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aula1 RM2 estrutura e formação de palavras-substantivos (2)

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Língua portuguesa –RM2
Professora Márjorie Araújo
Estrutura e formação de palavras
Radical
Há um morfema comum a todas as palavras que estamos analisando: escol-. É esse morfema comum – o radical – que faz com que as consideremos palavras de uma mesma família de significação – os cognatos. O radical é a parte da palavra responsável por sua significação principal.
Afixos
Como vimos, o acréscimo do morfema –ar cria uma nova palavra a partir de escola. De maneira semelhante, o acréscimo dos morfemas sub- e –arização à forma escol- criou subescolarização. Esses morfemas recebem o nome de afixos.
Quando são colocados antes do radical, como acontece com sub-, os afixos recebem o nome de prefixos. Quando, como –arização, surgem depois do radical os afixos são chamados de sufixos. Prefixos e sufixos, além de operar mudança de classe gramatical, são capazes de introduzir modificações de significado no radical a que são acrescentados.
Estrutura e formação de palavras
Desinências
Quando se conjuga o verbo amar, obtêm-se formas como amava, amavas, amava, amávamos, amáveis, amavam. Essas modificações ocorrem à medida que o verbo vai sendo flexionado em número (singular e plural) e pessoa (primeira, segunda ou terceira). Também ocorrem se modificarmos o tempo e o modo do verbo (amava, amara, amasse, por exemplo).
Podemos concluir, assim, que existem morfemas que indicam as flexões das palavras. Esses morfemas sempre surgem no fim das palavras variáveis e recebem o nome de desinências. Há desinências nominais e desinências verbais.
• Desinências nominais: indicam o gênero e o número dos nomes. Para a indicação de gênero, o português costuma opor as desinências -o/-a:
garoto/garota; menino/menina
Para a indicação de número, costuma-se utilizar o morfema –s, que indica o plural em oposição à ausência de morfema, que indica o singular: garoto/garotos; garota/garotas; menino/meninos; menina/meninas.
No caso dos nomes terminados em –r e –z, a desinência de plural assume a forma -es: mar/mares; revólver/revólveres; cruz/cruzes.
• Desinências verbais: em nossa língua, as desinências verbais pertencem a dois tipos distintos. Há aqueles que indicam o modo e o tempo (desinências modo-temporais) e aquelas que indicam o número e a pessoa dos verbos (desinência número-pessoais)
Estrutura e formação de palavras
Vogal temática
Observe que, entre o radical cant- e as desinências verbais, surge sempre o morfema –a.
Esse morfema, que liga o radical às desinências, é chamado de vogal temática. Sua função é ligar-se ao radical, constituindo o chamado tema. É ao tema (radical + vogal temática) que se acrescentam as desinências. Tanto os verbos como os nomes apresentam vogais temáticas.
• Vogais temáticas nominais: São -a, -e, e -o, quando átonas finais, como em mesa, artista, busca, perda, escola, triste, base, combate. Nesses casos, não poderíamos pensar que essas terminações são desinências indicadoras de gênero, pois a mesa, escola, por exemplo, não sofrem esse tipo de flexão. É a essas vogais temáticas que se liga a desinência indicadora de plural: mesa-s, escola-s, perda-s. Os nomes terminados em vogais tônicas (sofá, café, cipó, caqui, por exemplo) não apresentam vogal temática.
• Vogais temáticas verbais: São -a, -e e -i, que caracterizam três grupos de verbos a que se dá o nome de conjugações. Assim, os verbos cuja vogal temática é -a pertencem à primeira conjugação; aqueles cuja vogal temática é -e pertencem à segunda conjugação e os que têm vogal temática -i pertencem à terceira conjugação.
Estrutura e formação de palavras
Vogal ou consoante de ligação
As vogais ou consoantes de ligação são morfemas que surgem por motivos eufônicos, ou seja, para facilitar ou mesmo possibilitar a leitura de uma determinada palavra. Temos um exemplo de vogal de ligação na palavra escolaridade: o -i- entre os sufixos -ar- e -dade facilita a emissão vocal da palavra. Outros exemplos: gasômetro, alvinegro, tecnocracia, paulada, cafeteira, chaleira, tricota.
Estrutura e formação de palavras
Os principais processos de formação são:
Derivação
Derivação Prefixal
A derivação prefixal é um processo de formar palavras no qual um prefixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: re/com/por (dois prefixos), desfazer, impaciente.
Derivação Sufixal
A derivação sufixal é um processo de formar palavras no qual um sufixo ou mais são acrescentados à palavra primitiva.
Ex.: realmente, folhagem.
Estrutura e formação de palavras
Derivação Prefixal e Sufixal
A derivação prefixal e sufixal existe quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma independente, ou seja, mesmo sem a presença de um dos afixos a palavra continua tendo significado.
Ex.: deslealmente (des- prefixo e -mente sufixo). Você pode observar que os dois afixos são independentes: existem as palavras, desleal e lealmente.
Derivação Parassintética
A derivação parassintética ocorre quando um prefixo e um sufixo são acrescentados à palavra primitiva de forma dependente, ou seja, os dois afixos não podem se separar, devendo ser usados ao mesmo tempo, pois sem um deles a palavra não se reveste de nenhum significado.
Ex.: anoitecer (a- prefixo e -ecer - sufixo), neste caso, não existem as palavras anoite e noitecer, pois os afixos não podem se separar.
Estrutura e formação de palavras
Derivação Regressiva
Ocorre derivação regressiva quando uma palavra é formada não por acréscimo, mas por redução. Exemplos:
comprar (verbo)
compra (substantivo)
beijar (verbo)
beijo (substantivo)
Por derivação regressiva, formam-se basicamente substantivos a partir de verbos. Por isso, recebem o nome de substantivos deverbais. Note que na linguagem popular, são frequentes os exemplos de palavras formadas por derivação regressiva. Veja:
o portuga (de português) 
o boteco (de botequim)
o comuna (de comunista)
agito (de agitar)
amasso (de amassar)
Estrutura e formação de palavras
Derivação Imprópria
A derivação imprópria ocorre quando determinada palavra, sem sofrer qualquer acréscimo ou supressão em sua forma, muda de classe gramatical. Neste processo:
1) Os adjetivos passam a substantivos. Por exemplo:
Os bons serão contemplados.
2) Os particípios passam a substantivos ou adjetivos. Por exemplo:
Aquele garoto alcançou um feito passando no concurso.
3) Os infinitivos passam a substantivos. Por exemplo:
O andar de Roberta era fascinante.
O badalar dos sinos soou na cidadezinha.
4) Os substantivos passam a adjetivos. Por exemplo:
O funcionário fantasma foi despedido.
O menino prodígio resolveu o problema.
Estrutura e formação de palavras
Composição é o processo que forma palavras compostas, a partir da junção de dois ou mais radicais. Existem dois tipos, apresentados a seguir.
Composição por Justaposição
Ao juntarmos duas ou mais palavras ou radicais, não ocorre alteração fonética. Exemplos:
passatempo, quinta-feira, girassol, couve-flor
Composição por Aglutinação
Ao unirmos dois ou mais vocábulos ou radicais, ocorre supressão de um ou mais de seus elementos fonéticos. Exemplos:
embora (em boa hora)
fidalgo (filho de algo - referindo-se à família nobre)
hidrelétrico (hidro + elétrico)
planalto (plano alto)
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Os substantivos são uma classe de palavras responsáveis por nomear seres, objetos, ações, sentimentos, lugares, ideias, etc. São flexionados em gênero, número e grau e classificados por tipos, por exemplo: substantivo comum, coletivo e próprio.
Sendo assim, podemos classificar o significado de “substantivo” como uma variável que existe para dar nome:
às pessoas (Maria, Carlos, João, Luiza…);
às qualidades (a beleza da mulher, a teimosia do menino, a grandeza da vida…);
aos sentimentos (amizade, raiva, rancor…);
aos objetos (tênis, mesa, cigarro, caixa…);
aos lugares (casa, escritório, corredor, aeroporto, Alemanha, São Paulo…);
aos seres reais e imaginários (homem, fada, Papai Noel, cachorro…);
às ações (tapa, corrida, piscadela, movimento…).
Os substantivos podem ser precedidos por numerais (uma menina),pronomes (a menina), ou adjetivos (linda menina).
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
	Substantivo comum: refere-se a qualquer ser ou objeto de uma determinada espécie sem particularizá-lo.
2. Substantivo próprio: particulariza e destaca algum ser em particular dentro de determinada espécie. Geralmente, é escrito com letra maiúscula.
3. Substantivo coletivo: existe para designar um conjunto ou pluralidade de seres da mesma espécie.
4. Substantivo abstrato: nomeia ações, qualidades, sentimentos
5. Substantivo concreto: serve para nomear seres que possuem existência própria e independente.
6. Substantivo composto: é formado por mais de um elemento, por meio da “composição de palavras”.
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
7. Substantivo simples: representa nomes formados por apenas uma palavra.
8. Substantivo derivado: é formado a partir de outras palavras.
9. Substantivo primitivo: é único e não deriva de outras palavras, mas pode originar diferentes termos.
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Flexão do substantivo
O substantivo pode flexionar-se em gênero (masculino e feminino), número (singular e plural) e grau (diminutivo e aumentativo).
Muitas dessas variações já são conhecidas por serem usadas com frequência na nossa rotina. A palavra “gato”, por exemplo (que é singular e masculina), tem várias versões para indicar:
Plural: gatos.
Feminino: gata.
Aumentativo: gatarrão.
Diminutivo: gatinho.
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Gênero
Substantivos Biformes (= duas formas):  ao indicar nomes de seres vivos, geralmente o gênero da palavra está relacionado ao sexo do ser, havendo, portanto, duas formas, uma para o masculino e outra para o feminino.
gato - gata
homem - mulher
poeta - poetisa
prefeito - prefeita
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Gênero
Substantivos Uniformes são aqueles que apresentam uma única forma, que serve tanto para o masculino quanto para o feminino.
Classificam-se em:
Epicenos: têm um só gênero e nomeiam bichos. Por exemplo:
a cobra macho e a cobra fêmea, o jacaré macho e o jacaré fêmea.
Sobrecomuns: têm um só gênero e nomeiam pessoas. Por exemplo:
a criança, a testemunha, a vítima, o cônjuge, o gênio, o ídolo, o indivíduo.
Comuns de Dois Gêneros: indicam o sexo das pessoas por meio do artigo. Por exemplo:
o colega e a colega, o doente e a doente, o artista e a artista.
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Gênero
Saiba que:
- Substantivos de origem grega terminados em -ema ou - oma são masculinos.
Por exemplo: o axioma, o fonema, o poema, o sistema, o sintoma, o teorema.
- Existem certos substantivos que, variando de gênero, variam em seu significado.
Por exemplo:
o rádio (aparelho receptor) e a rádio (estação emissora)
o capital (dinheiro) e a capital (cidade)
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Plural dos Substantivos Simples
a) Os substantivos terminados em vogal, ditongo oral e n fazem o plural pelo acréscimo de s. Por exemplo:
pai - pais
ímã - ímãs
hífen - hifens (sem acento, no plural).
Exceção: cânon - cânones.
b) Os substantivos terminados em m fazem o plural em ns. Por exemplo:
homem - homens.
c) Os substantivos terminados em r e z fazem o plural pelo acréscimo de es. Por exemplo:
revólver - revólveres
raiz - raízes
Atenção: O plural de caráter é caracteres.
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
d) Os substantivos terminados em al, el, ol, ul flexionam-se no plural, trocando o l por is. Por exemplo:
quintal -  quintais
caracol - caracóis
hotel - hotéis
Exceções: mal e males, cônsul e cônsules.
e) Os substantivos terminados em il fazem o plural de duas maneiras:
- Quando oxítonos, em is. Por exemplo:
canil - canis
- Quando paroxítonos, em eis. Por exemplo:
míssil - mísseis.
Obs.: a palavra réptil pode formar seu plural de duas maneiras:
répteis ou reptis (pouco usada).
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
f) Os substantivos terminados em s fazem o plural de duas maneiras:
- Quando monossilábicos ou oxítonos, mediante o acréscimo de es. Por exemplo:
ás - ases
retrós - retroses
- Quando paroxítonos ou proparoxítonos, ficam invariáveis. Por exemplo:
o lápis - os lápis
o ônibus - os ônibus.
g) Os substantivos terminados em ão fazem o plural de três maneiras.
- substituindo o -ão por -ões:
Por exemplo:
ação - ações
- substituindo o -ão por -ães:
Por exemplo:
cão - cães
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
- substituindo o -ão por -ãos:
Por exemplo:
grão - grãos
h) Os substantivos terminados em x ficam invariáveis.
Por exemplo:
o látex - os látex.
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Plural dos Substantivos Compostos
A formação do plural dos substantivos compostos depende da forma como são grafados, do tipo de palavras que formam o composto e da relação que estabelecem entre si. Aqueles que são grafados sem hífen comportam-se como os substantivos simples:
aguardente e aguardentes
girassol e girassóis
pontapé e pontapés
malmequer e malmequeres
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
Para pluralizar os substantivos compostos cujos elementos são ligados por hífen, observe as orientações a seguir:
a) Quando as duas palavras forem substantivos, pode-se optar por colocar apenas o primeiro elemento ou ambos no plural:
palavra-chave = palavras-chave ou palavras-chaves
couve-flor = couves-flor ou couves-flores
bomba-relógio = bombas-relógio ou bombas-relógios
peixe-espada = peixes-espada ou peixes-espadas
b) Flexionam-se os dois elementos, quando formados de:
substantivo + adjetivo = amor-perfeito e amores-perfeitos
adjetivo + substantivo = gentil-homem e gentis-homens
numeral + substantivo = quinta-feira e quintas-feiras
Classes gramaticais - SUBSTANTIVOS
c) Flexiona-se somente o segundo elemento, quando formados de:
verbo + substantivo = guarda-roupa e guarda-roupas
palavra invariável + palavra variável = alto-falante e alto-falantes
palavras repetidas ou imitativas = reco-reco e reco-recos
d) Flexiona-se somente o primeiro elemento, quando formados de:
substantivo + preposição clara + substantivo = água-de-colônia e águas-de-colônia
substantivo + preposição oculta + substantivo = cavalo-vapor e cavalos-vapor
e) Permanecem invariáveis, quando formados de:
verbo + advérbio = o bota-fora e os bota-fora
verbo + substantivo no plural = o saca-rolhas e os saca-rolhas

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