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LEGIS - CÓDIGO-DE-DEFESA-DO-CONSUMIDOR

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Prévia do material em texto

NETO, Moacir; PINHO, Victor. Código de defesa do consumidor 
(N. 8.078/1990). Fortaleza: Ouse Saber, 2020.
Consumidor Direito. Defesa do Consumidor.
ISBN:– 978-65-990143-6-9.
código de defesa do consumidor (n. 8.078/1990)
Moacir Neto
Graduado em Direito pela UniFanor | Wyden
Defensor Publico de Mato Grosso
Especialista em Ciências Penais
Victor Pinho
Graduado em Direito pelo Centro Universitário Farias Brito
Aprovado no concurso de Juiz do TJ.CE
Assessor Jurídico com atuação em vara criminal 
#LEGIS
Proposta do Legis
A Coleção Legis tem como objetivo primordial preparar candidatos para os principais concur-
sos públicos do país.
Pela experiência adquirida ao longo dos anos estudando e lecionando para concursos públi-
cos, bem como conversando com centenas e centenas de alunos aprovados, a conclusão a que cheguei 
é que, cada dia mais, torna-se indispensável para a aprovação em concursos, principalmente, na prova 
objetiva, o conhecimento adequado da legislação.
Estudar a lei em sua literalidade, todavia, é algo árido e, normalmente, pouco estimulante. 
Para vencer essa dificuldade, o Ouse Saber idealizou o Legis, a sua melhor maneira de estudar a legis-
lação. No Legis, a estrela é a “letra da lei”, mas um super time de Professores, com larga experiência na 
preparação para concursos, destaca os pontos mais importantes da legislação, além de fazer comentários 
rápidos e objetivos, apontar jurisprudência relevante sobre os temas e garantir questões para treinamen-
to do conteúdo estudado. Tudo isso em um material de leitura agradável, com espaços para anotações e 
organização do estudo da lei em formato de plano dividido por dias.
É realmente tudo que você precisa para aprender a legislação da forma mais rápida e 
agradável possível.
Bons estudos e Ouse Saber!
Filippe Augusto
Defensor Público Federal
Mestre e Doutor em Direito
Coordenador do Legis
4
#LEGIS
Sumário
Plano de Leitura da Lei:
Dia 01........................................................................... Dos Arts. 1º ao 4º
Dia 02....................................................................... Dos Arts. 12º ao 27º
Dia 03....................................................................... Dos Arts. 28º ao 45º
Dia 04....................................................................... Dos Arts. 46º ao 80º
Dia 05..................................................................... Dos Arts. 81º ao 119º
54
#LEGIS
5
DIA 1
Disciplina: Direito do Consumidor.
Responsável: Prof. Moacir Neto.
Dia 01: Do Art. 1ª ao 4º.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
TÍTULO I
Dos Direitos do Consumidor
CAPÍTULO I
Disposições Gerais
Art. 1° O presente código estabelece nor-
mas de proteção e defesa do consumidor, de or-
dem pública e interesse social, nos termos dos 
arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição 
Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.
Comentários: Art. 5º (...) XXXII - o Estado promo-
verá, na forma da lei, a defesa do consumidor;
Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e 
vinte dias da promulgação da Constituição, ela-
borará código de defesa do consumidor.
Comentários: lei de ordem pública pode ser con-
ceituada como toda lei imperativa ou proibitiva 
que organiza, disciplina e garante as condições 
existenciais da sociedade e o seu funcionamen-
to, que defende o interesse de todos, e não pode 
ser alterada pela vontade ou por convenções dos 
particulares. 
Jurisprudência: São, portanto, indisponíveis e 
inafastáveis, pois resguardam valores básicos e 
fundamentais da ordem jurídica do Estado So-
cial, daí a impossibilidade de o consumidor delas 
abrir mão ex ante e no atacado (STJ, REsp 586316/
MG, Rel. Min. Herman Benjamin, DJe 19/03/2009).
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou 
jurídica que adquire ou utiliza produto ou ser-
viço como destinatário final.
Comentários: o artigo 2º, caput, do CDC traz a 
figura do consumidor stricto sensu ou standard. 
É entendimento da doutrina que o caput do arti-
go tem relação com o elemento teleológico: uso 
como destinatário final. Assim, se ocorrer de uma 
empresa utilizar os serviços ou aquisição de pro-
dutos com o fim de incremento da atividade pro-
dutiva, isto é, como insumo, não será caracteriza-
da a relação de consumo, e devem ser afastadas 
as normas protetivas do CDC.
Jurisprudência: Em regra, a jurisprudência do 
STJ afirma que o art. 2º deve ser interpretado de 
forma restritiva e que deve ser considerado des-
tinatário final tão somente o destinatário fático 
e econômico do bem ou serviço, seja ele pessoa 
física ou jurídica. Com isso, em regra, fica excluí-
do da proteção do CDC o consumo intermediário, 
assim entendido como aquele cujo produto re-
torna para as cadeias de produção e distribuição, 
compondo o custo (e, portanto, o preço final) de 
um novo bem ou serviço (Min. Nancy Andrighi).
Embora consagre o critério finalista para inter-
pretação do conceito de consumidor, a jurispru-
dência do STJ também reconhece a necessidade 
de, em situações específicas, abrandar o rigor 
desse critério para admitir a aplicabilidade do 
CDC nas relações entre os adquirentes e os for-
necedores em que, mesmo o adquirente utilizan-
do os bens ou serviços para suas atividades eco-
nômicas, fique evidenciado que ele apresenta 
vulnerabilidade frente ao fornecedor. Diz-se que 
isso é a teoria finalista mitigada, abrandada ou 
aprofundada.
Em suma, a teoria finalista mitigada, abrandada 
ou aprofundada consiste na possibilidade de se 
admitir que, em determinadas hipóteses, a pes-
soa, mesmo sem ter adquirido o produto ou ser-
viço como destinatária final, possa ser equipara-
da à condição de consumidora, por apresentar 
frente ao fornecedor alguma vulnerabilidade. 
Nesse sentido: REsp 1.195.642/RJ, Min. Nancy 
Andrighi, 3ª Turma, julgado em 13/11/2012.
São espécies de vulnerabilidade:
a) Jurídica: A vulnerabilidade jurídica ou 
científica pressupõe falta de conhecimento 
jurídico, contábil ou econômico. A vulnera-
bilidade jurídica é presumida no caso do 
consumidor não-profissional.
b) Fática (ou socioeconômica): A vulnera-
bilidade fática ou socioeconômica abrange 
#LEGIS
6
situações em que a insuficiência econômi-
ca, física ou até mesmo psicológica do con-
sumidor o coloca em desigualdade frente 
ao fornecedor.
c)Informacional: Trata-se de uma nova ca-
tegoria, antes enquadrada como vulnera-
bilidade técnica. A vulnerabilidade infor-
macional ocorre quando o consumidor não 
detém as informações suficientes para rea-
lizar o processo decisório de aquisição ou 
não do produto ou serviço.
Parágrafo único. Equipara-se a consumi-
dor a coletividade de pessoas, ainda que inde-
termináveis, que haja intervindo nas relações de 
consumo.
Comentários: O parágrafo único traz a figura do 
consumidor em sentido coletivo. A finalidade da 
equiparação é instrumental: viabilizar a tutela 
coletiva dos interesses dos consumidores, deter-
mináveis ou não, sem que para isso se exija a prá-
tica de um ato de consumo 
Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou 
jurídica, pública ou privada, nacional ou es-
trangeira, bem como os entes despersonaliza-
dos, que desenvolvem atividade de produção, 
montagem, criação, construção, transformação, 
importação, exportação, distribuição ou comer-
cialização de produtos ou prestação de servi-
ços.
Comentários: Fornecedor é quem “desenvolve 
atividade”. Exige-se habitualidade (que não se 
confunde com profissionalismo), excluindo-se 
da legislação consumerista os contratos celebra-
dos entre consumidores ou entre o consumidor e 
o comerciante que age fora da sua atividade-fim.
Súmulas: 
Súmula 297, STJ: O Código de Defesa do 
Consumidor é aplicável às instituições fi-
nanceiras. 
Súmula 602, STJ: O Código de Defesa do 
Consumidor é aplicável aos empreendi-
mentos habitacionais promovidos pelas 
sociedades cooperativas. 
Súmula 608, STJ: Aplica-se o Código de De-
fesa do Consumidor aos contratos de plano 
de saúde, salvo os administrados por enti-
dades de autogestão.Súmula 563, STJ: O Código de Defesa do 
Consumidor é aplicável às entidades aber-
tas de previdência complementar, não inci-
dindo nos contratos previdenciários cele-
brados com entidades fechadas. 
§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou 
imóvel, material ou imaterial.
§ 2° Serviço é qualquer atividade forne-
cida no mercado de consumo, mediante 
remuneração, inclusive as de natureza 
bancária, financeira, de crédito e securitá-
ria, salvo as decorrentes das relações de 
caráter trabalhista.
Comentários: No que se refere aos serviços gra-
tuitos, só são excluídos se forem pura ou intei-
ramente gratuitos. Se houver uma remuneração 
indireta (serviços aparentemente gratuitos), im-
põe-se a incidência do CDC. São aparentemente 
gratuitos, dentre outros:
Transporte coletivo para maiores de 65 anos: há 
uma remuneração por parte da coletividade de 
usuários, que, de uma certa forma, submetem- se 
a uma tarifa maior para que a gratuidade seja le-
vada a efeito; 
Estacionamentos gratuitos em supermercados, 
shopping centers, etc.: há uma intenção de remu-
neração, pois o objetivo é atrair o consumidor ao 
estabelecimento. O fornecedor obtém benefícios 
indiretos. A empresa responde, perante o cliente, 
pela reparação do dano ou furto de veículo ocor-
rido em seu estacionamento (súmula 130 do STJ), 
ainda que o consumidor nada tenha consumido; 
Associação que presta serviços médicos gratui-
tos a seus associados: é evidente a remuneração 
indireta, porquanto esse tipo de associação é 
mantida pelo dinheiro captado dos próprios as-
sociados; 
Empresa de captação e fornecimento de sangue 
doado: com efeito, embora o doador não receba 
nenhuma remuneração e o sangue não possa ser 
comercializado, o certo é que há uma remunera-
ção indireta, pois, a infraestrutura é mantida pelo 
preço embutido noutros serviços.
76
#LEGIS
7
Anotações sobre os artigos anteriores: Para Fixação:
Foi considerada INCORRETA a seguinte alternati-
va na prova do TJ/BA – Juiz de Direito Subtituto 
– BA/2012 – CESPE: “Segundo a corrente finalista 
ou subjetiva, o destinatário final é o destinatário 
fático, não importando a destinação econômica 
dada ao bem nem se aquele que adquire o pro-
duto ou o serviço tem, ou não, finalidade de lu-
cro”.
Foi considerada CORRETA a seguinte alternativa 
pela banca CESPE na prova para cargo de Juiz 
Federal – TRF-1 – Ano - 2015: “O fornecedor equi-
parado é o terceiro intermediário ou aquele que 
auxilia na relação de consumo principal, a exem-
plo dos bancos de dado nos serviços de proteção 
ao crédito.”
Foi considerada INCORRETA a seguinte alternati-
va no concurso MP/Piauí – 2002: “Em se tratando 
de produto industrial, ao fornecedor cabe prestar 
as informações relativas à saúde e à segurança 
nas relações de consumo, através de impressos 
que devam acompanhar o produto.”
Foi considerada CORRETA a seguinte alternativa 
na prova para cargo de Promotor de Justiça – 
MPE – SC – SC/2013: “Ainda que no conceito de 
serviço presvisto no art. 3º, § 2º, do CDC esteja in-
serido o requisito de que seja prestado mediante 
remuneração para que seja considerado como 
relação de consumo, também devem ser consi-
derados os serviços oferecidos por meio de re-
muneração indireta, partindo do pressuposto de 
que toda atuação do fornecedor no mercado de 
consumo tem por objetivo a obtenção de vanta-
gem econômica”.
Anotações:
#LEGIS
8
CAPÍTULO II
 
Da Política Nacional de Relações de Consumo
Art. 4º A Política Nacional das Relações de 
Consumo tem por objetivo o atendimento das 
necessidades dos consumidores, o respeito à 
sua dignidade, saúde e segurança, a proteção 
de seus interesses econômicos, a melhoria da 
sua qualidade de vida, bem como a transparên-
cia e harmonia das relações de consumo, aten-
didos os seguintes princípios: (Redação dada 
pela Lei nº 9.008, de 21.3.1995)
I - reconhecimento da vulnerabilidade do 
consumidor no mercado de consumo;
Comentários: A vulnerabilidade é o que justifica 
a intervenção do Estado no contrato, mediante 
edição de normas cogentes, cujo objetivo é o res-
tabelecimento do equilíbrio da relação ali esta-
belecida.
Ressalta-se que há presunção legal absoluta de 
vulnerabilidade quando se tratar de consumidor 
pessoa física. Ou seja, em qualquer relação de 
consumo, a vulnerabilidade do consumidor é 
presumida pela lei, sem possibilidade de afasta-
mento. Porém, em relação às pessoas jurídicas, 
a incidência do CDC em seu favor somente seria 
viável quando demonstrada a sua situação de 
vulnerabilidade. 
Ou seja, a pessoa jurídica, para ser reconhecida 
como vulnerável, deverá demonstrar no caso 
concreto a presença de alguma das espécies de 
vulnerabilidade. 
Além disso, existe a hipervulnerabilidade: vul-
nerabilidade agravada por alguma circunstância 
fática e objetiva, como no caso de doença, gravi-
dez, turistas, crianças e idosos, podendo ser per-
manente ou temporária. 
Assim, o fornecedor poderia se aproveitar dessas 
condições e oferecer contratações abusivas, e o 
consumidor aceitaria sem tomar as devidas cau-
telas. 
Importante ressaltar a diferença entre vulnera-
bilidade e hipossuficiência, sendo a primeira um 
fenômeno de direito material com presunção ab-
soluta – jure et de juris – enquanto a segunda, é 
um fenômeno processual que deverá ser analisa-
do pelo juiz segundo as regras de experiência. A 
hipossuficiência não é requisito das relações de 
consumo.
II - ação governamental no sentido de pro-
teger efetivamente o consumidor:
a) por iniciativa direta;
b) por incentivos à criação e desenvolvi-
mento de associações representativas;
c) pela presença do Estado no mercado de 
consumo;
d) pela garantia dos produtos e serviços 
com padrões adequados de qualidade, se-
gurança, durabilidade e desempenho.
III - harmonização dos interesses dos 
participantes das relações de consumo e 
compatibilização da proteção do consu-
midor com a necessidade de desenvolvi-
mento econômico e tecnológico, de modo 
a viabilizar os princípios nos quais se funda 
a ordem econômica (art. 170, da Constitui-
ção Federal), sempre com base na boa-fé 
e equilíbrio nas relações entre consumido-
res e fornecedores;
IV - educação e informação de fornecedo-
res e consumidores, quanto aos seus di-
reitos e deveres, com vistas à melhoria do 
mercado de consumo;
V - incentivo à criação pelos fornecedores 
de meios eficientes de controle de quali-
dade e segurança de produtos e serviços, 
assim como de mecanismos alternativos 
de solução de conflitos de consumo;
VI - coibição e repressão eficientes de to-
dos os abusos praticados no mercado de 
consumo, inclusive a concorrência desleal 
e utilização indevida de inventos e cria-
ções industriais das marcas e nomes co-
merciais e signos distintivos, que possam 
causar prejuízos aos consumidores;
VII - racionalização e melhoria dos servi-
ços públicos;
VIII - estudo constante das modificações 
do mercado de consumo.
Art. 5° Para a execução da Política Nacio-
nal das Relações de Consumo, contará o poder 
público com os seguintes instrumentos, entre 
outros
98
#LEGIS
9
I - manutenção de assistência jurídica, 
integral e gratuita para o consumidor ca-
rente;
II - instituição de Promotorias de Justiça 
de Defesa do Consumidor, no âmbito do Mi-
nistério Público;
III - criação de delegacias de polícia espe-
cializadas no atendimento de consumido-
res vítimas de infrações penais de consu-
mo;
IV - criação de Juizados Especiais de Pe-
quenas Causas e Varas Especializadas para 
a solução de litígios de consumo;
V - concessão de estímulos à criação e 
desenvolvimento das Associações de De-
fesa do Consumidor.
Anotações sobre os artigos anteriores:
Para Fixação:
Foi considerada FALSA a alternativa na prova 
para cargo de promotor de justiça – MPE-GO – 
Ano: 2016: “Por serem os princípios da hipossufi-
ciência e da vulnerabilidade conceitos jurídicos, 
pode-se afirmar que todo consumidor é vulnerá-
vel e, logicamente, hipossuficiente”.
A banca CESPE considerou CORRETA a alternativa 
na prova para cargode juiz do TJ/PA – Ano 2012: 
“O CDC autoriza a intervenção direta do Estado 
no domínio econômico, para garantir a proteção 
efetiva do consumidor.”
Anotações:
#LEGIS
10
CAPÍTULO III
 
Dos Direitos Básicos do Consumidor
Art. 6º São direitos básicos do consumidor:
Comentários: O artigo 6º traz, nos seus dez inci-
sos, a síntese dos direitos que estão postos à dis-
posição do consumidor. Observe que o mencio-
nado artigo apenas trata sobre as regras gerais, 
sendo posteriormente detalhados os direitos no 
artigo 8º do CDC. 
 
I - a proteção da vida, saúde e segurança 
contra os riscos provocados por práticas no 
fornecimento de produtos e serviços consi-
derados perigosos ou nocivos;
II - a educação e divulgação sobre o con-
sumo adequado dos produtos e serviços, 
asseguradas a liberdade de escolha e a 
igualdade nas contratações;
III - a informação adequada e clara sobre 
os diferentes produtos e serviços, com es-
pecificação correta de quantidade, carac-
terísticas, composição, qualidade, tributos 
incidentes e preço, bem como sobre os ris-
cos que apresentem; (Redação dada pela 
Lei nº 12.741, de 2012) Vigência
Jurisprudência: [...] O direito à informação visa 
a assegurar ao consumidor uma escolha cons-
ciente, permitindo que suas expectativas em 
relação ao produto ou serviço sejam de fato 
atingidas, manifestando o que vem sendo deno-
minado de “consentimento informado” ou “von-
tade qualificada” (Resp 1121275/SP, Rel. Ministra 
Nancy Andrighi, 3ª T. julgado em 27/03/2012, DJe 
17/04/2012).
 
IV - a proteção contra a publicidade enga-
nosa e abusiva, métodos comerciais coer-
citivos ou desleais, bem como contra prá-
ticas e cláusulas abusivas ou impostas no 
fornecimento de produtos e serviços;
Artigo correspondente: 
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou 
abusiva. 
§ 1° É enganosa qualquer modalidade de infor-
mação ou comunicação de caráter publicitário, 
inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer 
outro modo, mesmo por omissão, capaz de indu-
zir em erro o consumidor a respeito da natureza, 
características, qualidade, quantidade, proprie-
dades, origem, preço e quaisquer outros dados 
sobre produtos e serviços. 
§ 2° É abusiva, dentre outras a publicidade dis-
criminatória de qualquer natureza, a que incite 
à violência, explore o medo ou a superstição, se 
aproveite da deficiência de julgamento e expe-
riência da criança, desrespeita valores ambien-
tais, ou que seja capaz de induzir o consumidor a 
se comportar de forma prejudicial ou perigosa à 
sua saúde ou segurança. 
§ 3° Para os efeitos deste código, a publicidade 
é enganosa por omissão quando deixar de infor-
mar sobre dado essencial do produto ou serviço.
V - a modificação das cláusulas contratuais 
que estabeleçam prestações desproporcionais 
ou sua revisão em razão de fatos supervenientes 
que as tornem excessivamente onerosas;
Comentários: A primeira parte do inciso diz res-
peito ao instituto da lesão no Código de Defesa 
do Consumidor, ensejando o direito de modifi-
cação da cláusula contratual. Salienta-se que, de 
acordo com o CDC, basta a desproporção entre 
as prestações para ser possível a modificação da 
cláusula contratual, sendo dispensável qualquer 
requisito subjetivo. Difere-se, assim, a lesão do 
CDC da lesão do CC, já que pelo Código Civil, para 
a caracterização da lesão, é necessário que haja 
premente necessidade ou inexperiência da parte 
lesada. 
 
Comentários: a segunda parte do inciso V diz 
respeito à onerosidade excessiva, ensejando o 
direito à revisão das cláusulas contratuais em 
razão de fatos supervenientes que as tornem ex-
cessivamente onerosas. 
O Código de Defesa do Consumidor adota a teo-
ria do rompimento da base objetiva do negócio 
jurídico, dispensando a imprevisibilidade do fato 
posterior, ou seja, basta que o fato superveniente 
altere objetivamente as bases pelas quais as par-
tes contrataram, tornando o contrato excessiva-
mente oneroso para o consumidor. 
Difere, desse modo, da teoria da imprevisão ado-
tada pelo Código Civil, segundo a qual é possível 
a revisão do contrato em razão de algum fato 
superveniente imprevisível que o torne excessi-
vamente oneroso. Além disso, o CDC não exige 
que haja extrema vantagem para a outra parte, 
1110
#LEGIS
11
ao contrário do que preceitua o artigo 478 do Có-
digo Civil.
Jurisprudência: “O preceito insculpido no inciso 
V do artigo 6º do CDC dispensa a prova do caráter 
imprevisível do fato superveniente, bastando a 
demonstração objetiva da excessiva onerosidade 
advinda para o consumidor” (STJ, REsp 370598/
RS, DJ 01.04.2002, Rel. Min. Nancy Andrighi). 
VI - a efetiva prevenção e reparação de 
danos patrimoniais e morais, individuais, 
coletivos e difusos;
VII - o acesso aos órgãos judiciários e ad-
ministrativos com vistas à prevenção ou 
reparação de danos patrimoniais e morais, 
individuais, coletivos ou difusos, assegu-
rada a proteção Jurídica, administrativa e 
técnica aos necessitados;
VIII - a facilitação da defesa de seus direi-
tos, inclusive com a inversão do ônus da 
prova, a seu favor, no processo civil, quan-
do, a critério do juiz, for verossímil a ale-
gação ou quando for ele hipossuficiente, 
segundo as regras ordinárias de expe-
riências;
Comentários: O CDC adotou a regra da distribui-
ção dinâmica do ônus da prova, podendo o ma-
gistrado redistribuir (inverter) o ônus da prova, 
caso seja verificada a verossimilhança da alega-
ção ou hipossuficiência do consumidor.
Jurisprudência: A inversão do ônus da prova, 
nos termos do art. 6°, VIII, do CDC, não ocorre ope 
legis, mas ope judicis, vale dizer, é o juiz que, de 
forma prudente e fundamentada, aprecia os as-
pectos de verossimilhança das alegações do con-
sumidor ou de sua hipossuficiência. (Tese 03 da 
edição nº 39 da Jurisprudência em Teses do STJ).
 
INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA 
Ope Judicis Ope Legis 
Artigo 6º, VIII 
Art. 12, § 3º, II 
Art. 14, § 3º, I 
Art. 38 
IX - (Vetado);
X - a adequada e eficaz prestação dos ser-
viços públicos em geral.
Parágrafo único. A informação de que 
trata o inciso III do caput deste artigo deve ser 
acessível à pessoa com deficiência, observado 
o disposto em regulamento. (Incluído pela Lei nº 
13.146, de 2015) (Vigência)
Art. 7° Os direitos previstos neste código 
não excluem outros decorrentes de tratados ou 
convenções internacionais de que o Brasil seja 
signatário, da legislação interna ordinária, de re-
gulamentos expedidos pelas autoridades admi-
nistrativas competentes, bem como dos que de-
rivem dos princípios gerais do direito, analogia, 
costumes e eqüidade.
Parágrafo único. Tendo mais de um autor a 
ofensa, todos responderão solidariamente pela 
reparação dos danos previstos nas normas de 
consumo.
Anotações sobre os artigos anteriores:
#LEGIS
12
Para Fixação:
A banca CESPE, em 2007, no concurso do TJ/AC, 
considerou CORRETA a seguinte assertiva: “se-
gundo o entendimento jurisprudencial do STJ, os 
contratos de seguro por danos pessoais abran-
gem automaticamente os danos patrimoniais e 
morais”. 
A banca CESPE na prova para Defensoria Pública/
AL – Ano: 2009, considerou CORRETA a seguinte 
alternativa: “O preceito do CDC de que constitui 
direito básico do consumidor a modificação das 
cláusulas contratuais que estabeleçam presta-
ções desproporcionais ou sua revisão em razão 
de fatos supervenientes que as tornem excessi-
vamente onerosas dispensa a prova do caráter 
imprevisível do fato superveniente, bastando a 
demonstração objetiva da excessiva onerosidade 
advinda para o consumidor”.
A banca CESPE na prova para Defensor Público 
– SE/2012, considerou ERRADA a seguinte asser-
tiva: “De acordo com decisão pacificada no STJ, 
a inversão do ônus da prova do direito consume-
rista é regra de julgamento, ou seja, deve ser ana-
lisada na sentença”
Anotações:
CAPÍTULO IV 
Da Qualidade de Produtos e Serviços, da 
Prevenção e da Reparação dos Danos
SEÇÃO I 
Da Proteção à Saúde e Segurança
Comentários: Os artigos 8º, 9º e 10, todos doCDC, cuidam da responsabilidade “pós-contra-
tual”. Assim, o fornecedor, mesmo já havendo 
lançado o produto ou serviço ao mercado de 
consumo, continua sendo responsável pelo alto 
grau de periculosidade ou nocividade que aquele 
possua. 
Serão três os tipos de modalidades de riscos: 
a) risco tolerado (artigo 8º); 
b) periculosidade ou nocividade potencial 
(artigo 9º) e 
c) periculosidade adquirida ou alto grau de 
nocividade (artigo 10). 
 
Art. 8° Os produtos e serviços colocados 
no mercado de consumo não acarretarão riscos 
à saúde ou segurança dos consumidores, ex-
ceto os considerados normais e previsíveis em 
decorrência de sua natureza e fruição, obrigan-
do-se os fornecedores, em qualquer hipótese, 
a dar as informações necessárias e adequadas a 
seu respeito.
§ 1º Em se tratando de produto industrial, 
ao fabricante cabe prestar as informações 
a que se refere este artigo, através de im-
pressos apropriados que devam acompa-
nhar o produto. (Redação dada pela Lei nº 
13.486, de 2017)
§ 2º O fornecedor deverá higienizar os 
equipamentos e utensílios utilizados no 
fornecimento de produtos ou serviços, ou 
colocados à disposição do consumidor, e 
informar, de maneira ostensiva e adequa-
da, quando for o caso, sobre o risco de con-
taminação. (Incluído pela Lei nº 13.486, de 
2017)
Art. 9° O fornecedor de produtos e serviços 
potencialmente nocivos ou perigosos à saúde 
ou segurança deverá informar, de maneira os-
1312
#LEGIS
13
tensiva e adequada, a respeito da sua nocivida-
de ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de 
outras medidas cabíveis em cada caso concreto.
Jurisprudência: (...) 3. O comando do art. 9º, do 
Código do Consumidor, indica os direitos básicos 
do consumidor à informação adequada e clara 
sobre o produto e sobre os riscos que apresen-
ta, sobretudo, tratando-se de produto poten-
cialmente nocivo à saúde, cuja informação deve 
ser feita de maneira ostensiva, a despeito da Lei 
9.294/96 ter deixado de classificar como alcoóli-
cas as bebidas com teor menor que 13 graus Gay 
Lussac, desviando-se das políticas públicas res-
pectivas. 
4. Assegurado o alerta básico em todos os co-
merciais de produtos alcoólicos, sobre o seu teor 
alcoólico, de que o consumo de bebidas em ex-
cesso pode causar dependência, não deve ser 
consumido por gestantes e de que é proibida a 
venda para menores de 18 anos. (...) (trf 4º r., AC 
2002.04.04.000611-1 – PR – 3ª T. – Relª Deª Fede-
ral Inge Barth Tessler, DJ 30.4.2003).
Art. 10. O fornecedor não poderá colocar 
no mercado de consumo produto ou serviço 
que sabe ou deveria saber apresentar alto grau 
de nocividade ou periculosidade à saúde ou 
segurança.
§ 1° O fornecedor de produtos e serviços 
que, posteriormente à sua introdução no 
mercado de consumo, tiver conhecimento 
da periculosidade que apresentem, deve-
rá comunicar o fato imediatamente às au-
toridades competentes e aos consumido-
res, mediante anúncios publicitários.
§ 2° Os anúncios publicitários a que se refere 
o parágrafo anterior serão veiculados na 
imprensa, rádio e televisão, às expensas 
do fornecedor do produto ou serviço.
§ 3° Sempre que tiverem conhecimento de 
periculosidade de produtos ou serviços à 
saúde ou segurança dos consumidores, a 
União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios deverão informá-los a respeito.
Jurisprudência: - A circunstância de o adquiren-
te não levar o veículo para conserto, em atenção 
a RECALL, não isenta o fabricante da obrigação 
de indenizar. (STJ, REsp 1010392 / RJ Rel. Min. 
Humberto Gomes de Barros).
Veja que o acórdão foi minucioso em sua argu-
mentação, citando, inclusive, casos semelhantes 
em outros Estados da Federação; esclarecen-
do que o procedimento Recall é muito comum, 
atualmente, entre as fábricas de automóveis; 
que só haveria culpa do consumidor, caso ele não 
atendesse ao chamado da fábrica para o conser-
to da peça, mas que, como a correspondência foi 
enviada muito após o evento danoso, o consu-
midor fica isento de qualquer responsabilidade; 
além de outros fundamentos, conforme podem 
ser constatados às fls. 426/434. (STJ, AgRg no Ag 
555049/ PB, voto do Min. Rel. Aldir Passarinho Jú-
nior, DJ 23.8.04).
 
Art. 11. (Vetado).
Para Fixação:
Foi considerada CORRETA a seguinte assertiva 
pela banca CESPE na prova para cargo de Juiz 
Substituto – TJ – AM – Ano: 2016 “O recall efetua-
do pelo fornecedor mediante anúncios publicitá-
rios não afasta a sua obrigação de reparar o con-
sumidor na hipótese de fato do produto pretérito 
decorrente desse defeito”.
Anotações:
#LEGIS
14
DIA 2
Disciplina: Direito do Consumidor.
Responsável: Prof. Moacir Neto.
Dia 02: Do Art. 12º ao 27º.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
SEÇÃO II 
Da Responsabilidade pelo Fato do Produto e 
do Serviço
 
Comentários: o CDC, ao adotar a premissa da 
responsabilidade objetiva, quebra a regra da res-
ponsabilidade subjetiva prevista no CC, fundada 
na culpa lato sensu, que engloba o dolo (inten-
ção de causar prejuízo por ação ou omissão vo-
luntária) e a culpa stricto sensu (desrespeito a 
um dever preexistente, seja ele legal, contratual 
ou social).
A responsabilidade civil do fornecedor apresen-
ta-se com a seguinte divisão: 
a) responsabilidade pelo fato do produto 
(art. 12). 
b) responsabilidade pelo fato do serviço 
(art. 14). 
c) responsabilidade pelo vício do produto 
(arts. 18 e 19). 
d) responsabilidade pelo vício do serviço 
(art. 20). 
Responsabilidade pelo 
vício do produto. 
Há solidariedade 
entre fabricante e 
comerciante. 
Responsabilidade pelo 
fato do produto ou de-
feito. 
Não há solidariedade 
entre fabricante e co-
merciante. Presente 
uma responsabilida-
de direta ou imediata 
do fabricante e uma 
responsabilidade sub-
sidiária ou mediata 
do comerciante. 
Responsabilidade civil 
pelo vício do serviço. 
Há solidariedade 
entre todos os envol-
vidos na prestação. 
Responsabilidade civil 
pelo fato do serviço. 
Há solidariedade 
entre todos os envol-
vidos na prestação. 
Art. 12. O fabricante, o produtor, o cons-
trutor, nacional ou estrangeiro, e o importador 
respondem, independentemente da existência 
de culpa, pela reparação dos danos causados aos 
consumidores por defeitos decorrentes de proje-
to, fabricação, construção, montagem, fórmulas, 
manipulação, apresentação ou acondicionamen-
to de seus produtos, bem como por informações 
insuficientes ou inadequadas sobre sua utiliza-
ção e riscos.
§ 1° O produto é defeituoso quando não 
oferece a segurança que dele legitima-
mente se espera, levando-se em considera-
ção as circunstâncias relevantes, entre as 
quais:
I - sua apresentação;
II - o uso e os riscos que razoavelmente dele 
se esperam;
III - a época em que foi colocado em circu-
lação.
§ 2º O produto não é considerado defeituo-
so pelo fato de outro de melhor qualidade 
ter sido colocado no mercado.
§ 3° O fabricante, o construtor, o produtor 
ou importador só não será responsabili-
zado quando provar:
I - que não colocou o produto no mercado;
II - que, embora haja colocado o produto no 
mercado, o defeito inexiste;
III - a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro.
 
Art. 13. O comerciante é igualmente res-
ponsável, nos termos do artigo anterior, quando:
I - o fabricante, o construtor, o produtor ou 
o importador não puderem ser identifica-
dos;
II - o produto for fornecido sem identifica-
ção clara do seu fabricante, produtor, cons-
trutor ou importador;
1514
#LEGIS
15
III - não conservar adequadamente os pro-
dutos perecíveis.
 
Parágrafo único. Aquele que efetivar o pa-
gamento ao prejudicado poderá exercer o direi-
to de regresso contra os demais responsáveis, 
segundo sua participação na causação do evento 
danoso.
Comentários: a responsabilidade do comercian-
te é objetiva e somente ocorre quando verifica-
das as hipóteses dos incisos deste artigo. Nessas 
hipóteses, outrossim, o comerciante responderá 
solidariamente aos demais integrantes da cadeia 
de consumo, ressalvada a hipótesede culpa ex-
clusiva. 
Jurisprudência: 1. A Constituição Federal/88 
elegeu a defesa do consumidor como fundamen-
to da ordem econômica pátria, inciso V do art. 
170, possibilitando, assim, a criação de autar-
quias regulatórias como o INMETRO, com com-
petência fiscalizatória das relações de consumo 
sob aspectos de conformidade e metrologia. 2. 
As violações a deveres de informação e de trans-
parência quantitativa representam também ilíci-
tos administrativos de consumo que podem ser 
sancionados pela autarquia em tela. 3. A respon-
sabilidade civil nos ilícitos administrativos de 
consumo tem a mesma natureza ontológica da 
responsabilidade civil na relação jurídica base 
de consumo. Logo, é, por disposição legal, so-
lidária. 4. O argumento do comerciante de que 
não fabricou o produto e de que o fabricante foi 
identificado não afasta a sua responsabilidade 
administrativa, pois não incide, in casu, o § 5º do 
art. 18 do CDC. Recurso especial provido. (STJ - 
REsp: 1118302 SC 2009/0082309-1, Relator: Mi-
nistro HUMBERTO MARTINS, Data de Julgamen-
to: 01/10/2009, T2 - SEGUNDA TURMA, Data de 
Publicação: --> DJe 14/10/2009) 
Art. 14. O fornecedor de serviços respon-
de, independentemente da existência de cul-
pa, pela reparação dos danos causados aos con-
sumidores por defeitos relativos à prestação dos 
serviços, bem como por informações insuficien-
tes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Comentários: No fato do serviço ou defeito, há 
evidente solidariedade entre todos os envolvidos 
na prestação, não havendo a mesma diferencia-
ção para o comerciante prevista para o fato do 
produto, na esteira do que consta dos artigos 12 
e 13 do CDC.
§ 1° O serviço é defeituoso quando não 
fornece a segurança que o consumidor 
dele pode esperar, levando-se em consi-
deração as circunstâncias relevantes, entre 
as quais:
I - o modo de seu fornecimento;
II - o resultado e os riscos que razoavelmente 
dele se esperam;
III - a época em que foi fornecido.
§ 2º O serviço não é considerado defeituo-
so pela adoção de novas técnicas.
§ 3° O fornecedor de serviços só não será 
responsabilizado quando provar:
I - que, tendo prestado o serviço, o defeito 
inexiste;
II - a culpa exclusiva do consumidor ou de 
terceiro.
§ 4° A responsabilidade pessoal dos 
profissionais liberais será apurada mediante 
a verificação de culpa.
Jurisprudência: - Enunciado n. 460 da V Jornada 
de Direito Civil: a responsabilidade subjetiva do 
profissional da área da saúde, nos termos do art. 
951 do Código Civil e do art. 14, § 4º, do Código de 
Defesa do Consumidor, não afasta a sua respon-
sabilidade objetiva pelo fato da coisa da qual tem 
a guarda, em caso de uso de aparelhos ou instru-
mentos que, por eventual disfunção, venham a 
causar danos a pacientes, sem prejuízo do direito 
regressivo do profissional em relação ao fornece-
dor do aparelho e sem prejuízo da ação direta do 
paciente, na condição de consumidor, contra tal 
fornecedor.
Jurisprudência: O médico deverá ser condena-
do a pagar indenização por danos morais ao pa-
ciente que teve sequelas em virtude de compli-
cações ocorridas durante a cirurgia caso ele não 
tenha explicado ao paciente os riscos do proce-
dimento. 
O dever de informar é dever de conduta decor-
rente da boa-fé objetiva e sua simples inobser-
#LEGIS
16
vância caracteriza inadimplemento contratual, 
fonte de responsabilidade civil per se. A indeni-
zação, nesses casos, é devida pela privação sofri-
da pelo paciente em sua autodeterminação, por 
lhe ter sido retirada a oportunidade de ponderar 
os riscos e vantagens de determinado tratamen-
to que, ao final, lhe causou danos que poderiam 
não ter sido causados caso não fosse realizado o 
procedimento, por opção do paciente. 
O dever de informação é a obrigação que possui 
o médico de esclarecer o paciente sobre os ris-
cos do tratamento, suas vantagens e desvanta-
gens, as possíveis técnicas a serem empregadas, 
bem como a revelação quanto aos prognósticos 
e aos quadros clínico e cirúrgico, salvo quando 
tal informação possa afetá-lo psicologicamente, 
ocasião em que a comunicação será feita a seu 
representante legal. 
Para que seja cumprido o dever de informação, 
os esclarecimentos deverão ser prestados de 
forma individualizada em relação ao caso do pa-
SITUAÇÃO FORNECEDOR RESPONDE? EXPLICAÇÃO 
Furto ou roubo no cofre 
do banco que estava loca-
do para guardar bens de 
cliente. 
SIM 
O roubo ou furto praticado contra instituição financeira e que 
atinge o cofre locado ao cliente constitui risco assumido pelo 
banco, sendo algo próprio da atividade empresarial, configu-
rando, assim, hipótese de fortuito interno, que não exclui o 
dever de indenizar (REsp 1250997/SP, DJe 14/02/2013). 
Cliente roubado no inte-
rior da agência bancária. SIM 
Há responsabilidade objetiva do banco em razão do risco 
inerente à atividade bancária (art. 927, p. ún., CC e art. 14, 
CDC) (REsp 1.093.617-PE, DJe 23/03/2009). 
Cliente roubado na rua, 
após sacar dinheiro na 
agência. 
NÃO 
Se o roubo ocorre em via pública, é do Estado (e não do 
banco) o dever de garantir a segurança dos cidadãos e de 
evitar a atuação dos criminosos (REsp 1.284.962-MG, DJe 
04/02/2013). 
Cliente roubado no esta-
cionamento do banco. SIM 
O estacionamento pode ser considerado como uma exten-
são da própria agência (REsp 1.045.775-ES, DJe 04/08/2009). 
ciente, não se mostrando suficiente a informação 
genérica (blanket consent). 
O ônus da prova quanto ao cumprimento do de-
ver de informar e obter o consentimento infor-
mado do paciente é do médico ou do hospital, 
orientado pelo princípio da colaboração pro-
cessual, em que cada parte deve contribuir com 
os elementos probatórios que mais facilmen-
te lhe possam ser exigidos. STJ. 4ª Turma. REsp 
1540580-DF, Rel. Min. Lázaro Guimarães (Desem-
bargador Convocado do TRF 5ª Região), Rel. Acd. 
Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 02/08/2018 
(Info 632). 
Art. 15. (Vetado).
Art. 16. (Vetado).
Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equi-
param-se aos consumidores todas as vítimas do 
evento.
Se liga na tabela a seguir:
1716
#LEGIS
17
Roubo ocorrido no esta-
cionamento privado que é 
oferecido pelo banco aos 
seus clientes e adminis-
trado por uma empresa 
privada. 
SIM 
Tanto o banco como a empresa de estacionamento têm res-
ponsabilidade civil, considerando que, ao oferecerem tal 
serviço especificamente aos clientes do banco, assumiram 
o dever de segurança em relação ao público em geral (Lei 
7.102/1983), dever este que não pode ser afastado por fato 
doloso de terceiro. Logo, não se admite a alegação de caso 
fortuito ou força maior já que a ocorrência de tais eventos 
é previsível na atividade bancária (AgRg nos EDcl no REsp 
844186/RS, DJe 29/06/2012). 
Passageiro roubado no 
interior do transporte co-
letivo (exs.: ônibus, trem 
etc.). 
NÃO 
Constitui causa excludente da responsabilidade da empresa 
transportadora o fato inteiramente estranho ao transporte 
em si, como é o assalto ocorrido no interior do coletivo (AgRg 
no Ag 1389181/SP, DJe 29/06/2012). 
Cliente roubado no pos-
to de gasolina enquanto 
abastecia seu veículo. 
NÃO 
Tratando-se de postos de combustíveis, a ocorrência de rou-
bo praticado contra clientes não pode ser enquadrado, em 
regra, como um evento que esteja no rol de responsabilida-
des do empresário para com os clientes, sendo essa situação 
um exemplo de caso fortuito externo, ensejando-se, por con-
seguinte, a exclusão da responsabilidade (REsp 1243970/SE, 
DJe 10/05/2012). 
Fonte: DizeroDireito
VÍCIO (VÍCIO DO PRODUTO) DEFEITO (FATO DO PRODUTO)
Vício é a inadequação do produ-
to ou serviço para os fins a que se 
destina. É uma falha ou deficiên-
cia que compromete o produto 
em aspectos como a quantidade, 
a qualidade, a eficiência etc.
Restringe-se ao próprio produto 
e não aos danos que ele pode ge-
rar para o consumidor
Ex: Paulo compra um Playstation® 
e ele não “roda” todos os jogos.
O art. 12, § 1º do CDC afirma que defeito diz respeitoa circunstâncias 
que gerem a insegurança do produto ou serviço. Está relacionado, por-
tanto, com o acidente de consumo.
Ex: Paulo compra um Playstation®, ele liga o aparelho, começa a jogar 
e, de repente, o videogame esquenta muito e explode, ferindo-o.
No entanto, a doutrina e o STJ entendem que o conceito de “fato do 
produto” previsto no § 1º do art. 12 pode ser lido de forma mais ampla, 
abrangendo todo e qualquer vício que seja grave a ponto de ocasionar 
dano indenizável ao patrimônio material ou moral do consumidor.
Desse modo, mesmo o produto/serviço não sendo “inseguro”, isso po-
derá configurar “fato do produto/serviço” se o vício for muito grave a 
ponto de ocasionar dano material ou moral ao consumidor. Foi nesse 
sentido que o STJ enquadrou o caso acima (do piso de cerâmica) como 
sendo hipótese de fato do produto.
Prazo para reclamar sobre os ví-
cios é decadencial:
• 30 dias para serviços e produtos 
não duráveis;
• 90 dias para serviços e produtos 
duráveis.
O p;razo para ações de reparação por danos causados por fato do pro-
duto ou do serviço prescreve em 5 anos.
Fonte: DizeroDireito
#LEGIS
18
SEÇÃO III
Da Responsabilidade por Vício do Produto e 
do Serviço
Art. 18. Os fornecedores de produtos de 
consumo duráveis ou não duráveis respondem 
solidariamente pelos vícios de qualidade ou 
quantidade que os tornem impróprios ou ina-
dequados ao consumo a que se destinam ou 
lhes diminuam o valor, assim como por aqueles 
decorrentes da disparidade, com a indicações 
constantes do recipiente, da embalagem, rotu-
lagem ou mensagem publicitária, respeitadas as 
variações decorrentes de sua natureza, podendo 
o consumidor exigir a substituição das partes 
viciadas.
Comentários: A responsabilidade civil dos for-
necedores pelos vícios do produto ou serviço é 
objetiva, inclusive para os profissionais liberais, 
pois a exceção prevista no § 1º do art. 14 do CDC 
é restrita aos “acidentes de consumo”, isto é, aos 
danos pessoais oriundos do fato do serviço, e 
não aos danos meramente econômicos que ad-
vém dos vícios do serviço. 
 
§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo má-
ximo de trinta dias, pode o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a substituição do produto por outro da 
mesma espécie, em perfeitas condições de 
uso;
II - a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo 
de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 2° Poderão as partes convencionar a re-
dução ou ampliação do prazo previsto no 
parágrafo anterior, não podendo ser infe-
rior a sete nem superior a cento e oitenta 
dias. Nos contratos de adesão, a cláusula 
de prazo deverá ser convencionada em se-
parado, por meio de manifestação expres-
sa do consumidor.
§ 3° O consumidor poderá fazer uso ime-
diato das alternativas do § 1° deste artigo 
sempre que, em razão da extensão do ví-
cio, a substituição das partes viciadas pu-
der comprometer a qualidade ou caracte-
rísticas do produto, diminuir-lhe o valor ou 
se tratar de produto essencial.
Comentários: Em regra, o ajuizamento de uma 
dessas ações só será possível se o fornecedor não 
sanar o vício, reparando a coisa, no prazo de 30 
dias. Este prazo, que é de garantia, pode ser am-
pliado, no contrato, para o máximo de 180 dias 
ou diminuído para até 07 dias. Trata-se de um 
prazo de garantia, é impeditivo, portanto, do iní-
cio da fluência do prazo decadencial.
 
Jurisprudência: Se o produto que o consumidor 
comprou apresenta um vício, ele tem o direito de 
ter esse vício sanado no prazo de 30 dias (art. 18, 
§ 1º do CDC). Para tanto, o consumidor pode es-
colher para quem levará o produto a fim de ser 
consertado: a) para o comerciante; b) para a as-
sistência técnica ou c) para o fabricante. Em ou-
tras palavras, cabe ao consumidor a escolha para 
exercer seu direito de ter sanado o vício do pro-
duto em 30 dias: levar o produto ao comerciante, 
à assistência técnica ou diretamente ao fabrican-
te. STJ. 3ª Turma.REsp 1634851-RJ, Rel. Min. Nan-
cy Andrighi, julgado em 12/09/2017 (Info 619). 
§ 4° Tendo o consumidor optado pela 
alternativa do inciso I do § 1° deste artigo, 
e não sendo possível a substituição do 
bem, poderá haver substituição por ou-
tro de espécie, marca ou modelo diver-
sos, mediante complementação ou resti-
tuição de eventual diferença de preço, sem 
prejuízo do disposto nos incisos II e III do § 
1° deste artigo.
§ 5° No caso de fornecimento de produtos 
in natura, será responsável perante o con-
sumidor o fornecedor imediato, exceto 
quando identificado claramente seu pro-
dutor.
§ 6° São impróprios ao uso e consumo:
I - os produtos cujos prazos de validade es-
tejam vencidos;
II - os produtos deteriorados, alterados, 
adulterados, avariados, falsificados, cor-
rompidos, fraudados, nocivos à vida ou à 
saúde, perigosos ou, ainda, aqueles em de-
sacordo com as normas regulamentares 
1918
#LEGIS
19
de fabricação, distribuição ou apresenta-
ção;
III - os produtos que, por qualquer motivo, 
se revelem inadequados ao fim a que se 
destinam.
 
Art. 19. Os fornecedores respondem soli-
dariamente pelos vícios de quantidade do pro-
duto sempre que, respeitadas as variações decor-
rentes de sua natureza, seu conteúdo líquido for 
inferior às indicações constantes do recipiente, 
da embalagem, rotulagem ou de mensagem pu-
blicitária, podendo o consumidor exigir, alter-
nativamente e à sua escolha:
I - o abatimento proporcional do preço;
II - complementação do peso ou medida;
III - a substituição do produto por outro da 
mesma espécie, marca ou modelo, sem os 
aludidos vícios;
IV - a restituição imediata da quantia 
paga, monetariamente atualizada, sem 
prejuízo de eventuais perdas e danos.
§ 1° Aplica-se a este artigo o disposto no § 
4° do artigo anterior.
Comentários: no vício de quantidade não há de 
se falar em prazo de 30 dias para sanar a irregu-
laridade, podendo o consumidor ajuizar uma das 
quatro ações judiciais mencionadas. O CDC só 
prevê o vício de quantidade do produto, mas por 
analogia aplica-se também aos vícios de quanti-
dade do serviço. 
§ 2° O fornecedor imediato será respon-
sável quando fizer a pesagem ou a medi-
ção e o instrumento utilizado não estiver 
aferido segundo os padrões oficiais.
Art. 20. O fornecedor de serviços responde 
pelos vícios de qualidade que os tornem impró-
prios ao consumo ou lhes diminuam o valor, 
assim como por aqueles decorrentes da dispari-
dade com as indicações constantes da oferta ou 
mensagem publicitária, podendo o consumidor 
exigir, alternativamente e à sua escolha:
I - a reexecução dos serviços, sem custo 
adicional e quando cabível;
II - a restituição imediata da quantia paga, 
monetariamente atualizada, sem prejuízo 
de eventuais perdas e danos;
III - o abatimento proporcional do preço.
§ 1° A reexecução dos serviços poderá ser 
confiada a terceiros devidamente capaci-
tados, por conta e risco do fornecedor.
§ 2° São impróprios os serviços que se 
mostrem inadequados para os fins que ra-
zoavelmente deles se esperam, bem como 
aqueles que não atendam as normas regu-
lamentares de prestabilidade.
 
Art. 21. No fornecimento de serviços que 
tenham por objetivo a reparação de qualquer 
produto considerar-se-á implícita a obrigação 
do fornecedor de empregar componentes de re-
posição originais adequados e novos, ou que 
mantenham as especificações técnicas do fabri-
cante, salvo, quanto a estes últimos, autoriza-
ção em contrário do consumidor.
Art. 22. Os órgãos públicos, por si ou suas 
empresas, concessionárias, permissionárias ou 
sob qualquer outra forma de empreendimento, 
são obrigados a fornecer serviços adequados, 
eficientes, seguros e, quanto aos essenciais, 
contínuos.
Parágrafo único. Nos casos de descumpri-
mento, total ou parcial, das obrigações referidas 
neste artigo, serão as pessoas jurídicas compeli-
das a cumpri-las e a reparar os danos causados, 
na forma prevista neste código.
Art. 23. A ignorância do fornecedor sobre 
os víciosde qualidade por inadequação dos pro-
dutos e serviços não o exime de responsabilida-
de.
Art. 24. A garantia legal de adequação do 
produto ou serviço independe de termo expres-
so, vedada a exoneração contratual do fornece-
dor.
Comentários: O prazo para reclamar o cumpri-
mento da garantia legal está previsto no art. 26, 
do CDC, sendo de 90 dias caso o serviço ou pro-
duto seja durável e de 30 dias caso o serviço ou 
produto seja não durável. Cumpre observar que, 
#LEGIS
20
além da garantia legal, é facultado às partes da 
relação consumerista avençar a garantia con-
tratual. A garantia contratual é complementar a 
garantia legal, devendo ser contratada mediante 
termo escrito, não sendo obrigatória como a ga-
rantia legal. Ademais, vale ressaltar que, no caso 
de contratação da garantia contratual, o prazo 
somente inicia após o término da garantia legal 
(obrigatória). Ou seja, caso o indivíduo adquira 
um bem durável e contrate a garantia contratual 
de 1 ano, seu prazo total de garantia será de 1 ano 
e 90 dias.
 
GARANTIA LEGAL GARANTIA CONTRATUAL 
Decorre diretamente 
da lei 
Decorre do acordo/con-
trato entre as partes 
Obrigatória Optativa 
Inicia na entrega do 
produto ou notérmi-
no do serviço 
Inicia após o término da 
garantia legal 
Independe da vonta-
de das partes 
Depende da vontade das 
partes 
Art. 25. É vedada a estipulação contratual 
de cláusula que impossibilite, exonere ou atenue 
a obrigação de indenizar prevista nesta e nas se-
ções anteriores.
§ 1° Havendo mais de um responsável 
pela causação do dano, todos responde-
rão solidariamente pela reparação previs-
ta nesta e nas seções anteriores.
§ 2° Sendo o dano causado por compo-
nente ou peça incorporada ao produto ou 
serviço, são responsáveis solidários seu 
fabricante, construtor ou importador e o 
que realizou a incorporação.
Anotações gerais:
Para Fixação:
Ano: 2014 / Banca: FCC / Órgão: MPE-PE / Prova: 
FCC - 2014 - MPE-PE - Promotor de Justiça 
De acordo com o Código de Defesa do Consumi-
dor, a responsabilidade civil pelo fato do produ-
to, em virtude de danos causados aos consumi-
dores, é, como regra geral, do 
a) fabricante e do comerciante solidariamente. 
b) fabricante, apenas. 
c) fabricante e, subsidiariamente, do comercian-
te. 
d) comerciante e, subsidiariamente, do fabrican-
te. 
e) comerciante, apenas. 
Anotações:
Gabarito: C
2120
#LEGIS
21
SEÇÃO IV 
Da Decadência e da Prescrição
Art. 26. O direito de reclamar pelos vícios 
aparentes ou de fácil constatação caduca em:
I - trinta dias, tratando-se de fornecimento 
de serviço e de produtos não duráveis;
II - noventa dias, tratando-se de forneci-
mento de serviço e de produtos duráveis.
§ 1° Inicia-se a contagem do prazo deca-
dencial a partir da entrega efetiva do pro-
duto ou do término da execução dos ser-
viços.
Jurisprudência: O STJ entende que o prazo para 
ajuizar ação indenizatória por danos causados 
por vício do produto ou do serviço é o prazo de-
cadencial do art. 26 e não o prazo prescricional 
do art. 27. A ação de indenização é uma ação con-
denatória, passível de prescrição, mas, como os 
danos são decorrentes de vícios do produto ou 
do serviço, o STJ entende que são aplicáveis os 
prazos decadenciais (Info 224). 
Súmula: Súmula 477 do STJ: A decadência do 
artigo 26 do CDC não é aplicável à prestação de 
contas para obter esclarecimentos sobre cobran-
ça de taxas, tarifas e encargos bancários.
 
§ 2° Obstam a decadência:
I - a reclamação comprovadamente for-
mulada pelo consumidor perante o forne-
cedor de produtos e serviços até a respos-
ta negativa correspondente, que deve ser 
transmitida de forma inequívoca;
II - (Vetado).
III - a instauração de inquérito civil, até 
seu encerramento.
Súmula: Não tem direito à reparação de perdas e 
danos decorrentes do vício do produto o consu-
midor que, no prazo decadencial, não provocou 
o fornecedor para que este pudesse sanar o vício. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1520500-SP, Rel. Min. Mar-
co Aurélio Bellizze, julgado em 27/10/2015 (Info 
573).
§ 3° Tratando-se de vício oculto, o prazo 
decadencial inicia-se no momento em que 
ficar evidenciado o defeito.
Jurisprudência: O Código de Defesa do Consu-
midor, no § 3º do art. 26, no que concerne à dis-
ciplina do vício oculto, adotou o critério da vida 
útil do bem, e não o critério da garantia, podendo 
o fornecedor se responsabilizar pelo vício em um 
espaço largo de tempo, mesmo depois de expi-
rada a garantia contratual. STJ. REsp 984106/SC, 
Rel. Min. Luis Felipe Salomão, DJe 20/11/2012.
 
Art. 27. Prescreve em cinco anos a preten-
são à reparação pelos danos causados por fato 
do produto ou do serviço prevista na Seção II des-
te Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a 
partir do conhecimento do dano e de sua autoria.
Jurisprudência: Em caso de pretensão de nu-
lidade de cláusula de reajuste prevista em con-
trato de plano ou seguro de assistência à saúde 
ainda vigente, com a consequente repetição do 
indébito, a ação ajuizada está fundada no enri-
quecimento sem causa e, por isso, o prazo pres-
cricional é trienal, nos termos do art. 206, § 3º, IV, 
do Código Civil. STJ. 2ª Seção. REsp 1361182-RS, 
Rel. Min. Marco Buzzi, Rel. para acórdão Min. Mar-
co Aurélio Bellizze, julgado em 10/8/2016 (recur-
so repetitivo) (Info 590).
O furto das joias, objeto do penhor, constitui falha 
do serviço prestado pela instituição financeira, 
devendo incidir o prazo prescricional de 5 anos 
para a ação de indenização, conforme previsto 
no art. 27 do CDC. STJ. 4ª Turma.REsp 1369579-
PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 
24/10/2017 (Info 616).
No que se refere ao prazo prescricional da ação 
de indenização por danos morais decorrente da 
inscrição indevida em cadastro de inadimplen-
tes, promovida por instituição financeira ou as-
semelhada, como no caso dos autos, por tratar-
-se de responsabilidade extracontratual, incide o 
prazo de 3 (três) anos previsto no art. 206, § 3º, V, 
do CC/2002. Não se aplica o art. 27 do CDC, que 
prevê o prazo de 5 (cinco) anos para ajuizamento 
da demanda, considerando que este dispositivo 
se restringe às hipóteses de responsabilidade de-
corrente de fato do produto ou do serviço. STJ. 
3ª Turma. AgInt no AREsp 663730/RS, Rel. Min. Ri-
cardo Villas Bôas Cueva, julgado em 09/05/2017.
 
#LEGIS
22
Súmulas: 
Súmula 101 do STJ: A ação de indenização do se-
gurado em grupo contra aseguradora prescreve 
em um ano. 
Súmula 412 do STJ: A ação de repetição de indé-
bito de tarifas de água e esgoto sujeita-se ao pra-
zo prescricional estabelecido no Código Civil. 
Parágrafo único. (Vetado).
Anotações gerais sobre os artigos anteriores:
Para Fixação:
Ano: 2008 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-CE / 
Cargo: Defensor Público 
Uma explosão, no interior de uma loja localiza-
da no centro de uma grande cidade, causou da-
nos a pessoas que se encontravam no interior e 
no exterior do estabelecimento. Com base nessa 
situação e nas normas de proteção e defesa do 
consumidor, julgue o item seguinte: 
O prazo para requerer a indenização em razão da 
explosão é de cinco anos, contados a partir da 
data da ocorrência do evento danoso. 
Anotações:
GABARITO: O item está correto. No caso em 
questão verifica-se a configuração da relação 
de consumo. Portanto, aplica-se ao caso o prazo 
prescricional disposto no art. 27 do CDC.
2322
#LEGIS
23
DIA 3
Disciplina: Direito do Consumidor.
Responsável: Prof. Moacir Neto.
Dia 01: Do Art. 28ª ao 45º.
Estudado Revisão 1 Revisão 2 Revisão 3
SEÇÃO V 
Da Desconsideração da Personalidade 
Jurídica
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a per-
sonalidade jurídica da sociedade quando, em 
detrimento do consumidor, houver abuso de 
direito, excesso de poder, infração da lei, fato 
ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou con-
trato social. A desconsideração também será 
efetivada quando houver falência, estado de 
insolvência, encerramento ou inatividade da 
pessoa jurídica provocados por má adminis-
tração.
CÓDIGO CIVILArt. 50 
CDC 
Art. 28 
Hipóteses restritas Hipóteses amplas 
Aplicação da teoria 
maior 
Aplicação da teoria 
menor 
Exige confusão patri-
monial ou desvio de 
finalidade 
Basta haver a insol-
vência do fornecedor 
Não pode ser aplicada 
de ofício. Exige o re-
querimento da parte 
ou do MP 
Pode ser aplicada de 
ofício. O CDC pres-
creve normas de or-
dem pública e inte-
resse social. 
 
§ 1° (Vetado).
§ 2° As sociedades integrantes dos grupos 
societários e as sociedades controladas, 
são SUBSIDIARIAMENTE responsáveis pe-
las obrigações decorrentes deste código.
§ 3° As sociedades consorciadas são SOLI-
DARIAMENTE responsáveis pelas obriga-
ções decorrentes deste código.
§ 4° As sociedades coligadas só responderão 
por culpa.
SOCIEDADE RESPONSABILIDADE 
Grupos societários 
Sociedade controla-
das 
Subsidiária 
Sociedades consor-
ciadas Solidária 
Sociedade coligadas Por culpa 
 
§ 5° Também poderá ser desconsiderada a 
pessoa jurídica SEMPRE que sua personali-
dade for, de alguma forma, obstáculo ao 
ressarcimento de prejuízos causados aos 
consumidores.
Para Fixação:
Ano: 2008 / Banca: CESPE / Órgão: DPE-CE / 
Cargo: Defensor Público 
Ano: 2018 / Banca: VUNESP / Órgão: TJ-SP / Pro-
va: Juiz Substituto 
Nas obrigações sujeitas ao Código de Defesa do 
Consumidor, pelo defeito do produto, as socie-
dades 
a) coligadas, consorciadas ou integrantes dos 
grupos societários e as controladas são solida-
riamente responsáveis, independentemente de 
culpa. 
b) coligadas só respondem por culpa, as consor-
ciadas são solidariamente responsáveis e as in-
tegrantes dos grupos societários, ou controladas, 
são subsidiariamente responsáveis. 
c) integrantes dos grupos societários e as con-
troladas são solidariamente responsáveis, as 
consorciadas respondem subsidiariamente e as 
coligadas só responderão por culpa. 
d) consorciadas e as coligadas respondem soli-
dariamente, mas só por culpa, e as integrantes 
dos grupos societários ou controladas são subsi-
diariamente responsáveis. 
Anotações:
R – B.
#LEGIS
24
CAPÍTULO V
 
Das Práticas Comerciais
SEÇÃO I 
Das Disposições Gerais
Art. 29. Para os fins deste Capítulo e do se-
guinte, equiparam-se aos consumidores todas 
as pessoas determináveis ou não, expostas às 
práticas nele previstas.
Comentários: A finalidade da equiparação é am-
pliar o campo de aplicação do CDC, para alcançar 
os consumidores potenciais, assim entendidos os 
que, sem terem participado, concretamente, de 
um ato de consumo, estão expostos às práticas 
comerciais e contratuais irregulares e abusivas.
SEÇÃO II 
Da Oferta
Art. 30. Toda informação ou publicidade, 
SUFICIENTEMENTE precisa, veiculada por qual-
quer forma ou meio de comunicação com rela-
ção a produtos e serviços oferecidos ou apresen-
tados, obriga o fornecedor que a fizer veicular 
ou dela se utilizar e integra o contrato que vier 
a ser celebrado.
Art. 31. A oferta e apresentação de produ-
tos ou serviços devem assegurar informações 
corretas, claras, precisas, ostensivas e em 
língua portuguesa sobre suas características, 
qualidades, quantidade, composição, preço, ga-
rantia, prazos de validade e origem, entre outros 
dados, bem como sobre os riscos que apresen-
tam à saúde e segurança dos consumidores.
Parágrafo único. As informações de que 
trata este artigo, nos produtos refrigerados ofe-
recidos ao consumidor, serão gravadas de forma 
indelével. (Incluído pela Lei nº 11.989, de 2009)
Jurisprudência: (...) 
10. A informação deve ser correta (= verdadeira), 
clara (= de fácil entendimento, precisa (= não pro-
lixa ou escassa), ostensiva (= de fácil constatação 
ou percepção) e, por obvio, em língua portugue-
sa. 
11. A obrigação de informação é desdobrada pelo 
art. 31 do CDC, em quatro categorias principais, 
imbricadas entre si: 
a) informação-conteúdo (= características 
intrínsecas do produto ou serviço), 
b) informação-utilização (= como se uso o 
produto ou serviço), 
c) informação-preço (= custo, formas e con-
dições de pagamento), e 
d) informação-advertência (= riscos do pro-
duto ou serviço). (...) 
16. Embora toda advertência seja informação, 
nem toda informação é advertência. Quem infor-
ma nem sempre adverte. (...) 
20. O fornecedor tem o dever de informar que o 
produto ou o serviço pode causar malefícios a 
um grupo de pessoas, embora não seja prejudi-
cial à generalidade da população, pois o que o or-
denamento pretende é resguardar não somente 
a vida de muitos, mas também a vida de poucos. 
(...) STJ. REsp 586316/MG, Rel. Min. Herman Beja-
min, DJe 19/03/2009.
 
Art. 32. Os fabricantes e importadores 
deverão assegurar a oferta de componentes e 
peças de reposição enquanto não cessar a fabri-
cação ou importação do produto.
Parágrafo único. Cessadas a produção ou 
importação, a oferta deverá ser mantida por pe-
ríodo razoável de tempo, na forma da lei.
Comentários: o dispositivo somente se aplica 
aos fabricantes e importadores (e não a “forne-
cedores”, como muitos dispositivos do CDC refe-
rem-se);
O CDC não estabeleceu um prazo nem o que se-
ria esse “período razoável de tempo” em que se 
deve disponibilizar as peças no mercado. O De-
creto nº 2.181/97 determina que esse período ra-
zoável é nunca inferior à vida útil do produto ou 
serviço (art. 13, XXI).
Art. 33. Em caso de oferta ou venda por 
telefone ou reembolso postal, deve constar o 
nome do fabricante e endereço na embalagem, 
publicidade e em todos os impressos utilizados 
na transação comercial.
2524
#LEGIS
25
Parágrafo único. É proibida a publicida-
de de bens e serviços por telefone, quando a cha-
mada for onerosa ao consumidor que a origi-
na. (Incluído pela Lei nº 11.800, de 2008).
Art. 34. O fornecedor do produto ou serviço 
é SOLIDARIAMENTE responsável pelos atos de 
seus prepostos ou representantes autônomos.
Jurisprudência: O STJ entende que não é neces-
sária a existência de um contrato típico de traba-
lho, sendo suficiente a relação de dependência 
ou que alguém preste serviço sob o interesse e o 
comando de outrem (STJ, REsp 304.673, Min. Bar-
ros Monteiro, DJ 11/03/2002).
Art. 35. Se o fornecedor de produtos ou 
serviços recusar cumprimento à oferta, apre-
sentação ou publicidade, o consumidor poderá, 
ALTERNATIVAMENTE e à sua livre escolha:
I - exigir o cumprimento forçado da obri-
gação, nos termos da oferta, apresentação 
ou publicidade;
II - aceitar outro produto ou prestação de 
serviço equivalente;
III - rescindir o contrato, com direito à res-
tituição de quantia eventualmente anteci-
pada, monetariamente atualizada, e a per-
das e danos.
SEÇÃO III 
Da Publicidade
Art. 36. A publicidade deve ser veiculada 
de tal forma que o consumidor, fácil e imediata-
mente, a identifique como tal.
Parágrafo único. O fornecedor, na publici-
dade de seus produtos ou serviços, manterá, em 
seu poder, para informação dos legítimos inte-
ressados, os dados fáticos, técnicos e científi-
cos que dão sustentação à mensagem.
Art. 37. É proibida toda publicidade enga-
nosa ou abusiva.
§ 1° É ENGANOSA qualquer modalidade 
de informação ou comunicação de caráter 
publicitário, inteira ou parcialmente fal-
sa, ou, por qualquer outro modo, mesmo 
por omissão, capaz de induzir em erro o 
consumidor a respeito da natureza, carac-
terísticas, qualidade, quantidade, proprie-
dades, origem, preço e quaisquer outros 
dados sobre produtos e serviços.
§ 2° É ABUSIVA, dentre outras a publicida-
de discriminatória de qualquer natureza, a 
que incite à violência, explore o medo ou 
a superstição, se aproveite da deficiência 
de julgamento e experiência da criança, 
desrespeita valores ambientais, ou que 
seja capaz de induzir o consumidor a se 
comportar de forma prejudicial ou peri-
gosa à sua saúde ou segurança.
§ 3° Para os efeitos deste código, a publi-
cidade é enganosa por omissão quando 
deixar de informar sobre dado essencial 
do produto ou serviço.
Jurisprudência: O supermercado veiculou pro-
paganda em que praticava reduzido preço pro-
mocional para determinado produto,sem que 
constasse qualquer limite na quantidade a ser 
adquirida por consumidor. Sucede que, ao ten-
tar adquirir 50 pacotes do produto em oferta, o 
recorrido foi impedido de comprá-los pelo esta-
belecimento comercial, justamente em razão da 
grande quantidade pretendida. Diante disso, ao 
prosseguir o julgamento, a Turma, por maioria, 
entendeu que não houve dano moral na espécie. 
A Min. Nancy Andrighi, apesar de ter por aceitável 
a ação preventiva do estabelecimento comercial 
de limitar a quantidade do produto em oferta, 
concedia a indenização em razão da publicidade 
omissa (art. 37 do CDC), que vincula o comercian-
te à oferta sem necessidade de perquirição da 
existência da intenção de ludibriar o consumidor, 
induzi-lo a erro, ou de fazê-lo crer na possibilida-
de da aquisição da quantidade almejada. (REsp 
595.734-RS, Rel. originária Min. Nancy Andrighi, 
Rel. para acórdão Min. Castro Filho, julgado em 
02/08/2005).
§ 4° (Vetado).
Art. 38. O ônus da prova da veracidade e 
correção da informação ou comunicação publi-
citária cabe a quem as patrocina.
Jurisprudência: As empresas de comunicação 
não respondem por publicidade de propostas 
abusivas ou enganosas. Tal responsabilidade 
toca aos fornecedores-anunciantes, que a patro-
cinaram (CDC, Arts. 3º e 38). O CDC, quando trata 
#LEGIS
26
de publicidade, impõe deveres ao anunciante – 
não às empresas de comunicação (Art. 3º, CDC). 
STJ. REsp 604172/SP, Rel. Min. Humberto Gomes 
de Barros, DJ 21/05/2007.
Jurisprudência: Trata-se de REsp em que se 
discute a corresponsabilidade de determina-
da empresa de comunicação pelo fato de haver 
veiculado, em programa de TV, por intermédio 
de seu apresentador, propaganda enganosa de 
empréstimo oferecido por instituição financeira 
anunciante, que teria descumprindo os compro-
missos assumido no anúncio veiculado. (...) a re-
ponsabilidade pelo produto ou serviço anuncia-
do é daquele que confecciona ou presta e não se 
estende à televisão, jornal ou rádio que o divulga. 
(...) Destarte, a denominada publicidade de palco 
não implica a corresponsabilidade da empresa 
de televisão pelo anúncio divulgado. E o apre-
sentador atua como garoto-propaganda, e não 
na qualidade de avalista formal, por si ou pela 
empresa, do êxito do produto ou serviço para o 
telespectador que vier no futuro adquiri-los.
SEÇÃO IV 
Das Práticas Abusivas
Art. 39. É vedado ao fornecedor de pro-
dutos ou serviços, dentre outras práticas 
abusivas: (Redação dada pela Lei nº 8.884, de 
11.6.1994)
I - condicionar o fornecimento de produ-
to ou de serviço ao fornecimento de outro 
produto ou serviço, bem como, sem justa 
causa, a limites quantitativos;
Jurisprudência: A prática de venda casada por 
parte de operadora de telefonia é capaz de rom-
per com os limites da tolerância. No momento 
em que oferece ao consumidor produto com sig-
nificativas vantagens - no caso, o comércio de 
linha telefônica com valores mais interessantes 
do que a de seus concorrentes - e de outro, im-
põe-lhe a obrigação de aquisição de um aparelho 
telefônico por ela comercializado, realiza prática 
comercial apta a causar sensação de repulsa co-
letiva a ato intolerável, tanto intolerável que en-
contra proibição expressa em lei. (REsp 1397870/
MG, Rel. Ministro MAURO CAMPBELL MARQUES, 
SEGUNDA TURMA, julgado em 02/12/2014, DJe 
10/12/2014)
Jurisprudência: Nos contratos bancários em ge-
ral, o consumidor não pode ser compelido a con-
tratar seguro com a instituição financeira ou com 
seguradora por ela indicada. STJ. 2ª Seção. REsp 
1639259-SP, Rel. Min. Paulo de Tarso Sanseveri-
no, julgado em 12/12/2018 (recurso repetitivo) 
(Info 639).
Súmula: Súmula 473 do STJ: O mutuário do SFH 
não pode ser compelido a contratar o seguro ha-
bitacional obrigatório com a instituição financei-
ra mutuante ou com a seguradora por ela indica-
da.
II - recusar atendimento às demandas dos 
consumidores, na exata medida de suas 
disponibilidades de estoque, e, ainda, de 
conformidade com os usos e costumes;
III - enviar ou entregar ao consumidor, 
sem solicitação prévia, qualquer produto, 
ou fornecer qualquer serviço;
Súmula: Súmula 532 do STJ: Constitui prática 
comercial abusiva o envio de cartão de crédito 
sem prévia e expressa solicitação do consumidor, 
configurando-se ato ilícito indenizável e sujeito à 
aplicação de multa administrativa.
 
IV - prevalecer-se da fraqueza ou igno-
rância do consumidor, tendo em vista sua 
idade, saúde, conhecimento ou condição 
social, para impingir-lhe seus produtos ou 
serviços;
V - exigir do consumidor vantagem mani-
festamente excessiva;
VI - executar SERVIÇOS sem a prévia ela-
boração de orçamento e autorização ex-
pressa do consumidor, ressalvadas as 
decorrentes de práticas anteriores entre as 
partes;
VII - repassar informação depreciativa, 
referente a ato praticado pelo consumi-
dor no exercício de seus direitos;
VIII - colocar, no mercado de consumo, 
qualquer produto ou serviço em desacor-
do com as normas expedidas pelos órgãos 
oficiais competentes ou, se normas espe-
cíficas não existirem, pela Associação Bra-
sileira de Normas Técnicas ou outra enti-
dade credenciada pelo Conselho Nacional 
de Metrologia, Normalização e Qualidade 
Industrial (Conmetro);
2726
#LEGIS
27
IX - recusar a venda de bens ou a presta-
ção de serviços, diretamente a quem se 
disponha a adquiri-los mediante pronto 
pagamento, ressalvados os casos de inter-
mediação regulados em leis especiais; (Re-
dação dada pela Lei nº 8.884, de 11.6.1994)
X - elevar sem justa causa o preço de pro-
dutos ou serviços. (Incluído pela Lei nº 
8.884, de 11.6.1994)
XI - Dispositivo incluído pela MPV nº 1.890-
67, de 22.10.1999, transformado em inciso 
XIII, quando da conversão na Lei nº 9.870, 
de 23.11.1999
XII - deixar de estipular prazo para o cum-
primento de sua obrigação ou deixar a 
fixação de seu termo inicial a seu exclu-
sivo critério. (Incluído pela Lei nº 9.008, de 
21.3.1995)
XIII - aplicar fórmula ou índice de reajuste 
diverso do legal ou contratualmente es-
tabelecido. (Incluído pela Lei nº 9.870, de 
23.11.1999)
XIV - permitir o ingresso em estabeleci-
mentos comerciais ou de serviços de um 
número maior de consumidores que o 
fixado pela autoridade administrativa 
como máximo. (Incluído pela Lei nº 13.425, 
de 2017)
 
Parágrafo único. Os serviços prestados e 
os produtos remetidos ou entregues ao consu-
midor, na hipótese prevista no inciso III, equipa-
ram-se às amostras grátis, inexistindo obriga-
ção de pagamento.
Art. 40. O fornecedor de SERVIÇO será 
obrigado a entregar ao consumidor orçamento 
prévio discriminando o valor da mão-de-obra, 
dos materiais e equipamentos a serem emprega-
dos, as condições de pagamento, bem como as 
datas de início e término dos serviços.
§ 1º Salvo estipulação em contrário, o 
valor orçado terá validade pelo prazo de 
dez dias, contado de seu recebimento pelo 
consumidor.
§ 2° Uma vez aprovado pelo consumidor, 
o orçamento obriga os contraentes e so-
mente pode ser alterado mediante livre ne-
gociação das partes.
§ 3° O consumidor não responde por 
quaisquer ônus ou acréscimos decorren-
tes da contratação de serviços de terceiros 
não previstos no orçamento prévio.
Art. 41. No caso de fornecimento de produ-
tos ou de serviços sujeitos ao regime de controle 
ou de tabelamento de preços, os fornecedores 
deverão respeitar os limites oficiais sob pena 
de não o fazendo, responderem pela restituição 
da quantia recebida em excesso, monetaria-
mente atualizada, podendo o consumidor exi-
gir à sua escolha, o desfazimento do negócio, 
sem prejuízo de outras sanções cabíveis.
Para Fixação:
Ano: 2019 Banca: MPE-SC Órgão: MPE-SC Pro-
va: MPE-SC - 2019 - MPE-SC - Promotor de Jus-
tiça – Vespertina
A Lei Federal n. 8.078/90 (Código de Defesa do 
Consumidor) proíbe a publicidade enganosa, de-
finida, exemplificativamente, como a publicida-
de que seja capaz de induzir o consumidor a se 
comportar de forma prejudicial ou perigosa à sua 
saúde ou segurança.
Ano: 2019 Banca:CESPE Órgão: DPE-DF Prova: 
CESPE - 2019 - DPE-DF - Defensor Público
Segundo entendimento da 3.ª Turma e da 2.ª Se-
ção do STJ, em consonância com o Código de De-
fesa do Consumidor, a venda casada às avessas, 
indireta ou dissimulada, consiste no condiciona-
mento da aquisição de um produto ou serviço 
principal à concomitante aquisição de outro pro-
duto, secundário, quando o propósito do consu-
midor é unicamente obter o produto ou o serviço 
principal.
#LEGIS
28
Anotações gerais sobre as questões anteriores:
Gabarito da questão: 01 - ERRADO | 02- ERRADO
SEÇÃO V 
Da Cobrança de Dívidas
Art. 42. Na cobrança de débitos, o consu-
midor inadimplente não será exposto a ridícu-
lo, nem será submetido a qualquer tipo de cons-
trangimento ou ameaça.
Parágrafo único. O consumidor cobrado em 
quantia indevida tem direito à repetição do in-
débito, por valor igual ao dobro do que pagou 
em excesso, acrescido de correção monetária e 
juros legais, salvo hipótese de engano justificá-
vel.
Jurisprudência: (...) 
3. O entendimento desta Turma sobre a incidên-
cia do art. 42, parágrafo único, do CDC é pacífi-
co no sentido de que a devolução em dobro não 
está condicionada à existência de dolo ou má-fé. 
Entretanto, é possível a devolução simples por 
engano justificável, cuja prova cabal incumbe ao 
fornecedor. Precedente do STJ. 
4. Na hipótese dos autos, consignou-se não ter 
havido erro imputável à parte recorrida (Enersul), 
de modo que, para acompanhar as razões recur-
sais, no ponto, seria preciso verificar o conjunto 
fático-probatório, o que é vedado pela Súmula 7/
STJ. 
5. A pretensão de que a condenação seja am-
pliada para o período de2003 a 2007 não está 
associada a nenhuma violação de dispositivo le-
gal, sendo deficiente a fundamentação recursal 
nesse ponto. Aplica-se, por analogia, a Súmula 
284/STF. 6. Agravo Regimental não provido. (STJ - 
AgRg no REsp: 1275775 MS 2011/0211251-6, Rela-
tor: Ministro HERMAN BENJAMIN, Data de Julga-
mento: 25/10/2011, T2 - SEGUNDA TURMA, Data 
de Publicação: DJe 28/10/2011)
(...)
1. As Turmas que compõem a Primeira Seção do 
Superior Tribunal de Justiça firmaram o enten-
dimento de que “O engano, na cobrança indevi-
da, só é justificável quando não decorrer de dolo 
(má-fé) ou culpa na conduta do fornecedor do 
serviço” (REsp 1.079.064/SP, Rel. Min. HERMAN 
BENJAMIN, Segunda Turma, DJe 20/4/09). 
2. Não há falar em erro justificável na hipótese 
em que a cobrança indevida ficou caracterizada 
2928
#LEGIS
29
em virtude da inexistência de prestação de servi-
ço pela concessionária. 
3. Agravo regimental não provido. (STJ - AgRg no 
REsp: 1221844 RJ 2010/0198132-0, Relator: Mi-
nistro ARNALDO ESTEVES LIMA, Data de Julga-
mento: 18/08/2011, T1 - PRIMEIRA TURMA, Data 
de Publicação: DJe 24/08/2011)
Art. 42-A. Em todos os documentos de co-
brança de débitos apresentados ao consumidor, 
deverão constar o nome, o endereço e o núme-
ro de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas 
– CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídi-
ca – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço 
correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 
2009)
SEÇÃO VI 
Dos Bancos de Dados e Cadastros de 
Consumidores
Art. 43. O consumidor, sem prejuízo do 
disposto no art. 86, terá acesso às informações 
existentes em cadastros, fichas, registros e da-
dos pessoais e de consumo arquivados sobre ele, 
bem como sobre as suas respectivas fontes.
§ 1° Os cadastros e dados de consumidores 
devem ser objetivos, claros, verdadeiros e 
em linguagem de fácil compreensão, não 
podendo conter informações negativas 
referentes a período superior a cinco 
anos.
§ 2° A abertura de cadastro, ficha, registro 
e dados pessoais e de consumo deverá ser 
comunicada por escrito ao consumidor, 
quando não solicitada por ele.
§ 3° O consumidor, sempre que encontrar 
inexatidão nos seus dados e cadastros, po-
derá exigir sua imediata correção, devendo 
o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, 
comunicar a alteração aos eventuais desti-
natários das informações incorretas.
§ 4° Os bancos de dados e cadastros rela-
tivos a consumidores, os serviços de prote-
ção ao crédito e congêneres são considera-
dos entidades de caráter público.
§ 5° Consumada a prescrição relativa à 
cobrança de débitos do consumidor, não 
serão fornecidas, pelos respectivos Sis-
temas de Proteção ao Crédito, quaisquer 
informações que possam impedir ou di-
ficultar novo acesso ao crédito junto aos 
fornecedores.
§ 6o Todas as informações de que trata 
o caput deste artigo devem ser disponibi-
lizadas em formatos acessíveis, inclusive 
para a pessoa com deficiência, mediante 
solicitação do consumidor. (Incluído pela 
Lei nº 13.146, de 2015) (Vigência).
Jurisprudência: O SPC, instituído em diversas 
cidades pelas entidades de classe de comercian-
tes e lojistas, tem a finalidade de informar seus 
associados sobre a existência de débitos pen-
dentes por compra dos que pretendam obter 
novo financiamento. É evidente o benefício que 
dele decorre em favor da agilidade e da seguran-
ça das operações comerciais, assim como não se 
pode negar ao vendedor o direito de informar-se 
sobre o crédito do seu cliente na praça, e de re-
partir com os demais os dados de que dele dis-
põe (STJ, REsp. 22337/RS, Rei. Min. Ruy Rosado 
Aguiar, Í· 13/02/1995). 
Jurisprudência: A comunicação sobre a inscri-
ção nos registros de proteção ao crédito é obri-
gação do órgão responsável pela manutenção do 
cadastro, e não do credor. (STJ – AgRg no REsp 
617801/RS – Terceira Turma – Rel. Min. Humberto 
Gomes de Barros – j. 09.05.2006 – DJ 29.05.2006, 
p. 231).
Jurisprudência: O simples erro no valor inscrito 
da dívida, em órgão de proteção ao crédito, não 
tem o condão de causar dano moral ao devedor, 
haja vista que não é o valor do débito que pro-
move o dano moral ou o abalo de crédito, mas o 
registro indevido, que, no caso, não ocorreu, uma 
vez que a dívida existe, foi reconhecida pelo au-
tor e comprovada, expressamente, pelo acórdão 
recorrido. (STJ, REsp. 831162/ ES, Rel. Min. Jorge 
Scartezzini, DJ 21108/2006)
Jurisprudência: As entidades mantenedoras de 
cadastros de proteção ao crédito não devem in-
cluir em sua base de dados informações coleta-
das dos cartórios de protestos sem a informação 
do prazo de vencimento da dívida, sendo respon-
sáveis pelo controle de ambos os limites tempo-
rais estabelecidos no art. 43 da Lei nº 8.078/90. 
STJ. 3ª Turma. REsp 1630889-DF, Rel. Min. Nancy 
Andrighi, julgado em 11/09/2018 (Info 633).
Jurisprudência: No que diz respeito ao sistema 
credit scoring, definiu-se que: 
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a) é um método desenvolvido para avalia-
ção do risco de concessão de crédito, a par-
tir de modelos estatísticos, considerando 
diversas variáveis, com atribuição de uma 
pontuação ao consumidor avaliado (nota 
do risco de crédito); 
b) essa prática comercial é lícita, estando 
autorizada pelo art. 5º, IV, e pelo art. 7º, I, 
da Lei 12.414/2011 (Lei do Cadastro Positi-
vo); 
c) na avaliação do risco de crédito, devem 
ser respeitados os limites estabelecidos 
pelo sistema de proteção do consumidor 
no sentido da tutela da privacidade e da 
máxima transparência nas relações nego-
ciais, conforme previsão do CDC e da Lei 
12.414/2011; 
d) apesar de desnecessário o consentimen-
to do consumidor consultado, devem ser a 
ele fornecidos esclarecimentos, caso solici-
tados, acerca das fontes dos dados consi-
derados (histórico de crédito), bem como 
as informações pessoais valoradas; 
e) o desrespeito aos limites legais na utili-
zação do sistema credit scoring, configu-
rando abuso no exercício desse direito (art. 
187 do CC), pode ensejar a responsabilida-
de objetiva e solidária do fornecedor do 
serviço, do responsável pelo banco de da-
dos, da fonte e do consulente (art. 16 da Lei 
12.414/2011) pela ocorrência de danos mo-
rais nas hipóteses de utilização de informa-
ções excessivas ou sensíveis (art. 3º, § 3º, I e 
II, da Lei 12.414/2011), bem como nos casos 
de comprovada recusa indevida de crédito 
pelo

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