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Resumo do Livro O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA

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Campus JK - Direito
João Augusto Moura Câmara
F3104C0
Resumo da obra O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA
São Jose do Rio Preto
2020
Resumo da obra O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA
 de LON L. Fuller..
O caso dos exploradores de cavernas é uma introdução à argumentação jurídica que traz o debate sobre a preservação da vida e da forma como podemos criar "normas" sociais, e , também, apresenta contornos para a análise do debate jurídico, do papel dos juízes e das leis na sociedade. A obra tem como ponto central a execução do justo e da equidade, que é a aplicação do direito ao caso concreto. E nesse diapasão que caminham todos os julgamentos e expressões dos juízes envolvidos no caso. Aborda grandes temas da filosofia do direito, além disso, revela a variedade de fatores que envolvem a aplicação da norma legal em casos concretos
 O livro escrito pelo autor Lon. L. Fuller, conta a história imaginaria de cinco exploradores de cavernas, no inicio de maio do ano de 4299 (fictício), cinco participantes da Sociedade Espeleológica (organização amadorística de exploração de cavernas) entram no interior de uma caverna de rocha calcária. Quando estavam bem distantes da entrada da caverna, ocorreu um desmoronamento da terra, que tampou completamente, a única entrada/saída da caverna. Não retornando dentro do prazo normal, as famílias dos exploradores avisaram a Sociedade Espeleológica que enviou uma equipe de socorro ao local. 
No vigésimo dia de resgate, foi descoberto que os exploradores possuíam um rádio transmissor, o que tornou possível a comunicação entre os exploradores e o acampamento de resgate. Os exploradores perguntavam quanto tempo no mínimo, levaria o resgate. A resposta foi que o resgate levaria no mínimo mais dez dias. Em vista desta resposta, os exploradores fizeram uma pergunta com duas hipóteses:
 1. Se poderiam sobreviver mais dez dias sem alimentação e 
2. se caso de alimentassem de carne humana, teriam chances de sobreviver.
 A primeira hipótese recebeu uma resposta negativa e a segunda foi respondida que terão grandes chances de sobrevivência alimentando-se de carne humana.
 Os exploradores dirigiram várias perguntas as autoridades religiosas, judiciárias e médicas, a fim de saber a moralidade e licitude do ato de comerem carne humana na situação em que se encontravam. As autoridades não deram respostas a nenhuma destas perguntas.
 Após a ausência de respostas a comunicação foi interrompida e os exploradores decidiram sacrificar um dos cinco, para que a sobrevivência os outros quatro fosse garantida. Roger Whetmore propôs um sorteio para a escolha daquele que seria sacrificado. Antes do início do jogo, Whetmore desistiu de participar e sugeriu que esperassem mais uma semana. Seus companheiros o acusaram de traição e procederam ao lançamento dos dados. Quando chegou a vez de Whetemore acabou sendo o escolhido. Foi morto, sua carne serviu de alimento para seus companheiros que sobreviveram e foram salvos no 30º dia depois do início do resgate.
O trabalho de resgate foi extremamente exaustivo e difícil, mas novos deslizamentos da terra ocorreram, em uma dessas oportunidades, 10 operários morreram soterrados. O dinheiro guardado da Sociedade Espeleológica foi esgotado, foi necessário um apoio do poder legislativo, e uma campanha de arrecadação financeira para a complementação dos fundos. A libertação da caverna só foi possível no trigésimo dia, contado a partir do início dos trabalhos de resgate.
Após o resgate os sobreviventes foram a julgamento e em primeira instância foram condenadas à pena de morte em segunda instância foram analisados por quatro juizes: FOSTER, TATTING, KEEN E HANDY.
 Foster propõe a absolvição dos réus baseando-se numa posição jus naturalista, alegando que quando Whetemore foi morto eles não se encontravam em um estado de sociedade civil, mas em um estado natural e por isso a lei não poderia ser aplicada. A fundamentação de seu voto se dá pela razão geográfica e o fundamenta no artigo 7º do código civil austríaco, onde diz que circunstâncias imprevistas pela lei autorizam a invocação da justiça natural.
 Tatting fica em cima do muro e pede afastamento do caso por estar muito envolvido emocionalmente. sente empatia pelo ocorrido com os exploradores, ele também sente aversão ao ato que cometeram. Ele faz uma crítica ao Foster em relação à comparação entre “Lei Natural” e “Lei Positiva”, afirmando que não há limites de onde inicia esse estado natural, portanto, não deve ser estabelecida a jurisdição de lei natural. Além disso, ele critica também o código natural sendo posto com uma importância dos contratos maior que a importância da vida.
 O juiz também contesta a possível alegação de legítima defesa, uma vez que o ato foi premeditado e discutido entre os exploradores. Entretanto, ele acredita que, se os réus tivessem o conhecimento de que seriam considerados homicidas, eles teriam esperado mais um pouco. Ele pensa também que a condenação deles foi incorreta, já que trabalhadores foram mortos a fim de que os exploradores fossem resgatados e, portanto, seria um absurdo matá-los, mesmo que, para ele, os argumentos de Foster fossem sem base. Por fim, Tatting se declara incapaz de tomar qualquer decisão sobre o caso devido a seus princípios morais, dessa forma, abdicando o seu voto.
 Keen é contrário ao ato de recomendar as ações do Executivo e afirma que deve chegar à sua decisão somente pela lei em que estão inseridos. Ele defende que seus princípios morais não devem fundamentar suas decisões como juiz, pois isso é papel das leis do país. Sobre a não apreciação das consequências trazidas pela lei de homicídio aos réus, Keen concorda com seus colegas, entretanto, diferentemente deles, ele respeita os compromissos do ofício, que requisitam que suas preferências não sejam levadas em consideração no momento de aplicação da lei. É um típico juiz positivista. O juiz diz também que as interpretações dos estatutos pelo judiciário causam dúvida e caos. Faz uma crítica ao Foster, pois a legislação dos juízes não convém, uma vez que eles devem seguir a lei escrita e, desse modo, assegurar a estabilidade jurídica. De acordo com Keen, é inviável a aplicação de um estatuto que foi reformulado apenas para que se suprisse uma vontade pessoal. Logo, com o propósito de seguir a lei escrita, Keen condena os réus.
Handy ele defende que as pessoas são governadas por outras pessoas e não por palavras no papel ou por teorias abstratas. O entendimento de sentimentos e de concepções das massas é uma característica predominante nos bons governos, não se fundamentando nem na lei natural de Foster e nem na lei positiva de Keen, mas, sim, na opinião pública. relata uma pesquisa que foi feita para saber a opinião pública e 90% das pessoas absolvem os réus. Ele fica do lado da Opinião publica e inocenta os réus. 
Tatting foi questionado posteriormente se queria rever a sua opinião, mas reafirmou que não queria participar da decisão deste caso.
 A suprema corte, estando igualmente dividida, em relação aos seus votos (dois contra e dois a favor) e, diante disso, ela optou por manter a decisão do Tribunal de Primeira Instância, ou seja, de manter a condenação dos réus ao enforcamento. a convicção e sentença do Tribunal de apelações foi mantida. E foi ordenada a execução da sentença as 06h00min da manhã de sexta, 02 de abril de 4300 quando o carrasco foi intimado a proceder com o enforcamento dos réus pelo pescoço até a morte.
 Uma abordagem interessante nesse livro é a do debate entre o Direito Positivo e o Natural, estabelecidos pelos próprios juízes. É um caso que tem muito proveito de ser estudado por apresentar dificuldades de resolução, muitas vezes vindas de discordâncias na interpretação sobre o determinado caso.
Um julgamento deve abordar não somente as questões relacionadas ao direito positivo, mas os outros aspectos externos que englobam o caso também. Afinal, o Direito não é demarcado a uma mecanização, na qual se analisa tão somente se aquela situação se enquadra ou não noque está descrito na lei. É um sistema rebuscado, que demanda tempo e análise profunda e mais completa possível dos fatos.

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