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CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO I

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CIÊNCIA POLÍTICA E TEORIA GERAL DO ESTADO I
Professor Gilberto Abreu
08/02/12
- Estado Nacional Moderno: centralização do poder
- Origem no séc. V 
13/02/12
- Séc. V, Papa João I
*Dennis, Le Petit estabeleceu que o tempo anterior a Cristo seria denominado de “Tempus Antiquus” e o posterior seria “Tempus Modernus” (o mais novo).
- Renascimento (final do séc.XIV ao início do séc.XVII): preconceito contra os mil anos anteriores (tempo médio).
Modelo: mundo antigo (greco romano).
Maquiavel: buscar o NOVO no ANTIGO.
Moderno (Modernidade): foi a maior mudança mental da história.
- Max Weber definiu a sociedade como o maior desencantamento do mundo.
Antes do Renascimento o mundo era mítico, mágico e religioso e, enfim, o fundamento era a fé, após passa a ser a dúvida.
15/02/12
Maquiavel (obra)
- Discursos sobre a primeira década do Tito Lívio.
- Histórias Florentinas
- A Arte da Guerra
- A Mandrágora
- O Príncipe
A lenda de Maquiavel
- Na história da literatura, o destino de “O Príncipe” de Maquiavel, é o melhor testemunho da veracidade da sentença: “A sorte de um livro depende da capacidade de seus leitores”.
- Nas mãos dos seus primeiros leitores, o livro foi imediatamente posto em ação.
- Foi usado como arma nas grandes lutas políticas e seus efeitos foram claros e inequívocos.
- Porém, o seu significado permaneceu, em certo sentido, um segredo. Mesmo agora, depois de o livro ter sido analisado e discutido sob todos os ângulos, esse segredo ainda não foi completamente desvendado.
- De século para século, quase de geração para geração, descobre-se uma completa inversão nos julgamentos que lhe são feitos.
- No retrato de Maquiavel é muito difícil reconhecer atrás de todas essas variantes a verdadeira face do homem e o tema do seu livro.
* A Lenda: 
- do Ódio: propagada pela Igreja Católica, pelo teatro elizabetano.
 - A primeira reação foi medo e horror.
27/02/12
- Mais tarde, a um período de excessiva repulsa sucedeu outro de excessiva admiração, dando lugar a uma espécie de reverência e veneração.
- Maquiavel, o conselheiro dos tiranos, tornou-se um mártir da liberdade; o Diabo encarnado tornou-se num herói e quase santo.
- Ao ler “O Príncipe” não devemos começar por reprovar ou aprovar; por denunciar ou aplaudir.
- Devíamos tentar compreender, antes de proferir um juízo acerca do homem e da sua obra.
- Porém essa atitude foi contrariada pela influência de duas lendas: a lenda do ódio e a lenda da veneração.
*Lenda do Ódio:
- Teve origem na Inglaterra durante o século XVII.
- Não somente os políticos e filósofos, mas também os grandes poetas ingleses, tiveram a sua parte na propagação do mito de Maquiavel.
- Nesse período, o maquiavelismo significa a encarnação da astúcia, da hipocrisia, da crueldade e do crime. 
- Maquiavel tinha morrido; mas a sua teoria aparecia em todas as novas reencarnações.
*Lenda da veneração: 
- Desenvolve-se do pensamento político do século XIX.
- O nome de Maquiavel era admirado, já que dois fortes poderes, um social e outro intelectual, contribuíram para produzir esse efeito, pois não viram o fundo histórico do livro.
- Desde o começo do século XIX, o nacionalismo tinha começado a ser o impulso mais forte e a linha de rumo da vida política e social.
- A diabolização de Maquiavel era suplantada por uma espécie de deificação.
Conclusões:
- Na verdade, Maquiavel empreendeu a tarefa de erguer uma nova teoria construtiva, uma verdadeira ciência política.
- Não escreveu para a Itália, nem sequer para o seu tempo, escreveu para o mundo.
- O dilema existe, porém existe uma flagrante contradição entre a doutrina política de Maquiavel e o seu caráter pessoal e moral.
- Contudo, poderíamos considerá-lo como o fundador de uma nova ciência política.
- O grande pensador sistemático cujas teorias e concepções revolucionaram o mundo moderno e sacudiram até aos alicerces a ordem social.
Lenda do Amor Séc. XIX – Nacionalismo (ideologia) rivalidades e ódios nacionais
A política é a luta (pelo poder) que os homens estabelecem entre si, sem a interveniência de forças sobre humanas.
 “O mito do Estado” – Ernest Cassirer
29/02/12
O triunfo do Maquiavelismo e suas consequências
Todos os autores salientam que Maquiavel é “um filho de sua época”, que é um testemunho típico da Renascença.
Maquiavelismo Realismo político: descrição feita por Maquiavel das práticas políticas de seu tempo (traições, assassinatos, conspirações, corrupções).
Maquiavel e a Renascença
- Se necessitássemos provar a Renascença seria bastante convocar duas testemunhas clássicas e apontar para duas grandes obras:
- “Dialogo dei due Massimi Sistemi del Mondo” – Galileu Galilei
- “O Príncipe” – Maquiavel
- Em ambos se encontra uma certa linha de pensamento que os marca como dois grandes e cruciais acontecimentos na história da civilização moderna.
- Diz Galileu: “A minha finalidade é apresentar uma nova ciência tratando-se de um assunto muito antigo. Não existe na natureza nada mais antigo do que o movimento, sobre o qual há muitos e volumosos livros escritos pelos filósofos; todavia, descobri pela experimentação algumas propriedades que vale a pena conhecer e que até agora ainda não foram observadas nem demonstradas.”
- Para compreender as inovações dessas duas obras devemos começar com uma análise do pensamento medieval.
- É na cosmologia de Aristóteles.
Cosmogonia: visão mítica.
Cosmologia: visão filosófica.
05/03/12
COSMOLOGIA DE ARISTÓTELES
- Deus é descrito como o “motor imóvel” do universo.
- É a fonte última do movimento, embora ele próprio se encontre em repouso. Transmite o seu impulso primeiro às coisas que se encontram na sua proximidade: às mais altas esferas celestiais.
- A partir daí essa força desce, por diferentes graus, para o nosso próprio mundo, para a Terra, o mundo sublunar, o mundo debaixo da Lua. 
- O mesmo sistema é válido para a estrutura do mundo político e social.
- Porém, na Itália aparecem formas políticas de um tipo completamente diferente.
Renascença:
- Homem à imagem e semelhança de Deus, refutando o Teocentrismo do período medieval.
O MODERNO ESTADO SECULAR
Poder: forças sobre humanas.
Galileu: analisou o movimento dos corpos. 
Maquiavel: analisou os movimentos políticos.
*Maquiavel criou a estrutura do novo Estado.
Novo Estado: Já não dependia da tradição, portanto um Estado leigo, secular. Separou política de religião.
*Assistiu à sua origem e previu os seus efeitos.
*Foi o primeiro que quebrou a tradição escolástica, já que destruiu a pedra angular dessa tradição - sistema hierárquico.
*Abandona toda a base do sistema político medieval.
*Para Maquiavel, os fatos da vida são os únicos argumentos válidos.
*Basta apontar para a “natureza das coisas” para destruir o sistema hierárquico e teocrático.
*Faz uma conexão entre a nova cosmologia e a nova política da Renascença.
*Desaparece a diferença entre o mundo “mais baixo” e o “mais alto”.
Religião e Política
*Para Maquiavel, as concepções míticas eram inteiramente incompreensíveis.
*Era um opositor a Igreja, mas não um inimigo da religião.
*A religião é um dos elementos necessários à vida social do homem.
*Transforma-se numa simples ferramenta nas mãos dos dirigentes políticos.
* “A religião só é boa se produz boa ordem; e boa ordem é sempre acompanhada da boa fortuna e do sucesso em qualquer empresa”.
*O Estado secular existe não somente de fato, mas também de direito; encontrou a sua definida legitimação teórica.
07/03/12
O COMUNISMO UTÓPICO E RELIGIOSO
Contrutores de Cidades Ideais e Revolucionários Cristãos
*1516: O inglês Thomas More publica “A Utopia”, descrição de uma ilha fabulosa onde se vive em uma felicidade perfeita, graças à abolição da propriedade privada, uma sociedade sem classe e sem problemas. crítica à ilha da Grã Bretanha. Primeira crítica ao capitalismo que nascia.
Início do século XVI: surgem duas correntes que terão longa sobrevida no pensamento político:
1- Realismo: Maquiavel.
2- Utopismo: Thomas More ou Morus 
Utopia (grego): lugar que não existe.
- “u”: partícula de negação.- “topos”: lugar.
“Que país é esse, onde os carneiros engolem os homens?”
12/03/12
*1521-1525: Na Alemanha desorientada pela Reforma Luterana, Thomas Munzer incita, em 1525, o povo alemão, sobretudo camponeses, a sacudir a jugo dos opressores, nobreza e clero. Essa revolta dos humildes foi ferozmente esmagada e Munzer supliciado.
Transição do feudalismo para o capitalismo.
Henry Pirenne: “História Econômica e Social da Idade Média” (desenvolvimento/comércio vida urbana)
- Max Weber: “A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo”
Reforma Protestante (1517):
- Ética (“ethos”): maneira de ver e de agir no mundo.
- Individualismo (sujetividade)
Luteranismo – Calvinismo (doutrina da predestinação)
Calvinismo: espiritualização do trabalho prosperidade financeira
Karl Marx: “O Capital” (materialista)
- séc. XIII: expulsão de camponeses para criar carneiros (gado lanígero)
- “exclosures”: cercamentos de terras 
14/03/12
Início do processo de desagregação das relações feudais (domínio e submissão).
Domínio: senhores (“laud lords”).
Submissão: vassalos e servos
Karl Marx: Acumulação primitiva de capital
Servos Trabalhadores livres
Assalariamento
1602: A Cidade do Sol, de Campanella. Este frade dominicano fora a alma de uma conjuntura destinada a expulsar da sua Calábria natal o invasor espanhol, a instalar uma república celestial e comunista. 
Preso, torturado, metido num cárcere durante 27 anos, Campanella redige na prisão essa Cidade do Sol, onde, através da comunidade dos bens, reina a felicidade. 
Utopia: felicidade imaginada
1649: No quadro da Primeira Revolução Inglesa, surgem os diggers (cavadores), que defendem e começam a por em prática um comunismo agrário.
19/03/12
Que é uma Utopia?
- Para o sociólogo K. Mannheim “um estado de espírito é utópico quando se encontra em desacordo com o estado da realidade dentro do qual se gera”.
- “A utopia aparece como uma forma de reflexão que se dedica a descrever de forma pormenorizada ou simplesmente delineada... uma sociedade ideal, imaginária, por consequência, onde os cidadãos vivem nas condições políticas e sociais que o autor considera as melhores, isto é, as mais desejáveis”. (A. Gerlo)
- A noção de Utopia implica, assim, uma estrutura, uma “cidade”, onde são realizadas profundas reformas políticas, econômicas, sociais, religiosas, pedagógicas etc. 
Os Utópicos: Realistas ou Puro Idealistas?
- Cenário Histórico: um período de crise profunda, social, política, ideológica, uma sociedade que põe em causa todos os valores consagrados. Um mundo de desespero e esperança.
- Enquanto o individualismo se afirmava, permitindo o nascimento de uma nova civilização, os utópicos defendiam um coletivismo estrito.
Utopia: felicidade imaginada negação da existente.
Individualismo X Coletivismo
- Enquanto o sentimento nacional se desenvolvia no Ocidente, os utópicos construíam, fora do espaço e do tempo, Estados sem tradição e sem passado.
- Enquanto o capitalismo desenvolvia-se, os utópicos recusavam a propriedade privada e a moeda.
Tempo: já houve ou haverá.
Lugar: que nunca é aqui.
- No caso de Thomas More existe um conflito com a ordem existente, pois pintou a Inglaterra com as cores mais sombrias ao tentar discernir as causas das injustiças e dos vícios.
- More concluiu sua “Utopia” com uma nota pessimista: “Confesso de boa vontade que há entre os utópicos uma multidão de coisas que eu desejo ver estabelecidas nas nossas cidades. Desejo-o mais do que o espero”.
Assim, o utópico voa para o futuro e para o irreal. O “contra-real” vai dar ao “surreal”.
Características Originais das Utopias do Renascimento
- Seu caráter profundamente religioso. Também Munzer e Campanella estão obcecados por esperanças messiânicas, pela convicção de que o fim do mundo é iminente, de que chegou a hora de realizar o Reino de Deus.
- A aparição de um utopismo socialista. A Justiça que permanecia em Platão (A República) era uma ideia puramente moral. Agora em “Utopia” repousa sobre fundamentos econômicos.
- Esse socialismo é um socialismo ascético. A produção agrícola ainda é primitiva, o que dificilmente poderia trazer o “Reino da Abundânica”.
Thomas More e Maquiavel
- Um e outro se indigna com as condições inumanas da vida humana e procuram simultaneamente as causas e o remédio do mal.
- A partir daqui os caminhos deles bifurcam-se, Maquiavel vai dar ao realismo político, More roga em direção à Utopia. 
- Thomas More é pessimista no que diz respeito à possibilidades atuais de ação, mas seu pessimismo não é absoluto, crê na criação como coisa em princípio boa, procurando despertar as consciências.
- Para Maquiavel os homens são desprezíveis e incorrigíveis, não há nada a esperar deles.
- Assim, verifica-se entre os utópicos violentos choques entre o homem do passado, o homem do presente e o homem do futuro, em um mundo em plena transformação, onde o antigo e o novo se baralham. 
O Batismo Revolucionário
- São os vencedores que escrevem a história, por isso as revoltas foram até o século XX o mais das vezes caluniadas, desprezadas ou esquecidas.
- A revolta é, antes de mais nada, uma necessidade imposta pela história; é filha da opressão e da miséria.
- Por isso, o estudo indispensável do campo econômico e social.
Antiutopia (distopia)
H. G. Wells: “A Guerra dos Mundos”
Aldous Huxley: “Admirável Mundo Novo”
Anthony Burgess: “A Laranja Mecânica”’
21/03/12
O LEVIATÃ DE HOBBES
Histórico:
- Thomas Hobbes (1588-1679)
- No final do Séc.XVI ao final do Séc XVII – luta do Parlamento X Rei
Vitória do Parlamento em 1688: Revolução Gloriosa
- Envolvimento do filósofo – exílios.
- Crises agudas – 1640 – ditadura de “Cromwell” .
Hobbes: Previsibilidade que tornasse a política uma ciência da natureza.
Cristopher Hill: a violência ocorrida na Revolução Francesa já havia ocorrido na Inglaterra. Autor do livro “O Mundo de Ponta Cabeça”.
Teoria de Hobbes
- Hobbes desenvolveu seu método sob as seguintes influências:
*Geometria Euclidiana: por meio de explicações simples chega-se a demonstrações complexas.
*Galileu Galilei: e sua teoria do movimento. 
Política: “ciência exata” 
- Dificuldade: Hobbes enfrentou a dificuldade de não se poder parar a sociedade para analisá-la.
- Qual a origem do movimento político e social?
- O corpo do homem;
- O homem social – o cidadão;
- A sociedade organizada – O Estado
26/03/12
Textos para a prova:
- A Nova Ciência Política de Maquiavel
- O Triunfo do Maquiavelismo (134-151) em “O Mito do Estado”. Cassirer, Erest
- O comunismo utópico e religioso (25-32) Willard, Claude.
- “Hobbes, o medo e a esperança” Renato Jaime Ribeiro (51-77)
Hobbes: ordem política e social origem do movimento 
- o corpo do homem (fisio anatômico e psíquico) apetites e aversões 
*O Leviatã: “contratualista” 
Contratualismo = “Jus naturalismo” (direito natural)
estado natural (contrato) sociedade civil
Estado natural: estado de guerra permanente. “O Homem é o lobo do Homem”
Sociedade civil: Estado. 
Locke: A propriedade privada garante a liberdade agradou os burgueses.
28/03/12
Leviatã
· A comunidade, Hobbes chama de Leviatã, e para ele é uma criação artificial.
· A primeira parte, Hobbes afirma que todos os homens são naturalmente iguais.
· Em estado natural, antes da existência de qualquer governo, todo homem deseja preservar sua própria liberdade, mas adquirindo domínio sobre os demais, estes desejos são, ambos, ditados pelo instinto de conservação.
· “O homem é o lobo do homem”.
Igualdade natural dos homens defesa individual (egoística) dos próprios interesses.
Existência da sociedade pressupõe uma autoridade central aceita por todos (contrato).
- Na segunda parte nos conta como os homens se livram destes males, organizando-se em comunidades, cada qual sujeita a uma autoridade central. Isto é apresentado como tendo ocorrido mediante um contrato social.
- Este acordo social só pode ser artificial, mediante convênio.
- O convênio deve conferir poder a um homem ou a uma assembleia, já que, de outro modo, não poderia se cumprido.
- Depois que a comunidade elege um governante, terminao poder político dos cidadãos.
- Quando o governo for escolhido, os cidadãos perdem todos os direitos, exceto os que o governante não está obrigado por nenhum contrato, ao passo que os súditos o estão. 
* Pacto de submissão: “gérmen” de um Estado totalitário
- Hobbes prefere a monarquia, mas todos os seus argumentos abstratos são igualmente aplicáveis a todas as formas de governo em que haja uma autoridade suprema não limitada pelos direitos legais de outros organismos.
- Em todo o Leviatã, Hobbes jamais considera possível a realização de eleições periódicas na correção da tendência que as assembleias têm de sacrificar o interesse público em favor dos interesses particulares de seus membros.
- A participação do povo termina completamente com a primeira escolha de um soberano.
- A terceira parte explica que não existe Igreja Universal, porque a Igreja deve depender do governo civil, o soberano deve ser seu chefe.
- A quarta parte é dedicada, principalmente, à crítica da Igreja de Roma, que Hobbes odeia, por colocar o poder espiritual acima do temporal.
16/04/12
REVOLUÇÃO GLORIOSA:
A Filosofia Política de John Locke e sua enorme influência
O pensamento político de John Locke
As Revoluções Inglesas
· O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, partidária do liberalismo.
A Revolução Gloriosa assinalou o triunfo do liberalismo político sobre o absolutismo e, com a aprovação do Bill of Rights em 1689, assegurou a supremacia legal do Parlamento sobre a realeza e instituiu na Inglaterra uma monarquia limitada
John Locke
John Locke (1632-1704) é considerado o fundador do empirismo, doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva da experiência. Como filósofo, Locke é conhecido pela teoria da tábua rasa do conhecimento.
- Empirismo: (teoria do conhecimento) epistemologia. Fundado na experiência sensitiva.
O Estado de Natureza 
· Juntamente com Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais, pois partem do trinômio: estado natural – contrato social – estado civil.
A passagem do estado natural, de permanente guerra, para o estado civil se deu por meio de um contrato, que permitiu a organização do estado.
· Para Locke a existência do indivíduo é anterior ao surgimento da sociedade e do Estado.
· O Estado de natureza caracterizava-se pela mais perfeita liberdade e igualdade.
· A propriedade já existe neste estado e, sendo uma instituição anterior à sociedade, é um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado.
18/04/12
O Contrato Social
- O contrato social de Locke em nada se assemelha ao de Hobbes, senão vejamos:
- Para Hobbes os homens firmam um pacto de submissão transferindo a um terceiro a força coercitiva da comunidade.
Hobbes: Submissão.
- Troca a liberdade por segurança.
- Em Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para consolidar os direitos que possuíam, sob o amparo da lei, do arbítrio e da força comum de um corpo político unitário.
Locke: Consentimento.
- Na concepção de Locke, qualquer que seja a sua forma, “todo governo não possui outra finalidade além da conservação da propriedade”.
Fundamento da ordem social e da liberdade: propriedade.
O Direito de Resistência
- Nas relações entre o governo e a sociedade, quando o executivo ou o legislativo violam a lei e atentam contra a propriedade, deixa de cumprir o fim a que fora detinado, torna-se ilegal.
- Assim, a doutrina da legitimidade da resistência reconhece o direito do povo de recorrer à força –
Conclusão
- Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade constituem para Locke o cerne do estado civil e ele é considerado por isso o pai do individualismo liberal.
Liberalismo: John Locke.
Liberalismo econômico: Adam Smith menor interferência do Estado.
- Locke forneceu a justificação moral, política e ideológica para as Revoluções burguesas, como também, a revolução estadunidense, para fundamentar a ruptura com o sistema colonial britânico.
- Assim, ao influenciar Voltaire e Montesquieu, as idéias “inglesas” transformaram-se nas idéias “francesas” e se difundiram por todo o Ocidente.
25/04/12
Obras principais de John Locke:
- Réplica ao livro “O Patriarca” (defesa do Direito Divino dos Reis) de Sir Robert Firmer defesa da hereditariedade dinástica desde Adão.
Dois “Tratados sobre o governo”
Segundo tratado:
1.direito à rebelião;
2.governo representativo;
Montesquieu e a Divisão dos Poderes
Sociedade e Poder
· A obra de Montesquieu constitui, na ciência política, a teoria dos três poderes, que ainda hoje permanece como uma das condições de funcionamento do Estado de direito.
· Sua obra trata da questão do funcionamento dos regimes políticos, questão que ele encara dentro da ótica liberal.
· Montesquieu é um membro da nobreza e tenta tirar partido de certas características do poder nos regimes monárquicos, para dotar de maior estabilidade os regimes que viriam a resultar das revoluções democráticas.
02/05/12
· Procurou compreender, em primeiro lugar, as razões da decadência das monarquias, os conflitos intensos que minaram sua estabilidade, mas também os mecanismos que garantiram, por tantos séculos, sua estabilidade, e que Montesquieu identifica na noção de moderação.
· A moderação é a pedra de toque do funcionamento estável dos governos, e é preciso encontrar os mecanismos que a produziram nos regimes do passado e do presente para propor um regime ideal para o futuro.
· O regime ideal para o futuro está presente em dois aspectos da obra de Montesquieu: a tipologia dos governos, ou a teoria dos princípios e da natureza dos regimes; e a teoria dos três poderes, ou a teoria da separação dos poderes.
Tipologia dos governos (princípios e natutreza dos regimes): teoria dos três poderes.
O Conceito de Lei
· Montesquieu introduz o conceito de lei no início de sua obra fundamental O espírito das leis.
· Define as leis como “relações necessárias que derivam da natureza das coisas”
· Estabelece uma ponte com as ciências empíricas, e particularmente com a física newtoniana, que ele parafraseia. Com isso, ele rompe com a tradicional submissão da política à teologia.
Leis: relações necessárias produções humanas
· Incorpora a teoria política ao campo das ciências, já que as instituições políticas são regidas por leis que derivam das relações políticas entre as diversas classes em que se divide a população, as formas de organização econômica, as formas de distribuição do poder etc.
· O objeto de Montesquieu são as leis positivas, isto é, as leis e instituições criadas pelos homens para reger as relações entre eles.
· Portanto, as leis positivas são as relações entre as “diversas coisas”, tais como o clima, as dimensões do Estado, a organização do comércio, as relações entre as classes etc.
Racionalidade de princípios ordenativos da vida social.
Os Três governos
· Montesquieu está fundamentalmente preocupado com a estabilidade dos governos, por isso discute essencialmente as condições de manutenção do poder.
· Ao romper com o estado de natureza o pacto que institui o estado de sociedade deve ser tal que garanta a estabilidade contra o risco de anarquia ou de despotismo.
Considerava a monarquia o regime mais estável, em virtude das relações de lealdade. Admirava a República, por ser baseada na virtude. O Despotismo é a ausência de política e deve ser evitado pois é baseado no medo. 
07/05/12
Monarquia: estabilidade e pela longa existência histórica. Se funda em relações de lealdade.
República: faltava experiência histórica e ter existido em grandes territórios. “Res-publica”: coisa pública. Se funda na virtude.
Despotismo: tirania e ditadura. Ausência de política pois o despotismo se funda no medo.
09/05/12
· A república é o regime de um passado em que as cidades reuniam um pequeno grupo de homens moderados pela própria naturezadas coisas: uma certa igualdade de riquezas e de costumes ditada pela escassez.
· Com o desenvolvimento do comércio, o crescimento das populações e o aumento e a diversificação das riquezas ela se torna inviável: numa sociedade dividida em classes a virtude (cívica) não prospera.
· O despotismo seria a ameaça do futuro, na medida em que as monarquias européias aboliam os privilégios da nobreza, tornando absoluto o poder executivo.
· Apenas a monarquia, isto é, o governo das instituições, seria o regime do presente.
· Na versão mais divulgada, a teoria dos poderes é conhecida como a separação dos poderes ou a eqüipotência, ou seja essas três funções deveriam ser dotadas de igual poder.
· Ressalta, ainda, a interpenetração das funções, pois há uma interdependência entre o executivo, o legislativo e o judiciário.
O Parlamento britânico detém duas funções, ele legisla e governa.
Rousseau e a Revolução
Os temas mais candentes da filosofia política clássica foram tratados por Rousseau tais como:
- A passagem do estado de natureza ao estado civil;
- O contrato social;
- A liberdade civil;
- O exercício da soberania;
- A distinção entre o governo e o soberano;
- O problema da escravidão; 
- O surgimento da liberdade;
16/05/12
Ilustração: período de alta criatividade ocorrido na França no século XVIII.
Enciclopedismo: Diderot, D’alembert, Condorcet.
Natureza ou Civilização?
 Temas dominantes:
- Relações entre natureza e sociedade;
- Moral fundada na liberdade;
- Primazia do sentimento sobre a razão;
- Teoria da bondade natural do homem;
- Doutrina do contrato social.
Natureza: o homem estava imerso nela.
Cultura: o homem transcende a sua condição natural.
21/05/12
Jean Jacques Rousseau
Liberdade:
- Natural: crença na bondade natural.
- Civil: liberdade estabelecida por contrato (pacto social).
O Pacto Social: O que pretende estabelecer no Contrato Social são as condições da possibilidade de um pacto legítimo, através do qual os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural, ganhem, em troca, a liberdade civil.
Estado natural (ausência de propriedade) (CONTRATO) sociedade civil (Estado)
Contrato: “Tratado sobre a origem da desigualdade entre os homens”.
Tipos de Constituição:
- Liberal burguesa: propriedade é garantida pelo Estado.
- Social democrática (reformista): interesse público se sobrepõe ao interesse individual.
- Socialista: elimina a propriedade privada.
28/05/12
O Federalista: 
- Conjunto de artigos publicados na imprensa de Nova York, no período que antecedeu a promulgação da Constituição dos EUA (1789), em defesa do federalismo;
- 51 deles escritos por Alexander Hamilton;
- 29 deles escritos por James Madison;
- 5 deles escritos por John Jay.
1774: Congresso de Filadélfia.
1776: Independência.
Confederação: reunião de Estados autônomos e soberanos;
Federação: reunião de Estados autônomos mas não soberanos, já que a soberania é exercida por um poder central acima deles (UNION).
30/05/12
Alexis de Tocqueville afirma em seu livro clássico “A Democracia na América” que encontrara algo absolutamente novo na história não traria qualquer exemplo que se lhe assemelhasse.
República presidencialista, leiga, inspirada nas ideias liberais de Locke e Montesquieu.
04/06/12
13 colônias: New Hampshire, Vermont, Rhode Island, Pensilvania, Massachussets, Delaware, New York, New Jersey, Connecticut, Maryland, Virginia, Carolinas do Norte e do Sul, Georgia.
06/06/12
1774: “Congresso de Philadelphia”
“Homestead Act” (Lei de Terras)
· Propriedade máxima: 600 acres 
· Exceção: Estados sulistas, plantação.
1776: Independência
1789: Constituição (federalistas)
11/06/12
A filosofia do Iluminismo e os seus críticos românticos
- No desenvolvimento do pensamento político do século XVIII, o período do Iluminismo revelou-se um dos mais férteis. 
- A filosofia política era foco de toda a atividade intelectual.
- Contudo, o período do Iluminismo não deu origem a uma nova Filosofia política, já que as mesmas ideias são repetidas constantemente.
- As “ideias” transformavam-se em armas para a grande batalha política.
- Os pensadores do Iluminismo aceitaram uma distinção irredutível entre a razão teórica e a razão prática.
- Os românticos alemães abriram a luta e foram os primeiros arautos do combate contra a Filosofia do Iluminismo, pois não estavam principalmente interessados em problemas políticos, viviam mais no mundo do “espírito”.
13/06/12
Nacionalismo: ideologia que serviu aos interesses da burguesia. O Estado Nacional Moderno foi o principal vetor da ascenção da burguesia.
A centralidade do poder estatal impõe a identidade de um povo.
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