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Das Alterações trazidas pela Lei nº 13.964_19 Lei do Pacote Anticrime- ao Código de Processo Penal Brasileiro - Jus.com.br _ Jus Navigandi

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Das Alterações trazidas pela Lei nº
13.964/19 – Lei do Pacote Anticrime- ao
Código de Processo Penal Brasileiro
Estudo integral das alterações atinentes ao Código de
Processo Penal
Publicado em 02/2020. Elaborado em 02/2020.

Entrou em vigor no dia 23 de janeiro de 2020 a Lei do Pacote Anticrime,
que trouxe sensíveis mudanças em diversos ordenamentos jurídicos,
dentre eles o Processo Penal, talvez mais impactado. Este artigo é um
estudo das mudanças no CPP, artigo por artigo.
Das Alterações trazidas pela Lei nº 13.964, de 24 de dezembro de 2019 –
 Lei do Pacote Anticrime- ao Código de Processo Penal Brasileiro
Estudo integral das alterações atinentes ao Código de Processo Penal
1-   Introdução
  Entrou em vigor no dia 23 de janeiro de 2020 a Lei do Pacote Anticrime, que
trouxe sensíveis mudanças em diversos ordenamentos jurídicos, como: Código
de Processo Penal, Código Penal, Código de Processo Penal militar, Lei dos
Crimes Hediondos, Lei de Execuções Penais, Lei do Crime Organizado, Lavagem
de Dinheiro, entre outras alterações.    
Como se vê, a nova politica de segurança pública pretende profundas
mudanças na persecução penal, na tentativa de frear o avanço da criminalidade,
com a migração de um sistema acusatório misto, para um sistema acusatório
puro.
O presente artigo remete o autor às modificações apenas no Código de
Processo Penal, de forma integral, artigo por artigo, que, sem sobra de dúvidas,
impactarão o cotidiano dos operadores do direito, em especial dos advogados
criminalistas.
https://jus.com.br/
2- Do Juiz ou Juízo de Garantias
  Importante inovação, já no artigo 3-A  do CPP, é a criação do juiz de garantias,
ou juízo de garantias, que separa a atuação do juiz que irá julgar o caso, daquele
que atua na fase inicial da persecução penal, ou, a dizer, na fase investigatória.
Esse ponto é bastante controvertido, não tanto pela sua natureza, mas por
questões de implantação em um judiciário deficiente, ao argumento de alguns
de que não haverá magistrados suficientes para fazer frente às demandas
trazidas come essa alteração; sobretudo em comarcas onde há apenas um
magistrado.
  O art.3-B  do CPP expressa que (ipsis verbis): “O juiz de garantias é
responsável pelo controle da legalidade da investigação criminal e pela
salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário, competindo-lhe especialmente: I -
receber a comunicação imediata da prisão, nos termos do inciso LXII do caput
do art. 5º da Constituição Federal; II - receber o auto da prisão em flagrante para
o controle da legalidade da prisão, observado o disposto no art. 310 deste
Código; III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar
que este seja conduzido à sua presença, a qualquer tempo; IV - ser informado
sobre a instauração de qualquer investigação criminal; V - decidir sobre o
requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar, observado o
disposto no § 1º deste artigo; VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida
cautelar, bem como substituí-las ou revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o
exercício do contraditório em audiência pública e oral, na forma do disposto
neste Código ou em legislação especial pertinente; VII - decidir sobre o
requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e não
repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e
oral; VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado
preso, em vista das razões apresentadas pela autoridade policial e observado o
disposto no § 2º deste artigo; IX - determinar o trancamento do inquérito policial
quando não houver fundamento razoável para sua instauração ou
prosseguimento; X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado
de polícia sobre o andamento da investigação; XI - decidir sobre os
requerimentos de: a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em
sistemas de informática e telemática ou de outras formas de comunicação; b)
afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico; c) busca e
apreensão domiciliar; d) acesso a informações sigilosas; e) outros meios de
obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado; XII -
julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia; XIII -
determinar a instauração de incidente de insanidade mental; XIV - decidir sobre
o recebimento da denúncia ou queixa, nos termos do art. 399 deste Código; XV -
assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao
investigado e ao seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e
provas produzidos no âmbito da investigação criminal, salvo no que concerne,
estritamente, às diligências em andamento; XVI - deferir pedido de admissão de
assistente técnico para acompanhar a produção da perícia; XVII - decidir sobre a
homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração
premiada, quando formalizados durante a investigação; XVIII - outras matérias
inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo. § 1º (VETADO). § 2º Se
o investigado estiver preso, o juiz das garantias poderá, mediante representação
da autoridade policial e ouvido o Ministério Público, prorrogar, uma única vez, a
duração do inquérito por até 15 (quinze) dias, após o que, se ainda assim a
investigação não for concluída, a prisão será imediatamente relaxada.
  Portanto, como se observa, toda a fase inicial da persecução pena- fase
investigativa-, é fiscalizada e gerida pelo juiz de garantias, que só se encerra
como oferecimento da denúncia ou queixa-crime, como dispõe o inciso XIV do
art. 3º-B, mencionado.
  As hipóteses elencadas nesse artigo são meramente exemplificativas, e não
taxativas, a teor disposto no inciso XVIII, do art. 3º-B, mencionado.
  A competência do juiz, ou juízo, de garantias abrange todas as infrações
penais, com exceção das de menor potencial ofensivo , e, como já mencionado,
cessa com o recebimento da denúncia ou queixa, na forma do art. 399 do CPP.
Perceba que a atuação do juiz de garantias não cessa com o mero oferecimento
da denuncia ou da queixa, mas sim apenas com o seu efetivo recebimento.
  Importante destacar ainda que tornou-se atribuição do juízo de garantia julgar
habeas corpus por todos os atos até o recebimento da denúncia, a teor do
inciso XII, do art. 3º-B.
  As decisões do juiz de garantias não vincula o juiz da instrução, que não só
poderá, mas deverá reexaminar a necessidade das medidas cautelares em
curso, no prazo máximo de 10 (dez) dias .
  Outra interessante alteração trazida pela nova lei é que o juiz da instrução não
terá sequer acesso aos autos que compõem as matérias de competência do
juiz das garantias, que ficarão acautelados na secretaria desse juízo, à
disposição apenas do Ministério Público e da defesa . Portanto, às partes,
Ministério Público e Defesa, fica assegurado o amplo acesso aos autos
acautelados na secretaria do juízo das garantias.
  Por obvio, pela sistemática da nova lei, juiz que eventualmente praticar
qualquer ato como juiz de garantias, em razão de plantões ou substituições,
ficará impedido de presidir o processo na fase instrutória .  
  Também é atribuição do juiz das garantias, que não só pode, mas deverá
assegurar o cumprimento das regras para o tratamento dos presos, em atenção
aos preceitos constitucionais da dignidade da pessoa humana e da presunção
de inocência. Deve impedir, neste intuito, acordo ou ajuste de qualquer
autoridade com órgãos da imprensa para explorar a imagem da pessoa presa. O
descumprimento destas observâncias pode ser objeto de responsabilidade civil,
administrativa e penal . Esta norma visa acabar com a exposição excessiva de
presos pelos órgãos policiais, com escárnio público do preso, antes mesmo de
ter seu nome lançado ao rol de culpados. 
3- Do Inquérito Policial
  Importante inovação, trazida pela lei em comento, é a possibilidade de defesa
e citação do agente policial que tenha feito uso de força letal no exercício dasua função. Caso em terá agilizada e facilitada suas alegações de ato praticado
em legítima defesa, exercício regular de um direito, ou outra causa excludente
de ilicitude, quando o investigado deverá ser citado da instauração do
procedimento investigatório, podendo constituir defensor no prazo de até 48
(quarenta e oito) horas a contar do recebimento da citação .
4- Da Ação Penal
  Outra principal inovação é a possibilidade de acordo de não persecução penal. 
  O magistrado agora, a partir deste novo modelo puramente acusatório, trazido
pela nova legislação, também ficou afastado de algumas atribuições. Uma
delas é a de, em caso de pedido de arquivamento da inquérito policial ou de
qualquer elemento informativo de mesma natureza pelo promotor de justiça, o
juiz não poderá mais remeter os autos para nova apreciação por órgão superior
do Ministério Público. Caberá agora ao órgão do Ministério Público comunicar a
vítima, o investigado, e a autoridade policial competente, e encaminhará os
autos para a instância de revisão ministerial para fins de homologação. Ainda,
antes da nova lei, uma vez arquivada a ação penal, a vítima nada tinha a fazer a
não ser aceitar. Agora, ao invés de ser juiz a praticar algum ato de revisão do
pedido da ação penal, a vítima ou ser representante legal, em não concordando
com o arquivamento do inquérito policial, poderão, no prazo de 30 (trinta) dias
do recebimento da comunicação, submeter a matéria à revisão da instância
competente do órgão ministerial, conforme dispuser a respectiva lei orgânica .
Essa prerrogativa da vitima portanto é uma inovação legislativa, inexistente até
então
Outra inovação é o chamado acordo de não persecução penal ou a ação penal
negociada. 
Em não sendo caso de arquivamento e sim de denuncia, e tendo o investigado
confessado de formal e circunstancialmente, quer dizer: não bata apenas alegar
ser autor do crime, deve fornecer elementos suficientes aptos a formar o
convencimento do Ministério Público sobre a autoria delitiva; em crimes sem
violência ou grave ameaça e que a pena mínima prevista seja inferior a 4
(quatro) anos. Para operar-se o acordo, lei prevê algumas condições, que podem
ser exigidas de forma cumulativa e alternativa. São elas: I - reparar o dano ou
restituir a coisa à vítima, exceto na impossibilidade de fazê-lo;  II - renunciar
voluntariamente a bens e direitos indicados pelo Ministério Público como
instrumentos, produto ou proveito do crime;  III - prestar serviço à comunidade
ou a entidades públicas por período correspondente à pena mínima cominada
ao delito diminuída de um a dois terços, em local a ser indicado pelo juízo da
execução, na forma do art. 46 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de
1940 (Código Penal);  IV - pagar prestação pecuniária, a ser estipulada nos
termos do art. 45 do Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código
Penal), a entidade pública ou de interesse social, a ser indicada pelo juízo da
execução, que tenha, preferencialmente, como função proteger bens jurídicos
iguais ou semelhantes aos aparentemente lesados pelo delito;  V - cumprir, por
prazo determinado, outra condição indicada pelo Ministério Público, desde que
proporcional e compatível com a infração penal imputada –aberta portanto a
possibilidade de outras condições negociadas entre investigado e Ministério
Público-.
Prevê ainda que para fins de operacionalização da negociação, quanto a
aferição da pena mínima de 4 (quatro) anos, serão consideradas as causas de
aumento e diminuição aplicáveis ao caso concreto .
  Não se aplica, no entanto, o acordo de não persecução penal quando: for
cabível transação penal de competência dos Juizados Especiais Criminais, nos
termos da lei; o investigado for reincidente ou se houver elementos probatórios
que indiquem conduta criminal habitual, reiterada ou profissional, exceto se
insignificantes as infrações penais pretéritas;  ter sido o agente beneficiado nos
5 (cinco) anos anteriores ao cometimento da infração, em acordo de não
persecução penal, transação penal ou suspensão condicional do processo; nos
crimes praticados no âmbito de violência doméstica ou familiar, ou praticados
contra a mulher por razões da condição de sexo feminino, em favor do agressor.
Para ter validade, o acordo de não persecução penal deverá ser formalizado por
escrito e será assinado pelo membro do parquet, pelo investigado e por seu
advogado .
Ainda, será realizada audiência na qual o juiz ouvirá o investigado na presença
de seu defensor, para atestar a sua anuência com os termos do acordo, bem
como os aspectos atinentes à legalidade do mesmo.  Considerando o
magistrado que as condições são inadequadas, insuficientes ou abusivas, esse
devolverá os autos ao Ministério Público para que seja reformulada a proposta
de acordo, com concordância do investigado e seu defensor. Portanto, o acordo
de não persecução penal passará sempre pela fiscalização e homologação ou
não do juízo da ação penal .
Tudo dentro da legalidade, e não havendo condições abusivas impostas ao
investigado, de pronto o magistrado homologará o dito acordo, enviando os
autos ao Ministério Público para que se inicie perante o juízo da execução penal
as condições acordadas e devidamente homologas judicialmente .
Não cumpridas as condições colocadas no acordo, cabe ao Ministério Público
comunicar o juiz; caso em que este será rescindido e posteriormente se seguirá
o oferecimento da denuncia. Ainda, o descumprimento do acordo poderá – e
não deverá-, ser usado pelo Ministério Público como justificativa para o não
oferecimento do benefício processual da suspensão condicional do processo –
ou sursis processual . 
Cumprido integralmente o acordo de não persecução penal, o juízo competente
decretará a extinção de punibilidade .
Se o representante do parquet recusar-se a propor o acordo de não persecução
penal, o investigado ainda terá a possibilidade de requerer a remessa dos autos
a órgão superior, na forma do art.28 .
5- Da Prova
Tendo algum magistrado conhecimento do conteúdo de prova declarada
inadmissível, não mais poderá esse proferir sentença ou acordão. Protege-se
assim a contaminação do juiz por prova ilícita pela qual tenha “passado os
olhos”, podendo fazer com que esse elemento de prova, mesmo que não venha
a ser mencionado na sentença ou o acordão, contamine o ato decisório. Trata-
se de importante mudança as garantias do Réu.
 A prova tia como ilícita deve ser desentranhada dos autos .
6- Da Cadeia de Custódia
  A nova legislação trouxe ao ordenamento jurídico o instituo da cadeia de
custódia das provas, a fim de garantir a integridade e confiança nas mesmas.
Conceitua a cadeia de custódia como o conjunto de todos os procedimentos
utilizados para manter e documentar a história cronológica do vestígio coletado
em locais ou em vítimas de crimes, para rastrear sua posse e manuseio a partir
de seu reconhecimento até o descarte. Cria-se, uma cadeia cronológica e
documentada do manuseio das provas, dando-lhes maior segurança e higidez. 
  O início da cadeia de custódia dá-se com a preservação do local de crime ou
com procedimentos policiais ou periciais nos quais sejam detectadas a
existência de vestígio. Ainda, o agente público que reconhecer um elemento
como de potencial interesse para a produção da prova pericial ficará como
responsável pela sua preservação .
  Fica proibida a partir da nova lei a entrada em locais isolados bem como a
remoção de quaisquer vestígios de locais de crime antes da liberação por parte
do perito responsável, o que em caso de ocorrência será tipificada como fraude
processual a sua realização .
7- Da Prisão, das Medidas Cautelares e da Liberdade Provisória
  As medidas cautelares, como o advento da nova lei, só podem ser decretadas
a pedido das partes, ou, quando no curso da investigação criminal, por
representação da autoridade policial ou mediante requerimento do Ministério
Público, não podendo mais o magistrado decretá-las de ofício .
  Não obstante, quanto à revogação ou substituição da medidacautelar, poderá
o juiz de ofício ou a requerimento das partes, revogar a medida cautelar ou
substituí-la, quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como
voltar a decretá-la, quando sobrevierem razões que a justifiquem. O juiz poderá,
de ofício ou a pedido das partes, revogar a medida cautelar ou substituí-la
quando verificar a falta de motivo para que subsista, bem como voltar a decretá-
la, se sobrevierem razões que a justifiquem .
A prisão preventiva somente será determinada quando não for cabível a sua
substituição por outra medida cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o
não cabimento da substituição por outra medida cautelar deverá ser justificado
de forma fundamentada nos elementos presentes do caso concreto, de forma
individualizada. 
  Portanto há agora a obrigação de o magistrado justificar, de forma
individualizada e mais amplamente fundamentada as razões da não
aplicabilidade das medidas cautelares, e a necessidade de decretação o da
prisão preventiva. Não basta mais a mera alegação da gravidade do delito,
como era amplamente realizado pelos magistrados em suas decretações de
prisão em detrimento das medidas cautelares .
  Não mais há a possibilidade de cumprimento da pena antes do trânsito em
julgado , exceptuados os casos de prisões cautelares.
8- Da Prisão em Flagrante
  A nova lei trouxe à baila a previsão literal e legal da audiência de custódia. Ao
receber o auto de prisão em flagrante, no prazo máximo de 24 (vinte e quatro)
horas, após a realização do flagrante, o juiz deverá promover a audiência de
custódia com a presença do acusado, seu defensor ou membro da defensoria
pública- ou dativo- e o membro do Ministério Público; momento esse em que
juiz poderá, fundamentadamente: se verificar pelo auto de prisão em flagrante,
que o agente praticou o fato em qual quer das condições dos incisos I, II ou III
do caput do art. 23  do Código Penal, poderá, fundamentadamente conceder ao
acusado liberdade provisória, mediante termo de comparecimento obrigatório a
todos os atos processuais, sob pena de revogação; verificando a existência de
reincidência, ou que custodiado integra organização criminosa armada ou
milícia, ou que porta arma de fogo de uso restrito, deverá denegar a liberdade
provisória, com ou sem medidas cautelares . Note-se, que a teor da lei, o juiz,
constatando reincidência a participação em organização criminosa ou milícia,
ou ainda que o custodiado porte arma de fogo de uso restrito, será caso
obrigatório, segundo a letra fria da lei, de denegação da liberdade provisória.
Neste ponto, nos parece que há clara inconstitucionalidade na lei, pois não
observa os princípios constitucionais da individualização da pena e da
presunção de inocência, entre outros.
A autoridade que eventualmente der causa, sem motivação idônea, para a não
realização da audiência no prazo estabelecido no caput, responderá, agora,
administrativa e penalmente pela sua omissão .
  Tornou-se hipótese de obrigatório relaxamento da prisão quando, transcorrido
o prazo de 24 (vinte e quatro) horas, previsto no caput, não seja realizada a
audiência de custódia, desde que para sua não realização não haja motivação
idônea, em razão de que será a prisão tida como ilegal. Não obstante,
permanece a possibilidade de imediata decretação da prisão preventiva .
Seja na fase investigatória ou processual caberá a prisão preventiva. No
entanto, não há mais a possibilidade de decretação da mesma de ofício pelo
magistrado, devendo, necessariamente haver requerimento das partes, seja o
Ministério Público, o Querelante ou o assistente da acuação, ou ainda por
representação da autoridade policial . Mais uma vez fica clara a implantação de
um modelo acusatório puro ao Código de Processo Penal, não mais misto.
  A prisão preventiva poderá ser decretada como garantia da ordem pública, da
ordem econômica, por conveniência da instrução criminal ou para assegurar a
aplicação da lei penal, quando houver prova da existência do crime e indício
suficiente de autoria e, como novidade legislativa o perigo gerado pelo estado
de liberdade do imputado.
  A decisão que decretar a prisão preventiva deve ser motivada e fundamentada
em receio de perigo e existência concreta de fatos novos ou contemporâneos
que justifiquem a aplicação da medida adotada, não podendo a decisão que
decretar utilizar-se mais apenas determos legais como perigo à ordem pública,
devendo haver, portanto, apontamentos relacionados ao mundo dos fatos, ou
seja elementos concretos .
  Escutando a boa doutrina e a jurisprudência pacificada dos tribunais, o § 2º do
art. 313 do CPP, faz menção expressa de que prisão preventiva não deve servir
como meio de antecipação de cumprimento de pena ou como mera decorrência
imediata de investigação criminal ou da mera apresentação ou recebimento da
denúncia .
  Não se considera fundamentada qualquer decisão judicial, seja ela
interlocutória, sentença ou acórdão, que: limitar-se à indicação, à reprodução ou
à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a
questão decidida; empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o
motivo concreto de sua incidência no caso; invocar motivos que se prestariam a
justificar qualquer outra decisão; não enfrentar todos os argumentos deduzidos
no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador;
limitar-se a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus
fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se
ajusta àqueles fundamentos; deixar de seguir enunciado de súmula,
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência
de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento .
  Perceba que em todos esses casos, a revogação da prisão preventiva se dará
por falta de fundamentação, pois não será considerada fundamentada se não
observadas as exigências legais mencionadas.
  Diferente da decretação da prisão preventiva, a sua revogação pode ser
decretada de ofício pelo magistrado. Isso se deve ao fato de este ato ser
benéfico ao acusado. Assim, o juiz poderá, de ofício ou a pedido das partes,
revogar a prisão preventiva se, no correr da investigação ou do processo,
verificar a falta de motivo para que ela subsista, bem como novamente decretá-
la, se sobrevierem razões que a justifiquem.
  Surge também, com a nova lei, a obrigatoriedade de, o órgão que decretou a
prisão preventiva, revisá-la a cada 90 (noventa) dias, de ofício e
fundamentadamente, sob pena de a prisão tornar-se ilegal; caso então de
relaxamento da mesma .
9- Dos Procedimentos Relativos ao Processo da Competência do Tribunal do
Júri
  Sendo a pena em concreto aplicada superior a 15 (quinze) anos, o juiz
determinará a execução provisória da pena, com a expedição do mandado de
prisão, se for o caso, sem prejuízo do conhecimento de recursos que vierem a
ser interpostos, que de regra não terão efeito suspensivo. Pode, no entanto, o
presidente, excepcionalmente, deixar de autorizar a execução provisória das
penas .
  Entretanto, excepcionalmente, poderão tribunal do júri atribuir efeito
suspensivo à apelação, quando verificado, cumulativamente, que o recurso não
tem propósito meramente protelatório, levantar questão substancial e que pode
resultar em absolvição, anulação da sentença, novo julgamento ou redução da
pena para patamar inferior aos 15 (quinze) anos de reclusão .
10- Das Nulidades
  Ocorrerá nulidade sempre que a decisão for carente de fundamentação .
  Neste ponto, a lei só veio a reconhecer aquilo que já era largamente aceito pela
doutrina e pelos tribunais.
11- Do Recurso em Sentido Estrito
  Caberá recurso, no sentido estrito, da decisão, despacho ou sentença que
recusar homologação à proposta de acordo de não persecução penal, prevista
no art.28-A do CPP .
  Inserida no rol taxativo atinente aos recursos em sentido estrito, portanto, mais
uma hipótese de seu cabimento.
12- Do Re curso Extraordinário
    O recurso extraordinário e o recurso especialserão processados e julgados
no Supremo Tribunal Federal e no Superior Tribunal de Justiça na forma
estabelecida por leis especiais, pele lei processual civil e pelos regimentos
internos .
13- Conclusão
  O presente artigo, como vimos trata apenas das mudanças da nova lei no
Código de Processo penal; sue extensão e profundidade, porém, vai muito além,
atingindo o Código Penal, Código de Processo Penal militar, Lei dos Crimes
Hediondos, Lei de Execuções Penais, Lei do Crime Organizado, Lavagem de
Dinheiro, entre outras alterações. Pela profundidade e extensão do tema, é
necessário que o operador do direito criminal esteja a par dessas mudanças,
que vieram como uma bala de canhão atingindo, inclusive a natureza do códex,
que passa agora ter caráter de sistema acusatório puro, em detrimento do
sistema acusatório misto. 
  Inegável muitas das alterações legislativas aqui demonstradas, e relativas a
outros códigos e legislações extravagantes, serão de difícil implementação; seja
pela insuficiência estrutural dos órgãos operativos na persecução penal, como
pela constitucionalidade de diversos pontos. Acompanhemos, e torcemos, para
que, ao fim e ao cabo, as mudanças sejam benéficas às atividades a elas
ligadas e ao bem do país.
 
Autor: Dr. Wagner de Andrade Frozi, é advogado, atuante na cidade de
Vacaria/RS e Região há mais de 10 (dez) anos; inscrito na OAB/RS sob o n.º
71.705.
 
Vacaria/RS, 09 de fevereiro de 2020.
Autores
Frozi e Pessi Escritório de Advocacia CEO Dr. Wagner Frozi
Frozi e Pessi Escritório de Advocacia. Áreas de Atuação: - Advocacia Criminal: Atuamos
em regime de plantão 24hs na realização de flagrantes, Pedidos de Liberdade e Habeas
Corpus, Acompanhamento em Delegacia ou outros casos de urgência. Vasta
experiência em defesas criminais das mais variadas, como Estelionato, Crime de Armas,
Roubo e Extorsão, Homicídio- Crimes Contra a Vida-, Trafico de Drogas e Associação
para o Tráfico, Periclitação da Vida e da Saúde, Crimes Contra a Honra, Crimes Contra a
Liberdade Individual, Receptação, Crimes ao Volante – Embriaguez ao Volante e
Demais-, Maria da Penha, para outros assuntos entre em contato. - Causas Cíveis:
Abarca a atuação em todas as áreas do direito civil, como direito dos contratos, direito
das obrigações, direito do consumidor, direito imobiliário, etc., seja no consultivo, seja
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consumidor, inventários, consultoria e assessoria jurídica e outros, e atua também na
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Causas Tributárias: Diversos tipos de ação de massa com enormes vantagens, como
sobrestamento e recuperação de tributos já pagos- entrar em contato com o escritório
para saber mais. *Estas opções não podem ser divulgadas de forma específica, sob
pena de inobservância do ao Código de Ética e Disciplina da Ordem dos Advogados do
Brasil.
Causas Trabalhistas: Destacam-se como temáticas de atuação as causas que tutelam o
direito às horas extras, intervalos, comissões, equiparação salarial, os mais diversos
adicionais (noturno, insalubridade, periculosidade), acumulo de funções, assédio moral,
assédio sexual, estabilidades e garantias de emprego, além das mais variadas
indenizações decorrentes da relação de emprego havida entre as partes. Igualmente,
merece saliência que o escritório atua perante os Tribunais Regionais do Trabalho e
perante o Tribunal Superior do Trabalho. • - Causas previdenciárias: Vasta experiência
em causas previdenciárias envolvendo Acidente de Trabalho, Aposentadoria Comum,
Aposentadoria Especial, Aposentadoria Invalidez, Auxílio Acidente, Auxílio Doença,
Brasileiro no Exterior, Complementação de Aposentadorias, Decisões Judiciais,
Dentistas, Enfermeiros, Finanças na aposentadoria, Médicos, Não caterogizados, Outras
Profissões, Planejamento da Aposentadoria, Planejamentos e Cálculos, Professores,
Servidores Públicos, Servidores Concursados e Filiados ao INSS, Servidores
Estatutários, Viva melhor na aposentadoria (em breve). Além de ações de massa. entrar
em contato com o escritório para saber mais. *Estas opções não podem ser divulgadas
de forma específica, sob pena de inobservância do ao Código de Ética e Disciplina da
Ordem dos Advogados do Brasil.
Site: https://froziepessi.com.br
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Josian
Josiane Pessi é advogada em Vacaria/RS e Região há mais de 10 (dez) anos; inscrita na
OAB/RS n.º 68.044. Socai-Proprietária do Frozi e Pessi Escritório de Advocacia,
localizado em Vacaria Rio Grande do Sul. https://froziepessi.com.br
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divulgados na Revista Jus Navigandi. 
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