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curso-112437-aula-11-v1 - TEORIA GERAL DOS RECURSOS

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Livro Eletrônico
Aula 11
6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de
Ordem - Com Monitoria
Equipe Igor Maciel, Igor Maciel
39307584826 - Priscila de Almeida Soares
 
 
 
 
 
1- Teoria Geral dos Recursos .................................................................................... 4 
2- Recursos em Espécie .......................................................................................... 13 
2.1 - Apelação .............................................................................................................. 13 
2.2 - Agravos ................................................................................................................ 21 
2.3 - Embargos de Declaração ............................................................................... 31 
2.4 - Recurso Ordinário Constitucional ................................................................ 36 
2.5 - Recurso Especial e Recurso Extraordinário ............................................. 43 
3 – Reclamação Constitucional .............................................................................. 52 
3.1 - Da previsão constitucional e legal da Reclamação ..................................................... 52 
3.2 – Da natureza jurídica ................................................................................................... 55 
3.3 – Do cabimento de Reclamação em todos os Tribunais ................................................ 55 
3.4 –Hipóteses de não Cabimento da Reclamação ............................................................. 56 
3.5 – Análise das Hipóteses de Cabimento .......................................................................... 57 
a) Preservar a Competência do tribunal ........................................................................ 58 
b) Reclamação para garantir a autoridade das decisões do tribunal ........................... 59 
c) Desrespeito a Súmula Vinculante ................................................................................. 60 
d) Desrespeito a Decisão do STF em sede de controle concentrado ............................. 62 
e) Desrespeito a precedente firmado em julgamento de casos repetitivos ou em 
incidente de assunção de competência; .............................................................................. 63 
3.6 – Legitimidade e Procedimento ..................................................................................... 64 
4 – Propostas Peças Processuais com Gabarito ...................................................... 69 
Peça Processual 01 - Elaborada pelo Professor ................................................ 69 
Peça Processual 02 – FGV – OAB – XXIII Exame de Ordem ....................... 73 
Peça Processual 03 – FGV – OAB – VIII Exame de Ordem.......................... 79 
Peça Processual 04 - Criada pelo Professor ....................................................... 84 
Peça Processual 05 - FGV/OAB – XII Exame ..................................................... 89 
5- Propostas Recursos ............................................................................................ 95 
Peça 01 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxv exame de ordem unificado (reaplicação 
porto alegre/rs) - ADMINISTRATIVO ................................................................................... 96 
Peça 02 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxii exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 96 
Peça 03 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxi exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 97 
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Peça 04 - Peça Prático-Profissional cobrada no xx exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 98 
Peça 05 - Peça Prático-Profissional cobrada no xiii exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 99 
Peça 06 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxiv exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 101 
Peça 07 - Peça Prático-Profissional cobrada no xii exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 101 
Peça 08 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxiii exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 102 
Peça 09 - Peça Prático-Profissional cobrada no viii exame de ordem unificado - 
ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 103 
Peça 10 - Peça Prático-Profissional cobrada no XVIII Exame de ordem – Tributário ........ 104 
Peça 11 - Peça Prático-Profissional cobrada no xv exame de ordem unificado - CIVIL .... 105 
Peça 12 - Peça Prático-Profissional cobrada no xii exame de ordem unificado - 
CONSTITUCIONAL .............................................................................................................. 106 
Peça 13 - Peça Prático-Profissional cobrada no viii exame de ordem unificado - 
CONSTITUCIONAL .............................................................................................................. 107 
6 - Considerações Finais ....................................................................................... 108 
 
 
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 Olá meus amigos, tudo bom? Estão gostando do curso? 
 
Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. 
 
Nesta aula, contei com a colaboração do meu amigo, Prof Diego Cerqueira. 
 
Estou à disposição dos senhores. 
 
Espero que gostem, 
 
Grande abraço, 
 
Igor Maciel 
profigormaciel@gmail.com 
 
Convido-os a seguir minhas redes sociais. Basta clicar no ícone 
desejado: 
 
@ProfIgorMaciel 
 
LEMBRETE!!!! É fundamental que ao longo do estudo vocês façam a 
marcação do código com os dispositivos que iremos abordar em aula. 
 
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1- TEORIA GERAL DOS RECURSOS 
1.1. Introdução 
 Nas lições de José Carlos Barbosa Moreira recurso é um “remédio 
voluntário, idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a 
invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se 
impugna”1 
Recurso é um veículo processual disponível para impugnar uma decisão 
judicial desfavorável, diante de um interesse jurídico recursal cabível e 
legítimo. Trata-se de uma ferramenta processual utilizada dentro de um 
processo em andamento para que determinados sujeitos que ficaram insatisfeitos 
com certa decisão proferida possam buscar uma melhor tutela jurisdicional. 
Por isto, meus amigos, tem-se que a função recursal é a de possibilitar o 
questionamento da decisão; é um meio de impugnação judicial, evitando 
assim o seu trânsito em julgado. 
É uma peça que não é privativa de autor ou réu. A legitimidade recursal é 
ampla. Autor, Réu, MP, terceiros comprovadamente interessados e prejudicadospodem utilizar-se deste instrumento processual. 
1.2. Características essenciais do Recurso 
Em consonância com o conceito apresentado por José Carlos Barbosa Moreira, 
Daniel Amorim Assumpção Neves2 esclarece que o instituto deve ser construído 
partindo-se de cinco características essenciais, senão veja-se: 
 Voluntariedade: a parte sucumbente não é obrigada a interpor recurso, 
podendo renunciar ou desistir do recurso unilateralmente. Nesse sentido, 
diz-se que os recursos são pautados no princípio da volitividade (primado 
da vontade), só recorrendo quem assim desejar. 
 Expressa previsão em lei federal: só é recurso, aquilo que é previsto 
em lei federal como tal. Assim, as espécies de recurso são taxativamente 
previstas. 
 Se desenvolve no próprio processo no qual foi proferida a decisão 
impugnada. 
 Legitimidade ampla: de acordo com o caput art. 996 do CPC, possui 
legitimidade para recorrer o Autor, Réu, Ministério Público, terceiro 
prejudicado e comprovadamente interessado. 
 
 
1 Barbosa Moreira, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil, Vol V, Editora Forense, 2005, p. 233. 
2 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.1443 e 1443-1444. 
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1.3. Natureza jurídica e objeto do Recurso 
Trata-se de um incidente processual de impugnação dentro de uma 
ação judicial, por isso se diz que é um meio impugnação dentro do processo em 
andamento. A partir da interposição de um recurso, o recorrente deseja que seja 
proferida uma nova decisão, de modo a impedir a formação da coisa julgada. É 
o chamado efeito impeditivo da coisa julgada. 
O objeto recursal é atacar decisão judicial. Contudo, deve ficar claro 
que ela pode ser impugnada no todo ou em parte. 
1.4. Princípios Recursais 
 
 A doutrina do Direito Processual Civil aponta os seguintes princípios do 
sistema recursal: 
 Princípio da unicidade/singularidade – Em regra, para cada 
pronunciamento há a possibilidade de interposição de um único recurso. 
 Princípio da taxatividade recursal – Os recursos são previstos 
taxativamente em lei, que deve ser federal. 
 Princípio da fungibilidade – Implica no recebimento de um recurso por 
outro. De acordo com o STJ, isto só é possível quando presentes três 
requisitos: dúvida objetiva (quando há posicionamentos distintos na 
doutrina e jurisprudência), inexistência de erro grosseiro e que a 
interposição do recurso errôneo tenha ocorrido no prazo do recurso 
adequado. 
 Princípio do duplo grau de jurisdição – como já abordamos em aula 
de direito material, o duplo grau de jurisdição, na visão do STF, não é 
um princípio e muito menos uma garantia constitucional. Afinal, a própria 
CF/88 traz diversas previsões em que só há uma única instância ordinária. 
No entanto, a doutrina ainda sim pondera que se trata de princípio previsto 
na Convenção Americana de Direitos Humanos, tratado de direitos 
humanos com hierarquia supralegal, e não na CF/88. 
 
 
 
 
 
 
Percebam que o elemento “impugnação de ato 
decisório” é fundamental para identificarmos se estamos 
diante de um recurso ou não. A peça solicitada pelo 
examinador será um recurso caso venha descrito no 
enunciado, por exemplo, que “uma ação já foi proposta, 
há uma decisão proferida, ou pelo Magistrado ou 
Tribunal, devendo o Advogado impugná-la”. 
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1.5. Modalidade e natureza da decisão 
 
No âmbito processual, temos atos decisórios proferidos por Juiz ou 
Tribunal. Os atos decisórios de Juiz podem ser: 
 
a) Decisão interlocutória: é aquela cujo objeto não é o pedido principal 
formulado. A decisão interlocutória não julga o mérito, ela decide um 
incidente processual. Ao ser proferida esta decisão não se põe fim ao 
processo. 
b) Sentença: o objeto é o pedido principal. Ao ser proferida pode vir a 
resolver ou não o mérito do processo (art. 485 e art. 487, ambos do CPC). 
A sentença pode, então, ser terminativa ou definitiva. De acordo com o §1° 
do art. 203, do CPC, a decisão em questão “põe fim à fase cognitiva do 
procedimento comum, bem como extingue a execução”. 
 
Por sua vez, atos decisórios dos Tribunais: 
 
a) Decisão Monocrática do Relator - ocorre quando a lei permite que o 
relator do recurso realize o julgamento sozinho, monocraticamente. 
b) Decisão Colegiada (art. 204, do CPC) – é o julgamento realizado em 
conjunto, ou seja, pelo órgão colegiado do Tribunal, que pode decidir 
por maioria ou por unanimidade. Esta decisão é denominada de acórdão. 
Esquematizando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
1.6. Vícios da decisão impugnada 
A decisão objeto de um recurso pode possuir dois tipos de vício. São 
chamados de vícios decisórios. Podem ser de conteúdo ou de procedimento. 
Sentença
Decisão 
interlocutória
Juiz
Acórdão
Decisão 
monocrática
Tribunal
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No vício de conteúdo (error in judicando), a decisão proferida pelo Juiz 
respeitou o procedimento (aspectos formais), mas temos um erro de qualidade 
de julgamento. Não há ilicitude do juiz. Essa decisão é válida, não pode ser 
objeto anulação (o juiz tem autonomia decisória). 
Diante deste tipo de vício, o pedido recursal é de reforma da decisão, ou 
seja, que haja uma decisão substitutiva de conteúdo. Em outras palavras, o 
que se pede é uma nova decisão judicial dando provimento ao recurso para 
substituir no conteúdo a decisão anterior. O pedido recursal é que seja proferido 
“acórdão substitutivo de sentença”. (Fredie Didier e Araken de Assis) 
Por outro lado, no Vício de procedimento (error in procedendo), há 
violação à Lei. O juiz não cumpriu os regramentos quanto ao trâmite do 
procedimento legal para decidir. Há desrespeito às regras legais que 
estabelecem o procedimento a ser seguido para a decisão ser considerada 
válida. (erro de inobservância dos requisitos formais) 
Por ser inválida, a decisão deve ser anulada. O pedido recursal é de 
anulação para que a decisão seja invalidada e se tenha nova decisão, de 
acordo com a lei. Utiliza-se o recurso para a rescisão da decisão, declarando a 
invalidade e anulando-a, ordenando que se decida por um novo procedimento 
correto. É o que o Prof. Fredie Didier chama de efeito rescindente. 
Assim, sendo identificado error in procedendo, não haverá o efeito 
substitutivo, mas efeito rescindente, devendo os autos serem remetidos para a 
primeira instância de modo que seja proferida outra sentença3. 
1.7. Recurso e seus efeitos 
 
Para fins de prova, a doutrina pátria, tradicionalmente, limita os efeitos dos 
recursos em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 CUNHA, L. J. C.; DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil - meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais – 7ª ed. Salvador: Juspodivm, 
2009, v.3. p. 375 
Devolutivo
•Efeito presente em todos os recursos. Há a devolução da matéria para a nova análise. A
formação da coisa julgada é adiada.
Suspensivo
• Este efeito não é previsto em lei para todos os recursos. Quando possui tal efeito, o recurso
faz com que a decisão impugnada não produza efeitos até que ele seja julgado. Em caso de
sentença condenatória, não ocorrerá a execução provisória da decisão enquanto não julgado o
recurso.
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1.8. Do juízo de admissibilidade e Juízo de Mérito 
A legislação prevê algumas exigências processuais que precisam ser 
cumpridas para que um recurso possa ser julgado no mérito. É o que se chama 
de Juízo de admissibilidade, que possui natureza declaratória, de modo que 
com a admissão ocorrerá o recebimento ou conhecimento do recurso (efeito ex 
tunc). 
Nesse sentido, uma vez estando observados os requisitos de 
admissibilidade, o órgão jurisdicional passará ao exame de mérito, que consiste 
na análise dos fundamentos recursais (causa de pedir). Assim, a análise é se o 
recorrente possui direito ou não em suas razões. 
1.8.1. Juízo “a quo” X Juízo “ad quem” 
Temos no ordenamento jurídico um sistema recursal de duplo juízo. O juízo 
a quo faz o exame de admissibilidade (conhecer ou não o recurso). Há o juízo 
positivo ou negativo de admissibilidade. Este juízo positivo é condição sine qua 
nom para o juízo meritório. 
Já o juízo ad quem faz o exame de mérito, visando julgar o pedido 
principal, seja com uma decisão de reforma ou anulação. Mas, aqui vale uma 
correção da minha parte: 
 
 
 
Tecnicamente, é melhor se dizer que o juízo a quo faz o 
exame provisório de admissibilidade, assim chamado de 
juízo inaugural de admissibilidade. Admitido o recurso, 
este subirá para instância superior. O juízo ad quem 
também detém competência para o exame de 
admissibilidade. O juízo ad quem tem essa competência 
(mais do que um direito...um dever) para renovar e 
confirmar a admissibilidade dada pelo Tribunal a quo. 
Agora, importante ressaltar que existem recursos em que não há o duplo 
juízo. Ex: Agravo de Instrumento, Embargos de Declaração e Agravo interno. Um 
único órgão jurisdicional faz juízo de admissibilidade e mérito. (No caso do Agravo 
de Instrumento, o Tribunal faz exame de admissibilidade e mérito. Nos embargos 
é o próprio juízo originário que faz exame de admissibilidade e mérito) 
Outro ponto. Para fins de prova na OAB, na montagem das peças devemos 
requerer que seja admitido o recurso (na linguagem processualística = que 
seja conhecido), para que caso ele seja admitido, no mérito ele seja 
julgado. Meu recurso só vai ser julgado se eu cumprir os requisitos de 
admissibilidade (preparo, formalidades legais...). No mérito, se pede o 
“provimento” (que seja colhido o pedido principal). 
 
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1.8.2. Requisitos de admissibilidade 
 
Em termos práticos, pela teoria geral temos 07 requisitos de 
admissibilidade que devemos levar para prova. Podemos assim dividi-los em: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além disso, para o Recurso Especial temos mais 02 pressupostos 
importantes: prequestionamento da matéria, de modo que não se pode inovar 
na causa de pedir (não posso trazer novos fatos, novos fundamentos ou provas) 
e o esgotamento das vias recursais ordinárias. (Não cabe recurso especial 
se houver outra via recursal). 
Na mesma linha, no Recurso Extraordinário também se tem a 
necessidade de observância desses dois requisitos: prequestionamento + 
esgotamento das vias recursais ordinárias. Mas, aqui (e somente no RE) 
temos um 3º requisito: Repercussão geral. Está relacionado ao fato da causa 
ser importante, de relevo econômico, político e social, e que interfere no 
ordenamento jurídico. O interesse processual não é só do recorrente, daí dizer 
que no RE há o “efeito transcendente da lide”. 
 
Requisitos intrínsecos 
a) Cabimento: está relacionado à adequação e recorribilidade. Exige-se que 
o pronunciamento seja factível de ser recorrível e que haja adequação com 
o instrumento processual indicado pela lei para impugnar a decisão. 
 
b) Legitimidade: diz respeito a quem pode recorrer ou impugnar a decisão 
judicial. Segundo o art. 996 NCPC/15, o “recurso pode ser interposto pela 
parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como 
parte ou como fiscal da ordem jurídica”. No entanto, no caso do terceiro 
prejudicado, cumpre demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a 
relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se 
afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. 
Intrínsecos: 
•Cabimento
•Legitimidade
•Interesse e
•Inexistência de fato 
impeditivo ou extintivo 
de recorrer.
Extrínsecos:
•Tempestividade 
•Preparo (pagamento de 
despesas de movimento 
do processo)
• Regularidade formal.
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c) Interesse recursal: o interesse recursal deve ser analisado à luz do 
interesse de agir. Somente será julgado o mérito o recurso que possa ser 
útil ao recorrente, ou seja, se o instrumento processual reúne condições de 
gerar uma situação mais favorável ao recorrente. 
 
d) Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de 
recorrer: tem-se basicamente 03 circunstâncias que geram fatos 
impeditivos ao direito de recorrer. 
 
 Aceitação: com o cumprimento da sentença, não cabe recurso. A 
aceitação está disciplinada no art. 1.000 do NCPC/15, que estabelece “A 
parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer”. 
No caso da aceitação tácita, esta é considerada com a prática de ato 
incompatível com a vontade de recorrer, sem reserva. 
 Desistência: o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a 
anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. (art. 998, 
NCPC/15). Nos termos do parágrafo único, a desistência do recurso “não 
impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido 
reconhecida e daquele objeto de julgamento de recursos extraordinários 
ou especiais repetitivos”. 
 Renúncia: a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação 
da outra parte. (art. 999, CPC/15), podendo ocorrer de forma tácita ou 
expressa. 
 
Requisitos extrínsecos 
a) Tempestividade: é a observância do prazo, já que todo recurso tem um 
prazo determinado pela lei, de modo que vencido o prazo recursal sem a devida 
impugnação ocorrerá a chamada a preclusão. O NCPC/15, de forma mais 
homogênea, acabou unificando os prazos recursais para 15 dias (art. 1.003, §5º), 
salvo os embargos de declaração que continua com prazo de 05 dias. 
b) Preparo: O “preparo” quer dizer o custo financeiro de interposição do 
recurso4. São as despesas que o Estado possui na prestação da atividade 
jurisdicional como, por exemplo, o transporte dos autos para outro órgão 
jurisdicional, inclusive porte e remessa. (art. 1.007) *Em alguns casos, a 
legislação processual dispensa o preparo, a exemplo dos Embargos de Declaração 
e do Agravo em REsp ou RE (mas veremos com calma lá na frente). 
 
4 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 
2016, p.1443 e 1443-1444. 
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c) Regularidade formal: diz respeito aos requisitos formais que devem ser 
preenchidos para a admissibilidade do recurso, como capacidade postulatória, 
forma escrita (como regra salvo Embargos Declaração Juizados Especiais), 
assinatura (embora seja vício sanável)... 
 
1.9. Cabimento dos recursos 
Em termos práticos e, para fins de prova na OAB, podemos levar que os 
recursos podem alcançar decisões de 1ª instância e decisões de Tribunal. 
1)Das decisões em 1ª instância: podemos ter as chamadas decisões 
interlocutórias (aqui cabível o Agravo de Instrumento (art. 1.015, NCPC/15) ou 
Embargos Declaração (art. 1.022)) e a sentença (aqui cabível os Embargos 
Declaração, Apelação, Recurso Ordinário Constitucional - ROC, Recurso 
inominado, Recurso Extraordinário - RE, Embargos infringentes de alçada 
(Execução Fiscal de pequeno valor – Art. 34. LEF – Lei. 6830/80) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Decisões 1ª 
Instância
Sentença
Apelação (art. 1.009, CPC)
Embargos de Declaração
Recurso Inominado (Juizados 
especiais)
Decisão 
Interlocutória
Agravo de Instrumento (art. 
1.015, CPC)
Embargos de Declaração (art. 
1.022, CPC)
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 Embora a apelação seja o recurso mais 
comum em face de sentença, você precisa na hora 
da prova examinar o cabimento dos outros 05 
recursos. Não seja induzido a querer elaborar logo 
o recurso de apelação sem avaliar os outros casos. 
Importante! De sentença não cabe só apelação. 
 Os Embargos de declaração são cabíveis em 
face de qualquer decisão, mas acho muito pouco 
provável o seu cabimento na prova da OAB. 
 
2) Das decisões em Tribunal: podemos ter decisões monocráticas dos 
relatores e acórdãos (decisão colegiada). Da decisão monocrática de Relator 
caberá: Agravo Interno ou Agravo em Recurso Especial e em Recurso 
Extraordinário. 
Chama-se Agravo Interno, pois são decisões monocráticas exaradas pelos 
relatores (aquelas não proferidas pelos colegiados) dentro da Turma ou Câmara 
Não sai do Tribunal aonde está sendo julgado a causa. Não vai para STJ ou STF, 
por exemplo. Sequer sai da Turma/Câmara. É também chamado de agravo 
regimental. (É tratado em cada regimento interno nos Tribunais) 
Por sua vez, dos acórdãos podemos ter: Recurso 
Ordinário Constitucional - ROC, Recurso Extraordinário – 
RE,Recurso Especial-REsp e Embargos de Divergência. 
Esquematizando, temos: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Decisões no 
Tribunal
Acórdãos
Recurso 
Ordinário - ROC
Recurso 
Extraordinário -
RE
Recurso 
Especial - REsp
Embargos de 
Divergência
Decisões 
monocráticas 
de Relator
Agravo Interno
Agravo no REsp 
e no RE
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==fcded==
 
2- RECURSOS EM ESPÉCIE 
O Novo Código de Processo Civil trouxe os recursos em espécie no artigo 
994 e seguintes. Vamos analisar? 
 
2.1 - APELAÇÃO 
A apelação é um recurso interposto em face de sentença, conforme 
dispõe no art. 1.009, do NCPC/15. Visa-se com a apelação a reforma da decisão 
judicial, seja a sentença terminativa ou definitiva nos termos do art. 485 e art. 
487, ambos do CPC. Assim sendo, após a prolação da decisão no processo 
originário do juiz singular (juiz de primeiro grau) caberá apelação. 
No entanto, aqui vale uma observação. Em certas situações, há questões 
decididas através de interlocutória, mas que por não serem agraváveis (via 
agravo de instrumento), o legislador trouxe a possibilidade da discussão em 
preliminar na apelação ou nas contrarrazões. Assim, não cabe invocar 
preclusão destas matérias (§1°, do art. 1.009). 
2.1.1 - Efeitos da Apelação 
O recurso de apelação confere ao recorrente uma ampla proteção ao 
direito subjetivo de impugnação judicial. É o chamado efeito devolutivo. 
Através da apelação o recorrente busca que o Tribunal realize a análise das 
matérias tanto de direito quanto de fato. 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento da matéria impugnada. 
§ 1o Serão, porém, objeto de apreciação e 
julgamento pelo tribunal todas as questões 
suscitadas e discutidas no processo, ainda que 
não tenham sido solucionadas, desde que 
relativas ao capítulo impugnado. 
§ 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de 
um fundamento e o juiz acolher apenas um 
deles, a apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento dos demais. 
Além deste efeito, a apelação possui o efeito suspensivo, conforme 
determina o caput do art. 1.012 do NCPC/15. Todavia, há algumas circunstâncias 
em que a sentença produz efeitos imediatamente após a sua publicação. Algumas 
destas situações são trazidas pelo §1°, do art. 1.012 (outras previstas em lei), a 
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exemplo da sentença que condena o pagamento de alimentos ou que extingue a 
ação sem resolução do mérito. 
2.1.2 - Prazo Recursal 
 
O prazo para interpor recurso de apelação é de 15 dias, nos termos do art. 
1.003, §5º, NCPC/15. 
2.1.3 - Preparo Recursal 
O art. 1.007 determina que “no ato de interposição do recurso, o recorrente 
comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, 
inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção”. 
Desta forma, à peça processual deve estar anexado a guia de recolhimento, 
comprovando o recolhimento do preparo e das custas com o porte de remessa e 
de retorno. Tal feito somente não ocorrerá se estivermos diante da concessão do 
benefício de gratuidade de justiça. 
 
Na hora da prova, importante mencionar em tópico próprio o 
cumprimento da tempestividade e do preparo. 
 
2.1.4 - Competência para Julgamento e endereçamento 
O apelante, ao interpor a apelação, dirigirá a peça ao juízo de primeiro 
grau, mas as suas razões recursais devem ser dirigidas ao tribunal 
competente pelo julgamento do recurso (§1°, do art. 1.010 do NCPC/15). 
 
2.1.5 - Juízo de Admissibilidade na Apelação 
a) Antigo CPC: Nos moldes do CPC revogado, o apelante direcionava a sua 
apelação ao juiz que proferiu a sentença, que tinha o poder de “barrar” o recurso, 
inadmitindo-o. Assim, a admissibilidade provisória ou originária sempre se 
concentrou no juízo a quo. Caso houvesse inadmissão do recurso, era cabível 
Agravo de Instrumento. 
b) Novo CPC: A comissão do novo CPC/15 estabeleceu-se que não haveria mais 
o juízo de admissibilidade exercido pelo Juízo originário, já que o recurso iria 
subir de qualquer jeito para o Tribunal e lá haveria reafirmação do juízo de 
admissibilidade. Afinal, era cabível a época o Agravo de Instrumento, quando 
inadmitida a apelação no juízo de primeiro grau (art. 522, do CPC/73). 
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Então, a ideia era subtrair a prerrogativa de admissibilidade do juízo 
originário. Todavia, a partir da leitura do §3°, do art. 1010, CPC, nota-se que 
redação do dispositivo não foi tão clara: “§ 3o Após as formalidades previstas nos 
§ 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente 
de juízo de admissibilidade”. 
A doutrina passou então a discutir acerca da possibilidade ou não do juízo 
de primeiro grau fazer a admissibilidade. O questionamento é se este juízo de 
admissibilidade seria ato vinculado ou não, se não poderia ter um juízo opinativo 
(como o parecer, por exemplo). 
Majoritariamente, tem-se entendido que, apesar da má redação do 
dispositivo, não cabe mais ao juízo originário a realização do juízo de 
admissibilidade5. 
 
E na prova, vamos fazer como Prof.? 
Para nos prevenir, devemos reproduzir a letra da lei. Na peça de interposição 
(folha de rosto) dirigida ao juízo da causa traremos o pedido de encaminhamento 
do recurso ao Tribunal, independentemente de admissibilidade, conforme art. 
1010, §3º, NCPC. 
Adicionalmente,na peça das razões recursais, traremos um tópico próprio para 
demonstrar a presença dos requisitos de admissibilidade, e na parte dos pedidos, 
devemos requerer que o recurso seja conhecido, já que todas as condições foram 
devidamente observadas. 
 
2.1.6 - Endereçamento e Modelo da Peça 
Em termos de prática processual, o recurso de apelação será composto por duas 
petições: 
 
 a) Folha de rosto (peça de interposição): nesta constará o 
endereçamento ao Juízo a quo requerendo a intimação do recorrido para 
apresentar as suas contrarrazões, em 15 dias, nos termos do art.1010, §1º, 
NCPC/15. Além disto, devemos pedir que o recurso seja encaminhado no seu 
duplo efeito devolutivo e suspensivo, conforme os arts. 1012 e 1013, para a 
realização do julgamento pelo Tribunal, independente da realização do juízo de 
admissibilidade, conforme art.1010, §3º. 
 
5 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.1546. 
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 b) petição ou folha das razões recursais: haverá aqui o endereçamento 
ao juízo que detém a competência meritória recursal, ou seja, o juízo ad quem, 
o Tribunal (TJ ou TRF). 
2.1.7 - Dispositivos de Cabimento da Apelação nos Remédios 
Constitucionais 
Meus amigos, estão lembrados da aula sobre Remédios Constitucionais? 
Pois bem. Nos processos subjetivos, em especial as demandas relacionadas ao 
Mandado De Segurança, Ação Popular e Habeas Data, temos dispositivos 
legais próprios que devemos mencionar para reforço da peça recursal. São eles: 
 
 
 
 Ação Popular – Lei n° 4.717/65 
Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou 
pela improcedência da ação está sujeita ao duplo 
grau de jurisdição, não produzindo efeito senão 
depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a 
ação procedente caberá apelação, com efeito 
suspensivo. 
 Mandado de Segurança – Lei n° 
12.016/09 
Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o 
mandado de segurança, cabe apelação. 
 Habeas Data – Lei n° 9.507/97 
Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o 
habeas data cabe apelação. 
 
MODELO DE APELAÇÃO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...VARA...DA 
COMARCA...DO ESTADO… 
X 
X 
Processo nº ... 
X 
X 
 RECORRENTE, nacionalidade, estado civil (ou existência de união 
estável), profissão, portador do RG nº... e do CPF nº ..., endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado ..., nesta cidade, por meio de seu advogado 
constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica 
para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do NCPC/15, vem, perante 
V.Exa, nos termos dos arts. 994, I, 1003, §5º, 1007 e 1009, 1010 a 1014, 
interpor o presente recurso de 
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APELAÇÃO 
em face da sentença proferida nos autos da presente ação, em que litiga com 
o ente...(colocar o ente), pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no 
CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede…, por entender estar a 
decisão viciada por …. (error in judicando) que justifica a sua reforma 
formalizando os requerimentos a seguir expostos. 
X 
 DOS PEDIDOS 
 a) que V.Exª possa receber o presente recurso e intimar o recorrido para 
apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15 dias, nos termos do art.1010, 
§1º, NCPC/15; 
 b) que após observado o disposto no pedido anterior possam ser 
encaminhados os autos com o presente recurso ao Tribunal de Justiça do 
Estado..., no seu duplo efeito, devolutivo e suspensivo, independentemente 
de admissibilidade, conforme art.1010, §3º e 1012 e 1.012 do NCPC/15. 
X 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 Local ... Data ... 
 Advogado 
 OAB 
 
X 
(SEGUNDA FOLHA) DAS RAZÕES RECURSAIS 
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... 
X 
Apelante... 
Apelado: Ente ... 
X 
 I - DOS FATOS MATERIAIS E PROCESSUAIS 
(Neste ponto da peça é necessário que o examinando faça um breve resumo, 
mas de forma clara e objetiva dos motivos que levaram a interposição do 
recurso de apelação) 
 
 “A ação…. proposta por..., em face do réu, teve como fatos 
motivadores… 
 Restou comprovado na petição que…. 
 Contudo, o Meritíssimo Magistrado na primeira instância julgou 
improcedente a ação, razão pela qual o recorrente se insurge por via do 
recurso de Apelação, uma vez que a referida decisão se encontra em 
desconformidade com os preceitos legais que regem a referida matéria, 
estando a mesma viciada por error in judicando, consoante será demonstrado 
a seguir”. 
X 
 II - DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO 
Ao final da folha de rosto (com a indicação local, data, oab...) Você 
iniciará a folha das razões recursais. Importante, aqui, demonstrar 
ao examinador a 2ª petição. Sendo o caso, você pode escrever “ 
DAS RAZÕES RECURSAIS” ou “2ª página (peça das razões)... 
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(Importante aqui que o examinando cite o art. 1.003, §5°, do CPC, que trata 
do prazo para a interposição do recurso, além do art. 1.007, do CPC, 
evidenciando que o recolhimento do preparo foi realizado) 
 
 “A tempestividade da interposição do recurso de apelação se faz 
presente, pois foi realizada dentro do prazo de quinze dias, conforme previsto 
no arts.1003, §5º, NCPC. 
 O recorrente realizou o preparo, nos moldes do art. 1007 do NCPC, 
adequadamente, conforme comprovado no doc. ... em anexo, demonstrando 
a devida guia de recolhimento”. 
X 
 III - DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
(Importante deixar claro aqui que os demais requisitos de admissibilidade 
foram devidamente cumpridos pelo apelante. Falar do cabimento e citar o art. 
1.009, do NCPC; da legitimidade e trazer o art. 996, do NCPC; o interesse 
recursal; a inocorrência de fato impeditivo ou extintivo do direito, citando os 
arts. 998 a 1000 do NCPC; e tratar da presença de regularidade formal, nos 
moldes do art. 1.010). 
 
 “Como afirma o apelante, foram devidamente cumpridos os demais 
requisitos de admissibilidade intrínsecos e extrínsecos. O recurso em tela é 
perfeitamente cabível, pois interposto diante de sentença, nos termos do 
art.1009 do NCPC. 
 Em relação a legitimidade, o recorrente foi parte vencida no processo, 
seguindo o disposto no art. 996. 
 O interesse recursal se faz presente, pois o que o apelante busca com 
este recurso é um provimento jurisdicional melhor e mais útil do que efetivado 
pela sentença. 
 O recorrente também afirma que não há fato impeditivo ou extintivo do 
seu direito, já que não ocorreu em momento algum a aceitação, renúncia ou 
desistência, não se enquadrando nas hipóteses dos arts. 998, 999 e 1000 do 
NCPC. 
 Outrossim, a interposição da presente peça recursal respeitou o disposto 
no art. 1.010, sendo, assim, observada a regularidade formal necessária. 
 Com efeito, requer a V.Exª. que confirme a admissibilidade recursal, 
conhecendo do mesmo, e que seja realizada a análise de mérito do presente 
recurso”. 
X 
IV - DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DE REFORMA (ou, 
se fosse o caso, de ANULAÇÃO) 
(Deve o examinando trazer todos os dispositivos legais, princípios e os 
entendimentos jurisprudenciais que comprovam o direito do apelado. 
Lembre-se de explicar claramente a relação de cada um deles com o caso 
apresentado) 
 
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 “Na situação apresentada, a sentença impugnada possui conteúdo que 
colide com os preceitos legais que regem a referida matéria, ou seja, 
desrespeita o artigo ... da ... que determina que ... 
Por conta do exposto, o direito….do apelante é indevidamente atingido. 
 Outrossim, o conteúdo da sentença acabou violando o princípio ... e o 
entendimento jurisprudencial consolidado na Súmula ... 
Destarte, o apelante busca através do presente recurso reformar o conteúdo 
da decisão recorrida preservando o direito, sendo por ele aguardado o 
provimento recursal. 
X 
 DO PEDIDO 
 Diante do exposto... 
 a) Reafirma o pedido de admissibilidade do presente recurso, para que 
ele seja conhecido, já que todos os requisitos foram devidamente observados, 
conforme demonstrado ao longo da presente apelação; 
 b) Requer que seja dado provimento ao presente recurso, por V.Exª, 
concedendo, assim, novo provimento jurisdicional, conforme disposto no 
art.1010, IV, NCPC, sendo proferido acórdão substitutivo de reforma, com a 
finalidade de reconhecer o bom direito do recorrente, declarando que... 
 c) Requer a inversão do ônus da sucumbência, para que o apelado arque 
com tais despesas. 
X 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 Local ... Data... 
 Advogado 
 OAB 
2.1.8 - Das Contrarrazões Recursais 
Vamos aproveitar o momento que já abordamos a teoria geral dos recursos 
e acabamos de fazer o estudo da apelação para falar um pouco sobre as 
contrarrazões. 
“Contrarrazões” não mais é do que uma peça usada para que o recorrido 
possa apresentar suas razões diante de um recurso interposto pelo recorrente. 
As contrarrazões encontram-se dentro do chamado “direito de defesa na fase 
recursal”. O objetivo é se manifestar, “atacar” os fundamentos do recurso que 
fora interposto pela outra parte, e defender (caso entenda necessário) os motivos 
da sentença proferida a seu favor. 
No caso do recurso de apelação, por exemplo, o parágrafo primeiro do art. 
1.010 NCPC/15 estabelece que “§ 1o O apelado será intimado para apresentar 
contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias”. 
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As contrarrazões é um instrumento processual viável não só para 
apresentação de razões de defesa em face da apelação, mas também é possível 
nos demais recursos. Pode-se ter, por exemplo, contrarrazões ao Agravo de 
Instrumento, contrarrazões ao Recurso Especial, contrarrazões ao Recurso 
Extraordinário... 
Em verdade, é uma peça muito simples de se fazer, não tem mistério! Na 
hora da prova, você precisa ficar atento ao enunciado, pois o examinador 
provavelmente trará um caso prático afirmando que já houve uma decisão 
proferida e a interposição de recurso pela parte recorrente, abrindo-se 
prazo para que você, na qualidade de advogado da parte recorrida, 
manifeste-se em defesa (ou apresente suas razões) ao recurso interposto. 
Vamos analisar como seria um modelo de contrarrazões? 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...VARA...DA 
COMARCA...DO ESTADO… 
X 
X 
Processo nº ... 
Apelante:… 
Apelado:... 
X 
X 
 APELADO, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), 
profissão, portador do RG nº... e do CPF nº ..., endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado ..., nesta cidade, por meio de seu advogado 
constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica 
para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do CPC, vem, perante V.Exa, 
nos termos do §1° art. 1010, do CPC, apresentar 
CONTRARRAZÕES RECURSAIS 
em face da Apelação interposta pelo ente X …, pessoa jurídica de direito público 
interno, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede…, contra 
a sentença de procedência proferida por V.Exª nas folhas nº... dos autos do 
presente processo, sendo aqui formalizados os seguintes pedidos: 
 a) que seja recebida a presente peça processual, cuja a interposição é 
tempestiva, respeitando o prazo de 15 dias, conforme art.1.010, §1º, CPC; 
 b) que sejam encaminhadas as presentes contrarrazões juntamente com 
o recurso interposto e os autos do processo ao Tribunal de Justiça de …., 
independentemente de admissibilidade. 
X 
Nestes termos, 
Pede deferimento. 
Local ... Data ... 
Advogado 
OAB 
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X 
DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS 
AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO… 
X 
X 
 I - DOS FATOS 
 
X 
 II - DA TEMPESTIVIDADE 
 
X 
 III - DO DIREITO 
 
X 
 IV - DOS PEDIDOS 
 
 Ante o exposto requer a V.Exa admissibilidade da presente peça 
processual, negando o provimento ao recurso de apelação quanto ao mérito, 
sendo assim mantida a sentença integralmente, preservando o julgamento de 
procedência da ação. 
 Por conta dos argumentos acima expostos, a decisão recorrida está em 
plena conformidade com os preceitos legais que regem a referida matéria, não 
devendo ser reformada. 
 Que se negue provimento ao recurso. 
X 
 Nesses Termos, 
 Pede Deferimento, 
X 
 Local ... Data ... 
 Advogado 
 OAB 
 
2.2 - AGRAVOS 
O Novo Código de Processo Civil traz a previsão de interposição do recurso 
de agravo para situações em que estamos diante de decisões interlocutórias. 
Sendo estas decisões de 1º Grau, estaremos diante do Agravo de Instrumento. 
Caso estivermos diante de decisões de 2º Grau podemos ter o Agravo Interno ou 
Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário, a depender das 
questões processuais. 
Para uma melhor compreensão trataremos sobre cada um separadamente. 
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2.2.1 - Agravo de Instrumento 
2.2.1.1 -Hipótese de cabimento 
Trata-se de instrumento processual disponível em face de decisão 
interlocutória que deve ter sido proferida pelo Juízo de 1° grau. 
O Novo CPC trouxe as hipóteses em que são cabíveis o agravo de 
instrumento, estando elas elencadas no art. 1015. Isto facilita para o examinando 
no momento de identificar se a peça processual solicitada pela banca é um agravo 
de instrumento ou não, pois, na hora prova, a banca vai ter que trabalhar com 
uma dessas hipóteses do art. 1015. 
Desta forma, é cabível o recurso em questão, quando estivermos diante de 
decisão interlocutória contra decisão de 1º grau que verse sobre: 
 Tutelas provisórias; 
 Mérito do processo; 
 Rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
 Incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
 Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do 
pedido de sua revogação; 
 Exibição ou posse de documento ou coisa; 
 Exclusão de litisconsorte; 
 Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
 Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
 Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos 
embargos à execução; 
 redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; 
 Outros casos expressamente referidos em lei; 
 Contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de 
sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução 
e no processo de inventário. 
Agora, veja bem, em termos de prática processual, é possível que no 
momento da apelação (ou nas contrarrazões) seja feita uma preliminar para 
impugnação de determinadas matérias que são irrecorríveis via agravo de 
instrumento. 
No antigo CPC, esta era a hipótese do famoso agravo retido, mas a nova 
sistemáticado Código de Processo Civil extinguiu esta espécie de recurso e 
passou a prever a possibilidade de alegação sobre a decisão interlocutória 
irrecorrível por “AI” na preliminar da apelação, não sendo assim acobertadas pela 
preclusão. Esta é a previsão do §1°, do art. 1.009, NCPC/15: 
§ 1o As questões resolvidas na fase de 
conhecimento, se a decisão a seu respeito não 
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comportar agravo de instrumento, não são 
cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em 
preliminar de apelação, eventualmente interposta 
contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
 
2.2.1.2 - Do prazo para interposição do AI 
Uma novidade do novo Código de Processo civil é que o prazo para 
interposição do agravo de instrumento passa a ser de 15 (quinze) dias, seguindo 
a regra geral estabelecida pelo §5°, do art. 1.003, do NCPC/15. 
 
2.2.1.3 - Do Juízo de admissibilidade 
 Alguns recursos, no novo CPC, não possuem duplo juízo. É o caso do Agravo 
de Instrumento, por exemplo. Assim, um único órgão jurisdicional faz juízo de 
admissibilidade e mérito. No AI, a peça é feita e direcionada para o Tribunal 
examinar a matéria. 
 
2.2.1.4 - Da petição 
No Agravo de Instrumento podemos ter ou não a “folha de rosto”. 
 
Mais uma vez, teremos a petição dirigida ao órgão jurisdicional distinto 
do que prolatou a decisão recorrida, ou seja, ela é encaminhada diretamente ao 
Tribunal. Muito cuidado na hora da prova! 
A petição deve atender aos seguintes requisitos previstos no art. 1.016: 
 Conter os nomes das partes; 
 Trazer a exposição do fato e do direito; 
 Minudenciar as razões do pedido de reforma ou de invalidação da 
decisão e o próprio pedido; 
 Trazer o nome e o endereço completo dos advogados constantes do 
processo. 
Além disto, é necessário que a petição seja instruída, nos moldes do art. 
1.017, do NCPC/15, ou seja, deve estar acompanhada: 
 Obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da 
contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria 
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decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro 
documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações 
outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; 
 Com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos 
acima, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua 
responsabilidade pessoal; 
 Facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis; 
 Com o comprovante do pagamento das respectivas custas e do 
porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos 
tribunais. (§1º, art. 1.017, CPC) 
Não menos importante, conforme a previsão do art. 1.019, ao ser recebido 
o agravo de instrumento no tribunal, este será distribuído imediatamente. O 
relator deve primeiro analisar se o caso se aplica as hipóteses do art. 932, incisos 
III e IV, do NCPC/15. Caso o relator entenda pela inaplicabilidade de tais incisos 
anteriormente, no prazo de 5 (cinco) dias: 
 poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em 
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, 
comunicando ao juiz sua decisão; 
 ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com 
aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo 
Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu 
advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-
lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do 
recurso; 
 determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente 
por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se 
manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. 
2.2.1.5 - Do preparo 
No caso do Agravo de Instrumento há necessidade de preparo, conforme 
arts. 1.007 e §1º do 1.017, do NCPC. 
2.2.1.6 - Tutela de Urgência 
No agravo de instrumento é possível a atribuição de efeito suspensivo 
ou a concessão da tutela antecipada da pretensão recursal, seja ela total ou 
parcial, como determina o inciso I do art. 1019. Ocorrendo tal concessão, há a 
necessidade de comunicação ao juiz, por parte do relator. 
Importante destacar, que os requisitos da tutela de urgência, aqui, estão 
previstos no art. 300, do CPC, sendo eles: 
 A probabilidade do direito; 
 O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. 
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Vamos analisar como seria um modelo da peça de Agravo de Instrumento? 
 
MODELO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO 
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO… 
X 
X 
Processo n°... 
X 
X 
Agravante, já devidamente qualificado nos autos da Ação …, que move 
contra…, inconformado com a decisão de fls…, por meio de seu advogado 
constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica 
para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do NCPC/15, vem, perante 
V.Exa, com fundamento nos arts. 994, II, 1.003 §5º, 1.015 a 1.1020, interpor 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 em face de decisão interlocutória de denegação de pedido de concessão 
de tutela provisória, prevista no art.1.015, I, CPC, proferida nos autos. 
 
 Informa na oportunidade, em respeito ao art. 1.016, IV, do NCPC/15, os 
nomes e endereços dos advogados do agravante e do agravado. 
X 
 I – DO CABIMENTO 
 O presente Agravo de Instrumento é cabível com fulcro no I, do art. 
1.015, pois o objeto do recurso em questão trata-se de decisão interlocutória 
denegatória de tutela de urgência. 
X 
 II - DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE 
 O recorrente é parte no processo, sendo, assim, legitimado, nos moldes 
do caput, do art. 996, NCPC/15. Desta forma, ele possui interesse recursal. 
 Além disto, o recorrente destaca a inexistência de fato impeditivo ou 
extintivo do direito de recorrer, fatos estes previstos nos arts. 998, 999, 1.000. 
 A tempestividade do recurso resta comprovada, já que o agravo de 
instrumento foi interposto dentro do prazo de 15 dias a que se refere o 
art.1.003, §5º do NCPC. 
 O preparo foi devidamente recolhido, conforme documento em anexo, 
sendo respeitado o disposto no art.1.017, §1º, NCPC/15. 
 Outrossim, foram obedecidas todas as regras para a regularidade formal 
da presente petição. 
X 
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 III - DA DOCUMENTAÇÃO E PEÇAS OBRIGATÓRIAS 
 
 Foram apresentados em anexo (doc. nº...) todos os documentos e peças 
obrigatórias para a interposição do agravo de instrumento, com fulcro no art. 
1.017, I e §1°, do NCPC/15, sendo juntadas: as procurações dos advogados 
do agravante e do agravado com nome completo e endereço profissional, a 
cópia da petição inicial e da decisão interlocutória, bem como a da certidão de 
intimação da mesma às partes, a cópia da contestação e da guia de 
recolhimento das verbas do preparo. 
 O recorrente mais uma vez registra que, com fulcro no IV, do art. 1.016, 
tem-se por documento em anexo os nomes e endereços dos advogados do 
agravante e do agravado. 
X 
 IV - DAS PEÇAS FACULTATIVAS 
 O art. 1.017, III, do NCPC autoriza ao agravante apresentar 
facultativamente peças que entenda serem úteis à sua defesa e ao desenrolar 
da causa. Por isto o recorrente anexou o doc. nº... ao agravo proposto.X 
 V - DA OBEDIÊNCIA À REGRA DO ART.1.018 do NCPC/15, 
JUNTADA EM TRÊS DIAS NA 1ª INSTÂNCIA 
 Após a presente interposição será juntando em até três dias a cópia do 
presente Agravo e do comprovante de sua regular interposição nos autos 
principais na primeira instância, com fulcro no art. 1.018, para assim evitar a 
arguição de inadmissibilidade do Agravo. 
X 
 VI - DO EFEITO SUSPENSIVO OU DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA 
DA PRETENSÃO RECURSAL) 
(Lembre-se que no agravo de instrumento pode haver pedido de efeito 
suspensivo ou de antecipação da tutela recursal e, por isto, o examinando deve 
trazer o art. 1.019, I e art. 995, parágrafo único, ambos do NCPC/15, para 
evidenciar tal possibilidade) 
 Conforme o art. 1.019, I, do NCPC/15 e o art. 995, parágrafo único, o 
agravante requer a concessão de efeito suspensivo ao recurso apresentado ou, 
sendo o caso, da antecipação de tutela da pretensão recursal. 
 Como o agravo em questão tem por objeto decisão interlocutória de 
caráter negativo, o pedido específico realizado pelo agravante é de antecipação 
de tutela recursal. 
 Há claramente o fundamento relevante na tese jurídica apresentada, 
além do risco de dano grave de difícil ou incerta reparação para o recorrente, 
estando demonstrada a presença dos requisitos necessários para o provimento 
do presente pedido. 
X 
 VII - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS 
 (Aqui o examinando deve demonstrar todos os dispositivos, 
jurisprudências, súmulas e princípios que asseguram ao agravante o direito a 
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ter a decisão interlocutória reformada. No nosso exemplo a decisão foi 
denegatória de tutela provisória) 
 Primeiramente, deve se destacar que…., devendo ser por isto concedida 
a tutela provisória, que foi denegada na ação…. 
 Com isto, será evitada a ocorrência de uma lesão grave de difícil ou 
incerta reparação. 
 A ação ….interposta contra….teve como fundamento o art….., do…., pois 
houve por parte do agravado violação…. 
 A jurisprudência consolidada na súmula n°….também demonstra 
claramente que... 
 Conforme o princípio….. 
 Assim, resta comprovada a necessidade de reforma da decisão 
interlocutória através do provimento do Agravo de Instrumento, sendo 
concedida a tutela de provisória que havia sido denegada, conforme pedidos a 
seguir expostos. 
X 
 VIII - DO PEDIDO 
 Pelo exposto, requer: 
 a) seja admitido o presente recurso já que, como exposto, restam 
obedecidos todos os requisitos de admissibilidade; 
 b) a intimação do agravado para apresentar suas contrarrazões no prazo 
de 15 dias; 
 c) a intimação do Ministério Público para apresentar suas considerações, 
com fulcro no art.1.019, III, NCPC/15; 
 d) a reafirmação do pedido de atribuição do efeito suspensivo/concessão 
de antecipação de tutela da pretensão recursal, conforme descrito no 
art.1.019, inciso I; 
 e) que, em relação ao mérito recursal, seja dado provimento ao presente 
agravo de instrumento, com acórdão substitutivo que implicará na reforma da 
decisão interlocutória, concedendo a liminar para suspender….até que a 
sentença da ação… seja prolatada. 
 X 
Nesses termos, 
Pede deferimento. 
Local... data... 
Advogado 
OAB 
 
 
 
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2.2.2 - Agravo Interno 
2.2.2.1 - Cabimento 
Em regra, da decisão monocrática exarada pelo relator (decisões não 
proferidas pelos colegiados) cabe agravo interno. É chamado de interno porque 
tal agravo não sai do Tribunal aonde está sendo julgada a causa. Em verdade, 
sequer sai da Turma ou Câmara recursal. Na verdade, como dito anteriormente, 
ele é interposto contra a decisão monocrática do relator sendo direcionada ao 
órgão colegiado competente. 
Este recurso é convencionalmente também chamado de agravo 
regimental, já que é disciplinado pelo regimento interno de cada Tribunal, nos 
moldes do art. 1.021, do NCPC/15. “Contra decisão proferida pelo relator caberá 
agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao 
processamento, as regras do regimento interno do tribunal”. 
2.2.2.2 - Decisões do Relator 
Prof., e quais são as hipóteses de decisão que podem ser proferidas 
monocraticamente pelo relator? 
O art. 932, do NCPC/15 elenca as atribuições do relator. Vamos dar uma 
olhadinha com calma nesse dispositivo: 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, 
inclusive em relação à produção de prova, bem 
como, quando for o caso, homologar 
autocomposição das partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos 
recursos e nos processos de competência 
originária do tribunal; 
III - não conhecer de recurso inadmissível, 
prejudicado ou que não tenha impugnado 
especificamente os fundamentos da decisão 
recorrida; 
IV - negar provimento a recurso que for contrário 
a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
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c) entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de 
contrarrazões, dar provimento ao recurso se a 
decisão recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do 
Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal 
Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em 
julgamento de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de 
resolução de demandas repetitivas ou de assunção 
de competência; 
VI - decidir o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica, quando este for instaurado 
originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, 
quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no 
regimento interno do tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível 
o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) 
dias ao recorrente para que seja sanado vício ou 
complementada a documentação exigível. 
2.2.2.3 - Petição do Agravo Interno 
Na petição é necessário que haja a impugnação específica dos 
fundamentos da decisão que está sendo objeto do agravo interno (§1°, 
do art. 1.021). 
No agravo interno há 02 (duas) petições, sendo uma de interposição, que 
é dirigida ao relator e a segunda traz as razões recursais, que serão direcionadas 
à Turma/Câmara do Tribunal. 
Tipo ação 1ª petição 2ª petição 
Agravo Interno 
Relator do órgão interno 
competente conforme 
regimento interno. 
Órgão colegiado 
competente do Tribunal. 
Por conta deste primeiro direcionamento ao relator, há a possibilidade 
do juízo de retratação, ou seja, do relator modificar a sua decisão. Contudo, 
isto só é possível após ouvir o agravado, que será intimado para se manifestar 
em 15 dias (§2°, do art. 1.021, do NCPC/15). Porém, caso o relator não volte 
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atrás na sua decisão, após proferir o seu voto deve remeter o agravo ao órgão 
colegiado para a realização do julgamento. 
IMPORTANTE!!!! O relator não pode julgar improcedente o agravo 
apenas reproduzindo a fundamentação da decisãoque foi objeto do 
agravo interno (§3° do art. 1.021). 
Ao receber o agravo interno, o órgão colegiado analisará a sua 
admissibilidade e julgará o seu mérito. 
A aplicação de multa se faz possível, se houver decisão colegiada em 
votação unânime entendendo pela inadmissibilidade do agravo, ou pela sua 
improcedência. A multa será fixada entre 1% (um por cento) e 5% (cinco por 
cento) do valor atualizado da causa (§4° do art. 1.021, do CPC). 
O provimento do agravo interno, pelo colegiado, resultará no seguimento do 
recurso anteriormente inadmitido para que ele seja julgado pelo colegiado. 
2.2.2.4 - Do prazo recursal e do Preparo 
O prazo para interpor do agravo interno é de 15 (quinze) dias, conforme 
o disposto no §5°, do art. 1.003. Já em relação ao preparo, este é dispensado 
no agravo interno. 
 
2.2.3 - Agravo em Recurso Especial e Recurso Extraordinário 
2.2.3.1 - Cabimento 
O Agravo em REsp e em RE possui hipótese de cabimento específica. Trata-
se de recurso que tem por finalidade, nos termos do art. 1.042 do NCPC/15, 
atacar decisão exarada do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido 
que inadmitiu o Recurso Especial ou inadmitiu o Recurso Extraordinário. 
Cumpre destacar, no entanto, que se a decisão for fundada na aplicação 
de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em 
julgamento de recursos repetitivos não caberá o agravo em REsp e em RE. 
2.2.3.2 - Do prazo recursal e preparo 
O prazo para interpor do agravo em REsp e em RE é de 15 (quinze) dias, 
conforme o disposto no §5°, do art. 1.003. Já em relação ao preparo, este 
também é dispensado assim como no agravo interno. (art. 1.042, §2°, NCPC) 
 
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2.2.3.3 - Petição do Agravo em REsp e em RE 
Para cada recurso não admitido deve ser interposto um agravo. Se foram 
inadmitidos o REsp e o RE, deve ser interposto um agravo em face de inadmissão 
de REsp além de um agravo em face de inadmissão do RE. 
A “folha de rosto” ou peça de interposição deve ser endereçada e dirigida 
ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Tribunal de Origem. 
 
2.3 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
O Embargos de Declaração trata-se de um recurso que tem como finalidade 
suprir omissão, erro material, obscuridade ou a contradição existente em 
uma decisão judicial, conforme elenca o art. 1.022, do CPC. 
Art. 1.022. Cabem embargos de declaração 
contra qualquer decisão judicial para: 
I - esclarecer obscuridade ou eliminar 
contradição; 
II - suprir omissão de ponto ou questão 
sobre o qual devia se pronunciar o juiz de 
ofício ou a requerimento; 
III - corrigir erro material. 
A decisão judicial objeto dos embargos pode ser uma sentença, uma 
decisão interlocutória, uma decisão monocrática ou até mesmo um acórdão. 
2.3.1 - Do cabimento dos Embargos 
Da omissão 
A omissão ocorre quando o juiz que julgou a decisão deixou de apreciar 
ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar de ofício ou a 
requerimento. Salienta-se que a apreciação pelo juiz deve ser feita tanto de 
todos os pedidos formulados quanto dos fundamentos apresentados por ambas 
as partes. 
O parágrafo único do art. 1.022 do CPC estabelece que a decisão será omissa 
quando: 
 Deixar de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos 
repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso 
sob julgamento; 
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 Incorrer em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1°, do 
CPC, de modo que não será considerada fundamentada a decisão que: 
 
 
 
 
 se limitar à indicação, à reprodução ou à 
paráfrase de ato normativo, sem explicar sua 
relação com a causa ou a questão decidida; 
 empregar conceitos jurídicos indeterminados, 
sem explicar o motivo concreto de sua incidência no 
caso; 
 invocar motivos que se prestariam a justificar 
qualquer outra decisão; 
 não enfrentar todos os argumentos deduzidos 
no processo capazes de, em tese, infirmar a 
conclusão adotada pelo julgador; 
 se limitar a invocar precedente ou enunciado 
de súmula, sem identificar seus fundamentos 
determinantes nem demonstrar que o caso sob 
julgamento se ajusta àqueles fundamentos; 
 deixar de seguir enunciado de súmula, 
jurisprudência ou precedente invocado pela parte, 
sem demonstrar a existência de distinção no caso 
em julgamento ou a superação do entendimento. 
Da Obscuridade 
A obscuridade ocorre quando o órgão jurisdicional, prolator da decisão, não 
se faz entender, por conta da falta de clareza e da sua imprecisão. 
Da contradição 
A contradição, conforme previsão do inciso I, do art. 1.022, do NCPC, 
acontece quando há a presença de preposições inconciliáveis entre si na 
decisão6. 
Do erro material 
O Novo Código de Processo Civil em seu art. 1.022, inciso III, trouxe mais 
uma hipótese caracterizadora dos embargos de declaração: erro material. Em 
verdade, o dispositivo apenas positivou um entendimento já consolidado no 
âmbito do Superior Tribunal de Justiça, que já admitia o cabimento dos 
Embargos de declaração quando houvesse erro material na decisão. 
Quando estamos diante de um equívoco ou inexatidão nos aspectos 
objetivos da decisão, há a presença de um erro material. Por exemplo: 
 
6 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8 ed. Salvador: Editora JusPodivm, p. 1.592. 
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um cálculo realizado de forma errada, ausência de algumas palavras no texto da 
decisão ou presença de erros de digitação. 
*Na hora da prova, sendo a peça cabível os Embargos de 
Declaração, devemos indicar claramente qual o cabimento 
dos embargos, ou seja, se a decisão que se pretender opor os 
embargos é decorrente de omissão, erro material, 
obscuridade ou contradição. 
2.3.2 -Do Prazo de interposição e do Preparo 
O novo Código de Processo Civil estabelece que, os embargos serão 
opostos7, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz que prolatou 
a decisão atacada, não estando sujeitos a preparo. (Art. 1.023) 
Além do mais, ao ser oposto, este recurso interrompe o prazo para a 
interposição de outros recursos (caput do art. 1.026, do NCPC). 
2..3.3 - Dos efeitos 
Apesar de não possui efeito suspensivo, o §1° do art. 1.026 permite que 
seja suspensa a eficácia da decisão monocrática ou colegiada pelo respectivo 
juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, 
sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil 
reparação. 
2.3.4 - Embargos de Declaração manifestamente protelatório 
Os embargos de declaração serão manifestamente protelatórios 
quando utilizados pela parte exclusivamente com a finalidade de aumentar o 
prazo que possui para interpor outro recurso. Afinal, como explicado acima, 
os embargos de declaração quando interpostos interrompem o prazo para 
interposição de demais recursos cabíveis. 
Nos termos do §2°, art. 1.026, quando ocorrer a situação de manifestação 
protelatória pela recorrente, haverá decisão fundamentada, do juiz ou o 
tribunal, condenando o embargante a pagar ao embargado multa não excedente 
a 2% (dois por cento) sobre o valor atualizado da causa. 
No entanto, se houver a reiteração de embargos de declaração 
manifestamente protelatórios, ocorrerá a elevação da multa a até 10% (dez 
por cento) sobre o valor atualizado da causa. Além disto, para que possa 
interporqualquer recurso, o embargante deverá realizar o depósito prévio 
do valor da multa, com exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de 
gratuidade da justiça, que recolherão a multa no final. Assim, a regra é que o 
 
7 Tecnicamente o mais correto é dizer “opor Embargos de Declaração” e não interpor os embargos... 
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depósito da multa será condicionante para a interposição de outros recursos 
possíveis. 
Por fim, temos um último ponto importante. Havendo a interposição de 
dois embargos de declaração considerados manifestamente protelatórios pelo 
juízo, não serão admitidos novos embargos de declaração. 
2.3.5 - Do endereçamento e modelo de peça 
Um detalhe importante nos embargos de declaração é que não há duplo 
juízo, pois será o próprio juízo originário que prolatou a decisão que fará o 
exame de admissibilidade e mérito. Desta forma, haverá aqui apenas 01 (uma) 
petição. 
2.3.6 - Marcação de legislação e jurisprudência 
 
 
 
Súmulas Importantes: 
Súmula 98 do STJ - Embargos de declaração 
manifestados com notório propósito de 
prequestionamento não tem caráter protelatório. 
Súmula 211 do STJ - Inadmissível recurso especial 
quanto à questão que, a despeito da oposição de 
embargos declaratórios, não foi apreciada pelo 
Tribunal a quo. 
 
MODELO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...VARA...DA 
COMARCA...DO ESTADO… (lembre-se que o endereçamento pode ser ao 
tribunal, caso a decisão tenha sido por ele prolatada) 
X 
X 
 Fulano, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), 
profissão, portador do RG nº... e do CPF nº ..., endereço eletrônico..., 
residente e domiciliado ..., nesta cidade, por meio de seu advogado 
constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica 
para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do NCPC/15, vem, perante 
V.Exa, com fundamento no art. 1.022, do CPC, opor 
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO 
em face da sentença (ou acórdão) proferida nos autos da presente Ação…, 
que foi movida contra ele por... (ou que move contra…), nos termos a seguir 
aduzidos. 
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X 
 I - DA TEMPESTIVIDADE 
 (O examinado deve citar o art. 1.023, do NCPC e esclarecer que a 
interposição dos embargos respeitou o prazo recursal) 
 A tempestividade da interposição dos embargos de declaração se faz 
presente, pois foi realizada dentro do prazo de cinco dias, previsto no art. 
1.023, do CPC, não se sujeitando a preparo. 
X 
 II- DAS SÍNTESE DOS FATOS 
 (Neste ponto da peça é necessário que o examinando faça um breve 
resumo, mas de forma clara e direta, dos motivos que levaram a interposição 
dos embargos de declaração) 
X 
 II- DA OMISSÃO (ou DA OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO OU 
DO ERRO MATERIAL) 
 (Importante trazer todos os dispositivos que envolvam o cabimento da 
ação, ou seja, relacionados com a obscuridade, contradição, erro material ou 
a omissão, e relacionar a situação ocorrida de forma a evidenciar a necessidade 
dos embargos; mencionar o art. 1.022 do NCPC) 
 A omissão na decisão judicial, nos moldes do II, do art. 1.022, do 
NCPC/15, ocorre quando o juiz deixa de apreciar questão sobre a qual devia 
se pronunciar de ofício ou a requerimento. 
 A presente decisão objeto destes embargos de declaração foi omissa, 
pois não foi nela abordada a questão de …., 
 Desta forma ficou aqui caracterizada a falta de fundamentação, que nos 
moldes do II, do parágrafo único, do art. 1.022 do NCPC; do icnso II e caput, 
do art. 489 e do inciso IV, do §1°, do art. 489, é elemento essencial da decisão. 
X 
 III- DA CONCLUSÃO 
 Diante do exposto, aguarda o Embargante que sejam os presentes 
embargos conhecidos e providos, para que a sentença (ou acórdão) seja 
completada no tocante a omissão…. 
X 
 Nestes termos, 
 Pede deferimento. 
 Local ... Data... 
 Advogado / OAB 
 
 
 
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2.4 - RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 
2.4.1 - Introdução 
Meus amigos, o Recurso Ordinário Constitucional, ou assim como muitos 
chamam de “ROC”, é um recurso de natureza ordinária e trata-se de um 
instrumento processual previsto expressamente na CRFB/88. 
Vamos abrir um parêntese para que vocês possam compreender melhor. 
Os recursos podem ser classificados de natureza ordinária ou excepcionais 
(extraordinárias). 
Nos recursos ordinários o objeto imediato recursal é a proteção do 
direito subjetivo do recorrente8. Aqui, o recorrente pode usar a argumentação 
de forma livre, permitindo a discussão das matérias de fato e de direito. É o que 
a doutrina chama de não existência de fundamentação vinculada, de pré-
questionamento9. É possível a inovação da tese jurídica. Não há limitação da 
matéria. A fundamentação é livre. Há amplitude do contraditório e ampla defesa, 
da formação da dialética. Ex: apelação, agravo, ROC. 
Já nos recursos excepcionais (extraordinários) a prioridade aqui é 
outra. Não é a satisfação primária do interesse subjetivo. A preocupação é 
garantir a supremacia da Constituição e validade das leis. É o direito 
objetivo. Por isso são chamados de recursos de fundamentação objetiva. 
Não há possibilidade de inovação na tese jurídica, de apresentação de fatos, 
argumentos ou provas novas. Tem que haver prequestionamento da matéria, 
além de outras condições de admissibilidade específicas. Ex: REsp e RE são 
recursos excepcionais. 
2.4.2 - Recurso Ordinário Constitucional e seu cabimento 
Como comentamos, o “ROC” faz parte da família dos recursos ordinários, 
mas também de natureza constitucional, pois está previsto na CRFB/88. O 
cabimento foi instituído pelo Constituinte. A própria CRFB/88 fixou os 
parâmetros, em seus arts. 102, II e 105, II. É um recurso de suma importância 
que chamou atenção do legislador Constituinte. Adicionalmente, no plano 
infraconstitucional, o ROC está regulamentado pelos art. 1.027 e 1.028 do 
CPC/15. 
O ROC será julgado em seu mérito, caso admitido, pelas Cortes de 
Superposição, STF e STJ. Além disso, O Recurso Ordinário Constitucional poderá 
ser apresentado em face de sentença denegatória, de modo que se tem uma 
 
8 MARTINS, Flavia Bahia. OAB 2ª fase. Direito Constitucional, 5ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.171. 
9 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 
2016, p.1603-1604. 
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peça privativa do impetrante. (Ex: o Réu diante de decisão concessiva deve 
buscar outro meio recursal). 
2.4.3 - ROC para o STF 
Cabimento: 
O Recurso Ordinário Constitucional para o STF é apresentado nas hipóteses 
do art. 102, II. Vejamos: 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, 
cabendo-lhe: (…) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o 
habeas data e o mandado de injunção decididos em 
única instância pelos Tribunais Superiores, se 
denegatória a decisão; 
b) o crime político; 
Na primeira hipótese (alínea “a”), temos o caso em que um Tribunal 
Superior adota decisão denegatória em certas ações constitucionais

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