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Carvão Mineral Fonte de energia não renovável, mas convencional 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 1 (gás comprimido) (gás do xisto) Carvão Mineral Fonte de energia não renovável, mas convencional 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 2 Terminologia das Fontes Energéticas (gás comprimido) (gás do xisto) (gás do xisto) (gás comprimido) Carvão Mineral Fonte de Energia Não Renovável As reservas se encontram na Natureza em quantidades limitadas e cuja utilização leva ao esgotamento das reservas. Isto porque o processo de formação desta fonte de energia é muito lento quando comparado com o ritmo de consumo que o ser humano faz dele. Convencional Pois o seu uso está generalizado, existindo uma grande dependência, principalmente económico dos países não produtores. É caracterizada pelo baixo custo, grande impacto ambiental e tecnologia difundida. 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 3 O que é carvão? O carvão é uma substância de cor negra, muito rica em carbono, utilizado como combustível e que pode ser de origem vegetal, resultante da combustão incompleta da lenha, ou mineral, que se forma a partir da decomposição da matéria orgânica (restos de árvores e outras plantas) em rochas sedimentares. Definição do carvão 4 14/01/2016, Revisado em 2019 Na sua composição também encontramos (O), (N), (S) associados a elementos rochosos (arenito, siltito, folhelhos e diatomictitos) e minerais, como a pirite. Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO Carvão Mineral • A norma ISO 11760 (2005) - Classificação dos Carvões, adopta a seguinte definição para o carvão: como sendo “rocha sedimentar carbonosa, fundamentalmente derivada da acumulação e preservação de restos vegetais, com matéria mineral associada correspondendo a um teor em cinzas inferior ou igual a 50%, em massa, expresso na base seco” (Lemos de Sousa et al., 2012). Esta definição não inclui a turfa como carvão, mas sim como matéria-prima para formação dos carvões. • As outras definições referem-se ao carvão mineral como rochas essencialmente compostas por matéria orgânica fóssil e matéria mineral, que se acumulou em bacias sedimentares e sofreu um processo de alteração biogeoquímica (Lemos de Sousa, 1999). 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 5 CARVÃO FÓSSIL ou NATURAL: definições International Committee for Coal and Organic Petrology (1963) “rocha sedimentar combustível, formada a partir de restos vegetais que se encontram em diferentes estados de conservação, tendo sofrido afundimento, seguido de compactação, em bacias originalmente pouco profundas” (definição reproduzida na norma ISO de terminologia ISO 7404-1:1994). American Society for Testing and Materials (ASTM D 021-092a) “rocha sedimentar (em sentido geológico) castanha ou negra, composta principalmente por restos vegetais consolidados e quimicamente alterados” Glossary of Geology do American Geological Institute (1987) “rocha combustível contendo mais de 50% em peso e mais de 70% em volume de matéria carbonada, incluindo a humidade intrínseca” HI: “humidade no carvão em camada” International Standard Organization (ISO 11760:2005 Classificação dos carvões) “rocha sedimentar carbonada, fundamentalmente derivada de restos vegetais, com matéria mineral associada correspondendo a um teor em cinzas inferior ou igual a 50%, em massa, expresso na base seco”. definições correctas mas genéricas e sem precisão científica e tecnológica (Lemos de Sousa et al., 2012) definição mais precisa, fixa limites quantitativos relativamente à composição (Lemos de Sousa et al., 2012) Traduz, em termos práticos e com base em ensaios analíticos normalizados e correntes, limites quanto às percentagens relativas de matéria orgânica e de matéria mineral presentes no carvão. (Lemos de Sousa et al., 2012) CARVÃO MINERAL COMO FONTE DE ENERGIA De acordo com Borba (2001), o Carvão Mineral é uma fonte de energia devido à: Abundância das reservas,embora limitada; Distribuição geográfica das reservas; Baixos custos e estabilidade nos preços, relativamente a outros combustíveis. O carvão mineral foi a principal fonte de energia utilizada na Revolução Industrial e durante os séculos XVIII e XIX. A partir de 1970 começaram a ser utilizadas novas formas de energia, como o petróleo e a eletricidade. Fontes renováveis, como biomassa, solar e eólica, vieram ocupar uma considerável parcela na matriz energética mundial, no entanto o Carvão Mineral deverá continuar a ser, por muitas décadas, um dos principais combustíveis para a geração de energia eléctrica, especialmente nos países em vias de desenvolvimento. 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 7 8 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO Entre os recursos energéticos não renováveis, o Carvão Mineral ocupa a primeira colocação em abundância e perspetiva de vida útil, sendo em longo prazo a mais importante reserva energética mundial, seguida do petróleo e do gás natural (Borba, 2001). CARVÃO MINERAL COMO FONTE DE ENERGIA Reservas Mundiais e Vida Útil Estimada em Anos do Carvão Mineral 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 9 Entre os recursos energéticos não renováveis, o Carvão Mineral, também ocupa a primeira colocação em perspetiva de vida útil. Reservas e Produtores Mundiais de Carvão Mineral País Mtec % 1º China 1289,6 41,1 2º Estados Unidos 587,2 18,7 3º Austrália 215,4 6,9 4º Índia 181,0 5,8 5º Africa do Sul 151,8 4,8 6º Rússia 148,2 4,7 7º Indonésia 107,5 3,4 8º Polónia 62,3 2,0 9º Alemanha 51,5 1,6 10º Cazaquistão 48,3 1,5 26º Brasil 2,2 0,1 Total 3135,6 100 Tabela. Os Dez maiores produtores de carvão mineral (em Mtec) 10 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO Informação Inerente aos Maiores Consumidores de Carvão Tabela. Os Dez maiores consumidores de carvão mineral (em Mtec) País Mtec % 1º China 1311,4 41,3 2º Estados Unidos 573,7 18,1 3º Austrália 208,0 6,5 4º Índia 125,3 3,9 5º Africa do Sul 97,7 3,1 6º Rússia 94,5 3,0 7º Indonésia 86,0 2,7 8º Polónia 59,7 1,9 9º Alemanha 57,1 1,8 10º Cazaquistão 53,1 1,7 26º Brasil 13,6 0,4 Total 3177,5 100 11 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 12 PRINCIPAIS BACIAS CARBONIFERAS DE MOCAMBIQUE Bacias do Karoo em Moçambique (adaptado de Vasconcelos & Pedro, 2004, acrescido por Pena, 2019) 1. Chicôa-Mecúcoè, (Mucanha Vuzi); 2. Moatize-Muarazi-Minjova, 3. N’condedzi-Mutarara, 4. Sanângoè-Mefídzi, 5. Canxixe (Canxixe, Maringué), 6. Mpotepote (Espungabera, Mossurize); 7. Maniamba (Lago, Niassa) e 8. Lugenda (Cabo Delgado) Em todas estas bacias ocorrem afloramentos de carvão mais ou menos extensos, Bacia Carbonífera de Moatize • Pertence ao Supergrupo do Karoo. • As camadas de carvão pertencem à Formação de Moatize (Pérmico Inferior, PeM); • Composta por arenito arcósico branco-acinzentado, arenito fino argiloso ou micáceo com fósseis de plantas,e intercalações de argilito negro com camadas de carvão . (GTK Consortium, 2006) Tem 6 camadas de carvão principais, designadas de baixo para cima como: • Sousa Pinto, • Chipanga, • Bananeiras, • Intermédia, • Grande Falésia e • André. É consideradaum dos maiores jazigos de carvão do mundo, com reservas estimadas em pouco mais de 2,5 biliões de toneladas. Acrescido por Pena, 2019 1.Camada André- topo da série produtiva, constituída por bancadas de carvão inteceptadas apenas por dois leitos finos de xistos carbonosos, piritosos com com 1 à 2 m de carvão. 2. Camada Grande Falésia- constituida por xistos argilosos e carvões com 12 m de espessura. 3. Camada Intermédia- formada por argilito negro e níveis de carvão muito pequeno. 4. Camada Bananeira- a que corresponde a um complexo de xistos e carvão, este com fraca espessura e uma espessura de 9 m superior e 18 m inferior,ambas intercaladas por argilito arenoso. 5. Camada Chipanga- a mais importante da série produtiva com uma camada basal de 2.5 à 3.6 de carvão, ou seja uma espessura de 36 m. 6. Camada Sousa Pinto - constituída por um complexo carbonoso com 14 m de espessura. Factores que Contribuem para a Redução, Aumento e Estabilidade no Consumo de Carvão Mineral • A queima do Carvão Mineral ocasiona a acidificação das chuvas e outros efeitos da poluição atmosférica, esses efeitos ambientais contribuíram para a redução de 5% no consumo de Carvão Mineral durante a década de 1990 (AIE, 1997). • Apesar da intensa pressão ambientalista, a posição desse recurso Geológico vem se mantendo relativamente inabalável no cenário mundial, isso deve-se, em parte, aos progressos tecnológicos ocorridos nas áreas de prevenção e recuperação de danos ambientais durante os processos de extração e queima, mas principalmente a tecnologia dos recursos considerados limpos aumentarem a sua participação na matriz energética mundial (Borba, 2001, apud Meque, 2016). • Desde o final dos anos 1990, a alta nos preços do petróleo e do gás natural criou uma perspetiva favorável ao mercado internacional do carvão, visto que este recurso, além da posição que ocupa na economia de alguns países assim como a sua distribuição geoestratégica, ainda é um substituto para os demais combustíveis fosseis, tendo importante papel moderador nos preços do mercado de recursos energéticos (Borba, 2001). 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 16 Carvão Fossil: Genese, evolução e caracterização Período - Carbónico (23,74 %) - Pérmico (16,91%) - Cretáceo e principalmente no Terciário (54,78%) • Idade de Carvão mineral 1ª Fase: acumulação (humificação ou turbificação) - forma TURFA (decomposição parcial por ação das bactérias). • Factores: pressão litostática • algas e esporos- SAPROPÉLICO • restos plantas terrestres-HÚMICO (não são sujeito a putrefação). 2ª Fase: Incarbonização - enriquecimento da matéria orgânica em carbono fixo. - Humidade - baixa - matéria volátil - baixa - Resulta a serie de carvão: turfa, lignite, hulha (betuminoso) e antracite. • Aumento da Pressão e temperatura. • Diagénese, Catagénese, Metagénese e epimetamórfica. Génese de carvão mineral e respetivas fases 18 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO Em geral, as camadas de carvão têm origem em turfa depositada em pântanos ou palustres. BASES GEOLOGICAS DA FORMAÇÃO DO CARVÃO O ciclo genético do carvão inicia-se pela acumulação de matéria orgânica vegetal em ecossistemas associados a meios sedimentares continentais e costeiros, onde o equilíbrio entre a produtividade biológica e a destruição da matéria orgânica por biodegradação é determinante para a preservação do material depositado. Atendendo ao regime hidrológico e ao modo como se faz o abastecimento de nutrientes, é frequente considerar os seguintes tipos de sistemas: (i) ombrotróficos, se o fornecimento de nutrientes depende, exclusivamente, da pluviosidade e, (ii) minerotróficos, onde os nutrientes são fornecidos por águas provenientes de outras fontes, nomeadamente águas freáticas ou de escorrência. (iii) Os sistemas pobres em nutrientes são designados por oligotróficos. Ecossistemas palustres actuais Influência da precipitação e do nível freático no estabelecimento dos ecossistemas palustres (segundo Moore 1987). P-precipitação; E – Evaporação A turfa é um depósito não consolidado de restos mortos de vegetais num ambiente saturado de água tal como uma charneca, um pântano ou um paúl. As estruturas da matéria vegetal podem ser vistas, e, quando seca, a turfa arde livremente. A turfa é a matéria-prima do carvão 1ª Fase-formação de TURFA A turfa é composta por restos mortos da própria vegetação existente em turfeiras, não consolidados e, mais ou menos, fortemente decompostos por turbificação (ou humificação) em condições essencialmente anaeróbicas e de saturação de água (Lemos de Sousa et al., 2012). Na turfa podem ainda observar-se as estruturas dos vegetais que a constituem, o teor em humidade é sempre alto (pelo menos 75%, muitas vezes superior a 90%), o teor em carbono é de cerca de 50% a 60% e, em oxigénio, de cerca de 30% (Lemos de Sousa et al., 2012). Os factores de formação de um pântano turfeiro: • Desenvolvimento Evolucionário da Flora • Clima • Requisitos Paleogeográficos e Tectónicos • Crescimento da Turfa, Compressão e Tempo de Formação do Carvão • Desenvolvimento de Fácies Carboníferos • Tipos de Deposição • Comunidades Vegetais • Meios de Deposição • Fornecimento de Nutrientes • Valor pH, Actividade Bacteriana, Enxofre • Temperatura da Turfa • Potencial Redox • Diagénese da Turfa ou Turbificação • Incarbonização e Betuminização • Diagénese de Rochas Minerogénicas depende Por exemplo, o contributo de matéria vegetal para a matéria morta: florestas boreais de coníferas: 100-400 g/m2/ano; florestas tropicais: 600-1200 g/m2/ano. Por exemplo: NO ORDOVÍCICO MÉDIO SURGIRAM AS PRIMEIRAS PLANTAS TERRESTRES; NO DEVÓNICO TARDIO DEU-SE O INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DAS GIMNOSPÉRMICAS; NO CRETÁCICO INFERIOR DEU-SE O INÍCIO DO DESENVOLVIMENTO DAS ANGIOSPÉRMICAS. Plantas Evolução Pluviosidade Temperatura CLIMA TOPOGRAFIA NUTRIENTES TECTÓNICA pH e Eh VEGETAÇÃO caracteriza-se por valores médios de depende A produção e preservação de grandes quantidade de matéria vegetal NOS ECOSSISTEMAS ORIGEM DOS PANTANOS TURFEIROS Carvoes com origem em Gimnospermicas do tipo: Ginkgophyta, Cicadineas e Coniferas Carvoes com origem em Gimnospermicas do tipo: Glossopterys, Cordaites, Gangamopterys ( Africa Austral) Desenvolvimento Evolutivo da flora: ORIGEM DOS PANTANOS TURFEIROS Rapida evolucao da flora - Angiospermicas Carbonifero PERIODOS DO CARVAO BETUMINOSO ORIGEM DOS PANTANOS TURFEIROS CLIMA CARBONIFERO PERMICO HEMISFERIO NORTE HEMISFERIO SUL CLIMAS TEMPERADOS OU FRIOS E HUMIDOS CLIMAS QUENTES E HUMIDOS BANDAS FINAS DE CARVAO BRILHANTE, A PARTIR DE VEGETACAO ARBUSTIVA BANDAS ESPESSAS DE CARVAO BRILHANTE, A PARTIR DE TRONCOS DE ARVORES CARVOES NORTE-ATLANTICOS CARVOES GONDWANICOS ORIGEM DOS PANTANOS TURFEIROS PALEOGEOGRAFIA DEPOSITOS DE CARVÃO Dependendo da posição geográfica no momento da deposição, os depósitos de carvão são: • Parálicos (carvões parálicos), quando são directa ou indirectamente controlados por acção marinha ou, como límnicos, se não têm qualquer relação genética com o mar (Diessel 1992). • Límnicos (carvões límnicos), devido ao seu contexto deposicional (ambientes francamente continentais em bacias intramontanhosas/intracontinentais. Segundo Teichmüller (in Taylor et al. 1998), é raro encontrar carvões que manifestem um carácter inteiramente parálico ou límnico sendo, no entanto, frequente a ocorrência de tipos transicionais. A distinção entre estes dois tipos de depósitos é estabelecida com base na natureza das sequências sedimentaresàs quais se encontram associados, sendo normal considerar como parálicos, todos os carvões intercalados em séries sedimentares marinhas e, como límnicos, aqueles onde estas sequências não estão presentes. ORIGEM DOS PANTANOS TURFEIROS FACTORES ESTRUTURAL E TECTONICA podem ser produzem produzem produzem podem dar origem a podem dar origem a sapropélico Rochas-mãe petróleo gás natural carvão húmico carvão gás natural plâncton matéria orgânica vegetal terrestres transição lacustres ou marinhos Tipos de ambientes e depósitos A FORMAÇÃO DA TURFA - TURBIFICAÇÃO (peatification) OU HUMIFICAÇÃO Ambientes subaquáticos com elevada produtividade biológica animal e vegetal mas intensa biodegradação por oxidação e acção bacteriana, a quantidade de matéria orgânica preservada é bastante inferior àquela que poderá ocorrer em sistemas deposicionais mais protegidos e com menor quantidade de água, onde a biodegradação é menos efectiva (ambientes palustres) são os ambientes mais propícios para a acumulação da matéria original dos carvões, em particular dos carvões húmicos carvões sapropélicos são gerados, por putrefacção, em ambientes subaquáticos com vegetação flutuante ou matéria orgânica alóctone. CARVÃO HÚMICOS E SAPROPÉLICOS Diagénese 2ª FASE-O PROCESSO DE INCARBONIZAÇÃO (o exemplo do carvão fóssil) TURFA LIGNITE Catagénese ANTRACITE Metagénese GRAFITE Anquimetamorfismo (= metamorfismo incipiente, precoce, ou de muito baixo grau) fase bioquímica fase geoquímica 0,6 Ro CARVÃO BETUMINOSO DIAGÉNESE (o exemplo do carvão fóssil) Diagénese TURFA LIGNITE fase bioquímica fase geoquímica 0,6 % Ro CARVÃO BETUMINOSO (peatification) OU HUMIFICAÇÃO Estádio 1 TURBIFICAÇÃO Estádio 2 GEOPOLIMERIZAÇÃO A formação da turfa (turbificação; peatification) precede a incarbonização e inclui processos químicos, físicos e biológicos que ocorrem quase logo após a deposição do material vegetal na turfeira. Estes processos são influenciados pelo: (i) tipo de material vegetal: celulose, hemicelulose, pectina, lignina, taninos, pigmentos, etc.; (ii) nutrientes como Ca, P, K, e N que influenciam a actividade bacteriana; (iii) acidez, quanto mais ácida é a turfa menor é a actividade bacteriana; (iv) temperatura, a temperatura elevada favorece a vida bacteriana e de fungos. 50 cm 10 m Superfície da turfeira “peatigenic layer” Bactérias aeróbicas, actinomicetes e fungos Bactérias anaeróbicas Desaparecimento de substâncias facilmente assimiláveis A ct iv id ad e d e fu n go s e b ac té ri as . + - Componentes vegetais Nutrientes Acidez Temperatura Processos físico-químicos: oxidação, fotólise, termólise, etc. O processo mais importante que ocorre durante a turbificação é a HUMIFICAÇÃO, i.e. a formação de substâncias húmicas sobretudo a partir da lignina e da celulose das paredes celulares das plantas. As substâncias húmicas são compostos escuros de composição complexa. Contém os elementos C, O, H e N. São caracterizadas pelos núcleos aromáticos e pelos grupos funcionais hidroxilo (-OH) e carboxilo (-COOH). À medida que a diagénese prossegue perdem o carácter ácido pela remoção dos grupos –OH e –COOH e transformam-se em huminas (insolúveis nos solventes orgânicos habituais). degradação microbiológica, polimerização e condensação CO2, H2O CH4 biogénico BIOPOLÍMEROS oxidação, fotólise, termólise, degradação microbiológica, etc. POLICONDENSAÇÃO Ácidos fúlvicos Ácidos húmicos HUMINAS INSOLUBILIZAÇÃO –OH –COOH AS CONDIÇÕES NA TURFEIRA Dependem de tais como cl im a e v e g e ta çã o Factores ecológicos Factores geológicos fo g o s E h e p H tais como ta x a d e a cu m u la çã o v e lo ci d a d e d e a fu n d im e n to tr a n sp o rt e d e se d im e n to s Constituem o SISTEMA DEPOSICIONAL e as CONDIÇÕES TECTÓNICAS capazes de: a lt u ra d o le n ço l fr e á ti co d e ca im e n to b a ct e ri a n o manter as características do ecossistema durante um longo período de tempo; impedir a entrada sistemática de grandes fluxos de material inorgânico; permitir o enterramento do ecossistema após o período normal de desenvolvimento. ECOSSISTEMA que permita: produzir grande quantidade de material vegetal ; preservar a matéria orgânica (sem putrefacção nem oxidação excessiva). A produção de grandes quantidade de matéria vegetal TOPOGRAFIA NUTRIENTES TECTÓNICA VEGETAÇÃO CLIMA Depende: CARVÃO BETUMINOSO TURFA LIGNITE fase bioquímica Diagénese fase geoquímica 0,6 Ro TURBIFICAÇÃO Estádio 1 Estádio 2 DESIDRATAÇÃO GEOPOLIMERIZAÇÃO Catagénese degradação térmica • COBERTURA SEDIMENTAR • CATÁLIZE MO MINERAIS • AFUNDIMENTO • COMPACÇÃO • EXPULSÃO DE ÁGUA • LIBERTAÇÃO DE CO2 • FORMAÇÃO DE GEOPOLÍMEROS • DESAPARECIMENTO DE ESTRUTURAS VEGETAIS À VISTA DESARMADA FLUIDOS MATRIZ MINERAL PRESSÃO TEMPERATURA-TEMPO Processos físico-químicos MICROORGANISMOS CARVÃO SUB-BETUMINOSO FACTORES TEMPO PRESSÃO TEMPERATURA CARVÃO BETUMINOSO C a ta g én es e M et a g én es e ANTRACITE 0,6% Ro 2,0% Ro 6,0% Ro ou 8,0% Rmax SEMIGRAFITE GRAFITE Metamorfismo (propriamente dito) A n q u im et a m o rf is m o (= m et a m o rf is m o in ci p ie n te , p re co ce , o u d e m u it o b a ix o g ra u ) Degradação térmica craqueamento Geração de petróleo Geração de gás Geração de gás seco TEMPERATURA, PRESSÃO e TEMPO Factores- Representação molecular de: (1) Lignite e carvoes castanhos; (2) carvão betuminoso; (3) antracite. (Mathews, J.P., Chaffee, A.L., 2012. The molecular representations of coal – A review. Fuel 96, 1-14. 2 3 O FACTOR TEMPERATURA IMPORTÂNCIA O FACTOR TEMPO/TEMPERATURA É RESPONSÁVEL PELO AUMENTO DA AROMATICIDADE, CONDENSAÇÃO E PERDA DE MATÉRIAS VOLÁTEIS. 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 44 O FACTOR PRESSÃO A Pressão é um factor fundamental durante a diagénese, pois vai forçar a saída de água e a diminuição da porosidade. A Pressão é também considerada um factor fundamental no desenvolvimento da estrutura cristalina grafítica, nomeadamente a pressão cisalhante. Representação molecular da estrutura da grafite. Compressão de uma lignite com 270kg/cm2 (equivalentes a uma cobertura sedimentar com 1200 metros de espessura). 14/01/2016, R evisad o em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 45 BACIA DE MOSCOVO BACIA DO DOURO O FACTOR: TEMPO Diagrama de Karweill no qual se relaciona tempo de afundimento, temperatura e grau dos carvões (segundo Bostick 1973; in Lemos de sousa et al., 2012). 14/01/2016, R evisad o em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 46 Três Períodos Geológicos de Formação de Grandes Depósitos de Carvão: Carbonífero Pérmico Cretáceo, Pricinpalmente no Terciário Reconstrução paleogeográfica global da Terra no período Carbonífero (tardio; Pennsylvaniano") há 300 Ma. A Laurásia encontra-se numa posição equatorial. http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpghttp://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg http://en.wikipedia.org/wiki/File:LateCarboniferousGlobal.jpg Carbonífero Florestas de Licopódios em clima tropical turfeiras. e rápido afundimento das Formam-se grandes depósitos de carvão na Laurásia. Fóssil de Licopódio do Período Carbonífero Lepidodendron (extrema esquerda, Carbonífero tardio, altura 50 m), Sigillaria (esquerda, Carbonífero tardio, altura 40 m), Valmeyerodendron (topo meio, Carbonífero inicial, 0.6 m), Protolepidodendron (topo direita, Devónico médio, 0.2 m), Chaloneria (fundo meio, Carbonifero tardio, 2 m), Pleuromeia (fundo direita, Triasico, 2 m). Pérmico Vastas áreas de ecossistemas de clima frio e húmido (e.g., tundra, sub-polar) formaram turfeiras com afundimento lento. Formaram-se grandes depósitos de carvão no Gonduâna. Terciário Desenvolvimento das angiospérmicas e grande acumulação e preservação de matéria orgânica vegetal. Formaram-se depósitos muitos espessos de carvões, e.g., carvão da Venezuela e Colômbia. Esquerda: paisagem do Terciário na Ásia. Direita: (topo) orquídea; (centro) floresta de coníferas; (fundo) herbáceas, bamboo. TURFA TURFEIRA LIGNITE ANTRACITE CARVÃO BETUMINOSO HUMIFICAÇÃO PERDA DE ÁGUA DIMINUIÇÃO DA POROSIDADE Variação das propriedades na sequência evolutiva dos carvões Incarbonização bioquímica e geoquímica Incarbonização geoquímica variações nas propriedades físicas: AUMENTO DO PODER REFLECTOR DIMINUIÇÃO DA FLUORESCÊNCIA AUMENTO DA DUREZA VARIAÇÃO DA MICROPOROSIDADE FORMAÇÃO DA ESTRUTURA CRISTALINA (etc.) variações nas propriedades químicas: AUMENTO DO TEOR EM CARBONO DIMINUIÇÃO DO TEOR EM MATÉRIAS VOLÁTEIS, OXIGÉNIO E HIDROGÉNIO (etc.) AUMENTO DA AROMATICIDADE AUMENTO DO PODER CALORÍFICO O ciclo genético do carvão é completado por processos bioquímicos e físico- químicos mais ou menos complexos ocorridos após a deposição da matéria orgânica e designados, genericamente, por incarbonização. incarbonização bioquímica, os restos vegetais são degradados por acção bacteriana (bactérias aérobias na zona superficial da turfeira e anaeróbias nas zonas mais profundas), e acção química (reacções de condensação, polimerização e redução), com produção de substâncias húmicas (humificação) que vão, progressivamente, sendo gelificadas (gelificação). Incarbonização geoquímica, dependem de factores termodinâmicos associados à subsidência da bacia os quais, por sua vez, são condicionadas pelo contexto geotectónico em que a bacia se insere. O aumento da pressão e da temperatura e o tempo durante o qual estes factores actuam, são os principais responsáveis pela evolução pós-deposicional da matéria orgânica, imprimindo nesta características que podem ser detectadas através de estudos petrográficos e geoquímicos, entre outros. incarbonização bioquímica e geoquímica SALTOS DE INCARBONIZAÇÃO: correspondem alterações mais ou menos bruscas das propriedades em relação com transformações fundamentais, a saber: (Stach et al. 1982; in Lemos de Sousa et al., 2012): 1º salto de incarbonização – Ocorre quando o grau de um carvão corresponde a cerca de 0,6% Ro, coincidindo com a formação da micrinite. Janela do petróleo 2º salto de incarbonização - Ocorre quando o grau de um carvão corresponde a cerca de 1,3% Ro. Marcada redução de oxigénio, sob a forma de CO2 e H2O, e pelo início da perda de hidrogénio sob a forma de metano. 3º salto de incarbonização - Ocorre quando o grau de um carvão corresponde a cerca de 2,5% Ro. Coincide com perdas suplementares de hidrogénio sob a forma de metano, correspondendo a uma forte aromatização e condensação em anéis dos compostos humínicos. 4º salto de incarbonização - Verifica-se quando o grau de um carvão corresponde a cerca a 3,7% Ro. Coincide com nova perda de hidrogénio sob a forma de metano e um incremento dos fenómenos de aromatização e condensação. depende da evolução pós-deposicional Incarbonização BIOQUÍMICA GEOQUÍMICA nomeadamente humificação gelificação nomeadamente vitrinização • destruição da celulose; • formação de substâncias húmicas a partir da lignina; • formação de ácidos gordos a partir da celulose. depende de FACTORES ECOLÓGICOS através da acção de fungos e bactérias ocorre * formação de geles húmicos * transformação das paredes celulares em geles. * precipitação de geles em espaços vazios. através de reacções químicas ocorre depende de FACTORES GEOLÓGICOS • libertação de produtos líquidos e gasosos: betumes, H2O, CH4, CO2. • aumento da aromatização. • aumento do teor em carbono. devido ao efeito da pressão e temperatura Uma vez estabilizada a matéria orgânica por humificação (huminas) ou putrefação termina a fase bioquímica da diagénese. Sucedem-se os processos geoquímicos relativos ao processo de incarbonização que incluem: (i) a fase geoquímica da diagénese; (ii) o anquimetamorfismo: (a) a metagénese; (b) a catagénese. são o produto Os caustobiólitos (matéria orgânica sedimentar fóssil) destas fases. Caustobiólitos = Matéria orgânica sedimentar fóssil, Matéria carbonácea . “produtos combustíveis dos organismos vivos, ricos em carbono, fluídos ou sólidos, fósseis, subfósseis ou formados recentemente após a morte” (Potonié, 1908). “rochas que contenham quantidades mais ou menosimportantes de compostos carbonados de origem orgânica ou, mesmo, carbono puro, desde que este último seja de origem orgânica” (International Committee for Coal and Organic Petrology (ICCP,1963) SOLÚVEIS TRANSIÇÃO Caustobiólitos, dividem-se com base no critério solubilidade/insolubilidade nos solventes orgânicos usuais E INSOLÚVEIS cr it ér io s p et ro gr áf ic o s A forma mais comum de ocorrência de carbono orgânico na Natureza é a forma dispersa nas rochas sedimentares e nos sedimentos. CAUSTOBIÓLITOS QUEROGÉNEO carvão 0,1 – 0,2 % 5,0% petróleo por pirólise (inclui petróleo e migrabetume) BETUME 99,8 – 99,9 % 0,1 % Shales ricos em MO 1,0 % Rochas sedimentares ricas em MO 98,9 % Shales ricos em MO Xistos betuminosos 99,0 % 1,0 % 0,0002 % GÁS NATURAL destes MATÉRIA ORGÂNICA CONCENTRADA MATÉRIA ORGANICA DISPERSA Carvão fóssil Rochas pelíticas, siliciclásticas, carbonatadas com matéria carbonosa (piçarras, folhelhos, shales) A maior parte da matéria orgânica (MO) numa rocha representa os restos sólidos, habitualmente pretos ou escuros, de animais ou plantas que viveram quando a rocha se depositou. Nalguns casos raros esta MO pode estar concentrada (carvões) ou dispersa (rochas pelíticas carbonosas) (Taylor et al., 1998). Nos ambientes terrestres e de transição é possível produzir, depositar e preservar grandes quantidades de matéria orgânica, Nos ambientes aquáticos o fitoplancton é o grande responsável pela produção de matéria orgânica, resultando em camadas com concentração de matéria orgânica fóssil. baixa resultando em camadas com elevada concentração de matéria orgânica fóssil. MATÉRIA ORGÂNICA CONCENTRADA MATÉRIA ORGÂNICA DISPERSA m materiais naturais resultantes da acumulação, preservação e evolução de matéria orgânica origina origina Processos biogénicos e geoquímicos produtos gerados durante a maturação da matéria orgânica e posterior cracking (=quebras de cadeia carbonica longa por acção de tempertarutra; diferenças de pontos de fusão). através de processos bioquímicos e geoquímicos de incarbonização. carvão petróleo gás dispersa nos sedimentos concentrada nos sedimentos Combustíveis fósseis Querogénio=do inglês kerogen) Um outro conceito importante a reter e a relacionar com o de caustobiólito é o de Cerógeneo: “fracção de matéria orgânica sedimentar insolúvel nos solventes orgânicos usuais”. (Durand, 1980 in Lemos de Sousa et al., 2012) Inclui: todos os carvões (húmicos e sapropélicos), turfa, “betumes sólidos” insolúveis e matéria orgânica nos sedimentos recentes e nos solos. Fracção INSOLÚVEL (querogénio) Fracção SOLÚVEL (betume ou betume dos geoquímicos) Matéria orgânica sedimentar (geoquímica orgânica clássica) Cerogéneo dos petrógrafos Organólitos / Organoclastos (incluindo “betumes sólidos ou dos petrógrafos” (protobetumes ou migrabetumes solúveis ou insolúveis) e microcomponentes amorfos ou figurados) Cerogéneo dos geoquímicos QUEROGÊNIO/ CEROGÉNEO dos geoquímicos (adaptado de Lemos de Sousa et al., 2012: vide p. 14) A classificação química do cerogéneo e, indirectamente, do conjunto das rochas e produtos orgânicos naturais, foi estabelecida através das razões atómicas H/C e O/C no Diagrama de van Krevelen no qual se distingue claramente o cerogéneo dos tipos I, II e III, mas também reflecte a incarbonização. ORGANÓLITOS ou ORGANOCLASTOS O cerogéneo tipo IV (ou residual) foi incorporado posteriormente. Main types and evolution paths of kerogen: types I, II and III (from Tissot and Welte, 1984; Figure II.4.11, Chapter 5, page 161). Razões atómicas H/C e O/C no Diagrama de van Krevelen 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO 65 Razões atómicas H/C e O/C no Diagrama de van Krevelen MATURAÇÃO DOS DIFERENTES TIPOS DE QUEROGÊNIO 1,5 0,5 H/C 1,0 0,05 0,10 0,15 0,2 0 O/C 0 0,4% Ro 0,5 1,5 2,0 Janela de gera¨‹o de —leo TIPO I TIPO I I T IPO III Janela de geração de óleo Tipo I: predominantemente formado a partir de algas e bactérias, rico em H e pobre em O) Tipo III: predominantemente formado a partir de restos de vegetais terrestres carreados para a bacia, rico em O e pobre em H) Tipo II: intermédio (podre em H e rico em O do que o Tipo I). Ro: Poder Reflector da Vitrinite. 1,0 RECURSOS ENERGÉTICOS– Maturação e Reflectância da Vitrinite J. Pacheco, 2007 Assane Pena, (2018) in L. Menezes Pinheiro, 2014 Extração de carvão mineral • Depende da profundidade mineral e tipo de solo. 67 14/01/2016, Revisado em 2019 Camada não apropriada para perfuração Céu aberto Camadas profundas e veios de rochas subterrâneo Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO Imagens ilustrando modos de extração de carvão mineral 68 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO Extração do carvão no solo Fragmentado e armazenado em silos Transportado à centrais temelétricas • é transformado em pó para melhor aproveitamento térmico na queima nas fornalhas das caldeiras Queima e libertação de calor • Transformação de calor em vapor Transferência de energia vapor para água dos tubos das fornalhas • Depende da friabilidade do material; Transformação de energia térmica (vapor) em energia cinética • Movimentação das turbinas do gerador Produção de energia elétrica Resumo esquemático de extração de carvão a produção de energia 69 14/01/2016, Revisado em 2019 Recursos Energéticos, Assane Pena; UNILICUNGO ESTUDO DAS ROCHAS E PRODUTOS ORGÂNICOS NATURAIS descoberta e desenvolvimento histórico da utilização dos combustíveis fósseis interrogações sobre a origem do petróleo, sucede-se à petrologia orgânica Livro de base: tratado ou livro de texto, aceite pela comunidade científica da especialidade como contendo a doutrina básica em relação tanto ao objecto como aos métodos de trabalho e de investigação (Lemos de Sousa et al., 2012) tem como livro de base tem como livros de base Lehrbuch der Kohlenpetrographie (Erich Stach, 1935) Petroleum Formation and Occurrence (Tissot & Welte, 1978, 1984) Kerogen (Durand 1980) essencialmente em conexão com o estudo do carvão PETROLOGIA ORGÂNICA GEOQUÍMICA ORGÂNICA ligada à pesquisa petrolífera designa, formalmente, o “Diagrama de van Krevelen” diagrama geoquímico, base e de síntese, das rochas e produtos orgânicos naturais com o objectivo de conhecer as leis do METAMORFISMO ORGÂNICO Métodos de estudo dos carvões • petrográficos – composição – reflectância – fluorescência • químicos, físicos e físico-químicos – análise química imediata e elementar – formas de enxofre – poder calorífico – parâmetros estruturais e tecnológicos Baseados em especificações normativas Internacionais - ISO e CEE-NU Regionais - ASTM (EUA e Canadá) e EN (U.Eur.) Nacionais - NP, DIN, UNE, BS, NF, SABS..... √ amostras polidas √ imersão em óleo √ microscópio de reflexão –luz branca (546 nm) –luz azul/ultravioleta (fluorescência) √ organização estrutural - espectroscopia micro-Raman e difracção de Raios X √ grupos funcionais orgânicos √ composição e fusibilidade das cinzas √ moabilidade √ propriedades plastométricas e dilatométricas
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