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Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Sinaptogênese Introdução Para que a maturação do SNC ocorra, suas células passam por diversas etapas até atingirem o grau especializado. São elas: 1. Determinação da identidade neuronal do ectoderma 2. Proliferação celular controlada 3. Migração das células jovens para seus locais de destino 4. Diferenciação celular, com a aquisição das características morfofisiológicas das células adultas 5. Formação dos circuitos neurais 6. Eliminação de células e circuitos extranumerários O sinaptogênese propriamente dita inicia durante a etapa 3, de migração, e ocorre principalmente nas etapas 5 e 6. Indução Neural O folheto embrionário mais externo, vulgo ectoderma, dá origem à duas estruturas: pele e sistema nervoso. Como acontece a determinação da “identidade neural” do ectoderma, ou seja, de quais células se diferenciarão para tecido nervoso? As células que originam a pele possuem proteínas morfogenéticas ósseas (BMF), que são capazes de bloquear a neuralização, atuando como um fator bloqueador da via de diferenciação neural. As células que se diferenciarão em tecido nervoso possuem fatores indutores, que são a folistatina, noguina e cordina. Esses fatores ligam-se às BMF e bloqueiam sua ação. Ou seja, a indução neural envolve: • Fatores morfogenéticos secretados que provocam no interior de células adjacentes uma cadeia de reações que leva à diferenciação numa certa direção (ex. BMF) • Fatores indutores difusíveis, que atuam sobre as células desviando sua diferenciação inicial (cordina, noguina e fosfatilina) • Moléculas de transdução, que são encarregadas das reações intracelulares que influenciam a expressão gênica (enzimas) • Fatores de transcrição, que regulam a expressão gênica • Segmentos gênicos encarregados da síntese de proteínas específicas em cada tipo celular Multiplicação Celular Esse ciclo representa as fases do ciclo celular. As células percussoras dos neurônios e da neuroglia possuem uma intensa atividade proliferativa, realizando esse ciclo rapidamente e repetidamente. Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Esse processo é importante para que as modificações morfológicas que acontecem após o fechamento do tubo neural (alongamento, dobraduras e torções) possam acontecer adequadamente. 1. Uma célula da zona ventricular estende um processo que ascende rumo à pia 2. O núcleo da célula migra para cima, da face ventricular em direção à superfície pial. O DNA da célula é duplicado. 3. O núcleo, contendo duas cópias completas das instruções genéticas, retorna à superfície ventricular 4. A célula retrai sua projeção da superfície da pia 5. A célula se divide em duas. Ao passar pelo processo do ciclo celular, os percussores da neuroglia dividem-se em duas células-filhas, e ambas reiniciam o ciclo celular. Esse processo é definido como divisão celular simétrica. (b) No caso dos percussores neuronais, só uma das células-filhas reinicia o ciclo. A outra interrompe o ciclo e inicia sua migração periférica em direção à sua posição no córtex cerebral. Esse processo é definido como divisão celular assimétrica. (c) É importante citar que quando uma célula-filha inicia o processo de migração, ela não pode voltar a se dividir. Ou seja, a maior parte dos neurônios que você tem hoje foram gerados entre a 4º e a 20º semana de gestação. A neurogênese no adulto ocorre a nível de hipocampo, a uma taxa de renovação anual de 2%/ano. Assim, a parede do tubo neural, que inicialmente é formada por uma única camada de células, passa a ser constituída por várias camadas que originarão as regiões laminadas do sistema nervoso, como no córtex cerebral. Essas células em divisão são chamadas de células da glia radial, e além de originar maior parte dos neurônios do SNC (já que são células-tronco multipotentes), também estão envolvidas na sinalização durante o processo de migração. Migração Celular O destino final da célula-filha depende de fatores como: • Idade da célula percursora • Sua posição dentro da zona ventricular • Seu ambiente no momento da divisão Migração gliofílica/radial Lembram das células da glia radial, que emitiam prolongamentos da zona ventricular até a zona pial? Então, os percursores dos neurônios podem se locomover através desses prolongamentos, já que geralmente estão aderidos a eles. Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Migração não-gliofílica/tangencial Existem algumas células migratórias que não seguem o caminho da glia radial, como os neurônios do bulbo olfatório. O mecanismo exato dessa migração ainda não é muito bem estabelecido, mas acredita-se que a migração aconteça por túneis intracelulares ou seguindo as bordas moleculares dispostas paralelamente à superfície. É durante esse processo de migração que as camadas do córtex vão sendo formadas, nessa ordem: • Surgimento da placa pré-cortical/subplaca • Formação da placa cortical • Neurônios da camada VI... e assim vai decrescendo. A migração acontece em duas etapas. 1. Locomoção O citoesqueleto celular possui diversos filamentos proteicos. A polimerização e despolimerização desses filamentos causa “deformações” na membrana plasmática. Essas deformações permitem a extensão da célula. Inicialmente, acontece a protrusão. A membrana plasmática se estende no sentido em que pretende se movimentar. Essa porção que se estendeu é chamada de prolongamento-líder. Em seguida, ocorre a ligação, processo no qual essa porção estendida da membrana se ancora a algum substrato na superfície. Por fim, a tração: o neurônio puxa seu corpo na direção em que o prolongamento-líder foi ancorado. 2. Translocação nuclear A célula possui seus dois prolongamentos ancorados na superfície. O núcleo e as organelas deslocam-se “por dentro” desses prolongamentos, reposicionando o corpo celular. Um desses prolongamentos se solta, permitindo que o remanescente o puxe e reposicione o corpo celular. (também não entendi) Diferenciação Celular Quando a célula percursora neural chega à placa cortical, um novo processo de diferenciação neuronal é iniciado. • Diferenciação neuronal • Diferenciação dos astrócitos • Diferenciação dos oligodendrócitos Como todas as células partem de um mesmo percursor, o que vai diferenciá-las é a expressão gênica de cada uma, que pode variar de acordo com a divisão assimétrica. A diferenciação da célula percursora neural inicia com o aparecimento de neuritos que brotam do corpo celular. No início, todos eles se parecem entre si, mas com o tempo se diferenciam em axônios ou dendritos. Cada célula percursora tem, individualmente, a capacidade de assumir sua arquitetura dendrítica (ou seja, mesmo em meios de cultura sem interferência de outras sinalizações, elas vão se diferenciar em um tipo morfológico específico). Porém, a formação dos axônios e das árvores dendríticas corticais depende também de sinais intercelulares. A proteína semaforina 3A é secretada por células da zona marginal e atua na morfogênese dos neurônios piramidais. Ela tem efeito de atração e repulsão, a depender da localização em que vai atuar. • Repele axônios em crescimento • Atrai dendritos apicais E por que a localização interfere na atuação? Por conta da concentração da proteína. nascimento Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Interpretando a imagem: a semaforina é produzida na zona marginal, que fica lá em cima, e vai se dirigir até a zona ventricular. Já assistiram O Poço? Então, pensa que a semaforina é aquela mesa de comida. Quanto mais vai descendo, menos concentração de proteína vai ter, já que não é só uma parte individual da célula que vai utilizá-la. A depender da concentração, os sinais intercelulares serão diferentes, por isso existem dois estímulosdistintos para uma mesma proteína em uma mesma estrutura. Essa lógica se aplica também para outras moléculas difusíveis que atuam em diferentes etapas do desenvolvimento do SNC. Diferenciação das Áreas Na neurulação, quando o as pregas neurais se unem e o tubo de fato se separa do ectoderma, existem aberturas em suas extremidades, chamadas de neuroporos (dorsal e caudal). Inicialmente, eles são compostos por células gliais e posteriormente, essas células se diferenciam em neurônios específicos. Essa diferenciação também acontece mediante estímulo de moléculas difusíveis, novamente levando em conta sua concentração e interação. Neuroporo dorsal → interneurônios sensoriais Neuroporo ventral → motoneurônios SHH (sonic hedgehod) • Proteína sintetizada pela notocorda e posteriormente pelo assoalho do tubo neural. (o assoalho é o chão, a porção ventral) • Ela se difunde em sentido dorsal pelo tubo neural. Concorda então que a maior concentração vai ser a nível ventral? • A interação do SHH com os neurônios juvenis induz a atuação de fatores de transcrição e de fosforilação, modificando a expressão gênica das células. Ventral → + concentração → neurônios motores Dorsal → - concentração → interneurônios sensitivos BMP • Produzidas pelo ectoderma e posteriormente pela placa do teto. • Se difundem em sentido ventral. Ventral → - concentração → neurônios motores Dorsal → + concentração → interneurônios sensitivos A definição de qual é a posição final dos neurônios depende de suas identidades moleculares. Dependendo dos níveis de expressão de alguns gradientes complementares de fatores de transcrição (Emx2 e Pax6), os neurônios podem se direcionar a regiões específicas do córtex. Pax6 → + [ ] no córtex anterior Emx2 → + [ ] no córtex posterior dorsal ou ventral ou Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Formação dos Circuitos Neurais Durante a migração, o neurônio juvenil pode emitir um axônio. Esse axônio irá se direcionar por um trajeto preciso em direção à sua célula alvo. Isso ocorre em três etapas: • Seleção de vias Durante seu crescimento, o axônio faz “escolhas” sobre o trajeto que vai seguir. O percurso correto depende da localização da célula ganglionar e do tipo de célula. Ex.: uma célula que parte da retina nasal cruza o quiasma óptico para o trato contralateral. • Seleção de alvos Após selecionar a via que direciona para o tecido alvo, o axônio deve fazer a inervação nesse alvo, especificamente. (escolher a estrutura correta para inervação) • Seleção de endereço Além de encontrar o alvo, é importante selecionar as células corretas com as quais estabelecerá sinapses na célula alvo, sem interferir na atividade de outros neurônios. Quando a célula percursora alcança sua posição final, o neurônio começa a se diferenciar e estender processos axonais e dendríticos primitivos. Como nessa fase inicial eles são bem similares, são classificados como neuritos. A ponta de um neurito é chamada de cone de crescimento, que tem a seguinte estrutura: Lamelipódios Membrana que faz a união entre os filopódios. Filopódios Protusões que “tateiam” o ambiente e reconhecem as pistas químicas. Possuem finos filamentos de actina, uma proteína contrátil que confere a mobilidade da estrutura. Em sua região mais interna, possui microtúbulos que também atuam na motilidade. Quando o cone de crescimento faz o reconhecimento de alguma proteína de matriz extracelular no meio, sinais intracelulares são emitidos (polimerização do citoesqueleto e adição de membrana), que modificam os movimentos do cone e permitem o alongamento do axônio, além da formação de ramos colaterais. As principais moléculas sinalizadoras presentes no meio são: • Laminas • Fibronectinas • Proteoglicanos Elas podem ter atuações diferentes (adesão, promoção ou inibição do crescimento axônico) a depender da sua interação com o receptor do cone. Substrato permissivo → a interação dos receptores do cone com esse tipo de substrato permite o alongamento axônico. (ex. interação da laminina com as integrinas) Substrato repulsivo → fazem com que o axônio se afaste, podendo resultar em um colapso temporário e consequente parada no crescimento. Moléculas de adesão → promovem a fasciculação, são apresentadas por outros axônios. Quando o receptor do cone as reconhece, adere aos axônios existentes e começa a crescer junto com eles. Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Orientação dos Axônios Existem axônios pioneiros, que estabelecem as conexões iniciais no início do desenvolvimento do SNC. À medida que o sistema nervoso cresce, esses axônios pioneiros ajudam a conduzir os axônios vizinhos que se direcionam ao mesmo alvo. A trajetória dos axônios primários é fragmentada em segmentos menores, com alguns micrômetros de comprimento. Existe um alvo intermediário para cada seguimento, delimitando o final dele (é como se fosse uma maratona com marcações no chão a cada metro percorrido). Os sinais de orientação coordenam os movimentos. Quimioatrator Molécula difusível que age à distância, atraindo axônios para seus alvos. Os neurônios presentes no órgão alvo vão sintetizar moléculas que “chamam” seus axônios para o local de atuação. Para exemplificar, a netrina foi a primeira proteína quimioatratora a ser descoberta, sendo secretada por neurônios da linha média ventral da medula espinal. As moléculas de netrina criam um gradiente que é reconhecido pelos axônios que possuem receptores para tal. Esses axônios vão reconhecer a molécula e cruzar a linha média, no caminho da fonte de netrina. Quimiorrepelente São moléculas difusíveis que repelem os axônios. No exemplo citado, os axônios chegam à linha média por atração de netrina. Nesse ponto, eles encontram um sinal que aumenta a expressão de robo, que é um receptor necessário para a interação com a proteína slit, secretada pelas células da linha média. No trajeto do cone de crescimento em direção ao seu alvo, são muitas as pistas de direcionamento com ação de curta distância. 0 cone de crescimento pode aderir a moléculas da matriz extracelular {MEC, em A) ou a moléculas situadas na membrana de células ao longo do caminho IB). Outras moléculas na membrana de outras células podem provocar o efeito contrário, repulsão. Neste caso, o cone se afasta (C). Finalmente, ao encontrar outros axônios, o cone pode aderir a eles e crescer junto, formando um feixe: é a chamada fasciculação (D). Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Teoria da Quimioafinidade “hm, que tédio, vou seccionar o quiasma óptico de um sapo” Roger Sperry, 1970. • O nervo óptico foi seccionado ao nível do quiasma óptico (onde eles se cruzam) • Os olhos dos anfíbios foram rotacionados a 180º • Os axônios seccionados cresceram novamente, reconstruindo o circuito interrompido, mas sem o cruzamento do quiasma Os neurônios possuem marcadores químicos altamente específicos que são reconhecidos individualmente pelos axônios em desenvolvimento. Formação das Sinapses A partir do momento que o cone de crescimento entra em contato com seu alvo, uma sinapse é formada. A explicação de cada coisa usa a junção neuromuscular como exemplo, porque é o mecanismo mais conhecido. A interação entre o axônio e a célula alvo induz os neurônios a montarem circuitos funcionais que possam processar essa informação. Etapas: • O cone de crescimento secreta agrina na lâmina basal (camada de proteínas no sítio de contato extracelular) • A agrina liga-se a um receptor na membrana da célula muscular, o MuSK (cinase específica do músculo) • A MuSK se comunica com a rapsina, que reúne os receptores pós-sinápticos de acetilcolina. • A neurregulina estimula a expressão gênicado receptor na célula muscular. A célula alvo fornece fatores para a lâmina basal que estimulam a entrada de Ca+ no cone de crescimento, levando a: • Liberação de neurotransmissores (mesmo que inicialmente seja uma transmissão sináptica rudimentar) • Mudanças no citoesqueleto do axônio, que adquire a forma de um terminal pré- sináptico e adere ao seu receptor pós- sináptico. A nível de SNC, os passos são semelhantes, mas a formação pode ocorrer em uma ordem diferente e utilizando moléculas distintas. Nesse caso, a formação de sinapses é estabelecida a partir do contato de uma protrusão dendrítica com um axônio. Essa interação causa: • Deposição de uma zona ativa pré-sináptica • Recrutamento de receptores de neurotransmissores na membrana pós- sináptica Além disso, tanto a membrana pré quanto pós sináptica expressam moléculas de adesão específicas para unir as duas porções das sinapses. Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Eliminação de Sinapses Todos os processos ontogenéticos citados nessas 8 longas páginas são suficientes para estabelecer um considerável ordenamento nas conexões encefálicas do feto. Os sinais moleculares participam de todo o caminho para a formação das sinapses, mas uma vez estabelecidas, o controle da especificidade ocorre pela própria atividade neuronal. Lembra dos axônios pioneiros que citei lá em cima? É nessa vibe, os primeiros passam por todos esses processos e atuam como mediadores dos próximos que se desenvolverão. Para que a função encefálica seja adequada, é necessário um balanço cuidadoso entre gênese e eliminação de células e sinapses. A partir de agora até a adolescência, essas conexões são refinadas. E o mais significativo meio de refinamento é a redução em larga escala no número dessas sinapses e desses neurônios recém- formados. A morte celular neuronal reflete a competição por fatores tróficos, que são produzidos em quantidades limitadas pelas células alvo, mas essenciais para a sobrevivência dos neurônios. A morte celular programada, ou apoptose, é causada por instruções genéticas que induzem a autodestruição a partir da desagregação sistemática do neurônio. As neurotrofinas, que são os fatores tróficos específicos do sistema nervoso, agem em receptores específicos da superfície celular, que são em sua maioria receptores trk (proteínas cinase ativadas por neurotrofinas). A interação desses compostos resulta em uma reação de fosforilação que estimula uma cascata de mensageiros, resultando na alteração da expressão gênica da célula. Essa alteração inibe o mecanismo de apoptose, permitindo a sobrevivência do neurônio. É importante pensar no seguinte: como são as células alvo que produzem esses fatores, o transporte é retrógrado (da célula para o neurônio). Os axônios devem captar a proteína e realizar o transporte axoplasmático. Qualquer processo que interrompa esse transporte resulta em morte celular, independente da quantidade de neurotrofina disponível. Rearranjo Sináptico Capacidade sináptica → número de sinapses que um neurônio pode receber em seu dendrito e soma. A capacidade sináptica desse neurônio é de seis sinapses e ele recebe aferências de dois neurônios pré-sinápticos. (lembrando que se ele é um neurônio aferente, ele recebe o estímulo da célula-alvo e envia para o SNC, sendo assim, seu local pré-sináptico é o tecido-alvo) A questão é que: é possível reorganizar quantas sinapses cada neurônio faz, como está representado na imagem. Podem ser 3 sinapses de cada um, ou 5 de um e 1 do outro. O rearranjo sináptico é justamente essa reorganização e ocorre como uma consequência da atividade neural e da transmissão sináptica. Ou seja, a reorganização sináptica depende dos estímulos e descargas neuronais. Laís Kemelly UNIME – 2020.1 Segregação Sináptica Esse processo refina as sinapses a partir da segregação de sinais de entrada específicos para cada órgão. Quando os axônios chegam à célula-alvo, existe a possibilidade de que eles inervem todo o núcleo. Como vários axônios podem inervar uma mesma célula, mas com funções diferentes, isso pode causar um “emanharado axônico”. A segregação é resultado de uma ativação espontânea de células ganglionares, que liberam ondas e podem se espalhar nos núcleos. A origem e propagação dessa onda é aleatória e a segregação será responsável por manter os terminais que estejam ativos ao mesmo tempo que seus neurônios-alvo pós sinápticos. Exemplificando, os primeiros axônios que chegam ao NGL (núcleo geniculado lateral) ocupam todo o espaço desse núcleo. Em seguida, a projeção ipsilateral chega e se entremescla com os axônios já estabelecidos. As células ganglionares emitem ondas que se espalham através da retina, e os terminais que serão mantidos são os que tiverem ativação sincrônica com os terminais pós-sinápticos. As sinapses que podem ser modificadas dessa maneira são chamadas de sinapses de Hebb e os rearranjos sinápticos dessa categoria são as modificações hebbianas. “Sempre que uma onda faz um neurônio pós- sináptico disparar potenciais de ação, as sinapses entre eles serão estabilizadas” 1. Quando um axônio pré-sináptico está ativo, e, ao mesmo tempo, o neurônio pós-sináptico está fortemente ativado sob a influência de outras aferências, a sinapse formada pelo axônio pré- sináptico é reforçada. Essa é outra maneira de formular a hipótese de Hebb, mencionada previamente. Em outras palavras, neurônios que disparam juntos se conectam. 2. Quando o axônio pré-sináptico é ativado ao mesmo tempo em que o neurônio pós-sináptico é ativado fracamente por outras aferências, a sinapse formada pelo axônio pré-sináptico é enfraquecida. Em outras palavras, neurônios que disparam fora de sincronia perdem sua conexão. Referência: BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Conectando o encéfalo. In: BEAR, M. F.; CONNORS, B. W.; PARADISO, M. A. Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. 4ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2017.
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