristas em destaque são: Andrea Palladio Nascido em Pádova, Palladio (Andrea di Pietro dalla Gôndola) é descrito como o “mais descontraído e sereno dos arquitetos do fim do século XVI”; o “homem que em muitos sentidos foi o arquiteto mais original de todo o período”; O termo “palladiano”, por exemplo, tornou-se – na língua inglesa – sinônimo de arquitetura clássica; Foi também, como já vimos, o autor do importante tratado de arquitetura intitulado Quattro Libri dell’Arquitetura, publicado em 1570. Antes disso, fora colaborador de uma das várias edições da obra de Vitrúvio. http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Palladio_Titel_1642.jpg Andrea Palladio Palladio “tomou emprestado” conceitos do passado, acrescentou suas próprias ideais e desenvolveu uma abordagem para o projeto que facilitaria sua aplicação pelos futuros construtores; Graças a isso, Palladio tornou-se um dos arquitetos mais copiados do ocidente, inspirando projetos de casas nobres e prédios públicos ao redor do globo. Basilica de Vicenza (1549-1617) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=haxwgS7BRBSe-M&tbnid=IhqerMPmvJvCyM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.bluffton.edu/~sullivanm/palladio/palladiobasilica.html&ei=vQxkUubBMOSG2gWh3ICwAw&psig=AFQjCNGXrWB01jsPH5n1aJN5ZPdy88DsrQ&ust=1382374915354390 Andrea Palladio Ex.: a “janela palladiana” Andrea Palladio Palladio buscou a perfeição arquitetônica através da simetria (em plantas e fachadas), do estudo das proporções (com um domínio de volumes e massas e suas relações com a escala humana), do uso das ordens clássicas, da rica decoração escultórica e de inovações construtivas. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=tQwtbcnxDvteaM&tbnid=bUsyOFFDzLzDjM:&ved=0CAUQjRw&url=http://ocw.nd.edu/architecture/nature-and-the-built-environment/lecture-5/andrea-palladio/view&ei=mARkUrmjHcOz2QWOz4GwDg&bvm=bv.54934254,d.aWc&psig=AFQjCNF23X0K8ze3hQoB7SWtgoFGU3HnZA&ust=1382372861341841 Andrea Palladio Curiosidade: em seu tratado de arquitetura, entre outras inovações, Palladio realizou uma série de estudos de tesouras em madeira, tendo servido de base para os avanços na construção em madeira verificada no final do século XVIII. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=andrea+palladio+++truss&source=images&cd=&cad=rja&docid=E9WHrV__hIpODM&tbnid=7nC3jgvi0rWBqM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.tankonyvtar.hu/hu/tartalom/tkt/faepites-faepites/ch23.html&ei=GfafUa6hCuni4APHwYFY&bvm=bv.47008514,d.dmQ&psig=AFQjCNETGgDit4tORZsk0dPFz3KwQWg4Gw&ust=1369523903551444 Villa Rotonda Atuando principalmente em Vicenza e seus arredores, Palladio era chamado para projetar, de modo quase exclusivo, casas urbanas e de campo - os palazzi e as villa -, e é bem significativo que os efeitos do seu estilo possam ser demonstrados sem recorrer à análise de suas igrejas; De fato, a partir da Renascença, a arquitetura secular tornou-se tão importante como veículo de expressão visual quanto a arquitetura religiosa. Andrea Palladio: Villas Os ricos comerciantes de Veneza demandavam uma casa de campo que lhes permitisse desfrutar ao máximo a natureza (como faziam os antigos gregos e romanos) e também que demonstrasse, através de uma certa magnificência, o seu poder e prestígio; Andrea Palladio: Villas Um típico palácio veneziano, com seu caráter urbano, estaria fora de questão, pois não seria funcional , não facilitaria o contato com o ambiente externo e também acabaria custando uma pequena fortuna. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=OORLhFiT39v1KM&tbnid=CE5oD9XFO1CP1M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.furniturefollies.co.uk/Page9.htm&ei=6LBiUs3fIo7b4APX0YHwCQ&bvm=bv.55139894,d.eWU&psig=AFQjCNHD6H7Ap4cPmqOAbvi3bfpAcS7boQ&ust=1382285920852800 Algo novo era necessário. Uma edificação que fosse “magnífica”, mas de baixo custo; um edifício que fosse confortável, que promovesse o repouso, mas que também fosse funcional (especialmente quando as villas eram erguidas como sedes de fazendas produtivas); Foi Palladio, portanto, que forneceu a solução (uma solução, por sinal, que ultrapassaria as fronteiras de Vicenza e arredores): as novas villas. Andrea Palladio: Villas Com base em seus estudos (Vitrúvio, Alberti etc.) e observações próprias, Palladio desenvolveu suas villas de forma a atender três princícipos básicos (de acordo com C. Gable): Andrea Palladio: Villas “Dramáticos” temas exteriores (fachadas); Materiais de baixo custo; Harmonia e equilíbrio dos espaços internos. Andrea Palladio: Villas Fachadas De uma forma geral, Palladio desenvolveu 3 tipos básicos de fachadas. A primeira e mais simples de todas, também a mais numerosa em exemplos, é caracterizada por uma loggia (galeria) com três aberturas. Por sua modéstia, teria pouca influência nos arquitetos futuros; Exemplos: Villa Godi (c.1540), Villa Caldogno, Villa Saraceno, Villa Gazzotti (as três da década de 1540), Villa Pisani (c.1552) etc. Andrea Palladio: Villas Villa Caldogno Villa Pisani Andrea Palladio: Villas Villa Gazzotti Villa Saraceno http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=k1dHRiVoUI-g9M&tbnid=SS6ntMp--pDfdM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.classicaladdiction.com/2011/08/italian-villas-of-andrea-palladio/&ei=i7piUorjE8e-4AODhIHIBg&bvm=bv.55139894,d.eWU&psig=AFQjCNHvh2I_KJCQkt-0Xwpuv0Q84J9rIQ&ust=1382288358224376 O segundo tipo de fachada, por sua vez, usou como modelo as fachadas dos templos gregos. Por sinal, a ideia de adaptar o frontão triangular e as colunas gregas às residências particulares teria sido uma das mais copiadas inspirações de Palladio. Andrea Palladio: Villas Fachadas Villa Emo (1559) Andrea Palladio: Villas Villa Barbaro (c.1554) Exemplo: na Villa Barbaro, o edifício principal está ladeado simetricamente por armazéns (para o estoque de grãos, vinho etc.), que os venezianos chamam de “barchessas”. A Villa Barbaro ainda possui outra característica especial: nas extremidades das barchessas, Palladio ergueu dois imensos pombais (encimados por grandes relógios solares), criando o chamado “perfil de 5 partes” (que seria posteriormente incorporado por diversas construções na Inglaterra - e até mesmo nos EUA – nos séculos seguintes). Andrea Palladio: Villas Andrea Palladio: Villas Harewood House (1771): Robert Adam e John Carr Houghton Hall (1729): Colen Campbell e James Gibbs Villa Cornaro Andrea Palladio: Villas Woburn Abbey (1746): Henry Flitcroft Capitólio americano (séc. XIX, diversos arquitetos) Villa Cornaro O terceiro tipo, mais “inovador” e “moderno” que os anteriores, faria uso agora de duas loggias, uma diretamente sobre a outra. Um exemplo desse modelo é a Villa Cornaro (1553). Nas palavras de Gable, “um lugar para sentar e admirar o mundo de um ambiente protegido”. Andrea Palladio: Villas Fachadas Villa Cornaro (fachada posterior, do jardim) Na Villa Cornaro, de fato, aparece pela primeira vez na história da arquitetura uma dupla loggia de colunas com arquitraves e um frontão triangular. Andrea Palladio: Villas Fachadas Ao invés de pedra, Palladio construiu suas villas em alvenaria (rebocada) de tijolos comuns, reduzindo drasticamente o custo de construção (mas sem abrir mão do efeito imponente das edificações); Até mesmo os capitéis, quando situados em fachadas menos expostas às intempéries, eram feitos em terracota; E as arquitraves (sob os frontões), em muitos casos, são peças em madeira recobertas com estuque. Andrea Palladio: Villas Materiais de baixo custo E mais: tendoem vista que as villas só eram frequentados nas estações quentes do ano (ou seja, durante as colheitas), não havia preocupação com o aquecimento interno dos ambientes. Andrea Palladio: Villas Materiais de baixo custo Este aspecto de Palladio foi um dos menos compreendidos por seus imitadores (e portanto menos duplicado). Andrea Palladio: Villas Harmonia e equilíbrio dos espaços internos http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=tQwtbcnxDvteaM&tbnid=bUsyOFFDzLzDjM:&ved=0CAUQjRw&url=http://ocw.nd.edu/architecture/nature-and-the-built-environment/lecture-5/andrea-palladio/view&ei=mARkUrmjHcOz2QWOz4GwDg&bvm=bv.54934254,d.aWc&psig=AFQjCNF23X0K8ze3hQoB7SWtgoFGU3HnZA&ust=1382372861341841 Primeiramente, Palladio defendia que as partes de uma casa deveriam ser proporcionais entre si e também em relação ao todo. Isso se reflete, por exemplo, na simplicidade das plantas baixas, que são facilmente compreendidas por quem percorre as casas. Andrea Palladio: Villas Harmonia e equilíbrio dos espaços internos La Rotonda Villa FoscariVilla Valmarana http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=070oSR1bKmrNxM&tbnid=fZGk0WuAH1KskM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.thecultureconcept.com/circle/what-is-palladian-style-more-than-a-villa-in-the-veneto&ei=x59iUufbNpWw4AO0sYBQ&bvm=bv.55139894,d.eWU&psig=AFQjCNHcScMs1-TvEj9IUiD4oVOj2JJr7g&ust=1382281506027002 Andrea Palladio: Villas Harmonia e equilíbrio dos espaços internos Villa Cornaro Depois, no próprio dimensionamento dos espaços internos, pesquisas recentes sugerem que Palladio teria feito uso de proporções que fazem uso dos números “6” e “10” (considerados números perfeitos por expressarem diversas proporções do corpo humano). Ou seja, uma sala que respeitasse a relação 6:10 seria um ambiente adequado. http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=UttrmFzd9IyQEM&tbnid=1pLVLlb5MzxneM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.boglewood.com/palladio/analysis.html&ei=OqBiUv2NCu_e4AOr-4H4Ag&psig=AFQjCNHcScMs1-TvEj9IUiD4oVOj2JJr7g&ust=1382281506027002 Uma de suas mais conhecidas – e bem preservadas – casas de campo é a Villa Capra, ou Villa Rotonda, construída nos arredores de Vicenza entre 1550 e 1554; Compõe-se, de fato, de um “caso extremo de uma simetria (...) absoluta”; uma “realização acadêmica de alta perfeição”. Andrea Palladio: Villas Uma casa como a Villa Rotonda, contudo, não tem apenas uma fachada simétrica: é simétrica em todas as fachadas e o fato de estar sobre-elevada e ter grandes lanços de escadas de acesso “dá-lhe o aspecto de um mirante ou de um templo de jardim”. Andrea Palladio: Villas Como casa para se viver, ela realmente está mais adaptada aos meses quentes, mas ainda assim “é nobre e, como seus finos pórticos jônicos, seus frontões, suas poucas janelas de frontão sabiamente dispostas e seu domo central, é solene sem ser pomposa”. Andrea Palladio: Villas Vista aérea da Villa Rotonda Andrea Palladio: Villas Interior da Villa Rotonda Andrea Palladio: Villas Porém, para se apreender a totalidade da composição de Palladio para uma villa é preciso acrescentar a esse núcleo (a casa) as colunatas curvas e as alas baixas que, em projetos como a Villa Trissino (Meledo) e a Villa Badoer, “formariam o elo entre a villa e a área a seu redor”. Andrea Palladio: Villas Vista aérea da Villa Badoer Andrea Palladio: Villas Vista aérea da Villa Emo Andrea Palladio: Villas Essa atitude “abrangente” viria a ter grande consequência histórica. Nestas villas, pela primeira vez na história da arquitetura ocidental, a paisagem e o edifício foram concebidos “como pertencentes um ao outro”, “como dependentes um do outro”; Aqui, pela primeira vez, “os eixos principais de uma casa continuam pela natureza adentro; ou, inversamente, um espectador situado do lado de fora vê a casa estendendo-se como se fosse um quadro, fechando a perspectiva”. Villa Angarano Andrea Palladio: Villas R. Jordan: “Foi este casamento da arquitetura com a Natureza (...) que assegurou a popularidade de Palladio junto da nobreza inglesa do século XVIII”. Vista aérea da Villa Godi Andrea Palladio: Villas Ao combinar a “austeridade” de Roma com “a atmosfera ensolarada” do norte da Itália, Palladio atingiu “uma desenvoltura pessoal” que nenhum de seus contemporâneos conseguiu igualar; O seu Palazzo Chiericati, por exemplo, iniciado em 1550 na cidade de Vicenza, é inconfundível. Suas colunas dórico-toscanas e o entablamento marcante são bastante característicos. Andrea Palladio: Palazzos Palazzo Chiericati Andrea Palladio: Palazzos A liberdade em “colocar na fachada aquilo que fora confinado aos pátios dos palácios romanos”, abrindo assim a maior parte da fachada e mantendo apenas uma parte compacta no centro do primeiro andar, “cercada de ar por todos os lados” – isso também é característico de Palladio; R. Jordan: “o contraste entre o sólido e o difuso exercia um grande fascínio sobre ele.” Andrea Palladio: Palazzos Andrea Palladio Teatro Olimpico (1580): último trabalho de Palladio Andrea Palladio Teatro Olimpico (1580): último trabalho de Palladio http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=LK9zTUl_20HM3M&tbnid=I4aCnh2Uy2x24M:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.larousse.fr/encyclopedie/personnage/Palladio/136855&ei=yp5iUozuNa254APr5ICoCA&bvm=bv.55139894,d.eWU&psig=AFQjCNGs8gle7VhVZPqjrP4T6mPUMQkFKQ&ust=1382281083320299 http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=LcUbEhHlNPMSwM&tbnid=ksv72u44EkCUaM:&ved=0CAUQjRw&url=http://estudosteatrais.blogspot.com/2013/04/andre-antoine-1858-1943.html&ei=6J5iUoGdEdO-4AOr4oHACQ&bvm=bv.55139894,d.eWU&psig=AFQjCNGs8gle7VhVZPqjrP4T6mPUMQkFKQ&ust=1382281083320299 Andrea Palladio Teatro Olimpico (1580): último trabalho de Palladio http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=&esrc=s&frm=1&source=images&cd=&cad=rja&docid=Ku288QDUhFkTkM&tbnid=feOSEdj1Q0F1RM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.architecture.com/LibraryDrawingsAndPhotographs/Palladio/PalladianBritain/PalladianInteriors/PalladiosInteriors/TeatroOlimpico.aspx&ei=FJ9iUvnzHbO64APNhIGwDQ&bvm=bv.55139894,d.eWU&psig=AFQjCNGs8gle7VhVZPqjrP4T6mPUMQkFKQ&ust=1382281083320299 Michelangelo Buonarotti Michelangelo, mais do que qualquer outro artista, “foi responsável por ter conduzido a arte em direção ao Maneirismo”; “A verdade é que Michelangelo pertenceu à Renascença apenas por uns poucos anos, no início de sua carreira”. Segundo Pevsner, “de seu trabalho posterior a 1515 quase nada é renascentista”; Seu difícil temperamento, segundo alguns autores, teria tornado impossível para ele aceitar os ideais da Renascença por muito tempo. Michelangelo, como vários de seus contemporâneos, passou da pintura e escultura direto para a arquitetura sem qualquer preparação específica. Michelangelo Buonarotti Michelangelo Buonarotti Detalhe do teto da Capela Sistina (Vaticano) Michelangelo Buonarotti Contudo, enquanto outros escultores, na posição de arquitetos, enxergavam a arquitetura meramente como uma forma de expor as esculturas, Michelangelo parecia enxergar as próprias edificações como esculturas em grande escala, e como resultado disso tratou a arquitetura de forma intrinsicamente diferente de seus colegas; Curiosamente, Michelangelo, em seus projetos, costumava trabalhar com maquetes e croquis, abrindo mão dos desenhos precisos, com medidas criteriosamente calculadas, “a antítese da prática no século XVI”. Michelangelo Buonarotti Maquete (em madeira) da fachada da Basílica de San Lorenzo Michelangelo Buonarotti Michelangelo acreditava que o conhecimento da anatomia humana era crucial para um arquiteto e, de acordo com alguns estudiosos,está claro que ele, de algum modo, aplicou o seu domínio do corpo humano na forma em que abordava os projetos, “desejando expressar os estresses, a tensão e a força muscular visíveis no corpo humano em movimento ao usar elementos como colunas, capitéis e entablamentos no lugar de músculos e ossos”. (L. Collinge) Michelangelo Buonarotti Michelangelo Buonarotti Ele teria introduzido uma nova forma de expressão das ordens clássicas, com base em seus conhecimentos anatômicos. Ou seja, “ao invés de usar as ordens como meros exemplos decorativos (…), ele as usou como partes essenciais e funcionais de seus edifícios; ao invés de superfícies de parede sem qualquer sinal dos elementos construtivos, ele enfatizou o poder e a força dos elementos arquitetônicos, obrigando o espectador a reconhecer as tensões presentes em uma edificação”. (A. Ricketts) Para Michelangelo, o grande conflito interno que enfrentou em sua vida foi “a luta entre o ideal platônico de beleza e a sua ardorosa fé em Cristo”; Coerentemente, é um conflito semelhante a esse que verificamos entre a época da Renascença, na qual ele viveu quando jovem, e a da Contra-Reforma e do Maneirismo, que se iniciou quando ele já estava com 50 anos; Em Roma, neste período, “parecia que nada havia sobrado da alegria da Renascença”. Michelangelo Buonarotti Em 1520, após concluir a Capela Sistina e tendo abandonado o projeto do túmulo de Júlio II, Michelangelo retornou a Florença para trabalhar na Capela dos Medici (o mausoléu da família Medici) e na Biblioteca Laurenziana (a biblioteca dos Medici), com o respectivo vestíbulo e escadaria; Este conjunto pode ser descrito como o mais puro Maneirismo: “não há (...) nenhuma distorção deliberada, nenhuma anarquia (...)... apenas um certo uso arbitrário dos elementos clássicos em ordem ao cumprimento de um objetivo sublime”. Michelangelo Buonarotti Capela dos Medici - A capela dos Medici, o primeiro trabalho de arquitetura de Michelangelo (c.1520), é na verdade a Nuova Sacrestia da Basílica de San Lorenzo (Florença), projeto original de Brunelleschi, composta de um quadrado com cerca de 12m de lado, construída sob encomenda do papa Leão X (Giovanni de Medici). Michelangelo Buonarotti A Basílica de San Lorenzo já possuía uma sacristia (a Vecchia Sacrestia), que fez parte do projeto original de Brunelleschi para a igreja (iniciada por volta de 1421). Michelangelo Buonarotti Nas palavras de Pevsner, a nova capela constitui “uma sinfonia em mármore branco e pedra preta”. Mesmo inacabada, possui um dos mais impressionantes conjuntos escultóricos de Michelangelo. Michelangelo Buonarotti A função da Nuova Sacrestia era pouco convencional: como mausoléu privativo da família Medici, teve o seu uso definido em Bula Papal de 1532. De acordo com estas instruções, os clérigos de San Lorenzo deveriam celebrar missas todos os dias, em todos os turnos, revezando os celebrantes; Uma vez que a capela era de uso privado, não havia, de fato, necessidade de espaço para a congregação e com isso o corpo da capela tornou-se, de certa forma, “um altar tridimensional”. Michelangelo Buonarotti Capela Medici http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=michelangelo+++medici+chapel&source=images&cd=&cad=rja&docid=p7CNLcZoxXEohM&tbnid=wbOLoeJ_rugHhM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.learn.columbia.edu/ha/html/renaissance.html&ei=c_mfUfekAez_4AOA_4GACQ&bvm=bv.47008514,d.dmg&psig=AFQjCNEi6VNQHCerCgXHjHp64ngOF4KExA&ust=1369524960713997 Nesta capela, a ordem coríntia é dominante, e Michelangelo destacou-a como suporte de um entablamento que percorre todo o perímetro interno. Michelangelo Buonarotti Com relação às paredes, a novidade de Michelangelo – em contraste com o projeto de Brunelleschi para a Vecchia Sacrestia - foi enfatizar os esforços estruturais da edificação, dando uma força expressiva às suas superfícies. Michelangelo Buonarotti As pilastras de Michelangelo, por exemplo, possuem uma presença muito mais “incisiva”, muito mais volumosa, do que as pilastras de Brunelleschi na capela próxima; Exemplo: atrás de algumas destas pilastras, existe uma “segunda camada” de pietra serena com dupla função: apoiam os arcos do segundo pavimento e também acrescentam massa às pilastras principais (à sua frente). Michelangelo Buonarotti Este recurso, ao lado da maneira na qual a superfície da parede sobre as tumbas foi recortada/escavada, não apenas na área do arco mas também nos tímpanos, “dá à articualção da pietra serena um papel bem mais destacado do que ela possui na Velha Sacristia”. Michelangelo Buonarotti Uma vez definido o esquema do interior da capela, Michelangelo então voltou sua atenção aos “outros ornamentos”; ou seja, às tumbas em mármore e demais elementos decorativos. Michelangelo Buonarotti A idéia de “correlacionar arte, arquitetura e escultura estava em sua infância”. De fato, a abordagem usual, até então, era tratar cada parede em uma capela como uma superfície isolada (em separado); Na Capela Medici, por outro lado, a intenção de Michelangelo era garantir que o seu interior (a união de todos os elementos) formasse um “monumento integrado” para a família Medici. Michelangelo Buonarotti Para este fim, ele usou como veículos de expressão não apenas as tumbas e as superfícies das paredes, mas também elementos “mais mundanos”, tais como portas e efeitos de iluminação. Ou seja, é importante entender que tudo foi projetado com o efeito geral em mente! Michelangelo Buonarotti As figuras centrais de Giuliano e Lorenzo Medici, por exemplo, não tinham a intenção de funcionar como representações fiéis destes indivíduos, mas sim como símbolos idealizados de uma “alegoria do tempo”; Michelangelo Buonarotti Tudo indica que Michelangelo, desde o princípio, manipulou a luz de forma a realçar as diferentes qualidades desses dois conjuntos escultóricos. Giuliano Medici representa a “Vida Ativa”, flanqueado pelas estátuas do “Dia” e da “Noite”. Michelangelo Buonarotti Lorenzo, por sua vez, com uma postura bem mais pensativa e flanqueado pelas representações da “Aurora” e do “Crepúsculo”, representou a “Vida Contemplativa”. Michelangelo Buonarotti A capela como um todo é iluminada pela cúpula e pelas janelas do andar superior. Portanto, a luz que penetra pela janela superior situada no lado oposto à estátua de Giuliano, tem como função destacar o conjunto que representa a “Vida Ativa”. Do mesmo modo, uma janela situada ao lado foi bloqueada, de forma a que Lorenzo, ao invés de aparecer em forte relevo, simulasse “um recolhimento à sombra”. Michelangelo Buonarotti Michelangelo Buonarotti Esta manipulação da luz natural com o objetivo explícito de enfatizar determinadas qualidades raramente foi usada na arquitetura desse período; De fato, foi apenas na época do Barroco, já no século XVII, que todas as possibilidades desse tipo de abordagem foram exploradas. Michelangelo Buonarotti De forma análoga à abordagem dadas aos elementos decorativos, objetos funcionais, tais como portas, também foram usados de “uma rara forma expressiva”; Na maior parte das edificações, a porta, por exemplo, é um elemento essencial, geralmente destacada pela arquitetura de forma a se tornar facilmente acessível. Michelangelo Buonarotti O mausoléu dos Medici, porém, foi pensado como um “mundo recluso privado”; quando as portas são fechadas, o mundo externo, portanto, deixa de ter importância. As portas, sob este ponto de vista, são uma distração, e assim, ao invés de serem facilmente reconhecíveis, são utilizadas como um motivo ornamental, repetido oito vezes ao redor das paredes do nível inferior. Michelangelo Buonarotti Porém, somente quatro destas portas são “reais”: duas dando acesso a pequenosaposentos que flanqueiam o altar, uma ao transepto e uma ao exterior da igreja. Portanto, quando estão todas fechadas, existe realmente uma sensação deliberada de desorientação! Michelangelo Buonarotti Michelangelo Buonarotti Nesse contexto, o seu desenho “incomum” se torna mais lógico do que aparenta à primeira vista. Ou seja, elas não foram projetadas para lembrar portas convencionais, pois sua função está subordinada ao “simbolismo da capela como um todo”, e por isso a moldura ao redor das portas continua pelo piso, de forma “a negar sua função”. O papel dos tabernáculos também deve ser analisado sob este mesmo ponto de vista: uma vez que não havia intenção de enfatizar as portas, os elementos de destaque nestas áreas - aqueles com a função de chamar a atenção do visitante - foram justamente os tabernáculos situados logo acima. Michelangelo Buonarotti As estranhas características desses tabernáculos fornecem um claro exemplo das “composições novas e variadas” mencionadas por Vasari. Neles, Michelangelo não se afasta inteiramente das normas clássicas, mas se utiliza da forma simples de um nicho com um frontão interrompido e o rearruma, de maneira que as partes que, pela lógica, deveriam estar separadas, agora “interpenetram-se de um jeito que confunde a expectativa”. Michelangelo Buonarotti Igualmente curioso é o fato do nicho, apesar do sólido bloco de mármore que se projeta de sua base, não ser profundo o bastante para ser usado da forma convencional – ou seja, como uma moldura para uma escultura -, mas foi propositalmente projetado para permanecer vazio! A única decoração, de fato, é a guirlanda e as delicadas urnas na parte inferior. Michelangelo Buonarotti Em resumo, nas palavras de Pevsner, esta capela, “tal como o Panteão (...) representa a conjugação perfeita da escultura com a arquitetura, o que constitui o ideal supremo da arquitetura”, independentemente do estilo; Foi assim que Michelangelo – como outros artistas maiores de sua geração -, ao afastar-se da Renascença, concebeu o maneirismo e o Barroco; “O século XVI inspirou-se no maneirismo de Michelangelo, o século XVII apreciou sua terribilitá e dela extraiu o Barroco”. (N. Pevsner) Michelangelo Buonarotti Outros projetos relevantes de Michelangelo: a Bilioteca Laurenziana (também para os Medici, em Florença), a praça do Capitólio (Roma), a complementação do Palazzo Farnese (Roma) e, naturalmente, uma nova proposta para a Basílica de São Pedro (principalmente a parte posterior e o domo) em Roma. Michelangelo Buonarotti Escadaria do vestíbulo da Biblioteca Laurenziana (Florença) Michelangelo Buonarotti Vestíbulo da Biblioteca Laurenziana (Florença) Michelangelo Buonarotti Vestíbulo da Biblioteca Laurenziana (Florença) http://www.google.com.br/url?sa=i&rct=j&q=michelangelo+++medici+library&source=images&cd=&cad=rja&docid=ZPb7K5x3wLnCEM&tbnid=oYLApyblzwOJwM:&ved=0CAUQjRw&url=http://www.cambridgeblog.org/2009/11/michelangelo-podcast-series-7/&ei=vvyfUbfMMLXJ4APm4oDYDQ&bvm=bv.47008514,d.dmg&psig=AFQjCNFjfaJO0JJSpXgAarlFyeSot_qU7Q&ust=1369525808108283 Piaza del Capitolio (Roma) Michelangelo Buonarotti Michelangelo Buonarotti Piaza del Capitolio (Roma) Michelangelo Buonarotti Piaza del Capitolio (Roma) Michelangelo Buonarotti Planta baixa da Basílica de São Pedro (Michelangelo) - 1547 Planta baixa da Basílica de São Pedro (Bramante) – c.1505 Michelangelo Buonarotti Planta baixa da Basílica de São Pedro (com a extensão da nave projetada por Carlo Maderno) – c.1603 Igreja de Gesú Entre os edifícios mais importantes de todo o Maneirismo (por outras razões que não puramente arquitetônicas) conta-se a Igreja de Gesú, a igreja-mãe dos jesuítas e da Contra-Reforma, em Roma, cujo projeto influenciou centenas de outras igrejas (principalmente as barrocas), espalhadas por toda a Europa (e Américas), durante quase 400 anos; Concebida por Santo Ignácio de Loyola (fundador da Ordem dos Jesuítas) em 1551, foi a primeira (e a maior) igreja inaugurada em Roma (em 1584) após o saque de 1527. Igreja de Gesú O projeto original é de Giacomo Vignola (1507-1573). Tem-se considerado esta igreja como “uma tentativa de conciliação da planta centrada com a longitudinal”. É certo que, tal como na Igreja de San Andrea, de Leon B. Alberti, das naves laterais só restaram “meros vestígios nas capelas laterais”, além de um imenso espaço no “cruzeiro”. Igreja de Gesú O edifício foi começado por Vignola em 1568, mas foi terminado por Giacomo Della Porta (1533-1602). Este último seguiu Alberti ao usar enormes volutas a ligar os dois andares da fachada. Esta solução também conseguiu ocultar os contrafortes, “indispensáveis numa igreja abobadada”. http://en.wikipilipinas.org/images/8/8b/Il_Gesu.jpg Igreja de Gesú Fachada de Vignola Fachada de Della Porta Quanto ao interior, Vignola manteve a interpretação de Alberti (naves laterais na forma de uma sequência de capelas abrindo para a nave principal), mas aqui ele permitiu uma comunicação entre elas. Igreja de Gesú Ou seja, “ele não lhes atribui a independência considerada necessária pelo arquiteto renascentista, sempre tão ansioso por fazer, de cada parte do edifício, um todo”; As grandes dimensões da nave, sob uma poderosa abóbada de berço, porém, relegam as capelas à condição de “meros nichos que acompanham um amplo salão.” Igreja de Gesú Igreja de Gesú Vista interna da Igreja de Gesú (Il Gesú) Referências: COLLINGE, Lucinda Hawkins. RICKETTS, Annabel. Michelangelo. Greenwich: Brompton Books Corp., 1992. GABLE, Carl I. The Secrets of Palladio’s Villas. Disponível em: <http://www.boglewood.com/palladio/analysis.html>. Acesso em: 12 out. 2013 JORDAN, Robert Furneaux. História da Arquitetura no Ocidente. São Paulo: Editorial Verbo, 1985. PEVSNER, Nikolaus. Panorama da Arquitetura Ocidental. São Paulo: Martins Fontes, 2002. RIBA. Palladio and Britain. Disponível em: <http://www.architecture.com/librarydrawingsandphotographs/palladio /andreapalladio/andreapalladio.aspx>. Acesso em: 10 set. 2013.
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