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Livro Eletrônico Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria Equipe Igor Maciel, Igor Maciel 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 1- Teoria Geral dos Recursos .................................................................................... 4 2- Recursos em Espécie .......................................................................................... 13 2.1 - Apelação .............................................................................................................. 13 2.2 - Agravos ................................................................................................................ 21 2.3 - Embargos de Declaração ............................................................................... 31 2.4 - Recurso Ordinário Constitucional ................................................................ 36 2.5 - Recurso Especial e Recurso Extraordinário ............................................. 43 3 – Reclamação Constitucional .............................................................................. 52 3.1 - Da previsão constitucional e legal da Reclamação ..................................................... 52 3.2 – Da natureza jurídica ................................................................................................... 55 3.3 – Do cabimento de Reclamação em todos os Tribunais ................................................ 55 3.4 –Hipóteses de não Cabimento da Reclamação ............................................................. 56 3.5 – Análise das Hipóteses de Cabimento .......................................................................... 57 a) Preservar a Competência do tribunal ........................................................................ 58 b) Reclamação para garantir a autoridade das decisões do tribunal ........................... 59 c) Desrespeito a Súmula Vinculante ................................................................................. 60 d) Desrespeito a Decisão do STF em sede de controle concentrado ............................. 62 e) Desrespeito a precedente firmado em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência; .............................................................................. 63 3.6 – Legitimidade e Procedimento ..................................................................................... 64 4 – Propostas Peças Processuais com Gabarito ...................................................... 69 Peça Processual 01 - Elaborada pelo Professor ................................................ 69 Peça Processual 02 – FGV – OAB – XXIII Exame de Ordem ....................... 73 Peça Processual 03 – FGV – OAB – VIII Exame de Ordem.......................... 79 Peça Processual 04 - Criada pelo Professor ....................................................... 84 Peça Processual 05 - FGV/OAB – XII Exame ..................................................... 89 5- Propostas Recursos ............................................................................................ 95 Peça 01 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxv exame de ordem unificado (reaplicação porto alegre/rs) - ADMINISTRATIVO ................................................................................... 96 Peça 02 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxii exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 96 Peça 03 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxi exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 97 Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares Peça 04 - Peça Prático-Profissional cobrada no xx exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 98 Peça 05 - Peça Prático-Profissional cobrada no xiii exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO ................................................................................................................ 99 Peça 06 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxiv exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 101 Peça 07 - Peça Prático-Profissional cobrada no xii exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 101 Peça 08 - Peça Prático-Profissional cobrada no xxiii exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 102 Peça 09 - Peça Prático-Profissional cobrada no viii exame de ordem unificado - ADMINISTRATIVO .............................................................................................................. 103 Peça 10 - Peça Prático-Profissional cobrada no XVIII Exame de ordem – Tributário ........ 104 Peça 11 - Peça Prático-Profissional cobrada no xv exame de ordem unificado - CIVIL .... 105 Peça 12 - Peça Prático-Profissional cobrada no xii exame de ordem unificado - CONSTITUCIONAL .............................................................................................................. 106 Peça 13 - Peça Prático-Profissional cobrada no viii exame de ordem unificado - CONSTITUCIONAL .............................................................................................................. 107 6 - Considerações Finais ....................................................................................... 108 Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares Olá meus amigos, tudo bom? Estão gostando do curso? Deixarei abaixo meus contatos para quaisquer dúvidas ou sugestões. Nesta aula, contei com a colaboração do meu amigo, Prof Diego Cerqueira. Estou à disposição dos senhores. Espero que gostem, Grande abraço, Igor Maciel profigormaciel@gmail.com Convido-os a seguir minhas redes sociais. Basta clicar no ícone desejado: @ProfIgorMaciel LEMBRETE!!!! É fundamental que ao longo do estudo vocês façam a marcação do código com os dispositivos que iremos abordar em aula. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 1- TEORIA GERAL DOS RECURSOS 1.1. Introdução Nas lições de José Carlos Barbosa Moreira recurso é um “remédio voluntário, idôneo a ensejar, dentro do mesmo processo, a reforma, a invalidação, o esclarecimento ou a integração de decisão judicial que se impugna”1 Recurso é um veículo processual disponível para impugnar uma decisão judicial desfavorável, diante de um interesse jurídico recursal cabível e legítimo. Trata-se de uma ferramenta processual utilizada dentro de um processo em andamento para que determinados sujeitos que ficaram insatisfeitos com certa decisão proferida possam buscar uma melhor tutela jurisdicional. Por isto, meus amigos, tem-se que a função recursal é a de possibilitar o questionamento da decisão; é um meio de impugnação judicial, evitando assim o seu trânsito em julgado. É uma peça que não é privativa de autor ou réu. A legitimidade recursal é ampla. Autor, Réu, MP, terceiros comprovadamente interessados e prejudicadospodem utilizar-se deste instrumento processual. 1.2. Características essenciais do Recurso Em consonância com o conceito apresentado por José Carlos Barbosa Moreira, Daniel Amorim Assumpção Neves2 esclarece que o instituto deve ser construído partindo-se de cinco características essenciais, senão veja-se: Voluntariedade: a parte sucumbente não é obrigada a interpor recurso, podendo renunciar ou desistir do recurso unilateralmente. Nesse sentido, diz-se que os recursos são pautados no princípio da volitividade (primado da vontade), só recorrendo quem assim desejar. Expressa previsão em lei federal: só é recurso, aquilo que é previsto em lei federal como tal. Assim, as espécies de recurso são taxativamente previstas. Se desenvolve no próprio processo no qual foi proferida a decisão impugnada. Legitimidade ampla: de acordo com o caput art. 996 do CPC, possui legitimidade para recorrer o Autor, Réu, Ministério Público, terceiro prejudicado e comprovadamente interessado. 1 Barbosa Moreira, José Carlos. Comentários ao Código de Processo Civil, Vol V, Editora Forense, 2005, p. 233. 2 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.1443 e 1443-1444. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 1.3. Natureza jurídica e objeto do Recurso Trata-se de um incidente processual de impugnação dentro de uma ação judicial, por isso se diz que é um meio impugnação dentro do processo em andamento. A partir da interposição de um recurso, o recorrente deseja que seja proferida uma nova decisão, de modo a impedir a formação da coisa julgada. É o chamado efeito impeditivo da coisa julgada. O objeto recursal é atacar decisão judicial. Contudo, deve ficar claro que ela pode ser impugnada no todo ou em parte. 1.4. Princípios Recursais A doutrina do Direito Processual Civil aponta os seguintes princípios do sistema recursal: Princípio da unicidade/singularidade – Em regra, para cada pronunciamento há a possibilidade de interposição de um único recurso. Princípio da taxatividade recursal – Os recursos são previstos taxativamente em lei, que deve ser federal. Princípio da fungibilidade – Implica no recebimento de um recurso por outro. De acordo com o STJ, isto só é possível quando presentes três requisitos: dúvida objetiva (quando há posicionamentos distintos na doutrina e jurisprudência), inexistência de erro grosseiro e que a interposição do recurso errôneo tenha ocorrido no prazo do recurso adequado. Princípio do duplo grau de jurisdição – como já abordamos em aula de direito material, o duplo grau de jurisdição, na visão do STF, não é um princípio e muito menos uma garantia constitucional. Afinal, a própria CF/88 traz diversas previsões em que só há uma única instância ordinária. No entanto, a doutrina ainda sim pondera que se trata de princípio previsto na Convenção Americana de Direitos Humanos, tratado de direitos humanos com hierarquia supralegal, e não na CF/88. Percebam que o elemento “impugnação de ato decisório” é fundamental para identificarmos se estamos diante de um recurso ou não. A peça solicitada pelo examinador será um recurso caso venha descrito no enunciado, por exemplo, que “uma ação já foi proposta, há uma decisão proferida, ou pelo Magistrado ou Tribunal, devendo o Advogado impugná-la”. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 1.5. Modalidade e natureza da decisão No âmbito processual, temos atos decisórios proferidos por Juiz ou Tribunal. Os atos decisórios de Juiz podem ser: a) Decisão interlocutória: é aquela cujo objeto não é o pedido principal formulado. A decisão interlocutória não julga o mérito, ela decide um incidente processual. Ao ser proferida esta decisão não se põe fim ao processo. b) Sentença: o objeto é o pedido principal. Ao ser proferida pode vir a resolver ou não o mérito do processo (art. 485 e art. 487, ambos do CPC). A sentença pode, então, ser terminativa ou definitiva. De acordo com o §1° do art. 203, do CPC, a decisão em questão “põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução”. Por sua vez, atos decisórios dos Tribunais: a) Decisão Monocrática do Relator - ocorre quando a lei permite que o relator do recurso realize o julgamento sozinho, monocraticamente. b) Decisão Colegiada (art. 204, do CPC) – é o julgamento realizado em conjunto, ou seja, pelo órgão colegiado do Tribunal, que pode decidir por maioria ou por unanimidade. Esta decisão é denominada de acórdão. Esquematizando, temos: 1.6. Vícios da decisão impugnada A decisão objeto de um recurso pode possuir dois tipos de vício. São chamados de vícios decisórios. Podem ser de conteúdo ou de procedimento. Sentença Decisão interlocutória Juiz Acórdão Decisão monocrática Tribunal Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares No vício de conteúdo (error in judicando), a decisão proferida pelo Juiz respeitou o procedimento (aspectos formais), mas temos um erro de qualidade de julgamento. Não há ilicitude do juiz. Essa decisão é válida, não pode ser objeto anulação (o juiz tem autonomia decisória). Diante deste tipo de vício, o pedido recursal é de reforma da decisão, ou seja, que haja uma decisão substitutiva de conteúdo. Em outras palavras, o que se pede é uma nova decisão judicial dando provimento ao recurso para substituir no conteúdo a decisão anterior. O pedido recursal é que seja proferido “acórdão substitutivo de sentença”. (Fredie Didier e Araken de Assis) Por outro lado, no Vício de procedimento (error in procedendo), há violação à Lei. O juiz não cumpriu os regramentos quanto ao trâmite do procedimento legal para decidir. Há desrespeito às regras legais que estabelecem o procedimento a ser seguido para a decisão ser considerada válida. (erro de inobservância dos requisitos formais) Por ser inválida, a decisão deve ser anulada. O pedido recursal é de anulação para que a decisão seja invalidada e se tenha nova decisão, de acordo com a lei. Utiliza-se o recurso para a rescisão da decisão, declarando a invalidade e anulando-a, ordenando que se decida por um novo procedimento correto. É o que o Prof. Fredie Didier chama de efeito rescindente. Assim, sendo identificado error in procedendo, não haverá o efeito substitutivo, mas efeito rescindente, devendo os autos serem remetidos para a primeira instância de modo que seja proferida outra sentença3. 1.7. Recurso e seus efeitos Para fins de prova, a doutrina pátria, tradicionalmente, limita os efeitos dos recursos em: 3 CUNHA, L. J. C.; DIDIER Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil - meios de impugnação às decisões judiciais e processo nos tribunais – 7ª ed. Salvador: Juspodivm, 2009, v.3. p. 375 Devolutivo •Efeito presente em todos os recursos. Há a devolução da matéria para a nova análise. A formação da coisa julgada é adiada. Suspensivo • Este efeito não é previsto em lei para todos os recursos. Quando possui tal efeito, o recurso faz com que a decisão impugnada não produza efeitos até que ele seja julgado. Em caso de sentença condenatória, não ocorrerá a execução provisória da decisão enquanto não julgado o recurso. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Cursode Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 1.8. Do juízo de admissibilidade e Juízo de Mérito A legislação prevê algumas exigências processuais que precisam ser cumpridas para que um recurso possa ser julgado no mérito. É o que se chama de Juízo de admissibilidade, que possui natureza declaratória, de modo que com a admissão ocorrerá o recebimento ou conhecimento do recurso (efeito ex tunc). Nesse sentido, uma vez estando observados os requisitos de admissibilidade, o órgão jurisdicional passará ao exame de mérito, que consiste na análise dos fundamentos recursais (causa de pedir). Assim, a análise é se o recorrente possui direito ou não em suas razões. 1.8.1. Juízo “a quo” X Juízo “ad quem” Temos no ordenamento jurídico um sistema recursal de duplo juízo. O juízo a quo faz o exame de admissibilidade (conhecer ou não o recurso). Há o juízo positivo ou negativo de admissibilidade. Este juízo positivo é condição sine qua nom para o juízo meritório. Já o juízo ad quem faz o exame de mérito, visando julgar o pedido principal, seja com uma decisão de reforma ou anulação. Mas, aqui vale uma correção da minha parte: Tecnicamente, é melhor se dizer que o juízo a quo faz o exame provisório de admissibilidade, assim chamado de juízo inaugural de admissibilidade. Admitido o recurso, este subirá para instância superior. O juízo ad quem também detém competência para o exame de admissibilidade. O juízo ad quem tem essa competência (mais do que um direito...um dever) para renovar e confirmar a admissibilidade dada pelo Tribunal a quo. Agora, importante ressaltar que existem recursos em que não há o duplo juízo. Ex: Agravo de Instrumento, Embargos de Declaração e Agravo interno. Um único órgão jurisdicional faz juízo de admissibilidade e mérito. (No caso do Agravo de Instrumento, o Tribunal faz exame de admissibilidade e mérito. Nos embargos é o próprio juízo originário que faz exame de admissibilidade e mérito) Outro ponto. Para fins de prova na OAB, na montagem das peças devemos requerer que seja admitido o recurso (na linguagem processualística = que seja conhecido), para que caso ele seja admitido, no mérito ele seja julgado. Meu recurso só vai ser julgado se eu cumprir os requisitos de admissibilidade (preparo, formalidades legais...). No mérito, se pede o “provimento” (que seja colhido o pedido principal). Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 1.8.2. Requisitos de admissibilidade Em termos práticos, pela teoria geral temos 07 requisitos de admissibilidade que devemos levar para prova. Podemos assim dividi-los em: Além disso, para o Recurso Especial temos mais 02 pressupostos importantes: prequestionamento da matéria, de modo que não se pode inovar na causa de pedir (não posso trazer novos fatos, novos fundamentos ou provas) e o esgotamento das vias recursais ordinárias. (Não cabe recurso especial se houver outra via recursal). Na mesma linha, no Recurso Extraordinário também se tem a necessidade de observância desses dois requisitos: prequestionamento + esgotamento das vias recursais ordinárias. Mas, aqui (e somente no RE) temos um 3º requisito: Repercussão geral. Está relacionado ao fato da causa ser importante, de relevo econômico, político e social, e que interfere no ordenamento jurídico. O interesse processual não é só do recorrente, daí dizer que no RE há o “efeito transcendente da lide”. Requisitos intrínsecos a) Cabimento: está relacionado à adequação e recorribilidade. Exige-se que o pronunciamento seja factível de ser recorrível e que haja adequação com o instrumento processual indicado pela lei para impugnar a decisão. b) Legitimidade: diz respeito a quem pode recorrer ou impugnar a decisão judicial. Segundo o art. 996 NCPC/15, o “recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica”. No entanto, no caso do terceiro prejudicado, cumpre demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. Intrínsecos: •Cabimento •Legitimidade •Interesse e •Inexistência de fato impeditivo ou extintivo de recorrer. Extrínsecos: •Tempestividade •Preparo (pagamento de despesas de movimento do processo) • Regularidade formal. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares c) Interesse recursal: o interesse recursal deve ser analisado à luz do interesse de agir. Somente será julgado o mérito o recurso que possa ser útil ao recorrente, ou seja, se o instrumento processual reúne condições de gerar uma situação mais favorável ao recorrente. d) Inexistência de fatos impeditivos ou extintivos do direito de recorrer: tem-se basicamente 03 circunstâncias que geram fatos impeditivos ao direito de recorrer. Aceitação: com o cumprimento da sentença, não cabe recurso. A aceitação está disciplinada no art. 1.000 do NCPC/15, que estabelece “A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer”. No caso da aceitação tácita, esta é considerada com a prática de ato incompatível com a vontade de recorrer, sem reserva. Desistência: o recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, desistir do recurso. (art. 998, NCPC/15). Nos termos do parágrafo único, a desistência do recurso “não impede a análise de questão cuja repercussão geral já tenha sido reconhecida e daquele objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos”. Renúncia: a renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. (art. 999, CPC/15), podendo ocorrer de forma tácita ou expressa. Requisitos extrínsecos a) Tempestividade: é a observância do prazo, já que todo recurso tem um prazo determinado pela lei, de modo que vencido o prazo recursal sem a devida impugnação ocorrerá a chamada a preclusão. O NCPC/15, de forma mais homogênea, acabou unificando os prazos recursais para 15 dias (art. 1.003, §5º), salvo os embargos de declaração que continua com prazo de 05 dias. b) Preparo: O “preparo” quer dizer o custo financeiro de interposição do recurso4. São as despesas que o Estado possui na prestação da atividade jurisdicional como, por exemplo, o transporte dos autos para outro órgão jurisdicional, inclusive porte e remessa. (art. 1.007) *Em alguns casos, a legislação processual dispensa o preparo, a exemplo dos Embargos de Declaração e do Agravo em REsp ou RE (mas veremos com calma lá na frente). 4 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.1443 e 1443-1444. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares c) Regularidade formal: diz respeito aos requisitos formais que devem ser preenchidos para a admissibilidade do recurso, como capacidade postulatória, forma escrita (como regra salvo Embargos Declaração Juizados Especiais), assinatura (embora seja vício sanável)... 1.9. Cabimento dos recursos Em termos práticos e, para fins de prova na OAB, podemos levar que os recursos podem alcançar decisões de 1ª instância e decisões de Tribunal. 1)Das decisões em 1ª instância: podemos ter as chamadas decisões interlocutórias (aqui cabível o Agravo de Instrumento (art. 1.015, NCPC/15) ou Embargos Declaração (art. 1.022)) e a sentença (aqui cabível os Embargos Declaração, Apelação, Recurso Ordinário Constitucional - ROC, Recurso inominado, Recurso Extraordinário - RE, Embargos infringentes de alçada (Execução Fiscal de pequeno valor – Art. 34. LEF – Lei. 6830/80) Decisões 1ª Instância Sentença Apelação (art. 1.009, CPC) Embargos de Declaração Recurso Inominado (Juizados especiais) Decisão Interlocutória Agravo de Instrumento (art. 1.015, CPC) Embargos de Declaração (art. 1.022, CPC) Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares Embora a apelação seja o recurso mais comum em face de sentença, você precisa na hora da prova examinar o cabimento dos outros 05 recursos. Não seja induzido a querer elaborar logo o recurso de apelação sem avaliar os outros casos. Importante! De sentença não cabe só apelação. Os Embargos de declaração são cabíveis em face de qualquer decisão, mas acho muito pouco provável o seu cabimento na prova da OAB. 2) Das decisões em Tribunal: podemos ter decisões monocráticas dos relatores e acórdãos (decisão colegiada). Da decisão monocrática de Relator caberá: Agravo Interno ou Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário. Chama-se Agravo Interno, pois são decisões monocráticas exaradas pelos relatores (aquelas não proferidas pelos colegiados) dentro da Turma ou Câmara Não sai do Tribunal aonde está sendo julgado a causa. Não vai para STJ ou STF, por exemplo. Sequer sai da Turma/Câmara. É também chamado de agravo regimental. (É tratado em cada regimento interno nos Tribunais) Por sua vez, dos acórdãos podemos ter: Recurso Ordinário Constitucional - ROC, Recurso Extraordinário – RE,Recurso Especial-REsp e Embargos de Divergência. Esquematizando, temos: Decisões no Tribunal Acórdãos Recurso Ordinário - ROC Recurso Extraordinário - RE Recurso Especial - REsp Embargos de Divergência Decisões monocráticas de Relator Agravo Interno Agravo no REsp e no RE Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares ==fcded== 2- RECURSOS EM ESPÉCIE O Novo Código de Processo Civil trouxe os recursos em espécie no artigo 994 e seguintes. Vamos analisar? 2.1 - APELAÇÃO A apelação é um recurso interposto em face de sentença, conforme dispõe no art. 1.009, do NCPC/15. Visa-se com a apelação a reforma da decisão judicial, seja a sentença terminativa ou definitiva nos termos do art. 485 e art. 487, ambos do CPC. Assim sendo, após a prolação da decisão no processo originário do juiz singular (juiz de primeiro grau) caberá apelação. No entanto, aqui vale uma observação. Em certas situações, há questões decididas através de interlocutória, mas que por não serem agraváveis (via agravo de instrumento), o legislador trouxe a possibilidade da discussão em preliminar na apelação ou nas contrarrazões. Assim, não cabe invocar preclusão destas matérias (§1°, do art. 1.009). 2.1.1 - Efeitos da Apelação O recurso de apelação confere ao recorrente uma ampla proteção ao direito subjetivo de impugnação judicial. É o chamado efeito devolutivo. Através da apelação o recorrente busca que o Tribunal realize a análise das matérias tanto de direito quanto de fato. Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. § 1o Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado. § 2o Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais. Além deste efeito, a apelação possui o efeito suspensivo, conforme determina o caput do art. 1.012 do NCPC/15. Todavia, há algumas circunstâncias em que a sentença produz efeitos imediatamente após a sua publicação. Algumas destas situações são trazidas pelo §1°, do art. 1.012 (outras previstas em lei), a Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares exemplo da sentença que condena o pagamento de alimentos ou que extingue a ação sem resolução do mérito. 2.1.2 - Prazo Recursal O prazo para interpor recurso de apelação é de 15 dias, nos termos do art. 1.003, §5º, NCPC/15. 2.1.3 - Preparo Recursal O art. 1.007 determina que “no ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção”. Desta forma, à peça processual deve estar anexado a guia de recolhimento, comprovando o recolhimento do preparo e das custas com o porte de remessa e de retorno. Tal feito somente não ocorrerá se estivermos diante da concessão do benefício de gratuidade de justiça. Na hora da prova, importante mencionar em tópico próprio o cumprimento da tempestividade e do preparo. 2.1.4 - Competência para Julgamento e endereçamento O apelante, ao interpor a apelação, dirigirá a peça ao juízo de primeiro grau, mas as suas razões recursais devem ser dirigidas ao tribunal competente pelo julgamento do recurso (§1°, do art. 1.010 do NCPC/15). 2.1.5 - Juízo de Admissibilidade na Apelação a) Antigo CPC: Nos moldes do CPC revogado, o apelante direcionava a sua apelação ao juiz que proferiu a sentença, que tinha o poder de “barrar” o recurso, inadmitindo-o. Assim, a admissibilidade provisória ou originária sempre se concentrou no juízo a quo. Caso houvesse inadmissão do recurso, era cabível Agravo de Instrumento. b) Novo CPC: A comissão do novo CPC/15 estabeleceu-se que não haveria mais o juízo de admissibilidade exercido pelo Juízo originário, já que o recurso iria subir de qualquer jeito para o Tribunal e lá haveria reafirmação do juízo de admissibilidade. Afinal, era cabível a época o Agravo de Instrumento, quando inadmitida a apelação no juízo de primeiro grau (art. 522, do CPC/73). Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares Então, a ideia era subtrair a prerrogativa de admissibilidade do juízo originário. Todavia, a partir da leitura do §3°, do art. 1010, CPC, nota-se que redação do dispositivo não foi tão clara: “§ 3o Após as formalidades previstas nos § 1o e 2o, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade”. A doutrina passou então a discutir acerca da possibilidade ou não do juízo de primeiro grau fazer a admissibilidade. O questionamento é se este juízo de admissibilidade seria ato vinculado ou não, se não poderia ter um juízo opinativo (como o parecer, por exemplo). Majoritariamente, tem-se entendido que, apesar da má redação do dispositivo, não cabe mais ao juízo originário a realização do juízo de admissibilidade5. E na prova, vamos fazer como Prof.? Para nos prevenir, devemos reproduzir a letra da lei. Na peça de interposição (folha de rosto) dirigida ao juízo da causa traremos o pedido de encaminhamento do recurso ao Tribunal, independentemente de admissibilidade, conforme art. 1010, §3º, NCPC. Adicionalmente,na peça das razões recursais, traremos um tópico próprio para demonstrar a presença dos requisitos de admissibilidade, e na parte dos pedidos, devemos requerer que o recurso seja conhecido, já que todas as condições foram devidamente observadas. 2.1.6 - Endereçamento e Modelo da Peça Em termos de prática processual, o recurso de apelação será composto por duas petições: a) Folha de rosto (peça de interposição): nesta constará o endereçamento ao Juízo a quo requerendo a intimação do recorrido para apresentar as suas contrarrazões, em 15 dias, nos termos do art.1010, §1º, NCPC/15. Além disto, devemos pedir que o recurso seja encaminhado no seu duplo efeito devolutivo e suspensivo, conforme os arts. 1012 e 1013, para a realização do julgamento pelo Tribunal, independente da realização do juízo de admissibilidade, conforme art.1010, §3º. 5 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.1546. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares b) petição ou folha das razões recursais: haverá aqui o endereçamento ao juízo que detém a competência meritória recursal, ou seja, o juízo ad quem, o Tribunal (TJ ou TRF). 2.1.7 - Dispositivos de Cabimento da Apelação nos Remédios Constitucionais Meus amigos, estão lembrados da aula sobre Remédios Constitucionais? Pois bem. Nos processos subjetivos, em especial as demandas relacionadas ao Mandado De Segurança, Ação Popular e Habeas Data, temos dispositivos legais próprios que devemos mencionar para reforço da peça recursal. São eles: Ação Popular – Lei n° 4.717/65 Art. 19. A sentença que concluir pela carência ou pela improcedência da ação está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo tribunal; da que julgar a ação procedente caberá apelação, com efeito suspensivo. Mandado de Segurança – Lei n° 12.016/09 Art. 14. Da sentença, denegando ou concedendo o mandado de segurança, cabe apelação. Habeas Data – Lei n° 9.507/97 Art. 15. Da sentença que conceder ou negar o habeas data cabe apelação. MODELO DE APELAÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...VARA...DA COMARCA...DO ESTADO… X X Processo nº ... X X RECORRENTE, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, portador do RG nº... e do CPF nº ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por meio de seu advogado constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do NCPC/15, vem, perante V.Exa, nos termos dos arts. 994, I, 1003, §5º, 1007 e 1009, 1010 a 1014, interpor o presente recurso de Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares APELAÇÃO em face da sentença proferida nos autos da presente ação, em que litiga com o ente...(colocar o ente), pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede…, por entender estar a decisão viciada por …. (error in judicando) que justifica a sua reforma formalizando os requerimentos a seguir expostos. X DOS PEDIDOS a) que V.Exª possa receber o presente recurso e intimar o recorrido para apresentar suas contrarrazões, no prazo de 15 dias, nos termos do art.1010, §1º, NCPC/15; b) que após observado o disposto no pedido anterior possam ser encaminhados os autos com o presente recurso ao Tribunal de Justiça do Estado..., no seu duplo efeito, devolutivo e suspensivo, independentemente de admissibilidade, conforme art.1010, §3º e 1012 e 1.012 do NCPC/15. X Nestes termos, Pede deferimento. Local ... Data ... Advogado OAB X (SEGUNDA FOLHA) DAS RAZÕES RECURSAIS AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO... X Apelante... Apelado: Ente ... X I - DOS FATOS MATERIAIS E PROCESSUAIS (Neste ponto da peça é necessário que o examinando faça um breve resumo, mas de forma clara e objetiva dos motivos que levaram a interposição do recurso de apelação) “A ação…. proposta por..., em face do réu, teve como fatos motivadores… Restou comprovado na petição que…. Contudo, o Meritíssimo Magistrado na primeira instância julgou improcedente a ação, razão pela qual o recorrente se insurge por via do recurso de Apelação, uma vez que a referida decisão se encontra em desconformidade com os preceitos legais que regem a referida matéria, estando a mesma viciada por error in judicando, consoante será demonstrado a seguir”. X II - DA TEMPESTIVIDADE E DO PREPARO Ao final da folha de rosto (com a indicação local, data, oab...) Você iniciará a folha das razões recursais. Importante, aqui, demonstrar ao examinador a 2ª petição. Sendo o caso, você pode escrever “ DAS RAZÕES RECURSAIS” ou “2ª página (peça das razões)... Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares (Importante aqui que o examinando cite o art. 1.003, §5°, do CPC, que trata do prazo para a interposição do recurso, além do art. 1.007, do CPC, evidenciando que o recolhimento do preparo foi realizado) “A tempestividade da interposição do recurso de apelação se faz presente, pois foi realizada dentro do prazo de quinze dias, conforme previsto no arts.1003, §5º, NCPC. O recorrente realizou o preparo, nos moldes do art. 1007 do NCPC, adequadamente, conforme comprovado no doc. ... em anexo, demonstrando a devida guia de recolhimento”. X III - DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE (Importante deixar claro aqui que os demais requisitos de admissibilidade foram devidamente cumpridos pelo apelante. Falar do cabimento e citar o art. 1.009, do NCPC; da legitimidade e trazer o art. 996, do NCPC; o interesse recursal; a inocorrência de fato impeditivo ou extintivo do direito, citando os arts. 998 a 1000 do NCPC; e tratar da presença de regularidade formal, nos moldes do art. 1.010). “Como afirma o apelante, foram devidamente cumpridos os demais requisitos de admissibilidade intrínsecos e extrínsecos. O recurso em tela é perfeitamente cabível, pois interposto diante de sentença, nos termos do art.1009 do NCPC. Em relação a legitimidade, o recorrente foi parte vencida no processo, seguindo o disposto no art. 996. O interesse recursal se faz presente, pois o que o apelante busca com este recurso é um provimento jurisdicional melhor e mais útil do que efetivado pela sentença. O recorrente também afirma que não há fato impeditivo ou extintivo do seu direito, já que não ocorreu em momento algum a aceitação, renúncia ou desistência, não se enquadrando nas hipóteses dos arts. 998, 999 e 1000 do NCPC. Outrossim, a interposição da presente peça recursal respeitou o disposto no art. 1.010, sendo, assim, observada a regularidade formal necessária. Com efeito, requer a V.Exª. que confirme a admissibilidade recursal, conhecendo do mesmo, e que seja realizada a análise de mérito do presente recurso”. X IV - DO DIREITO. DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS DE REFORMA (ou, se fosse o caso, de ANULAÇÃO) (Deve o examinando trazer todos os dispositivos legais, princípios e os entendimentos jurisprudenciais que comprovam o direito do apelado. Lembre-se de explicar claramente a relação de cada um deles com o caso apresentado) Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem- Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares “Na situação apresentada, a sentença impugnada possui conteúdo que colide com os preceitos legais que regem a referida matéria, ou seja, desrespeita o artigo ... da ... que determina que ... Por conta do exposto, o direito….do apelante é indevidamente atingido. Outrossim, o conteúdo da sentença acabou violando o princípio ... e o entendimento jurisprudencial consolidado na Súmula ... Destarte, o apelante busca através do presente recurso reformar o conteúdo da decisão recorrida preservando o direito, sendo por ele aguardado o provimento recursal. X DO PEDIDO Diante do exposto... a) Reafirma o pedido de admissibilidade do presente recurso, para que ele seja conhecido, já que todos os requisitos foram devidamente observados, conforme demonstrado ao longo da presente apelação; b) Requer que seja dado provimento ao presente recurso, por V.Exª, concedendo, assim, novo provimento jurisdicional, conforme disposto no art.1010, IV, NCPC, sendo proferido acórdão substitutivo de reforma, com a finalidade de reconhecer o bom direito do recorrente, declarando que... c) Requer a inversão do ônus da sucumbência, para que o apelado arque com tais despesas. X Nestes termos, Pede deferimento. Local ... Data... Advogado OAB 2.1.8 - Das Contrarrazões Recursais Vamos aproveitar o momento que já abordamos a teoria geral dos recursos e acabamos de fazer o estudo da apelação para falar um pouco sobre as contrarrazões. “Contrarrazões” não mais é do que uma peça usada para que o recorrido possa apresentar suas razões diante de um recurso interposto pelo recorrente. As contrarrazões encontram-se dentro do chamado “direito de defesa na fase recursal”. O objetivo é se manifestar, “atacar” os fundamentos do recurso que fora interposto pela outra parte, e defender (caso entenda necessário) os motivos da sentença proferida a seu favor. No caso do recurso de apelação, por exemplo, o parágrafo primeiro do art. 1.010 NCPC/15 estabelece que “§ 1o O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias”. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares As contrarrazões é um instrumento processual viável não só para apresentação de razões de defesa em face da apelação, mas também é possível nos demais recursos. Pode-se ter, por exemplo, contrarrazões ao Agravo de Instrumento, contrarrazões ao Recurso Especial, contrarrazões ao Recurso Extraordinário... Em verdade, é uma peça muito simples de se fazer, não tem mistério! Na hora da prova, você precisa ficar atento ao enunciado, pois o examinador provavelmente trará um caso prático afirmando que já houve uma decisão proferida e a interposição de recurso pela parte recorrente, abrindo-se prazo para que você, na qualidade de advogado da parte recorrida, manifeste-se em defesa (ou apresente suas razões) ao recurso interposto. Vamos analisar como seria um modelo de contrarrazões? EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...VARA...DA COMARCA...DO ESTADO… X X Processo nº ... Apelante:… Apelado:... X X APELADO, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, portador do RG nº... e do CPF nº ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por meio de seu advogado constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do CPC, vem, perante V.Exa, nos termos do §1° art. 1010, do CPC, apresentar CONTRARRAZÕES RECURSAIS em face da Apelação interposta pelo ente X …, pessoa jurídica de direito público interno, inscrita no CNPJ sob o nº..., endereço eletrônico..., com sede…, contra a sentença de procedência proferida por V.Exª nas folhas nº... dos autos do presente processo, sendo aqui formalizados os seguintes pedidos: a) que seja recebida a presente peça processual, cuja a interposição é tempestiva, respeitando o prazo de 15 dias, conforme art.1.010, §1º, CPC; b) que sejam encaminhadas as presentes contrarrazões juntamente com o recurso interposto e os autos do processo ao Tribunal de Justiça de …., independentemente de admissibilidade. X Nestes termos, Pede deferimento. Local ... Data ... Advogado OAB Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares X DAS CONTRARRAZÕES RECURSAIS AO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO… X X I - DOS FATOS X II - DA TEMPESTIVIDADE X III - DO DIREITO X IV - DOS PEDIDOS Ante o exposto requer a V.Exa admissibilidade da presente peça processual, negando o provimento ao recurso de apelação quanto ao mérito, sendo assim mantida a sentença integralmente, preservando o julgamento de procedência da ação. Por conta dos argumentos acima expostos, a decisão recorrida está em plena conformidade com os preceitos legais que regem a referida matéria, não devendo ser reformada. Que se negue provimento ao recurso. X Nesses Termos, Pede Deferimento, X Local ... Data ... Advogado OAB 2.2 - AGRAVOS O Novo Código de Processo Civil traz a previsão de interposição do recurso de agravo para situações em que estamos diante de decisões interlocutórias. Sendo estas decisões de 1º Grau, estaremos diante do Agravo de Instrumento. Caso estivermos diante de decisões de 2º Grau podemos ter o Agravo Interno ou Agravo em Recurso Especial e em Recurso Extraordinário, a depender das questões processuais. Para uma melhor compreensão trataremos sobre cada um separadamente. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 2.2.1 - Agravo de Instrumento 2.2.1.1 -Hipótese de cabimento Trata-se de instrumento processual disponível em face de decisão interlocutória que deve ter sido proferida pelo Juízo de 1° grau. O Novo CPC trouxe as hipóteses em que são cabíveis o agravo de instrumento, estando elas elencadas no art. 1015. Isto facilita para o examinando no momento de identificar se a peça processual solicitada pela banca é um agravo de instrumento ou não, pois, na hora prova, a banca vai ter que trabalhar com uma dessas hipóteses do art. 1015. Desta forma, é cabível o recurso em questão, quando estivermos diante de decisão interlocutória contra decisão de 1º grau que verse sobre: Tutelas provisórias; Mérito do processo; Rejeição da alegação de convenção de arbitragem; Incidente de desconsideração da personalidade jurídica; Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; Exibição ou posse de documento ou coisa; Exclusão de litisconsorte; Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; Admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; Concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1o; Outros casos expressamente referidos em lei; Contra decisões interlocutórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário. Agora, veja bem, em termos de prática processual, é possível que no momento da apelação (ou nas contrarrazões) seja feita uma preliminar para impugnação de determinadas matérias que são irrecorríveis via agravo de instrumento. No antigo CPC, esta era a hipótese do famoso agravo retido, mas a nova sistemáticado Código de Processo Civil extinguiu esta espécie de recurso e passou a prever a possibilidade de alegação sobre a decisão interlocutória irrecorrível por “AI” na preliminar da apelação, não sendo assim acobertadas pela preclusão. Esta é a previsão do §1°, do art. 1.009, NCPC/15: § 1o As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 2.2.1.2 - Do prazo para interposição do AI Uma novidade do novo Código de Processo civil é que o prazo para interposição do agravo de instrumento passa a ser de 15 (quinze) dias, seguindo a regra geral estabelecida pelo §5°, do art. 1.003, do NCPC/15. 2.2.1.3 - Do Juízo de admissibilidade Alguns recursos, no novo CPC, não possuem duplo juízo. É o caso do Agravo de Instrumento, por exemplo. Assim, um único órgão jurisdicional faz juízo de admissibilidade e mérito. No AI, a peça é feita e direcionada para o Tribunal examinar a matéria. 2.2.1.4 - Da petição No Agravo de Instrumento podemos ter ou não a “folha de rosto”. Mais uma vez, teremos a petição dirigida ao órgão jurisdicional distinto do que prolatou a decisão recorrida, ou seja, ela é encaminhada diretamente ao Tribunal. Muito cuidado na hora da prova! A petição deve atender aos seguintes requisitos previstos no art. 1.016: Conter os nomes das partes; Trazer a exposição do fato e do direito; Minudenciar as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido; Trazer o nome e o endereço completo dos advogados constantes do processo. Além disto, é necessário que a petição seja instruída, nos moldes do art. 1.017, do NCPC/15, ou seja, deve estar acompanhada: Obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ensejou a decisão agravada, da própria Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares decisão agravada, da certidão da respectiva intimação ou outro documento oficial que comprove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado; Com declaração de inexistência de qualquer dos documentos referidos acima, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal; Facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis; Com o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, conforme tabela publicada pelos tribunais. (§1º, art. 1.017, CPC) Não menos importante, conforme a previsão do art. 1.019, ao ser recebido o agravo de instrumento no tribunal, este será distribuído imediatamente. O relator deve primeiro analisar se o caso se aplica as hipóteses do art. 932, incisos III e IV, do NCPC/15. Caso o relator entenda pela inaplicabilidade de tais incisos anteriormente, no prazo de 5 (cinco) dias: poderá atribuir efeito suspensivo ao recurso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão; ordenará a intimação do agravado pessoalmente, por carta com aviso de recebimento, quando não tiver procurador constituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando- lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso; determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrônico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quinze) dias. 2.2.1.5 - Do preparo No caso do Agravo de Instrumento há necessidade de preparo, conforme arts. 1.007 e §1º do 1.017, do NCPC. 2.2.1.6 - Tutela de Urgência No agravo de instrumento é possível a atribuição de efeito suspensivo ou a concessão da tutela antecipada da pretensão recursal, seja ela total ou parcial, como determina o inciso I do art. 1019. Ocorrendo tal concessão, há a necessidade de comunicação ao juiz, por parte do relator. Importante destacar, que os requisitos da tutela de urgência, aqui, estão previstos no art. 300, do CPC, sendo eles: A probabilidade do direito; O perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares Vamos analisar como seria um modelo da peça de Agravo de Instrumento? MODELO DO AGRAVO DE INSTRUMENTO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO… X X Processo n°... X X Agravante, já devidamente qualificado nos autos da Ação …, que move contra…, inconformado com a decisão de fls…, por meio de seu advogado constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do NCPC/15, vem, perante V.Exa, com fundamento nos arts. 994, II, 1.003 §5º, 1.015 a 1.1020, interpor AGRAVO DE INSTRUMENTO em face de decisão interlocutória de denegação de pedido de concessão de tutela provisória, prevista no art.1.015, I, CPC, proferida nos autos. Informa na oportunidade, em respeito ao art. 1.016, IV, do NCPC/15, os nomes e endereços dos advogados do agravante e do agravado. X I – DO CABIMENTO O presente Agravo de Instrumento é cabível com fulcro no I, do art. 1.015, pois o objeto do recurso em questão trata-se de decisão interlocutória denegatória de tutela de urgência. X II - DOS DEMAIS REQUISITOS DE ADMISSIBILIDADE O recorrente é parte no processo, sendo, assim, legitimado, nos moldes do caput, do art. 996, NCPC/15. Desta forma, ele possui interesse recursal. Além disto, o recorrente destaca a inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer, fatos estes previstos nos arts. 998, 999, 1.000. A tempestividade do recurso resta comprovada, já que o agravo de instrumento foi interposto dentro do prazo de 15 dias a que se refere o art.1.003, §5º do NCPC. O preparo foi devidamente recolhido, conforme documento em anexo, sendo respeitado o disposto no art.1.017, §1º, NCPC/15. Outrossim, foram obedecidas todas as regras para a regularidade formal da presente petição. X Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares III - DA DOCUMENTAÇÃO E PEÇAS OBRIGATÓRIAS Foram apresentados em anexo (doc. nº...) todos os documentos e peças obrigatórias para a interposição do agravo de instrumento, com fulcro no art. 1.017, I e §1°, do NCPC/15, sendo juntadas: as procurações dos advogados do agravante e do agravado com nome completo e endereço profissional, a cópia da petição inicial e da decisão interlocutória, bem como a da certidão de intimação da mesma às partes, a cópia da contestação e da guia de recolhimento das verbas do preparo. O recorrente mais uma vez registra que, com fulcro no IV, do art. 1.016, tem-se por documento em anexo os nomes e endereços dos advogados do agravante e do agravado. X IV - DAS PEÇAS FACULTATIVAS O art. 1.017, III, do NCPC autoriza ao agravante apresentar facultativamente peças que entenda serem úteis à sua defesa e ao desenrolar da causa. Por isto o recorrente anexou o doc. nº... ao agravo proposto.X V - DA OBEDIÊNCIA À REGRA DO ART.1.018 do NCPC/15, JUNTADA EM TRÊS DIAS NA 1ª INSTÂNCIA Após a presente interposição será juntando em até três dias a cópia do presente Agravo e do comprovante de sua regular interposição nos autos principais na primeira instância, com fulcro no art. 1.018, para assim evitar a arguição de inadmissibilidade do Agravo. X VI - DO EFEITO SUSPENSIVO OU DA ANTECIPAÇÃO DA TUTELA DA PRETENSÃO RECURSAL) (Lembre-se que no agravo de instrumento pode haver pedido de efeito suspensivo ou de antecipação da tutela recursal e, por isto, o examinando deve trazer o art. 1.019, I e art. 995, parágrafo único, ambos do NCPC/15, para evidenciar tal possibilidade) Conforme o art. 1.019, I, do NCPC/15 e o art. 995, parágrafo único, o agravante requer a concessão de efeito suspensivo ao recurso apresentado ou, sendo o caso, da antecipação de tutela da pretensão recursal. Como o agravo em questão tem por objeto decisão interlocutória de caráter negativo, o pedido específico realizado pelo agravante é de antecipação de tutela recursal. Há claramente o fundamento relevante na tese jurídica apresentada, além do risco de dano grave de difícil ou incerta reparação para o recorrente, estando demonstrada a presença dos requisitos necessários para o provimento do presente pedido. X VII - DOS FUNDAMENTOS JURÍDICOS (Aqui o examinando deve demonstrar todos os dispositivos, jurisprudências, súmulas e princípios que asseguram ao agravante o direito a Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares ter a decisão interlocutória reformada. No nosso exemplo a decisão foi denegatória de tutela provisória) Primeiramente, deve se destacar que…., devendo ser por isto concedida a tutela provisória, que foi denegada na ação…. Com isto, será evitada a ocorrência de uma lesão grave de difícil ou incerta reparação. A ação ….interposta contra….teve como fundamento o art….., do…., pois houve por parte do agravado violação…. A jurisprudência consolidada na súmula n°….também demonstra claramente que... Conforme o princípio….. Assim, resta comprovada a necessidade de reforma da decisão interlocutória através do provimento do Agravo de Instrumento, sendo concedida a tutela de provisória que havia sido denegada, conforme pedidos a seguir expostos. X VIII - DO PEDIDO Pelo exposto, requer: a) seja admitido o presente recurso já que, como exposto, restam obedecidos todos os requisitos de admissibilidade; b) a intimação do agravado para apresentar suas contrarrazões no prazo de 15 dias; c) a intimação do Ministério Público para apresentar suas considerações, com fulcro no art.1.019, III, NCPC/15; d) a reafirmação do pedido de atribuição do efeito suspensivo/concessão de antecipação de tutela da pretensão recursal, conforme descrito no art.1.019, inciso I; e) que, em relação ao mérito recursal, seja dado provimento ao presente agravo de instrumento, com acórdão substitutivo que implicará na reforma da decisão interlocutória, concedendo a liminar para suspender….até que a sentença da ação… seja prolatada. X Nesses termos, Pede deferimento. Local... data... Advogado OAB Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 2.2.2 - Agravo Interno 2.2.2.1 - Cabimento Em regra, da decisão monocrática exarada pelo relator (decisões não proferidas pelos colegiados) cabe agravo interno. É chamado de interno porque tal agravo não sai do Tribunal aonde está sendo julgada a causa. Em verdade, sequer sai da Turma ou Câmara recursal. Na verdade, como dito anteriormente, ele é interposto contra a decisão monocrática do relator sendo direcionada ao órgão colegiado competente. Este recurso é convencionalmente também chamado de agravo regimental, já que é disciplinado pelo regimento interno de cada Tribunal, nos moldes do art. 1.021, do NCPC/15. “Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamento, as regras do regimento interno do tribunal”. 2.2.2.2 - Decisões do Relator Prof., e quais são as hipóteses de decisão que podem ser proferidas monocraticamente pelo relator? O art. 932, do NCPC/15 elenca as atribuições do relator. Vamos dar uma olhadinha com calma nesse dispositivo: Art. 932. Incumbe ao relator: I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes; II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do tribunal; III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da decisão recorrida; IV - negar provimento a recurso que for contrário a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a: a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos; c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; VI - decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribunal; VII - determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso; VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no regimento interno do tribunal. Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível. 2.2.2.3 - Petição do Agravo Interno Na petição é necessário que haja a impugnação específica dos fundamentos da decisão que está sendo objeto do agravo interno (§1°, do art. 1.021). No agravo interno há 02 (duas) petições, sendo uma de interposição, que é dirigida ao relator e a segunda traz as razões recursais, que serão direcionadas à Turma/Câmara do Tribunal. Tipo ação 1ª petição 2ª petição Agravo Interno Relator do órgão interno competente conforme regimento interno. Órgão colegiado competente do Tribunal. Por conta deste primeiro direcionamento ao relator, há a possibilidade do juízo de retratação, ou seja, do relator modificar a sua decisão. Contudo, isto só é possível após ouvir o agravado, que será intimado para se manifestar em 15 dias (§2°, do art. 1.021, do NCPC/15). Porém, caso o relator não volte Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares atrás na sua decisão, após proferir o seu voto deve remeter o agravo ao órgão colegiado para a realização do julgamento. IMPORTANTE!!!! O relator não pode julgar improcedente o agravo apenas reproduzindo a fundamentação da decisãoque foi objeto do agravo interno (§3° do art. 1.021). Ao receber o agravo interno, o órgão colegiado analisará a sua admissibilidade e julgará o seu mérito. A aplicação de multa se faz possível, se houver decisão colegiada em votação unânime entendendo pela inadmissibilidade do agravo, ou pela sua improcedência. A multa será fixada entre 1% (um por cento) e 5% (cinco por cento) do valor atualizado da causa (§4° do art. 1.021, do CPC). O provimento do agravo interno, pelo colegiado, resultará no seguimento do recurso anteriormente inadmitido para que ele seja julgado pelo colegiado. 2.2.2.4 - Do prazo recursal e do Preparo O prazo para interpor do agravo interno é de 15 (quinze) dias, conforme o disposto no §5°, do art. 1.003. Já em relação ao preparo, este é dispensado no agravo interno. 2.2.3 - Agravo em Recurso Especial e Recurso Extraordinário 2.2.3.1 - Cabimento O Agravo em REsp e em RE possui hipótese de cabimento específica. Trata- se de recurso que tem por finalidade, nos termos do art. 1.042 do NCPC/15, atacar decisão exarada do Presidente ou Vice-Presidente do Tribunal recorrido que inadmitiu o Recurso Especial ou inadmitiu o Recurso Extraordinário. Cumpre destacar, no entanto, que se a decisão for fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repetitivos não caberá o agravo em REsp e em RE. 2.2.3.2 - Do prazo recursal e preparo O prazo para interpor do agravo em REsp e em RE é de 15 (quinze) dias, conforme o disposto no §5°, do art. 1.003. Já em relação ao preparo, este também é dispensado assim como no agravo interno. (art. 1.042, §2°, NCPC) Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 2.2.3.3 - Petição do Agravo em REsp e em RE Para cada recurso não admitido deve ser interposto um agravo. Se foram inadmitidos o REsp e o RE, deve ser interposto um agravo em face de inadmissão de REsp além de um agravo em face de inadmissão do RE. A “folha de rosto” ou peça de interposição deve ser endereçada e dirigida ao Presidente ou ao Vice-Presidente do Tribunal de Origem. 2.3 - EMBARGOS DE DECLARAÇÃO O Embargos de Declaração trata-se de um recurso que tem como finalidade suprir omissão, erro material, obscuridade ou a contradição existente em uma decisão judicial, conforme elenca o art. 1.022, do CPC. Art. 1.022. Cabem embargos de declaração contra qualquer decisão judicial para: I - esclarecer obscuridade ou eliminar contradição; II - suprir omissão de ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar o juiz de ofício ou a requerimento; III - corrigir erro material. A decisão judicial objeto dos embargos pode ser uma sentença, uma decisão interlocutória, uma decisão monocrática ou até mesmo um acórdão. 2.3.1 - Do cabimento dos Embargos Da omissão A omissão ocorre quando o juiz que julgou a decisão deixou de apreciar ponto ou questão sobre o qual devia se pronunciar de ofício ou a requerimento. Salienta-se que a apreciação pelo juiz deve ser feita tanto de todos os pedidos formulados quanto dos fundamentos apresentados por ambas as partes. O parágrafo único do art. 1.022 do CPC estabelece que a decisão será omissa quando: Deixar de se manifestar sobre tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento; Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares Incorrer em qualquer das condutas descritas no art. 489, § 1°, do CPC, de modo que não será considerada fundamentada a decisão que: se limitar à indicação, à reprodução ou à paráfrase de ato normativo, sem explicar sua relação com a causa ou a questão decidida; empregar conceitos jurídicos indeterminados, sem explicar o motivo concreto de sua incidência no caso; invocar motivos que se prestariam a justificar qualquer outra decisão; não enfrentar todos os argumentos deduzidos no processo capazes de, em tese, infirmar a conclusão adotada pelo julgador; se limitar a invocar precedente ou enunciado de súmula, sem identificar seus fundamentos determinantes nem demonstrar que o caso sob julgamento se ajusta àqueles fundamentos; deixar de seguir enunciado de súmula, jurisprudência ou precedente invocado pela parte, sem demonstrar a existência de distinção no caso em julgamento ou a superação do entendimento. Da Obscuridade A obscuridade ocorre quando o órgão jurisdicional, prolator da decisão, não se faz entender, por conta da falta de clareza e da sua imprecisão. Da contradição A contradição, conforme previsão do inciso I, do art. 1.022, do NCPC, acontece quando há a presença de preposições inconciliáveis entre si na decisão6. Do erro material O Novo Código de Processo Civil em seu art. 1.022, inciso III, trouxe mais uma hipótese caracterizadora dos embargos de declaração: erro material. Em verdade, o dispositivo apenas positivou um entendimento já consolidado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, que já admitia o cabimento dos Embargos de declaração quando houvesse erro material na decisão. Quando estamos diante de um equívoco ou inexatidão nos aspectos objetivos da decisão, há a presença de um erro material. Por exemplo: 6 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil. 8 ed. Salvador: Editora JusPodivm, p. 1.592. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares um cálculo realizado de forma errada, ausência de algumas palavras no texto da decisão ou presença de erros de digitação. *Na hora da prova, sendo a peça cabível os Embargos de Declaração, devemos indicar claramente qual o cabimento dos embargos, ou seja, se a decisão que se pretender opor os embargos é decorrente de omissão, erro material, obscuridade ou contradição. 2.3.2 -Do Prazo de interposição e do Preparo O novo Código de Processo Civil estabelece que, os embargos serão opostos7, no prazo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz que prolatou a decisão atacada, não estando sujeitos a preparo. (Art. 1.023) Além do mais, ao ser oposto, este recurso interrompe o prazo para a interposição de outros recursos (caput do art. 1.026, do NCPC). 2..3.3 - Dos efeitos Apesar de não possui efeito suspensivo, o §1° do art. 1.026 permite que seja suspensa a eficácia da decisão monocrática ou colegiada pelo respectivo juiz ou relator se demonstrada a probabilidade de provimento do recurso ou, sendo relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação. 2.3.4 - Embargos de Declaração manifestamente protelatório Os embargos de declaração serão manifestamente protelatórios quando utilizados pela parte exclusivamente com a finalidade de aumentar o prazo que possui para interpor outro recurso. Afinal, como explicado acima, os embargos de declaração quando interpostos interrompem o prazo para interposição de demais recursos cabíveis. Nos termos do §2°, art. 1.026, quando ocorrer a situação de manifestação protelatória pela recorrente, haverá decisão fundamentada, do juiz ou o tribunal, condenando o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a 2% (dois por cento) sobre o valor atualizado da causa. No entanto, se houver a reiteração de embargos de declaração manifestamente protelatórios, ocorrerá a elevação da multa a até 10% (dez por cento) sobre o valor atualizado da causa. Além disto, para que possa interporqualquer recurso, o embargante deverá realizar o depósito prévio do valor da multa, com exceção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que recolherão a multa no final. Assim, a regra é que o 7 Tecnicamente o mais correto é dizer “opor Embargos de Declaração” e não interpor os embargos... Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares depósito da multa será condicionante para a interposição de outros recursos possíveis. Por fim, temos um último ponto importante. Havendo a interposição de dois embargos de declaração considerados manifestamente protelatórios pelo juízo, não serão admitidos novos embargos de declaração. 2.3.5 - Do endereçamento e modelo de peça Um detalhe importante nos embargos de declaração é que não há duplo juízo, pois será o próprio juízo originário que prolatou a decisão que fará o exame de admissibilidade e mérito. Desta forma, haverá aqui apenas 01 (uma) petição. 2.3.6 - Marcação de legislação e jurisprudência Súmulas Importantes: Súmula 98 do STJ - Embargos de declaração manifestados com notório propósito de prequestionamento não tem caráter protelatório. Súmula 211 do STJ - Inadmissível recurso especial quanto à questão que, a despeito da oposição de embargos declaratórios, não foi apreciada pelo Tribunal a quo. MODELO DE EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA...VARA...DA COMARCA...DO ESTADO… (lembre-se que o endereçamento pode ser ao tribunal, caso a decisão tenha sido por ele prolatada) X X Fulano, nacionalidade, estado civil (ou existência de união estável), profissão, portador do RG nº... e do CPF nº ..., endereço eletrônico..., residente e domiciliado ..., nesta cidade, por meio de seu advogado constituído, conforme procuração anexa, qualificações e endereços que indica para os fins do art. 77, inciso V e art. 105, §2º do NCPC/15, vem, perante V.Exa, com fundamento no art. 1.022, do CPC, opor EMBARGOS DE DECLARAÇÃO em face da sentença (ou acórdão) proferida nos autos da presente Ação…, que foi movida contra ele por... (ou que move contra…), nos termos a seguir aduzidos. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares X I - DA TEMPESTIVIDADE (O examinado deve citar o art. 1.023, do NCPC e esclarecer que a interposição dos embargos respeitou o prazo recursal) A tempestividade da interposição dos embargos de declaração se faz presente, pois foi realizada dentro do prazo de cinco dias, previsto no art. 1.023, do CPC, não se sujeitando a preparo. X II- DAS SÍNTESE DOS FATOS (Neste ponto da peça é necessário que o examinando faça um breve resumo, mas de forma clara e direta, dos motivos que levaram a interposição dos embargos de declaração) X II- DA OMISSÃO (ou DA OBSCURIDADE OU CONTRADIÇÃO OU DO ERRO MATERIAL) (Importante trazer todos os dispositivos que envolvam o cabimento da ação, ou seja, relacionados com a obscuridade, contradição, erro material ou a omissão, e relacionar a situação ocorrida de forma a evidenciar a necessidade dos embargos; mencionar o art. 1.022 do NCPC) A omissão na decisão judicial, nos moldes do II, do art. 1.022, do NCPC/15, ocorre quando o juiz deixa de apreciar questão sobre a qual devia se pronunciar de ofício ou a requerimento. A presente decisão objeto destes embargos de declaração foi omissa, pois não foi nela abordada a questão de …., Desta forma ficou aqui caracterizada a falta de fundamentação, que nos moldes do II, do parágrafo único, do art. 1.022 do NCPC; do icnso II e caput, do art. 489 e do inciso IV, do §1°, do art. 489, é elemento essencial da decisão. X III- DA CONCLUSÃO Diante do exposto, aguarda o Embargante que sejam os presentes embargos conhecidos e providos, para que a sentença (ou acórdão) seja completada no tocante a omissão…. X Nestes termos, Pede deferimento. Local ... Data... Advogado / OAB Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares 2.4 - RECURSO ORDINÁRIO CONSTITUCIONAL 2.4.1 - Introdução Meus amigos, o Recurso Ordinário Constitucional, ou assim como muitos chamam de “ROC”, é um recurso de natureza ordinária e trata-se de um instrumento processual previsto expressamente na CRFB/88. Vamos abrir um parêntese para que vocês possam compreender melhor. Os recursos podem ser classificados de natureza ordinária ou excepcionais (extraordinárias). Nos recursos ordinários o objeto imediato recursal é a proteção do direito subjetivo do recorrente8. Aqui, o recorrente pode usar a argumentação de forma livre, permitindo a discussão das matérias de fato e de direito. É o que a doutrina chama de não existência de fundamentação vinculada, de pré- questionamento9. É possível a inovação da tese jurídica. Não há limitação da matéria. A fundamentação é livre. Há amplitude do contraditório e ampla defesa, da formação da dialética. Ex: apelação, agravo, ROC. Já nos recursos excepcionais (extraordinários) a prioridade aqui é outra. Não é a satisfação primária do interesse subjetivo. A preocupação é garantir a supremacia da Constituição e validade das leis. É o direito objetivo. Por isso são chamados de recursos de fundamentação objetiva. Não há possibilidade de inovação na tese jurídica, de apresentação de fatos, argumentos ou provas novas. Tem que haver prequestionamento da matéria, além de outras condições de admissibilidade específicas. Ex: REsp e RE são recursos excepcionais. 2.4.2 - Recurso Ordinário Constitucional e seu cabimento Como comentamos, o “ROC” faz parte da família dos recursos ordinários, mas também de natureza constitucional, pois está previsto na CRFB/88. O cabimento foi instituído pelo Constituinte. A própria CRFB/88 fixou os parâmetros, em seus arts. 102, II e 105, II. É um recurso de suma importância que chamou atenção do legislador Constituinte. Adicionalmente, no plano infraconstitucional, o ROC está regulamentado pelos art. 1.027 e 1.028 do CPC/15. O ROC será julgado em seu mérito, caso admitido, pelas Cortes de Superposição, STF e STJ. Além disso, O Recurso Ordinário Constitucional poderá ser apresentado em face de sentença denegatória, de modo que se tem uma 8 MARTINS, Flavia Bahia. OAB 2ª fase. Direito Constitucional, 5ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.171. 9 NEVES, Daniel Amorim Assumpção. Manual de Direito Processual Civil, 8ª edição. Salvador: Editora JusPodivm, 2016, p.1603-1604. Equipe Igor Maciel, Igor Maciel Aula 11 6. Curso de Direito Administrativo p/ OAB (2 fase) XXX Exame de Ordem - Com Monitoria www.estrategiaconcursos.com.br 1035757 39307584826 - Priscila de Almeida Soares peça privativa do impetrante. (Ex: o Réu diante de decisão concessiva deve buscar outro meio recursal). 2.4.3 - ROC para o STF Cabimento: O Recurso Ordinário Constitucional para o STF é apresentado nas hipóteses do art. 102, II. Vejamos: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: (…) II - julgar, em recurso ordinário: a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção decididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão; b) o crime político; Na primeira hipótese (alínea “a”), temos o caso em que um Tribunal Superior adota decisão denegatória em certas ações constitucionais
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