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PENSAMENTO POLÍTICO I completo

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Prévia do material em texto

PENSAMENTO POLÍTICO 
Olá bem-vindo à disciplina Pensamento Político. A presente disciplina pretende apresentar ao aluno os 
pressupostos e paradigmas da Ciência Política, assim como os principais pensadores que ao longo da história 
escreveram obras marcantes sobre o Estado o poder e a política. Acreditamos que o conhecimento crítico dos 
clássicos é fundamental para o entendimento da forma de organização dos Estados modernos e para 
proporcionar ao aluno a oportunidade de se familiarizar com as discussões contemporâneas no campo da 
Ciência Política e da sua “penetração” interdisciplinar no conhecimento científico e nas nossas práticas e 
valores cotidianos. Visamos, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento e aprimoramento de 
competências que poderão ser utilizadas como ferramentas de suporte e apoio em sua atividade profissional. 
O curso baseia-se numa abordagem teórico-conceitual e utiliza-se do princípio pedagógico da 
contextualização para aproximar os conteúdos apresentados dos desafios da formação profissional do 
Assistente Social. 
AULA 1: O QUE É CIÊNCIA POLÍTICA 
 
1. Reconhecer a Ciência Política como uma disciplina científica; 
2. identificar as origens e as finalidades da Ciência Política; 
3. refletir acerca de como a Ciência Política pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade 
cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
AULA 2: O PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL 
 
1. Reconhecer o contexto social e político em que viveu Maquiavel e a influência dessa realidade 
no seu pensamento; 
2. identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, a partir da obra de Maquiavel, 
notadamente, o livro O Príncipe; 
3. identificar as características da concepção de Estado e do fenômeno do poder no pensamento de 
Maquiavel; 
4. refletir sobre como a obra de Nicolau Maquiavel pode ser utilizada para o entendimento da nossa 
realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
AULA 3: HOBBES: O MEDO E A ESPERANÇA 
 
1. Reconhecer o contexto social e político no qual viveu Hobbes e a influência dessa realidade no seu 
pensamento; 
2. identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Hobbes e na sua 
principal obra, O Leviatã; 
3. identificar as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de propriedade 
no pensamento de Hobbes; 
4. refletir sobre como o pensamento de Hobbes pode ser utilizado para o entendimento da nossa realidade 
e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
AULA 4: OS CONTRATUALISTAS LOCKE E ROUSSEAU 
 
1. Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento dos contratualistas 
Locke e Rousseau; 
2. salientar as características das concepções de Estado, Contrato Social e propriedade nos pensamentos de 
Locke e de Rousseau; 
3. refletir sobre como os pensamentos de Locke e de Rousseau podem ser utilizados para o entendimento 
da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
AULA 5: MONTESQUIEU: SOCIEDADE E PODER 
 
 
1. Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento de Montesquieu e na 
sua principal obra, O Espírito das Leis; 
2. identificar o conceito de lei em Montesquieu e sua importância teórico-metodológica para a ciência 
política; 
3. identificar na concepção de Estado proposta por Montesquieu, a teoria dos três governos e a teoria dos 
Três Poderes; 
4. refletir sobre como o pensamento de Montesquieu pode ser utilizado para o entendimento da nossa 
realidade e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
AULA 6 
 
1. Identificar as contribuições do pensamento de Karl Marx para a concepção moderna de Estado; 
2. identificar como estão dispostos os conceitos de revolução, emancipação política, emancipação social e 
alienação na concepção de Estado por ele proposta; 
3. refletir sobre a importância do pensamento marxista na atualidade. 
 
AULA 7 
 
1. Compreender sobre os elementos constitutivos do Estado; 
2. compreender as diferentes formas de classificação do Estado e dos regimes de governo. 
 
AULA 8 
 
1. Identificar a origem e o avanço do conceito da democracia; 
2. reconhecer os aspectos que caracterizam a democracia direta, a democracia representativa e a 
democracia semidireta; 
3. identificar os diversos sentidos que o conceito da sociedade civil adquiriu ao longo da história, assim 
como suas diferentes acepções a partir da dicotomia sociedade civil e Estado. 
 
AULA 9 
 
1. Identificar os conceitos de Constituição e as características do poder constituinte; 
2. compreender os Fundamentos e Objetivos da República Federativa do Brasil, e como estão dispostos na 
Constituição os Direitos Sociais e a Seguridade Social. 
 
AULA 10 
 
1. Reconhecer o panorama histórico, político e social que condicionou o processo de elaboração da 
Constituição Federal de 1988, que se constituiu em um marco no processo de democratização da sociedade 
brasileira; 
2. refletir sobre o atual momento da democracia e da organização do estado brasileiro, e dos arranjos 
político-institucionais decorrentes deste cenário. 
 
FIQUE ATENTO AOS LIVROS QUE SERÃO BASE PARA O CONTEÚDO DAS AULAS, BEM COMO 
PARA CONSULTA: 
1. BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política – a filosofia e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: 
Campus, 2000. 
2. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. (atualizada até a EC 67, de 22/12/2010). 
Disponivel em: 
3. CHEVALLIER, Jean- Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel aos nossos dias. 7 ed. São Paulo: 
Agir, 1995. 
4. WEFFORT, Francisco C. (Org). Os clássicos da política I e II. São Paulo: Ática, 1998. 
5. AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política. 13 ed. São Paulo: Globo, 2001. 
6. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 7. ed. São 
Paulo: IMESP, 2004. 2 v. 
7. BONAVIDES, Paulo. Ciência política. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004. 
AVALIAÇÃO 
Avaliação a normativa da universidade, as provas presenciais seguem o calendário acadêmico divulgado 
para o aluno durante o curso, os alunos realizam atividades propostas compostas de questões objetivas e 
discursivas referentes ao conteúdo estudado podendo ser elas autodiagnóstico ou de discussão 
 
INTRODUÇÃO 
A vida política e os fatos políticos sempre foram objeto de observação e reflexão por parte de filósofos, 
escritores e poetas desde a Antiguidade Grega. Mas, até o século XIX, não se considerava a política como um 
ramo do conhecimento científico e o estatuto de disciplina científica não era, até então, outorgado à Ciência 
Política. 
Ciência Política é o estudo da política: dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. Os 
cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos e igrejas, ou outras organizações 
cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão. 
A ciência política é a teoria e prática da política, e consiste na descrição e análise dos sistemas políticos e do 
comportamento político. 
A Ciência Política é uma disciplina científica que não pode ser pensada de forma isolada das demais ciências 
humanas. A partir da complexidade de seus objetos de estudo, temos que a penetração da política e do 
fenômeno do exercício do poder estão cotidianamente presentes em nossas relações e valores, assim como 
na prática do Assistente Social. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://estacio.webaula.com.br/Cursos/penspo/docs/plano_de_ensino.pdf 
AULA 1: O QUE É CIÊNCIA POLÍTICA 
VOCÊ SABE O QUE É CIÊNCIA POLÍTICA 
Ciência Política é o estudo da política: dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. 
Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer 
sistema equivalente de organizaçãohumana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. 
Os cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos, igrejas, ou outras 
organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e 
http://estacio.webaula.com.br/Cursos/penspo/docs/plano_de_ensino.pdf
interconexão. A ciência política é a teoria e prática da política, e consiste na descrição e análise dos 
sistemas políticos e do comportamento político. 
 Existem estreitas relações da ciência política com as demais ciências sociais. Estas são “auxiliares” da 
ciência política, não em um sentido hierárquico, mas de contribuição necessária. 
 Podemos elencar interrelações da ciência política com a Psicologia Social, Economia, História, 
Direito, Geografia Humana, Antropologia, etc. 
 Inclusive, podemos afirmar que existe uma linha tênue quando se pensa na separação da sociologia 
e da ciência política. O fato social e a sociedade são objetos da sociologia e o são também da Ciência 
Política. Não é apenas com a Sociologia que acontecem relações. 
Apesar de o Estatuto de Ciência da Ciência Política ser reconhecido apenas no século XIX, filósofos e 
pensadores escreveram obras marcantes sobre o Estado, o poder e a política, desde a antiguidade grega. A 
vida política e os fatos políticos sempre foram objeto de observação e reflexão por parte de filósofos, 
escritores e poetas em todos os tempos. Mas até o século XIX, não se considerava a política como um ramo 
do conhecimento científico e o estatuto de disciplina científica não era outorgado à Ciência Política. 
 
HERBERT BAXTER ADAMS 
O termo "ciência política", por exemplo, foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor de 
História da Universidade Johns Hopkins. Mas a “história” da Ciência Política começa bem antes dela 
adquirir o status de ciência. 
 
CONHEÇA UM MAIS POUCO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA POLÍTICA, 
 A primeira menção à ciência política nos remete ao século IV a.C, com Platão e Aristóteles, 
considerados os “pais da Ciência Política”. Inicialmente Platão, que com um olhar utópico nos livros 
República, Política e Leis, propõe um “Estado ideal”. Já Aristóteles, mais objetivo, procura descrever o bom 
governo, mas parte da observação da realidade política. 
 Na Idade Média, temos a contribuição do pensamento cristão, principalmente nas figuras de Santo 
Agostinho e São Tomás de Aquino. 
 Chegando ao período renascentista, temos Maquiavel e seu clássico O Príncipe, com a “arte de 
conquistar, manter e exercer o poder”. 
 Logo em seguida, os contratualistas, representados, numa perspectiva histórica linear, 
principalmente por Hobbes, Locke e Rousseau. 
 Pensador marcante na história da política, Montesquieu, além da importância do conteúdo de sua 
obra, utiliza-se da observação sistemática, histórica e comparativa em seu Espírito das Leis. 
 Chegando ao século XIX, temos Tocqueville, com Democracia na América e Comte, com o Sistema de 
Política Positiva. 
 O século XX, notadamente na sua segunda parte, experimenta uma rica e variada atividade na teoria 
e na pesquisa com representantes de diferentes escolas e tendências. 
A ciência política abrange diversos campos, como a teoria e a filosofia política, os sistemas políticos, 
ideologia, teoria dos jogos, economia política, geopolítica, geografia política, análise de políticas públicas, 
política comparada, relações internacionais, análise de relações exteriores, política e direitos internacionais, 
estudos de administração pública e governo, processo legislativo, direito público (como o direito 
constitucional) e outros. 
O que avalia de testar, agora, se compreendeu o conteúdo até aqui? Então, responda a seguinte questão, 
arrastando a opção correta até a caixa branca: 
 São considerados os “pais da Ciência Política”, os pensadores: A primeira menção à ciência política 
nos remete ao século IV a.C, com Platão e Aristóteles, considerados os “pais da Ciência Política”. 
Existe no interior da ciência política uma discussão acerca do objeto de estudo desta ciência, que, para 
alguns, é o Estado e, para outros, o poder. A primeira posição restringe o objeto de estudo da ciência 
política; a segunda amplia. 
 
Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e técnicas que podem envolver 
tanto fontes primárias (documentos históricos, registros oficiais) quanto secundárias (artigos acadêmicos, 
pesquisas, análise estatística, estudos de caso e construção de modelos). 
 
POLÍTICA COMPARADA 
Fundamental na ciência política, esta abordagem de pesquisa busca, através de comparações entre diversas 
realidades sócio-históricas, elementos mais gerais da realidade política das sociedades. Também aqui, é 
necessária a mediação do dado empírico com a teoria. Mas, desta vez, através da comparação, tenta-se 
chegar a elementos generalizáveis da realidade política e questionar hipóteses ou teorias feitas a respeito 
de um única realidade delimitada. 
 
TEORIA POLÍTICA 
Nesta abordagem, os pesquisadores, partindo dos dados empíricos, articulam-nos à teoria política 
propriamente dita para compreender e explicar a realidade, considerando insuficiente a mera descrição da 
realidade, tal como é. 
 
POLÍTICA DESCRITIVA, OU EMPÍRICA 
Nesta linha, os pesquisadores optam por análises meramente empíricas da realidade política. Sendo uma 
ciência muito controversa, esta fase, ou opção da análise política, é de fundamental importância na coleta 
de dados fiéis à realidade, distinguindo-se assim das teorias normativas. 
 
VOTE 
O estudo de ciência política é marcado pelo envolvimento frequente de cientistas políticos no processo 
político, uma vez que suas teorias normalmente servem de base para ação, opção e prática de outros 
profissionais, como jornalistas, grupos de interesse especiais, políticos, e o eleitorado. 
Cientistas políticos podem, ainda, trabalhar como assessores de políticos, ou até mesmo se candidatarem a 
cargos eleitorais. 
Nessa aula você: 
Reconheceu que as origens da Ciência Política remontam à antiguidade clássica, mas o estatuto de 
disciplina científica é adquirido somente no século XIX; 
identificou os objetos da Ciência Política, seus campos de atuação, seus métodos de pesquisa e sua relação 
com as demais Ciências Sociais; 
refletiu acerca de como a Ciência Política pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade 
cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea 
 
VIDEO AULA SLIDES 
OBJETIVOS DA AULA: 
 - Reconhecer a Ciência Política como uma disciplina científica; 
- Identificar as origens e as finalidades da Ciência Política; 
- Refletir acerca de como a Ciência Política pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade 
cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
• DIRETO AO PONTO: 
• Política não é privilégio de cientistas políticos. A ação governamental, a liderança partidária, o 
jornalismo opinativo, as obras de reflexão e análise, a interpretação do voto, a elaboração e a discussão de 
ideologias, são todas formas de atividade prática e teórica de tipo político. 
 
 O termo "Ciência Política" se aplica ao esforço de conhecer a realidade política dentro de um marco 
institucional definido, ou seja, a Universidade, e dentro de uma perspectiva "científica", isto é, que 
privilegie os dados da realidade e a complexidade dos problemas, e não a retórica da persuasão e a 
efetividade de resultados, que são mais próprios do homem político. 
 
• Navegue pela aula on line e a aprecie atentamente lendo os textos indicados, direcione inicialmente 
sua leitura para reconhecer a Ciência Política como uma disciplina científica. Importante estar atento que, 
apesar de o estatuto de ciência da Ciência Política ser reconhecido apenas no século XIX, filósofos e 
pensadores escreveram obras marcantes sobre o Estado, o poder e a política, desde a antiguidade grega. 
 
O QUE ÉA CIÊNCIA POLÍTICA? 
A ciência política surgiu da necessidade de formar gestores públicos e oferecer uma estrutura de reflexão 
sobre as questões públicas. Seu objetivo é estudar o poder político, suas formas concretas de manifestação 
e tendências evolutivas. Cabe assim à ciência política explicar os motivos das relações que existem entre os 
poderes políticos e a sociedade, as diversas formas de organização do estado e sua dominação por classes 
ou grupos, a formação da vontade política do povo e as diferentes teorias relativas à prática política. 
 
A ciência política utiliza métodos de ciências empíricas, como a física e a biologia, e metodologias e 
especificidades de outros ramos do conhecimento, como filosofia, história, direito, sociologia e economia, e 
sua finalidade é descrever aquilo que é e não o que deveria ser. Nesse sentido, distingue-se da filosofia 
política, área normativa voltada para conceitos como direito e justiça; da antropologia política, que estuda 
o fenômeno político como uma constante em todas as sociedades humanas ao longo de sua história; e da 
sociologia política, que estuda os fenômenos sociais a partir de uma visão política. 
 
O PENSAMENTO POLÍTICO NA GRÉCIA CLÁSSICA 
A Democracia Ateniense 
A complexidade da organização social, trouxe em seu bojo uma série de conflitos interpessoais, para os 
quais a lei dos deuses já não apresentava solução. Surgiram, assim, as primeiras leis que visavam a 
regulamentação das relações na cidade, e deu-se o início do processo de substituição das leis divinas pelas 
leis humanas. 
 
Sugestão de Vídeo: O que é a Ciência política? 
http://www.youtube.com/watch?v=2tQSFrmU_-Q 
 
PENSAMENTO POLÍTICO 
 
Platão (427-347 A.C.) percebia que a polis estava "contaminada" pelas ideias dos sofistas, e buscou uma 
maneira de "curá-la" desse mal, através da racionalidade. Em seu livro A República, Platão desenvolveu seu 
pensamento político, através da descrição do que seria, em sua concepção, a forma ideal de governo. Para 
Platão, a educação era a base da vida social, e sua importância era tão grande, que deveria ser assumida 
exclusivamente pelo Estado. Através da educação, cada homem poderia desenvolver suas aptidões, e os 
que chegassem a se tornar filósofos (esse seria o mais alto grau de racionalidade atingível), seriam 
incumbidos do governo do Estado. 
 
O PENSAMENTO POLÍTICO NA GRÉCIA CLÁSSICA 
 Aristóteles (384-322 A.C.), é tido como o mais erudito e sábio dos filósofos gregos. Familiarizou-se com 
todo o desenvolvimento do pensamento grego anterior a ele. Para Aristóteles, o grande objetivo da vida 
do homem era ser feliz; para isso, deveria desenvolver suas aptidões. A natureza, tal qual era, não permitia 
http://www.youtube.com/watch?v=2tQSFrmU_-Q
que um homem isolado se desenvolvesse plenamente. Por essa razão, os homens se uniam para a 
realização de um bem maior e mais importante: a constituição e manutenção da polis. 
Esse fenômeno, segundo Aristóteles, acontecia naturalmente, e o homem seria assim, naturalmente um 
"animal da cidade" (em grego, como visto acima, polis), ou seja, o homem seria, por natureza, um animal 
político. Assim, para Aristóteles, o interesse coletivo deveria necessariamente ser mais importante que o 
interesse particular. 
 
O QUE É A CIÊNCIA POLÍTICA? 
Ciência Política é o estudo da política: dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. 
Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer 
sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis 
Os cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos, igrejas, ou outras 
organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e 
interconexão. A ciência política é a teoria e prática da política, e consiste na descrição e análise dos 
sistemas políticos e do comportamento político. 
 
Existem estreitas relações da ciência política com as demais ciências sociais. Estas são “auxiliares” da ciência 
política, não em um sentido hieárquico, mas de contribuição necessária. Inclusive, podemos afirmar que 
existe um linha tênue quando se pensa na separação da sociologia e da ciência política. 
 
O fato social e a sociedade são objetos da sociologia e o são da Ciência Política também. Mas, não apenas 
com a sociologia acontecem relações. Podemos elencar inter-relações da ciência política com a Psicologia 
Social, Economia, História, Direito, Geografia Humana, Antropologia, etc. 
 
A vida política e os fatos políticos sempre foram objeto de observação e reflexão por parte de filósofos, 
escritores e poetas em todos os tempos. Mas até o século XIX, não se considerava a política como um ramo 
do conhecimento científico e o estatuto de disciplina científica não era outorgado à Ciência Política. 
 
O termo "ciência política", por exemplo, foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor de 
História da Universidade Johns Hopkins. Mas a “história” da Ciência Política começa bem antes dela 
adquirir o status de ciência. 
A primeira menção à ciência política nos remete ao século IV a.C, com Platão e Aristóteles, considerados os 
“pais da Ciência Política”. Inicialmente Platão, que com um olhar utópico nos livros República, Política e 
Leis, propõe um “Estado ideal”. Já Aristóteles, mais objetivo, procura descrever o bom governo, mas parte 
da observação da realidade política. 
 
Na Idade Média, temos a contribuição do pensamento cristão, principalmente nas figuras de Santo 
Agostinho e São Tomás de Aquino. Chegando ao período renascentista, temos Maquiavel e seu clássico O 
Príncipe, com a “arte de conquistar, manter e exercer o poder”. Logo em seguida, os contratualistas, 
representados, numa perspectiva histórica linear, principalmente por Hobbes, Locke e Rousseau. 
 
Pensador marcante na história da política, Mostesquieu, além da importância do conteúdo de sua obra, 
utiliza-se da observação sistemática, histórica e comparativa em seu Espírito das Leis. Chegando ao século 
XIX, temos Tocqueville, com Democracia na América e Comte, com o Sistema de Política Positiva. O século 
XX, notadamente na sua segunda parte, experimenta uma rica e variada atividade na teoria e na pesquisa 
com representantes de diferentes escolas e tendências. 
 
CONCLUINDO: 
Existe no interior da ciência política uma discussão acerca do objeto de estudo desta ciência, que, para 
alguns, é o Estado e, para outros, o poder. A primeira posição restringe o objeto de estudo da ciência 
política; a segunda amplia. Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e 
técnicas que podem envolver tanto fontes primárias (documentos históricos, registros oficiais) quanto 
secundárias (artigos acadêmicos, pesquisas, análise estatística, estudos de caso e construção de modelos). 
 
 
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_pol%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processo_pol%C3%ADtico&action=edit&redlink=1
http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo
http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sindicato
http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja
http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o
http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica
http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_pol%C3%ADtico
http://pt.wikipedia.org/wiki/1880
http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_Baxter_Adams
http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria
http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Johns_Hopkins
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado
http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_sociais
AULA 2 
O PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL 
O 
Príncipe é um manual para governantes que visam auxiliar um “novo príncipe” a manter o poder e o controle 
no seu Estado. 
Apresenta exemplos de situações e problemas que esse príncipe poderáenfrentar e aconselha-o de modo 
circunstanciado quanto à forma de solucioná-los. A obra lhe garantiu o título de “fundador da Ciência Política 
Moderna”, pois, sob as luzes renascentistas, tal obra representou um marco das Ciências Humanas. 
Ao delinear tais ensaios políticos, Maquiavel rompe com a tradição humanista baseada no abstrato, ou seja, 
em conceitos ideais de sociedade. 
Esse rompimento com o pensamento político anterior (escolástica) é caracterizado pela defesa do método 
empírico, isto é, o objetivo de suas reflexões é a realidade política, pensada em termos da prática humana 
concreta. O enfoque de suas análises é o estudo do poder formalizado na instituição do Estado. 
O método empírico depende de uma filosofia da história baseada no princípio de que o fenômeno histórico 
não é linear, mas constituído por ciclos. Ou seja, Maquiavel acredita que a observação dos fatos passados é 
essencial para o estudo do presente. 
 
Maquiavel determina as causas da prosperidade e decadência dos Estados antigos, compondo, assim, um 
modelo analítico para o estudo das sociedades contemporâneas, sem, contudo, desprezar as peculiaridades 
da circunstância sob a qual se pretende agir. 
 
ELEMENTOS BÁSICOS DEFINIDORES DO MÉTODO MAQUIAVÉLICO 
UTILITARISMO 
"Escrever coisa útil para quem a entenda.” 
 
EMPIRISMO 
"Procurar a verdade efetiva das coisas." 
 
ANTIUTOPISMO 
"Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais foram vistos." 
 
REALISMO 
"Aquele que abandona aquilo que se faz por aquilo que se deveria fazer, conhece antes a ruína do que a 
própria preservação.” 
 
 
SÉCULO XV 
Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua 
obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí 
tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso 
erudito, no debate político, quanto na fala do dia a dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem 
nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. 
Em qualquer de suas acepções, porém, o maquiavelismo está associado à ideia de perfídia, a um 
procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Essas expressões pejorativas sobreviveram, de certa forma, 
incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano. 
 
SÉCULO XXI 
Hoje em dia, na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Ao escrever sua principal obra, O Príncipe, 
criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez, por isso, sua 
frase mais famosa: "Os fins justificam os meios” seja tão mal interpretada. Mas para entender Maquiavel em 
seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. 
 
PAINEL HISTÓRICO 
Maquiavel viveu durante a renascença italiana, o que explica boa parte das suas ideias. Na Itália do 
Renascimento, reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados 
despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. 
A ilegitimidade do poder gera situações de crise e instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, 
a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou 
reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com 
outros principados constituem o eixo da administração. 
Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado 
de um para outro senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular se legitimaram, e ele tem de 
contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado Central e a extrema 
multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar. 
 
Maquiavel nasceu em Florença, em 3 de maio de 1469, numa Itália "esplendorosa mas infeliz", segundo o 
historiador Garin. Sua família não era aristocrática nem rica. Seu pai, advogado como um típico renascentista 
era um estudioso das humanidades, tendo se 
empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos já 
escrevia no melhor estilo e em latim. 
 
Mas apesar do brilhantismo precoce, só em 1498, com 29 anos, Maquiavel exerceu seu primeiro cargo na vida 
pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de 
Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república Florentina. Nessa 
atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua 
diligência em instituir uma milícia nacional. 
 
Com a queda de Soderine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é 
envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. Ele se muda para São Cassiano, cidade pequena 
próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito Lívio, mas interrompe esse trabalho para 
escrever sua obra-prima: O Príncipe, que, segundo alguns, é destinado à reabilitação dos aristocratas, já que a 
obra era nada mais que um manual da política. 
 
Maquiavel viveu uma vida tranquila em São Cassiano. Clique nas palavras manhã, tarde e 
noite e conheça como era o seu dia. 
 
A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes 
escritores que o antecederam, seja nos anos como segundo chanceler, ou até mesmo pela sua capacidade de 
olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte. 
 
Em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel, acreditando que havia terminado 
os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos 
depostos. 
 
Então, se viu vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república 
considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoeceu e morreu em junho. 
 
Mas, nem depois de morto, Maquiavel teve descanso. Foi posto no Index pelo Concílio de Trento, o que o 
levou, desde então, a ser objeto de excreção dos moralistas. 
 
Maquiavel faleceu sem ver realizados os ideais pelos quais lutou durante toda a vida. A carreira pessoal nos 
negócios públicos tinha sido interrompida com o retorno dos Médici e, quando estes deixaram o poder, os 
cidadãos esqueceram-se dele, "um homem que a fortuna tinha feito capaz de discorrer apenas sobre assuntos 
de Estado". 
 
Também não chegou a ver a Itália forte e unificada. Deixou, porém, um valioso legado: o conjunto de ideias 
elaborado em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. 
 
Talvez nem ele mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais amplo 
da história, pois “especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam". 
 
Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato de 
as teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica. 
 
Nessa aula você: 
Reconheceu o contexto social e político da Itália Renascentista, período em que viveu Maquiavel, e a 
influência dessa realidade no seu pensamento; 
identificou as principais contribuições para a concepção moderna de Estado que estão presentes no 
pensamento de Maquiavel; 
identificou as características da concepção de Estado e a dura visão sobre o exercício e manutenção do 
poder que estão presentes no pensamento de Maquiavel; 
refletiu sobre como a obra de Nicolau Maquiavel pode ser utilizada para o entendimento da nossa 
realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea 
 
 
 
 
 
 
 
 
VIDEO AULA SLIDES 
AULA 2: O PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL 
 
OBJETIVOS DA AULA: 
- Reconhecer o contexto social e político em que viveu Maquiavel e a influência dessa realidade no seupensamento; 
- Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, a partir da obra de Maquiavel, 
notadamente, o livro O Príncipe; 
- Identificar as características da concepção de Estado e do fenômeno do poder no pensamento de 
Maquiavel; 
- Refletir sobre como a obra de Nicolau Maquiavel pode ser utilizada para o entendimento da nossa 
realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
DIRETO AO PONTO: 
“Os fins justificam os meios". Maquiavel provavelmente não fazia ideia de quanta polêmica ela causaria. Ele 
não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O 
que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai 
traçar os seus planos de como atingi-los 
 
• Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos do desejo de ver uma 
Itália poderosa e unificada. Expressa também, a necessidade, não só dele, mas de todo o povo italiano, de um 
monarca com pulso firme, determinado, que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos 
e sem medir esforços. 
• Para Maquiavel, um príncipe não deve medir esforços, nem hesitar, mesmo que diante da crueldade 
ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo. 
 
O primeiro assunto dessa aula é o reconhecimento do contexto social e político em que viveu Maquiavel e a 
influência dessa realidade no seu pensamento. Mostrando que os acontecimentos políticos do seu tempo 
influenciaram diretamente em sua obra. Logo em seguida, apresentaremos questões do livro O Príncipe que 
estão marcadas na formação da concepção moderna de Estado. 
 
• O próximo assunto a ser discutido nessa aula são as características da concepção de Estado e do 
fenômeno do poder, presentes no pensamento de Maquiavel. Aqui destacaremos a visão dura e implacável de 
Maquiavel sobre o exercício e manutenção do poder político. Vamos então nos aprofundar na obra desse 
grande pensador da Ciência Política: 
 
O Príncipe é um manual para governantes que visa auxiliar um “novo príncipe” a manter o poder e o controle 
no seu Estado. Apresenta exemplos de situações e problemas que esse príncipe poderá enfrentar, e 
aconselha-o de modo circunstanciado quanto ao modo de solucioná-los. A obra lhe garantiu o título de 
“fundador da Ciência Política Moderna”, pois, sob as luzes renascentistas, tal obra representou um marco das 
Ciências Humanas. 
 
Ao delinear tais ensaios políticos, Maquiavel rompe com a tradição humanista baseada no abstrato, ou seja, 
em conceitos ideais de sociedade. Esse rompimento com o pensamento político anterior (escolástica) é 
caracterizado pela defesa do método empírico, isto é, o objetivo de suas reflexões é a realidade política, 
pensada em termos da prática humana concreta. O enfoque de suas análises é o estudo do poder formalizado 
na instituição do Estado. 
 
Contudo, esse exame empírico depende de uma filosofia da história baseada no princípio de que o fenômeno 
histórico não é linear, mas constituído por ciclos. Ou seja, Maquiavel acredita que a observação dos fatos 
passados é essencial para o estudo do presente. Maquiavel determina as causas da prosperidade e 
decadência dos Estados antigos, compondo assim, um modelo analítico para o estudo das sociedades 
contemporâneas, sem, contudo, desprezar as peculiaridades da circunstância sob a qual se pretende agir. Os 
elementos básicos definidores do método maquiavélico são: 
 
Utilitarismo – "Escrever coisa útil para quem a entenda 
Empirismo – "Procurar a verdade efetiva das coisas" 
Antiutopismo – "Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais foram vistos" 
Realismo – "Aquele que abandona aquilo que se faz por aquilo que se deveria fazer, conhece antes a ruína 
do que a própria preservação” 
 
Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua 
obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí 
tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso 
erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem 
nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. 
 
O maquiavelismo está associado à ideia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. As 
expressões pejorativas sobreviveram, de certa forma, incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se 
da luta política para as desavenças do cotidiano. Assim, hoje em dia, na maioria das vezes, Maquiavel é mal 
interpretado. Ao escrever sua principal obra, O Príncipe, criou um "manual da política", que pode ser 
interpretado de muitas maneiras diferentes. Para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário 
conhecer o período histórico em que viveu. 
 
EXPLORANDO O TEMA 
Sugestão de vídeo: 
http://www.youtube.com/watch?v=690r_RBYQCM 
 
PAINEL HISTÓRICO 
Maquiavel viveu durante a renascença italiana, o que explica boa parte das suas ideias. Na Itália do 
Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente 
por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações 
de crise e instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante 
contra os adversários são capazes de manter o príncipe. 
 
Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar 
alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente 
em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a 
religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua 
energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que 
as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar. 
 
Talvez nem Maquiavel mesmo soubesse avaliar a importância dos seus pensamentos dentro do panorama 
mais amplo da história, pois “especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam". 
Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato das 
teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica. 
 
Maquiavel foi o primeiro a discutir a política e os fenômenos sociais nos seus próprios termos sem recurso à 
ética ou à jurisprudência. De fato pode-se considerar Maquiavel como o primeiro pensador ocidental de 
relevo a aplicar o método científico de Aristóteles e de Averróis à política. Fê-lo observando os fenômenos 
políticos, e lendo tudo o que se tinha escrito sobre o assunto, e descrevendo os sistemas políticos nos seus 
próprios termos. 
 
Para Maquiavel, a política era uma única coisa: conquistar e manter o poder ou a autoridade. Tudo o resto - a 
religião, a moral, etc. -- que era associado à política nada tinha a ver com este aspecto fundamental - tirando 
os casos em que a moral e a religião ajudassem à conquista e à manutenção do poder. A única coisa que 
verdadeiramente interessa para a conquista e a manutenção do poder manter é ser calculista; o político bem 
sucedido sabe o que fazer ou o que dizer em cada situação. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=690r_RBYQCM
Com base neste princípio, Maquiavel descreveu no Príncipe única e simplesmente os meios pelos quais alguns 
indivíduos tentaram conquistar o poder e mantê-lo. De fato, o livro está cheio de momentos intensos, já que a 
qualquer momento, se um governante não calculou bem uma determinada ação, o poder e a autoridade que 
cultivou tão assiduamente fogem-lhe de um momento para o outro. O mundo social e político do Príncipe é 
completamente imprevisível, sendo que só a mentemais calculista pode superar esta volatilidade. 
 
Pode ajudar na compreensão de Maquiavel imaginar que não está a falar sobre o estado em termos éticos 
mas sim em termos cirúrgicos. É que Maquiavel acreditava que a situação italiana era desesperada e que o 
estado Florentino estava em perigo. Em vez de responder ao problema de um ponto de vista ético, Maquiavel 
preocupou-se genuinamente em curar o estado para o tornar mais forte. Por exemplo, ao falar sobre os povos 
revoltados, Maquiavel não apresenta um argumento ético, mas cirúrgico: «os povos revoltados devem ser 
amputados antes que infectem o estado inteiro.» 
 
O único valor claro na obra de Maquiavel é a virtú (virtus em Latim), que é relacionado normalmente com 
«virtude». Mas de fato, Maquiavel utiliza-a mais no sentido latino de «viril», já que os indivíduos com virtú são 
definidos fundamentalmente pela sua capacidade de impor a sua vontade em situações difíceis. Fazem isto 
numa combinação de caráter, força, e cálculo. Numa das passagens mais famosas do Príncipe, Maquiavel 
descreve qual é a maneira mais apropriada para responder a volatilidade do mundo, ou à Fortuna, 
comparando-a a uma mulher: «la fortuna é donna». 
 
EXPLORANDO O TEMA 
Sugestão de vídeo: 
http://www.youtube.com/watch?v=bLzbvMH5SqA 
 
CONCLUINDO: 
Maquiavel refere-se à tradição do amor cortesão, onde a mulher que constitui o objeto do desejo é abordada, 
cortejada e implorada. O príncipe ideal para Maquiavel não corteja nem implora a Fortuna, mas ao abordá-la 
agarra-a virilmente e faz dela o que quer. Esta passagem, já escandalosa na época, representa uma tradução 
clara da ideia renascentista do potencial humano aplicado à política. É que, de acordo com Mirandola, se um 
ser humano podia transformar-se no que quisesse, então devia ser possível a um indivíduo de caráter forte 
pôr ordem no caos da vida política. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.youtube.com/watch?v=bLzbvMH5SqA
AULA 3 
HOBBES: O MEDO E A ESPERANÇA 
 
Hobbes foi um contratualista, ou seja, um daqueles 
filósofos que entre o século XVI e o XVII afirmaram que a 
origem da sociedade e/ou Estado está num contrato: os 
homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem 
organização – que somente surgiriam depois de um pacto 
firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio 
social e da subordinação política. 
 
A GUERRA SE GENERALIZA 
“O homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em 
sociedade.” Melhor dizendo, a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a 
história, ou a vida social. A natureza do homem é tal que, embora seja capaz de reconhecer 
em muitos outros maior inteligência, eloquência ou saber, dificilmente acredita que haja 
muitos tão sábios como ele próprio, pois vê sua sabedoria bem de perto e a dos outros a 
distância. 
RIVALIDADE 
A semelhança que existe entre os homens se constitui em rivalidade, pois cada um quer 
parecer superior em poder, inteligência e valor ao seu semelhante que, por sua vez, também 
deseja o mesmo. Como ambos têm um desejo em comum, duas de suas atitudes são a defesa 
e o ataque, onde cada qual espera receber o devido respeito que julga merecer, um causando 
dano ao outro. 
Sendo assim, os homens viveriam em constante perigo, pois quem possui mais bens materiais 
que os outros, sentem- se ameaçado de privação das suas conquistas: bens, liberdade, 
conforto, enquanto que o outro, o invasor, teme ser apanhado. 
PRIMEIRO: A COMPETIÇÃO 
SEGUNDO: A DESCONFIANÇA 
TERCEIRO: A GLÓRIA 
" A primeira leva o homem a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda , a segurança 
e a terceira, a reputação." (p.56) Portanto sem um poder comum, os homens viveriam em 
constante guerra, uns contra os outros. 
" Para Aristóteles, o homem naturalmente vive em sociedade, e só desenvolve as suas 
potencialidades dentro do estado" ( p. 57). Se o homem é sociável, parece estranho que ele 
tenha a capacidade de atacar e destruir ao outro. Na verdade o homem não conhece a si 
próprio. 
Para Hobbes, um homem pode conhecer o seu semelhante lendo as suas ações e fará o 
possível para não encontrá-lo em si próprio, pois se julga melhor, mais perfeito e mais 
importante. Se este homem deseja governar seus semelhantes, deverá ler, antes de tudo, a si 
mesmo, para compreender as suas atitudes. 
 
A teoria de Hobbes se fundamenta na realidade e na natureza do homem. O homem não vive 
em sociedade sem leis e regras que limitem seus desejos e atitudes. Sem isso, nenhum 
cidadão poderia viver em segurança ou em harmonia com o seu semelhante, entretanto, para 
Hobbes, o homem é um selvagem, mas se realmente fosse, ele não teria a capacidade de se 
reunir em assembleia em um determinado momento no qual julgasse necessário para 
escolher um chefe que os protegesse e para estabelecer regras que os organizasse. 
 
COMO PÔR TERMO A ESSE CONFLITO 
 
“O indivíduo hobbesiano não almeja tanto os bens, mas a honra” pag 59 
 O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. 
Para ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. 
 Se os homens possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, terá direito a todas as coisas 
até mesmo aos corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as 
pessoas não viveriam o tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é 
necessário que os homens renunciem ao seu direito. 
“Que um homem concorde, quando os outros também o façam, e na medida em que tal 
considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar o seu direito a 
todas as coisas, contentando-se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que 
aos outros homens permite em relação ao mesmo." ( p. 60) 
 
"… Porque, se há governo, é justamente para que vivamos em paz: sem governo, já vimos, nós 
nos matamos uns aos outros. Por isso o poder governante tem que ser ilimitado." (p. 63). 
 
O Estado se constitui quando os homens em assembleia entram em um acordo de que uma 
determinada pessoa seja representante de todos eles, até mesmo de quem não o elegeu. A 
essa pessoa fica garantido o direito de soberania e se alguém desobedecê-lo ou ameaçar seu 
poder ou sua vida e for morto, será o autor do seu próprio castigo. 
 
IGUALDADE E LIBERDADE 
Nesse Estado em que o poder é absoluto, a igualdade e a liberdade, valores respeitados por 
nós, tem segundo Hobbes, a capacidade de gerar entusiasmo, ambição, descontentamento e 
guerra. 
A igualdade, como já vimos, é fator que leva a guerra a todos, pois dois homens podem querer 
a mesma coisa e, por isso, todos nós vivemos em constante competição. 
Liberdade para Hobbes significa a ausência de oposição e não se aplica às criaturas irracionais 
e inanimadas menos do que às racionais. 
 
Hobbes reduz a liberdade a uma determinação física, aplicável a qualquer corpo e como o 
princípio pelo qual os homens lutam e morrem. 
 "… Um homem livre é aquele que, naquelas coisas que graças a sua força de engenho é 
capaz de fazer, não é impedido de fazer o que tem vontade de fazer." ( Pág. 67) 
 Quando o indivíduo abre mão de seu direito de natureza, firma o contrato social e 
contribui para proteger a própria vida. 
 Mas o indivíduo não perdeu a liberdade, ele deve obediência ao soberano. Caso ele seja 
ordenado, por exemplo, para matar-se ou confessar algum crime, tem plena liberdade para 
recusar-se. 
 
" Ninguém tem a liberdade de resistir a espada do Estado, em defesa de outrem, seja culpado 
ou inocente. Porque essa liberdade priva a soberania dos meios para proteger-nos, sendo 
portanto, destrutiva a própria essência do Estado."(p. 70) 
 
O soberano não perde a soberania se não atende aos caprichos de cada súdito. Mas se ele 
deixa de proteger a vida de um de seus cidadãos, este não lhe deve mais sujeição e 
obediência, porém outros não podem aliar-se a ele, pois ainda recebem proteção. Em outras 
palavras podemosdizer que se o governante não cumpre a sua obrigação, o súdito recupera a 
sua liberdade natural. 
 
O ESTADO, O MEDO E A LIBERDADE 
“O soberano governa pelo temor que infringe os seus súditos. Porque sem medo, ninguém 
abriria mão de toda a liberdade que tem naturalmente; se não temesse a morte violenta, que 
homem renunciaria ao direito que possui, por natureza, a todos os bens e corpos?" ( p. 71) 
Para Hobbes, a lei é fundamental para que exista justiça entre o que "é meu" e o que "é teu". 
Seria impossível alguém deixar uma herança para seus descendentes, pois qualquer cidadão 
poderia apossar-se das propriedades. Assim, todos os súditos que tenham o direito à 
propriedade de suas terras ou seus bens podem excluir os outros súditos dessas terras ou 
bens. Só não podem excluir o governante. 
 
"Compete ao soberano, a distribuição das terras do país, assim como a decisão sobre em que 
lugares, e com que mercadorias, os súditos estão autorizados a manter tráfico com o 
estrangeiro". (WEFFORT, 1998, P. 75). 
Hobbes foi um contratualista, ou seja, um daqueles filósofos que entre o século XVI e o XVII 
 afirmaram que a origem da sociedade e/ou Estado está num contrato: os homens viveriam, 
naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto 
firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio social e da subordinação política. 
 
 
UM PENSADOR MALDITO 
Hobbes é um dos pensadores mais “malditos” da História da Filosofia Política – pois, no século 
XVIII, o termo “hobbista” era quase tão ofensivo quanto “maquiavélico", não só porque 
apresenta o Estado como monstruoso e o homem como belicoso, mas porque subordina a 
religião à política, nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. O 
contrato produz dois resultados importantes: 
 O homem é artífice de sua condição, de seu destino e não Deus ou a natureza. 
 O homem pode conhecer tanto a sua presente condição miserável quanto os meios 
para alcançar a paz e a prosperidade. 
Nesta aula você: 
 Reconheceu o contexto social e político no qual viveu Hobbes e a influência dessa realidade 
no seu pensamento; 
 identificou as contribuições para a concepção moderna de Estado, a partir do pensamento de 
Hobbes e de sua principal obra, O Leviatã; 
 identificou as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de 
propriedade no pensamento hobbesiano; 
- refletiu sobre como o pensamento de Thomas Hobbes pode ser utilizado para o 
entendimento da nossa realidade e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
 
VIDEO AULAS 
PENSAMENTO POLÍTICO 
AULA 3: O PENSAMENTO POLÍTICO DE HOBBES 
-Reconhecer o contexto social e político em que viveu Hobbes e a influência dessa realidade 
no seu pensamento; 
- Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Hobbes 
e na sua principal obra, O Leviatã; 
- Identificar as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de 
propriedade no pensamento de Hobbes; 
- Refletir sobre como o pensamento de Hobbes pode ser utilizada para o entendimento da 
nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
DIRETO AO PONTO: 
Hobbes é um contratualista, quer dizer um daqueles filósofos que entre o século XVI e o XVII, 
afirmaram que a origem da sociedade e/ ou Estado está num contrato: os homens viveriam, 
naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto 
firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio social e da subordinação política. 
• O homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em 
sociedade. Melhor dizendo,” a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a 
história, ou a vida social." Pois a natureza do homem é tal que, embora sejam capazes 
de reconhecer em muitos outros maior inteligência, maior eloquência ou maior saber, 
dificilmente acreditam que haja, muitos tão sábios como eles próprios; porque veem 
sua sabedoria bem de perto e a dos outros a distância. 
• A semelhança que existe entre os homens se constitui em rivalidade, pois cada um que 
parecer superior em poder, inteligência e valor ao seu semelhante, e este por sua vez, 
também deseja o mesmo. Como ambos têm um desejo em comum, duas atitudes são 
de defesa e ataque, onde cada qual espera receber o devido respeito que julga merecer, 
causando ao outro dano. 
• Sendo assim os homens viveriam em constante perigo, pois quem possui mais bens 
materiais que os outros, sentem- se ameaçado de privação das suas conquistas: bens, 
liberdade, conforto, enquanto que o outro, o invasor, teme ser apanhado Na natureza 
do homem, encontramos 3 causas principais de discórdia: primeiro a competição, 
segundo a desconfiança ; e terceiro a glória. 
• Para Hobbes, um homem pode conhecer o seu semelhante lendo as suas ações, e fará o 
possível para não encontrar o mesmo em si próprio, pois julga- se melhor, mais perfeito 
e mais importante. Mas se este homem deseja governar seus semelhantes ele deverá 
ler, antes de tudo, a si mesmo, para compreender as suas atitudes. 
• A teoria de Hobbes se fundamenta na realidade e na natureza do homem. O homem 
não vive em sociedade sem leis e regras que limitem seus desejos e atitudes. Sem isso, 
nenhum cidadão poderia viver em segurança ou em harmonia com o seu semelhante, 
porém, para Hobbes, o homem é um selvagem, mas se realmente fosse, ele não teria a 
capacidade de se reunir em assembleia em um determinado momento em que julgasse 
necessário para escolher um chefe que os protegesse e estabelecer regras que os 
organizasse. 
O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. Para 
ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. Se os homens 
possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, ter direito a todas as coisas, até mesmo aos 
corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as pessoas não viveriam o 
tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é necessário que os homens 
renunciem ao seu direito. 
O Estado se constitui quando os homens em assembleia entram em um acordo, que uma 
determinada pessoa seja representante de todos eles, até mesmo de quem não o elegeu. A 
esta pessoa fica garantido o direito de soberania e se alguém desobedecê-lo ou ameaçar seu 
poder ou sua vida e for morto, será o autor do seu próprio castigo. 
Nesse Estado em que o poder é absoluto, a igualdade e a liberdade, valores respeitados por 
nós, tem segundo Hobbes, a capacidade de gerar entusiasmo, ambição, descontentamento e 
guerra. A igualdade, já vimos, é fator que leva a guerra de todos, pois dois homens podem 
querer a mesma coisa, e por isso todos nós vivemos em constante competição. Liberdade para 
Hobbes significa a ausência de oposição e não se aplica menos as criaturas irracionais e 
inanimadas do que as racionais. 
Quando o indivíduo abre mão de seu direito de natureza ele firma o contrato social e contribui 
para proteger a própria vida. Mas o indivíduo não perdeu a liberdade, ele deve obediência ao 
soberano, caso ele seja ordenado, por exemplo, para matar-se ou confessar algum crime, ele 
tem plena liberdade para recusar-se. O soberano não perde a soberania se não atende aos 
caprichos de cada súdito. Mas se ele deixa de proteger a vida de um de seus cidadãos, este 
não lhe deve mais sujeição e obediência, porém outros não podem aliar-se a este, pois ainda 
recebem proteção. 
Sugestão de vídeo: 
http://www.youtube.com/watch?v=hl7ZTOycrmU&feature=fvwrel 
O súdito não obedece a seu soberano apenas por medo de um castigo ou de morte violenta. 
Mas sim, porque ele o respeita e respeita as suas regras para garantir sua própria segurança, 
de seus familiares, de suas propriedades, terras e bens materiais. Nenhum homem por mais 
rebelde, ambicioso ou egoísta que possa ser não colocaria sua vida em risco para ternovamente a liberdade natural que lhe concede todos os direitos, pois esta liberdade pode 
permitir que ele faça tudo o que tem vontade, mas não lhe dá proteção e paz. 
Hobbes é um dos pensadores mais “malditos” da História da Filosofia Política – pois, no século 
XVIII, o termo “hobbista” era quase tão ofensivo quanto “maquiavélico", não só porque 
apresenta o Estado como monstruoso e o homem como belicoso, porque subordina a religião 
à política, mas porque, nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. O 
contrato produz dois resultados importantes: 
Sugestão de vídeo: 
http://www.youtube.com/watch?v=HBvVFP3Zuac&feature=related 
Concluindo: 
O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. Para 
ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. Se os homens 
possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, ter direito a todas as coisas, até mesmo aos 
corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as pessoas não viveriam o 
tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é necessário que os homens 
renunciem ao seu direito. 
 
http://www.youtube.com/watch?v=hl7ZTOycrmU&feature=fvwrel
http://www.youtube.com/watch?v=HBvVFP3Zuac&feature=related
AULA 4 
OS CONTRATUALISTAS LOCKE E ROUSSEAU 
JONH LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL 
 Revoluções Inglesas 
O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, 
respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, 
partidária do liberalismo. Esse conflito assumiu também conotações religiosas e se mesclou 
com as lutas sectárias entre católicos, anglicanos, presbiterianos e puritanos. Finalmente, a 
crise político-religiosa foi agravada pela rivalidade econômica entre os beneficiários dos 
privilégios e monopólios mercantilistas concedidos pelo Estado e os setores que advogavam a 
liberdade de comércio e de produção. 
 
 Jonh Locke - o individualista liberal 
John Locke (1632-1704) que, junto ao opositor dos Stuart se encontrava refugiado na Holanda, 
retornou à Inglaterra após o triunfo da Revolução Gloriosa. Em 1689-90, publica suas 
principais obras: Cartas sobre a tolerância, Ensaio sobre o entendimento humano e os Dois 
tratados sobre governo civil. Além de defensor da liberdade e da tolerância religiosas, Locke é 
considerado o fundador do empirismo, doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva 
da experiência. 
Como filósofo, Locke é conhecido pela teoria da tábula rasa do conhecimento, desenvolvida 
no Ensaio sobre o entendimento humano. 
teoria da tábula rasa é, portanto, uma crítica à doutrina das ideias inatas, formulada por 
Platão e retomada por Descartes, segundo a qual, determinadas ideias, princípios e noções 
são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente da experiência. 
Os dois tratados sobre o governo civil 
Obra mais importante de Locke no campo da ciência política, Os Dois tratados, escritos 
provavelmente em 1679-80, só foram publicados na Inglaterra em 1690, após o triunfo da 
Revolução Gloriosa. 
O Primeiro Tratado é uma refutação do Patriarca, obra em que Robert Filmer defende o 
direito divino dos reis com base no princípio da autoridade paterna que Adão, supostamente o 
primeiro pai e o primeiro rei, legará à sua descendência. 
 
O Segundo Tratado é, como indica seu título, um ensaio sobre a origem, extensão e objetivo 
do governo civil. Nele, Locke sustenta a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o 
consentimento expresso dos governados é a única fonte do poder político legítimo. 
O ESTADO DE NATUREZA 
Juntamente a Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do 
jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. O modelo jusnaturalista de Locke é, em suas 
linhas gerais, semelhante ao de Hobbes: ambos partem do estado de natureza que, pela 
mediação do Contrato Social, realiza-se a passagem para o estado civil. 
Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, diversamente de Hobbes, concebe 
especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/Contrato Social/estado civil. 
 Locke afirma ser a existência do indivíduo anterior ao surgimento da sociedade e do 
Estado. Na sua concepção individualista, os homens viviam originalmente num estágio pré-
social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado 
estado de natureza. Esse estado de natureza diferia do estado de guerra hobbesiano, baseado 
na insegurança e na violência, por ser um estado de relativa paz, concórdia e harmonia. 
 Nesse estado pacífico, os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da 
propriedade que, numa primeira acepção genérica utilizada por Locke, designava 
simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. 
 
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PROPRIEDADE, O CONTRATO SOCIAL, A SOCIEDADE POLÍTICA OU CIVIL E O DIREITO DE 
RESISTÊNCIA SEGUNDO JOHN LOCKE. 
Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade constituem 
para Locke o cerne do estado civil e ele é considerado, por isso, o pai do individualismo liberal. 
Locke forneceu a posteriori a justificação moral, política e ideológica para a Revolução 
Gloriosa e para a monarquia parlamentar inglesa. 
Influenciou a Revolução Norte-Americana, onde a declaração de independência foi redigida e 
a guerra de libertação foi travada em termos de direitos naturais e de direito de resistência 
para fundamentar a ruptura com o sistema colonial britânico. 
Influenciou ainda os filósofos iluministas franceses, principalmente Voltaire e Montesquieu, e, 
através deles, a Grande Revolução de 1789 e a Declaração e Direitos do Homem e do Cidadão. 
 
 
O PACTO SOCIAL 
O pacto social, um dos temas mais candentes da filosofia política clássica, tais como a passagem do estado de 
natureza ao estado civil, o Contrato Social, a liberdade civil, o exercício da soberania, a distinção entre o 
governo e o soberano, o problema da escravidão, o surgimento da propriedade, será tratado por Rousseau de 
maneira exaustiva, de um lado, retomando as reflexões dos autores da tradicional escola do direito natural, 
como Grotius, Pufendorf e Hobbes e, de outro, não poupando críticas pontuais a nenhum deles, o que o 
colocará, no século XVIII, em lugar de destaque entre os que inovaram a forma de se pensar a política, 
principalmente ao propor o exercício da soberania pelo povo como condição primeira para a sua libertação. 
E, certamente, os protagonistas da revolução de 1789 o elegerão como patrono da revolução ou como o 
primeiro revolucionário. As principais obras de Rousseau, Contrato Social e do Discurso sobre a origem e os 
fundamentos da desigualdade entre os homens, constituem uma unidade temática importante e os demais 
escritos, de certa maneira, aprofundam e explicitam as questões abordadas nessas duas obras. 
A trajetória do homem, da sua condição de liberdade no estado de natureza até o surgimento da propriedade, 
com todos os inconvenientes que daí surgiram, foi descrita no Discurso sobre a origem da desigualdade. Nessa 
obra, o objetivo de Rousseau é o de construir a história hipotética da humanidade, deixando de lado os fatos, 
procedimento semelhante ao que outros filósofos já haviam feito no século XVII. 
O CONTRATO SOCIAL 
O que se pretende estabelecer no Contrato Social são as condições de possibilidade de um pacto legítimo, 
através do qual os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural, ganhem, em troca, a liberdade 
civil. Tais condições serão desenvolvidas ao longo dos capítulos VI, VII e VIII do livro I do Contrato Social. No 
processo de legitimação do pacto social, o fundamental é a condição de igualdade das partes contratantes. As 
cláusulas do contrato. 
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdfUm povo só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de tal 
modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão à deliberação de si mesmo 
e de cada cidadão como parte do poder soberano, isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de 
um indivíduo em particular ou de um grupo de indivíduos. 
A VONTADE E A REPRESENTAÇÃO 
Para Rousseau, antes de mais nada, impõe-se definir o governo, o corpo administrativo do Estado, como 
funcionário do soberano, como um órgão limitado pelo poder do povo e não como um corpo autônomo ou 
então como o próprio poder máximo, confundindo-se nesse caso com o soberano. 
Se a administração é um órgão importante para o bom funcionamento da máquina política, qualquer forma 
de governo que se venha a adotar terá que submeter-se ao poder soberano do povo. Mesmo sob um regime 
monárquico, segundo Rousseau, o povo pode manter-se como soberano, desde que o monarca se caracterize 
como funcionário do povo. 
Outra instituição que merece muita atenção por parte de Rousseau é a da representação política. A força de 
suas expressões no capítulo XV do livro III do Contrato Social poderiam dar a entender uma certa 
http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf
intransigência quanto a um mecanismo que ficaria consagrado pelas democracias modernas. No entanto, para 
permanecer coerente com seus princípios, sempre na exigência de legitimidade da ação política, Rousseau 
não admite a representação ao nível da soberania. Uma vontade não se representa. 
Fazer com que um povo da servidão recupere a liberdade é o mesmo que recuperar a vida de um doente 
prestes a morrer. Tal façanha, evidentemente, não ocorre todos os dias, mas só mesmo por um milagre. Uma 
reviravolta desse porte só acontece uma vez na vida de um povo. Foi assim que os protagonistas da Revolução 
Francesa de 1789 compreenderam o momento extraordinário em que estavam vivendo. 
A febre e o fervor revolucionários faziam com que cada militante se sentisse como se estivesse saindo das 
cinzas, da morte para a vida. E lá estavam eles a empunhar o Contrato Social como uma espécie de “manual 
de ação política” e a eleger o seu autor como o primeiro revolucionário. 
Nessa aula você: 
Identificou as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento dos pensadores 
contratualistas Locke e Rousseau; 
salientou as características das concepções de Estado, Contrato Social e propriedade nos pensamentos de 
Locke e de Rousseau e reconheceu as diferenças em relação ao pensamento de Hobbes; 
refletiu sobre questões como a dos direitos civis, da vontade e da representação que estão hoje presentes 
nos paradigmas da democracia liberal e podem ser utilizados para o entendimento da nossa realidade 
cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
VIDEO AULA 
PENSAMENTO POLÍTICO 
Aula 4: Locke e Rousseau 
- Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento dos contratualistas Locke 
e Rousseau; 
- Identificar as características das concepções de Estado, contrato social e propriedade nos pensamentos de 
Locke e de Rousseau; 
- Refletir sobre como os pensamentos de Locke e de Rousseau podem ser utilizados para o entendimento da 
nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. 
• DIRETO AO PONTO: 
“Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos 
os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e 
regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem 
pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.” 
(LOCKE, JOHN, Segundo Tratado sobre o Governo) 
 Enquanto um povo é constrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o 
sacode, faz ainda melhor; porque, recobrando a liberdade graças ao mesmo direito com o qual lha 
arrebataram, ou este lhe serve de base para retomá-la ou não se prestava em absoluto para subtraí-la. Mas a 
ordem social é um direito sagrado que serve de alicerce a todos os outros. Esse direito, todavia, não vem da 
Natureza; está, pois, fundamentado sobre convenções. (Rousseau, Contrato Social – Livro I) 
Esta aula apresenta dois filósofos contratualistas: Jonh Locke e Jean Jacques Rousseau, pensadores 
fundamentais para as concepções modernas de Estado e de democracia. 
Começaremos com a identificação das contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de 
cada um dos dois pensadores. Exploraremos principalmente a passagem do estado de natureza para o estado 
civil através da mediação de um contrato social. 
Em seguida, procederemos com o apontamento das características das concepções de Estado, contrato social 
e propriedade nos pensamentos de Locke e de Rousseau. Inicialmente, é preciso demonstrar a diferença pelo 
o que os dois pensadores entendem por estado de natureza, em relação ao disposto por Hobbes no Leviatã. 
Seguindo, realizaremos a apresentação de outras diferenças no que refere ao pensamento de Hobbes em 
comparação ao de Rosseau e Locke. 
Aqui o objeto de comparação é o sentido do pacto social, que passa, de um “pacto de submissão, no 
pensamento hobbesiano, à um “pacto de consenso”. 
No que se refere à ideia de propriedade, importante frisar a concepção liberal de Locke, que atendia aos 
interesses da classe burguesa, então em ascensão. 
Como conclusão, mais uma vez, um convite à reflexão de como os pensamentos de Locke e de Rousseau 
podem ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da 
sociedade contemporânea. 
As principais questões dizem respeito, no caso de Locke, a defesa dos direito alienáveis do indivíduo à vida, à 
liberdade e à propriedade. E, no caso de Rousseau, a notória influencia de seu pensamento nos ideais da 
Revolução Francesa. 
VAMOS AGORA ESTUDAR LOCKE. 
Abrindo o baú para Locke: 
http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48 
 
JOHN LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL 
As Revoluções Inglesas - O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, 
controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, 
partidária do liberalismo. Esse conflito assumiu também conotações religiosas e se mesclou com as lutas 
sectárias entre católicos, anglicanos, presbiterianos e puritanos. Finalmente, a crise político-religiosa foi 
agravada pela rivalidade econômica entre os beneficiários dos privilégios e monopólios mercantilistas 
concedidos pelo Estado e os setores que advogavam a liberdade de comércio e de produção. 
Além de defensor da liberdade e da tolerância religiosas, Locke é considerado o fundador do empirismo, 
doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva da experiência. Como filósofo, Locke é conhecido pela 
teoria da tabula rasa do conhecimento, desenvolvida no Ensaio sobre o entendimento humano. A teoria da 
tabula rasa é, portanto, uma crítica à doutrina das ideias inatas, formulada por Platão e retomada por 
Descartes, segundo a qual, determinadas ideias, princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e 
existem independentemente da experiência. 
Os dois tratados sobre o governo civil - Obras mais importante de Locke no campo da ciência política: 
 O Primeiro tratado é uma refutação do Patriarca, obra em que Robert Filmer defende o direito divino dos reis 
com base no princípio da autoridade paterna que Adão, supostamente o primeiro pai e o primeiro rei, legará à 
sua descendência. 
O Segundo tratado é, como indica seu título, um ensaio sobre a origem, extensão e objetivo do governo civil. 
Nele, Locke sustenta a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos 
governados é a única fonte do poder político legítimo. 
 
O estado de natureza - Juntamentecom Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do 
jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. O modelo jusnaturalista de Locke é, em suas linhas gerais, 
semelhante ao de Hobbes: ambos partem do estado de natureza que, pela mediação do contrato social, 
http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48
http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48
realiza-se a passagem para o estado civil. Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, 
diversamente de Hobbes, concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/contrato 
social/estado civil. Locke afirma ser a existência do indivíduo anterior ao surgimento da sociedade e do 
Estado. Na sua concepção individualista, os homens viviam originalmente num estágio pré-social e pré-
político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Esse estado 
de natureza diferia do estado de guerra hobbesiano, baseado na insegurança e na violência, por ser um 
estado de relativa paz, concórdia e harmonia. Nesse estado pacífico os homens já eram dotados de razão e 
desfrutavam da propriedade que, numa primeira acepção genérica utilizada por Locke, designava 
simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. 
A teoria da propriedade - A teoria da propriedade de Locke, que é muito inovadora para sua época, também 
difere bastante da de Hobbes.Para Hobbes, a propriedade inexiste no estado de natureza e foi instituída pelo 
Estado-Leviatã após a formação da sociedade civil. Assim como a criou, o Estado pode também suprimir a 
propriedade dos súditos. 
Para Locke, ao contrário, a propriedade já existe no estado de natureza e, sendo uma instituição anterior à 
sociedade, é um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado. O homem era 
naturalmente livre e proprietário de sua pessoa e de seu trabalho.. O trabalho era, na concepção de Locke, o 
fundamento originário da propriedade. 
 
O Contrato Social - O estado de natureza, relativamente pacífico, não está isento de inconvenientes, como a 
violação da propriedade (vida, liberdade e bens) que, na falta de lei estabelecida, de juiz imparcial e de força 
coercitiva para impor a execução das sentenças, coloca os indivíduos singulares em estado de guerra uns 
contra os outros. É a necessidade de superar esses inconvenientes que, segundo Locke, leva os homens a se 
unirem e estabelecerem livremente entre si o contrato social, que realiza a passagem do estado de natureza 
para a sociedade política ou civil. O contrato social de Locke em nada se assemelha ao contrato hobbesiano. 
Em Hobbes, os homens firmam entre si um pacto de submissão pelo qual, visando a preservação de suas 
vidas, transferem a um terceiro (homem ou assembleia) a força coercitiva da comunidade, trocando 
voluntariamente sua liberdade pela segurança do Estado-Leviatã.. Em Locke, o contrato social é um pacto de 
consentimento em que os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e 
consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza. 
 
A Sociedade Política ou civil - Assim, a passagem do estado de natureza, para a sociedade política ou civil 
(Locke não distingue entre ambas) se opera quando, através do contrato social, os indivíduos singulares dão 
seu consentimento unânime para a entrada no estado civil. Estabelecido o estado civil, o passo seguinte é a 
escolha pela comunidade de uma determinada forma de governo. Na escolha do governo, a unanimidade do 
contrato originário cede lugar ao princípio da maioria, segundo o qual prevalece a decisão majoritária e, 
simultaneamente, são respeitados os direitos da minoria. 
 
O direito de resistência - Locke afirma que, quando o executivo ou o legislativo violam a lei estabelecida e 
atentam contra a propriedade, o governo deixa de cumprir o fim a que fora destinado, tornando-se ilegal e 
degenerando em tirania. Com efeito, a violação deliberada e sistemática da propriedade (vida, liberdade e 
bens) e o uso contínuo da força sem amparo legal colocam o governo em estado de guerra contra a sociedade 
e os governantes em rebelião contra os governados, conferindo ao povo o legítimo direito de resistência à 
opressão e à tirania. 
 
 
 
 
VAMOS ESTUDAR AGORA O PENSAMENTO DE ROUSSEAU 
Abrindo o baú para Rousseau: 
http://www.youtube.com/watch?v=UxOes_GVFF0 
 
ROUSSEAU: DA SERVIDÃO À LIBERDADE 
O pacto social - O pacto social, um dos temas mais candentes da filosofia política clássica, tais como a 
passagem do estado de natureza ao estado civil, o contrato social, a liberdade civil, o exercício da soberania, a 
distinção entre o governo e o soberano, o problema da escravidão, o surgimento da propriedade, serão 
tratados por Rousseau de maneira exaustiva. 
As principais obras de Rousseau, Contrato social e do Discurso sobre a origem e os fundamentos da 
desigualdade entre os homens, constituem uma unidade temática importante, e os demais escritos, de certa 
maneira, aprofundam e explicitam as questões abordadas nessas duas obras. A trajetória do homem, da sua 
condição de liberdade no estado de natureza, até o surgimento da propriedade, com todos os inconvenientes 
que dai surgiram, foi descrita no Discurso sobre a origem da desigualdade. 
Um povo, só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de tal 
modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão à deliberação de si mesmo 
e de cada cidadão, como partes do poder soberano. Isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de 
um indivíduo em particular ou de um grupo de indivíduos. 
A vontade e a representação - Para Rousseau, antes de mais nada, impõe-se definir o governo, o corpo 
administrativo do Estado, como funcionário do soberano, como um órgão limitado pelo poder do povo e não 
como um corpo autônomo ou então como o próprio poder máximo, confundindo-se neste caso com o 
soberano. Se a administração é um órgão importante para o bom funcionamento da máquina política, 
qualquer forma de governo que se venha a adotar terá que submeter-se ao poder soberano do povo. 
 Assim concluímos nossa aula. E na próxima? 
AULA 5 
MONTESQUIEU: SOCIEDADE E PODER 
NESSA AULA 
Vamos identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento de 
Montesquieu e na sua principal obra, O Espírito das Leis; 
Vamos identificar o conceito de lei em Montesquieu e sua importância teórico-metodológica 
para a ciência política; 
Vamos identificar na concepção de Estado proposta por Montesquieu, a teoria dos três 
governos e a teoria dos Três Poderes; 
Vamos refletir sobre como o pensamento de Montesquieu como pode ser utilizado para o 
entendimento da nossa realidade e das formas de organização da sociedade 
contemporânea. 
 
FRANÇA SÉCULO 18 
O ESPÍRITO DAS LEIS 
CHARLES LOUIS DE SECONDAT - Barão de Montesquieu - 1689 a 1755 
MONTESQUIEU Aristocrata francês nascido em Bordeaux considerado o fundador da sociologia moderna 
pública em 1748 “O Espírito das Leis” onde propõe a discussão das leis das nações. Para ele é a RAZÃO que 
rege os povos na elaboração das leis e normas de um país. 
Para Montesquieu, a vida política se inspira na CIÊNCIA, na análise empírica. 
Os povos então se organizaram e estabeleceram 3 tipos de governo. 
http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48
http://www.youtube.com/watch?v=UxOes_GVFF0
REPÚBLICA / MONARQUIA / DESPOTISMO 
DIFERENTES EM SUA CONCEPÇÃO DISTRIBUIÇÃO DE PODER E SOBERANIA 
 
MONARQUIA - na monarquia o rei governa de acordo com o leis imutáveis da nobreza, seu princípio 
ético e a HONRA. 
Monarquia e o Parlamento - na monarquia o rei JULGA e EXECUTA. 
 Ao Parlamento, cabe LEGISLAR 
O DÉSPOTA OU TIRANO - no despotismo, o tirano governa seguindo sua própria vontade. Seu Princípio 
ético é o MEDO do qual ele se utiliza para governar. 
O ABSOLUTISMO DESPOTICO - no DESPOTISMO, todo poder cabe ao TIRANO.

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