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infi – Instituto FEBRABAN de Educação FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES MÓDULO I SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 2 SUMÁRIO Sistema Financeiro Nacional Meios de Pagamento ............................................................................ 5 Organograma do SFN .......................................................................... 6 Fiscalização e Regulamentação............................................................ 7 Conselho Monetário Nacional (CMN) ................................................... 7 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) .............................................. 7 CMN – Composição ............................................................................. 8 Moeda e Meio Circulante ...................................................................... 9 Banco Central do Brasil (Bacen ou BCB) ............................................. 10 Leis do SFN e Mercado de Capitais ..................................................... 12 Legislação Evolvida .............................................................................. 13 Mercado de Crédito .............................................................................. 16 Atuação dos Agentes do SFN .............................................................. 18 Relacionamento Bancário .................................................................... 20 Legislação Envolvida ............................................................................ 21 Correspondentes Canais de Atendimento Físico .............................................................. 23 Correspondente .................................................................................... 24 Transações do Correspondente ........................................................... 25 Serviços Prestados ............................................................................... 26 Restrições ............................................................................................. 27 Desafios ................................................................................................ 28 Benefícios ............................................................................................. 29 Resoluções ........................................................................................... 30 Tarifas, Impostos e Serviços de Correspondentes Restrições ............................................................................................. 34 Serviços Disponíveis ............................................................................ 35 Liquidação Antecipada ......................................................................... 35 CET - Custo Efetivo Total .................................................................... 36 IOF - Imposto sobre Operações Financeiras ....................................... 40 ISS - Imposto sobre Serviços ............................................................... 43 Legislação Envolvida ............................................................................ 45 Controle e Acompanhamento Regulamentação do SFN ..................................................................... 49 Autorregulação Bancária ...................................................................... 50 Sigilo das Informações ......................................................................... 53 Auditoria Interna ................................................................................... 54 Princípios da Auditoria Interna ............................................................. 55 Classificação de Riscos da Carteira ..................................................... 56 3 A Visão do Compliance ........................................................................ 57 Liquidez e Solidez do SFN ................................................................... 58 Legislação Envolvida ............................................................................ 60 Controles Internos e Compliance Conceito Geral ...................................................................................... 62 Pontos Primordiais da Resolução 2.554 .............................................. 62 Poderes do Banco Central ................................................................... 64 Resolução 2.554 do Bacen .................................................................. 65 Controles Princípios de Controles Internos do Comitê da Basiléia....... 69 Apresentação dos Treze Princípios da Basiléia ................................... 71 Procedimentos de Controle Interno ...................................................... 86 Segregação de Funções ...................................................................... 87 Controles e Segurança da Informação ................................................. 88 Relatórios da Revisão Interna de Operações de Crédito ..................... 89 Relatórios de Gestão de Riscos ........................................................... 90 Relatórios de Desempenho Financeiro ................................................ 90 Sistemas de Informação Gerencial ...................................................... 91 Limitações do Controle Interno ............................................................. 92 Identificação de Desfalques por Ausência de Controles ...................... 95 Prevenção à Lavagem de Dinheiro Lei 12.683/12 ........................................................................................ 98 Evolução Histórica de Lavagem de Dinheiro, Governança e Compliance .... 101 Setores mais Visados - Instituições Financeiras ...................................................................... 102 - Paraísos fiscais e Centros de Off-shore ............................................. 103 - Bolsas de Valores ............................................................................... 103 - Companhias Seguradoras .................................................................. 104 - Mercado Imobiliário ............................................................................ 105 - Jogos e Sorteios ................................................................................. 105 Processos de Lavagem de Dinheiro ..................................................... 106 Obrigações Previstas na lei 12.683/12 ................................................. 108 O Caso Franklin Jurado (EUA - 1990/1996) ........................................ 124 Legislação sobre Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro ....... 126 Noções de Matemática Financeira Conceitos Fundamentais ...................................................................... 143 Juros Simples ....................................................................................... 144 Juros Compostos .................................................................................. 147 Juros Pré e Pós-fixados ....................................................................... 150 Juros de Mora ....................................................................................... 150 TaxasProporcionais x Taxa Efetiva ..................................................... 151 Série Uniforme de Pagamentos e de Desembolsos - SAC .................................................................................................. 154 - Tabela Price ................................................................................... 154 4 Sistemas de Amortização .................................................................... 155 Sistema Francês ou Tabela Price ........................................................ 157 Cálculos com a HP12C ........................................................................ 158 Noções de Crédito Intermediação Financeira ..................................................................... 161 Conceito de Crédito .............................................................................. 162 Classificação do Crédito ....................................................................... 163 Modalidades de Crédito ........................................................................ 163 Crédito Direto ao Consumidor .............................................................. 164 Crédito Pessoal .................................................................................... 164 Crédito Consignado .............................................................................. 165 Análise de Crédito ................................................................................ 165 Processos e Ferramentas .................................................................... 167 Parâmetros Básicos para o Crédito ...................................................... 168 A Análise de Crédito da Pessoa Física ................................................ 170 Exemplo de Modelo de Credit Scoring ................................................. 174 5 Meios de Pagamento A estrutura atual do Sistema Financeiro Nacional, quanto às Instituições que o integram, resultou essencialmente da reforma institucional a partir do biênio 1964-65, quando foram criados o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o Banco Central do Brasil (BACEN), além de diferentes instituições de intermediação, entre as quais, as integrantes do Sistema Financeiro de Habitação. Posteriormente, foi incorporada ao quadro institucional do sistema a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 6 Organograma do SFN O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema normativo e por outro operativo. O subsistema normativo regula e controla o subsistema operativo através de normas legais. O subsistema operativo é constituído por instituições que atuam no mercado financeiro, tendo como atividade principal a coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou, ainda, a custódia de valor de propriedade de terceiros. Podemos dividir as instituições do subsistema operativo em dois grandes grupos: os intermediários financeiros e as instituições auxiliares. Os intermediários financeiros distinguem-se das outras instituições, basicamente porque emitem seus próprios passivos, ou seja, captam poupança diretamente do público por sua própria iniciativa e responsabilidade e, em seguida, aplicam esses recursos junto às empresas, por meio de empréstimos e financiamentos, como, por exemplo, os bancos comerciais e as caixas econômicas. 7 São as instituições que integram o mercado monetário e o mercado de crédito. Já as instituições auxiliares propõem-se a colocar em contato os poupadores com os investidores, facilitando os negócios entre eles, como é o caso da bolsa de valores, das sociedades corretoras e das distribuidoras. São as instituições que integram os mercados de capital e de câmbio. Fiscalização e Regulamentação CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) – É a mais importante instituição do sistema financeiro do país (criado pela Lei 4.595, de 31.12.1964). Atualmente é composto pelo Ministro da Fazenda, Ministro do Planejamento e Presidente do Banco Central. COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) - Foi criada como órgão da administração indireta do país, sob a forma de autarquia, ligada ao Ministério da Fazenda. Está diretamente vinculada ao poder Executivo, uma vez que sua administração é exercida por um presidente e quatro diretores nomeados pelo Presidente da República. 8 Conselho Monetário Nacional 9 Moeda e Meio Circulante 10 BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN OU BCB) - Integra o Sistema Financeiro Nacional como executor das políticas traçadas pelo Conselho Monetário Nacional. Foi criado pela Lei 4.595, de 31.12.1994 e é uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. As instituições financeiras somente podem funcionar mediante autorização prévia do Banco Central ou, caso sejam estrangeiras, por decreto do Poder Executivo. 11 Banco Central do Brasil Fiscalização e Controle 12 Os anos de 1964/65 foram os anos das reformas no SFN, com a promulgação de três leis: Lei 4.380/64, que instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de interesse social e institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitação, criando o Banco Nacional de Habitação; Lei 4.595/64, que foi a base de uma verdadeira reforma bancária, criando o Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário Nacional; e Lei 4.728/65, que disciplinou o funcionamento do mercado de capitais e estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. Leis do SFN e Mercado de Capitais 13 Legislação Envolvida Os intermediários financeiros bancários são os que operam com ativos financeiros monetários; os não bancários são os que operam com ativos não monetários. Os ativos financeiros monetários, segundo o conceito convencional de moeda, são o papel-moeda e os depósitos à vista. Os ativos financeiros não monetários são constituídos por diferentes tipos de títulos, que dão sustentação às operações que se realizam nos mercados de crédito e de capitais. Os bancos comerciais ou outros intermediários que desempenham funções típicas de bancos comerciais (Caixas Econômicas e Bancos Múltiplos) são os chamados intermediários financeiros bancários. As demais instituições que operam no Sistema Financeiro são, geralmente, consideradas não bancárias, em virtude do fato de não emitirem ou criarem ativos incorporados ao conceito de meios de pagamento. 14 Segmentação do SFN 15 Podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional nos seguintes mercados operacionais: MERCADO MONETÁRIO - segmento em que se realizam operações de curto e de curtíssimo prazo. É por meio deste mercado que os agentes econômicos e os próprios intermediários financeiros suprem suas necessidades momentâneas de caixa. A liquidez desse segmento de mercado é regulada via colocação, recompra e resgate de títulos da dívida pública de curto prazo; MERCADO DE CRÉDITO - segmento que atende os agentes econômicos, quantoàs suas necessidades de crédito de curto e médio prazo. Particularmente, são atendidas solicitações de crédito para financiamento de aquisição de bens duráveis pelos consumidores e do capital de giro das empresas. A maior parte do suprimento desse tipo de crédito é feita por intermediários bancários. Complementarmente, podem ocorrer suprimentos via intermediários financeiros não bancários; MERCADO DE CAPITAIS - segmento que atende os agentes econômicos produtivos, em suas necessidades de financiamento de médio e longo prazo, essencialmente, relacionados com investimentos em capital fixo. A maior parte dos recursos financeiros de longo prazo é suprida por intermediários financeiros não bancários. As operações das Bolsas de Valores são parte integrante desse mercado; e MERCADO DE CÂMBIO - segmento em que se realizam operações de compra e venda de moedas estrangeiras conversíveis. Podem ocorrer operações a prazo, para suprimento de necessidades momentâneas de moeda estrangeira; por exemplo, para fechamento de câmbio de importações. Inversamente, podem ser adquiridas divisas por antecipação, por exemplo, de exportadores que trocam por moeda corrente do país, as divisas estrangeiras que receberão. As operações nesse segmento de mercado são feitas sob a intermediação de instituições financeiras autorizadas, bancárias e não bancárias. 16 Mercado de Crédito BANCOS MÚLTIPLOS - Os Bancos Múltiplos foram criados em 1988 para que uma empresa financeira pudesse atuar em diversas áreas (comercial, investimento, financeira, câmbio). Antes da criação dos Bancos Múltiplos, as empresas financeiras que se interessassem por atuar em diversos segmentos de mercado tinham de manter diferentes CNPJs: um para cada área. Isso encarecia em demasia a operação, pois exigia, por exemplo, contabilidade, auditoria, pessoal e instalações para cada uma dessas firmas abertas. Para tornar-se um banco de múltiplas atividades, uma empresa precisa somente integralizar um capital mínimo (estabelecido pelo Banco Central) para cada atividade que for operar. A vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam. Como o próprio nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes carteiras operacionais: Comercial, Investimento, Crédito imobiliário, Aceite, Desenvolvimento e Leasing. BANCOS COMERCIAIS - Os bancos comerciais fazem parte do Sistema Financeiro Nacional e seguem a orientação de política traçada pelo Conselho Monetário Nacional e pelo Banco Central, que regulam sua constituição e funcionamento, e fiscalizam suas atividades, aplicando-lhes as penalidades cabíveis, no caso de infração aos dispositivos legais vigentes. 17 Além disso, são também controlados pelo Conselho Monetário Nacional quanto ao limite de taxas de juros, aos descontos, às comissões e qualquer outra forma de remuneração de operações de serviços bancários ou financeiros. Podem ainda, descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes etc. As atividades que competem aos bancos comerciais podem ser classificadas em prestação de serviços bancários e concessão de crédito. SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS - As sociedades de crédito, financiamento e investimentos ou, simplesmente, financeiras, dependem de autorização do Governo para funcionar e estão sujeitas à fiscalização do Banco Central do Brasil, devendo se constituir sob a forma de sociedades anônimas. BANCOS DE INVESTIMENTO - Os bancos de investimento no Brasil foram criados para trabalhar com operações em maior escala do que as realizadas pelas financeiras e com prazo mais longo do que o atendido pelos bancos comerciais. Suas bases foram estabelecidas na Lei 4.728/65 (Lei do Mercado de Capitais). Os bancos de investimento são definidos como instituições financeiras privadas, especializadas em transações de participação ou de financiamento em médio e longo prazo. Têm por objetivo suprir capital fixo ou de giro, mediante aplicação de recursos próprios e de coleta, intermediação e aplicação de recursos de terceiros. 18 Atuação dos Agentes do SFN Bancos Comerciais 19 Bancos Múltiplos Destaques do Segmento 20 Relacionamento Bancário 21 Legislação Envolvida 22 FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES MÓDULO I SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL CORRESPONDENTES 23 Canais de Atendimento Físico Os Canais Alternativos de Atendimento são meios onde podemos realizar nossas operações bancárias com comodidade e segurança, facilitando o dia a dia. São milhares de caixas eletrônicos, internet banking, telefone e correspondentes à disposição de pessoas físicas ou empresas. Alguns estabelecimentos não bancários, chamados de “Correspondentes”, como casas lotéricas, supermercados e postos dos Correios realizam algumas operações bancárias. Poderão ser realizados nos “Correspondentes” pagamentos de contas e tributos, saques de conta corrente e poupança com cartão magnético, além do recebimento de programas de benefícios sociais, INSS, seguro desemprego e PIS, e FGTS com o Cartão Cidadão. A população tem à disposição uma série de canais para realizar suas operações bancárias, tais como caixas eletrônicos (179 mil em todo o País), Internet Banking, Mobile Banking, operações por telefone e mais de 165 mil correspondentes não bancários – tais como casas lotéricas, agências dos correios, redes de supermercados e estabelecimentos comerciais credenciados. 24 Correspondente 55 CORRESPONDENTE CORRESPONDENTE É O ESTABELECIMENTO COMERCIAL QUE PRESTA SERVIÇOS EM NOME DE UMA INSTITUIÇÃO FINANCEIRA. REGULAMENTADO PELA RESOLUÇÃO 3.954/11 DO CMN. Papel do Correspondente 25 Através dos Correspondentes, é possível pagar contas (energia elétrica, água, telefone), Boletos de Bancos, Prestação de Habitação, Tributos e Contribuições (Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e sindicais). Também é possível realizar saques e depósitos em contas correntes e poupanças com o cartão magnético e receber valores referentes a programas de benefícios sociais como do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), seguro-desemprego e Programa de Integração Social (PIS) e do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com o Cartão do Cidadão. Transações do Correspondente 26 Serviços Prestados Os correspondentes são empresas, integrantes ou não do Sistema Financeiro Nacional, contratadas por instituições financeiras e demais instituições, autorizadas pelo Banco Central do Brasil para a prestação de serviços deatendimento aos clientes e usuários dessas instituições. Entre os correspondentes mais conhecidos encontram-se as lotéricas e o banco postal. Dentro do sistema financeiro, o uso da palavra "BANCO" é restrito aos bancos comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento e bancos de desenvolvimento. Para empresas não integrantes do sistema financeiro, não há restrição legal ou regulamentar ao uso da palavra "BANCO". Contudo, a instituição contratante deve obter autorização do Banco Central para a contratação de empresas que utilizarem, em sua denominação social ou no respectivo nome fantasia, o termo "BANCO" ou outros termos característicos das denominações das instituições do SFN, bem como suas derivações em língua estrangeira. 27 Restrições A responsabilidade pelas operações dos correspondentes é da instituição que contratou o correspondente. Os correspondentes devem informar ao público os telefones dos serviços de atendimento e de ouvidoria da instituição financeira contratante, por meio de painel visível, mantido nos locais onde seja prestado atendimento aos clientes e usuários, e por outras formas, caso necessário para esclarecimento do público. 28 Desafios O acesso aos serviços bancários é mais do que uma simples questão de negócios. É também uma forma de garantir a cidadania e estimular o desenvolvimento econômico e social. Desta forma, é importante buscar superar desafios importantes: Custos fixos para abertura e manutenção de agências bancárias e mesmo caixas eletrônicos; Barreiras a entradas significativas (marca, escala, tecnologia e exigências regulamentares); Economias de escala e escopo: concorrência no segmento de varejo por fatias de mercado (busca de novos canais de venda); e Tecnologia que permita conexão imediata em todo o país. 29 Benefícios 30 Os correspondentes, no Brasil, são vistos pelo mundo todo como referência em inovação; têm grande relevância ao levar o atendimento bancário aos mais pobres e têm um papel transformador em certas economias, mas toda a infraestrutura instalada, com custos fixos incorrendo, está sendo subutilizada. Estabelecimentos como farmácias, mercearias e lotéricas, que têm a atividade de correspondente como extensão do próprio negócio, distribuem de forma limitada microcrédito e microsseguros e praticamente não captam poupança. A grande massa atendida pelos correspondentes tem baixa cultura financeira e usa o caixa do comércio para receber benefícios de aposentadoria e programas sociais, eventualmente abrindo contas simplificadas. Resoluções 31 32 33 FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES MÓDULO I SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL TARIFAS, IMPOSTOS E SERVIÇOS DE CORRESPONDENTES 34 Restrições O Correspondente permitiu que as instituições financeiras abrissem as portas para os segmentos mais pobres da população brasileira. A criação de portfólio específico para segmentos de baixa renda só foi possível com a vantagem da redução de custos pela alternativa de atendimento fora das instalações de agências tradicionais. Além dos varejistas, Casas Lotéricas e Correios adaptaram suas redes e sistemas tecnológicos para prestação de serviços bancários, com vantagem de custo e operação em escala. Embora seja a melhor alternativa para a presença de instituições financeiras em todo o território nacional, os correspondentes ainda possuem portfólio limitado e não podem substituir as agências bancárias em todos seus produtos e serviços, mas é evidente que há contribuição para a inclusão financeira e o desenvolvimento local. Ainda é a forma mais eficaz para oferta de serviços bancários em regiões pouco desenvolvidas. 35 Serviços Disponíveis Liquidação Antecipada 36 Clientes que tenham tomado empréstimos de bancos podem solicitar a liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, com redução proporcional dos juros. O banco deve conceder desconto pela antecipação do pagamento, de acordo com o prazo de antecipação das parcelas. Podem ser liquidadas antecipadamente, com redução proporcional do saldo devedor, dívidas caracterizadas como operações de crédito ou de arrendamento mercantil contratadas com bancos, cooperativas de crédito, outras instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, exceto administradoras de consórcios. CET - Custo Efetivo Total 37 Custo Efetivo Total (CET) corresponde a todos os encargos e despesas incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, contratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de pequeno porte. As instituições financeiras e as sociedades de arrendamento mercantil devem informar o CET previamente à contratação de operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro. O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual. A planilha de cálculo do CET deve explicitar, além do valor em reais de cada componente do fluxo da operação, os respectivos percentuais em relação ao valor total devido. Exemplo da planilha está disponível na Carta-Circular 3.593, de 2013. O CET também deve constar dos informes publicitários das instituições quando forem veiculadas ofertas específicas (com divulgação da taxa de juros cobrada, do valor das prestações, etc.) 38 O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos os encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não apenas a taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras despesas cobradas do cliente. Por exemplo, suponha um financiamento nas seguintes condições: Valor Financiado - R$ 1.000,00 Taxa de juros - 12% ao ano ou 0,95% ao mês 39 Prazo da operação - 5 meses Prestação mensal - R$ 205,73 Além desses dados, considere também a hipótese de pagamento à vista (sem inclusão no valor financiado), da Tarifa de cadastro para início de relacionamento (R$ 50,00) e do IOF (R$ 10,00). De acordo com a fórmula da Resolução CMN 3.517, de 2007, o FCo (valor do crédito concedido) e o FCj (valores cobrados pela instituição), seriam R$ 940,00 e R$ 205,73, respectivamente. 40 IOF - Imposto Sobre Operações Financeiras O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF, que incide sobre operações de crédito, de câmbio e seguro e operações relativas a títulos e valores mobiliários) é um imposto federal, ou seja, somente a União tem competência para instituí-lo (Art.153, V, da Constituição Federal).O fato gerador do IOF ocorre: Nas operações relativas a títulos mobiliários quando da emissão, transmissão, pagamento ou resgate destes títulos; Nas operações de câmbio, na efetivação do pagamento ou quando colocado à disposição do interessado; Nas operações de seguro, na efetivação pela emissão de apólice ou recebimento do prêmio; Nas operações de crédito, quando da efetivação de entrega parcial ou total do valor que constitui o débito, ou quando colocado à disposição do interessado (neste item inclui-se o IOF cobrado no saque de aplicação financeira, quando resgatados em menos de 30 dias). 41 Os contribuintes do imposto são as partes envolvidas nas operações. As alíquotas utilizadas podem ser fixas, variáveis, proporcionais, progressivas ou regressivas. A base de cálculo depende da operação: Nas operações de crédito, é o montante da obrigação. Nas operações de seguro, é o montante do prêmio. Nas operações de câmbio, é o montante em moeda nacional. 42 Nas operações de títulos e valores mobiliários, é o preço ou o valor nominal ou o valor de cotação na Bolsa de Valores. Outra função do IOF é ser um instrumento de controle da política de crédito, câmbio, seguro e valores imobiliários. Como exemplo, temos o caso do IOF sobre rendimentos obtidos em aplicações financeiras: a partir do primeiro dia da aplicação, a alíquota do IOF vai diminuindo progressivamente, até zerar no 30º dia. Desta forma, o governo desestimula a especulação financeira entre aplicações. 43 ISS - Imposto Sobre Serviços 44 O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS) é um imposto municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para instituí-lo (Art.156, III, da Constituição Federal). A única exceção é o Distrito Federal, unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos estados e dos municípios. O ISSQN tem como fato gerador a prestação de serviço (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar 116, de 31/07/2003. Como regra geral, o ISSQN é recolhido ao município em que se encontra o estabelecimento do prestador. O recolhimento somente é feito ao município no qual o serviço foi prestado, no caso de serviços caracterizados por sua realização no estabelecimento do cliente (tomador), por exemplo: limpeza de imóveis, segurança, construção civil, fornecimento de mão de obra. 45 Legislação Envolvida Os contribuintes do imposto são as empresas ou profissionais autônomos que prestam o serviço tributável, mas os municípios e o Distrito Federal podem atribuir às empresas ou indivíduos que tomam os serviços à responsabilidade pelo recolhimento do imposto. 46 A alíquota utilizada é variável de um município para outro. A União, através da lei complementar citada, fixou alíquota máxima de 5% (cinco por cento) para todos os serviços. A alíquota mínima é de 2% (dois por cento), conforme o artigo 88, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição Federal. A base de cálculo é o preço do serviço prestado. A função do ISS é predominantemente fiscal. Mesmo não tendo alíquota uniforme, não podemos afirmar que se trata de um imposto seletivo. 47 48 FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES MÓDULO I SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL CONTROLE E ACOMPANHAMENTO 49 Regulamentação do SFN O risco sistêmico é o risco do colapso do sistema financeiro, ou do colapso de pelo menos uma parte importante do sistema financeiro, e não apenas de uma ou duas instituições financeiras, com implicações negativas significativas para a economia do país. A globalização aumentou a importância do risco sistêmico porque veio ampliar o conjunto de fatores que podem dar origem ao risco sistêmico; esse risco passou a poder resultar não só de problemas internos ao país, mas também de acontecimentos vindos do exterior, como assistimos nos últimos anos com a crise imobiliária americana ou a crise da dívida soberana. 50 Ambiente Regulatório Autorregulação Bancária Ao longo da história, existem diversos exemplos de crises financeiras sistêmicas de maior ou menor intensidade. 51 Nos últimos anos, entretanto, o medo de ocorrência destes eventos cresceu significativamente, em decorrência do avanço tecnológico, da maior integração dos mercados financeiros e do extraordinário aumento do volume de recursos movimentados pelo sistema. Existe, ainda, o temor de que a atual liberdade no fluxo de capitais venha a tornar as crises sistêmicas mais frequentes, aumentando a velocidade de propagação e de contágio. Para reduzir o risco de ocorrência destes eventos, formou-se certo consenso na comunidade financeira internacional sobre as vantagens da desregulamentação e da necessidade de reforçar a autodisciplina do mercado, com regras prescritivas e genéricas que incentivem a adoção de comportamento prudencial pelas instituições. Uma excessiva intervenção e regulamentação do setor público afetam a eficiência de longo prazo da economia, gerando o risco de perigo moral. A efetiva implantação do Sistema de Autorregulação Bancária representa, para a FEBRABAN, a concretização de um projeto tão antigo quanto relevante. 52 A construção do Sistema começou a ganhar vida, de fato, em 2007, a partir da definição, pela Diretoria da FEBRABAN, daquele que deveria ser o primeiro foco temático a ser trabalhado: o relacionamento entre os bancos e seus consumidores. Com base nas contribuições recebidas, os textos finais foram aprovados e sancionados na primeira reunião do Conselho de Autorregulação, realizada na sede da FEBRABAN, em 2008, determinando-se o início de sua vigência para o dia 02.01.2009. Desde então, o Sistema vem crescendo e diversificando as áreas temáticas tratadas em seus Normativos (além do Código, já são 6 Normativos vigentes, todos eles disponíveis, na íntegra, neste portal) e, ao mesmo tempo, vêm sendo criadas as estruturas operacionais necessárias à garantia de seu correto funcionamento, no âmbito da Diretoria de Autorregulação da FEBRABAN. O Código de Autorregulação Bancária traduz o entendimento de que os bancos fazem parte do dia a dia das pessoas e que um sistema bancário saudável, ético e eficiente é essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. O Código se baseia em princípios de ética e legalidade, respeito ao consumidor, comunicação eficiente e melhoria contínua. Ao envolver os consumidores e a sociedade, promove um sistema bancário aindamais saudável, ético, eficiente e confiável. 53 Sigilo das Informações Sigilo bancário é uma condição imprescindível, não só para a segurança do interesse dos clientes do banco como para o próprio êxito da atividade bancária. Raros seriam, por certo, os clientes de bancos, se não contassem com a reserva do banqueiro e seus prepostos. Desse modo, o sigilo bancário se caracteriza como uma obrigação assumida pelo banqueiro de não revelar certos fatos ou informações de seus clientes de que teve conhecimento por ocasião do exercício de sua atividade bancária. Assim, entende-se sigilo bancário como sendo um direito erigido constitucionalmente, no ordenamento jurídico brasileiro, que visa proteger a individualidade dos cidadãos no que diz respeito à sua intimidade, uma vez que protege os dados financeiros das pessoas, bem como as suas relações com a sociedade, obrigação esta que fica a cargo das instituições financeiras. 54 Auditoria Interna O mundo dos negócios é dinâmico, as mudanças se processam em todos os setores sociais e econômicos. A globalização da economia e o surgimento de mercados comuns fazem com que a Auditoria Interna deixe de ter uma função com conotação policialesca e repressiva para ter uma função de assessoramento à Alta Administração e Gestores para o cumprimento da missão empresarial e, para isso, a Auditoria Interna precisa estar preparada e com suporte adequado para que possa cumprir sua missão com eficácia e eficiência. Empregada como ferramenta de Controle e Gestão de Riscos Empresariais, a Auditoria Interna estará contribuindo com seu trabalho de forma eficaz na condução dos negócios pelos Gestores. Neste cenário, a Auditoria Interna desempenha um papel de importância fundamental para as empresas quando identifica riscos e falhas de controles em seus trabalhos. Os resultados do trabalho da Auditoria Interna, além de constituir algo precioso para a tranquilidade dos gestores do alto comando, fornecem recomendações corretivas e preventivas à exposição da organização, face aos riscos empresariais que podem ser de natureza sistêmica, operacional, financeira, de tecnologia da informação, de recursos humanos, mercadológicas e 55 de fatores externos que podem impactar os resultados e estratégias globais da empresa. Assim, adicionalmente, o trabalho eficaz da Auditoria Interna libera os gestores para a condução e o gerenciamento dos negócios, permitindo-lhes exercer com segurança o processo decisório sobre as importantes transações empresariais. Princípios da Auditoria Interna 56 Classificação de Riscos da Carteira 57 A Visão do Compliance 58 “Conformidade” ou “Compliance” extrapola a prática de controle de proteção e guarda dos registros financeiros. Pode parecer estranho, mas são o movimento e a necessidade do mercado que dizem quando órgãos reguladores ou padrões devem ser estabelecidos. As exigências vêm da necessidade de controle destes mercados ou de padrões estabelecidos para atender a essa necessidade. “Conformidade” oferece uma visão mais ampla, como o uso e a integração de diversos sistemas de gestão e monitoramento em uma única metodologia. Liquidez e Solidez do SFN 59 Impacto no Correspondente 60 Legislação Envolvida 61 FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES MÓDULO I SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL CONTROLES INTERNOS E COMPLIANCE 62 Conceito Geral Atender à Resolução 2.554/98 do Banco Central do Brasil (Bacen) nada mais é que enquadrar a instituição em todos os regulamentos internos e externos e formalizar os controles internos de processos, produtos e pessoas. A Resolução dispõe sobre a implantação e implementação de sistema de controles internos voltados para as atividades desenvolvidas pelas instituições, como sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais, e para o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. Para facilitar o entendimento da Resolução 2.554, apresentamos a seguir, de forma resumida, alguns pontos primordiais que serão abordados na íntegra nesta obra, afinal, o assunto refere a controles internos. Pontos Primordiais da Resolução 2.554 • Quanto aos meios de divulgação As disposições do normativo devem ser acessíveis a todos os colaboradores da instituição de forma a assegurar que sejam conhecidas a respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização. Os Controles Internos devem prever: - definição de processos; - definição de responsabilidades; - segregação das atividades; - meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente. 63 Os meios de divulgação estão focados na existência de canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações, consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades. É importante estabelecer procedimentos para o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, os testes periódicos de segurança para os sistemas de informações; a atenção ao meio eletrônico, os limites estabelecidos e verificar se as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, assegurando que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos. A atualização deve ser contínua e convém avaliar os diversos riscos associados às atividades da instituição. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados. • Quanto à formalização O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo semestrais, contendo: - as conclusões dos exames efetuados; - as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de seu cronograma de saneamento, quando for o caso; - a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas. 64 • Quanto ao procedimento As conclusões, recomendações e manifestações referidas devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta deste, à alta administração ou à auditoria externa da instituição. Esses documentos devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil, pelo prazo de cinco anos. • Quanto à cultura organizacional Além das responsabilidades enumeradas, incumbe-se à alta administração da instituição a promoção de elevados padrões éticos e de integridade da cultura organizacional, que demonstre e enfatize a todos os colaboradores a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo. Poderes do Banco Central • Determinara adoção de controles adicionais. • Imputar limites operacionais mais restritivos. • Baixar normas. • Adotar medidas julgadas necessárias à execução do disposto na Resolução 2.554. 65 Apresentamos a seguir a Resolução 2.554/98, na íntegra, conforme publicado pelo Bacen. Resolução 2.554 do Bacen Dispõe sobre a implantação e implementação de sistema de controles internos. O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9o da Lei 4.595, de 31.12.64, torna público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 24.09.98, tendo em vista o disposto no art. 4o, inciso VIII, da referida Lei, nos arts. 9o e 10 da Lei 4.728, de 14.07.65, e na Lei 6.099, de 12.09.74, com as alterações introduzidas pela Lei 7.132, de 26.10.83, RESOLVEU: Art. 1o Determinar as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a implementação de controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. Parágrafo 1o Os controles internos, independentemente do porte da instituição, devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e risco das operações por ela realizadas. Parágrafo 2o São de responsabilidade da Alta Administração da instituição: I. a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de negócios da instituição; II. o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; III. a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos definidos em função do disposto no inciso II. 66 Art. 2o Os controles internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos os colaboradores da instituição de forma a assegurar sejam conhecidas a respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização, devem prever: I. a definição de responsabilidades dentro da instituição; II. a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de forma a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar e monitorar adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da espécie; III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição; IV. a existência de canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades; V. a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da instituição; VI. o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, de forma a que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos; VII. a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. Parágrafo 1o Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordadas. 67 Parágrafo 2o A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos. Parágrafo 3o A atividade de que trata o parágrafo 2, quando não executada por unidade especifica da própria instituição ou de instituição integrante do mesmo conglomerado financeiro, poderá ser exercida: I. por auditor independente devidamente registrado na Comissão de Valores Mobiliários – CVM, desde que não aquele responsável pela auditoria das demonstrações financeiras; II. pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão central a que é filiada a instituição; III. por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, mediante convênio, previamente aprovado por este, firmado entre a entidade a que está filiada a instituição e a entidade prestadora do serviço. Parágrafo 4º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de administração ou, na falta deste, a Alta Administração da instituição. Parágrafo 5º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida segundo uma das faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, deverá o responsável por sua execução reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na falta deste, à Alta Administração da instituição. Parágrafo 6º As faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, incisos II e III, somente poderão ser exercidas por cooperativas de crédito e por sociedades corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades corretoras de câmbio e sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários não integrantes de conglomerados financeiros. 68 Art. 3o O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo semestrais, contendo: I. as conclusões dos exames efetuados; II. as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o caso; III. a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas a respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas efetivamente adotadas para saná-las. Parágrafo único. As conclusões, recomendações e manifestação referidas nos incisos I, II e III deste artigo: I. devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta desse, à Alta Administração, bem como à auditoria externa da instituição; II. devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 (cinco) anos. Art. 4o Incumbe à Alta Administração da instituição, além das responsabilidades enumeradas no art. 1º, parágrafo 2º, a promoção de elevados padrões éticos e de integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a todos os colaboradores, a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo. Art. 5o O sistema de controles internos deverá estar implementado até 31.12.99, com a observância do seguinte cronograma: I. definição das estruturas internas que tornarão efetivos a implantação e o acompanhamento correspondentes - até 31.01.99; II. definição e disponibilização dos procedimentos pertinentes – até 30.06.99. 69 Parágrafo único. A auditoria externa da instituição deve fazer menção específica, em seus pareceres, à observância do cronograma estabelecido neste artigo. Art. 6o Fica o Banco Central do Brasil autorizado a: I. determinar a adoção de controles adicionais nos casos em que é constatada inadequação dos controles implementados pela instituição; II. imputar limites operacionais mais restritivos à instituição que deixe de observar determinação nos termos do inciso I, no prazo para tanto estabelecido; III. baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do disposto nesta Resolução, incluindo a alteração do cronograma referido no art. 5º . Art. 7o Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. Brasília, 24 de setembro de 1998. Gustavo H. B. Franco - Presidente Princípiosde Controles Internos do Comitê da Basiléia Supervisão pela Administração As causas dos grandes prejuízos recentes em instituições financeiras e em outras organizações relacionam-se aos elementos de controle e ao seu funcionamento efetivo. Portanto, os controles internos são essenciais para que as organizações ou instituições atinjam os objetivos de desempenho, informação e conformidade. Com as atenções voltadas à estruturação dos Controles Internos, o Comitê da Basiléia apresentou os princípios dos Sistemas de Controles Internos e os entendimentos de sua aplicação para possibilitar sua absorção pelos gestores. 70 Aproveitamos a oportunidade para relacionar esses princípios aos elementos do processo de controles internos mencionados na Resolução n. 2.554/98 e expor como algumas informações adicionais se inter-relacionam, conforme os oito elementos a seguir: 1. Supervisão pela administração 2. Cultura de controle 3. Identificação e avaliação de riscos 4. Procedimentos de controle e segregação de funções 5. Informação e comunicação 6. Monitoramento 7. Auditoria interna 8. Avaliação do sistema de Controles Internos pelas autoridades Um fator que levou várias instituições a ter prejuízos, segundo os estudos do Comitê da Basiléia, foi a falha da administração ao assegurar que a estrutura organizacional e as linhas de subordinação estavam bem definidas. Como exemplo, a alta administração deixou de exigir supervisão adequada e em tempo hábil das pessoas que tinham alçada para decisões, assim como a elaboração dos relatórios sobre a condução das atividades de seus negócios. Algumas instituições com problema de controles tinham estruturas organizacionais em que as linhas de subordinação não eram claramente definidas. Resultado disso é que havia setores que não se reportavam diretamente à alta administração. Isso significa que nenhum gestor de primeiro escalão monitorava o desempenho daquelas atividades bem de perto, o suficiente para notar as atividades, financeiras ou outras, incomuns. Além disso, ninguém da alta administração tinha conhecimento abrangente das atividades e de como os lucros eram gerados. 71 Se a administração conhecesse as atividades daquela área, poderia ter reconhecido indícios de necessidade de maior atenção, investigado as operações e tomado providências para reduzir as perdas prováveis. Além disso, esses problemas poderiam ter sido evitados se os gestores de negócio tivessem efetuado revisões das operações, atentado para relatórios de informação gerencial e mantido discussões com o pessoal adequado sobre a natureza das operações realizadas. Comportamentos como esses dão aos gestores de negócio uma visão objetiva de como as decisões estão sendo tomadas e asseguram que as pessoas-chave estejam operando dentro dos parâmetros estabelecidos pela organização e dentro das políticas de controle interno. Apresentação dos Treze Princípios da Basiléia Dois princípios tratam do comportamento dos gestores e se enquadram no primeiro elemento do processo de controles internos – supervisão pela administração – o primeiro deles aborda as funções da alta administração no processo: Responsabilidades da Alta Administração Princípio 1 A Alta Administração deve: • ter a responsabilidade pela aprovação e revisão periódica das estratégias globais de negócios e das políticas relevantes para o banco; • compreender os principais riscos incorridos pelo banco; • determinar os níveis aceitáveis para esses riscos; • assegurar que o nível gerencial superior tome as medidas necessárias para identificar, medir, monitorar e controlar esses riscos; 72 • aprovar a estrutura organizacional; • assegurar que o nível gerencial superior esteja monitorando a efetividade dos sistemas de controles internos e que um sistema de controles internos adequados e efetivos seja estabelecido e mantido. Consta no Art. 1o, § 2o da Resolução 2.554 a seguinte informação: São de responsabilidade da Alta Administração da instituição: I. a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos efetiva, mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de negócios da instituição; II. o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; III. a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos definidos em função do disposto no inciso II. A Alta Administração deve fornecer as diretrizes e orientações à gerência de nível superior e supervisioná-las. Uma alta administração forte e ativa constitui um mecanismo importante para assegurar a correção de problemas, que podem diminuir a eficácia dos sistemas de controles internos. Ela deve incluir em suas atividades: • discussões periódicas com a gerência sobre a eficiência do sistema de controles internos; • avaliações dos controles internos feitas pelas gerências, auditores internos e auditores externos; • esforços periódicos para assegurar que a gerência tenha acompanhado com prontidão recomendações e preocupações manifestadas por auditores e autoridades supervisoras com relação a deficiências de controles internos; 73 • revisão periódica da adequação da estratégia e dos limites de risco da instituição; Para melhor esclarecimento das atribuições da alta administração, mencionamos a seguir uma relação de procedimentos para auxiliar nas diretrizes: • estabelecer as políticas globais da organização e as de cada área em particular; • aprovar os procedimentos, incluindo os de controle, estabelecidos pela gerência de nível superior; • dar exemplos de assuntos que devem compor as políticas a serem adotadas (todos relativos à área de crédito; as outras áreas devem seguir o mesmo padrão); • expor as diretrizes gerais para o volume total de empréstimos em relação aos ativos e ao capital da instituição; • definir os limites para a exposição total a riscos com diferentes tipos de atividades ou tomadores; • criar um processo de aprovação de crédito, incluindo os casos que constituam exceções, e critérios para a concessão de empréstimos, exigência de garantias, padrões de documentação e condições de pagamento (podemos chamar esta atividade de Comitê de crédito); • atribuir autoridade, responsabilidades, alçadas e limites de aprovação de operação a cada administrador da área; • estabelecer limites por segmento (geográficos, legais e de exposição por país); • elaborar tipos de empréstimo e linhas gerais a serem seguidas ao contratar empréstimos; • determinar condições de pagamento e vencimentos máximos; 74 • definir cotação de preços para os empréstimos; • atribuir razão máxima entre o valor do empréstimo e o valor da garantia; • divulgar informações financeiras a serem exigidas; • ter limitação de agregado de empréstimo “em ser”; • estabelecer concentração de crédito; • definir características da política de crédito, que devem ser amplas e não excessivamente restritivas; • promover uma filosofia consistente de negócios, independentemente de eventuais mudanças na gerência; • elaborar uma política de crédito clara, minimizando confusões geradas por interpretações das regras estabelecidas; • considerar o plano operacional da instituição e os recursos financeiros e humanos disponíveis; • identificar tipos de operações aceitáveis e inaceitáveis. Princípio 2 O nível gerencial superior deve ter responsabilidade: • pela implementação das estratégias e políticas aprovadas pela alta administração; • pelo desenvolvimento deprocessos que identifiquem, meçam, monitorem e controlem os riscos incorridos pelo banco; • pela manutenção de uma estrutura organizacional que defina claramente responsabilidades, autoridade e relações de subordinação; • pela fixação das medidas apropriadas para os controles internos; 75 • pelo monitoramento da adequação e da efetividade do sistema de controles internos. Consta no Art. 2o da Resolução 2.554 a seguinte definição: Art. 2o Os controles Internos ....... devem prever: I. a definição de responsabilidades dentro da instituição. Os membros da alta gerência delegam responsabilidade pelo estabelecimento de políticas e procedimentos mais específicos para controles internos aos responsáveis de cada área ou unidade. A delegação é uma parte essencial do gerenciamento, mas é importante que os gestores sejam supervisionados pela gerência superior, para assegurar que eles desenvolvam e façam funcionar as políticas e os procedimentos implantados pela organização. Para que um sistema de controles internos seja efetivamente cumprido, depende muito de uma estrutura organizacional bem documentada e principalmente divulgada, que demonstre claramente a subordinação hierárquica e os níveis de autoridade e que assegure comunicação efetiva dentro da organização. As obrigações e responsabilidades, quando bem atribuídas, devem garantir que não existam lacunas entre as linhas de subordinação e que sejam implantados níveis efetivos de controle gerencial com extensão para todos os níveis da instituição e suas várias atividades. A gerência superior deve adotar medidas que assegurem que as atividades sejam conduzidas por pessoal qualificado, com a experiência necessária e capacitação técnica. 76 Cultura de controle Princípio 3 O conselho de diretores e a administração sênior são responsáveis: • pela promoção de elevados padrões éticos e de integridade; • pelo estabelecimento de uma cultura dentro da organização que enfatize e demonstre a todos os níveis do pessoal a importância dos controles internos. Todos os colaboradores de uma organização bancária necessitam compreender seu papel no processo de controles internos e estar completamente engajados no processo. Consta no Art. 4o da Resolução 2.554 o seguinte: Incumbe à Alta Administração da instituição, além das responsabilidades enumeradas no artigo 1o, § 2o, a promoção de elevados padrões éticos e de integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize a todos os colaboradores a importância dos controles internos e o papel de cada um no processo. A estrutura de controle tem em seu contexto o ambiente de controle, que é o efeito coletivo de vários fatores sobre o estabelecimento, o aperfeiçoamento ou a diminuição da eficácia de políticas e procedimentos específicos. Entre esses fatores, estão a supervisão pela administração (ver os princípios 1 e 2) e a cultura de controle. Cultura esta composta de alguns fatores que exercem influência sobre o ambiente de controle, como: • a filosofia e o estilo operacional da gerência; • a estrutura organizacional; • o funcionamento dos comitês; 77 • métodos de delegação de autoridade e responsabilidade; • métodos de controle da gerência para monitorar e acompanhar o desempenho. A cultura de controle depende e muito do engajamento de todos os administradores e colaboradores no processo. Para que esse efeito apareça, é necessário que a alta administração em todas as suas estâncias demonstre, por meio de seus exemplos, as atitudes que servirão para todos os colaboradores da organização, pois, ao menor deslize no exercício do sistema de controles internos, todos se acharão no direito de efetuar desvios nos processos. É verdade que em graus variados, o controle interno é responsabilidade de cada um na organização. Para que o sistema de controles internos seja eficaz, é essencial que todos os empregados reconheçam a importância de exercer suas atribuições com eficiência e informem à administração quaisquer problemas que tenham conhecimento, casos de descumprimento de normas internas ou externas etc. Os controles internos também podem incentivar ou provocar tentações para a prática de atividades inadequadas, por exemplo, ao darmos ênfase excessiva a metas de desempenho ou de resultados, a esquemas de premiação que dependam excessivamente do desempenho no curto prazo e à segregação de funções ineficientes. Identificação e Avaliação de Riscos Princípio 4 Um sistema de controle interno efetivo requer que os riscos materiais que poderiam afetar adversamente a realização dos objetivos do banco sejam reconhecidos e continuamente avaliados. Essa avaliação deve cobrir os vários tipos de risco enfrentados pelo banco e por seu conglomerado (por exemplo, o risco de crédito, de país e de transferência, de mercado, de taxa de juros, de liquidez, operacional, legal e de reputação). 78 Os controles internos podem necessitar de revisão para levar adequadamente em consideração quaisquer riscos novos e não controlados previamente. A esse respeito, dispõe a Resolução 2.554: Art. 2o Os controles Internos... devem prever: III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição; IV. a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da instituição. § 1o. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos e anteriormente não abordadas. Procedimentos de Controle e Segregação de Funções Princípio 5 Os procedimentos de controle devem ser parte integrante das atividades diárias de um banco. Um sistema efetivo de controles internos requer uma estrutura apropriada de controle, com atividades de controles definidas para cada nível de negócio. As atividades devem incluir: • revisão pelos altos escalões; • controles apropriados das atividades dos diferentes departamentos ou divisões; • controles físicos; • verificação de conformidade com os limites de exposição e acompanhamento da não conformidade; • sistema de aprovações e autorizações, e sistema de verificação e conciliação. Essas disposições estão em diversos artigos da Resolução 2.554: 79 Art. 1o, § 2o: I. a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de negócios da instituição; II. o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; Art. 2o Os controles internos... devem prever: VI. o acompanhamento sistemático das atividades envolvidas, de forma a que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, bem como assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos. Estão envolvidas aqui a função de compliance e a de auditoria interna. Os procedimentos de controle se destinam a cuidar dos riscos que a instituição tenha identificado por meio do processo de gestão de riscos. Compõem-se de duas etapas: • Criação e implantação de políticas e procedimentos de controle; • Verificação do cumprimento das políticas e dos procedimentos. Princípio 6 Um sistema efetivo de controles internos requer: • segregação apropriada de funções; • não atribuição de responsabilidades conflitantes aos colaboradores. Áreas de potencial conflito de interesses devem ser identificadas,minimizadas e sujeitas a monitoramento cuidadoso e independente. Esse princípio está transcrito na Resolução 2.554: 80 Art. 2o Os controles internos ...devem prever: II. Os controles internos devem prever a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de forma a evitar o conflito de interesses, bem como os meios de minimizar e monitorar adequadamente as áreas identificadas como potencial conflito da espécie. Informação e Comunicação Princípio 7 Um sistema efetivo de controles internos requer: • dados financeiros, operacionais e de conformidade internos, adequados e abrangentes; • informações externas de mercado sobre eventos e condições relevantes à tomada de decisões. A informação deve ser confiável, oportuna, acessível e disponibilizada em formato consistente. O que diz, a respeito, a Resolução 2.554: Art. 2o Os controles internos... devem prever: III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição. IV. A existência de canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades. Princípio 8 Um sistema efetivo de controles internos requer a existência de sistemas de informações confiáveis, que cubram todas as atividades importantes do banco. 81 Esses sistemas, incluindo aqueles que registrem e utilizem dados na forma eletrônica, devem ser seguros, monitorados e resguardados por planos de contingência adequados. A Resolução 2.554 trata desse assunto de forma difusa, apenas fazendo referência: Art. 2o, VII. A existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. Princípio 9 Um sistema efetivo de controles internos requer canais de comunicação efetivos para assegurar que os colaboradores compreendam plenamente as políticas e os procedimentos e se engajem neles. Eles devem ter responsabilidade e cumprir seus deveres. É fundamental que as informações relevantes alcancem o pessoal apropriado. É também tema da Resolução 2.554: Art. 2o. Caput e inciso IV. Os controles internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos os colaboradores da instituição de forma a assegurar que sejam conhecidas as respectivas funções no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos níveis da organização, devem prever... a existência de canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e responsabilidades. Monitoramento Princípio 10 A efetividade global dos controles internos do banco deve ser continuamente monitorada. O monitoramento os principais riscos deve ser parte das atividades diárias de um banco, d bem como as avaliações periódicas realizadas pelas linhas de negócios e pela auditoria interna. A Resolução 2.554, diz: 82 Art. 2o, § 1o. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos ou anteriormente não abordados. Art. 3o O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo, semestrais, contendo: I. as conclusões dos exames efetuados; II. as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o caso; III. a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas a respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas efetivamente adotadas para saná-las. O monitoramento pode ser feito por diversas áreas, inclusive pela própria área de negócios, de controle financeiro, de compliance e de auditoria interna. Para evitar que haja instrumentos de controle sem nenhum monitoramento, é importante que a gerência superior deixe claro quem é responsável pelas funções de monitoramento, devendo fazer parte das atividades diárias da instituição. Além disso, a gerência deve fazer avaliações periódicas do processo como um todo. A periodicidade de monitoramento de cada atividade da instituição será determinada em função dos riscos envolvidos e da frequência e natureza das mudanças que ocorrem em cada área específica. Princípio 11 As deficiências identificadas nos controles internos das linhas de negócios, auditoria interna ou de outras áreas de controle devem ser relatadas de forma 83 tempestiva à administração sênior e ao conselho de diretores. A esse respeito diz a Resolução 2.554: Art. 3o O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo, semestrais, contendo: Parágrafo único. As conclusões, recomendadas e manifestações referidas nos incisos I, II e II deste artigo: (destaque para os dois primeiros) I. devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta deste, à Alta Administração, bem como à auditoria externa da instituição; II. devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 anos. Deficiências de controles internos ou riscos ineficientemente controlados devem ser objeto de relatórios dirigidos às pessoas adequadas assim que são identificados, sendo que matérias de muita gravidade não podem deixar de serem relatadas à gerência superior e à alta administração. Uma vez relatados, é importante que a gerência corrija prontamente as deficiências. Os auditores internos devem efetuar revisões de acompanhamento ou outras formas de monitoramento e imediatamente informar à gerência superior e à alta administração quaisquer deficiências não corrigidas. É importante que sejam implantados sistemas que acompanhem as falhas de controle e as medidas para retificá-las. Auditoria Interna Princípio 12 Deve existir uma auditoria interna efetiva e abrangente dos sistemas de controles internos, executada por pessoal adequadamente treinado, competente e operacionalmente independente. 84 A função da auditoria interna, como a parte do monitoramento do sistema de controles internos, deve reportar-se diretamente ao conselho de diretores, ou ao comitê de auditoria, e à administração sênior. A Resolução 2.554 apresenta: Art. 2o, § 2o. A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de controles internos. Art. 2o, § 4o. No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de administração ou, na falta desse, à Alta Administração da instituição. Art. 2o, § 7o. Em qualquer das situações previstas neste artigo, a instituição deve manter a disposição e garantir acesso irrestrito do Banco Central do Brasil aos papéis de trabalho, relatórios e quaisquer outros documentos elaborados pela auditoria interna da instituição. É fundamental salientar que a independência dos auditores pode ser determinada pelas linhas de subordinação dentro da organização e a quem ou a que nível os relatórios são feitos. O Auditor deve ser credenciado pela matriz e a ela se reportar. As responsabilidades do auditor devem estar explicitadas numa descrição de funções, com a linha de subordinação definida na política de pessoal. O auditor deverá ter livre acesso a todos os arquivos e documentos necessários
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