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PENSAMENTO POLÍTICO Olá bem-vindo à disciplina Pensamento Político. A presente disciplina pretende apresentar ao aluno os pressupostos e paradigmas da Ciência Política, assim como os principais pensadores que ao longo da história escreveram obras marcantes sobre o Estado o poder e a política. Acreditamos que o conhecimento crítico dos clássicos é fundamental para o entendimento da forma de organização dos Estados modernos e para proporcionar ao aluno a oportunidade de se familiarizar com as discussões contemporâneas no campo da Ciência Política e da sua “penetração” interdisciplinar no conhecimento científico e nas nossas práticas e valores cotidianos. Visamos, dessa forma, contribuir para o desenvolvimento e aprimoramento de competências que poderão ser utilizadas como ferramentas de suporte e apoio em sua atividade profissional. O curso baseia-se numa abordagem teórico-conceitual e utiliza-se do princípio pedagógico da contextualização para aproximar os conteúdos apresentados dos desafios da formação profissional do Assistente Social. AULA 1: O QUE É CIÊNCIA POLÍTICA 1. Reconhecer a Ciência Política como uma disciplina científica; 2. identificar as origens e as finalidades da Ciência Política; 3. refletir acerca de como a Ciência Política pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. AULA 2: O PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL 1. Reconhecer o contexto social e político em que viveu Maquiavel e a influência dessa realidade no seu pensamento; 2. identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, a partir da obra de Maquiavel, notadamente, o livro O Príncipe; 3. identificar as características da concepção de Estado e do fenômeno do poder no pensamento de Maquiavel; 4. refletir sobre como a obra de Nicolau Maquiavel pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. AULA 3: HOBBES: O MEDO E A ESPERANÇA 1. Reconhecer o contexto social e político no qual viveu Hobbes e a influência dessa realidade no seu pensamento; 2. identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Hobbes e na sua principal obra, O Leviatã; 3. identificar as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de propriedade no pensamento de Hobbes; 4. refletir sobre como o pensamento de Hobbes pode ser utilizado para o entendimento da nossa realidade e das formas de organização da sociedade contemporânea. AULA 4: OS CONTRATUALISTAS LOCKE E ROUSSEAU 1. Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento dos contratualistas Locke e Rousseau; 2. salientar as características das concepções de Estado, Contrato Social e propriedade nos pensamentos de Locke e de Rousseau; 3. refletir sobre como os pensamentos de Locke e de Rousseau podem ser utilizados para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. AULA 5: MONTESQUIEU: SOCIEDADE E PODER 1. Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento de Montesquieu e na sua principal obra, O Espírito das Leis; 2. identificar o conceito de lei em Montesquieu e sua importância teórico-metodológica para a ciência política; 3. identificar na concepção de Estado proposta por Montesquieu, a teoria dos três governos e a teoria dos Três Poderes; 4. refletir sobre como o pensamento de Montesquieu pode ser utilizado para o entendimento da nossa realidade e das formas de organização da sociedade contemporânea. AULA 6 1. Identificar as contribuições do pensamento de Karl Marx para a concepção moderna de Estado; 2. identificar como estão dispostos os conceitos de revolução, emancipação política, emancipação social e alienação na concepção de Estado por ele proposta; 3. refletir sobre a importância do pensamento marxista na atualidade. AULA 7 1. Compreender sobre os elementos constitutivos do Estado; 2. compreender as diferentes formas de classificação do Estado e dos regimes de governo. AULA 8 1. Identificar a origem e o avanço do conceito da democracia; 2. reconhecer os aspectos que caracterizam a democracia direta, a democracia representativa e a democracia semidireta; 3. identificar os diversos sentidos que o conceito da sociedade civil adquiriu ao longo da história, assim como suas diferentes acepções a partir da dicotomia sociedade civil e Estado. AULA 9 1. Identificar os conceitos de Constituição e as características do poder constituinte; 2. compreender os Fundamentos e Objetivos da República Federativa do Brasil, e como estão dispostos na Constituição os Direitos Sociais e a Seguridade Social. AULA 10 1. Reconhecer o panorama histórico, político e social que condicionou o processo de elaboração da Constituição Federal de 1988, que se constituiu em um marco no processo de democratização da sociedade brasileira; 2. refletir sobre o atual momento da democracia e da organização do estado brasileiro, e dos arranjos político-institucionais decorrentes deste cenário. FIQUE ATENTO AOS LIVROS QUE SERÃO BASE PARA O CONTEÚDO DAS AULAS, BEM COMO PARA CONSULTA: 1. BOBBIO, Norberto. Teoria geral da política – a filosofia e as lições dos clássicos. Rio de Janeiro: Campus, 2000. 2. BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil 1988. (atualizada até a EC 67, de 22/12/2010). Disponivel em: 3. CHEVALLIER, Jean- Jacques. As grandes obras políticas de Maquiavel aos nossos dias. 7 ed. São Paulo: Agir, 1995. 4. WEFFORT, Francisco C. (Org). Os clássicos da política I e II. São Paulo: Ática, 1998. 5. AZAMBUJA, Darcy. Introdução à ciência política. 13 ed. São Paulo: Globo, 2001. 6. BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de política. 7. ed. São Paulo: IMESP, 2004. 2 v. 7. BONAVIDES, Paulo. Ciência política. 10. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2004. AVALIAÇÃO Avaliação a normativa da universidade, as provas presenciais seguem o calendário acadêmico divulgado para o aluno durante o curso, os alunos realizam atividades propostas compostas de questões objetivas e discursivas referentes ao conteúdo estudado podendo ser elas autodiagnóstico ou de discussão INTRODUÇÃO A vida política e os fatos políticos sempre foram objeto de observação e reflexão por parte de filósofos, escritores e poetas desde a Antiguidade Grega. Mas, até o século XIX, não se considerava a política como um ramo do conhecimento científico e o estatuto de disciplina científica não era, até então, outorgado à Ciência Política. Ciência Política é o estudo da política: dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. Os cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos e igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão. A ciência política é a teoria e prática da política, e consiste na descrição e análise dos sistemas políticos e do comportamento político. A Ciência Política é uma disciplina científica que não pode ser pensada de forma isolada das demais ciências humanas. A partir da complexidade de seus objetos de estudo, temos que a penetração da política e do fenômeno do exercício do poder estão cotidianamente presentes em nossas relações e valores, assim como na prática do Assistente Social. http://estacio.webaula.com.br/Cursos/penspo/docs/plano_de_ensino.pdf AULA 1: O QUE É CIÊNCIA POLÍTICA VOCÊ SABE O QUE É CIÊNCIA POLÍTICA Ciência Política é o estudo da política: dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer sistema equivalente de organizaçãohumana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis. Os cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos, igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e http://estacio.webaula.com.br/Cursos/penspo/docs/plano_de_ensino.pdf interconexão. A ciência política é a teoria e prática da política, e consiste na descrição e análise dos sistemas políticos e do comportamento político. Existem estreitas relações da ciência política com as demais ciências sociais. Estas são “auxiliares” da ciência política, não em um sentido hierárquico, mas de contribuição necessária. Podemos elencar interrelações da ciência política com a Psicologia Social, Economia, História, Direito, Geografia Humana, Antropologia, etc. Inclusive, podemos afirmar que existe uma linha tênue quando se pensa na separação da sociologia e da ciência política. O fato social e a sociedade são objetos da sociologia e o são também da Ciência Política. Não é apenas com a Sociologia que acontecem relações. Apesar de o Estatuto de Ciência da Ciência Política ser reconhecido apenas no século XIX, filósofos e pensadores escreveram obras marcantes sobre o Estado, o poder e a política, desde a antiguidade grega. A vida política e os fatos políticos sempre foram objeto de observação e reflexão por parte de filósofos, escritores e poetas em todos os tempos. Mas até o século XIX, não se considerava a política como um ramo do conhecimento científico e o estatuto de disciplina científica não era outorgado à Ciência Política. HERBERT BAXTER ADAMS O termo "ciência política", por exemplo, foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor de História da Universidade Johns Hopkins. Mas a “história” da Ciência Política começa bem antes dela adquirir o status de ciência. CONHEÇA UM MAIS POUCO DA HISTÓRIA DA CIÊNCIA POLÍTICA, A primeira menção à ciência política nos remete ao século IV a.C, com Platão e Aristóteles, considerados os “pais da Ciência Política”. Inicialmente Platão, que com um olhar utópico nos livros República, Política e Leis, propõe um “Estado ideal”. Já Aristóteles, mais objetivo, procura descrever o bom governo, mas parte da observação da realidade política. Na Idade Média, temos a contribuição do pensamento cristão, principalmente nas figuras de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Chegando ao período renascentista, temos Maquiavel e seu clássico O Príncipe, com a “arte de conquistar, manter e exercer o poder”. Logo em seguida, os contratualistas, representados, numa perspectiva histórica linear, principalmente por Hobbes, Locke e Rousseau. Pensador marcante na história da política, Montesquieu, além da importância do conteúdo de sua obra, utiliza-se da observação sistemática, histórica e comparativa em seu Espírito das Leis. Chegando ao século XIX, temos Tocqueville, com Democracia na América e Comte, com o Sistema de Política Positiva. O século XX, notadamente na sua segunda parte, experimenta uma rica e variada atividade na teoria e na pesquisa com representantes de diferentes escolas e tendências. A ciência política abrange diversos campos, como a teoria e a filosofia política, os sistemas políticos, ideologia, teoria dos jogos, economia política, geopolítica, geografia política, análise de políticas públicas, política comparada, relações internacionais, análise de relações exteriores, política e direitos internacionais, estudos de administração pública e governo, processo legislativo, direito público (como o direito constitucional) e outros. O que avalia de testar, agora, se compreendeu o conteúdo até aqui? Então, responda a seguinte questão, arrastando a opção correta até a caixa branca: São considerados os “pais da Ciência Política”, os pensadores: A primeira menção à ciência política nos remete ao século IV a.C, com Platão e Aristóteles, considerados os “pais da Ciência Política”. Existe no interior da ciência política uma discussão acerca do objeto de estudo desta ciência, que, para alguns, é o Estado e, para outros, o poder. A primeira posição restringe o objeto de estudo da ciência política; a segunda amplia. Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e técnicas que podem envolver tanto fontes primárias (documentos históricos, registros oficiais) quanto secundárias (artigos acadêmicos, pesquisas, análise estatística, estudos de caso e construção de modelos). POLÍTICA COMPARADA Fundamental na ciência política, esta abordagem de pesquisa busca, através de comparações entre diversas realidades sócio-históricas, elementos mais gerais da realidade política das sociedades. Também aqui, é necessária a mediação do dado empírico com a teoria. Mas, desta vez, através da comparação, tenta-se chegar a elementos generalizáveis da realidade política e questionar hipóteses ou teorias feitas a respeito de um única realidade delimitada. TEORIA POLÍTICA Nesta abordagem, os pesquisadores, partindo dos dados empíricos, articulam-nos à teoria política propriamente dita para compreender e explicar a realidade, considerando insuficiente a mera descrição da realidade, tal como é. POLÍTICA DESCRITIVA, OU EMPÍRICA Nesta linha, os pesquisadores optam por análises meramente empíricas da realidade política. Sendo uma ciência muito controversa, esta fase, ou opção da análise política, é de fundamental importância na coleta de dados fiéis à realidade, distinguindo-se assim das teorias normativas. VOTE O estudo de ciência política é marcado pelo envolvimento frequente de cientistas políticos no processo político, uma vez que suas teorias normalmente servem de base para ação, opção e prática de outros profissionais, como jornalistas, grupos de interesse especiais, políticos, e o eleitorado. Cientistas políticos podem, ainda, trabalhar como assessores de políticos, ou até mesmo se candidatarem a cargos eleitorais. Nessa aula você: Reconheceu que as origens da Ciência Política remontam à antiguidade clássica, mas o estatuto de disciplina científica é adquirido somente no século XIX; identificou os objetos da Ciência Política, seus campos de atuação, seus métodos de pesquisa e sua relação com as demais Ciências Sociais; refletiu acerca de como a Ciência Política pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea VIDEO AULA SLIDES OBJETIVOS DA AULA: - Reconhecer a Ciência Política como uma disciplina científica; - Identificar as origens e as finalidades da Ciência Política; - Refletir acerca de como a Ciência Política pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. • DIRETO AO PONTO: • Política não é privilégio de cientistas políticos. A ação governamental, a liderança partidária, o jornalismo opinativo, as obras de reflexão e análise, a interpretação do voto, a elaboração e a discussão de ideologias, são todas formas de atividade prática e teórica de tipo político. O termo "Ciência Política" se aplica ao esforço de conhecer a realidade política dentro de um marco institucional definido, ou seja, a Universidade, e dentro de uma perspectiva "científica", isto é, que privilegie os dados da realidade e a complexidade dos problemas, e não a retórica da persuasão e a efetividade de resultados, que são mais próprios do homem político. • Navegue pela aula on line e a aprecie atentamente lendo os textos indicados, direcione inicialmente sua leitura para reconhecer a Ciência Política como uma disciplina científica. Importante estar atento que, apesar de o estatuto de ciência da Ciência Política ser reconhecido apenas no século XIX, filósofos e pensadores escreveram obras marcantes sobre o Estado, o poder e a política, desde a antiguidade grega. O QUE ÉA CIÊNCIA POLÍTICA? A ciência política surgiu da necessidade de formar gestores públicos e oferecer uma estrutura de reflexão sobre as questões públicas. Seu objetivo é estudar o poder político, suas formas concretas de manifestação e tendências evolutivas. Cabe assim à ciência política explicar os motivos das relações que existem entre os poderes políticos e a sociedade, as diversas formas de organização do estado e sua dominação por classes ou grupos, a formação da vontade política do povo e as diferentes teorias relativas à prática política. A ciência política utiliza métodos de ciências empíricas, como a física e a biologia, e metodologias e especificidades de outros ramos do conhecimento, como filosofia, história, direito, sociologia e economia, e sua finalidade é descrever aquilo que é e não o que deveria ser. Nesse sentido, distingue-se da filosofia política, área normativa voltada para conceitos como direito e justiça; da antropologia política, que estuda o fenômeno político como uma constante em todas as sociedades humanas ao longo de sua história; e da sociologia política, que estuda os fenômenos sociais a partir de uma visão política. O PENSAMENTO POLÍTICO NA GRÉCIA CLÁSSICA A Democracia Ateniense A complexidade da organização social, trouxe em seu bojo uma série de conflitos interpessoais, para os quais a lei dos deuses já não apresentava solução. Surgiram, assim, as primeiras leis que visavam a regulamentação das relações na cidade, e deu-se o início do processo de substituição das leis divinas pelas leis humanas. Sugestão de Vídeo: O que é a Ciência política? http://www.youtube.com/watch?v=2tQSFrmU_-Q PENSAMENTO POLÍTICO Platão (427-347 A.C.) percebia que a polis estava "contaminada" pelas ideias dos sofistas, e buscou uma maneira de "curá-la" desse mal, através da racionalidade. Em seu livro A República, Platão desenvolveu seu pensamento político, através da descrição do que seria, em sua concepção, a forma ideal de governo. Para Platão, a educação era a base da vida social, e sua importância era tão grande, que deveria ser assumida exclusivamente pelo Estado. Através da educação, cada homem poderia desenvolver suas aptidões, e os que chegassem a se tornar filósofos (esse seria o mais alto grau de racionalidade atingível), seriam incumbidos do governo do Estado. O PENSAMENTO POLÍTICO NA GRÉCIA CLÁSSICA Aristóteles (384-322 A.C.), é tido como o mais erudito e sábio dos filósofos gregos. Familiarizou-se com todo o desenvolvimento do pensamento grego anterior a ele. Para Aristóteles, o grande objetivo da vida do homem era ser feliz; para isso, deveria desenvolver suas aptidões. A natureza, tal qual era, não permitia http://www.youtube.com/watch?v=2tQSFrmU_-Q que um homem isolado se desenvolvesse plenamente. Por essa razão, os homens se uniam para a realização de um bem maior e mais importante: a constituição e manutenção da polis. Esse fenômeno, segundo Aristóteles, acontecia naturalmente, e o homem seria assim, naturalmente um "animal da cidade" (em grego, como visto acima, polis), ou seja, o homem seria, por natureza, um animal político. Assim, para Aristóteles, o interesse coletivo deveria necessariamente ser mais importante que o interesse particular. O QUE É A CIÊNCIA POLÍTICA? Ciência Política é o estudo da política: dos sistemas políticos, das organizações e dos processos políticos. Envolve o estudo da estrutura (e das mudanças de estrutura) e dos processos de governo — ou qualquer sistema equivalente de organização humana que tente assegurar segurança, justiça e direitos civis Os cientistas políticos podem estudar instituições como empresas, sindicatos, igrejas, ou outras organizações cujas estruturas e processos de ação se aproximem de um governo, em complexidade e interconexão. A ciência política é a teoria e prática da política, e consiste na descrição e análise dos sistemas políticos e do comportamento político. Existem estreitas relações da ciência política com as demais ciências sociais. Estas são “auxiliares” da ciência política, não em um sentido hieárquico, mas de contribuição necessária. Inclusive, podemos afirmar que existe um linha tênue quando se pensa na separação da sociologia e da ciência política. O fato social e a sociedade são objetos da sociologia e o são da Ciência Política também. Mas, não apenas com a sociologia acontecem relações. Podemos elencar inter-relações da ciência política com a Psicologia Social, Economia, História, Direito, Geografia Humana, Antropologia, etc. A vida política e os fatos políticos sempre foram objeto de observação e reflexão por parte de filósofos, escritores e poetas em todos os tempos. Mas até o século XIX, não se considerava a política como um ramo do conhecimento científico e o estatuto de disciplina científica não era outorgado à Ciência Política. O termo "ciência política", por exemplo, foi cunhado em 1880 por Herbert Baxter Adams, professor de História da Universidade Johns Hopkins. Mas a “história” da Ciência Política começa bem antes dela adquirir o status de ciência. A primeira menção à ciência política nos remete ao século IV a.C, com Platão e Aristóteles, considerados os “pais da Ciência Política”. Inicialmente Platão, que com um olhar utópico nos livros República, Política e Leis, propõe um “Estado ideal”. Já Aristóteles, mais objetivo, procura descrever o bom governo, mas parte da observação da realidade política. Na Idade Média, temos a contribuição do pensamento cristão, principalmente nas figuras de Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Chegando ao período renascentista, temos Maquiavel e seu clássico O Príncipe, com a “arte de conquistar, manter e exercer o poder”. Logo em seguida, os contratualistas, representados, numa perspectiva histórica linear, principalmente por Hobbes, Locke e Rousseau. Pensador marcante na história da política, Mostesquieu, além da importância do conteúdo de sua obra, utiliza-se da observação sistemática, histórica e comparativa em seu Espírito das Leis. Chegando ao século XIX, temos Tocqueville, com Democracia na América e Comte, com o Sistema de Política Positiva. O século XX, notadamente na sua segunda parte, experimenta uma rica e variada atividade na teoria e na pesquisa com representantes de diferentes escolas e tendências. CONCLUINDO: Existe no interior da ciência política uma discussão acerca do objeto de estudo desta ciência, que, para alguns, é o Estado e, para outros, o poder. A primeira posição restringe o objeto de estudo da ciência política; a segunda amplia. Na qualidade de uma das ciências sociais, a ciência política usa métodos e técnicas que podem envolver tanto fontes primárias (documentos históricos, registros oficiais) quanto secundárias (artigos acadêmicos, pesquisas, análise estatística, estudos de caso e construção de modelos). http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_pol%C3%ADtico http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_pol%C3%ADtica http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Processo_pol%C3%ADtico&action=edit&redlink=1 http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo http://pt.wikipedia.org/wiki/Empresa http://pt.wikipedia.org/wiki/Sindicato http://pt.wikipedia.org/wiki/Igreja http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o http://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_pol%C3%ADtico http://pt.wikipedia.org/wiki/1880 http://pt.wikipedia.org/wiki/Herbert_Baxter_Adams http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria http://pt.wikipedia.org/wiki/Universidade_Johns_Hopkins http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_sociais AULA 2 O PENSAMENTO DE NICOLAU MAQUIAVEL O Príncipe é um manual para governantes que visam auxiliar um “novo príncipe” a manter o poder e o controle no seu Estado. Apresenta exemplos de situações e problemas que esse príncipe poderáenfrentar e aconselha-o de modo circunstanciado quanto à forma de solucioná-los. A obra lhe garantiu o título de “fundador da Ciência Política Moderna”, pois, sob as luzes renascentistas, tal obra representou um marco das Ciências Humanas. Ao delinear tais ensaios políticos, Maquiavel rompe com a tradição humanista baseada no abstrato, ou seja, em conceitos ideais de sociedade. Esse rompimento com o pensamento político anterior (escolástica) é caracterizado pela defesa do método empírico, isto é, o objetivo de suas reflexões é a realidade política, pensada em termos da prática humana concreta. O enfoque de suas análises é o estudo do poder formalizado na instituição do Estado. O método empírico depende de uma filosofia da história baseada no princípio de que o fenômeno histórico não é linear, mas constituído por ciclos. Ou seja, Maquiavel acredita que a observação dos fatos passados é essencial para o estudo do presente. Maquiavel determina as causas da prosperidade e decadência dos Estados antigos, compondo, assim, um modelo analítico para o estudo das sociedades contemporâneas, sem, contudo, desprezar as peculiaridades da circunstância sob a qual se pretende agir. ELEMENTOS BÁSICOS DEFINIDORES DO MÉTODO MAQUIAVÉLICO UTILITARISMO "Escrever coisa útil para quem a entenda.” EMPIRISMO "Procurar a verdade efetiva das coisas." ANTIUTOPISMO "Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais foram vistos." REALISMO "Aquele que abandona aquilo que se faz por aquilo que se deveria fazer, conhece antes a ruína do que a própria preservação.” SÉCULO XV Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia a dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. Em qualquer de suas acepções, porém, o maquiavelismo está associado à ideia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. Essas expressões pejorativas sobreviveram, de certa forma, incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano. SÉCULO XXI Hoje em dia, na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Ao escrever sua principal obra, O Príncipe, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Talvez, por isso, sua frase mais famosa: "Os fins justificam os meios” seja tão mal interpretada. Mas para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. PAINEL HISTÓRICO Maquiavel viveu durante a renascença italiana, o que explica boa parte das suas ideias. Na Itália do Renascimento, reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise e instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado de um para outro senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular se legitimaram, e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado Central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar. Maquiavel nasceu em Florença, em 3 de maio de 1469, numa Itália "esplendorosa mas infeliz", segundo o historiador Garin. Sua família não era aristocrática nem rica. Seu pai, advogado como um típico renascentista era um estudioso das humanidades, tendo se empenhado em transmitir uma aprimorada educação clássica para seu filho. Maquiavel com 12 anos já escrevia no melhor estilo e em latim. Mas apesar do brilhantismo precoce, só em 1498, com 29 anos, Maquiavel exerceu seu primeiro cargo na vida pública. Foi nesse ano que Nicolau passou a ocupar a segunda chancelaria. Isso se deu após a deposição de Savonarola, acompanhado de todos os detentores de cargos importantes da república Florentina. Nessa atividade, cumpriu uma série de missões, tanto fora da Itália como internamente, destacando-se sua diligência em instituir uma milícia nacional. Com a queda de Soderine, em 1512, a dinastia Médici volta ao poder, desesperando Maquiavel, que é envolvido em uma conspiração, torturado e deportado. Ele se muda para São Cassiano, cidade pequena próxima de Florença, onde escreve sobre a Primeira década de Tito Lívio, mas interrompe esse trabalho para escrever sua obra-prima: O Príncipe, que, segundo alguns, é destinado à reabilitação dos aristocratas, já que a obra era nada mais que um manual da política. Maquiavel viveu uma vida tranquila em São Cassiano. Clique nas palavras manhã, tarde e noite e conheça como era o seu dia. A obra de Maquiavel é toda fundamentada em sua própria experiência, seja ela com os livros dos grandes escritores que o antecederam, seja nos anos como segundo chanceler, ou até mesmo pela sua capacidade de olhar de fora e analisar o complicado governo do qual terminou fazendo parte. Em 1527, com a queda dos Médici e a restauração da república, Maquiavel, acreditando que havia terminado os seus problemas, viu-se identificado por jovens republicanos como alguém que tinha ligações com os tiranos depostos. Então, se viu vencido. Esgotaram-se suas forças. Foi a gota d’água que estava faltando. A república considerou-o seu inimigo. Desgostoso, adoeceu e morreu em junho. Mas, nem depois de morto, Maquiavel teve descanso. Foi posto no Index pelo Concílio de Trento, o que o levou, desde então, a ser objeto de excreção dos moralistas. Maquiavel faleceu sem ver realizados os ideais pelos quais lutou durante toda a vida. A carreira pessoal nos negócios públicos tinha sido interrompida com o retorno dos Médici e, quando estes deixaram o poder, os cidadãos esqueceram-se dele, "um homem que a fortuna tinha feito capaz de discorrer apenas sobre assuntos de Estado". Também não chegou a ver a Itália forte e unificada. Deixou, porém, um valioso legado: o conjunto de ideias elaborado em cinco ou seis anos de meditação forçada pelo exílio. Talvez nem ele mesmo soubesse avaliar a importância desses pensamentos dentro do panorama mais amplo da história, pois “especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam". Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato de as teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica. Nessa aula você: Reconheceu o contexto social e político da Itália Renascentista, período em que viveu Maquiavel, e a influência dessa realidade no seu pensamento; identificou as principais contribuições para a concepção moderna de Estado que estão presentes no pensamento de Maquiavel; identificou as características da concepção de Estado e a dura visão sobre o exercício e manutenção do poder que estão presentes no pensamento de Maquiavel; refletiu sobre como a obra de Nicolau Maquiavel pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea VIDEO AULA SLIDES AULA 2: O PENSAMENTO POLÍTICO DE MAQUIAVEL OBJETIVOS DA AULA: - Reconhecer o contexto social e político em que viveu Maquiavel e a influência dessa realidade no seupensamento; - Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, a partir da obra de Maquiavel, notadamente, o livro O Príncipe; - Identificar as características da concepção de Estado e do fenômeno do poder no pensamento de Maquiavel; - Refletir sobre como a obra de Nicolau Maquiavel pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. DIRETO AO PONTO: “Os fins justificam os meios". Maquiavel provavelmente não fazia ideia de quanta polêmica ela causaria. Ele não quis dizer que qualquer atitude é justificada dependendo do seu objetivo. Seria totalmente absurdo. O que Maquiavel quis dizer foi que os fins determinam os meios. É de acordo com o seu objetivo que você vai traçar os seus planos de como atingi-los • Ao escrever O Príncipe, Maquiavel expressa nitidamente os seus sentimentos do desejo de ver uma Itália poderosa e unificada. Expressa também, a necessidade, não só dele, mas de todo o povo italiano, de um monarca com pulso firme, determinado, que fosse um legítimo rei e que defendesse seu povo sem escrúpulos e sem medir esforços. • Para Maquiavel, um príncipe não deve medir esforços, nem hesitar, mesmo que diante da crueldade ou da trapaça, se o que estiver em jogo for a integridade nacional e o bem do seu povo. O primeiro assunto dessa aula é o reconhecimento do contexto social e político em que viveu Maquiavel e a influência dessa realidade no seu pensamento. Mostrando que os acontecimentos políticos do seu tempo influenciaram diretamente em sua obra. Logo em seguida, apresentaremos questões do livro O Príncipe que estão marcadas na formação da concepção moderna de Estado. • O próximo assunto a ser discutido nessa aula são as características da concepção de Estado e do fenômeno do poder, presentes no pensamento de Maquiavel. Aqui destacaremos a visão dura e implacável de Maquiavel sobre o exercício e manutenção do poder político. Vamos então nos aprofundar na obra desse grande pensador da Ciência Política: O Príncipe é um manual para governantes que visa auxiliar um “novo príncipe” a manter o poder e o controle no seu Estado. Apresenta exemplos de situações e problemas que esse príncipe poderá enfrentar, e aconselha-o de modo circunstanciado quanto ao modo de solucioná-los. A obra lhe garantiu o título de “fundador da Ciência Política Moderna”, pois, sob as luzes renascentistas, tal obra representou um marco das Ciências Humanas. Ao delinear tais ensaios políticos, Maquiavel rompe com a tradição humanista baseada no abstrato, ou seja, em conceitos ideais de sociedade. Esse rompimento com o pensamento político anterior (escolástica) é caracterizado pela defesa do método empírico, isto é, o objetivo de suas reflexões é a realidade política, pensada em termos da prática humana concreta. O enfoque de suas análises é o estudo do poder formalizado na instituição do Estado. Contudo, esse exame empírico depende de uma filosofia da história baseada no princípio de que o fenômeno histórico não é linear, mas constituído por ciclos. Ou seja, Maquiavel acredita que a observação dos fatos passados é essencial para o estudo do presente. Maquiavel determina as causas da prosperidade e decadência dos Estados antigos, compondo assim, um modelo analítico para o estudo das sociedades contemporâneas, sem, contudo, desprezar as peculiaridades da circunstância sob a qual se pretende agir. Os elementos básicos definidores do método maquiavélico são: Utilitarismo – "Escrever coisa útil para quem a entenda Empirismo – "Procurar a verdade efetiva das coisas" Antiutopismo – "Muitos imaginaram repúblicas e principados que jamais foram vistos" Realismo – "Aquele que abandona aquilo que se faz por aquilo que se deveria fazer, conhece antes a ruína do que a própria preservação” Mais de quatro séculos nos separam da época em que viveu Maquiavel. Muitos leram e comentaram sua obra, mas um número consideravelmente maior de pessoas evoca seu nome ou pelo menos os termos que aí tem sua origem. "Maquiavélico e maquiavelismo" são adjetivo e substantivo que estão tanto no discurso erudito, no debate político, quanto na fala do dia-a-dia. Seu uso extrapola o mundo da política e habita sem nenhuma cerimônia o universo das relações privadas. O maquiavelismo está associado à ideia de perfídia, a um procedimento astucioso, velhaco, traiçoeiro. As expressões pejorativas sobreviveram, de certa forma, incólumes no tempo e no espaço, apenas alastrando-se da luta política para as desavenças do cotidiano. Assim, hoje em dia, na maioria das vezes, Maquiavel é mal interpretado. Ao escrever sua principal obra, O Príncipe, criou um "manual da política", que pode ser interpretado de muitas maneiras diferentes. Para entender Maquiavel em seu real contexto, é necessário conhecer o período histórico em que viveu. EXPLORANDO O TEMA Sugestão de vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=690r_RBYQCM PAINEL HISTÓRICO Maquiavel viveu durante a renascença italiana, o que explica boa parte das suas ideias. Na Itália do Renascimento reina grande confusão. A tirania impera em pequenos principados, governados despoticamente por casas reinantes sem tradição dinástica ou de direitos contestáveis. A ilegitimidade do poder gera situações de crise e instabilidade permanente, onde somente o cálculo político, a astúcia e a ação rápida e fulminante contra os adversários são capazes de manter o príncipe. Esmagar ou reduzir à impotência a oposição interna, atemorizar os súditos para evitar a subversão e realizar alianças com outros principados constituem o eixo da administração. Como o poder se funda exclusivamente em atos de força, é previsível e natural que pela força seja deslocado, deste para aquele senhor. Nem a religião nem a tradição, nem a vontade popular legitimaram e ele tem de contar exclusivamente com sua energia criadora. A ausência de um Estado central e a extrema multipolarização do poder criam um vazio, que as mais fortes individualidades têm capacidade para ocupar. Talvez nem Maquiavel mesmo soubesse avaliar a importância dos seus pensamentos dentro do panorama mais amplo da história, pois “especulou sempre sobre os problemas mais imediatos que se apresentavam". Apesar disso, revolucionou a história das teorias políticas, constituindo-se um marco que modificou o fato das teorias do Estado e da sociedade não ultrapassarem os limites da especulação filosófica. Maquiavel foi o primeiro a discutir a política e os fenômenos sociais nos seus próprios termos sem recurso à ética ou à jurisprudência. De fato pode-se considerar Maquiavel como o primeiro pensador ocidental de relevo a aplicar o método científico de Aristóteles e de Averróis à política. Fê-lo observando os fenômenos políticos, e lendo tudo o que se tinha escrito sobre o assunto, e descrevendo os sistemas políticos nos seus próprios termos. Para Maquiavel, a política era uma única coisa: conquistar e manter o poder ou a autoridade. Tudo o resto - a religião, a moral, etc. -- que era associado à política nada tinha a ver com este aspecto fundamental - tirando os casos em que a moral e a religião ajudassem à conquista e à manutenção do poder. A única coisa que verdadeiramente interessa para a conquista e a manutenção do poder manter é ser calculista; o político bem sucedido sabe o que fazer ou o que dizer em cada situação. http://www.youtube.com/watch?v=690r_RBYQCM Com base neste princípio, Maquiavel descreveu no Príncipe única e simplesmente os meios pelos quais alguns indivíduos tentaram conquistar o poder e mantê-lo. De fato, o livro está cheio de momentos intensos, já que a qualquer momento, se um governante não calculou bem uma determinada ação, o poder e a autoridade que cultivou tão assiduamente fogem-lhe de um momento para o outro. O mundo social e político do Príncipe é completamente imprevisível, sendo que só a mentemais calculista pode superar esta volatilidade. Pode ajudar na compreensão de Maquiavel imaginar que não está a falar sobre o estado em termos éticos mas sim em termos cirúrgicos. É que Maquiavel acreditava que a situação italiana era desesperada e que o estado Florentino estava em perigo. Em vez de responder ao problema de um ponto de vista ético, Maquiavel preocupou-se genuinamente em curar o estado para o tornar mais forte. Por exemplo, ao falar sobre os povos revoltados, Maquiavel não apresenta um argumento ético, mas cirúrgico: «os povos revoltados devem ser amputados antes que infectem o estado inteiro.» O único valor claro na obra de Maquiavel é a virtú (virtus em Latim), que é relacionado normalmente com «virtude». Mas de fato, Maquiavel utiliza-a mais no sentido latino de «viril», já que os indivíduos com virtú são definidos fundamentalmente pela sua capacidade de impor a sua vontade em situações difíceis. Fazem isto numa combinação de caráter, força, e cálculo. Numa das passagens mais famosas do Príncipe, Maquiavel descreve qual é a maneira mais apropriada para responder a volatilidade do mundo, ou à Fortuna, comparando-a a uma mulher: «la fortuna é donna». EXPLORANDO O TEMA Sugestão de vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=bLzbvMH5SqA CONCLUINDO: Maquiavel refere-se à tradição do amor cortesão, onde a mulher que constitui o objeto do desejo é abordada, cortejada e implorada. O príncipe ideal para Maquiavel não corteja nem implora a Fortuna, mas ao abordá-la agarra-a virilmente e faz dela o que quer. Esta passagem, já escandalosa na época, representa uma tradução clara da ideia renascentista do potencial humano aplicado à política. É que, de acordo com Mirandola, se um ser humano podia transformar-se no que quisesse, então devia ser possível a um indivíduo de caráter forte pôr ordem no caos da vida política. http://www.youtube.com/watch?v=bLzbvMH5SqA AULA 3 HOBBES: O MEDO E A ESPERANÇA Hobbes foi um contratualista, ou seja, um daqueles filósofos que entre o século XVI e o XVII afirmaram que a origem da sociedade e/ou Estado está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio social e da subordinação política. A GUERRA SE GENERALIZA “O homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em sociedade.” Melhor dizendo, a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social. A natureza do homem é tal que, embora seja capaz de reconhecer em muitos outros maior inteligência, eloquência ou saber, dificilmente acredita que haja muitos tão sábios como ele próprio, pois vê sua sabedoria bem de perto e a dos outros a distância. RIVALIDADE A semelhança que existe entre os homens se constitui em rivalidade, pois cada um quer parecer superior em poder, inteligência e valor ao seu semelhante que, por sua vez, também deseja o mesmo. Como ambos têm um desejo em comum, duas de suas atitudes são a defesa e o ataque, onde cada qual espera receber o devido respeito que julga merecer, um causando dano ao outro. Sendo assim, os homens viveriam em constante perigo, pois quem possui mais bens materiais que os outros, sentem- se ameaçado de privação das suas conquistas: bens, liberdade, conforto, enquanto que o outro, o invasor, teme ser apanhado. PRIMEIRO: A COMPETIÇÃO SEGUNDO: A DESCONFIANÇA TERCEIRO: A GLÓRIA " A primeira leva o homem a atacar os outros tendo em vista o lucro; a segunda , a segurança e a terceira, a reputação." (p.56) Portanto sem um poder comum, os homens viveriam em constante guerra, uns contra os outros. " Para Aristóteles, o homem naturalmente vive em sociedade, e só desenvolve as suas potencialidades dentro do estado" ( p. 57). Se o homem é sociável, parece estranho que ele tenha a capacidade de atacar e destruir ao outro. Na verdade o homem não conhece a si próprio. Para Hobbes, um homem pode conhecer o seu semelhante lendo as suas ações e fará o possível para não encontrá-lo em si próprio, pois se julga melhor, mais perfeito e mais importante. Se este homem deseja governar seus semelhantes, deverá ler, antes de tudo, a si mesmo, para compreender as suas atitudes. A teoria de Hobbes se fundamenta na realidade e na natureza do homem. O homem não vive em sociedade sem leis e regras que limitem seus desejos e atitudes. Sem isso, nenhum cidadão poderia viver em segurança ou em harmonia com o seu semelhante, entretanto, para Hobbes, o homem é um selvagem, mas se realmente fosse, ele não teria a capacidade de se reunir em assembleia em um determinado momento no qual julgasse necessário para escolher um chefe que os protegesse e para estabelecer regras que os organizasse. COMO PÔR TERMO A ESSE CONFLITO “O indivíduo hobbesiano não almeja tanto os bens, mas a honra” pag 59 O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. Para ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. Se os homens possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, terá direito a todas as coisas até mesmo aos corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as pessoas não viveriam o tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é necessário que os homens renunciem ao seu direito. “Que um homem concorde, quando os outros também o façam, e na medida em que tal considere necessário para a paz e para a defesa de si mesmo, em renunciar o seu direito a todas as coisas, contentando-se, em relação aos outros homens, com a mesma liberdade que aos outros homens permite em relação ao mesmo." ( p. 60) "… Porque, se há governo, é justamente para que vivamos em paz: sem governo, já vimos, nós nos matamos uns aos outros. Por isso o poder governante tem que ser ilimitado." (p. 63). O Estado se constitui quando os homens em assembleia entram em um acordo de que uma determinada pessoa seja representante de todos eles, até mesmo de quem não o elegeu. A essa pessoa fica garantido o direito de soberania e se alguém desobedecê-lo ou ameaçar seu poder ou sua vida e for morto, será o autor do seu próprio castigo. IGUALDADE E LIBERDADE Nesse Estado em que o poder é absoluto, a igualdade e a liberdade, valores respeitados por nós, tem segundo Hobbes, a capacidade de gerar entusiasmo, ambição, descontentamento e guerra. A igualdade, como já vimos, é fator que leva a guerra a todos, pois dois homens podem querer a mesma coisa e, por isso, todos nós vivemos em constante competição. Liberdade para Hobbes significa a ausência de oposição e não se aplica às criaturas irracionais e inanimadas menos do que às racionais. Hobbes reduz a liberdade a uma determinação física, aplicável a qualquer corpo e como o princípio pelo qual os homens lutam e morrem. "… Um homem livre é aquele que, naquelas coisas que graças a sua força de engenho é capaz de fazer, não é impedido de fazer o que tem vontade de fazer." ( Pág. 67) Quando o indivíduo abre mão de seu direito de natureza, firma o contrato social e contribui para proteger a própria vida. Mas o indivíduo não perdeu a liberdade, ele deve obediência ao soberano. Caso ele seja ordenado, por exemplo, para matar-se ou confessar algum crime, tem plena liberdade para recusar-se. " Ninguém tem a liberdade de resistir a espada do Estado, em defesa de outrem, seja culpado ou inocente. Porque essa liberdade priva a soberania dos meios para proteger-nos, sendo portanto, destrutiva a própria essência do Estado."(p. 70) O soberano não perde a soberania se não atende aos caprichos de cada súdito. Mas se ele deixa de proteger a vida de um de seus cidadãos, este não lhe deve mais sujeição e obediência, porém outros não podem aliar-se a ele, pois ainda recebem proteção. Em outras palavras podemosdizer que se o governante não cumpre a sua obrigação, o súdito recupera a sua liberdade natural. O ESTADO, O MEDO E A LIBERDADE “O soberano governa pelo temor que infringe os seus súditos. Porque sem medo, ninguém abriria mão de toda a liberdade que tem naturalmente; se não temesse a morte violenta, que homem renunciaria ao direito que possui, por natureza, a todos os bens e corpos?" ( p. 71) Para Hobbes, a lei é fundamental para que exista justiça entre o que "é meu" e o que "é teu". Seria impossível alguém deixar uma herança para seus descendentes, pois qualquer cidadão poderia apossar-se das propriedades. Assim, todos os súditos que tenham o direito à propriedade de suas terras ou seus bens podem excluir os outros súditos dessas terras ou bens. Só não podem excluir o governante. "Compete ao soberano, a distribuição das terras do país, assim como a decisão sobre em que lugares, e com que mercadorias, os súditos estão autorizados a manter tráfico com o estrangeiro". (WEFFORT, 1998, P. 75). Hobbes foi um contratualista, ou seja, um daqueles filósofos que entre o século XVI e o XVII afirmaram que a origem da sociedade e/ou Estado está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio social e da subordinação política. UM PENSADOR MALDITO Hobbes é um dos pensadores mais “malditos” da História da Filosofia Política – pois, no século XVIII, o termo “hobbista” era quase tão ofensivo quanto “maquiavélico", não só porque apresenta o Estado como monstruoso e o homem como belicoso, mas porque subordina a religião à política, nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. O contrato produz dois resultados importantes: O homem é artífice de sua condição, de seu destino e não Deus ou a natureza. O homem pode conhecer tanto a sua presente condição miserável quanto os meios para alcançar a paz e a prosperidade. Nesta aula você: Reconheceu o contexto social e político no qual viveu Hobbes e a influência dessa realidade no seu pensamento; identificou as contribuições para a concepção moderna de Estado, a partir do pensamento de Hobbes e de sua principal obra, O Leviatã; identificou as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de propriedade no pensamento hobbesiano; - refletiu sobre como o pensamento de Thomas Hobbes pode ser utilizado para o entendimento da nossa realidade e das formas de organização da sociedade contemporânea. VIDEO AULAS PENSAMENTO POLÍTICO AULA 3: O PENSAMENTO POLÍTICO DE HOBBES -Reconhecer o contexto social e político em que viveu Hobbes e a influência dessa realidade no seu pensamento; - Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de Hobbes e na sua principal obra, O Leviatã; - Identificar as características da concepção de Estado, do fenômeno do poder e da ideia de propriedade no pensamento de Hobbes; - Refletir sobre como o pensamento de Hobbes pode ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. DIRETO AO PONTO: Hobbes é um contratualista, quer dizer um daqueles filósofos que entre o século XVI e o XVII, afirmaram que a origem da sociedade e/ ou Estado está num contrato: os homens viveriam, naturalmente, sem poder e sem organização – que somente surgiriam depois de um pacto firmado por eles, estabelecendo as regras do convívio social e da subordinação política. • O homem natural de Hobbes não é um selvagem. É o mesmo homem que vive em sociedade. Melhor dizendo,” a natureza do homem não muda conforme o tempo, ou a história, ou a vida social." Pois a natureza do homem é tal que, embora sejam capazes de reconhecer em muitos outros maior inteligência, maior eloquência ou maior saber, dificilmente acreditam que haja, muitos tão sábios como eles próprios; porque veem sua sabedoria bem de perto e a dos outros a distância. • A semelhança que existe entre os homens se constitui em rivalidade, pois cada um que parecer superior em poder, inteligência e valor ao seu semelhante, e este por sua vez, também deseja o mesmo. Como ambos têm um desejo em comum, duas atitudes são de defesa e ataque, onde cada qual espera receber o devido respeito que julga merecer, causando ao outro dano. • Sendo assim os homens viveriam em constante perigo, pois quem possui mais bens materiais que os outros, sentem- se ameaçado de privação das suas conquistas: bens, liberdade, conforto, enquanto que o outro, o invasor, teme ser apanhado Na natureza do homem, encontramos 3 causas principais de discórdia: primeiro a competição, segundo a desconfiança ; e terceiro a glória. • Para Hobbes, um homem pode conhecer o seu semelhante lendo as suas ações, e fará o possível para não encontrar o mesmo em si próprio, pois julga- se melhor, mais perfeito e mais importante. Mas se este homem deseja governar seus semelhantes ele deverá ler, antes de tudo, a si mesmo, para compreender as suas atitudes. • A teoria de Hobbes se fundamenta na realidade e na natureza do homem. O homem não vive em sociedade sem leis e regras que limitem seus desejos e atitudes. Sem isso, nenhum cidadão poderia viver em segurança ou em harmonia com o seu semelhante, porém, para Hobbes, o homem é um selvagem, mas se realmente fosse, ele não teria a capacidade de se reunir em assembleia em um determinado momento em que julgasse necessário para escolher um chefe que os protegesse e estabelecer regras que os organizasse. O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. Para ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. Se os homens possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, ter direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as pessoas não viveriam o tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é necessário que os homens renunciem ao seu direito. O Estado se constitui quando os homens em assembleia entram em um acordo, que uma determinada pessoa seja representante de todos eles, até mesmo de quem não o elegeu. A esta pessoa fica garantido o direito de soberania e se alguém desobedecê-lo ou ameaçar seu poder ou sua vida e for morto, será o autor do seu próprio castigo. Nesse Estado em que o poder é absoluto, a igualdade e a liberdade, valores respeitados por nós, tem segundo Hobbes, a capacidade de gerar entusiasmo, ambição, descontentamento e guerra. A igualdade, já vimos, é fator que leva a guerra de todos, pois dois homens podem querer a mesma coisa, e por isso todos nós vivemos em constante competição. Liberdade para Hobbes significa a ausência de oposição e não se aplica menos as criaturas irracionais e inanimadas do que as racionais. Quando o indivíduo abre mão de seu direito de natureza ele firma o contrato social e contribui para proteger a própria vida. Mas o indivíduo não perdeu a liberdade, ele deve obediência ao soberano, caso ele seja ordenado, por exemplo, para matar-se ou confessar algum crime, ele tem plena liberdade para recusar-se. O soberano não perde a soberania se não atende aos caprichos de cada súdito. Mas se ele deixa de proteger a vida de um de seus cidadãos, este não lhe deve mais sujeição e obediência, porém outros não podem aliar-se a este, pois ainda recebem proteção. Sugestão de vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=hl7ZTOycrmU&feature=fvwrel O súdito não obedece a seu soberano apenas por medo de um castigo ou de morte violenta. Mas sim, porque ele o respeita e respeita as suas regras para garantir sua própria segurança, de seus familiares, de suas propriedades, terras e bens materiais. Nenhum homem por mais rebelde, ambicioso ou egoísta que possa ser não colocaria sua vida em risco para ternovamente a liberdade natural que lhe concede todos os direitos, pois esta liberdade pode permitir que ele faça tudo o que tem vontade, mas não lhe dá proteção e paz. Hobbes é um dos pensadores mais “malditos” da História da Filosofia Política – pois, no século XVIII, o termo “hobbista” era quase tão ofensivo quanto “maquiavélico", não só porque apresenta o Estado como monstruoso e o homem como belicoso, porque subordina a religião à política, mas porque, nega um direito natural ou sagrado do indivíduo à sua propriedade. O contrato produz dois resultados importantes: Sugestão de vídeo: http://www.youtube.com/watch?v=HBvVFP3Zuac&feature=related Concluindo: O homem hobbesiano produz riquezas para ter maior valor, maior status, maior respeito. Para ele, a honra é o valor atribuído a alguém pelas suas aparências externas. Se os homens possuírem a liberdade de usar seu próprio poder, ter direito a todas as coisas, até mesmo aos corpos dos outros, ninguém estará em segurança, não haverá paz, e as pessoas não viveriam o tempo necessário que a natureza lhes permite. Para haver paz é necessário que os homens renunciem ao seu direito. http://www.youtube.com/watch?v=hl7ZTOycrmU&feature=fvwrel http://www.youtube.com/watch?v=HBvVFP3Zuac&feature=related AULA 4 OS CONTRATUALISTAS LOCKE E ROUSSEAU JONH LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL Revoluções Inglesas O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, partidária do liberalismo. Esse conflito assumiu também conotações religiosas e se mesclou com as lutas sectárias entre católicos, anglicanos, presbiterianos e puritanos. Finalmente, a crise político-religiosa foi agravada pela rivalidade econômica entre os beneficiários dos privilégios e monopólios mercantilistas concedidos pelo Estado e os setores que advogavam a liberdade de comércio e de produção. Jonh Locke - o individualista liberal John Locke (1632-1704) que, junto ao opositor dos Stuart se encontrava refugiado na Holanda, retornou à Inglaterra após o triunfo da Revolução Gloriosa. Em 1689-90, publica suas principais obras: Cartas sobre a tolerância, Ensaio sobre o entendimento humano e os Dois tratados sobre governo civil. Além de defensor da liberdade e da tolerância religiosas, Locke é considerado o fundador do empirismo, doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva da experiência. Como filósofo, Locke é conhecido pela teoria da tábula rasa do conhecimento, desenvolvida no Ensaio sobre o entendimento humano. teoria da tábula rasa é, portanto, uma crítica à doutrina das ideias inatas, formulada por Platão e retomada por Descartes, segundo a qual, determinadas ideias, princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente da experiência. Os dois tratados sobre o governo civil Obra mais importante de Locke no campo da ciência política, Os Dois tratados, escritos provavelmente em 1679-80, só foram publicados na Inglaterra em 1690, após o triunfo da Revolução Gloriosa. O Primeiro Tratado é uma refutação do Patriarca, obra em que Robert Filmer defende o direito divino dos reis com base no princípio da autoridade paterna que Adão, supostamente o primeiro pai e o primeiro rei, legará à sua descendência. O Segundo Tratado é, como indica seu título, um ensaio sobre a origem, extensão e objetivo do governo civil. Nele, Locke sustenta a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos governados é a única fonte do poder político legítimo. O ESTADO DE NATUREZA Juntamente a Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. O modelo jusnaturalista de Locke é, em suas linhas gerais, semelhante ao de Hobbes: ambos partem do estado de natureza que, pela mediação do Contrato Social, realiza-se a passagem para o estado civil. Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, diversamente de Hobbes, concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/Contrato Social/estado civil. Locke afirma ser a existência do indivíduo anterior ao surgimento da sociedade e do Estado. Na sua concepção individualista, os homens viviam originalmente num estágio pré- social e pré-político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Esse estado de natureza diferia do estado de guerra hobbesiano, baseado na insegurança e na violência, por ser um estado de relativa paz, concórdia e harmonia. Nesse estado pacífico, os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da propriedade que, numa primeira acepção genérica utilizada por Locke, designava simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. ACESSE A BIBLIOTECA VIRTUAL PARA VISUALIZAR MAIS CONTEÚDOS SOBRE A TEORIA DA PROPRIEDADE, O CONTRATO SOCIAL, A SOCIEDADE POLÍTICA OU CIVIL E O DIREITO DE RESISTÊNCIA SEGUNDO JOHN LOCKE. Os direitos naturais inalienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade constituem para Locke o cerne do estado civil e ele é considerado, por isso, o pai do individualismo liberal. Locke forneceu a posteriori a justificação moral, política e ideológica para a Revolução Gloriosa e para a monarquia parlamentar inglesa. Influenciou a Revolução Norte-Americana, onde a declaração de independência foi redigida e a guerra de libertação foi travada em termos de direitos naturais e de direito de resistência para fundamentar a ruptura com o sistema colonial britânico. Influenciou ainda os filósofos iluministas franceses, principalmente Voltaire e Montesquieu, e, através deles, a Grande Revolução de 1789 e a Declaração e Direitos do Homem e do Cidadão. O PACTO SOCIAL O pacto social, um dos temas mais candentes da filosofia política clássica, tais como a passagem do estado de natureza ao estado civil, o Contrato Social, a liberdade civil, o exercício da soberania, a distinção entre o governo e o soberano, o problema da escravidão, o surgimento da propriedade, será tratado por Rousseau de maneira exaustiva, de um lado, retomando as reflexões dos autores da tradicional escola do direito natural, como Grotius, Pufendorf e Hobbes e, de outro, não poupando críticas pontuais a nenhum deles, o que o colocará, no século XVIII, em lugar de destaque entre os que inovaram a forma de se pensar a política, principalmente ao propor o exercício da soberania pelo povo como condição primeira para a sua libertação. E, certamente, os protagonistas da revolução de 1789 o elegerão como patrono da revolução ou como o primeiro revolucionário. As principais obras de Rousseau, Contrato Social e do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, constituem uma unidade temática importante e os demais escritos, de certa maneira, aprofundam e explicitam as questões abordadas nessas duas obras. A trajetória do homem, da sua condição de liberdade no estado de natureza até o surgimento da propriedade, com todos os inconvenientes que daí surgiram, foi descrita no Discurso sobre a origem da desigualdade. Nessa obra, o objetivo de Rousseau é o de construir a história hipotética da humanidade, deixando de lado os fatos, procedimento semelhante ao que outros filósofos já haviam feito no século XVII. O CONTRATO SOCIAL O que se pretende estabelecer no Contrato Social são as condições de possibilidade de um pacto legítimo, através do qual os homens, depois de terem perdido sua liberdade natural, ganhem, em troca, a liberdade civil. Tais condições serão desenvolvidas ao longo dos capítulos VI, VII e VIII do livro I do Contrato Social. No processo de legitimação do pacto social, o fundamental é a condição de igualdade das partes contratantes. As cláusulas do contrato. http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdfUm povo só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de tal modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão à deliberação de si mesmo e de cada cidadão como parte do poder soberano, isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de um indivíduo em particular ou de um grupo de indivíduos. A VONTADE E A REPRESENTAÇÃO Para Rousseau, antes de mais nada, impõe-se definir o governo, o corpo administrativo do Estado, como funcionário do soberano, como um órgão limitado pelo poder do povo e não como um corpo autônomo ou então como o próprio poder máximo, confundindo-se nesse caso com o soberano. Se a administração é um órgão importante para o bom funcionamento da máquina política, qualquer forma de governo que se venha a adotar terá que submeter-se ao poder soberano do povo. Mesmo sob um regime monárquico, segundo Rousseau, o povo pode manter-se como soberano, desde que o monarca se caracterize como funcionário do povo. Outra instituição que merece muita atenção por parte de Rousseau é a da representação política. A força de suas expressões no capítulo XV do livro III do Contrato Social poderiam dar a entender uma certa http://www.ebooksbrasil.org/adobeebook/contratosocial.pdf intransigência quanto a um mecanismo que ficaria consagrado pelas democracias modernas. No entanto, para permanecer coerente com seus princípios, sempre na exigência de legitimidade da ação política, Rousseau não admite a representação ao nível da soberania. Uma vontade não se representa. Fazer com que um povo da servidão recupere a liberdade é o mesmo que recuperar a vida de um doente prestes a morrer. Tal façanha, evidentemente, não ocorre todos os dias, mas só mesmo por um milagre. Uma reviravolta desse porte só acontece uma vez na vida de um povo. Foi assim que os protagonistas da Revolução Francesa de 1789 compreenderam o momento extraordinário em que estavam vivendo. A febre e o fervor revolucionários faziam com que cada militante se sentisse como se estivesse saindo das cinzas, da morte para a vida. E lá estavam eles a empunhar o Contrato Social como uma espécie de “manual de ação política” e a eleger o seu autor como o primeiro revolucionário. Nessa aula você: Identificou as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento dos pensadores contratualistas Locke e Rousseau; salientou as características das concepções de Estado, Contrato Social e propriedade nos pensamentos de Locke e de Rousseau e reconheceu as diferenças em relação ao pensamento de Hobbes; refletiu sobre questões como a dos direitos civis, da vontade e da representação que estão hoje presentes nos paradigmas da democracia liberal e podem ser utilizados para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. VIDEO AULA PENSAMENTO POLÍTICO Aula 4: Locke e Rousseau - Identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento dos contratualistas Locke e Rousseau; - Identificar as características das concepções de Estado, contrato social e propriedade nos pensamentos de Locke e de Rousseau; - Refletir sobre como os pensamentos de Locke e de Rousseau podem ser utilizados para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. • DIRETO AO PONTO: “Para bem compreender o poder político e derivá-lo de sua origem, devemos considerar em que estado todos os homens se acham naturalmente, sendo este um estado de perfeita liberdade para ordenar-lhes as ações e regular-lhes as posses e as pessoas conforme acharem conveniente, dentro dos limites da lei da natureza, sem pedir permissão ou depender da vontade de qualquer outro homem.” (LOCKE, JOHN, Segundo Tratado sobre o Governo) Enquanto um povo é constrangido a obedecer e obedece, faz bem; tão logo ele possa sacudir o jugo e o sacode, faz ainda melhor; porque, recobrando a liberdade graças ao mesmo direito com o qual lha arrebataram, ou este lhe serve de base para retomá-la ou não se prestava em absoluto para subtraí-la. Mas a ordem social é um direito sagrado que serve de alicerce a todos os outros. Esse direito, todavia, não vem da Natureza; está, pois, fundamentado sobre convenções. (Rousseau, Contrato Social – Livro I) Esta aula apresenta dois filósofos contratualistas: Jonh Locke e Jean Jacques Rousseau, pensadores fundamentais para as concepções modernas de Estado e de democracia. Começaremos com a identificação das contribuições para a concepção moderna de Estado, no pensamento de cada um dos dois pensadores. Exploraremos principalmente a passagem do estado de natureza para o estado civil através da mediação de um contrato social. Em seguida, procederemos com o apontamento das características das concepções de Estado, contrato social e propriedade nos pensamentos de Locke e de Rousseau. Inicialmente, é preciso demonstrar a diferença pelo o que os dois pensadores entendem por estado de natureza, em relação ao disposto por Hobbes no Leviatã. Seguindo, realizaremos a apresentação de outras diferenças no que refere ao pensamento de Hobbes em comparação ao de Rosseau e Locke. Aqui o objeto de comparação é o sentido do pacto social, que passa, de um “pacto de submissão, no pensamento hobbesiano, à um “pacto de consenso”. No que se refere à ideia de propriedade, importante frisar a concepção liberal de Locke, que atendia aos interesses da classe burguesa, então em ascensão. Como conclusão, mais uma vez, um convite à reflexão de como os pensamentos de Locke e de Rousseau podem ser utilizada para o entendimento da nossa realidade cotidiana e das formas de organização da sociedade contemporânea. As principais questões dizem respeito, no caso de Locke, a defesa dos direito alienáveis do indivíduo à vida, à liberdade e à propriedade. E, no caso de Rousseau, a notória influencia de seu pensamento nos ideais da Revolução Francesa. VAMOS AGORA ESTUDAR LOCKE. Abrindo o baú para Locke: http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48 JOHN LOCKE E O INDIVIDUALISMO LIBERAL As Revoluções Inglesas - O século XVII foi marcado pelo antagonismo entre a Coroa e o Parlamento, controlados, respectivamente, pela dinastia Stuart, defensora do absolutismo, e a burguesia ascendente, partidária do liberalismo. Esse conflito assumiu também conotações religiosas e se mesclou com as lutas sectárias entre católicos, anglicanos, presbiterianos e puritanos. Finalmente, a crise político-religiosa foi agravada pela rivalidade econômica entre os beneficiários dos privilégios e monopólios mercantilistas concedidos pelo Estado e os setores que advogavam a liberdade de comércio e de produção. Além de defensor da liberdade e da tolerância religiosas, Locke é considerado o fundador do empirismo, doutrina segundo a qual todo o conhecimento deriva da experiência. Como filósofo, Locke é conhecido pela teoria da tabula rasa do conhecimento, desenvolvida no Ensaio sobre o entendimento humano. A teoria da tabula rasa é, portanto, uma crítica à doutrina das ideias inatas, formulada por Platão e retomada por Descartes, segundo a qual, determinadas ideias, princípios e noções são inerentes ao conhecimento humano e existem independentemente da experiência. Os dois tratados sobre o governo civil - Obras mais importante de Locke no campo da ciência política: O Primeiro tratado é uma refutação do Patriarca, obra em que Robert Filmer defende o direito divino dos reis com base no princípio da autoridade paterna que Adão, supostamente o primeiro pai e o primeiro rei, legará à sua descendência. O Segundo tratado é, como indica seu título, um ensaio sobre a origem, extensão e objetivo do governo civil. Nele, Locke sustenta a tese de que nem a tradição nem a força, mas apenas o consentimento expresso dos governados é a única fonte do poder político legítimo. O estado de natureza - Juntamentecom Hobbes e Rousseau, Locke é um dos principais representantes do jusnaturalismo ou teoria dos direitos naturais. O modelo jusnaturalista de Locke é, em suas linhas gerais, semelhante ao de Hobbes: ambos partem do estado de natureza que, pela mediação do contrato social, http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48 http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48 realiza-se a passagem para o estado civil. Existe, contudo, grande diferença na forma como Locke, diversamente de Hobbes, concebe especificamente cada um dos termos do trinômio estado natural/contrato social/estado civil. Locke afirma ser a existência do indivíduo anterior ao surgimento da sociedade e do Estado. Na sua concepção individualista, os homens viviam originalmente num estágio pré-social e pré- político, caracterizado pela mais perfeita liberdade e igualdade, denominado estado de natureza. Esse estado de natureza diferia do estado de guerra hobbesiano, baseado na insegurança e na violência, por ser um estado de relativa paz, concórdia e harmonia. Nesse estado pacífico os homens já eram dotados de razão e desfrutavam da propriedade que, numa primeira acepção genérica utilizada por Locke, designava simultaneamente a vida, a liberdade e os bens como direitos naturais do ser humano. A teoria da propriedade - A teoria da propriedade de Locke, que é muito inovadora para sua época, também difere bastante da de Hobbes.Para Hobbes, a propriedade inexiste no estado de natureza e foi instituída pelo Estado-Leviatã após a formação da sociedade civil. Assim como a criou, o Estado pode também suprimir a propriedade dos súditos. Para Locke, ao contrário, a propriedade já existe no estado de natureza e, sendo uma instituição anterior à sociedade, é um direito natural do indivíduo que não pode ser violado pelo Estado. O homem era naturalmente livre e proprietário de sua pessoa e de seu trabalho.. O trabalho era, na concepção de Locke, o fundamento originário da propriedade. O Contrato Social - O estado de natureza, relativamente pacífico, não está isento de inconvenientes, como a violação da propriedade (vida, liberdade e bens) que, na falta de lei estabelecida, de juiz imparcial e de força coercitiva para impor a execução das sentenças, coloca os indivíduos singulares em estado de guerra uns contra os outros. É a necessidade de superar esses inconvenientes que, segundo Locke, leva os homens a se unirem e estabelecerem livremente entre si o contrato social, que realiza a passagem do estado de natureza para a sociedade política ou civil. O contrato social de Locke em nada se assemelha ao contrato hobbesiano. Em Hobbes, os homens firmam entre si um pacto de submissão pelo qual, visando a preservação de suas vidas, transferem a um terceiro (homem ou assembleia) a força coercitiva da comunidade, trocando voluntariamente sua liberdade pela segurança do Estado-Leviatã.. Em Locke, o contrato social é um pacto de consentimento em que os homens concordam livremente em formar a sociedade civil para preservar e consolidar ainda mais os direitos que possuíam originalmente no estado de natureza. A Sociedade Política ou civil - Assim, a passagem do estado de natureza, para a sociedade política ou civil (Locke não distingue entre ambas) se opera quando, através do contrato social, os indivíduos singulares dão seu consentimento unânime para a entrada no estado civil. Estabelecido o estado civil, o passo seguinte é a escolha pela comunidade de uma determinada forma de governo. Na escolha do governo, a unanimidade do contrato originário cede lugar ao princípio da maioria, segundo o qual prevalece a decisão majoritária e, simultaneamente, são respeitados os direitos da minoria. O direito de resistência - Locke afirma que, quando o executivo ou o legislativo violam a lei estabelecida e atentam contra a propriedade, o governo deixa de cumprir o fim a que fora destinado, tornando-se ilegal e degenerando em tirania. Com efeito, a violação deliberada e sistemática da propriedade (vida, liberdade e bens) e o uso contínuo da força sem amparo legal colocam o governo em estado de guerra contra a sociedade e os governantes em rebelião contra os governados, conferindo ao povo o legítimo direito de resistência à opressão e à tirania. VAMOS ESTUDAR AGORA O PENSAMENTO DE ROUSSEAU Abrindo o baú para Rousseau: http://www.youtube.com/watch?v=UxOes_GVFF0 ROUSSEAU: DA SERVIDÃO À LIBERDADE O pacto social - O pacto social, um dos temas mais candentes da filosofia política clássica, tais como a passagem do estado de natureza ao estado civil, o contrato social, a liberdade civil, o exercício da soberania, a distinção entre o governo e o soberano, o problema da escravidão, o surgimento da propriedade, serão tratados por Rousseau de maneira exaustiva. As principais obras de Rousseau, Contrato social e do Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, constituem uma unidade temática importante, e os demais escritos, de certa maneira, aprofundam e explicitam as questões abordadas nessas duas obras. A trajetória do homem, da sua condição de liberdade no estado de natureza, até o surgimento da propriedade, com todos os inconvenientes que dai surgiram, foi descrita no Discurso sobre a origem da desigualdade. Um povo, só será livre quando tiver todas as condições de elaborar suas leis num clima de igualdade, de tal modo que a obediência a essas mesmas leis signifique, na verdade, uma submissão à deliberação de si mesmo e de cada cidadão, como partes do poder soberano. Isto é, uma submissão à vontade geral e não à vontade de um indivíduo em particular ou de um grupo de indivíduos. A vontade e a representação - Para Rousseau, antes de mais nada, impõe-se definir o governo, o corpo administrativo do Estado, como funcionário do soberano, como um órgão limitado pelo poder do povo e não como um corpo autônomo ou então como o próprio poder máximo, confundindo-se neste caso com o soberano. Se a administração é um órgão importante para o bom funcionamento da máquina política, qualquer forma de governo que se venha a adotar terá que submeter-se ao poder soberano do povo. Assim concluímos nossa aula. E na próxima? AULA 5 MONTESQUIEU: SOCIEDADE E PODER NESSA AULA Vamos identificar as contribuições para a concepção moderna de Estado no pensamento de Montesquieu e na sua principal obra, O Espírito das Leis; Vamos identificar o conceito de lei em Montesquieu e sua importância teórico-metodológica para a ciência política; Vamos identificar na concepção de Estado proposta por Montesquieu, a teoria dos três governos e a teoria dos Três Poderes; Vamos refletir sobre como o pensamento de Montesquieu como pode ser utilizado para o entendimento da nossa realidade e das formas de organização da sociedade contemporânea. FRANÇA SÉCULO 18 O ESPÍRITO DAS LEIS CHARLES LOUIS DE SECONDAT - Barão de Montesquieu - 1689 a 1755 MONTESQUIEU Aristocrata francês nascido em Bordeaux considerado o fundador da sociologia moderna pública em 1748 “O Espírito das Leis” onde propõe a discussão das leis das nações. Para ele é a RAZÃO que rege os povos na elaboração das leis e normas de um país. Para Montesquieu, a vida política se inspira na CIÊNCIA, na análise empírica. Os povos então se organizaram e estabeleceram 3 tipos de governo. http://www.youtube.com/watch?v=bIOUnz__S48 http://www.youtube.com/watch?v=UxOes_GVFF0 REPÚBLICA / MONARQUIA / DESPOTISMO DIFERENTES EM SUA CONCEPÇÃO DISTRIBUIÇÃO DE PODER E SOBERANIA MONARQUIA - na monarquia o rei governa de acordo com o leis imutáveis da nobreza, seu princípio ético e a HONRA. Monarquia e o Parlamento - na monarquia o rei JULGA e EXECUTA. Ao Parlamento, cabe LEGISLAR O DÉSPOTA OU TIRANO - no despotismo, o tirano governa seguindo sua própria vontade. Seu Princípio ético é o MEDO do qual ele se utiliza para governar. O ABSOLUTISMO DESPOTICO - no DESPOTISMO, todo poder cabe ao TIRANO.
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