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Apostila Fbb-100 módulo I_Completa

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infi – Instituto FEBRABAN de Educação 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES 
 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
SUMÁRIO 
 
 
Sistema Financeiro Nacional 
 
 Meios de Pagamento ............................................................................ 
 
 5 
 Organograma do SFN .......................................................................... 6 
 Fiscalização e Regulamentação............................................................ 7 
 Conselho Monetário Nacional (CMN) ................................................... 7 
 Comissão de Valores Mobiliários (CVM) .............................................. 7 
 CMN – Composição ............................................................................. 8 
 Moeda e Meio Circulante ...................................................................... 9 
 Banco Central do Brasil (Bacen ou BCB) ............................................. 10 
 Leis do SFN e Mercado de Capitais ..................................................... 12 
 Legislação Evolvida .............................................................................. 13 
 Mercado de Crédito .............................................................................. 16 
 Atuação dos Agentes do SFN .............................................................. 18 
 Relacionamento Bancário .................................................................... 20 
 Legislação Envolvida ............................................................................ 21 
 
Correspondentes 
 Canais de Atendimento Físico .............................................................. 23 
 Correspondente .................................................................................... 24 
 Transações do Correspondente ........................................................... 25 
 Serviços Prestados ............................................................................... 26 
 Restrições ............................................................................................. 27 
 Desafios ................................................................................................ 28 
 Benefícios ............................................................................................. 29 
 Resoluções ........................................................................................... 30 
 
Tarifas, Impostos e Serviços de Correspondentes 
 Restrições ............................................................................................. 34 
 Serviços Disponíveis ............................................................................ 35 
 Liquidação Antecipada ......................................................................... 35 
 CET - Custo Efetivo Total .................................................................... 36 
 IOF - Imposto sobre Operações Financeiras ....................................... 40 
 ISS - Imposto sobre Serviços ............................................................... 43 
 Legislação Envolvida ............................................................................ 45 
 
Controle e Acompanhamento 
 Regulamentação do SFN ..................................................................... 49 
 Autorregulação Bancária ...................................................................... 50 
 Sigilo das Informações ......................................................................... 53 
 Auditoria Interna ................................................................................... 54 
 Princípios da Auditoria Interna ............................................................. 55 
 Classificação de Riscos da Carteira ..................................................... 56 
 
 
 
3 
 
 A Visão do Compliance ........................................................................ 57 
 Liquidez e Solidez do SFN ................................................................... 58 
 Legislação Envolvida ............................................................................ 60 
 
Controles Internos e Compliance 
 Conceito Geral ...................................................................................... 62 
 Pontos Primordiais da Resolução 2.554 .............................................. 62 
 Poderes do Banco Central ................................................................... 64 
 Resolução 2.554 do Bacen .................................................................. 65 
 Controles Princípios de Controles Internos do Comitê da Basiléia....... 69 
 Apresentação dos Treze Princípios da Basiléia ................................... 71 
 Procedimentos de Controle Interno ...................................................... 86 
 Segregação de Funções ...................................................................... 87 
 Controles e Segurança da Informação ................................................. 88 
 Relatórios da Revisão Interna de Operações de Crédito ..................... 89 
 Relatórios de Gestão de Riscos ........................................................... 90 
 Relatórios de Desempenho Financeiro ................................................ 90 
 Sistemas de Informação Gerencial ...................................................... 91 
 Limitações do Controle Interno ............................................................. 92 
 Identificação de Desfalques por Ausência de Controles ...................... 95 
 
Prevenção à Lavagem de Dinheiro 
 Lei 12.683/12 ........................................................................................ 98 
 Evolução Histórica de Lavagem de Dinheiro, Governança e Compliance .... 101 
 Setores mais Visados 
 - Instituições Financeiras ...................................................................... 102 
 - Paraísos fiscais e Centros de Off-shore ............................................. 103 
 - Bolsas de Valores ............................................................................... 103 
 - Companhias Seguradoras .................................................................. 104 
 - Mercado Imobiliário ............................................................................ 105 
 - Jogos e Sorteios ................................................................................. 105 
 Processos de Lavagem de Dinheiro ..................................................... 106 
 Obrigações Previstas na lei 12.683/12 ................................................. 108 
 O Caso Franklin Jurado (EUA - 1990/1996) ........................................ 124 
 Legislação sobre Prevenção e Combate à Lavagem de Dinheiro ....... 126 
 
Noções de Matemática Financeira 
 
 Conceitos Fundamentais ...................................................................... 143 
 Juros Simples ....................................................................................... 144 
 Juros Compostos .................................................................................. 147 
 Juros Pré e Pós-fixados ....................................................................... 150 
 Juros de Mora ....................................................................................... 150 
 TaxasProporcionais x Taxa Efetiva ..................................................... 151 
 Série Uniforme de Pagamentos e de Desembolsos 
 - SAC .................................................................................................. 154 
 - Tabela Price ................................................................................... 154 
 
 
 
4 
 
 Sistemas de Amortização .................................................................... 155 
 Sistema Francês ou Tabela Price ........................................................ 157 
 Cálculos com a HP12C ........................................................................ 158 
 
Noções de Crédito 
 Intermediação Financeira ..................................................................... 161 
 Conceito de Crédito .............................................................................. 162 
 Classificação do Crédito ....................................................................... 163 
 Modalidades de Crédito ........................................................................ 163 
 Crédito Direto ao Consumidor .............................................................. 164 
 Crédito Pessoal .................................................................................... 164 
 Crédito Consignado .............................................................................. 165 
 Análise de Crédito ................................................................................ 165 
 Processos e Ferramentas .................................................................... 167 
 Parâmetros Básicos para o Crédito ...................................................... 168 
 A Análise de Crédito da Pessoa Física ................................................ 170 
 Exemplo de Modelo de Credit Scoring ................................................. 174 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
Meios de Pagamento 
 
 
 
 
 
 
A estrutura atual do Sistema Financeiro Nacional, quanto às Instituições que o 
integram, resultou essencialmente da reforma institucional a partir do biênio 
1964-65, quando foram criados o Conselho Monetário Nacional (CMN) e o 
Banco Central do Brasil (BACEN), além de diferentes instituições de 
intermediação, entre as quais, as integrantes do Sistema Financeiro de 
Habitação. Posteriormente, foi incorporada ao quadro institucional do sistema a 
Comissão de Valores Mobiliários (CVM). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
Organograma do SFN 
 
 
 
O Sistema Financeiro Nacional é constituído por um subsistema normativo e por 
outro operativo. O subsistema normativo regula e controla o subsistema 
operativo através de normas legais. O subsistema operativo é constituído por 
instituições que atuam no mercado financeiro, tendo como atividade principal a 
coleta, a intermediação ou a aplicação de recursos financeiros próprios ou de 
terceiros, em moeda nacional ou estrangeira, ou, ainda, a custódia de valor de 
propriedade de terceiros. 
Podemos dividir as instituições do subsistema operativo em dois grandes 
grupos: os intermediários financeiros e as instituições auxiliares. Os 
intermediários financeiros distinguem-se das outras instituições, basicamente 
porque emitem seus próprios passivos, ou seja, captam poupança diretamente 
do público por sua própria iniciativa e responsabilidade e, em seguida, aplicam 
esses recursos junto às empresas, por meio de empréstimos e financiamentos, 
como, por exemplo, os bancos comerciais e as caixas econômicas. 
 
 
 
7 
 
São as instituições que integram o mercado monetário e o mercado de crédito. 
Já as instituições auxiliares propõem-se a colocar em contato os poupadores 
com os investidores, facilitando os negócios entre eles, como é o caso da bolsa 
de valores, das sociedades corretoras e das distribuidoras. São as instituições 
que integram os mercados de capital e de câmbio. 
 
Fiscalização e Regulamentação 
 
 
 
 CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL (CMN) – É a mais importante 
instituição do sistema financeiro do país (criado pela Lei 4.595, de 
31.12.1964). Atualmente é composto pelo Ministro da Fazenda, Ministro do 
Planejamento e Presidente do Banco Central. 
 COMISSÃO DE VALORES MOBILIÁRIOS (CVM) - Foi criada como órgão 
da administração indireta do país, sob a forma de autarquia, ligada ao 
Ministério da Fazenda. Está diretamente vinculada ao poder Executivo, uma 
vez que sua administração é exercida por um presidente e quatro diretores 
nomeados pelo Presidente da República. 
 
 
 
8 
 
Conselho Monetário Nacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
9 
 
 
Moeda e Meio Circulante 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
10 
 
 
 
 
 BANCO CENTRAL DO BRASIL (BACEN OU BCB) - Integra o Sistema 
Financeiro Nacional como executor das políticas traçadas pelo Conselho 
Monetário Nacional. Foi criado pela Lei 4.595, de 31.12.1994 e é uma 
autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. 
 
 As instituições financeiras somente podem funcionar mediante autorização 
prévia do Banco Central ou, caso sejam estrangeiras, por decreto do Poder 
Executivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
Banco Central do Brasil 
 
 
Fiscalização e Controle 
 
 
 
 
 
 
12 
 
Os anos de 1964/65 foram os anos das reformas no SFN, com a promulgação 
de três leis: 
 Lei 4.380/64, que instituiu a correção monetária nos contratos imobiliários de 
interesse social e institucionalizou o Sistema Financeiro da Habitação, 
criando o Banco Nacional de Habitação; 
 Lei 4.595/64, que foi a base de uma verdadeira reforma bancária, criando o 
Banco Central do Brasil e o Conselho Monetário Nacional; e 
 Lei 4.728/65, que disciplinou o funcionamento do mercado de capitais e 
estabeleceu medidas para seu desenvolvimento. 
 
Leis do SFN e Mercado de Capitais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
13 
 
Legislação Envolvida 
 
 
 
 
 Os intermediários financeiros bancários são os que operam com ativos 
financeiros monetários; os não bancários são os que operam com ativos não 
monetários. 
 Os ativos financeiros monetários, segundo o conceito convencional de 
moeda, são o papel-moeda e os depósitos à vista. 
 Os ativos financeiros não monetários são constituídos por diferentes tipos 
de títulos, que dão sustentação às operações que se realizam nos mercados 
de crédito e de capitais. 
 Os bancos comerciais ou outros intermediários que desempenham 
funções típicas de bancos comerciais (Caixas Econômicas e Bancos 
Múltiplos) são os chamados intermediários financeiros bancários. 
 As demais instituições que operam no Sistema Financeiro são, geralmente, 
consideradas não bancárias, em virtude do fato de não emitirem ou criarem 
ativos incorporados ao conceito de meios de pagamento. 
 
 
 
 
14 
 
 
 
 
Segmentação do SFN 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
Podemos dividir o Sistema Financeiro Nacional nos seguintes mercados 
operacionais: 
 MERCADO MONETÁRIO - segmento em que se realizam operações de 
curto e de curtíssimo prazo. É por meio deste mercado que os agentes 
econômicos e os próprios intermediários financeiros suprem suas 
necessidades momentâneas de caixa. A liquidez desse segmento de 
mercado é regulada via colocação, recompra e resgate de títulos da 
dívida pública de curto prazo; 
 MERCADO DE CRÉDITO - segmento que atende os agentes 
econômicos, quantoàs suas necessidades de crédito de curto e médio 
prazo. Particularmente, são atendidas solicitações de crédito para 
financiamento de aquisição de bens duráveis pelos consumidores e do 
capital de giro das empresas. A maior parte do suprimento desse tipo de 
crédito é feita por intermediários bancários. Complementarmente, podem 
ocorrer suprimentos via intermediários financeiros não bancários; 
 MERCADO DE CAPITAIS - segmento que atende os agentes 
econômicos produtivos, em suas necessidades de financiamento de 
médio e longo prazo, essencialmente, relacionados com investimentos em 
capital fixo. A maior parte dos recursos financeiros de longo prazo é 
suprida por intermediários financeiros não bancários. As operações das 
Bolsas de Valores são parte integrante desse mercado; e 
 MERCADO DE CÂMBIO - segmento em que se realizam operações de 
compra e venda de moedas estrangeiras conversíveis. Podem ocorrer 
operações a prazo, para suprimento de necessidades momentâneas de 
moeda estrangeira; por exemplo, para fechamento de câmbio de 
importações. Inversamente, podem ser adquiridas divisas por 
antecipação, por exemplo, de exportadores que trocam por moeda 
corrente do país, as divisas estrangeiras que receberão. As operações 
nesse segmento de mercado são feitas sob a intermediação de 
instituições financeiras autorizadas, bancárias e não bancárias. 
 
 
 
16 
 
Mercado de Crédito 
 
 
 BANCOS MÚLTIPLOS - Os Bancos Múltiplos foram criados em 1988 para 
que uma empresa financeira pudesse atuar em diversas áreas (comercial, 
investimento, financeira, câmbio). 
 Antes da criação dos Bancos Múltiplos, as empresas financeiras que se 
interessassem por atuar em diversos segmentos de mercado tinham de 
manter diferentes CNPJs: um para cada área. Isso encarecia em demasia a 
operação, pois exigia, por exemplo, contabilidade, auditoria, pessoal e 
instalações para cada uma dessas firmas abertas. Para tornar-se um banco 
de múltiplas atividades, uma empresa precisa somente integralizar um capital 
mínimo (estabelecido pelo Banco Central) para cada atividade que for operar. 
A vantagem é o ganho de escala que tais bancos alcançam. Como o próprio 
nome diz, tais bancos possuem pelo menos duas das seguintes carteiras 
operacionais: Comercial, Investimento, Crédito imobiliário, Aceite, 
Desenvolvimento e Leasing. 
 BANCOS COMERCIAIS - Os bancos comerciais fazem parte do Sistema 
Financeiro Nacional e seguem a orientação de política traçada pelo Conselho 
Monetário Nacional e pelo Banco Central, que regulam sua constituição e 
funcionamento, e fiscalizam suas atividades, aplicando-lhes as penalidades 
cabíveis, no caso de infração aos dispositivos legais vigentes. 
 
 
 
17 
 
Além disso, são também controlados pelo Conselho Monetário Nacional quanto 
ao limite de taxas de juros, aos descontos, às comissões e qualquer outra forma 
de remuneração de operações de serviços bancários ou financeiros. Podem 
ainda, descontar títulos, realizar operações de abertura de crédito simples ou em 
conta corrente, realizar operações especiais de crédito rural, de câmbio e 
comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter recursos 
junto às instituições oficiais para repasse aos clientes etc. As atividades que 
competem aos bancos comerciais podem ser classificadas em prestação de 
serviços bancários e concessão de crédito. 
 
 SOCIEDADES DE CRÉDITO, FINANCIAMENTO E INVESTIMENTOS - As 
sociedades de crédito, financiamento e investimentos ou, simplesmente, 
financeiras, dependem de autorização do Governo para funcionar e estão 
sujeitas à fiscalização do Banco Central do Brasil, devendo se constituir sob 
a forma de sociedades anônimas. 
 
 BANCOS DE INVESTIMENTO - Os bancos de investimento no Brasil foram 
criados para trabalhar com operações em maior escala do que as realizadas 
pelas financeiras e com prazo mais longo do que o atendido pelos bancos 
comerciais. Suas bases foram estabelecidas na Lei 4.728/65 (Lei do Mercado 
de Capitais). 
Os bancos de investimento são definidos como instituições financeiras 
privadas, especializadas em transações de participação ou de financiamento 
em médio e longo prazo. Têm por objetivo suprir capital fixo ou de giro, 
mediante aplicação de recursos próprios e de coleta, intermediação e 
aplicação de recursos de terceiros. 
 
 
 
 
 
 
18 
 
 
Atuação dos Agentes do SFN 
 
 
 
Bancos Comerciais 
 
 
 
 
 
 
 
19 
 
Bancos Múltiplos 
 
 
 
Destaques do Segmento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
20 
 
 
 
 
 
Relacionamento Bancário 
 
 
 
 
 
 
 
21 
 
Legislação Envolvida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
CORRESPONDENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
 
Canais de Atendimento Físico 
 
 
Os Canais Alternativos de Atendimento são meios onde podemos realizar 
nossas operações bancárias com comodidade e segurança, facilitando o dia a 
dia. São milhares de caixas eletrônicos, internet banking, telefone e 
correspondentes à disposição de pessoas físicas ou empresas. 
Alguns estabelecimentos não bancários, chamados de “Correspondentes”, como 
casas lotéricas, supermercados e postos dos Correios realizam algumas 
operações bancárias. Poderão ser realizados nos “Correspondentes” 
pagamentos de contas e tributos, saques de conta corrente e poupança com 
cartão magnético, além do recebimento de programas de benefícios sociais, 
INSS, seguro desemprego e PIS, e FGTS com o Cartão Cidadão. 
A população tem à disposição uma série de canais para realizar suas operações 
bancárias, tais como caixas eletrônicos (179 mil em todo o País), Internet 
Banking, Mobile Banking, operações por telefone e mais de 165 mil 
correspondentes não bancários – tais como casas lotéricas, agências dos 
correios, redes de supermercados e estabelecimentos comerciais credenciados. 
 
 
 
 
24 
 
Correspondente 
 
55
CORRESPONDENTE
 CORRESPONDENTE É O 
ESTABELECIMENTO COMERCIAL QUE 
PRESTA SERVIÇOS EM NOME DE UMA 
INSTITUIÇÃO FINANCEIRA.
REGULAMENTADO PELA RESOLUÇÃO 
3.954/11 DO CMN.
 
Papel do Correspondente 
 
 
 
 
 
25 
 
Através dos Correspondentes, é possível pagar contas (energia elétrica, água, 
telefone), Boletos de Bancos, Prestação de Habitação, Tributos e Contribuições 
(Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Fundo de Garantia do Tempo de 
Serviço (FGTS) e sindicais). 
Também é possível realizar saques e depósitos em contas correntes e 
poupanças com o cartão magnético e receber valores referentes a programas 
de benefícios sociais como do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), 
seguro-desemprego e Programa de Integração Social (PIS) e do Fundo de 
Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) com o Cartão do Cidadão. 
 
Transações do Correspondente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
 
Serviços Prestados 
 
 
Os correspondentes são empresas, integrantes ou não do Sistema Financeiro 
Nacional, contratadas por instituições financeiras e demais instituições, 
autorizadas pelo Banco Central do Brasil para a prestação de serviços deatendimento aos clientes e usuários dessas instituições. Entre os 
correspondentes mais conhecidos encontram-se as lotéricas e o banco postal. 
Dentro do sistema financeiro, o uso da palavra "BANCO" é restrito aos bancos 
comerciais, bancos múltiplos, bancos de investimento e bancos de 
desenvolvimento. Para empresas não integrantes do sistema financeiro, não há 
restrição legal ou regulamentar ao uso da palavra "BANCO". Contudo, a 
instituição contratante deve obter autorização do Banco Central para a 
contratação de empresas que utilizarem, em sua denominação social ou no 
respectivo nome fantasia, o termo "BANCO" ou outros termos característicos das 
denominações das instituições do SFN, bem como suas derivações em língua 
estrangeira. 
 
 
 
 
 
27 
 
 
 
Restrições 
 
 
 
 
A responsabilidade pelas operações dos correspondentes é da instituição que 
contratou o correspondente. Os correspondentes devem informar ao público os 
telefones dos serviços de atendimento e de ouvidoria da instituição financeira 
contratante, por meio de painel visível, mantido nos locais onde seja prestado 
atendimento aos clientes e usuários, e por outras formas, caso necessário para 
esclarecimento do público. 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
 
Desafios 
 
 
 
 
O acesso aos serviços bancários é mais do que uma simples questão de 
negócios. É também uma forma de garantir a cidadania e estimular o 
desenvolvimento econômico e social. Desta forma, é importante buscar superar 
desafios importantes: 
 Custos fixos para abertura e manutenção de agências bancárias e mesmo 
caixas eletrônicos; 
 Barreiras a entradas significativas (marca, escala, tecnologia e exigências 
regulamentares); 
 Economias de escala e escopo: concorrência no segmento de varejo por 
fatias de mercado (busca de novos canais de venda); e 
 Tecnologia que permita conexão imediata em todo o país. 
 
 
 
 
29 
 
 
Benefícios 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
30 
 
Os correspondentes, no Brasil, são vistos pelo mundo todo como referência em 
inovação; têm grande relevância ao levar o atendimento bancário aos mais 
pobres e têm um papel transformador em certas economias, mas toda a 
infraestrutura instalada, com custos fixos incorrendo, está sendo subutilizada. 
Estabelecimentos como farmácias, mercearias e lotéricas, que têm a atividade 
de correspondente como extensão do próprio negócio, distribuem de forma 
limitada microcrédito e microsseguros e praticamente não captam poupança. A 
grande massa atendida pelos correspondentes tem baixa cultura financeira e 
usa o caixa do comércio para receber benefícios de aposentadoria e programas 
sociais, eventualmente abrindo contas simplificadas. 
Resoluções 
 
 
 
 
 
 
31 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
32 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
33 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES 
 
 
 
MÓDULO I 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
TARIFAS, IMPOSTOS E SERVIÇOS DE 
CORRESPONDENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
34 
 
Restrições 
 
 
 
 
O Correspondente permitiu que as instituições financeiras abrissem as portas 
para os segmentos mais pobres da população brasileira. A criação de portfólio 
específico para segmentos de baixa renda só foi possível com a vantagem da 
redução de custos pela alternativa de atendimento fora das instalações de 
agências tradicionais. 
Além dos varejistas, Casas Lotéricas e Correios adaptaram suas redes e 
sistemas tecnológicos para prestação de serviços bancários, com vantagem de 
custo e operação em escala. Embora seja a melhor alternativa para a presença 
de instituições financeiras em todo o território nacional, os correspondentes 
ainda possuem portfólio limitado e não podem substituir as agências bancárias 
em todos seus produtos e serviços, mas é evidente que há contribuição para a 
inclusão financeira e o desenvolvimento local. Ainda é a forma mais eficaz para 
oferta de serviços bancários em regiões pouco desenvolvidas. 
 
 
 
 
 
35 
 
Serviços Disponíveis 
 
 
 
Liquidação Antecipada 
 
 
 
 
 
 
36 
 
Clientes que tenham tomado empréstimos de bancos podem solicitar a 
liquidação antecipada do débito, total ou parcialmente, com redução proporcional 
dos juros. O banco deve conceder desconto pela antecipação do pagamento, de 
acordo com o prazo de antecipação das parcelas. 
Podem ser liquidadas antecipadamente, com redução proporcional do saldo 
devedor, dívidas caracterizadas como operações de crédito ou de arrendamento 
mercantil contratadas com bancos, cooperativas de crédito, outras instituições 
financeiras e demais instituições autorizadas a funcionar pelo Banco Central, 
exceto administradoras de consórcios. 
CET - Custo Efetivo Total 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
Custo Efetivo Total (CET) corresponde a todos os encargos e despesas 
incidentes nas operações de crédito e de arrendamento mercantil financeiro, 
contratadas ou ofertadas a pessoas físicas, microempresas ou empresas de 
pequeno porte. As instituições financeiras e as sociedades de arrendamento 
mercantil devem informar o CET previamente à contratação de operações de 
crédito e de arrendamento mercantil financeiro. 
O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual. A planilha de 
cálculo do CET deve explicitar, além do valor em reais de cada componente do 
fluxo da operação, os respectivos percentuais em relação ao valor total devido. 
Exemplo da planilha está disponível na Carta-Circular 3.593, de 2013. O CET 
também deve constar dos informes publicitários das instituições quando forem 
veiculadas ofertas específicas (com divulgação da taxa de juros cobrada, do 
valor das prestações, etc.) 
 
 
 
 
38 
 
 
 
O CET deve ser expresso na forma de taxa percentual anual, incluindo todos os 
encargos e despesas das operações, isto é, o CET deve englobar não apenas a 
taxa de juros, mas também tarifas, tributos, seguros e outras despesas cobradas 
do cliente. Por exemplo, suponha um financiamento nas seguintes condições: 
 Valor Financiado - R$ 1.000,00  Taxa de juros - 12% ao ano ou 0,95% 
 ao mês 
 
 
 
39 
 
 
 Prazo da operação - 5 meses  Prestação mensal - R$ 205,73 
Além desses dados, considere também a hipótese de pagamento à vista (sem 
inclusão no valor financiado), da Tarifa de cadastro para início de 
relacionamento (R$ 50,00) e do IOF (R$ 10,00). 
 
De acordo com a fórmula da Resolução CMN 3.517, de 2007, o FCo (valor do 
crédito concedido) e o FCj (valores cobrados pela instituição), seriam R$ 940,00 
e R$ 205,73, respectivamente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
40 
 
IOF - Imposto Sobre Operações Financeiras 
 
 
O Imposto sobre Operações de Crédito, Câmbio e Seguros (IOF, que incide 
sobre operações de crédito, de câmbio e seguro e operações relativas a títulos e 
valores mobiliários) é um imposto federal, ou seja, somente a União tem 
competência para instituí-lo (Art.153, V, da Constituição Federal).O fato gerador 
do IOF ocorre: 
 Nas operações relativas a títulos mobiliários quando da emissão, 
transmissão, pagamento ou resgate destes títulos; 
 Nas operações de câmbio, na efetivação do pagamento ou quando colocado 
à disposição do interessado; 
 Nas operações de seguro, na efetivação pela emissão de apólice ou 
recebimento do prêmio; 
 Nas operações de crédito, quando da efetivação de entrega parcial ou total 
do valor que constitui o débito, ou quando colocado à disposição do 
interessado (neste item inclui-se o IOF cobrado no saque de aplicação 
financeira, quando resgatados em menos de 30 dias). 
 
 
 
 
41 
 
 
 
 
 
 
 
Os contribuintes do imposto são as partes envolvidas nas operações. 
As alíquotas utilizadas podem ser fixas, variáveis, proporcionais, progressivas ou 
regressivas. A base de cálculo depende da operação: 
 Nas operações de crédito, é o montante da obrigação. 
 Nas operações de seguro, é o montante do prêmio. 
 Nas operações de câmbio, é o montante em moeda nacional. 
 
 
 
42 
 
 Nas operações de títulos e valores mobiliários, é o preço ou o valor nominal 
ou o valor de cotação na Bolsa de Valores. 
 
Outra função do IOF é ser um instrumento de controle da política de crédito, 
câmbio, seguro e valores imobiliários. Como exemplo, temos o caso do IOF 
sobre rendimentos obtidos em aplicações financeiras: a partir do primeiro dia da 
aplicação, a alíquota do IOF vai diminuindo progressivamente, até zerar no 30º 
dia. Desta forma, o governo desestimula a especulação financeira entre 
aplicações. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
43 
 
ISS - Imposto Sobre Serviços 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
44 
 
 
 
 
 
O Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISSQN ou ISS) é um imposto 
municipal, ou seja, somente os municípios têm competência para instituí-lo 
(Art.156, III, da Constituição Federal). A única exceção é o Distrito Federal, 
unidade da federação que tem as mesmas atribuições dos estados e dos 
municípios. O ISSQN tem como fato gerador a prestação de serviço 
(por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de 
serviços da Lei Complementar 116, de 31/07/2003. 
Como regra geral, o ISSQN é recolhido ao município em que se encontra o 
estabelecimento do prestador. O recolhimento somente é feito ao município no 
qual o serviço foi prestado, no caso de serviços caracterizados por sua 
realização no estabelecimento do cliente (tomador), por exemplo: limpeza de 
imóveis, segurança, construção civil, fornecimento de mão de obra. 
 
 
 
 
45 
 
 
 
Legislação Envolvida 
 
Os contribuintes do imposto são as empresas ou profissionais autônomos que 
prestam o serviço tributável, mas os municípios e o Distrito Federal podem 
atribuir às empresas ou indivíduos que tomam os serviços à responsabilidade 
pelo recolhimento do imposto. 
 
 
 
46 
 
A alíquota utilizada é variável de um município para outro. A União, através da 
lei complementar citada, fixou alíquota máxima de 5% (cinco por cento) para 
todos os serviços. A alíquota mínima é de 2% (dois por cento), conforme o artigo 
88, do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, da Constituição 
Federal. 
A base de cálculo é o preço do serviço prestado. A função do ISS é 
predominantemente fiscal. Mesmo não tendo alíquota uniforme, não podemos 
afirmar que se trata de um imposto seletivo. 
 
 
 
 
 
 
 
47 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES 
 
 
 
MÓDULO I 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
CONTROLE E ACOMPANHAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
49 
 
 Regulamentação do SFN 
 
 
 
O risco sistêmico é o risco do colapso do sistema financeiro, ou do colapso de 
pelo menos uma parte importante do sistema financeiro, e não apenas de uma 
ou duas instituições financeiras, com implicações negativas significativas para a 
economia do país. 
A globalização aumentou a importância do risco sistêmico porque veio ampliar o 
conjunto de fatores que podem dar origem ao risco sistêmico; esse risco passou 
a poder resultar não só de problemas internos ao país, mas também de 
acontecimentos vindos do exterior, como assistimos nos últimos anos com a 
crise imobiliária americana ou a crise da dívida soberana. 
 
 
 
 
 
 
 
 
50 
 
Ambiente Regulatório 
 
 
Autorregulação Bancária 
 
 
Ao longo da história, existem diversos exemplos de crises financeiras sistêmicas 
de maior ou menor intensidade. 
 
 
 
51 
 
Nos últimos anos, entretanto, o medo de ocorrência destes eventos cresceu 
significativamente, em decorrência do avanço tecnológico, da maior integração 
dos mercados financeiros e do extraordinário aumento do volume de recursos 
movimentados pelo sistema. 
Existe, ainda, o temor de que a atual liberdade no fluxo de capitais venha a 
tornar as crises sistêmicas mais frequentes, aumentando a velocidade de 
propagação e de contágio. Para reduzir o risco de ocorrência destes eventos, 
formou-se certo consenso na comunidade financeira internacional sobre as 
vantagens da desregulamentação e da necessidade de reforçar a autodisciplina 
do mercado, com regras prescritivas e genéricas que incentivem a adoção de 
comportamento prudencial pelas instituições. Uma excessiva intervenção e 
regulamentação do setor público afetam a eficiência de longo prazo da 
economia, gerando o risco de perigo moral. 
 
 
 
 
A efetiva implantação do Sistema de Autorregulação Bancária representa, para a 
FEBRABAN, a concretização de um projeto tão antigo quanto relevante. 
 
 
 
52 
 
A construção do Sistema começou a ganhar vida, de fato, em 2007, a partir da 
definição, pela Diretoria da FEBRABAN, daquele que deveria ser o primeiro foco 
temático a ser trabalhado: o relacionamento entre os bancos e seus 
consumidores. 
 
Com base nas contribuições recebidas, os textos finais foram aprovados e 
sancionados na primeira reunião do Conselho de Autorregulação, realizada na 
sede da FEBRABAN, em 2008, determinando-se o início de sua vigência para o 
dia 02.01.2009. Desde então, o Sistema vem crescendo e diversificando as 
áreas temáticas tratadas em seus Normativos (além do Código, já são 6 
Normativos vigentes, todos eles disponíveis, na íntegra, neste portal) e, ao 
mesmo tempo, vêm sendo criadas as estruturas operacionais necessárias à 
garantia de seu correto funcionamento, no âmbito da Diretoria de Autorregulação 
da FEBRABAN. 
 
O Código de Autorregulação Bancária traduz o entendimento de que os bancos 
fazem parte do dia a dia das pessoas e que um sistema bancário saudável, ético 
e eficiente é essencial para o desenvolvimento econômico e social do Brasil. O 
Código se baseia em princípios de ética e legalidade, respeito ao consumidor, 
comunicação eficiente e melhoria contínua. Ao envolver os consumidores e a 
sociedade, promove um sistema bancário aindamais saudável, ético, eficiente e 
confiável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
Sigilo das Informações 
 
 
 
Sigilo bancário é uma condição imprescindível, não só para a segurança do 
interesse dos clientes do banco como para o próprio êxito da atividade bancária. 
Raros seriam, por certo, os clientes de bancos, se não contassem com a reserva 
do banqueiro e seus prepostos. Desse modo, o sigilo bancário se caracteriza 
como uma obrigação assumida pelo banqueiro de não revelar certos fatos ou 
informações de seus clientes de que teve conhecimento por ocasião do exercício 
de sua atividade bancária. 
Assim, entende-se sigilo bancário como sendo um direito erigido 
constitucionalmente, no ordenamento jurídico brasileiro, que visa proteger a 
individualidade dos cidadãos no que diz respeito à sua intimidade, uma vez que 
protege os dados financeiros das pessoas, bem como as suas relações com a 
sociedade, obrigação esta que fica a cargo das instituições financeiras. 
 
 
 
 
54 
 
Auditoria Interna 
 
 
 
O mundo dos negócios é dinâmico, as mudanças se processam em todos os 
setores sociais e econômicos. A globalização da economia e o surgimento de 
mercados comuns fazem com que a Auditoria Interna deixe de ter uma função 
com conotação policialesca e repressiva para ter uma função de 
assessoramento à Alta Administração e Gestores para o cumprimento da missão 
empresarial e, para isso, a Auditoria Interna precisa estar preparada e com 
suporte adequado para que possa cumprir sua missão com eficácia e eficiência. 
Empregada como ferramenta de Controle e Gestão de Riscos Empresariais, a 
Auditoria Interna estará contribuindo com seu trabalho de forma eficaz na 
condução dos negócios pelos Gestores. 
Neste cenário, a Auditoria Interna desempenha um papel de importância 
fundamental para as empresas quando identifica riscos e falhas de controles em 
seus trabalhos. Os resultados do trabalho da Auditoria Interna, além de constituir 
algo precioso para a tranquilidade dos gestores do alto comando, fornecem 
recomendações corretivas e preventivas à exposição da organização, face aos 
riscos empresariais que podem ser de natureza sistêmica, operacional, 
financeira, de tecnologia da informação, de recursos humanos, mercadológicas e 
 
 
 
55 
 
de fatores externos que podem impactar os resultados e estratégias globais da 
empresa. Assim, adicionalmente, o trabalho eficaz da Auditoria Interna libera os 
gestores para a condução e o gerenciamento dos negócios, permitindo-lhes 
exercer com segurança o processo decisório sobre as importantes transações 
empresariais. 
 
Princípios da Auditoria Interna 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
 
Classificação de Riscos da Carteira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
57 
 
 
 
 
 
A Visão do Compliance 
 
 
 
 
 
 
 
58 
 
“Conformidade” ou “Compliance” extrapola a prática de controle de proteção e 
guarda dos registros financeiros. Pode parecer estranho, mas são o movimento 
e a necessidade do mercado que dizem quando órgãos reguladores ou padrões 
devem ser estabelecidos. 
As exigências vêm da necessidade de controle destes mercados ou de padrões 
estabelecidos para atender a essa necessidade. “Conformidade” oferece uma 
visão mais ampla, como o uso e a integração de diversos sistemas de gestão e 
monitoramento em uma única metodologia. 
 
Liquidez e Solidez do SFN 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
59 
 
Impacto no Correspondente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
60 
 
Legislação Envolvida 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
61 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FORMAÇÃO DE CORRESPONDENTES 
 
 
 
MÓDULO I 
 
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 
 
 
 
 
 
 
 
CONTROLES INTERNOS E 
COMPLIANCE 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
62 
 
Conceito Geral 
Atender à Resolução 2.554/98 do Banco Central do Brasil (Bacen) nada mais é 
que enquadrar a instituição em todos os regulamentos internos e externos e 
formalizar os controles internos de processos, produtos e pessoas. 
A Resolução dispõe sobre a implantação e implementação de sistema de 
controles internos voltados para as atividades desenvolvidas pelas instituições, 
como sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais, e para o 
cumprimento das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. 
Para facilitar o entendimento da Resolução 2.554, apresentamos a seguir, de 
forma resumida, alguns pontos primordiais que serão abordados na íntegra 
nesta obra, afinal, o assunto refere a controles internos. 
Pontos Primordiais da Resolução 2.554 
• Quanto aos meios de divulgação 
As disposições do normativo devem ser acessíveis a todos os 
colaboradores da instituição de forma a assegurar que sejam conhecidas a 
respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos 
diversos níveis da organização. Os Controles Internos devem prever: 
- definição de processos; 
- definição de responsabilidades; 
- segregação das atividades; 
- meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam 
afetar adversamente. 
 
 
 
63 
 
 
Os meios de divulgação estão focados na existência de canais de comunicação 
que assegurem aos colaboradores, segundo o correspondente nível de atuação, 
o acesso a confiáveis, tempestivas e compreensíveis informações, consideradas 
relevantes para suas tarefas e responsabilidades. 
É importante estabelecer procedimentos para o acompanhamento sistemático 
das atividades desenvolvidas, os testes periódicos de segurança para os 
sistemas de informações; a atenção ao meio eletrônico, os limites estabelecidos 
e verificar se as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, 
assegurando que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos. 
A atualização deve ser contínua e convém avaliar os diversos riscos associados 
às atividades da instituição. Os controles internos devem ser periodicamente 
revisados e atualizados. 
• Quanto à formalização 
O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o sistema 
de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo semestrais, 
contendo: 
- as conclusões dos exames efetuados; 
- as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o 
estabelecimento de seu cronograma de saneamento, quando for o caso; 
- a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas. 
 
 
 
64 
 
• Quanto ao procedimento 
As conclusões, recomendações e manifestações referidas devem ser 
submetidas ao conselho de administração ou, na falta deste, à alta 
administração ou à auditoria externa da instituição. Esses documentos 
devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil, pelo prazo 
de cinco anos. 
• Quanto à cultura organizacional 
Além das responsabilidades enumeradas, incumbe-se à alta 
administração da instituição a promoção de elevados padrões éticos e de 
integridade da cultura organizacional, que demonstre e enfatize a todos 
os colaboradores a importância dos controles internos e o papel de cada 
um no processo. 
 
Poderes do Banco Central 
• Determinara adoção de controles adicionais. 
• Imputar limites operacionais mais restritivos. 
• Baixar normas. 
• Adotar medidas julgadas necessárias à execução do disposto na 
Resolução 2.554. 
 
 
 
65 
 
Apresentamos a seguir a Resolução 2.554/98, na íntegra, conforme publicado 
pelo Bacen. 
Resolução 2.554 do Bacen 
Dispõe sobre a implantação e implementação de sistema de controles internos. 
O BANCO CENTRAL DO BRASIL, na forma do art. 9o da Lei 4.595, de 31.12.64, torna 
público que o CONSELHO MONETÁRIO NACIONAL, em sessão realizada em 
24.09.98, tendo em vista o disposto no art. 4o, inciso VIII, da referida Lei, nos 
arts. 9o e 10 da Lei 4.728, de 14.07.65, e na Lei 6.099, de 12.09.74, com as 
alterações introduzidas pela Lei 7.132, de 26.10.83, RESOLVEU: 
Art. 1o Determinar as instituições financeiras e demais instituições autorizadas a 
funcionar pelo Banco Central do Brasil a implantação e a implementação de 
controles internos voltados para as atividades por elas desenvolvidas, seus 
sistemas de informações financeiras, operacionais e gerenciais e o cumprimento 
das normas legais e regulamentares a elas aplicáveis. 
Parágrafo 1o Os controles internos, independentemente do porte da instituição, 
devem ser efetivos e consistentes com a natureza, complexidade e risco das 
operações por ela realizadas. 
Parágrafo 2o São de responsabilidade da Alta Administração da instituição: 
I. a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos 
efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de 
negócios da instituição; 
II. o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; 
III. a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos 
definidos em função do disposto no inciso II. 
 
 
 
 
66 
 
Art. 2o Os controles internos, cujas disposições devem ser acessíveis a todos os 
colaboradores da instituição de forma a assegurar sejam conhecidas a 
respectiva função no processo e as responsabilidades atribuídas aos diversos 
níveis da organização, devem prever: 
I. a definição de responsabilidades dentro da instituição; 
II. a segregação das atividades atribuídas aos integrantes da instituição de forma 
a que seja evitado o conflito de interesses, bem como meios de minimizar e 
monitorar adequadamente áreas identificadas como de potencial conflito da 
espécie; 
III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar 
adversamente a realização dos objetivos da instituição; 
IV. a existência de canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, 
segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas 
e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e 
responsabilidades; 
V. a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da 
instituição; 
VI. o acompanhamento sistemático das atividades desenvolvidas, de forma a 
que se possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se 
os limites estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo 
cumpridos, bem como a assegurar que quaisquer desvios possam ser 
prontamente corrigidos; 
VII. a existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de 
informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. 
Parágrafo 1o Os controles internos devem ser periodicamente revisados e 
atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a 
riscos novos ou anteriormente não abordadas. 
 
 
 
67 
 
Parágrafo 2o A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de 
controles internos. 
Parágrafo 3o A atividade de que trata o parágrafo 2, quando não executada por 
unidade especifica da própria instituição ou de instituição integrante do mesmo 
conglomerado financeiro, poderá ser exercida: 
I. por auditor independente devidamente registrado na Comissão de Valores 
Mobiliários – CVM, desde que não aquele responsável pela auditoria das 
demonstrações financeiras; 
II. pela auditoria da entidade ou associação de classe ou de órgão central a 
que é filiada a instituição; 
III. por auditoria de entidade ou associação de classe de outras instituições 
autorizadas a funcionar pelo Banco Central, mediante convênio, previamente 
aprovado por este, firmado entre a entidade a que está filiada a instituição e a 
entidade prestadora do serviço. 
Parágrafo 4º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por 
unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de 
administração ou, na falta deste, a Alta Administração da instituição. 
Parágrafo 5º No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida segundo 
uma das faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, deverá o responsável por 
sua execução reportar-se diretamente ao conselho de administração ou, na falta 
deste, à Alta Administração da instituição. 
Parágrafo 6º As faculdades estabelecidas no parágrafo 3º, incisos II e III, 
somente poderão ser exercidas por cooperativas de crédito e por sociedades 
corretoras de títulos e valores mobiliários, sociedades corretoras de câmbio e 
sociedades distribuidoras de títulos e valores mobiliários não integrantes de 
conglomerados financeiros. 
 
 
 
68 
 
Art. 3o O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o 
sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo 
semestrais, contendo: 
I. as conclusões dos exames efetuados; 
II. as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o 
estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o 
caso; 
III. a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas a respeito das 
deficiências encontradas em verificações anteriores e das medidas efetivamente 
adotadas para saná-las. 
Parágrafo único. As conclusões, recomendações e manifestação referidas nos 
incisos I, II e III deste artigo: 
I. devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta desse, à Alta 
Administração, bem como à auditoria externa da instituição; 
II. devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 
(cinco) anos. 
Art. 4o Incumbe à Alta Administração da instituição, além das responsabilidades 
enumeradas no art. 1º, parágrafo 2º, a promoção de elevados padrões éticos e 
de integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize, a 
todos os colaboradores, a importância dos controles internos e o papel de cada 
um no processo. 
Art. 5o O sistema de controles internos deverá estar implementado até 31.12.99, 
com a observância do seguinte cronograma: 
I. definição das estruturas internas que tornarão efetivos a implantação e o 
acompanhamento correspondentes - até 31.01.99; 
II. definição e disponibilização dos procedimentos pertinentes – até 30.06.99. 
 
 
 
69 
 
Parágrafo único. A auditoria externa da instituição deve fazer menção 
específica, em seus pareceres, à observância do cronograma estabelecido neste 
artigo. 
Art. 6o Fica o Banco Central do Brasil autorizado a: 
I. determinar a adoção de controles adicionais nos casos em que é constatada 
inadequação dos controles implementados pela instituição; 
II. imputar limites operacionais mais restritivos à instituição que deixe de 
observar determinação nos termos do inciso I, no prazo para tanto estabelecido; 
III. baixar as normas e adotar as medidas julgadas necessárias à execução do 
disposto nesta Resolução, incluindo a alteração do cronograma referido no art. 
5º . 
Art. 7o Esta resolução entra em vigor na data de sua publicação. 
Brasília, 24 de setembro de 1998. 
Gustavo H. B. Franco - Presidente 
 
Princípiosde Controles Internos do Comitê da Basiléia 
 
Supervisão pela Administração 
As causas dos grandes prejuízos recentes em instituições financeiras e em 
outras organizações relacionam-se aos elementos de controle e ao seu 
funcionamento efetivo. Portanto, os controles internos são essenciais para que 
as organizações ou instituições atinjam os objetivos de desempenho, informação 
e conformidade. 
Com as atenções voltadas à estruturação dos Controles Internos, o Comitê da 
Basiléia apresentou os princípios dos Sistemas de Controles Internos e os 
entendimentos de sua aplicação para possibilitar sua absorção pelos gestores. 
 
 
 
70 
 
Aproveitamos a oportunidade para relacionar esses princípios aos elementos do 
processo de controles internos mencionados na Resolução n. 2.554/98 e expor 
como algumas informações adicionais se inter-relacionam, conforme os oito 
elementos a seguir: 
1. Supervisão pela administração 
2. Cultura de controle 
3. Identificação e avaliação de riscos 
4. Procedimentos de controle e segregação de funções 
5. Informação e comunicação 
6. Monitoramento 
7. Auditoria interna 
8. Avaliação do sistema de Controles Internos pelas autoridades 
Um fator que levou várias instituições a ter prejuízos, segundo os estudos do 
Comitê da Basiléia, foi a falha da administração ao assegurar que a estrutura 
organizacional e as linhas de subordinação estavam bem definidas. Como 
exemplo, a alta administração deixou de exigir supervisão adequada e em tempo 
hábil das pessoas que tinham alçada para decisões, assim como a elaboração 
dos relatórios sobre a condução das atividades de seus negócios. 
Algumas instituições com problema de controles tinham estruturas 
organizacionais em que as linhas de subordinação não eram claramente 
definidas. Resultado disso é que havia setores que não se reportavam 
diretamente à alta administração. 
Isso significa que nenhum gestor de primeiro escalão monitorava o desempenho 
daquelas atividades bem de perto, o suficiente para notar as atividades, 
financeiras ou outras, incomuns. Além disso, ninguém da alta administração 
tinha conhecimento abrangente das atividades e de como os lucros eram 
gerados. 
 
 
 
71 
 
Se a administração conhecesse as atividades daquela área, poderia ter 
reconhecido indícios de necessidade de maior atenção, investigado as 
operações e tomado providências para reduzir as perdas prováveis. 
Além disso, esses problemas poderiam ter sido evitados se os gestores de 
negócio tivessem efetuado revisões das operações, atentado para relatórios de 
informação gerencial e mantido discussões com o pessoal adequado sobre a 
natureza das operações realizadas. 
Comportamentos como esses dão aos gestores de negócio uma visão objetiva 
de como as decisões estão sendo tomadas e asseguram que as pessoas-chave 
estejam operando dentro dos parâmetros estabelecidos pela organização e 
dentro das políticas de controle interno. 
Apresentação dos Treze Princípios da Basiléia 
Dois princípios tratam do comportamento dos gestores e se enquadram no 
primeiro elemento do processo de controles internos – supervisão pela 
administração – o primeiro deles aborda as funções da alta administração no 
processo: 
Responsabilidades da Alta Administração 
Princípio 1 
A Alta Administração deve: 
• ter a responsabilidade pela aprovação e revisão periódica das estratégias 
globais de negócios e das políticas relevantes para o banco; 
• compreender os principais riscos incorridos pelo banco; 
• determinar os níveis aceitáveis para esses riscos; 
• assegurar que o nível gerencial superior tome as medidas necessárias para 
identificar, medir, monitorar e controlar esses riscos; 
 
 
 
72 
 
• aprovar a estrutura organizacional; 
• assegurar que o nível gerencial superior esteja monitorando a efetividade dos 
sistemas de controles internos e que um sistema de controles internos 
adequados e efetivos seja estabelecido e mantido. 
Consta no Art. 1o, § 2o da Resolução 2.554 a seguinte informação: 
São de responsabilidade da Alta Administração da instituição: 
I. a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos 
efetiva, mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de 
negócios da instituição; 
II. o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos mesmos; 
III. a verificação sistemática da adoção e do cumprimento dos procedimentos 
definidos em função do disposto no inciso II. 
A Alta Administração deve fornecer as diretrizes e orientações à gerência de 
nível superior e supervisioná-las. Uma alta administração forte e ativa constitui 
um mecanismo importante para assegurar a correção de problemas, que podem 
diminuir a eficácia dos sistemas de controles internos. Ela deve incluir em suas 
atividades: 
• discussões periódicas com a gerência sobre a eficiência do sistema de 
controles internos; 
• avaliações dos controles internos feitas pelas gerências, auditores internos e 
auditores externos; 
• esforços periódicos para assegurar que a gerência tenha acompanhado com 
prontidão recomendações e preocupações manifestadas por auditores e 
autoridades supervisoras com relação a deficiências de controles internos; 
 
 
 
73 
 
• revisão periódica da adequação da estratégia e dos limites de risco da 
instituição; 
Para melhor esclarecimento das atribuições da alta administração, mencionamos 
a seguir uma relação de procedimentos para auxiliar nas diretrizes: 
• estabelecer as políticas globais da organização e as de cada área em 
particular; 
• aprovar os procedimentos, incluindo os de controle, estabelecidos pela 
gerência de nível superior; 
• dar exemplos de assuntos que devem compor as políticas a serem adotadas 
(todos relativos à área de crédito; as outras áreas devem seguir o mesmo 
padrão); 
• expor as diretrizes gerais para o volume total de empréstimos em relação aos 
ativos e ao capital da instituição; 
• definir os limites para a exposição total a riscos com diferentes tipos de 
atividades ou tomadores; 
• criar um processo de aprovação de crédito, incluindo os casos que constituam 
exceções, e critérios para a concessão de empréstimos, exigência de garantias, 
padrões de documentação e condições de pagamento (podemos chamar esta 
atividade de Comitê de crédito); 
• atribuir autoridade, responsabilidades, alçadas e limites de aprovação de 
operação a cada administrador da área; 
• estabelecer limites por segmento (geográficos, legais e de exposição por país); 
• elaborar tipos de empréstimo e linhas gerais a serem seguidas ao contratar 
empréstimos; 
• determinar condições de pagamento e vencimentos máximos; 
 
 
 
74 
 
• definir cotação de preços para os empréstimos; 
• atribuir razão máxima entre o valor do empréstimo e o valor da garantia; 
• divulgar informações financeiras a serem exigidas; 
• ter limitação de agregado de empréstimo “em ser”; 
• estabelecer concentração de crédito; 
• definir características da política de crédito, que devem ser amplas e não 
excessivamente restritivas; 
• promover uma filosofia consistente de negócios, independentemente de 
eventuais mudanças na gerência; 
• elaborar uma política de crédito clara, minimizando confusões geradas por 
interpretações das regras estabelecidas; 
• considerar o plano operacional da instituição e os recursos financeiros e 
humanos disponíveis; 
• identificar tipos de operações aceitáveis e inaceitáveis. 
Princípio 2 
O nível gerencial superior deve ter responsabilidade: 
• pela implementação das estratégias e políticas aprovadas pela alta 
administração; 
• pelo desenvolvimento deprocessos que identifiquem, meçam, monitorem e 
controlem os riscos incorridos pelo banco; 
• pela manutenção de uma estrutura organizacional que defina claramente 
responsabilidades, autoridade e relações de subordinação; 
• pela fixação das medidas apropriadas para os controles internos; 
 
 
 
75 
 
• pelo monitoramento da adequação e da efetividade do sistema de controles 
internos. 
Consta no Art. 2o da Resolução 2.554 a seguinte definição: 
Art. 2o Os controles Internos ....... devem prever: 
I. a definição de responsabilidades dentro da instituição. 
Os membros da alta gerência delegam responsabilidade pelo estabelecimento 
de políticas e procedimentos mais específicos para controles internos aos 
responsáveis de cada área ou unidade. 
A delegação é uma parte essencial do gerenciamento, mas é importante que os 
gestores sejam supervisionados pela gerência superior, para assegurar que eles 
desenvolvam e façam funcionar as políticas e os procedimentos implantados 
pela organização. 
Para que um sistema de controles internos seja efetivamente cumprido, depende 
muito de uma estrutura organizacional bem documentada e principalmente 
divulgada, que demonstre claramente a subordinação hierárquica e os níveis de 
autoridade e que assegure comunicação efetiva dentro da organização. 
As obrigações e responsabilidades, quando bem atribuídas, devem garantir que 
não existam lacunas entre as linhas de subordinação e que sejam implantados 
níveis efetivos de controle gerencial com extensão para todos os níveis da 
instituição e suas várias atividades. 
A gerência superior deve adotar medidas que assegurem que as atividades 
sejam conduzidas por pessoal qualificado, com a experiência necessária e 
capacitação técnica. 
 
 
 
 
76 
 
Cultura de controle 
Princípio 3 
O conselho de diretores e a administração sênior são responsáveis: 
• pela promoção de elevados padrões éticos e de integridade; 
• pelo estabelecimento de uma cultura dentro da organização que enfatize e 
demonstre a todos os níveis do pessoal a importância dos controles internos. 
Todos os colaboradores de uma organização bancária necessitam compreender 
seu papel no processo de controles internos e estar completamente engajados 
no processo. 
Consta no Art. 4o da Resolução 2.554 o seguinte: 
Incumbe à Alta Administração da instituição, além das responsabilidades 
enumeradas no artigo 1o, § 2o, a promoção de elevados padrões éticos e de 
integridade e de uma cultura organizacional que demonstre e enfatize a todos os 
colaboradores a importância dos controles internos e o papel de cada um no 
processo. 
A estrutura de controle tem em seu contexto o ambiente de controle, que é o 
efeito coletivo de vários fatores sobre o estabelecimento, o aperfeiçoamento ou a 
diminuição da eficácia de políticas e procedimentos específicos. 
Entre esses fatores, estão a supervisão pela administração (ver os princípios 1 e 
2) e a cultura de controle. Cultura esta composta de alguns fatores que exercem 
influência sobre o ambiente de controle, como: 
• a filosofia e o estilo operacional da gerência; 
• a estrutura organizacional; 
• o funcionamento dos comitês; 
 
 
 
77 
 
• métodos de delegação de autoridade e responsabilidade; 
• métodos de controle da gerência para monitorar e acompanhar o desempenho. 
A cultura de controle depende e muito do engajamento de todos os 
administradores e colaboradores no processo. Para que esse efeito apareça, é 
necessário que a alta administração em todas as suas estâncias demonstre, por 
meio de seus exemplos, as atitudes que servirão para todos os colaboradores da 
organização, pois, ao menor deslize no exercício do sistema de controles 
internos, todos se acharão no direito de efetuar desvios nos processos. 
É verdade que em graus variados, o controle interno é responsabilidade de cada 
um na organização. Para que o sistema de controles internos seja eficaz, é 
essencial que todos os empregados reconheçam a importância de exercer suas 
atribuições com eficiência e informem à administração quaisquer problemas que 
tenham conhecimento, casos de descumprimento de normas internas ou 
externas etc. 
Os controles internos também podem incentivar ou provocar tentações para a 
prática de atividades inadequadas, por exemplo, ao darmos ênfase excessiva a 
metas de desempenho ou de resultados, a esquemas de premiação que 
dependam excessivamente do desempenho no curto prazo e à segregação de 
funções ineficientes. 
Identificação e Avaliação de Riscos 
Princípio 4 
Um sistema de controle interno efetivo requer que os riscos materiais que 
poderiam afetar adversamente a realização dos objetivos do banco sejam 
reconhecidos e continuamente avaliados. 
Essa avaliação deve cobrir os vários tipos de risco enfrentados pelo banco e por 
seu conglomerado (por exemplo, o risco de crédito, de país e de transferência, 
de mercado, de taxa de juros, de liquidez, operacional, legal e de reputação). 
 
 
 
78 
 
Os controles internos podem necessitar de revisão para levar adequadamente 
em consideração quaisquer riscos novos e não controlados previamente. A esse 
respeito, dispõe a Resolução 2.554: 
Art. 2o Os controles Internos... devem prever: 
III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam afetar 
adversamente a realização dos objetivos da instituição; 
IV. a contínua avaliação dos diversos riscos associados às atividades da 
instituição. 
§ 1o. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e atualizados, 
de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a riscos novos 
e anteriormente não abordadas. 
Procedimentos de Controle e Segregação de Funções 
Princípio 5 
Os procedimentos de controle devem ser parte integrante das atividades diárias 
de um banco. Um sistema efetivo de controles internos requer uma estrutura 
apropriada de controle, com atividades de controles definidas para cada nível de 
negócio. As atividades devem incluir: 
• revisão pelos altos escalões; 
• controles apropriados das atividades dos diferentes departamentos ou divisões; 
• controles físicos; 
• verificação de conformidade com os limites de exposição e acompanhamento 
da não conformidade; 
• sistema de aprovações e autorizações, e sistema de verificação e conciliação. 
Essas disposições estão em diversos artigos da Resolução 2.554: 
 
 
 
79 
 
Art. 1o, § 2o: 
I. a implantação e a implementação de uma estrutura de controles internos 
efetiva mediante a definição de atividades de controle para todos os níveis de 
negócios da instituição; 
II. o estabelecimento dos objetivos e procedimentos pertinentes aos 
mesmos; 
Art. 2o Os controles internos... devem prever: 
VI. o acompanhamento sistemático das atividades envolvidas, de forma a que se 
possa avaliar se os objetivos da instituição estão sendo alcançados, se os limites 
estabelecidos e as leis e regulamentos aplicáveis estão sendo cumpridos, bem 
como assegurar que quaisquer desvios possam ser prontamente corrigidos. 
Estão envolvidas aqui a função de compliance e a de auditoria interna. 
Os procedimentos de controle se destinam a cuidar dos riscos que a instituição 
tenha identificado por meio do processo de gestão de riscos. Compõem-se de 
duas etapas: 
• Criação e implantação de políticas e procedimentos de controle; 
• Verificação do cumprimento das políticas e dos procedimentos. 
Princípio 6 
Um sistema efetivo de controles internos requer: 
• segregação apropriada de funções; 
• não atribuição de responsabilidades conflitantes aos colaboradores. 
Áreas de potencial conflito de interesses devem ser identificadas,minimizadas e 
sujeitas a monitoramento cuidadoso e independente. Esse princípio está 
transcrito na Resolução 2.554: 
 
 
 
80 
 
Art. 2o Os controles internos ...devem prever: 
II. Os controles internos devem prever a segregação das atividades atribuídas 
aos integrantes da instituição de forma a evitar o conflito de interesses, bem 
como os meios de minimizar e monitorar adequadamente as áreas identificadas 
como potencial conflito da espécie. 
Informação e Comunicação 
Princípio 7 
Um sistema efetivo de controles internos requer: 
• dados financeiros, operacionais e de conformidade internos, adequados e 
abrangentes; 
• informações externas de mercado sobre eventos e condições relevantes à 
tomada de decisões. A informação deve ser confiável, oportuna, acessível e 
disponibilizada em formato consistente. 
O que diz, a respeito, a Resolução 2.554: 
Art. 2o Os controles internos... devem prever: 
III. meios de identificar e avaliar fatores internos e externos que possam 
afetar adversamente a realização dos objetivos da instituição. 
IV. A existência de canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, 
segundo o correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas 
e compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e 
responsabilidades. 
Princípio 8 
Um sistema efetivo de controles internos requer a existência de sistemas de 
informações confiáveis, que cubram todas as atividades importantes do banco. 
 
 
 
81 
 
Esses sistemas, incluindo aqueles que registrem e utilizem dados na forma 
eletrônica, devem ser seguros, monitorados e resguardados por planos de 
contingência adequados. A Resolução 2.554 trata desse assunto de forma 
difusa, apenas fazendo referência: 
Art. 2o, VII. A existência de testes periódicos de segurança para os sistemas de 
informações, em especial para os mantidos em meio eletrônico. 
Princípio 9 
Um sistema efetivo de controles internos requer canais de comunicação efetivos 
para assegurar que os colaboradores compreendam plenamente as políticas e 
os procedimentos e se engajem neles. Eles devem ter responsabilidade e 
cumprir seus deveres. É fundamental que as informações relevantes alcancem o 
pessoal apropriado. É também tema da Resolução 2.554: 
Art. 2o. Caput e inciso IV. Os controles internos, cujas disposições devem ser 
acessíveis a todos os colaboradores da instituição de forma a assegurar que 
sejam conhecidas as respectivas funções no processo e as responsabilidades 
atribuídas aos diversos níveis da organização, devem prever... a existência de 
canais de comunicação que assegurem aos colaboradores, segundo o 
correspondente nível de atuação, o acesso a confiáveis, tempestivas e 
compreensíveis informações consideradas relevantes para suas tarefas e 
responsabilidades. 
Monitoramento 
Princípio 10 
A efetividade global dos controles internos do banco deve ser continuamente 
monitorada. O monitoramento os principais riscos deve ser parte das atividades 
diárias de um banco, d bem como as avaliações periódicas realizadas pelas 
linhas de negócios e pela auditoria interna. A Resolução 2.554, diz: 
 
 
 
82 
 
Art. 2o, § 1o. Os controles internos devem ser periodicamente revisados e 
atualizados, de forma a que sejam a eles incorporadas medidas relacionadas a 
riscos novos ou anteriormente não abordados. 
Art. 3o O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o 
sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo, 
semestrais, contendo: 
I. as conclusões dos exames efetuados; 
II. as recomendações a respeito de eventuais deficiências, com o 
estabelecimento de cronograma de saneamento das mesmas, quando for o 
caso; 
III. a manifestação dos responsáveis pelas correspondentes áreas a 
respeito das deficiências encontradas em verificações anteriores e das 
medidas efetivamente adotadas para saná-las. 
O monitoramento pode ser feito por diversas áreas, inclusive pela própria área 
de negócios, de controle financeiro, de compliance e de auditoria interna. 
Para evitar que haja instrumentos de controle sem nenhum monitoramento, é 
importante que a gerência superior deixe claro quem é responsável pelas 
funções de monitoramento, devendo fazer parte das atividades diárias da 
instituição. Além disso, a gerência deve fazer avaliações periódicas do processo 
como um todo. 
A periodicidade de monitoramento de cada atividade da instituição será 
determinada em função dos riscos envolvidos e da frequência e natureza das 
mudanças que ocorrem em cada área específica. 
Princípio 11 
As deficiências identificadas nos controles internos das linhas de negócios, 
auditoria interna ou de outras áreas de controle devem ser relatadas de forma 
 
 
 
83 
 
tempestiva à administração sênior e ao conselho de diretores. A esse respeito 
diz a Resolução 2.554: 
Art. 3o O acompanhamento sistemático das atividades relacionadas com o 
sistema de controles internos deve ser objeto de relatórios, no mínimo, 
semestrais, contendo: 
Parágrafo único. As conclusões, recomendadas e manifestações referidas nos 
incisos I, II e II deste artigo: (destaque para os dois primeiros) 
I. devem ser submetidas ao conselho de administração ou, na falta deste, à Alta 
Administração, bem como à auditoria externa da instituição; 
II. devem permanecer à disposição do Banco Central do Brasil pelo prazo de 5 
anos. 
Deficiências de controles internos ou riscos ineficientemente controlados devem 
ser objeto de relatórios dirigidos às pessoas adequadas assim que são 
identificados, sendo que matérias de muita gravidade não podem deixar de 
serem relatadas à gerência superior e à alta administração. Uma vez relatados, 
é importante que a gerência corrija prontamente as deficiências. 
Os auditores internos devem efetuar revisões de acompanhamento ou outras 
formas de monitoramento e imediatamente informar à gerência superior e à alta 
administração quaisquer deficiências não corrigidas. É importante que sejam 
implantados sistemas que acompanhem as falhas de controle e as medidas para 
retificá-las. 
Auditoria Interna 
Princípio 12 
Deve existir uma auditoria interna efetiva e abrangente dos sistemas de 
controles internos, executada por pessoal adequadamente treinado, competente 
e operacionalmente independente. 
 
 
 
84 
 
A função da auditoria interna, como a parte do monitoramento do sistema de 
controles internos, deve reportar-se diretamente ao conselho de diretores, ou ao 
comitê de auditoria, e à administração sênior. A Resolução 2.554 apresenta: 
Art. 2o, § 2o. A atividade de auditoria interna deve fazer parte do sistema de 
controles internos. 
Art. 2o, § 4o. No caso de a atividade de auditoria interna ser exercida por 
unidade própria, deverá essa estar diretamente subordinada ao conselho de 
administração ou, na falta desse, à Alta Administração da instituição. 
Art. 2o, § 7o. Em qualquer das situações previstas neste artigo, a instituição deve 
manter a disposição e garantir acesso irrestrito do Banco Central do Brasil aos 
papéis de trabalho, relatórios e quaisquer outros documentos elaborados pela 
auditoria interna da instituição. 
É fundamental salientar que a independência dos auditores pode ser 
determinada pelas linhas de subordinação dentro da organização e a quem ou a 
que nível os relatórios são feitos. O Auditor deve ser credenciado pela matriz e a 
ela se reportar. 
As responsabilidades do auditor devem estar explicitadas numa descrição de 
funções, com a linha de subordinação definida na política de pessoal. O auditor 
deverá ter livre acesso a todos os arquivos e documentos necessários

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