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Resenha Crítica - Direito Processual Civil III 13 05 2020

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Curso: Direito
	Disciplina: Direito Processual Civil III
	
	Turma: 3001
	Turno: Noturno
	
	Professor: Ana Ketsia B. M. Pinheiro
	Data da Aplicação: 13/05/2020
	
	Avaliação
AV1
	Nota:
	Visto do Professor (a):
	Nome:
Francisco Nicácio do Nascimento Matrícula 201708322205
O Ministério Público, no uso de suas atribuições, ajuizou Ação Civil Pública em face do Município de POUSO ALEGRE, requerendo, em sede de antecipação de tutela, a suspensão do pagamento dos vencimentos de três secretários de governo que, apesar de estarem afastados de suas funções em razão de outro processo judicial, continuavam a receber seus vencimentos. No mérito, o órgão ministerial requereu a confirmação da tutela. o magistrado, então, recebeu a inicial e foi determinada a citação do Município de POUSO ALEGRE para manifestar-se, deferindo-se, também, a tutela requerida. Os três secretários, então, interpuseram agravo de instrumento em face do deferimento da tutela de urgência. O relator do recurso, no entanto, negou seguimento aos agravos de instrumento sob o argumento de que eles seriam parte ilegítimas para tanto, por não figurarem no polo passivo da ação. Ao fim do regular processamento da referida ação civil pública, o juiz julgou procedente o pedido ministerial e suspendeu o pagamento dos salários dos secretários. 
Dado o contexto apresentado, responda as seguintes indagações de forma fundamentada: 
A. O relator agiu corretamente ao não conhecer dos agravos de instrumento dos secretários? Cabe o recurso de sua decisão? 
B. Com o julgamento de mérito pelo juiz de primeiro grau, aos secretários caberia algum recurso? Se acaso couber, discorra sobre esse recurso, especificando: prazo para interposição, onde é ajuizado, para quem é dirigido, defesa do recorrido, em qual(os) efeito(s) será(ão) recebido(s) e caminho percorrido na instância superior até o julgamento. 
C. Caso ao recurso interposto contra decisão de mérito, proferida pelo juiz de primeiro grau, seja negado provimento por maioria de votos, qual será a sequência procedimental esperada, à luz do CPC?
ASSUNTO/TEMA: ANTECIPAÇÃO DE TUTELA PARA SUSPENSÃO DO PAGAMENTO DOS VENCIMENTOS DE SECRETÁRIOS DO MUNICÍPIO DE POUSO ALEGRE. 
REFERÊNCIAS:
THEODORO, Júnior Humberto. Curso de Direito Processual Civil - Teoria Geral do direito processual civil e processo de conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 2011.
Advogada, formada em Direito pela Centro Universitário (FAG), na cidade de Cascavel - Paraná; inscrita na Ordem dos Advogados do Brasil - Seccional do Paraná - sob o n. 75.923; Pós-Graduada pela Faculdade Damásio, com título de especialista em Direito Penal ("Lato sensu"). Atua prestando serviços de assessoria e consultoria jurídica a pessoas físicas e jurídicas, nacionais e estrangeiras, dos mais variados setores de atividades; jurista no Jusbrasil e possui uma página no facebook (facebook.com/draflaviatortega).
Moreira, José Carlos Barbosa. Comentários ao Código de Processo Civil. 10 edição. Rio de Janeiro: forense, 2002, v.5, p.291.
Didier Jr., Fredie. Curso de Direito Processual Civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e processo de conhecimento. 17. Edição- Salvador: Editora Jus Podivm, 2015, p.476.
SILVA, Tamara da. Recursos no direito Processual Civil. Portal Jurídico Investidura, Florianópolis/SC, 25 Ago. 2008. Disponível em: www.investidura.com.br/ufsc/85-processo-civil/513-recursos-no-direito-processual-civil. Acesso em: 13 Mai. 2020
RESENHA CRÍTICA:
INTRODUÇÃO.
Baseando-nos no caso concreto em tela, iremos descrever sobre o tema exposto acima, tentando esclarecer qual tipo de procedimento pode ser executado pela parte que sofreu a sucumbência, pois essa faz parte da lide, mas não sofreu dano nenhum aos seus interesses, esses danos, atingiram diretamente as pessoas envolvidas na lide, mas que não figuram como partes em nenhum dos polos e de acordo com o que propõe o disposto no Novo Código de Processo Civil, precisamos elucidar essas dúvidas. Ação Civil Pública em face do Município de POUSO ALEGRE, onde foi requerida, em sede de antecipação de tutela, a suspensão do pagamento dos vencimentos de três secretários de governo que, apesar de estarem afastados de suas funções em razão de outro processo judicial, continuavam a receber seus vencimentos, após ser acatado pelo magistrado, o pedido feito pelo MP surgiram dúvidas com relação a qual tipo de ação poderia ser impetrado pelos secretários ou se não caberia a eles se posicionarem sobre o fato, já que estão envolvidos e têm interesses no processo, mas não fazem parte de nenhum dos polos desse. Veremos a seguir como responder a essas questões de maneira fundamentada segundo o que rege a Lei.
Foi-nos perguntado primeiramente se o relator agiu corretamente ao não conhecer dos agravos de instrumento dos secretários e se cabe algum recurso para contrapor a sua decisão, seja qual for a resposta daremos aqui de acordo com o aprendizado durante as aulas desta disciplina, que explica claramente sobre esse e demais temas que dispõe a lei no NCPC. O relator não agiu corretamente conforme o que dispõe o a Lei nos arts. 119 ao124 e o Art. 996, o recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.
Parágrafo único. Cumpre ao terceiro demonstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme titular ou que possa discutir em juízo como substituto processual, de acordo com o NCPC, pois os secretários não são partes no processo em nenhum dos polos, mas os mesmos poderão fazer parte nesse como terceiros interessados, já que eles são os diretamente prejudicados com a decisão liminar de tutela antecipada proferida pelo magistrado, por isso eles adquiriram capacidade jurídica protegida pela Lei conforme artigos referidos acima, motivo pelo qual constatamos que o relator agiu equivocadamente não reconhecendo o agravo de instrumento impetrado pelos prejudicados na referida decisão, já que esses ou a parte que sofreu a sucumbência poderia também ter impetrado a contestação dentro do prazo legal de 15(quinze) dias, isso faria com que a decisão liminar não se tornasse estável, de acordo com o art. 304 do NCPC e o processo pudesse prosseguir normalmente.
Com o julgamento de mérito pelo juiz de primeiro grau, aos secretários caberia o A Apelação que deverá ser interposta mediante uma petição escrita, não sendo aceita a forma oral. A petição deve ser dirigida ao juiz de primeira instância (a quo) que proferiu a sentença que se pretende reformar (art. 514 do CPC). A parte que interpõe o recurso deve indicar os nomes e a qualificação das partes, os fundamentos de fato e de direito e fazer pedido de nova decisão. A Apelação cível não pode ser genérica, devendo especificar quais os pontos da sentença devem ser anulados ou reformados pelo Tribunal. O recurso deve ser subscrito por advogado com mandato e instruído com o comprovante de recolhimento das custas processuais.
O juiz de primeiro grau deve se manifestar analisando os requisitos de admissibilidade que são o cabimento, a legitimidade e o interesse recursal, a inexistência de fato extintivo ou impeditivo, a tempestividade, a regularidade formal e o preparo, este não sendo paga total ou parcialmente, poderá ser considerada deserta após a comunicação ao apelante que terá um prazo de 5 (cinco) dias para pagar o valor devido em dobro caso não tenha efetuado nenhum valor do pagamento, caso tenha pago uma parte será chamado a integralizar o restante do valor do preparo num prazo de 5 (cinco) dias sem penalização. Deve ainda o juiz declarar os efeitos que recebe o recurso. Em regra, é recebida nos efeitos devolutivo (já que toda a matéria de 1ª instância é devolvida à apreciação do Judiciário) e suspensivo. A Apelação deve conter o pedido para que seja remetida ao Tribunal, onde será distribuída entre as Turmas ou Câmaras Cíveis.
No Tribunal a Apelação é distribuídaa um dos Desembargadores que exercerá a função de relator e este fará nos autos uma exposição dos pontos controvertidos sobre o que versar o recurso (art. 549, parágrafo único do CPC). Após, o recurso é remetido ao Desembargador revisor que deve sugerir ao relator medidas ordinatórias do processo que tenham sido omitidas, confirmar, completar ou retificar o relatório e pedir dia para julgamento dos feitos nos quais estiver habilitado a proferir voto (art. 551 do CPC). O processo é incluído na pauta de julgamento que deve ser publicada no órgão oficial de imprensa com antecedência mínima de 48 horas.
Após a leitura do relatório, o presidente da Turma ou Câmara Cível concede a palavra aos advogados do recorrente e recorrido para apresentarem sustentação oral durante o prazo de 15 minutos (art. 554 do CPC).
No julgamento vota primeiro o Desembargador relator, seguido do revisor e do Desembargador vogal. Em seguida, o presidente da Turma ou Câmara divulga o resultado do recurso. A decisão colegiada é registrada em um acórdão, caso essa decisão não seja unânime, o relator convocará no mínimo 2 Desembargadores de outra turma para um novo julgamento, deste sairá a decisão colegiada definitiva e passa a valer o acórdão.
É importante lembrar que o relator pode monocraticamente rejeitar recursos manifestamente inadmissíveis ou antecipar os efeitos do provimento (art. 557, caput e 1º-A, CPC). Em ambos os casos o recurso cabível, no prazo de 5 (cinco) dias, é o agravo interno (art. 557, §1º, CPC).
É importante ter conhecimento do teor do art. 515, §3º, do CPC, que positivou a teoria da causa madura: "Nos casos de extinção do processo sem julgamento do mérito (art. 267), o tribunal pode julgar desde logo a lide, se a causa versar questão exclusivamente de direito e estiver em condições de imediato julgamento".
 No caso de recurso para as instâncias superiores esses são: Recurso para o Superior Tribunal de Justiça. Está confiado ao STJ em matéria civil, recursos ordinários, nos casos de mandato de segurança, denegados em julgamento de única instancia pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, Distrito Federal e Territórios; nas causas, julgadas em primeiro grau pela Justiça Federal em que forem partes Estado estrangeiro ou organismo internacional, de um lado, e, de outro, Municípios ou pessoa residente ou domiciliada no País. Recurso especial, nas causas decididas em única ou ultima instância, pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos Tribunais dos Estados, Distrito Federal e Territórios, nas três hipóteses do artigo 105 II, da CF, recurso especial, a função do recurso especial, que antes era desempenhada pelo recurso extraordinário, é a manutenção da autoridade e unidade da lei federal, tendo em vista que a Federação existe múltiplos organismos judiciários encarregados de aplicar o direito positivo elaborado pela União.Nos termos do art. 105, III, da Constituição, somente caberá o recurso especial, quando acórdão recorrido, contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhe vigência; julgar válido ato de governo local contestado em face de lei federal e der à lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal. A jurisprudência do STJ, no tocante à obtenção de efeito suspensivo excepcional para o recurso especial, via medida cautelar, tem sido menos rígida que a do STF, em relação ao recurso extraordinário.
Recurso ordinário para o Supremo Tribunal Federal, as ações de mandado de segurança, habeas data e mandado de injunção, quando julgadas em única instância pelos Tribunais Superiores (STJ, STF e STE), desafiam, normalmente, recurso extraordinário para o Supremo Tribunal Federal, se atendidos os requisitos do art. 102, III, da CF. Se, porém, forem denegadas, haverá possibilidade de recurso ordinário para a Suprema Corte. Conforme o texto atual do art. 540, ao recurso ordinário será aplicado, quanto aos requisitos de admissibilidade e ao procedimento no juízo de origem, as regras pertinentes à apelação e ao agravo (arts. 513 a 529). 
Recurso extraordinário, trata-se de uma criação do Direito Constitucional brasileiro, inspirado no judiciary Act do Direito norte-americano. Sua finalidade é manter, dentro do sistema federal e da descentralização do Poder Judiciário, a autoridade e a unidade da Constituição. O cabimento do recurso extraordinário esta previsto na CF, que o admite nas causas julgadas por outros órgãos judiciais, em única ou última instanciam, quando a decisão recorrida, contrariar dispositivo da CF; declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; julgar válida lei ou ato do governo local contestado em face da Constituição e julgar válida lei local contestada em face da lei federal.
Trata-se de um recurso excepcional, admissível apenas em hipóteses restritas, previstas na Constituição com o fito específico de tutela a autoridade e aplicação da Carta Magna. Dessa característica é que adveio a denominação de “recurso extraordinário”, adotada inicialmente no Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, e, posteriormente, consagrado pelas diversas Constituições da República, a partir de 1934. 
Pressupostos do recurso extraordinário, a admissibilidade do recurso extraordinário pressupõe o julgamento da causa, em última ou única instância; a existência de questão federal constitucional e a demonstração da repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso.
Concluímos que o caso em discussão apresentou meios usados pelas partes envolvidas para solucionar questões conflitantes que merecem atenção por parte dos operadores do Direito, pois estes poderão incorrer nestes mesmos equívocos pelo qual a decisão do magistrado não observou quando não acolheu o agravo de instrumento impetrado pelos terceiros interessados no processo. As consequências serão prejudiciais para todos, podendo no mínimo deixar de examinar o periculum in mora e o fumus boni iuris poder-se-ia, já que para o autor e para o réu esse foi favorável, mas muito prejudicial para aqueles aos quais atingiu diretamente.

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