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15/10/2019 1 Equação Universal de Perdas de Solo Prof. Dr. Marcos Sales Rodrigues Disciplina: Levantamento, Aptidão, Manejo e Conservação do Solo EUPS • Equação Universal de Perdas de Solo (EUPS) – Modelo de predição mais conhecido e utilizado – W. H. Wischmeier & D. D. Smith (1978) • Departamento de Agricultura dos Estados Unidos – Estima a perda média anual de solo • A = R K L S C P EUPS • 10000 parcelas-padrão – 3,5 m de largura x 22,13 m de comprimento – 9% de declividade – Solo nu – Preparado no sentido do declive Parcelas padrão 15/10/2019 2 Parcelas padrão Parcelas não padrão Parcelas padrão EUPS A = R. K. L.S.C.P A = perda de solo média anual (t ha-1 ano-1) R = fator de erosividade da chuva (MJ mm ha-1 h-1) K = fator de erodibilidade do solo (t ha-1/ MJ mm ha- 1 h-1) L = fator de comprimento de encosta (adimensional) S = fator de declividade de encosta (adimensional) C = fator de uso e manejo do solo (adimensional) P = fator de práticas conservacionistas (adimensional) 15/10/2019 3 Equação Universal de Perdas de Solo: Fator R = diâmetro da gota (mm) e vt = velocidade terminal. = 3 mm Salpico vt = 5 a 6 m s -1 Erosividade da chuva • Expressa a capacidade de causar erosão em uma área sem proteção. • EI30 = Energia cinética da chuva (E) e intensidade máxima ocorrida em qualquer período de 30 minutos. – Melhor forma de expressar o potencial da chuva de causar erosão: • Impacto das gotas de chuva • Desagregação do solo • Turbulência do escoamento • Transporte das partículas É a capacidade dos agentes de erosão causarem o desalojamento e o transporte das partículas do solo 15/10/2019 4 Ec = Energia cinética para cada mm de chuva (MJ mm-1 ha-1 h-1); I = intensidade de chuva (mm h-1) EI30 = produto entre a energia cinética (E) e a máxima intensidade de chuva num intervalo de 30 minutos (I30). I30 = máxima intensidade de uma chuva num intervalo de 30 minutos dentro do seu tempo de duração (mm h-1) Fonte da imagem: http://estacaometeorologicafctunesp.blogspot.com.br/2011/06/pluviografo.html e http://ojaizmet.blogspot.com.br/2011/11/la-estacion- meteorologica-iii.html 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 7:30 11:00 14:00 16:10 PRECIPITAÇÃO ACUMULADA, P ( mm) TEMPO, t, (h e min) 15/10/2019 5 Quadro .... Procedimento para cálculo do EI30 ou potencial erosivo (R) de uma chuva. TEMPO P acumulada t P I Ec E h e min. mm min. mm mm/h para 1 mm de chuva MJ mm ha -1 h -1 7:30 0 8:30 3 9:00 3 9:30 8 10:30 8,5 11:00 10 12:00 10,5 12:30 12 13:30 14 13:40 16 13:50 20 14:00 24 14:20 30 14:30 40 16:10 41 MJ ha h-1 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 7:30 11:00 14:00 16:10 Tempo P acum. (mm) TEMPO P acumulada t P I Ec E mm min. mm mm/h (Ec P) 07:30 0 0 0 0 - 0,000 08:30 3 60 3 3 0,16065 0,482 09:00 3 30 0 0 - 0,000 09:30 8 30 5 10 0,20630 1,032 10:30 8,5 60 0,5 0,5 0,09272 0,046 11:00 10 30 1,5 3 0,16065 0,241 12:00 10,5 60 0,5 0,5 0,09272 0,046 12:30 12 30 1,5 3 0,16065 0,241 13:30 14 60 2 2 0,14528 0,291 13:40 16 10 2 12 0,21321 0,426 13:50 20 10 4 24 0,23949 0,958 14:00 24 10 4 24 0,23949 0,958 14:20 35 20 11 33 0,25157 2,767 14:30 40 10 5 30 0,24795 1,240 16:10 41 100 1 0,6 0,09963 0,100 R=E I30 8,828 282,486 É recomendável, o tanto quanto possível, a utilização de informações de registros pluviográficos obtidos num intervalo de tempo de 25 a 30 anos. n R = 1/N (Ei I30i) i = 1 em que, N = número de anos computados e; n = número de chuvas erosivas nos N anos computados. 15/10/2019 6 Precipitações menores que 10 mm de altura e com intervalo de interrupção superior a seis horas são omitidas dos cálculos de EI30, exceto se chover 5 mm num período de 15 minutos. Em termos práticos adota-se a altura 10 mm como valor limite para cálculo de EI30. Para chuvas com intensidade maior que 76,2 mm h-1 • Exemplo: intensidade da chuva de 90 mm h-1. • E = 90 x [0,119 + 0,0873 log (76,2)] Distribuição em percentagem relativa da precipitação e erosividade das chuvas para Manaus - AM Distribuição em percentagem relativa da precipitação e erosividade das chuvas para Mococa- SP 15/10/2019 7 Fonte: Cantalice, J. R. B. et al. LINHAS ISOEROSIVAS DO ESTADO DE PERNAMBUCO - 1ª APROXIMAÇÃO. Caatinga (Mossoró,Brasil), v.22, n.2, p.75-80, abril/junho de 2009. Erosividade da chuva no médio São Francisco 3772 MJ mm/ha h ano Lopes, P. R. C. e Brito, L. T. L. Erosividade da Chuva no Médio São Francisco. R. bras. Ci. Solo, Campinas, 17(1):129-133. 1993. Equação Universal de Perdas de Solo: Fator K Disciplina: Manejo e Conservação do solo e da água Prof. Dr. Marcos Sales Rodrigues Erodibilidade do solo (fator K) –Definição: Suscetibilidade de um dado solo à erosão –Os solos diferem em termos de suscetibilidade à desagregação e ao desalojamento das suas partículas 15/10/2019 8 Erodibilidade do solo (fator K) • Fatores que afetam a erodibilidade – Teores de óxidos de Fe e Al, – textura, – matéria orgânica (MO), – estrutura, – umidade, – ligações eletroquímicas, – estabilidade de agregados – permeabilidade do solo Erodibilidade do solo (fator K) • Solos com maior taxa de infiltração e M.O., bem estruturados e permeáveis = maior resistência à ação erosiva das gotas da chuva e do fluxo de enxurrada • Solos com texturas arenosa, franco- arenosa e franca são mais permeáveis Erodibilidade do solo (fator K) • Solos mais erodíveis são aqueles com altos teores de silte e areia fina • TEXTURA → importante fator que afeta a sua erodibilidade • As propriedades do solo são dinâmicas, portanto, elas podem ser alteradas o tempo todo – Exemplo: com as práticas de preparo e cultivo intensivas há um decréscimo nos teores de matéria orgânica do solo ou compactação – Fator C Determinação da Erodibilidade do solo • No Brasil, as pesquisas sobre a determinação desse parâmetro tiveram maior impulso a partir do final da década de 70 15/10/2019 9 Determinação da Erodibilidade do solo • O fator K tem sido obtido experimentalmente, no Brasil, no campo → método de Wischmeier e Smith (1978): – em parcelas padrões: 22,13 m de comprimento e 9% de declive mantidas, permanentemente, descobertas por no mínimo 2 anos e com preparo do solo no sentido do declive Determinação da Erodibilidade do solo • EUPS→ as pesquisas intensificadas, principalmente com o uso de simuladores de chuvas • Método direto com chuva natural (25 a 30 anos) – Correlação entre as perdas de solo (A) e os valores de (EI30) = Erodibilidade do solo – Parcela padrão = K = A/R – Parcela não padrão = K = A/(R L S) Determinação da Erodibilidade do solo • Método direto com chuva simulada ou artificial Fonte: Bertol et al. (2008) 15/10/2019 10 Determinação da Erodibilidade do solo • Métodos indiretos – Wischmeier et al. (1971) : M: é produto das percentagens de silte mais areia muito fina pela soma das percentagens de areia > 0,1 mm e percentagens de silte mais areia muito fina; MO: é o teor de matéria orgânica em %; S e P: são a estrutura do solo e permeabilidade do perfil do solo, respectivamente. Nomograma de Wischmeier Métodos indiretos propostos no Brasil • Denardin (1990): Equação 1 – Al: é o teor de alumínio (%) – PART: teor de partículas entre 2 e 0,5 mm (%) – P: permeabilidade – MO: Matéria orgânica Métodos indiretos propostos no Brasil – M é o produto do “novo silte” (%) pela soma da “nova areia” (%) com o “novo silte”(%); – P é a permeabilidade; – X27 é o diâmetro médio ponderado das partículas menores que 2 mm, expresso em mm; e – X32 é umarelação entre o teor de matéria orgânica (MO) e o teor da “nova areia” determinada pelo método da pipeta (X32 = MO x “nova areia” / 100). – OBS: “novo silte” compreende as partículas com diâmetro entre 0,1 e 0,002 mm e a “nova areia” as partículas com diâmetro entre 2 e 0,1 mm determinadas pelo método da pipeta 15/10/2019 11 PART=%AMG + %AG 0.0122+ 0.01909 - 0.01788 - 0.00076 Fator k 0.013 t ha-1/ MJ mm ha-1 h-1 0.013 15/10/2019 12 M = %“Novo silte” x (%“Novo silte” + % “Nova Areia”) % “Novo silte” = %Silte + %AMF % “Nova Areia” = (%AF+ %AM+ %AG+ %AMG) M = 1445.22 X2= [ (0,002 x %Argila) + ( 0,026 x %Silte) + ( 0,075 x %AMF) + ( 0,175 x %AF) + (0,375 x AM) + (0,75 x AG)+(1,5 x AMG) ] / (%Argila + %Silte + %Areia) X2= [0.0884 + 0.494 + 0.5175 + 3.1325 + 3.7875 + 1.1 + 1.2] /100 X2= 0.103199 X3 = (%MO x %“Nova Areia”)/100 X3 = 0.6877 0.010810+ 0.008961 - 0.006513 + 0.007149 Fator k 0.0204 t ha-1/ MJ mm ha-1 h-1 0.0204 15/10/2019 13 Referências Bibliográficas • Martins Filho, M. V. Equaçao Universal de Perdas de Solo. Jaboticabal: Funep, 2004. 47 p.
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