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00 - DIREITO PROCESSUAL CIVIL III - COMPLETOv5

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DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
1 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
PROFESSOR ANDERSON WILLY: “Professor. Advogado. Possui graduação em Pedagogia 
pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e em Direito pela Universidade Estácio de Sá - 
UNESA. É especialista em Psicopedagogia, Gestão Pública Participativa e Gestão Estratégica 
de Políticas Públicas. Concluiu as disciplinas e entregou a dissertação referente à 
especialização stricto sensu em Estado, Governo e Políticas Públicas da Fundação Perseu 
Abramo - FPA em parceria com a Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais - FLACSO. 
Aguarda agendamento de data para defesa da dissertação com vistas à obtenção do título de 
mestre. No âmbito da Administração Pública, foi Assistente da Presidência - Casa da Moeda do 
Brasil - CMB; Chefe de Gabinete substituto; Gerente Executivo de Responsabilidade Social e 
Patrocínios; Superintendente Substituto de Responsabilidade Sociocultural; Gerente Executivo 
de Desenvolvimento de Pessoas; Superintendente Substituto de Gestão de Pessoas; e Gerente 
da Seção de Planejamento Estratégico da CMB. Tem experiência na área de Educação, com 
ênfase no magistério nas modalidades de Educação de Jovens e Adultos e no Ensino Superior. 
Atuou como docente em Campi de instituições conveniadas da Universidade Castelo Branco 
nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro em Cursos de Graduação e Pós 
graduação, principalmente em áreas como planejamento educacional, gestão educacional e 
didática. Tem atuação nos seguintes temas: competências, planejamento, pesquisa 
educacional, gestão democrática, gestão de pessoas, educação ambiental e formação do 
professor. Coordenador adjunto do Observatório de Cultura Jurídica e Democratização do 
Processo, coordenado pelo Professor Dr. Alexandre de Castro Catharina na Universidade 
Estácio de Sá - Unidade Nova América - RJ. Atualmente, além de exercer as atividades de 
advocacia e docência no ensino jurídico, é diretor-geral da Escola Superior de Advocacia na 2ª 
Subseção da Ordem dos Advogados do Brasil em Duque de Caxias - ESA-OABDC e cursa 
especialização regular (período de 3 anos) em Direito Público e Direito Privado na Escola da 
Magistratura do Estado do Rio de Janeiro - EMERJ.1” 
 adv.andersonwilly@gmail.com 
 
 
 
 Bibliografia Sugerida 
Rodolfo Kronemberg Hartmann 
Fredie Didier 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1Fonte: https://www.escavador.com/sobre/6736214/anderson-willy-silva-de-oliveira 
mailto:adv.andersonwilly@gmail.com
https://www.escavador.com/sobre/6736214/anderson-willy-silva-de-oliveira
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
2 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
Sumário 
 AULA 1 – 05FEV2020 ............................................................................................................................................................................................. 3 
 AULA 2 – 12FEV2020 .............................................................................................................................................................................................. 8 
 AULA 3 – 19FEV2020 ............................................................................................................................................................................................ 10 
 AULA 4 – 04MAR2020.......................................................................................................................................................................................... 19 
 AULA 5 – 11MAR2020 .......................................................................................................................................................................................... 20 
 AULA 6 – 25MAR2020 ......................................................................................................................................................................................... 29 
 AULA 7– 01ABR2020 ............................................................................................................................................................................................. 34 
 AULA 8 – 08ABR2020 ........................................................................................................................................................................................... 40 
 AULA 9 – 15ABR2020 ........................................................................................................................................................................................... 45 
 AULA 10 – 22ABR2020.......................................................................................................................................................................................... 51 
 AULA 11 – 29ABR2020 ........................................................................................................................................................................................ 55 
 AULA 12 – 06MAI2020 ......................................................................................................................................................................................... 61 
 AULA 13 – 27MAI2020 ......................................................................................................................................................................................... 62 
 AULA 14 – 03JUN2020 ........................................................................................................................................................................................ 66 
 AULA 15– 10JUN2020 .......................................................................................................................................................................................... 71 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
3 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Aula 1 – 05FEV2020 
 Bloco único 
 
 Técnica para resolver questões discursivas que possuem controvérsia: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Para solucionar questões objetivas deve-se estudar a banca examinadora. 
 O professor cobra letra de lei. 
 
✅Recursos 
Andamento do Procedimento Comum no Processo Civil: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O primeiro passo na tramitação dos processos eletrônicos é o registro ou protocolo. A distribuição nas Câmaras 
Cível é por meio de sorteio. Esse sorteio designará o relator. Veja o exemplo abaixo da composição da 8º Câmara Cível 
do TJRJ. 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
4 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O relator possui algumas atribuições, uma delas é verificar se os pressupostos de admissibilidade da peça 
recursal foram cumpridos, tendo consequências jurídicas e processuais. Havendo algum vício na peça, o relator abrirá 
prazo (geralmente 5 dias) para que seja sanado o vício. 
 
♦Exemplo: o apelante faz pedido de gratuidade de justiça, entretanto, não junta documentos comprobatórios de 
hipossuficiência. Se o apelante sanar o vício dentro do prazo, segue o rito, no caso desse não sanar o vício, seu recurso 
será inadmitido. 
 
 Juízo de admissibilidade – o juízo de admissibilidade é feito pelo relator depois de protocolizado o recurso. Na 
hipótese de o relator inadmitir o recurso e o apelante entender que a sua peça está “perfeita”, é possível que o patrono 
peça a ampliação da corpo julgador e a Câmara decide, por meio de uma peça recursal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esse prazo para marcar a sessão de julgamento é um prazo próprio. Seu descumprimento não gera sansão. Oprazo está previsto no Regulamento Interno de cada Tribunal. 
 
 Todo recurso se submete ao recurso de admissibilidade. No direito processual civil, os recursos, obedecendo o 
princípio da taxatividade estão descritos no art. 994 do CPC. 
 
Ao interpor o recurso, ele deve primeiro ser conhecido, depois de ultrapassada a admissibilidade passará pelo 
juízo de mérito. A admissibilidade e o mérito são como uma escada com dois degraus: 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OBS.: Precedentes ≠ súmulas ≠ jurisprudência 
 
 Art. 926 do CPC 
Art. 926. Os tribunais devem uniformizar sua jurisprudência e mantê-la estável, íntegra e coerente. 
 
 
§ 1º Na forma estabelecida e segundo os pressupostos fixados no regimento interno, os tribunais editarão 
enunciados de súmula correspondentes a sua jurisprudência dominante. 
 
 Jurisprudência – é um conjunto de decisões judiciais que apontam decisões emanadas do judiciário num sentido ou 
no outro acerca de uma mesma matéria. 
 
 Súmula – é o resultado desse conjunto de decisões, mas pressupõe uma pacificação dos tribunais sobre determinado 
tema. Tem uma força maior que uma jurisprudência. 
 
 
 
 
 
§ 2º Ao editar enunciados de súmula, os tribunais devem ater-se às circunstâncias fáticas dos precedentes 
que motivaram sua criação. 
 
 Precedentes – é algo mais “forte” que veremos nas aulas mais adiante. 
 
 Art. 927 do CPC 
Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão: 
I - as decisões do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; 
II - os enunciados de súmula vinculante; 
III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de demandas repetitivas e 
em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos; 
IV - os enunciados das súmulas do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional e do Superior 
Tribunal de Justiça em matéria infraconstitucional; 
V - a orientação do plenário ou do órgão especial aos quais estiverem vinculados. 
 
 Art. 929 do CPC 
Art. 929. Os autos serão registrados no protocolo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria 
ordená-los, com imediata distribuição. 
 
✅Das Atribuições do Relator 
 Art. 932 do CPC 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando 
for o caso, homologar autocomposição das partes; 
Para uniformizar as decisões os tribunais fazem uso de Precedentes, Súmulas e 
Enunciados. 
Na petição inicial não se coloca a jurisprudência e sim um extrato da jurisprudência em conforme 
com o interesse do cliente que o advogado está representando. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 
 
 
 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competência originária do 
tribunal; 
 
 
 
 
 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
V - depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida 
for contrária a: 
 
 
 
 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento 
de recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de 
competência; 
 
 Art. 933 do CPC 
Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de 
questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, 
intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias. 
§ 1º Se a constatação ocorrer durante a sessão de julgamento, esse será imediatamente suspenso a fim 
de que as partes se manifestem especificamente. 
§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou encaminhá-los ao relator, 
que tomará as providências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para 
prosseguimento do julgamento, com submissão integral da nova questão aos julgadores. 
 
 Art. 935 do CPC 
Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo menos, o 
prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo 
aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira sessão seguinte. 
 
 
✅Sessão de Julgamento 
A sessão de julgamento inicia com o presidente da sessão fazendo o pregão. Ele apresenta os personagens: 
É possível que depois de protocolizado o recurso, as partes entrem em um 
acordo. O relator é o responsável por homologar esta autocomposição e põe fim 
ao andamento do processo. 
Competência recursal X Competência originária 
 Competência recursal: o tribunal possui a competência por força de um 
recurso, a apelação faz com que a 2º instancia tenha competência para julgar. 
 Competência originária: o processo se origina naquele tribunal. 
Não se interpõe uma apelação apenas porque não “gostou” da sentença. Não 
existe recurso genérico. 
A apelação é uma forma de apresentar ao magistrado que a sua sentença teve 
algum “erro”. O magistrado pode errar de duas formas: 
 Error in precendo: na forma de proceder. 
 Error in judicando: no mérito da sua demanda. 
 
Ocorrendo algum desses erros, o advogado interpõe apelação e informa a página 
da sentença na qual há divergência. Deve constar como pedido a reforma da 
sentença. 
♦Exemplo: Na sentença o magistrado relata que não há documentos 
comprobatórios do direito do autor. 
 
Uma das formas de indicar ao magistrado seu equívoco: “Todavia os documentos 
que provam o direito do autor estão acostados as fls. X.” 
No procedimento comum, a peça que o réu utiliza para se defender é a 
contestação. Em sede de recurso, a peça utilizada por aquele que teve mérito na 
1º instância é a contrarrazão. Ao apelado a peça é facultativa. 
 
 
 
 
 
Indicado para 
auxiliar no caso 
concreto da aula 
1. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
7 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Apelante: aquele que ficou insatisfeito com a sentença proferida pelo juiz em 1º grau. 
 Apelado: aquele que teve mérito na sentença. 
 Nome do relator: o desembargador que no sorteio ficou responsável pelo recurso. 
 
 A sessão é iniciada com o presidente fazendo a explanação da demanda. Os julgadores darão seus votos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A opinião de cada julgador é chamada de voto. O relator explana o seu voto, havendo unanimidade entre os 
outros desembargadores, o voto do relator será paradigma para fazer acórdão. O acórdão é o nome da decisão de um 
grupo de julgadores. Entretanto, pode haver divergência no voto dos julgadores. Vejamos: 
 
 
 
 
 
No exemplo acima, o placar ficou: 
✔2 votos dando provimento ao recurso 
❌1 voto negando provimento ao recurso 
 
Por 2 votos a 1 o apelante terá êxito em sua demanda. Entretanto, mesmo o voto que negou provimento a recurso 
deverá constar nos autos, possibilitando que deste voto seja utilizado como fundamentação numa nova peça recursal 
cabível, que será distribuída em outra instância. 
 
 Art. 938 do CPC 
Art. 938. A questão preliminar suscitada no julgamento será decidida antes do mérito, deste não se 
conhecendo caso seja incompatível com a decisão. 
 
Ainda que seja resolvida na própria sessão de julgamento, as questões preliminares devem ser enfrentadas 
antes. 
 
 Caso Concreto 1 – Correção 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Voto Voto Voto 
Relator 
✔ Dá provimento ao 
recurso 
Presidenteda Sessão 
✔ Dá provimento ao 
recurso 
Julgador 
❌ Nega provimento 
ao recurso 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
8 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Aula 2 – 12FEV2020 
 Bloco único 
 [continuação] 
✅Recursos 
O direito se divide da seguinte forma: 
 Direito Material – são bens jurídicos tutelados por uma pessoa. 
 Direito Processual – é o instrumento para operacionalizar, ou seja, transformar em realidade a proteção do direito de 
uma pessoa. 
 
♦Exemplo: Manoel está na sua casa, lugar onde reside a 5 anos. Poderia uma pessoa comum invadir e retirar o Manoel 
de lá? Em regra, não, mas, se isso ocorrer, que medidas o Manoel pode tomar? 
Ele poderá recorrer a um processo judicial para ter defendido o seu direito. Sendo ele possuidor – se a violação tiver 
ocorrido em até 1 ano e 1 dia, ele pode se socorrer a uma Liminar inaudita altera parte, ou seja, sem que seja ouvida a 
outra parte. O ingresso se fará por meio de uma Ação de Reintegração de Posse com pedido Liminar inaudita altera 
parte. 
 
 Se o possuidor deixou passar o prazo de 2 anos, ele não perde o direito, mas a consequência jurídica será 
diferente, a Liminar inaudita altera parte não será a proteção preventiva cabível, entretanto o possuidor pode se socorrer 
de uma Tutela de Urgência. 
 
 
 
 Art. 300 do CPC 
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade 
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. 
§ 1 o Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou 
fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser 
dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não puder oferecê-la. 
§ 2º A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. 
§ 3º A tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de 
irreversibilidade dos efeitos da decisão. 
 
 Meios de Impugnação das Decisões Judiciais 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
É analisado o fumus boni iuris, o periculum in mora, o resultado útil do processo – demanda um conjunto 
probatório mais robusto. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
9 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Os recursos são uma espécie de impugnação de decisão judicial. Só é recurso no processo civil o que está 
descrito no rol taxativo do art. 994 do CPC. 
 
 Art. 994 do CPP 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
Para Fredie Didier, recurso é “retomar o curso da marcha processual”. É um meio de impugnação da decisão 
judicial formulada nos próprios autos. Existem duas espécies de instrumentos processuais: os recursos e os sucedâneos 
recursais, sendo a análise comparativa entre eles realizada de forma residual, ou seja, tudo o que não for recurso será 
considerado um sucedâneo recursal.2 
 
 Sucedâneo Recursal – Pedido de Reconsideração 
O Sucedâneo Recursal não é Recurso e nem Ação Autônoma de Impugnação. Ele é formulado no mesmo 
processo. O pedido de reconsideração da decisão que o magistrado proferiu é um exemplo. 
♦Exemplo: Depois de prolatada uma decisão, o advogado opõe embargos de declaração. O embargante pretende 
reformar a decisão. Ao invés de interpor um recurso inominado ou uma apelação, o advogado relata o teor da decisão e 
argumenta em favor da reconsideração da decisão prolatada. 
 
O sucedâneo recursal não impede o trânsito em julgado da decisão, mas a pendência de análise do pedido 
impede. Enquanto tiver uma petição pendente, ela precisa ser analisada. 
 
 Ação Autônoma de Impugnação – Ação Rescisória 
 Não é recurso. Esta ação é feito em autos separados , apartados. Trata-se de uma ação autônoma, 
independente. Esta ação pode ser distribuída, por exemplo, depois do trânsito em julgado da sentença. 
 
 A aula foi interrompida. A turma foi convidada para assistir a palestra sobre “Coronavírus”. 
 
 Curiosidade 
 O correto uso dos verbos nas peças processuais: 
✔PROPOR - Ação comum 
✔IMPETRAR - Ação mandamental 
✔APRESENTAR, OFERECER - Contestação 
✔INTERPOR - Recurso (exceto embargos de declaração) 
✔REQUERER - homologação de acordo; utilizado nas interlocutórias simples que contenham 
pedidos simples, por exemplo, juntada de documentos. 
✔OPOR - Embargos 
 
 
 
 
 
2 Manual de Direito Processual Civil, Daniel Amorim Assumpção Neves, p. 1.539. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
10 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Aula 3 – 19FEV2020 
 Bloco 1 
[continuação] 
✅Princípios Recursais 
 Taxatividade 
 Os recursos são apresentados no rol taxativo do art. 994 do CPC. Caso não esteja descrito no referido artigo, 
não poderá ser considerado um recurso. O princípio da taxatividade impede que as partes, ainda que em comum acordo, 
criem recursos não previstos pelo ordenamento jurídico processual. 
 
 Art. 994 do CPC 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
 Voluntariedade 
 A regra é que a interposição de um recurso está condicionado exclusivamente à vontade da parte. Elas decidem 
se acham ou não convenientes recorrer diante da sentença/ decisão proferida pelo magistrado. Não se admite o juiz, em 
qualquer hipótese, interpor o recurso de ofício. 
 
❌ Reexame Necessário 
Segundo o art. 496 do CPC, a sentença proferida contra a União, o Estado, o Distrito Federal, o Município e suas 
respectivas autarquias e fundações de direito público, bem como a que julgar procedente e parte, os embargos à 
execução fiscal, somente produzirá efeitos após a confirmação pelo Tribunal, ou seja, não depende das partes que esta 
sentença seja reanalisada pelo Tribunal, afastando assim o reexame do âmbito recursal.3 
 
 
 Art. 496 do CPC 
Art. 496. Está sujeita ao duplo grau de jurisdição, não produzindo efeito senão depois de confirmada pelo 
tribunal, a sentença: 
I - proferida contra a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas respectivas autarquias e 
fundações de direito público; 
II - que julgar procedentes, no todo ou em parte, os embargos à execução fiscal. 
 Duplo Grau de Jurisdição 
Este princípio garante que a decisão seja revista por um Tribunal, que em regra é um órgão hierarquicamente 
superior. Existem duas exceções: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Singularidade 
 Esse princípio admite tão somente uma espécie recursal como meio de impugnação de cada decisão judicial. 
Admite-se a existência concomitante de mais de um recurso contra a mesma decisão desde que tenham a mesma 
 
3 Manual do Direito Processual Civil, Daniel Amorim Assumpção Neves, p.1.587. 
 Turma Recursal: é composta por juízes. Os 
juízes que compõem as turmas recursais 
possuem nível de hierarquia igual aos “juízes de 
piso”. Os juízes das turma recursai são dotados de 
atribuições diferentes, dadas pelo Regimento 
Interno do Tribunal. 
 Embargos de Declaração: peça recursal 
interposta quando há vício na sentença. O próprio 
juiz que prolatou a sentença analisa o recurso. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
11 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
natureza jurídica, fenômeno, inclusive, bastante frequente quando há no caso concreto sucumbência recíproca ou 
litisconsórcio.4 
 
 Dialeticidade 
Costuma-se afirmar que o referidorecurso é composto por dois elementos: 
 
 
 
 
 
 
 
O princípio da dialeticidade diz respeito ao segundo elemento, exigindo do recorrente a exposição da 
fundamentação recursal (causa de pedir: error in judicando e error in procedendo) e do pedido (que poderá ser a 
anulação, reforma, esclarecimento ou integração. Tal necessidade se ampara em duas motivações: permitir ao recorrido 
a elaboração das contrarrazões e fixar os limites da atuação do Tribunal no julgamento do recurso. 
 
 Proibição da Reformatio in pejus 
 O direito brasileiro adotou o princípio da proibição da reformatio in pejus, de forma que na pior das hipóteses 
para o recorrente a decisão recorrida é mantida, não podendo ser alterada para piorar sua situação. 
 
 Existem dois sistemas possíveis relativos ao efeito devolutivo dos recursos: 
 Sistema de proibição de reformatio in pejus, no qual não se admite que a situação do recorrente seja piorada em 
virtude do julgamento de seu próprio recurso; 
 
 Sistema do benefício comum (communio remedii), no qual o recurso interposto por uma das partes beneficia a ambas, 
de forma que é aceitável que a situação do recorrente piore em razão do julgamento de seu próprio recurso. 
 
 Fungibilidade 
 Como o próprio nome sugere , fungibilidade significa troca, substituição, e no âmbito recursal significa receber 
um recurso que não entende como cabível para o caso concreto por aquele que teria cabimento. Esse princípio tem 
como premissa auxiliar a parte que, no entendimento do tribunal, interpõe o recurso inadequado. 
 
 Ainda que sejam inegáveis os benefícios advindos com a adoção da fungibilidade, sua aplicação é exceção. A 
regra é o não conhecimento do recurso por não ser o cabível e a exceção é receber o recurso incabível por aquele que 
seria o cabível. 
 
 
 Professor Anderson: “Uma peça recursal pode ser recebida pelo tribunal como se fosse outra, pelas características 
da demanda.” 
 
♦Exemplo: O advogado Marcos está na dúvida se recorre de determinada decisão por meio de um agravo de instrumento 
ou se aguarda a sentença e ataca o tema em preliminar de apelação. A decisão a ser atacada não está no rol do art. 
1.015 do CPC, logo, não pode ser objeto de agravo de instrumento, mas, é uma decisão interlocutória. O Dr. Marcos fez 
uma pesquisa e verificou que uma parte dos julgadores aceita a impugnação da referida decisão por meio do agravo de 
instrumento. 
 
Analisando do ponto de vista da marcha processual: 
 
 
 
 
 
 
4 Manual do Direito Processual Civil, Daniel Amorim Assumpção Neves, p.1.582. 
1 - Volitivo
• refere-se a vontade da parte em recorrer.
2 - Descritivo
• consubstanciado nos fundamentos e pedido constantes do 
recurso.
Ao verificar que a referida decisão não consta no rol do art. 1.015 do CPC, o Dr. Marcos pode aguardar 
a sentença ser prolatada e colocar a referida decisão em preliminar de apelação. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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No exemplo mencionado, a estratégia a ser adotada pelo Dr. Marcos seria a opção 2 (dois), pois se o Tribunal 
entender que a matéria deve ser decidida em agravo de instrumento, ao final, depois da sentença, terá precluído o prazo 
para a interposição do recurso. 
 
Diante de uma dúvida razoável, o ideal é verificar o menor prazo para a interposição do recurso. Entendimento 
firmado pelo STJ, na dúvida da peça processual cabível para impugnar decisão do magistrado, deverá ser observado o 
menor prazo. 
 
 Art. 1.015 do CPC 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase 
de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de 
inventário. 
 
 Complementariedade 
 No direito processual civil as razões recursais devem ser apresentadas no ato de interposição do recurso, não 
se admitindo que o recurso seja interposto procedimentalmente e as razões apresentadas posteriormente, como ocorre 
no processo penal. 
 
 Aplica-se a preclusão consumativa no momento da interposição do recurso, de forma que, após este momento, 
é vedado ao recorrente complementar seu recurso já interposto com novas razões. Caso nenhuma fundamentação tenha 
sido feita, o recurso é inadmissível, e , sendo incompleta ou falha a fundamentação, somente esta será apreciada pelo 
órgão julgador competente para o julgamento do recurso. 
 
 Consumação 
 Como ocorre no princípio da complementariedade, também o princípio da consumação tem como fundamento a 
preclusão consumativa que se verifica no ato de interposição do recurso. Vejamos a diferença entre os dois princípios: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Não se admite “emenda” na peça recursal, assim como é admitido a peça inicial quando é preciso inserir alguma 
informação esquecida. Ao distribuir o recurso, o ato foi consumado. 
Ao verificar que alguns julgadores aceita a impugnação decisão por agravo de instrumento, o Dr. 
Marcos pode interpor agravo de instrumento, respeitando o prazo de 15 dias da data da citação, para 
sua interposição. 
Complementariedade 
Consumação 
Trata de complementação de um recurso já interposto. 
Proíbe que interposto o recurso, seja substituído por outro, 
interposto posteriormente, ainda que dentro do prazo 
recursal. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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✅Classificação dos Recursos 
 Quanto a extensão da matéria 
 Total: são os recursos que têm como objeto a integralidade da parcela da decisão que tenha gerado sucumbência à 
parte recorrente. O recurso total impugna a totalidade dos capítulos da decisão que geraram sucumbência à parte. 
 
 Parcial: são aqueles nos quais somente uma parcela da decisão que gerou sucumbência da parte recorrente é objeto 
do recurso. O recurso parcial é aquele que no qual somente um, ou alguns dos capítulos que geraram sucumbência são 
objeto do recurso, havendo no caso concreto capítulo que, apesar de gerar sucumbência à parte, não é objeto de 
impugnação. 
 
 Quanto a fundamentação (causa de pedir) 
 Livre: tido como regra, significa ampla liberdade ao recorrente no tocante às matérias a serem alegadas em sua 
fundamentação recursal. 
 
 Vinculada: essa espécie de recurso é excepcional, havendo somente três: recurso especial, recurso extraordinário e 
embargos de declaração. O recorrente não poderá alegar qualquer matéria que desejar, estando sua fundamentação 
vinculada às matérias expressamente previstas em lei, essa exigência legal acarretará a inadmissibilidade do recurso 
por irregularidade formal. 
 
 Quanto a forma de interrupção 
 Principal: ou independente, é aquele oferecido pela parte dentro do prazo recursal sem importar a postura adotada 
pela parte contrária diante da decisão impugnada. 
 
 
 Art. 997, §1º do CPC 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso independentemente, no prazo e com observância das exigências 
legais. 
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir o outro. 
 
 Adesivo: ou subordinado, é aquele interposto no prazode contrarrazões de recurso apresentado pela parte contrária, 
motivado não pela vontade originária de impugnar a decisão, mas como contraposição ao recurso oferecido pela outra 
parte. O recurso adesivo não é uma espécie recursal, mas um recurso interposto de forma diferenciada. O recurso 
adesivo sofre todos os efeitos do recurso principal. 
 
 Art. 997, §2º do CPC 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras 
deste quanto aos requisitos de admissibilidade e julgamento no tribunal, salvo disposição legal diversa, 
observado, ainda, o seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte 
dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial; 
III - não será conhecido, se houver desistência do recurso principal ou se for ele considerado inadmissível. 
 
 Quanto ao objeto imediato do recurso 
 Ordinário: o objetivo do legislador não consiste em preservar o ordenamento jurídico, ou ainda, o direito objetivo, mas 
proteger o interesse particular da parte (direito subjetivo) no caso concreto, o recurso será classificado como originário. 
A regra é que o recurso seja originário. 
 
 Extraordinário: recursos que têm como objetivo imediato a proteção e a preservação da boa aplicação do Direito e 
viabilizar no caso concreto uma melhor aplicação da lei federal e constitucional, permitindo que por meio deles se 
preservem normas legais. São somente três recursos extraordinários: recurso especial, recurso extraordinário e 
embargos de divergência. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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 Bloco 2 
✅Pressupostos de Admissibilidade dos Recursos 
 Elementos Extrínsecos 
 Tempestividade: todo recurso tem um prazo determinado por lei, ocorrendo preclusão sempre que vencido o prazo 
legal sem a sua devida interposição. O CPC prevê em seu art. 1.003, §5º, que todos os recursos passam a ter prazo de 
15 dias (úteis), salvo os embargos de declaração, que mantêm o prazo atual de 5 dias. A contagem do prazo só levará 
em consideração os dias úteis – art. 219, caput, do CPC 
 
 Art. 1.003, §5º do CPC 
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de 
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é 
de 15 (quinze) dias. 
 
 Art. 219, caput, do CPC 
Art. 219. Na contagem de prazo em dias, estabelecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão somente os 
dias úteis. 
Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais. 
 
 Preparo: o preparo recursal diz respeito ao custo financeiro da interposição do recurso. O entendimento do STJ é 
que todas as despesas devidas na interposição do recurso são preparo. A própria redação do art. 1.007, caput, do CPC 
confunde indevidamente as diferentes espécies de despesas processuais. O equívoco, entretanto, é benéfico, porque, 
entendendo o porte de remessa e retorno como integrante do preparo, possibilita à parte complementar o recolhimento 
do preparo no prazo de 5 dias úteis. 
 
 
 
 
 
 
 Art. 1.007, caput, do CPC 
Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação 
pertinente, o respectivo preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção. 
 
 O artigo supracitado prevê a regra da prova da comprovação imediata do preparo, significa dizer que o recorrente 
deve comprovar o recolhimento do preparo no momento da interposição do recurso. 
 
 Regularidade Formal: cada recurso possui requisitos formais específicos que devem ser respeitados para que o 
recurso seja admitido. Em respeito ao princípio da dialeticidade, todo recurso deve ter fundamentação e pedido, sem os 
quais não será admitido. Na fundamentação deve ser atacado especificadamente o fundamento da decisão recorrida, 
sendo no processo civil exigido que a interposição já venha acompanhada das razões recursais. Além das razões e os 
pedidos, o recorrente deve identificar as partes. É em regra ato processual escrito, havendo apenas uma exceção no 
sistema: embargos de declaração nos Juizados Especiais – art. 49 da Lei 9.099/95. 
 
Exige-se capacidade postulatória (presença de advogado), salvo nos recursos extraordinário e especial 
interpostos pelo próprio juiz contra acórdão que acolhe exceção de suspeição ou impedimento. O recurso deve ser 
assinado, entretanto, considera-se um vício sanável. 
 
♦Exemplo: O Recurso de Apelação é composto por: 
 
 
 
 
 
 Porte de Remessa e Retorno: na hipótese de processo físico, é devido o 
pagamento para o deslocamento do processo do juízo de 1º grau para o 
Tribunal que fará o julgamento em 2º grau de jurisdição. Aplica-se também no 
caso de recurso para instâncias superiores. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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 Elementos Intrínsecos 
 Cabimento 
 Professor Anderson: “Chamado por alguns doutrinadores de adequação, relacionado também a unirrecorribilidade. 
Para cada decisão impugnada, haverá um recurso cabível.” 
 
O preenchimento do recurso do cabimento exige que o pronunciamento seja recorrível e que o recurso interposto 
seja adequado, ou seja, o recurso indicado pela lei para impugnar aquele determinado pronunciamento judicial. A 
recorribilidade do pronunciamento deve ser analisada em primeiro lugar, porque, concluindo-se por sua irrecorribilidade, 
é natural que nenhum recurso seja cabível para impugná-lo. 
 
 Segundo o art. 1.001 do CPC, os despachos são irrecorríveis, o que poderia levar à conclusão de que todos os 
pronunciamentos com carga decisória são recorríveis. Apesar de ser essa a regra, existe, ainda que excepcionalmente, 
irrecorribilidade de decisões judiciais previstas pelo CPC – art. 138, caput e 1.007, §6º. 
 
 Art. 1.001 do CPC 
Folha de Rosto Folha das Razões 
1 
2 3 
4 
1 
2 
3 
5 
6 
 Folha de Rosto 
 
1 – Endereçamento ao juízo que receberá o recurso, já que 
ele é protocolado em 1º grau de jurisdição. 
 
2 – Número do Processo. 
 
3 – Número da GRERJ que comprova o preparo do recurso, 
caso o recorrente seja beneficiário da gratuidade de justiça, 
este campo não é necessário. 
 
4 – Nome da peça. 
 
5 – Pedido de remessa para o segundo grau de jurisdição. 
 
6 – Identificação do (s) advogado (s). 
 
 
 Folha das Razões 
 
1 – Quem receberá e decidirá a peça de Apelação. 
 
2 – Identificação das partes, número do processo originário e 
a juízo de origem do processo. 
 
3 – Tópicos importantes na peça de Apelação: 
✔Tempestividade; 
✔Breve Síntese da Demanda; 
✔Preliminares; 
✔Mérito; 
✔Pedido; 
✔Conclusão. 
 
4 – Assinatura do advogado 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso. 
 
 Art. 138, caput, do CPC 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 
(quinze) dias de sua intimação. 
 
 Art. 1.007, §6º do CPC 
§ 6º Provando o recorrente justo impedimento, o relator relevará a pena de deserção, por decisão 
irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o preparo. 
 
 Legitimidade ParaRecorrer 
 Art. 996 do CPC 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
 
 Segundo o artigo supracitado, o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo 
Ministério Público. O dispositivo legal confunde indevidamente o requisito da legitimidade recursal com interesse recursal. 
 
 
 
 
 
✔Partes: as partes têm legitimidade recursal, independentemente do conteúdo da decisão, ou seja, não importando o 
fato de terem ou não sucumbido no caso concreto, aspecto que diz respeito ao interesse recursal, que é outro requisito 
de admissibilidade. 
 
✔Terceiro Prejudicado: cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida 
à apreciação judicial atingir direito de afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual. O terceiro 
prejudicado pode ser: 
 
 
 
 
 
 
✔Ministério Público: a legitimidade recursal do MP está expressamente prevista no art. 996, caput, do CPC, podendo 
recorrer em processos em que participou parte ou como Custo Legis5. 
 
 Interesse em Recorrer 
 Existe uma proximidade evidente entre os pressupostos processuais e s condições da ação e os requisitos de 
admissibilidade recursal, sendo unânime na doutrina o entendimento de que o interesse recursal deve ser analisado à 
luz do interesse de agir. 
 
O recurso deve ser adequado a reverter a sucumbência suportada pela parte recorrente. Significa dizer que o 
recurso deve ser concretamente apto a melhorar a situação prática do recorrente. Numa sentença que tem dois 
fundamentos, sendo que cada qual é isoladamente apto a manter a decisão, a apelação obrigatoriamente deverá 
impugnar ambos os fundamentos, porque de nada adianta o recorrente afastar somente um deles, uma vez que a 
manutenção do fundamento não impugnado a decisão não será reformada. 
 
 Inexistência de Fato Impeditivo ou Extintivo do Poder de Recorrer 
 
 
5 Custos Legis: significa guardião da lei, fiscal da correta aplicação da lei, verdadeiro defensor da sociedade. Sendo assim, o Ministério Público acima de tudo é custos legis. 
A legitimidade é fixada sempre em abstrato, não tendo relevância o conteúdo 
da decisão no caso concreto. Não sendo correto afirmar que somente a parte 
vencida tem legitimidade para recorrer. 
O sujeito que poderia ter 
participado do processo 
como terceiro interveniente; 
O sujeito que poderia ter 
participado do processo 
como litisconsorte facultativo; 
O sujeito que poderia ter 
participado do processo como 
litisconsorte necessário. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Art. 998, caput, do CPC 
Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tempo, sem a anuência do recorrido ou dos litisconsortes, 
desistir do recurso. 
Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer independe da aceitação da outra parte. 
Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou tacitamente a decisão não poderá recorrer. 
 
 Art. 5º do CPC 
Art. 5º Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de acordo com a boa-fé. 
 
✔Desistência: o recorrente poderá desistir de seu recurso – total ou parcialmente – a qualquer tempo, o que significa 
dizer que o recorrente poderá abdicar de seu direito de ter o recurso julgado. Apesar de o dispositivo prever “a qualquer 
tempo”, existe um momento apropriado para a desistência do recurso: somente se desiste do que existe, de maneira que 
a desistência só pode ocorrer a partir da interposição do recurso. 
 
✔Renúncia: a parte recorrente poderá renunciar ao recurso, independentemente de concordância da parte contrária. 
A renúncia diz respeito ao direito de recorrer, de forma que só pode ser realizada antes da interposição do recurso, 
porque depois disso já estará consumado o direito recursal, não havendo mais o que renunciar. 
 
✔Aquiescência: este fenômeno gera uma preclusão lógica a impedir a admissão do recurso, em nítida manifestação 
do princípio da boa-fé objetiva consagrada no art. 5º do CPC. A aquiescência, a exemplo da renúncia, só é possível entre 
a intimação da decisão impugnável e a interposição do recurso. 
 
✅Efeitos dos Recursos 
 Devolutivo: entende-se a transferência ao órgão ad quem6 do conhecimento de matérias que já tenham sido objeto 
de decisão no juízo a quo7, uma simples transferência do órgão prolator da decisão impugnada para o órgão julgador. 
Pode -se falar em devolução para o próprio Poder Judiciário, ainda que entre órgãos diferentes. 
 
 Professor Anderson: “Devolve a matéria para ser apreciada pelo judiciário, nos limites da impugnação.” 
 
 Suspensivo: o efeito suspensivo diz respeito à impossibilidade de a decisão impugnada gerar efeitos enquanto não 
for julgado o recurso interposto. Essa eficácia da decisão, salvo as excepcionais hipóteses previstas em lei – efeitos 
secundários da sentença, por exemplo, o art. 495 do CPC – , não se limita a impedir a execução. Considerando-se que 
as determinadas decisões judiciais não tem execução (sentença declaratória e constitutiva) e ainda assim são 
impugnadas por recursos dotados de efeito suspensivo. 
 
 Art. 495 do CPC 
Art. 495. A decisão que condenar o réu ao pagamento de prestação consistente em dinheiro e a que 
determinar a conversão de prestação de fazer, de não fazer ou de dar coisa em prestação pecuniária 
valerão como título constitutivo de hipoteca judiciária. 
 
 
 
 
 
 Substitutivo: o art. 1.008 do CPC determina que o julgamento do recurso substituirá a decisão recorrida, nos limites 
da impugnação. A interpretação literal do dispositivo legal, entretanto, não se mostra a mais correta, consideram-se ser 
uníssono na doutrina o entendimento de que a substituição da decisão recorrida pelo julgamento do recurso somente 
ocorre na hipótese de julgamento do mérito recursal, e ainda assim a depender do resultado de tal julgamento. 
 
 Art. 1.008 do CPC 
Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto 
de recurso. 
 
6 juízo ad quem: órgão jurisdicional superior. 
7 juízo a quo: órgão jurisdicional inferior. 
 
Os efeitos devolutivo e suspensivo estão previstos diretamente na Lei Processual Civil; os 
demais efeitos são entendimentos doutrinários. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 
 Extensivo: ou expansivo, será gerado sempre que o julgamento do recurso ensejar decisão mais abrangente do que 
a matéria impugnada – ou ainda atingir sujeitos que não participaram como partes do recurso, apesar de serem partes 
na demanda. Na primeira hipótese, haverá efeito expansivo objetivo, que ainda poderá ser interno ou externo. Na 
segunda hipótese tem-se o efeito expansivo subjetivo. 
 
 
 
 
 
 
 
 Translativo: entende-se a possibilidade de o tribunal conhecer determinadas matérias de ofício no julgamento do 
recurso. Tradicionalmente associado às matérias de ordem pública (processuais e materiais), também se aplica o 
princípio ora analisado àquelas matérias que apesar de não serem propriamente de ordem pública, contam com expressa 
previsão legal no sentido de poderem ser conhecidas de ofício pelo juiz. 
 
 Interruptivo: este efeito suspende o prazo para a interposição de outros recursos. O recurso de Embargos de 
Declaração, por exemplo, possui efeito interruptivo. 
 
 Obstativo: este efeito diz respeito à preclusão temporal e sua relação com a interposição do recurso. O ingresso de 
qualquer recurso impede a geração da preclusão temporal, com o consequente trânsito em julgado, que somente se 
verificará após o devido julgamento do recurso. 
 
 
 
 
 
 
 
Para 
 Pesquisa para discussão em sala na próxima aula: 04 de março de 2020. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Efeitoexpansivo objetivo interno 
Refere-se a capítulos não impugnados da 
decisão recorria que serão atingidos pelo 
julgamento do recurso. 
Efeito expansivo objetivo externo 
Se verifica sempre que o julgamento do 
recurso atinge outros atos processuais 
que não a decisão recorrida. 
Esta aula teve os conceitos retirados do livro: 
Manual do Direito Processual Civil – Volume Único - 2019 
Autor: Daniel Amorim Assumpção Neves 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Aula 4 – 04MAR2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A turma foi convidada para uma palestra e o professor 
não aplicou conteúdo em sala. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Aula 5 – 11MAR2020 
 Bloco 1 
 Amicus Curiae – Amigo da Corte 
 Professor Anderson: O amigo da corte atuará em juízo, na defesa dos interesses que patrocina. Entretanto, cabe 
destacar que essa intervenção não gera alteração de competência em razão da pessoa – art. 138, §1º do CPC.” 
 
 Art. 138 do CPC 
DO AMICUS CURIAE 
Art. 138. O juiz ou o relator, considerando a relevância da matéria, a especificidade do tema objeto da 
demanda ou a repercussão social da controvérsia, poderá, por decisão irrecorrível, de ofício ou a 
requerimento das partes ou de quem pretenda manifestar-se, solicitar ou admitir a participação de pessoa 
natural ou jurídica, órgão ou entidade especializada, com representatividade adequada, no prazo de 15 
(quinze) dias de sua intimação. 
§ 1º A intervenção de que trata o caput não implica alteração de competência nem autoriza a interposição 
de recursos, ressalvadas a oposição de embargos de declaração e a hipótese do § 3º. 
§ 2º Caberá ao juiz ou ao relator, na decisão que solicitar ou admitir a intervenção, definir os poderes do 
amicus curiae . 
§ 3º O amicus curiae pode recorrer da decisão que julgar o incidente de resolução de demandas 
repetitivas. 
 
A legitimidade recursal do Amicus Curiae não está contemplada no art. 996 do CPC. 
 
 Art. 996 do CPC 
Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério 
Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica. 
 
 Professor Anderson: “Em regra, o amigo da corte não possui legitimidade recursal. Contudo, há ao menos duas 
exceções: 
 O direito de opor embargos de declaração – art. 138, §1º do CPC e 
 Recorrer da decisão que o Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas. 
 OBS.: a Lei 6.385/76 confere a CVM – Comissão de Valores Mobiliários, legitimidade recursal mesmo atuando como 
amigo da corte, na forma do §3º do art. 31 do aludido diploma legal.” 
 
A atribuição recursal conferida a CVM é uma legitimidade recursal subsidiária, quando atua no processo na 
qualidade de amicus curiae.” 
 
 Art. 31, §3º da Lei 6.385/76 
Art. 31 - Nos processos judiciários que tenham por objetivo matéria incluída na competência da Comissão 
de Valores Mobiliários, será esta sempre intimada para, querendo, oferecer parecer ou prestar 
esclarecimentos, no prazo de quinze dias a contar da intimação. 
§ 3º - A comissão é atribuída legitimidade para interpor recursos, quando as partes não o fizeram. 
 
 Professor: Rodolfo Hartmann - Curso Descomplica8 
 
 O amicus curiae é uma espécie de intervenção de terceiros. Existem outros atos normativos que tratam da figura 
do amicus curiae além do art. 138 do CPC. Vejamos: 
 
 Art. 7º, §2ª da Lei 9.868/99 
Dispõe sobre o processo e julgamento da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de 
constitucionalidade perante o Supremo Tribunal Federal. 
Art. 7o Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade. 
 
8 https://descomplica.com.br/cursos/acesse-aqui-todas-as-disciplinas/aulas/amicus curiae/?q=Direito%20Processual%20Civil%20&s=false 
https://descomplica.com.br/cursos/acesse-aqui-todas-as-disciplinas/aulas/amicus%20curiae/?q=Direito%20Processual%20Civil%20&s=false%20%20
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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21 | P á g i n a 
 
UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
§ 2o O relator, considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, poderá, por 
despacho irrecorrível, admitir, observado o prazo fixado no parágrafo anterior, a manifestação de outros 
órgãos ou entidades. 
 
O objetivo do amicus curiae – amigo da corte, é criar um conceito de democracia participativa e não meramente 
representativa. O amigo da corte surge como terceiro desinteressado, podendo ser um órgão, entidade ou associação 
que ingressa no processo que tem como finalidade contribuir para o debate do assunto tratado. 
 
 Contudo, na prática, não ocorre bem assim. O amigo da corte, por vezes, ingressa no processo para debater de 
forma parcial ao interessado. 
♦Exemplo: 
 Autor: Médico 
 Réu: Fazenda Pública 
 Amicus Curiae: Associação dos Médicos 
 
 Ainda que tenha muito a contribuir em razão de seu notório conhecimento a respeito da matéria, não é comum 
que as manifestações do amicus curiae sejam absolutamente neutras.9 
 
 Para que um terceiro ingresse no processo, é preciso preencher alguns requisitos. O amicus curiae pode 
ingressar no processo por meio das quatro modalidades previstas no CPC, desde que preencha os requisitos, vejamos: 
 Assistência simples – ingressa sozinho, por iniciativa própria 
 Assistência provocada – pelo réu ou autor 
 Denunciação da lide – pelo réu ou autor 
 De ofício – pelo juiz de a inclusão 
 
Na prática o amicus curiae não participa de muitos processos em primeira instância. Não existe vedação, o que 
ocorre é um desinteresse por parte dos legitimados a ingressar como amicus curiae. 
 
 OBS.: na hipótese de o juiz negar o pedido do amicus curiae para ingressar no processo, não cabe agravo de 
instrumento para essa decisão interlocutória, há julgado do STF nesse sentido. 
 
 RE 602.584 AGR-SEGUNDO / DF10 
EMENTA 
SEGUNDO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSO SUBJETIVO. 
PEDIDO DE INGRESSO COMO AMICUS CURIAE. INTERESSE INSTITUCIONAL COLABORATIVO E 
DEMOCRÁTICO. INDEFERIMENTO. AUSÊNCIA DE LESIVIDADE JURÍDICA. IRRECORRIBILIDADE. 
ART. 138 DO CPC. AGRAVO NÃO CONHECIDO. 7. O amicus curiae presta sua potencial contribuição 
com a jurisdição, mas não se submete à sucumbência – nem genérica, nem específica – apta a ensejar 
o interesse de recorrer da decisão que, apreciando o pedido de ingresso, não vislumbra aptidão 
contributiva suficiente para a participação no caso concreto. A manifestação do amicus não pode ser 
imposta à Corte, como um inimigo da Corte. [...] 12. Agravo regimental não conhecido. 
 
 Teoria da Causa Madura11 
 Art. 1.013, §3º do CPC 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada. 
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o 
mérito quando: 
I - reformar sentença fundada no art. 485 ; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de 
pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de fundamentação. 
 
9 Manual de Direito Processual Civil, Daniel Assumpção, p. 383 
10 http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342704501&ext=.pdf 
11 https://www.conjur.com.br/2014-mai-20/teoria-causa-madura-jurisprudencia-superior-tribunal-justica 
http://portal.stf.jus.br/processos/downloadPeca.asp?id=15342704501&ext=.pdf
https://www.conjur.com.br/2014-mai-20/teoria-causa-madura-jurisprudencia-superior-tribunal-justica
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
| ALUNA: FERNANDA BARCELLOS 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1)Para que seja aplicada a teoria da causa madura, o processo deve estar em condições de imediato julgamento. 
Sendo anulada a sentença terminativa, poderá o tribunal passar ao julgamento originário do mérito da ação. A sentença 
é anulada e não reformada como previsto no dispositivo legal ora comentado, cabendo ao tribunal, após julgar o mérito 
recursal, passar a julgar, de forma originária, o mérito da ação. 
 
No entendimento do STJ, a regra não afronta o princípio da ampla defesa, nem impede a parte de obter o 
prequestionamento, o que poderá ser conseguido com a interposição de embargos de declaração.12 
 
 Recursos 
 Objeto da Impugnação 
 Em qualquer recurso é cabível a alegação de error in procedendo extrínseco fundado em vício formal capaz de 
gerar nulidade absoluta existente no processo antes da prolação da decisão impugnada. Essa realidade está presente 
no recurso de apelação, que tradicionalmente admite a alegação de tal espécie de vício, quando o objeto do recurso não 
será propriamente a sentença recorrida. 
 
 Nos termos do art. 1.009, §1º do CPC, as questões resolvidas na fase de conhecimento não impugnáveis por 
agravo de instrumento, serão suscitadas em preliminar de apelação interposta contra sentença ou nas contrarrazões de 
tal recurso.13 
 
 Juízo de Mérito 
 O mérito do recurso é a pretensão recursal, que pode ser a de invalidação, reforma, integração ou esclarecimento 
– esse último, exclusivo dos embargos de declaração. O objeto do juízo de mérito, no recurso, identifica-se (ao menos 
qualitativamente) com o objeto da atividade cognitiva no grau inferior de jurisdição. 
 
 OBS.: é possível a cumulação de pedidos em uma mesma peça recursal. Tal cumulação pode ser própria ou 
imprópria. 
 
 Apelação 
 O recurso de apelação é aquele previsto no art. 1.009 do CPC e tem como objetivo a impugnação de uma 
sentença, seja ela terminativa ou definitiva. Trata-se de um recurso de fundamentação livre e que permite o reexame de 
provas. 
 Art. 1.009 do CPC 
DA APELAÇÃO 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo 
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorrente será intimado para, 
em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas. 
§ 3º O disposto no caput deste artigo aplica-se mesmo quando as questões mencionadas no art. 1.015 
integrarem capítulo da sentença. 
 
 A apelação é um recurso interposto perante o primeiro grau de jurisdição, ainda que o juízo sentenciante não 
tenha competência para seu juízo de admissibilidade, a competência tanto para a admissibilidade como para o 
julgamento do mérito recursal é exclusiva do tribunal de segundo grau (Tribunal de Justiça ou Tribunal Regional Federal). 
O recurso é interposto no primeiro grau de jurisdição, pois há um procedimento bifásico, que envolve tanto o juízo aquo 
com o juízo ad quem.14 
 
 Não cabe Apelação – Exceções: 
 Existem alguns casos em que a sentença não comporta recurso de apelação, vejamos: 
 Sentença proferida em juizado especial – o recurso cabível é o recurso inominado, prazo diferenciado de 10 dias. 
 
12 Manual de Direito Processual Civil, Daniel Assumpção, p. 1.653 
13 Manual de Direito Processual Civil, Daniel Assumpção, p. 1.642 
14 Manual de Direito Processual Civil, Daniel Assumpção, p. 1.646 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 Art. 41 da Lei 9.099/95 
Dispõe sobre os Juizados Especiais Cíveis e Criminais e dá outras providências. 
Art. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de conciliação ou laudo arbitral, caberá recurso para o 
próprio Juizado. 
§ 1º O recurso será julgado por uma turma composta por três Juízes togados, em exercício no primeiro 
grau de jurisdição, reunidos na sede do Juizado. 
§ 2º No recurso, as partes serão obrigatoriamente representadas por advogado. 
 
 Lei 10.259/2001 
Dispõe sobre a instituição dos Juizados Especiais Cíveis e Criminais no âmbito da Justiça Federal. 
 
 Lei 12.153/2009 
Dispõe sobre os Juizados Especiais da Fazenda Pública no âmbito dos Estados, do Distrito Federal, dos 
Territórios e dos Municípios. 
 
Cabe recurso nas sentenças proferidas no microssistema dos juizados especiais, por exemplo, o Juizado 
Especial Estadual, Juizado Especial Fazendário ou Juizado Especial Federal, entretanto, a lei não nomeou o recurso, 
sendo assim, o ele é chamado recurso é inominado. 
 
 Sentença que decreta falência – o recurso cabível é o agravo de instrumento - art. 100 da Lei 11.101/2005. 
A falência é regida pela lei 11.101/2005 e a insolvência civil, embora com algumas semelhanças, é regulada pela pelo 
Código de 73, entre os arts. 748 e 786-A, que se mantém em vigor por força do art. 1.052 do CPC/2015. Para requerer 
a falência ou insolvência é preciso ter em mãos um título executivo, que pode ser judicial – art. 515 ou extrajudicial – art. 
784 do CPC. 
 Lei 11.101/2005 
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. 
 
 Art. 100 da Lei 11.101/2005 
Regula a recuperação judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. 
Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do 
pedido cabe apelação. 
 
 Art. 1.052 do CPC 
Art. 1.052. Até a edição de lei específica, as execuções contra devedor insolvente, em curso ou que 
venham a ser propostas, permanecem reguladas pelo Livro II, Título IV, da Lei nº 5.869, de 11 de janeiro 
de 1973 . 
 
✔Etapas do processo de falência15 
 1ª etapa – decretada a falência ou insolvência; 
 2ª etapa – os bens do falido ou insolvente são arrecadados, os credores se habilitam e começam a receber de acordo 
com a classificação do crédito na lista do quadro geral de credores. 
 
 A decisão que julga procedente ou improcedente a falência ou insolvência é uma sentença que encerra a primeira 
fase nesses procedimentos. O recurso cabível depende do teor da sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 Aula Professor Rodolfo Hartmann, Descomplica, Apelação: Hipóteses de cabimento - Parte 1 
SENTENÇA: 
O Juiz decreta 
procedente a falência 
ou insolvência. 
1ª FASE 
Os bens do insolvente 
ou falido são 
arrecadados. 
2ª FASE 
Recurso cabível pelo 
DEVEDOR 
Agravo de Instrumento 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
 
 
 
 
 
 
Ao decretar a falência ou insolvência, já há a necessidade de arrecadar os bens do falido ou insolvente. A decisão 
que decreta procedente para a falência ou insolvência, mesmo sendo uma sentença, o recurso cabível é o agravo de 
instrumento – que em regra não tem efeito suspensivo. 
 
 Se o pedido de falência for julgado improcedente, o recurso cabível ao credor é a apelação, pois o devedor 
continuará administrando o seu patrimônio. 
 
 Sentença em processo que envolve estado estrangeiro ou organismo internacional – o recurso cabível é o 
recurso ordinário - art. 1.027, II, “b” do CPC. O recurso ordinário tem previsão na CRFB e no CPC/2015. Existem vários 
exemplos de cabimento do recurso ordinário, mas um deles é a impugnação de sentença. 
 
O art. 109, II da CRFB trata da hipótese de demanda no Brasil envolvendo de um lado pessoa física ou jurídica 
e do outro lado estado estrangeiro ou organismo internacional, tanto no polo ativo quanto no passivo, a competência 
para julgar a demanda é da justiça federal de 1º grau. 
 
 Art. 109, II da CRFB 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: 
II - as causas entre Estado estrangeiro ou organismo internacional e Município ou pessoa domiciliada ou 
residenteno País; 
 
 Art. 1.027, II, “b” do CPC 
Art. 1.027. Serão julgados em recurso ordinário: 
II - pelo Superior Tribunal de Justiça: 
b) os processos em que forem partes, de um lado, Estado estrangeiro ou organismo internacional e, de 
outro, Município ou pessoa residente ou domiciliada no País. 
 
 Exemplos de demanda no Brasil em que estados estrangeiros são parte: 
 Ação de cobrança – um particular alugou uma sala em um prédio comercial para o consulado de um determinado 
país. Ocorrendo ausência de pagamento, o particular pode ingressar com a referida ação. 
 Ação de danos materiais – um particular é atropelado pelo carro do consulado de um determinado país. Para obter 
os valores gastos com atendimento médico e medicamentos, o particular ingressa com a referida ação. 
 
O 7º Concurso para o TRF da 2º Região contemplou uma questão que versava sobre o tema, o candidato deveria 
fazer uma sentença de despejo em um processo em que o réu era um estado estrangeiro. Estados estrangeiros não 
possuem imunidade de jurisdição no Brasil. Esta sentença, proferida pelo juiz federal, não comporta apelação e sim 
recurso ordinário que será interposto em 1º grau e depois remetido ao STJ. 
 
 Sentença proferida em execução fiscal de alçada – o recurso cabível são os embargos infringentes – art. 34 da 
Lei 6.830/80. 
 
 Valor de alçada é um valor pequeno, até 50 OTN que não existe mais, sendo necessário realizar a conversão 
para o valor atual. O nome do recurso cabível são os embargos infringentes, entretanto, o recurso não obedece às regras 
dos embargos infringentes definidas no CPC/73, inclusive o prazo para interposição é de 10 dias e o próprio órgão 
prolator da sentença faz a análise do recurso, não segue para o Tribunal de Justiça ou Tribunal Federal. 
 
 Art. 34 da Lei 6.830/80 
Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, e dá outras providências. 
SENTENÇA: 
O Juiz decreta 
improcedente a 
falência ou 
insolvência. 
Apelação 
Recurso cabível pelo 
CREDOR 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
Art. 34. Das sentenças de primeira instância proferidas em execuções de valor igual ou inferior a 50 
(cinquenta) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTN, só se admitirão embargos 
infringentes e de declaração. 
 
 O CPC de 2015 descontinuou o recurso chamado embargos infringentes, contudo, em alguns regimentos 
internos de tribunais ainda existem. Além de ter previsão em algumas Leis Especiais. 
 
 Apelação - Prazos 
 Para interpor Recurso de Apelação: 15 dias úteis – regra. 
 
 Art. 1.003, §5º do CPC 
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-se da data em que os advogados, a sociedade de 
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é 
de 15 (quinze) dias. 
 
 Prazo Diferenciado – Exceção 
➖ reduzido – apelação para impugnar processo que segue a lei 8.069/90 – ECA. O prazo do recurso é de apenas 10 
dias. 
➕ em dobro – a Fazenda Pública possui 30 dias úteis para interpor recurso de apelação. 
 
 Agravo de Instrumento 
 Art. 1.009, §1º do CPC 
Art. 1.009. Da sentença cabe apelação. 
§ 1º As questões resolvidas na fase de conhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo 
de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser suscitadas em preliminar de apelação, 
eventualmente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões. 
 
No curso do processo o juiz profere diversas decisões interlocutórias. Diante de uma dessas decisões 
desfavorável, o advogado analisa se a referida decisão comporta agravo de instrumento. 
♦Exemplos: 
 Decisão que o juiz excluiu o litisconsorte – de acordo com o art. 1.015, VII do CPC é cabível agravo de instrumento. 
 
 Art. 1.015, VII do CPC 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
VII - exclusão de litisconsorte; 
 
 Decisão sobre tutela provisória – de acordo com art. 1.015, I do CPC é cabível agravo de instrumento. 
 
 Art. 1.015, I do CPC 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
 
 Decisão sobre mérito – de acordo com o art. 1.015, II do CPC é cabível o agravo de instrumento. 
 
 Art. 1.015, VII do CPC 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
II - mérito do processo; 
 
 Se a decisão interlocutória for um caso de agravo de instrumento, o recurso deverá ser utilizado ou ocorrerá 
preclusão lógica, temporal e consumativa. Entretanto, não sendo caso de agravo de instrumento (não consta no 1.015 
do CPC ou em nenhum outro dispositivo), a decisão interlocutória não irá precluir. 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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UNESA – NOVA AMÉRICA (2020.1) 
Sendo proferida a sentença, a parte se sentindo prejudicada diante de alguma decisão que não é agravável, em 
preliminar na apelação – ou recurso cabível – poderá discutir todas as decisões interlocutórias proferidas pelo juiz. 
 
 Bloco 2 
 
O recurso de apelação se sujeita ao recolhimento prévio de custas – preparo. E a forma desse recurso de é 
indicada no art. 1.010 do CPC. 
 
 Art. 1.010 do CPC 
Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá: 
I - os nomes e a qualificação das partes; 
II - a exposição do fato e do direito; 
III - as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade; 
IV - o pedido de nova decisão. 
 
 
 
 
§ 1º O apelado será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias. 
§ 2º Se o apelado interpuser apelação adesiva, o juiz intimará o apelante para apresentar contrarrazões. 
§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribunal pelo juiz, 
independentemente de juízo de admissibilidade. 
 
 Quem pode recorrer? 
 Apenas os que possuem interesse recursal: 
 As partes – autor e réu 
 Ministério Público – fiscal da lei 
 Terceiro estranho ao processo – esse deve ser qualificado no recurso. 
 
 A apelação é dirigida ao juízo de primeiro grau – a mesma que proferiu a sentença. Cada inciso menciona os 
requisitos para atender as formalidades da peça recursal de apelação. O apelante deve requerer na peça recursal que 
o recurso seja admitido e que após a admissão que o recurso seja provido. O juiz de primeiro grau recebe o recurso, 
intima a outra parte para apresentar as contrarrazões e remete o processo para o tribunal. 
 
Existem hipóteses, de o juiz se retratar na sentença que foi proferida. Ele, o juiz não pode realizar a 
admissibilidade do recurso, contudo, pode se retratar, modificando sua sentença. As hipóteses de juízo de retratação na 
apelação previstas no CPC são as seguintes: 
 Indeferimento da Petição Inicial 
 
 Art. 331 do CPC 
Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor poderá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cinco) dias, retratar-se. 
§ 1º Se não houver retratação, o juiz mandará citar o réu para responder ao recurso. 
§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tribunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno 
dos autos, observado o disposto no art. 334 . 
§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da sentença. 
 
 Quando há julgamento pela improcedência liminar 
 
 Art. 332 do CPC 
Art. 332. Nas causas que dispensem a fase instrutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará 
liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I - enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça; 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federalou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos 
repetitivos; 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local. 
 
Dispensável, pois na peça inicial as partes já foram qualificadas e todo o processo será 
remetido para a instância superior, seja por meio físico ou eletrônico. 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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 Qualquer sentença terminativa16 
 Art. 485, §7º do CPC 
Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: 
§ 7º Interposta a apelação em qualquer dos casos de que tratam os incisos deste artigo, o juiz terá 5 (cinco) dias para 
retratar-se. 
 
Existe também, a quarta hipótese prevista no art. 198 da Lei 8.069/90 - ECA. 
 
 Art. 198 da Lei 8.069/90 
Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. 
Art. 198. Nos procedimentos afetos à Justiça da Infância e da Juventude, inclusive os relativos à execução 
das medidas socioeducativas, adotar-se-á o sistema recursal da Lei n o 5.869, de 11 de janeiro de 1973 
(Código de Processo Civil) , com as seguintes adaptações: 
I - os recursos serão interpostos independentemente de preparo; 
II - em todos os recursos, salvo nos embargos de declaração, o prazo para o Ministério Público e para a 
defesa será sempre de 10 (dez) dias; 
III - os recursos terão preferência de julgamento e dispensarão revisor; 
IV, V e VI - 
VII - antes de determinar a remessa dos autos à superior instância, no caso de apelação, ou do 
instrumento, no caso de agravo, a autoridade judiciária proferirá despacho fundamentado, mantendo ou 
reformando a decisão, no prazo de cinco dias; 
VIII - mantida a decisão apelada ou agravada, o escrivão remeterá os autos ou o instrumento à superior 
instância dentro de vinte e quatro horas, independentemente de novo pedido do recorrente; se a reformar, 
a remessa dos autos dependerá de pedido expresso da parte interessada ou do Ministério Público, no 
prazo de cinco dias, contados da intimação. 
 
 Fluxograma 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 Novidade no Processo Civil 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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 Efeitos da Apelação 
 Devolutivo: devolver o conhecimento da matéria impugnada ao Tribunal, outro órgão do Poder Judiciário. 
 Suspensivo: regra – quando este efeito está presente, aquela sentença não gera eficácia alguma. Mesmo que o autor 
tenha êxito, ele não poderá seguir para a segunda fase, que é a execução, pois o recurso tem efeito suspensivo. 
 
 OBS.: o CPC apresenta alguns casos em que a apelação não tem efeito suspensivo. Ou seja, a sentença é objeto 
de execução provisória para a parte vencedora. 
 
 Art. 1.012, §1º do CPC 
Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo. 
§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamente após a sua 
publicação a sentença que: 
I - homologa divisão ou demarcação de terras; 
II - condena a pagar alimentos; 
III - extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do executado; 
IV - julga procedente o pedido de instituição de arbitragem; 
V - confirma, concede ou revoga tutela provisória; 
VI - decreta a interdição. 
 
 O recurso de apelação autoriza sustentação oral pelos advogados, tanto do recorrido quanto pelos recorrentes. 
Após o julgamento da apelação a parte vitoriosa tem a majoração da verba honorária, são os honorários recursais do art. 
85, §7º do CPC. 
 Art. 85, §7º do CPC 
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor. 
§ 7º Não serão devidos honorários no cumprimento de sentença contra a Fazenda Pública que enseje 
expedição de precatório, desde que não tenha sido impugnada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIREITO PROCESSUAL CIVIL III 
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 Aula 6 – 25MAR2020 
 Bloco 1 – via Microsoft teams 
 Material disponibilizado pelo Professor no Aplicativo e informações complementares. 
 
 Agravo de Instrumento 
 
 Art. 1.015 do CPC 
DO AGRAVO DE INSTRUMENTO 
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre: 
I - tutelas provisórias; 
II - mérito do processo; 
III - rejeição da alegação de convenção de arbitragem; 
IV - incidente de desconsideração da personalidade jurídica; 
V - rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou acolhimento do pedido de sua revogação; 
VI - exibição ou posse de documento ou coisa; 
VII - exclusão de litisconsorte; 
VIII - rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio; 
IX - admissão ou inadmissão de intervenção de terceiros; 
X - concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execução; 
XI - redistribuição do ônus da prova nos termos do art. 373, § 1º ; 
XII - (VETADO); 
XIII - outros casos expressamente referidos em lei. 
 
Recurso a ser manejado17 para combater decisões interlocutórias, na forma disciplinada nos arts. 1.015 a 1.020 
do CPC. As hipóteses de cabimento estão previstas no art. 1.015 do CPC, conforme disposto acima. Essas hipóteses 
descritas no rol do art. 1.015 suscitaram na doutrina um debate acerca da taxatividade do dispositivo. Grande parte da 
doutrina sustentava (e ainda há quem sustente) que o rol é taxativo. 
 
Ao chegar aos tribunais superiores por meio da sistemática de recursos repetitivos, a questão foi decidida pelo 
STJ em dezembro de 2018. Por ocasião do julgamento em sede de REsp repetitivo, do Tema Repetitivo 98818 (REsp 
1.696.396 e REsp 1.704.520), o STJ fixou a seguinte tese, mitigando claramente a taxatividade do art. 1.015 do CPC: 
 
"O rol do artigo 1.015 do CPC/15 é de taxatividade mitigada, por isso admite a interposição de 
agravo de instrumento quando verificada a urgência decorrente da inutilidade do julgamento da questão no 
recurso de apelação." 
 
 REsp 1.696.39619 
EMENTA 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO 
LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA 
DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. [...] 9- Recurso especial conhecido e parcialmente 
provido. 
 
 REsp 1.704.52020 
EMENTA 
RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DE CONTROVÉRSIA. DIREITO PROCESSUAL CIVIL. 
NATUREZA JURÍDICA DO ROL DO ART. 1.015 DO CPC/2015. IMPUGNAÇÃO IMEDIATA DE 
DECISÕES INTERLOCUTÓRIAS NÃO PREVISTAS NOS INCISOS DO REFERIDO DISPOSITIVO 
LEGAL. POSSIBILIDADE. TAXATIVIDADE MITIGADA. EXCEPCIONALIDADE DA IMPUGNAÇÃO FORA 
DAS HIPÓTESES PREVISTAS EM LEI. REQUISITOS. [...] 9- Recurso especial conhecido e provido. 
 Prazo: o prazo para interposição do Agravo de Instrumento é de 15 dias, na forma do art. 1.003, § 5º, do CPC. 
 
17 Manejado = interposto 
18 http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1696396 
19 https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=90979518&num_registro=201702262874&data=20181219&tipo=5&formato=PDF 
20 https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=90981665&num_registro=201702719246&data=20181219&tipo=5&formato=PDF 
http://www.stj.jus.br/repetitivos/temas_repetitivos/pesquisa.jsp?novaConsulta=true&tipo_pesquisa=T&sg_classe=REsp&num_processo_classe=1696396
https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=90979518&num_registro=201702262874&data=20181219&tipo=5&formato=PDF

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