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Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 _____________________________________________________________________________________________ SUMÁRIO Professor: Carlos André HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS 1 HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO 5 TÉCNICA BÁSICA DO EXAME FÍSICO 7 PRECAUÇÕES PADRÃO 8 ANAMNESE 10 PULSOS, FREQUÊNCIA CARDÍACA E RESPIRATÓRIA 15 PULSOS 20 SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR 22 PRESSÃO ARTERIAL 26 SISTEMA LINFÁTICO 36 SINAIS E SINTOMAS NARIZ E SEIOS PARANASAIS,FARINGE, LARINGE e SISTEMA RESPIRATÓRIO 44 ABDOME AGUDO 54 SEMIOLOGIA DO APARELHO DIGESTIVO 66 0 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 _____________________________________________________________________________________________ HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS BIOSSEGURANÇA : É o conjunto de normas e procedimentos considerados seguros e adequados à manutenção da saúde do trabalhador, durante atividades de risco de aquisição de doenças profissionais. PRECAUÇÃO PADRÃO: São parte das normas de biossegurança e consistem em atitudes que devem ser tomadas por todo trabalhador de saúde frente a qualquer paciente, com o objetivo de reduzir os riscos de transmissão de agentes infecciosos. HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: ação mais importante na prevenção e controle das infecções em serviços de saúde. higienização simples higienização antiséptica fricção anti-séptica anti-sepsia cirúrgica das mãos POR QUE FAZER? - As mãos constituem a principal via de transmissão de microrganismos durante a assistência prestada aos pacientes. - A pele é um possível reservatório de diversos microrganismos . - A pele das mãos alberga, principalmente, duas populações de microrganismos: os pertencentes à microbiota residente e à microbiota transitória. PARA QUE HIGIENIZAR AS MÃOS? A higienização das mãos apresenta as seguintes finalidades: • Remoção de sujidade, suor, oleosidade, pêlos, células descamativas e da microbiota da pele, interrompendo a transmissão de infecções veiculadas ao contato. • Prevenção e redução das infecções causadas pelas transmissões cruzadas. QUEM DEVE HIGIENIZAR AS MÃOS? 1 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Devem higienizar as mãos todos os profissionais que trabalham em serviços de saúde, que mantém contato direto ou indireto com os pacientes, que atuam na manipulação de medicamentos, alimentos e material estéril ou contaminado. USO DE ÁGUA E SABÃO Indicações: • Quando as mãos estiverem visivelmente sujas ou contaminadas com sangue e outros fluidos corporais. • Ao iniciar o turno de trabalho. • Após ir ao banheiro. • Antes e depois das refeições. •Antes de preparo de alimentos. •Antes de preparo e manipulação de medicamentos. • Nas situações descritas a seguir para preparação alcoólica. USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA Indicação: Higienizar as mãos com preparação alcoólica quando estas não estiverem visivelmente sujas, nessas situações: . Antes de contato com o paciente; . Após contato com o paciente; . Antes de realizar procedimentos assistenciais e manipular dispositivos invasivos; . Antes de calçar luvas para inserção de dispositivos invasivos que não requeiram preparo cirúrgico; USO DE PREPARAÇÃO ALCOÓLICA . Após risco de exposição a fluidos corporais; . Ao mudar de um sítio corporal contaminado para outro, limpo, durante o cuidado ao paciente; . Após contato com objetos inanimados e superfícies imediatamente próximas ao paciente; . Antes e após remoção de luvas (podem ter microfuros ou perder sua integridade sem que o profissional perceba); . Outros procedimentos - Exemplos: manipulação de invólucros de material estéril. USO DE ANTI-SÉPTICOS Indicações: Higienização anti-séptica das mãos: • Nos casos de precaução de contato recomendados para pacientes portadores de microrganismos multirresistentes. • Nos casos de surtos. Degermação da pele: 2 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 • No pré-operatório, antes de qualquer procedimento cirúrgico (indicado para toda equipe cirúrgica). • Antes da realização de procedimentos invasivos. INSUMOS NECESSÁRIOS: . ÁGUA . SÃBAO . AGENTES ANTI-SÉPTICOS: São substâncias aplicadas à pele para reduzir o número de agentes da microbiota transitória e residente. Principais anti-sépticos utilizados: Álcoois, Clorexidina, Compostos de iodo, Iodóforos e Triclosan. . PAPEL TOALHA EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS: . LAVATÓRIOS: devem possuir torneiras ou comandos que dispensem o contato das mãos quando do fechamento da água. Deve ainda existir provisão de sabão líquido, além de recursos para secagem das mãos. . DISPENSADORES DE SABÃO E ANTI-SÉPTICOS . PORTA-PAPEL-TOALHA . LIXEIRA PARA DESCARTE DO PAPEL-TOALHA TÉCNICAS DE HIGIENIZAÇÃO • Higienização simples das mãos. • Higienização anti-séptica das mãos. • Fricção de anti-séptico nas mãos. • Anti-sepsia cirúrgica ou preparo pré-operatório das mãos. A eficácia da higienização das mãos depende da duração e da técnica empregada. IMPORTANTE : Antes de iniciar qualquer uma dessas técnicas, é necessário retirar jóias (anéis, pulseiras, relógio). HIGIENIZAÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS FINALIDADE : Promover a remoção de sujidades e de microrganismos, reduzindo a carga microbiana das mãos, com auxílio de um anti-séptico. DURAÇÃO do procedimento: 40 a 60 segundos. TÉCNICA : é igual àquela utilizada para higienização simples das mãos, substituindo-se o sabão por um anti-séptico. Exemplo: anti-séptico degermante. FRICÇÃO ANTI-SÉPTICA DAS MÃOS (COM PREPARAÇÕES ALCOÓLICAS) 3 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 FINALIDADE : Reduzir a carga microbiana das mãos (não há remoção de sujidades). Gel alcoólico a 70% ou solução alcoólica a 70% com 1-3% de glicerina DURAÇÃO do Procedimento: 20 a 30 segundos. • Para evitar ressecamento e dermatites, não higienize as mãos com água e sabão imediatamente antes ou depois de usar uma preparação alcoólica. • Depois de higienizar as mãos com preparação alcoólica, deixe que elas sequem completamente (sem utilização de papel-toalha). ANTI-SEPSIA CIRÚRGICA OU PREPARO PRÉ-OPERATÓRIO DAS MÃOS FINALIDADE : Eliminar a microbiota transitória da pele e reduzir a microbiota residente, além de proporcionar efeito residual na pele do profissional. As escovas utilizadas no preparo cirúrgico das mãos devem ser de cerdas macias e descartáveis, impregnadas ou não com anti-séptico e de uso exclusivo em leito ungueal e subungueal. RECOMENDA-SE : Anti-sepsia cirúrgica das mãos e antebraços com anti-séptico degermante. DURAÇÃO do Procedimento: de 3 a 5 minutos para a primeira cirurgia e de 2 a 3 minutos para as cirurgias. OUTROS ASPECTOS DA HIGIENIZAÇÃO DAS MÃOS: • Mantenha as unhas naturais, limpas e curtas. • Não use unhas postiças quando entrar em contato direto com os pacientes. • Evite utilizar anéis, pulseiras e outros adornos quando assistir ao paciente. • Aplique creme hidratante nas mãos, diariamente, para evitarressecamento na pele. 4 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 _____________________________________________________________________________________________ HABILIDADES DE COMUNICAÇÃO MOMENTOS ESSENCIAIS DA CONSULTA MÉDICA: ✔ ACOLHIMENTO ✔ ANAMNESE ✔ EXAME FÍSICO ✔ FORMULAÇÃO DO DIAGNÓSTICO ✔ ELABORAÇÃO DO PLANO TERAPÊUTICO ✔ FIM DA CONSULTA ACOLHIMENTO : EMPATIA ✔ momento inicial da consulta ✔ primeiro olhar, sorriso, aperto de mão ✔ apresentação do médico, paciente e familiares ✔ aparência ✔ observação inicial ✔ receber o paciente de pé ✔ olhar e escuta atenciosos ✔ chamá-lo pelo nome ACOLHIMENTO : principais erros iniciais ✔ Chamar o paciente aos gritos. ✔ Receber o paciente sentado. ✔ Não chamar o paciente pelo nome. ✔ “o médico nem olhou na minha cara” ACOLHIMENTO : ambiente ✔ Oferecer uma cadeira para o paciente e acompanhante ✔ Mesa de exame adequada ✔ Biombo / privacidade / lençol ACOLHIMENTO : dimensão afetiva ✔ Esperança ✔ Relação de respeito e solidariedade ✔ Palavras iniciais, postura e atitudes do médico, tom de 5 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 voz, expressões faciais, aperto de mãos ✔ IDENTIFICAÇÃO ✔ MOTIVO DA PROCURA DO ATENDIMENTO ATENDIMENTO DAS EXPECTATIVAS DO PACIENTE ANAMNESE: ESCUTA DO PACIENTE: ✔ ESCUTA ATENTA (OLHAR ATENTO) ✔ Um dos aspectos mais comprometidos na consulta médica – consultas do tipo “queixa/conduta” – redirecionamento da anamnese pelo médico com interrupção do paciente ✔ MEDICINA CENTRADA NO MÉDICO: o paciente não tem a oportunidade de expressar na totalidade das suas demandas (medicalização das queixas) ✔ MEDICINA CENTRADA NO PACIENTE: entendimento da demanda, ouvir todas as suas queixas, determinantes – entender a doença e o sujeito doente ANAMNESE: DIÁLOGO NA CONSULTA: ✔ CAPACIDADE DE SABER OUVIR O PACIENTE E MANTER O DIÁLOGO – OBJETIVIDADE PARA OBTENÇÃO DOS DADOS RELEVANTES DA HISTÓRIA DO PACIENTE ✔ ARTE/DOM x Habilidade que pode ser aprendida ✔ Interação ✔ Diferença de classe social / conhecimento do modo de falar da população (costumes e hábitos) TEMPO NA CONSULTA: ✔ BAIXA QUALIDADE DAS CONSULTAS e TEMPO DISPONÍVEL PARA CADA PACIENTE ✔ 16 consultas para 4 hs = 15 min por consulta ✔ Consultas/retornos/resultado exames ✔ O fator tempo não pode ser visto como limitante da qualidade da consulta ✔ Tempo objetivo ✔ Exigências burocráticas / prontuário eletrônico FINALIZANDO A CONSULTA: 6 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ✔ É fundamental que o médico no final da consulta tenha conseguido identificar e atender às expectativas trazidas pelo paciente ✔ INFORMAÇÕES CLARAS / ESCLARECIMENTO ✔ “ deseja fazer alguma pergunta?” ✔ “ compreendeu tudo?” ✔ “ precisa de mais alguma coisa? _____________________________________________________________________________________________ TÉCNICA BÁSICA DO EXAME FÍSICO As habilidades necessárias ao exame físico são: • Inspeção • Palpação • Percussão • Ausculta. INSPEÇÃO: Visão - OLHAR "inspeção geral” "inspeção direcionada”: . panorâmica ou localizada . olho nu ou com auxílio de uma lupa Semiotécnica: - luz natural incidindo obliquamente - luz artificial deve ser branca e de intensidade suficiente - cavidades – foco luminoso (lanterna) - por partes, desnudando-se somente a região a ser examinada, sempre respeitando o pudor do paciente RESPEITO - Maneiras fundamentais de se fazer a inspeção: Inspeção frontal: modo-padrão Inspeção tangencial: movimentos mínimos na superfície corporal (pulsações ou ondulações e pequenos abaulamentos ou depressões) PALPAÇÃO: tato e pressão - TOCAR O tato fornece impressões sobre a parte mais superficial, e a pressão, sobre as mais profundas. - modificações de textura, temperatura, umidade, espessura, consistência, sensibilidade, volume,dureza. - percepção de frêmito, elasticidade, flutuação, crepitações, vibração, 7 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 pulsação e edema e vários outros fenômenos. PONTOS-CHAVE: - sala de exame com temperatura agradável - privacidade - prestar atenção às expressões faciais do paciente, ou perguntar se está tudo bem - avental ou lençol para cobrir o paciente - aquecer as mãos _____________________________________________________________________________________________ PRECAUÇÕES PADRÃO PRECAUÇÕES PADRÃO: Cuidados rotineiros que devem ser aplicados a todos os pacientes em todos os Serviços de Saúde – hospital, ambulatório, lar idosos, … PREVENÇÃO PRECAUÇÕES ESPECÍFICAS: além das Precauções Padrão, estas precauções devem ser adotadas quando a doença possui algum modo de transmissão específico. - transmissão de agentes infecciosos de alta transmissibilidade e/ou importância epidemiológica. MODOS DE TRANSMISSÃO: CONTATO DIRETO: superfície corporal (transferência física inter-humana); CONTATO INDIRETO: objetos contaminados (instrumentos, agulhas, curativos, luvas); AÉREO : núcleos de gotículas oro-nasais ressecadas (menor que 5 micra) que permanecem suspensos no ar por longos períodos ou por partículas de pó contendo agente infeccioso (Aspergillus); GOTÍCULAS : passagem do agente infeccioso da fonte ao hospedeiro através de gotículas oro-nasais (maior 5 micra) durante a fala, tosse ou espirros. 8 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 PRÁTICAS DE PREVENÇÃO DE INFECÇÕES: - higienizar as mãos; - selecionar e usar adequadamente os epi; - realizar higiene respiratória e tosse com etiqueta; - manter o ambiente limpo; - processar adequadamente materiais, equipamentos, roupas e utensílios alimentares; - pre biológico. venir acidentes com perfurocortantes e material HIGIENE RESPIRATÓRIA E TOSSE COM ETIQUETA: Ao tossir ou espirrar: cubra a boca e nariz como lenço de papel. Despreze o lenço de papel no cesto de lixo. Use o gel alcoólico para higiene das mãos. PRECAUÇÃO DE CONTATO: Indicações: Infecção (ou suspeita de infecção) ou colonização por bactérias multirresistentes ou microorganismos epidemiologicamente importantes (como rotavírus, vírus sincicial respiratório, herpes simples localizado, diarréia aguda, furunculose, infecção de ferida operatória, escabiose, pediculose), passíveis de transmissão por contato direto. PRECAUÇÃO PARA GOTÍCULAS: Indicações: Pacientes portadores ou com infecção por microorganismos transmissíveis por gotículas, que podem ser gerados por tosse, espirro, conversação. Exemplos: parotidite, coqueluche, difteria, rubéola, meningite por meningococos, síndrome aguda respiratória. PRECAUÇÃO POR AEROSSÓIS: Indicações: Infecção respiratória suspeita ou confirmada por microorganismos transmitidos por aerossóis (partículas de tamanho menor ou igual a 5 micra), que permanecem suspensas no 9 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ar e podem ser dispersadas a longas distâncias. - como varicela, sarampo e tuberculose. 10 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 _____________________________________________________________________________________________ANAMNESE ANÁ = TRAZER DE NOVO E MNESIS = MEMÓRIA. - trazer de volta à mente todos os fatos relacionados à doença e à pessoa doente; - parte mais importante da medicina - núcleo em torno do qual se desenvolve a relação médico-paciente; - insubstituível, na prática médica; - bem-feita acompanha-se de decisões diagnósticas e terapêuticas corretas. - entrevista - instrumento: palavra falada. CONDUÇÃO DA ANAMNESE: - relato livre e espontâneo sem nenhuma interferência do médico, limitando-se a ouvi-lo; - anamnese dirigida, condução mais objetiva; - espontânea – dirigida. A história clínica é o resultado de uma conversação com OBJETIVO EXPLÍCITO, conduzida pelo examinador e cujo conteúdo foi elaborado criticamente por ele. IDENTIFICAÇÃO - ELEMENTOS: ✔ nome ✔ idade ✔ sexo ✔ cor (raça) – branca, parda, preta ✔ estado civil ✔ profissão ✔ local de trabalho ✔ naturalidade ✔ procedência ✔ residência atual – endereço ✔ nome do responsável, cuidador e/ou acompanhante 11 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ✔ nome da mãe ✔ religião ✔ filiação a órgãos/instituições previdenciárias e planos de saúde QUEIXA PRINCIPAL: "VÁRIOS MOTIVOS" o que o levou a procurar atendimento médico ou o que mais o incomoda no momento. . queixa principal: o que levou o paciente a procurar o médico - expressões por ele utilizadas. Não aceitar "rótulos diagnósticos“. . Quando o paciente chega ao médico encaminhado por outro colega ou instituição médica, no item correspondente à Queixa Principal registra-se de modo especial o motivo da consulta. HISTÓRIA DA DOENÇA ATUAL . registro cronológico e detalhado do motivo que levou o paciente a procurar assistência médica, desde o seu início até a data atual. . parte principal da anamnese - chave-mestra para se chegar ao diagnóstico. NÃO É O REGISTRO PURO E DIRETO DAS INFORMAÇÕES DADAS PELO DOENTE - NECESSITAM SER "ELABORADAS" OU "DIGERIDAS“ MENTALMENTE PELO EXAMINADOR, QUE AS DESPOJA DOS SEUS ELEMENTOS INÚTEIS E AS INTERPRETA À LUZ DOS CONHECIMENTOS MÉDICOS. SINTOMA-GUIA : Sintoma ou sinal que permite recompor a história da doença atual com mais facilidade e precisão. . queixa de mais longa duração ou . o sintoma mais salientado pelo paciente. 12 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Os seguintes elementos compõem o esquema para análise de qualquer sintoma: • INÍCIO; • DURAÇÃO; • CARACTERÍSTICAS DO SINTOMA NA ÉPOCA EM QUE TEVE INÍCIO; • EVOLUÇÃO; • RELAÇÃO COM OUTRAS QUEIXAS; • SITUAÇÃO DO SINTOMA NO MOMENTO ATUAL. INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO anamnese especial ou revisão dos sistemas: . complemento da história da doença atual; . documenta a existência ou ausência de sintomas comuns relacionados com cada um dos principais sistemas corporais; . é no interrogatório sintomatológico que se origina a suspeita diagnóstica mais importante; . avaliar práticas de promoção à saúde. SISTEMATIZAÇÃO DO INTERROGATÓRIO SINTOMATOLÓGICO: • Sintomas gerais • Pele e fâneros • Cabeça e pescoço • Tórax • Abdome • Sistema geniturinário • Sistema hemolinfopoético • Sistema endócrino • Coluna vertebral, ossos, articulações e extremidades Músculos ANTECEDENTES PESSOAIS E FAMILIARES: - Antecedentes pessoais: 13 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Considera-se avaliação do estado de saúde passado e presente do paciente, conhecendo fatores pessoais e familiares que influenciam seu processo saúde-doença. . antecedentes pessoais fisiológicos . antecedentes patológicos . antecedentes pessoais fisiológicos: . Gestação e nascimento; . Desenvolvimento psicomotor e neural (dentição, fala, desenvolvimento físico, controle dos esfíncteres, aproveitamento escolar); . Desenvolvimento sexual (puberdade, menarca, sexarca, menopausa, orientação sexual) . antecedentes patológicos: . doenças sofridas pelo paciente, alergia, cirurgias, traumatismo, transfusões sanguíneas, história obstétrica, vacinas e MEDICAMENTOS EM USO. -Antecedentes familiares: . pais e irmãos, cônjuge e filhos, avós, tios e primos paternos e maternos; . algum doente na família, natureza da enfermidade; . falecimento, causa do óbito e a idade em que ocorreu. . existência de enxaqueca, diabetes, tuberculose, hipertensão arterial, câncer, doenças alérgicas, doença arterial coronariana (infarto agudo do miocárdio, angina de peito), acidente vascular cerebral, dislipidemias, úlcera péptica, colelitíase e varizes. HÁBITOS E ESTILO DE VIDA: • Alimentação - estado de nutrição do paciente - anamnese alimentar • Ocupação atual e ocupações anteriores - história ocupacional • Atividades físicas: tipo de exercício físico, frequência, duração e tempo • Hábitos: - Consumo de tabaco: quantidade, frequência, duração do vício e abstinência; 14 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 - Consumo de bebidas alcoólicas: tipo de bebida, quantidade, frequência, duração do vício e abstinência. - Uso de anabolizantes e anfetaminas - Consumo de drogas ilícitas: tipo de droga,quantidade, frequência, duração do vício e abstinência. CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS E CULTURAIS • Habitação • Condições socioeconômicas : rendimento mensal, situação profissional, dependência econômica de parentes ou instituição (compra de medicamentos). • Condições culturais: grau de escolaridade (religiosidade, tradições, crenças, mitos, medicina popular, comportamentos e hábitos alimentares). • Vida conjugal e relacionamento familiar: relacionamento entre pais e filhos, entre irmãos e entre cônjuges. - Zona rural ou urbana - diversidade de habitação - Condições de moradia: casa ou apartamento; alvenaria ou não; quantidade de cômodos; saneamento básico (água tratada e rede de esgoto), com coleta regular de lixo; animais domésticos. - Poluição do ar, a poluição sonora e visual, desmatamentos e queimadas, alterações climáticas, inundações, temporais e terremotos 15 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 _____________________________________________________________________________________________ PULSOS, FREQUÊNCIA CARDÍACA E RESPIRATÓRIA PULSOS - refletem o funcionamento do coração. É a onda provocada pela pressão do sangue contra a parede arterial em cada batimento cardíaco. Exame físico: Inspeção PALPAÇÃO: características semiológicas Frêmito: sensação tátil das vibrações produzidas pelo turbilhonamento do sangue ao passar por uma estenose ou dilatação. Corresponde ao sopro: sistólico ou contínuo (sistodiastólico). sistólico- estenoses e nos aneurismas; contínuo, nas fístulas arteriovenosas . intensidade: + a ++++. Ausculta: Sopros: vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. intensidade : + a ++++ mais nítidos após a realização de exercícios, tais como saltitar, correr alguns minutos ou abrir e fechar a mão repetidas vezes. sistólicos ou contínuos (sistodiastólicos) sopros em artérias normais - pacientes anêmicos com diminuição da viscosidade sanguínea e aumento da velocidade do sangue e exercícios intensos "estreitamento artificial" Pulso radial: Localização: entre a apófise estilóide do rádio e o tendão dos flexores. 16 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Palpação: ➔ Polpas dos dedos indicador e médio, o polegar se fixadelicadamente no dorso do punho do paciente. ➔ O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e vice-versa. ➔ A mão do paciente deve repousar no leito ou na mesa de exame em completa supinação. Características semiológicas: ● Estado da parede arterial, ● Frequência, ● Ritmo, ● Amplitude ou magnitude, ● Tensão ou dureza, ● Tipos de onda e ● Comparação com a artéria homóloga. ESTADO DA PAREDE ARTERIAL: ➔ Não apresenta tortuosidades e é facilmente depressível ➔ Parede endurecida, irregular e tortuosa - é sinal de uma vasculopatia (arteriosclerose) MANOBRA DE OSLER: palpação da artéria radial após insuflação do manguito acima da pressão sistólica . ➔ Positiva quando a artéria permanece palpável, mas sem pulsações - em idosos. ➔ Sinal de alerta nos pacientes com pressão arterial elevada - indicação de pseudo-hipertensão arterial FREQUÊNCIA:medida indireta da frequência cardíaca ➔ Contar sempre o número de pulsações durante um minuto inteiro, comparando-se este valor com o número de batimentos cardíacos. ➔ Varia com a idade e em diversas outras condições fisiológicas. ❏ Adultos = 60 a 100 bpm. ❏ Criança = 80 a 120 bpm ❏ Bebês = 100 a 160 bpm Acima de 100 pulsações: taquisfigmia ou "taquicardia". 17 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Condições fisiológicas - como exercício, emoção, gravidez, condições patológicas - estados febris, hipertireoidismo, insuficiência cardíaca, taquicardia paroxística, miocardite, colapso periférico e hipovolemia. Menos de 60 pulsações por minuto : bradisfigmia ou "bradicardia" pessoas normais, especialmente atletas; anormalidade extracardíaca, enfermidades infecciosas (febre tifoide e viroses, hipertensão intracraniana e icterícia). Afecções cardíacas -lesões do sistema excitocondutor - bradicardia sinusal, bloqueio atrioventricular. DÉFICIT DE PULSO: ➔ Número de batimentos cardíacos é maior que o número das pulsações da artéria radial. ➔ Contrações ventriculares ineficazes - não impulsionam sangue para a aorta - não determinam onda de pulso. ➔ Extrassistolia ventricular e fibrilação atrial RITMO: ➔ É dado pela sequência das pulsações ● intervalos iguais - ritmo é regular ● intervalos variáveis -ora mais longos, ora mais curtos - ritmo irregular . ➔ Irregularidade indica alteração do ritmo cardíaco ➔ Arritmia fisiológica ou patológica arritmia sinusal , as extrassístoles, a fibrilação atrial e o bloqueio atrioventricular . AMPLITUDE OU MAGNITUDE: + a ++++ ➔ Grau de enchimento da artéria durante a sístole e seu esvaziamento durante a diástole. ● pulso amplo ou magnus ● mediano ● pequeno ou parvus Exemplo de pulso amplo ou magnus - insuficiência aórtica Pulso pequeno ou parvus - estenose aórtica TENSÃO OU DUREZA: Compressão progressiva da artéria ● Pulso mole: pequena pressão necessária para interromper as pulsações ● Pulso duro: interrupção da onda sanguínea exige forte pressão 18 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ➔ Tensão mediana ➔ dureza do pulso depende da pressão diastólica - indica hipertensão arterial. TIPOS DE ONDA: Onda de pulso normal Pulso filiforme: pequena amplitude e mole. Indica quase sempre colapso circulatório periférico. Pulso paradoxal: caracterizado pela diminuição da amplitude das pulsações durante a inspiração forçada. Diminuição de 10 mmHg na pressão sistólica durante a inspiração profunda indica pulso paradoxal . COMPARAÇÃO COM A ARTÉRIA HOMÓLOGA: ➔ Verifica-se a igualdade ou desigualdade dos pulsos radiais, palpando simultaneamente as 2 artérias radiais - comparar a amplitude das pulsações. ➔ A desigualdade dos pulsos aparece nas afecções da croça aórtica ou dos vasos que dela emergem quando são sede de constrições ou oclusões. Pulsações das artérias carótidas: ➔ Visíveis - exercício, emoções e na hipertensão arterial. ➔ Aumento da pressão arterial diferencial (insuficiência aórtica e hipertireoidismo) pulsações mais evidentes - "dança arterial". ➔ Palpação: no ângulo da mandíbula, de cada lado da traqueia, comparando-se entre si. ➔ estado da parede arterial (endurecimento, dilatação, tortuosidade); ➔ a amplitude do pulso - diferença entre uma carótida e outra - estenose ou oclusão do vaso; ➔ Frêmito - origem na própria carótida (estenose ou oclusão) ou ser irradiado de uma lesão estenótica da valva Aórtica. ➔ Ausculta: sopros, originados na própria artéria ou irradiados a partir da valva aórtica. ➔ a irradiação para o pescoço é uma das principais características do sopro da estenose aórtica. ➔ Cumpre ressaltar que tanto a palpação como a ausculta deve ser feita ao longo das 2 artérias carótidas, desde a fossa supraclavicular até o ângulo da mandíbula . Semiotécnica: ➔ Médico diante do paciente, este de pé ou sentado. 19 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ➔ O pulso direito é palpado com a polpa do polegar esquerdo, que afasta a borda anterior do músculo esternocleidomastóideo, ao mesmo tempo que procura as pulsações, perceptíveis um pouco mais profundamente. ➔ As polpas dos dedos médio e indicador fixam -se sobre as últimas vértebras cervicais. ➔ Para a palpação da artéria carótida esquerda, usa-se a mesma técnica com a mão direita. ➔ decúbito dorsal: cabeça levemente fletida - médico postado à sua direita - polpas dos dedos indicador, médio e anular. ➔ Palpar com delicadeza para não comprimir o seio carotídeo - bradicardia, parada cardíaca ou desprendimento de trombos aderidos a uma placa ateromatosa. ➔ Não se devem palpar ambas as artérias ao mesmo tempo, para evitar o risco de isquemia cerebral FREQUENCIA CARDÍACA: bpm Palpação: pulsos arteriais Ausculta: batimento cardíaco Fatores que influenciam: febre, calor, dor, ansiedade, medicação. Ventilação: É o processo de renovação do gás inspirado, no qual o oxigênio é fornecido aos alvéolos e o gás carbônico é eliminado. A troca gasosa ocorre somente nos alvéolos, daí ser importante a determinação da quantidade de gás que penetra nos alvéolos. Número de movimentos por minuto adultos: 12 a 20 ipm Criança : 20 – 30 ipm APNÉIA – parada respiratória. BRADIPNÉIA – respiração lenta. TAQUIPNÉIA – respiração rápida. DISPNÉIA – respiração difícil, que exige esforço aumentado e uso de músculos acessórios 20 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 _____________________________________________________________________________________________ PULSOS Outros pulsos periféricos: As artérias acessíveis à palpação são: carótida comum, temporal superficial, facial e nasal, subclávia, braquial, radial, cubital, aorta abdominal, ilíaca externa, femoral comum, poplítea, tibial anterior, dorsal do pé, tibial posterior e digitais, das mãos e dos pés. Pulso temporal: ➔ A artéria temporal superficial deve ser palpada com o dedo indicador, acima da articulação temporomandibular, logo adiante do trago. ➔ Pode-se palpar também o ramo frontal, situado acima da arcada supraorbitária. ➔ O paciente pode ficar sentado, de pé ou em decúbito dorsal. Pulso radial: ➔ Localização: entre a apófise estiloide do rádio e o tendão dos flexores. ➔ Palpação: polpas dos dedos indicador e médio o polegar se fixa delicadamente no dorso do punho do paciente. ➔ O examinador usa a mão direita para examinar o pulso esquerdo do paciente, e vice-versa. ➔ A mão do paciente deve repousar no leito ou na mesade exame em completa supinação . Pulso axilar: ➔ Paciente sentado ou em decúbito dorsal. ➔ O médico coloca-se ao lado do membro a ser examinado. ➔ Enquanto a mão homolateral sustenta o braço ou antebraço do paciente, em leve abdução, os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral procuram ➔ comprimir a artéria axilar contra o colo do úmero, no oco axilar. Pulso braquial: ➔ Palpável em toda a sua extensão, sendo mais acessível no seu terço distal . ➔ O paciente fica sentado ou em decúbito dorsal e o médico se posta ao lado do membro a ser examinado; com a mão homolateral, segura o antebraço do paciente, fazendo leve flexão sobre o braço, enquanto os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral sentem as pulsações da artéria no sulco bicipital , abarcando o braço do paciente e utilizando o polegar como ponto de fixação na face lateral do braço. Pulso aórtico abdominal: ➔ Paciente em decúbito dorsal, fazendo leve flexão das coxas sobre a bacia - relaxamento dos músculos abdominais. ➔ O médico fica à direita do paciente, palpação com a mão direita. ➔ Espaço compreendido entre o apêndice xifoide e a cicatriz umbilical, pressionando - a contra a coluna vertebral. 21 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ➔ A mão esquerda deve apoiar-se sobre a direita para ajudar na compressão. ➔ Difícil nos pacientes obesos e musculosos. ➔ Mais fácil em indivíduos muito magrose nas multíparas. ➔ Hipótese de aneurisma da aorta abdominal ou das artérias ilíacas comuns quando há pulsações visíveis abaixo da cicatriz umbilical. Pulso femoral: ➔ Região inguinocrural, logo abaixo do ligamento inguinal, em sua porção média. ➔ Com o paciente em decúbito dorsal, o médico se posta do lado que será examinado - os dedos indicador, médio e anular - triângulo de Scarpa. Pulso poplíteo: Técnicas: ➔ Paciente em decúbito ventral , o médico se posta à sua direita e,com a mão esquerda, faz leve flexão da perna do paciente para diminuir a tensão do oco poplíteo. Firmando os dedos indicador, médio e anular na face anterior do joelho, o examinador aprofunda o polegar no oco poplíteo e tenta sentir as pulsações da artéria ali situada. ➔ Paciente em decúbito dorsal e com a perna a ser examinada semifletida, o médico se posta ao seu lado, abarcando o joelho com as mãos; fixa os polegares na patela e aprofunda os dedos indicador, médio e anular de ambas as mãos no oco poplíteo. Enquanto os dedos de uma das mãos fazem compressão, os da outra procuram sentir as pulsações da artéria. Pulso pedioso: ➔ Entre o primeiro e o segundo metatarsianos. ➔ O paciente deve permanecer em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho. ➔ O médico fica ao lado do membro a ser examinado ➔ Dedos indicador, médio e anular de uma das mãos; com a outra, fixa o pé do paciente em dorsiflexão. Pulso tibial posterior: ➔ Região retromaleolar interna com o paciente em decúbito dorsal, com leve flexão do joelho . ➔ O médico fica ao lado do membro a ser examinado, sustentando ➔ o calcanhar do paciente com a mão homóloga; com os dedos indicador, médio e anular da mão contralateral, procura sentir as pulsações da artéria na região retromaleolar, fixando o polegar na região maleolar externa. 22 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ____________________________________________________________________________________________ SEMIOLOGIA CARDIOVASCULAR SINAIS E SINTOMAS: ➔ dor cardíaca, ➔ palpitações, ➔ dispneia, ➔ tosse e expectoração, ➔ sibilânda, ➔ Chieira ou chiado ➔ hemoptise, ➔ Desmaio ( lipotimia e síncope), ➔ alterações do sono, ➔ cianose, ➔ edema, ➔ Astenia e ➔ posição de cócoras. EXAME FÍSICO: INSPEÇÃO E PALPAÇÃO: ➔ pesquisa de abaulamento, ➔ análise do ictus cordis ou choque da ponta, ➔ análise de batimentos ou movimentos visíveis ou palpáveis e ➔ pesquisa de frêmito cardiovascular. Ictus cordis : ● Localização ● Extensão ● Mobilidade ● Intensidade e tipo da impulsão (difuso, propulsivo) ● Ritmo ● Frequência. Frêmito cardiovascular: a designação aplicada à sensação tátil determinada por vibrações produzidas no coração ou nos vasos. 3 características: Localização - usando-se como referência as áreas de ausculta; Situação no ciclo cardíaco: frêmitos sistólico, diastólico e sistodiastólico; Intensidade - avaliada em cruzes ( + a ++++). ❖ correspondem aos sopros e a sua ocorrência tem grande importância no raciocínio clínico. AUSCULTA: Focos de ausculta cardíaca: ➔ Os clássicos focos servem como pontos de referência porque, nas regiões correspondentes a eles, encontram-se as informações mais pertinentes às respectivas valvas. 23 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ➔ Não correspondem às localizações anatômicas das valvas que lhes emprestam o nome - a projeção das valvas e dos anéis orovalvares concentra-se na região correspondente à metade inferior do esterno. Focos de ausculta cardíaca: FOCO OU ÁREA MITRAL: 5° espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular corresponde ao ictus cordis ou ponta do coração. alterações de bulhas, estalidos, sopros originados em uma valva mitral estenótica e/ou insuficiente. FOCO OU ÁREA PULMONAR: 2º espaço intercostal esquerdo, junto ao esterno condições ideais para a análise dos desdobramentos -fisiológico ou patológico- da 2a bulha pulmonar. Cumpre notar que os fenômenos acústicos originados nas valvas pulmonares, normais ou lesadas, são audíveis apenas nesta área, pouco ou nada se irradiando para os demais focos. FOCO OU ÁREA AÓRTICA: 2° espaço intercostal direito, justaesternal. No entanto, deve-se estar consciente de que, muitas vezes, o melhor local para perceber os fenômenos acústicos de origem aórtica é a área compreendida entre o 3° e o 4º espaço intercostal esquerdo, nas proximidades do esterno, à qual se dá a denominação de foco aórtico acessório. FOCO OU ÁREA TRICÚSPIDE: corresponde à base do apêndice xifoide, ligeiramente para a esquerda. sopro sistólico indicativo de insuficiência desta valva costumam ser mais percebidos nas proximidades da área mitral. - indispensável auscultar o coração durante a inspiração profunda, com o que se obtém intensificação do sopro se ele for de origem tricúspide. Semiotécnica: ➔ Estetoscópio ➔ Ambiente da ausculta ➔ Posição do paciente e do examinador ● posições deitada, sentada e em decúbito lateral esquerdo ➔ Orientações ao paciente ➔ Escolha do receptor adequado ● deve ser usado o receptor de menor diâmetro receptor de diafragma é mais apropriado para ouvir ruídos de alta frequência, enquanto a campânula capta melhor os ruídos de baixa frequência (p. ex., ruflar da estenose mitral) ➔ Aplicação correta do receptor ➔ Manobras especiais: manobras respiratórias (inspiração ou expiração forçadas), exercício fisico e o uso de medicamentos Objetivos da ausculta: ➔ Bulhas cardíacas, 24 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ➔ ritmo e frequência cardíaca, ➔ ritmos tríplices Alterações das bulhas cardíacas, cliques ou estalidos, sopros, ruído da pericardite constritiva, atrito pericárdico e rumor venoso. Bulhas cardíacas: Primeira bulha B1: ➔ fechamento das valvas mitral e tricúspide componente mitral (M) antecedendo o tricúspide (T) coincide com o ictus cordis e com o pulso carotídeo timbre mais grave - tempo de duração é um pouco maior que B2 "TUM" tem maior intensidade no foco mitral, no qual costuma ser mais forte quea 2a bulha. Segunda bulha B2: ➔ Fechamento das valvas aórtica e pulmonar. ➔ componente aórtico - em toda a região precordial ➔ componente pulmonar - foco pulmonar ➔ no foco aórtico e na ponta do coração-única -componenteaórtico. ➔ o componente aórtico precede o pulmonar. ➔ vem depois do pequeno silêncio, timbre é mais agudo, soa de maneira mais seca -“TA” ➔ mais intensa nos focos da base (aórtico e pulmonar) ➔ crianças-foco pulmonar, ➔ adultos e pessoas idosas-foco aórtico. RITMO E FREQUÊNCIA CARDÍACA: apenas 2 bulhas - ritmo de 2 tempos ou binário: TUM-TA-TUM-TA-TUM-TA audível um 3°ruído-ritmo de 3 tempos ou ritmo tríplice: TUM-TA-TU-TUM-TA-TU-TUM-TA-TU Para determinar a frequência, conta-se 1 min inteiro. Em adultos, o número de batimentos por minuto vai de 60 a 100. Menos de 60 contrações por minuto chama-se bradicardia, e mais de 100, taquicardia. RCR 2T BNF 25 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 INGURGITAMENTO DAS VEIAS JUGULARES: ➔ As veias jugulares tornam-se túrgidas apenas quando o paciente se acha em decúbito; ➔ Ingurgitamento jugular: veias jugulares túrgidas quando o paciente adota a posição semissentada (formando um ângulo de 45° entre o dorso e o leito) ou sentada ➔ Traduz hipertensão venosa no sistema da veia cava superior e aparece quando há compressão desta veia, insuficiência ventricular direita ou pericardite constritiva. EDEMA: ➔ Resultado do aumento do líquido intersticial, proveniente do plasma sanguíneo. ➔ Extracelular ou intersticial ➔ Aumento do peso corporal pode aumentar ➔ Localizado ou generalizado ● No edema generalizado, o acúmulo de líquido não se restringe ao tecido subcutâneo, podendo acumular-se, também, nas cavidades serosas, seja no abdome (ascite), no tórax (hidrotórax), no pericárdio (hidropericárdio) ou na bolsa escrota!. ➔ Depressão: fóvea ➔ Lisa e brilhante quando o edema é recente; longa duração - "casca de laranja” (espessamento com as retrações puntiformes correspondentes aos folículos pilosos) ➔ Causa básica do edema cardíaco: insuficiência ventricular direita por aumento da pressão hidrostática associado à retenção de sódio. ➔ Membros inferiores, pela ação da gravidade → pernas e coxas bilateral, simétrico ➔ Máxima intensidade no período da tarde- edema vespertino diminui ➔ ou desaparece com o repouso noturno. ➔ Com o agravamento da função cardíaca, o edema acomete o corpo todo, inclusive o rosto - anasarca ➔ pacientes acamados - predomínio nas regiões sacral, glútea e parede abdominal . 26 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ___________________________________________________________________________________________ PRESSÃO ARTERIAL 1 Conceituação : Hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma condição clínica multifatorial caracterizada por níveis elevados e sustentados de pressão arterial (PA). -Associa-se frequentemente a alterações funcionais e/ou estruturais dos órgãos - alvo (coração, encéfalo, rins e vasos sanguíneos) e a alterações metabólicas, com consequente aumento do risco de eventos cardiovasculares fatais e não -fatais. ★ LEMBRE- SE: ➔ A pressão ou tensão arterial é um parâmetro fisiológico indispensável na investigação diagnóstica, e o registro dos níveis pressóricos é parte obrigatória do exame clínico. ➔ Deve ser realizada em todas as idades → Quais são os valores normais da pressão arterial? Ao analisar a pressão arterial, percebemos que ela é composta por dois números. O primeiro, que é o maior valor, representa a pressão sistólica, ou seja, a pressão do sangue quando ele é bombeado para o corpo. Já o valor menor é a pressão diastólica e representa a pressão no momento em que o coração relaxa entre um batimento e outro. Esses valores são medidos em milímetros de mercúrio. Uma pressão considerada ideal é aquela que está com valores de 120/80 mmHg. Em pacientes com diabetes e problemas renais, o ideal é que a pressão esteja menor que 130/80 mmHg. Quando os valores atingem mais de 140/90mmHg, dizemos que o paciente está com hipertensão , um problema grave que pode ocasionar infartos, acidentes vasculares encefálicos e insuficiência renal. A hipertensão pode ser 27 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 desencadeada, por exemplo, pela obesidade, sedentarismo, má alimentação, consumo excessivo de sal, tabagismo e alcoolismo. Vale frisar que a pressão arterial pode sofrer variações consideráveis de acordo com o estado do paciente. Entre os fatores que podem alterar temporariamente a pressão arterial, podemos citar a realização de exercícios, fortes emoções, consumo de álcool, dores e a idade. → Como é medida a pressão arterial? A pressão arterial pode ser medida de diversas formas, tais como a técnica auscultatória com uso de esfigmomanômetro de coluna de mercúrio ou aneroide ou ainda aparelhos semiautomáticos digitais. Atualmente, percebe-se mais frequentemente o uso de equipamentos aneroides e semiautomáticos. Apesar de ser relativamente simples, antes de se realizar a medição da pressão arterial, deve ser feita uma avaliação de alguns critérios. Primeiramente, deve-se garantir que o paciente esteja calmo e em um ambiente com temperatura agradável. O recomendado é que ele fique em repouso por pelo menos cinco minutos. Deve-se verificar ainda se o paciente está com a bexiga vazia, não praticou exercícios nas últimas horas e não bebeu bebidas alcoólicas ou café. Além disso, ele não deve ter se alimentado ou fumado na última meia hora. Além dessas recomendações, é importante que o paciente esteja posicionado de maneira adequada. O ideal é que ele esteja sentado, com pernas descruzadas, pés no chão e costas apoiadas no encosto da cadeira. O braço deve ser colocado na altura do coração, o cotovelo deve estar levemente flexionado e a palma da mão deve estar virada para cima. A pressão arteiral é o que mantém o sangue circulando no organismo. É o resultado da equação: Pressão Arterial = Débito Cardíaco X Resistência Vascular Periférica 28 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 O volume de sangue ejetado pela contração dos ventrículos durante determinados períodos é chamado Débito Cardíaco (DC)> O débito cardíaco normal é de 4 a 6 litros no adulto saudável com 70 kg em repouso, este volume é alterado conforme as necessidades metabólicas e de oxigênio do organismo. Sua fórmula é descrita pela seguinte equação: Débito Cardíaco = Volume Sistólico X Frequência Cardíaca Volume Sistólico (VS) ➔ Contratilidade intrínseca do miocárdio: força gerada pelo miocárdio para ejetar o sangue contido em seu interior. ➔ Pré-carga: força de distensão do músculo ventricular, antes de sua excitação e contração. A pré-carga é determinada pela quantidade de sangue contido no interior do ventrículo após a diástole. ➔ Pós-carga: pressão contra a qual os ventrículos precisam ejetar o sangue - resistência periférica total. ❏ Pré-carga → Volume circulante ❏ Contratilidade → Bomba cardíaca ❏ Pós carga → Resistência vascular periférica Pressão Sistólica (intensidade da contração ventricular)⇑ PressãoDiastólica (grau de resistência periférica)⇓ Resistência periférica “Em termos simples, é representada pela constrição dos vasos sanguíneos e está relacionada a pressão diastólica” A resistência periférica depende de alguns fatores, como a ação do sistema nervoso simpático e da influência humoral ( hormônios ) Elasticidade da parede dos grandes vasos 29 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Grande distensibilidade é uma das características dos grandes vasos, principalmente a aorta. A elasticidade das grandes artérias influi decisivamente na pressão sistólica. Diminuição da elasticidade da aorta, como ocorre nas pessoas idosas, resulta em aumento da pressão sistólica sem elevação concomitante da diastólica. Volemia “ É volume de sangue no sistema arterial” A volemia interfere maneira direta e significativa nos níveis das pressões sistólica e diastólica. Exemplo: Redução de Volemia, como desidratação e hemorragias PA↓ Aumento da Volemia, como na glomerulonefrite PA↑ Viscosidade Sanguínea Tem influência pequena, embora participe tanto da determinação da pressão sistólica quanto da diastólica. História da medida Em 1896 o italiano Scipione Riva Rocci descreveu o esfigmomanômetro conhecido hoje. Acoplou uma bolsa de borracha de aproximadamente 5 cm de largura, que envolvia o braço e a altura artéria umeral á uma coluna de mercúrio. Dessa form, foi possível identificar a pressão sistólica com precisão. A técnica auscultatória da medida da pressão arterial foi completada em 1904 quando Nicolai Sergeivich Korotkoff (1847 - 1920) apresentou o método auscultatório. 30 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Fatores de risco: ➔ Idade : relação direta e linear da PA com a idade; ➔ Gênero e etnia: homens e mulheres semelhante, mais elevada nos homens até os 50 anos, invertendo-se a partir da 5a década - cor não - branca ; ➔ Excesso de peso e obesidade; ➔ Ingestão de sal; ➔ Ingestão de álcool; ➔ Sedentarismo; ➔ Fatores socioeconômicos ➔ Genética . Métodos de medida 1. Método Direto Inserção de cateter em artéria que ligado a um transdutor possibilita a determinação da pressão intra-arterial. Método invasivo pouco usado na prática clínica, comum em unidades de terapias intensivas e laboratórios de pesquisa. 2. Método Indireto Apresenta três técnicas diferentes: ● Técnica de fotoplestismogragia; ● Técnica oscilométrica ● Técnica auscultatória Método indireto com técnica Oscilométrica : utiliza a mesma prerrogativa da oclusão do fluxo para determinação da pressão arterial. O equipamento utilizado tem manguito pressurizado como meio de detecção dos pulsos 31 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 oscilométricos, - ondas de oscilação geradas pela passagem do sangue na luz da artéria após a oclusão. Método indireto com técnica auscultatória: o som associado à pressão sistólica é aquele produzido quando a pressão do fluxo sanguíneo consegue suplantar a pressão exercida pelo manguito e ultrapassar o ponto de oclusão. Neste momento a pressão máxima e o coração entra-se na fase de contração, por isso pressão sistólica. O silêncio indica que já não há nenhuma força se opondo à passagem do sangue e o coração se encontra em sua fase de relaxamento, daí pressão diastólica. Equipamentos para medida da pressão arterial: ➔ Manômetro aneroide ➔ Manômetro de coluna de mercúrio ➔ Manômetro digital ● Acessório de borracha A largura da bolsa de borracha deve corresponder a 40%da circunferencia do braço e envolver pelo menos 80% do braço do paciente A bolsa de borracha deve ser posicionadas sem folgas, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital centralizada sobre a artéria braquial. 32 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ● Acessórios de borracha - Pressão sistólica - PS: Pressão mais elevada observada nas artérias durante a fase sistólica do ciclo cardíaco. Aparecimento do primeiro ruído (fase I) 33 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 - Pressão diastólica - PD: Pressão mais baixa detectada na aorta e seus ramos durante a fase diastólica do ciclo cardíaco. Desaparecimento dos sons (fase V). Nos casos em que os ruídos persistirem até o total esvazia- mento da câmara, deve-se considerar a pressão diastólica na fase IV de Korotkoff – abafamento dos sons – e registrar três valores. Exemplo: 150 × 70 × 0 mmHg. 34 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 DESCRIÇÃO DO PROCEDIMENTO DE MEDIDA DA PRESSÃO ARTERIAL 1. Lavar as mãos antes de iniciar 2. Explicar o procedimento ao paciente 3. Certificar-se de que o paciente: a. Não está com a bexiga cheia b. Não praticou exercícios físicos c. Não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos ou fumou até 30 minutos antes da medida. d. Está ou não sentindo alguma dor 4. Deixar o paciente descansar por 5-10 minutos em ambiente calmo com temperatura agradável. 5. Localizar a artéria braquial por palpação. Artéria braquial: Braço em leve flexão: palpar com dedos indicador, médio e anular e sentir pulsações da artéria braquial, medialmente ao ventre/tendão do bíceps, acima da fossa cubital. 6. Colocar o manguito adequado firmemente, cerca de 2 a 3 cm acima da fossa antecubital, centralizando a bolsa de borracha (manguito) sobre a artéria braquial. 7. Manter o braço do paciente na altura do coração 8. Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do manômetro. 9. Palpar o pulso radial, inflar o manguito até o desaparecimento do pulso para estimação do nível da pressão sistólica, desinsuflar rapidamente e aguardar de 14 a 30 segundos antes de inflar novamente. 10. Colocar as olivas do estetoscópio nas orelhas, com a curvatura voltada para frente. 11. Identificar a artéria braquial na fossa cubital e posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre ela evitando compressão excessiva. 35 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 12. Solicitar ao paciente que mantenha o braço relaxado, não levante a cabeça e não fale durante o processo da medida. 13. Inflar rapidamente, de 10 em 10mmHg, até ultrapassar 20 a 30mmHg, o nível estimado da pressão sistólica. 14. Proceder à deflação a velocidadeconstante inicial de 2 a 4mmHg/seg. 15. Após a determinação de PA sistólica (PS), aumentar para 5 a 6mmHg/seg, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente. 16. Determinar a PS no momento do aparecimento do primeiro som (Fase I de Korotkoff) que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação. 17. Determinar a Pressão Diastólica (PD) no desaparecimento do som (Fase V de Korotkoff), exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 a 30mmHg abaixo do último som para confirmar o seu desaparecimento e depois proceder à deflação rápida e completa. 18. Registrar os valores das PS e PD, complementando com a posição do paciente, tamanho do manguito, e o braço em que foi feita a mensuração. Deverá ser registrado sempre o valor da pressão identificado na escala do manômetro, que varia de 2 em 2mmHg, evitando-se arredondamentos e valores terminados em 5. 19. Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas. Orientar para que o paciente faça movimentos de fechar e abrir as mãos para restabelecer adequadamente a circulação local. 20.Lave as mãos novamente ao término. Fatores que influenciam a PA: ➔ Sobrecarga física e emocional; ➔ Fumo; ➔ Consumo de bebidas alcoólicas; ➔ Colocação inadequada do manguito; ➔ Emprego inadequado do estetoscópio; ➔ Local da medida da pressão arterial; ➔ Posicionamento do paciente; ➔ Método auscultatório. 36 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ___________________________________________________________________________________________ SISTEMA LINFÁTICO O sistema linfático é constituído dos vasos linfáticos e do tecido linfoide (linfonodos, tonsilas, baço e timo). Representa uma via auxiliar de drenagem do sistema venoso, de forma que os líquidos provenientes do interstício são devolvidos ao sangue através da circulação linfática, que está intimamente ligada à circulação sanguínea e aos líquidos teciduais. Durante o exame físico geral devem ser avaliados os vasos linfáticos e os linfonodos, boa parte acessíveis à palpação, mesmo quando estão normais e, mais facilmente, quando estão aumentados de volume (linfadenomegalia). 37 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 38 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 EXAME FÍSICO Anamnese ANTECEDENTES PESSOAIS : infecções de pele e tec. subcutâneo, cirurgia ou traumatismos locais – tbc, blastomicose, cromomicose, d. Hodgkin, radioterapia ➔ PROCEDÊNCIA: filariose ➔ CONDIÇÕES MORADIA e TRABALHO ➔ ANTECEDENTES FAMILIARES: linfedema congênito ➔ HÁBITOS HIGIÊNICOS: fungos e bactérias PRINCIPAIS SINAIS E SINTOMAS DAS AFECÇÕES DOS LINFÁTICOS: ➔ EDEMA, LINFANGITE E ADENOMEGALIAS ➔ EDEMA LINFÁTICO: bloqueio ganglionar ou dos coletores linfáticos ● BLOQUEIO GANGLIONAR: metástases neoplásicas edema unilateral, de evolução rápida, todo membro mole – duro, frio, não regride com o repouso ● BLOQUEIO COLETORES LINFÁTICOS: instalação insidiosa, início pelas extremidades duro, não depressível, deformidade, não regride com o repouso ● Sinal de STEMMER: PATOGNOMÔNICO quando positivo não pregueamento da pele do segundo pododáctilo ● ELEFANTÍASE: edema de longa duração produzindo hiperqueratose da pele e lesões verrucosas ➔ LINFANGITE: inflamação de um vaso linfático eritema, dor e edema no trajeto DD com flebite “cordões eritematosos” (erisipela) 39 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ➔ ADENOMEGALIA: aumento de volume de um linfonodo, predominando, do ponto de vista histológico, hiperplasia reacional ● Principais causas: ● Infecções bacterianas: estreptococcias, estafilococcias, sífilis, tbc ● Infecções virais: rubéola, mononucleose ● Neoplasias pp dos linfonodos – doença de Hodgkin ● Metástases neoplásicas ● Fungos – blastomicose, cromomicose ● Parasitas – estrongiloidíase ● “ínguas” – adenomegalias superficiais – cervicais, inguinais, axilares, supraclaviculares ● Proc. Infecciosos agudos: supuração / abscesso INSPEÇÃO: Paciente de pé, a cerca de 2m – de frente, de perfil e de costas ➔ Assimetrias no corpo – aumento de volume ➔ Lesões da pele – hiperqueratose, hiperpigmentação, úlceras, vesículas, micoses superficiais e eritema PALPAÇÃO: ➔ pele – alteração da temperatura, da sensibilidade e da elasticidade ➔ pulsos arteriais ➔ edema ➔ cadeias ganglionares 40 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 PRINCIPAIS GRUPOS GANGLIONARES 41 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 42 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 PALPAÇÃO LINFONODOS DOS GRUPOS GANGLIONARES: Características observadas: tamanho do gânglio, consistência, ponto de flutuação, mobilidade, sensibilidade, coalescência e alterações tróficas da pele. Descrição : À palpação da cadeia ganglionar ___________________ do paciente __________________ mostrou um gânglio palpável, à direita ou à esquerda (quando em cadeias bilaterais), de tamanho _______________ (mm, cm, estrutura do dia a dia), de consistência mole ou dura, com ou sem ponto de flutuação, móvel ou imóvel, doloroso ou indolor, coalescente ou não coalescente, com ou sem alterações tróficas da pele (especificar qual alteração). DOENÇAS DOS LINFÁTICOS: PRIMÁRIAS: Malformações congênitas: higromas císticos e linfedemas primários Neoplasias próprias do sist. linfático – d. Hodgkin SECUNDÁRIAS: Metástases Bactérias e fungos Radioterapia Cirurgia de esvaziamento ganglionar 43 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 EXAMES COMPLEMENTARES ➔ Ultrassonografia ( dúplex scan): A ultrassonografia permite determinar tamanho, forma, textura, vascularização (Doppler), contornos, presença de calcificações e infiltração extralinfonodal. ➔ Tomografia computadorizada e ressonância magnética no estudo do linfedema: A TC utiliza radiação ionizante e apresenta maior sensibilidade para detectar e avaliar linfonodos patológicos quando se utiliza contraste iodado por via venosa. Também permite mapear com precisão a cadeia linfonodal comprometida. ➔ Biopsia de linfáticos: A biopsia para coleta de fragmento é mais acurada (76 a 100%) quando guiada por método de imagem, podendo inclusive evitar a biopsia cirúrgica. Palpação dos linfonodos cervicocervicais: nível I (A e B ), nível III ( C ), nível V (D), bucal, pré-auriculares e parotídeos (E), retroauriculares e occipital (F). 44 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 __________________________________________________________________________________________SINAIS E SINTOMAS NARIZ E SEIOS PARANASAIS, FARINGE, LARINGE e SISTEMA RESPIRATÓRIO EXAME FÍSICO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO 11.05.2020 SISTEMA CARDIOVASCULAR SINAIS E SINTOMAS: dor cardíaca palpitações dispneia tosse e expectoração sibilânda, chieira ou chiado hemoptise desmaio alterações do sono cianose edema / turgência jugular astenia claudicação intermitente SISTEMA RESPIRATÓRIO SINTOMAS E SINAIS: dor torácica tosse expectoração hemoptise vômica dispneia sibilância rouquidão HABILIDADES DO EXAME FÍSICO: INSPEÇÃO, PALPAÇÃO, PERCUSSÃO, AUSCULTA EXAME FÍSICO: INSPEÇÃO paciente sentado e deitado INSPEÇÃO ESTÁTICA: forma do tórax e suas anomalias congênitas ou adquiridas, localizadas ou difusas, simétricas ou não INSPEÇÃO DINÂMICA: 45 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 movimentos respiratórios - características e alterações – FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA PELE: coloração e grau de hidratação CIANOSE - pele, unhas, lábios e na mucosa oral cianose central - transporte insuficiente de 02 até o pulmão ou pela presença de shunt cardíaco direita-esquerda cianose periférica – vasoconstrição – exposição ao frio e débito cardíaco for baixo. PALIDEZ Estado de consciência - estado torporoso devido à narcose pelo C02 / HIPÓXIA - mamas: inspeção e palpação - comparadas quanto ao volume, posição do mamilo e existência de nódulos - sistema muscular - partes ósseas - retrações e abaulamentos difusos ou localizados TIPOS DE TÓRAX: ● tórax chato ou plano ● tórax em tonel ou globoso ● tórax infundibuliforme (pectus excavatum) ● tórax cariniforme (pectus carinatum) ● tórax cônico ou em sino ● tórax cifótico ● tórax cifoescoliótico 46 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 EXAME FÍSICO: INSPEÇÃO: inspeção dinâmica Ortopneia, (aquele paciente que só consegue respirar em pé) taquipneia, bradipneia batimentos das asas do nariz (movimento das aletas nasais) ausência sincronismo entre os movimentos respiratórios (lados diferentes) abdominais e torácicos movimentos respiratórios assimétricos lábios semicerrados durante a expiração (força para eliminar o ar) retrações e tiragem (depressão) movimentos respiratórios paradoxais Tipo respiratório: movimentação do tórax e do abdome pessoas sadias, na posição de pé ou na sentada, quer no sexo masculino quer no feminino - respiração torácica ou costal (movimentação predominantemente da caixa torácica) decúbito dorsal, também em ambos os sexos - respiração predominantemente diafragmática, prevalecendo a movimentação da metade inferior do tórax e do andar superior do abdome. 47 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Ritmo respiratório: ritmos respiratórios anormais - respiração de Cheyne-Stokes, respiração de Biot, respiração de Kussmaul, respiração suspirosa. 48 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Tiragem : Durante a inspiração em condições de normalidade, os espaços intercostais deprimem-se ligeiramente. - face lateral do tórax dos indivíduos longilíneos aumento da pressão negativa, na cavidade pleural, durante a fase inspiratória. obstrução brônquica parênquima correspondente àquele brônquio entra em colapso aumento da pressão negativa daquela área retração dos espaços Intercostais difusa ou localizada, isto é, supraclavicular, infraclavicular, intercostal ou epigástrica (atelectasia subjacente) PALPAÇÃO: ● lesões superficiais - forma, volume e consistência. ● sensibilidade superficial e profunda ● temperatura cutânea, ● edema e enfisema subcutâneos ● fístula broncopleural (tiro, saida de ar) ● Adenomegalias Frêmito toracovocal: ● vibrações das cordas vocais transmitidas à parede torácica ● voz é de tonalidade grave - "trinta e três' ● homens, indivíduos com parede torácica delgada ● mão direita espalmada sobre a superfície do tórax, comparando-se a intensidade das vibrações em regiões homólogas. ● mais acentuado à direita e nas bases ● melhor sensação se obtém quando se coloca apenas a face palmar correspondente ao 2°, 3° e 4° quirodáctilos. as afecções pleurais são "ANTIPÁTICAS" ao FTV 49 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ● derrames pleurais líquidos ou gasosos, por afastarem o pulmão da parede, dificultam a transmissão das vibrações até a superfície, com redução ou mesmo abolição do FTV afecções do parênquima são "SIMPÁTICAS" ao FTV ● condensações pulmonares, desde que os brônquios estejam permeáveis, o FTV torna-se mais nítido, uma vez que a consolidação do parênquima facilita a transmissão da voz PERCUSSÃO : Quatro tonalidades de som : (1) som claro pulmonar ou sonoridade pulmonar nas áreas de projeção dos pulmões; (2) som timpânico no espaço de Traube; (3) som submaciço na região inferior do esterno; ( 4) som maciço na região inframamária direita (macicez hepática) e na região precordial AUSCULTA : método semiológico básico no exame físico dos pulmões. (ouvir o a andrada e saída do som) -máximo de silêncio -posição cômoda do paciente e do médico -o examinador coloca-se atrás do paciente -paciente deve estar com o tórax despido e respirar pausada e profundamente, com a boca entreaberta, sem fazer ruído. - estetoscópio. -se inicia pela face posterior do tórax, passando, a seguir, para as faces laterais e anterior -os limites dos pulmões estão aproximadamente a quatro dedos transversos 50 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 abaixo da ponta da escápula - maneira simétrica AMARELO: TRAQUEAL ROXO: BRONQUICO VERDE: BRONCOVESICULAR VERMELHO: MV SONS OU RUIDOS ANORMAIS DESCONTÍNUOS: Estertores. Os estertores são ruídos audíveis na inspiração ou na expiração, superpondo-se aos sons respiratórios normais. Podem ser finos ou grossos. 1. Os estertores finos ou crepitantes ocorrem no final da inspiração, têm frequência alta, isto é, são agudos, e duração curta. Não se modificam com a tosse. Podem ser comparados ao ruído produzido pelo atrito de um punhado de cabelos junto ao ouvido ou ao som percebido ao se fechar ou abrir um fecho tipo velcro. São ouvidos principalmente nas zonas pulmonares influenciadas pela força da gravidade. 2. Os estertores grossos ou bolhosos têm frequência menor e maior duração que os finos. Sofrem nítida alteração com a tosse e podem ser ouvidos em 51 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 todas as regiões do tórax. Diferentemente dos estertores finos, que só ocorrem do meio para o final da inspiração, os estertores grossos são audíveis no início da inspiração e durante toda a expiração. Roncos e sibilos:Os roncos são constituídos por sons graves, portanto, de baixa frequência, e os sibilos por sons agudos, formados por ondas de alta frequência. Originam-se nas vibrações das paredes brônquicas e do conteúdogasoso quando há estreitamento destes duetos, seja por espasmo ou edema da parede ou achado de secreção aderida a ela, como ocorre na asma brônquica, nas bronquites, nas bronquiectasias e nas obstruções localizadas. Aparecem na inspiração como na expiração, mas predominam nesta última. São fugazes, mutáveis, surgindo e desaparecendo em curto período de tempo. Estridor: O estridor é um som produzido pela semiobstrução da laringe ou da traqueia, fato que pode ser provocado por difteria, laringites agudas, câncer da laringe e estenose da traqueia. Quando a respiração é calma e pouco profunda, sua intensidade é pequena, mas, na respiração forçada, o aumento do fluxo de ar provoca significativa intensificação deste som. Sopros: Quando auscultamos certas regiões do tórax (7a vértebra cervical no dorso, traqueia, região interescapular), podemos perceber um sopro brando, mais longo na expiração que na inspiração. Essa é uma verificação normal. Atrito pleural: Em condições normais, os folhetos viscerais e parietal da pleura deslizam um sobre o outro, durante os movimentos respiratórios, sem produzir qualquer ruído. Nos casos de pleurite, por se recobrirem de exsudato, passam a produzir um ruído irregular, descontínuo, mais intenso na inspiração, com frequência comparado ao ranger de couro atritado. Representa um som de duração maior e frequência baixa, de tonalidade grave, portanto, o que toma fácil 52 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 distingui-lo dos estertores. Para reconhecê-lo, o examinador pode imitá-lo colocando uma das mãos de encontro ao próprio ouvido e atritando-o com a outra mão, com forte pressão.A sede mais comum do atrito pleural são as regiões axilares inferiores, onde os pulmões realizam movimentação mais ampla. O aumento da pressão do receptor do estetoscópio sobre a parede torácica pode tomá-lo mais intenso. FARINGE : Divide-se em três porções: • Superior ou nasal, também chamada nasofaringe ou cavum • Média ou bucal, ou orofaringe, que corresponde à cavidade bucal • Inferior ou laríngea ou laringofaringe SINAIS E SINTOMAS: dor de garganta – odinofagia dispneia: hipertrofias disfagia tosse halitose: caseum LARINGE: SINAIS E SINTOMAS: Dor Dispneia Alterações da voz: disfonias - afonia Tosse Disfagia Pigarro NARIZ E SEIOS PARANASAIS: 53 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 SINAIS E SINTOMAS: Obstrução nasal Corrimento nasal (rinorreia): hipersecreção serosa ou seromucosa, mucopurulenta, purulenta fétida Espirros Alterações do olfato: Diminuição (hiposmia) ou abolição (anosmia) Aumento (hiperosmia) Cacosmia: sentir maus odores Parosmia: consiste na interpretação errônea de uma sensação olfatória. É a perversão do olfato. Ronco: obstáculo à livre passagem da corrente aérea pelas fossas nasais e faringe. - a úvula e o véu palatino vibram durante a passagem do ar inspiratório. Dor: frontal, periorbitária, retroocular,nas eminências malares e nos dentes superiores Alterações da fonação: as fossas nasais atuam, juntamente com as cavidades sinusais paranasais, como caixa de ressonância durante a fonação. voz anasalada ou "rinolalia“ Dispneia: obstrução nasal bilateral Epistaxe ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ 54 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ____________________________________________________________________ ABDOME AGUDO 18.05.2020 ____________________________________________________________________ Quadrante Superior Direito (QSD) O quadrante superior direito (QSD) em uma ordem craniocaudal contém: ● o lobo direito do fígado ● a vesícula biliar 55 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/figado https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/vesicula-biliar Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ● o piloro ● todo o duodeno ● a cabeça do pâncreas ● o rim direito e a glândula adrenal direita ● a flexura hepática do cólon ● a metade direita do cólon transverso ● a porção distal do cólon ascendente 56 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estomago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/duodeno https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/pancreas https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/rins https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ____________________________________________________________________ Quadrante Inferior Direito (QID) ● a maior parte do íleo ● o ceco (cego) e o apêndice cecal (vermiforme) ● a parte proximal do cólon ascendente ● a parte proximal do ureter direito ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ ________________________________ 57 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ileo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/o-ceco-cego-e-o-apendice-vermiforme https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/o-ceco-cego-e-o-apendice-vermiforme https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ____________________________________________________________________ Quadrante Superior Esquerdo (QSE) ● o lobo esquerdo do fígado ● o baço ● ● o estômago ● o jejuno ● ● a parte proximal do íleo ● o corpo e a cauda do pâncreas ● o rim esquerdo e a glândula adrenal esquerda 58 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/figado https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/baco https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/estomago https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/jejuno https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/ileo https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/pancreas Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades MédicasI - HAM1 ● a metade esquerda do cólon transverso ● a flexura esplênica do cólon ● a parte superior do cólon descendente ____________________________________________________________________ Quadrante Inferior Esquerdo (QIE) ● a parte distal do cólon descendente ● ● o cólon sigmoide (parte do intestino grosso) o ureter esquerdo 59 https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/colon https://www.kenhub.com/pt/library/anatomia/intestino-grosso Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 __________________________---------------------------------------------------------_____ HABILIDADES DO EXAME FÍSICO NO SISTEMA DIGESTÓRIO: INSPEÇÃO PERCUSSÃO PALPAÇÃO AUSCULTA 1)ESÔFAGO: SINAIS E SINTOMAS: ● Disfagia: dificuldade para engolir sólidos ou líquidos. ● Odinofagia: dor de garganta, dor hora que o alimento passa. ● Pirose: Queimação na caixa torácica, no retroesternal. ● dor esofágica: dor retroesternal, dor no torácica. ● Regurgitação: volta do conteudo, refluxo. ● Eructação: arroto. ● soluço ● Sialose: excesso de saliva ● Hematêmese: vômito com grande quantidade de sangue ____________________________________________________________________ 2) ESTÔMAGO E DUODENO: SINAIS E SINTOMAS: ● dor ● náuseas e vômitos ● dispepsia: (1) síndrome de desconforto pós-prandial, caracterizada por saciedade precoce e plenitude pós-prandial;(comer de mais, desconforto) (2) síndrome da dor epigástrica, caracterizada por dor e queimação epigástrica. ● Pirose: dor ou sensação de queimação na região retroesternal. EXAME FÍSICO: paciente em decúbito dorsal, relaxado, os braços estendidos ao longo do corpo. INSPEÇÃO: pode ter saliências, pode ter peristaltismo gástrico visível(estômago cresce de tamanho) tumores localizados no epigástrio peristaltismo gástrico visível PALPAÇÃO: superficial e profunda, pode encontrar as vezes:tumores 60 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 (não é possível palpar quase nenhum órgão, só palpável quando está alterado da normalidade) ____________________________________________________________________ 3) INTESTINO DELGADO: função: absorção de nutrientes SINAIS E SINTOMAS: ● diarreia, ● Esteatorreia: fesses com cultura, fesses que fica boiando na água ● dor abdominal, ● distensão abdominal ● flatulência, ● hemorragias digestivas (baixa – ângulo de Treitz, melena) ● Sinais e sintomas gerais: febre, perda de peso, anemia, edema, manifestações carenciais e insuficiência endócrina. DIARREIA: aumento do teor líquido das fezes, frequentemente associado ao aumento do número das evacuações e do volume fecal em 24 h. volume, consistência e aspecto das fezes; frequência das evacuações. ESTEATORREIA: aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes. dejeções volumosas, brilhantes ou lustrosas, com tendência a certo clareamento das fezes, ficam flutuando na água do vaso sanitário. DOR ABDOMINAL: ABDOME AGUDO localização, irradiação, intensidade, modo de início, variações cronológicas, fatores de melhora e de piora e manifestações associadas. Estudar os 5 tipos.. EXAME FÍSICO GERAL: ● Estatura e peso ● Desnutrição ● Redução da massa muscular ● Edema ● Anemia ● Linfadenomegalias EXAME FÍSICO - ESPECÍFICO: INSPEÇÃO: abdomen excavado, abdome com volume aumentado, forma globosa (maior conteúdo líquido e gasoso das alças intestinais, ascite(causa um aumento do abdômen - piparote:para ver o 61 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 momento da onda dos líquidos, som maciço) ou neoplasia). massas abdominais - assimetria notável, abaulamentos localizados, retrações. peristaltismo visível: intestino tenta contrair de forma mais forte. CICATRIZES CIRÚRGICAS PALPAÇÃO: hipotrofia da parede nos casos de desnutrição ou o aumento da tensão nas distensões hidroaéreas das alças intestinais e nas ascites de grande volume. hipertonia associada a inflamações peritoneais localizadas ou generalizadas. palpação superficial bimanual, feita cuidadosamente, pode detectar regiões de maior resistência (defesa abdominal) 62 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 hiperestesia cutânea e dor à descompressão brusca (SINAL DE BLUMBERG) = quadro da irritação peritoneal (aprofundo e solta rápido, dor ao soltar) Paciente com ulcera no estomago, quando ela perfurar, o que pode cair dentro da cavidade abdominal? Pode cair um líquido peritoneal, secreção, contém ácido, quando cai na cavidade abdominal provoca muita dor, inflamatório e inflação. AUSCULTA: O aumento da frequência e da intensidade dos borborigmos (audíveis a distância) = movimentação anormal do conteúdo hidroaéreo intraluminal - oclusão intestinal. aumento da duração do período de ocorrência dos ruídos, modificação do timbre, que adquire tonalidade metálica ou musical. os ruídos hidroaéreos (contém ar e líquido)podem estar diminuídos, ou mesmo abolidos, quando a motilidade gastrintestinal cessa, em resposta reflexa à inflamação peritoneal ou à isquemia da parede intestinal. ____________________________________________________________________ 4) CÓLON, RETO E ÂNUS: SINAIS E SINTOMAS: ● Dor, ● diarreia, disenteria (carrato, secressão), ● mudança no hábito intestinal, ● Obstipação: dificuldade para evacuar ● Enterorragia: presença de sangue vivo misturado com as fezes. ● sangramento anal: após evacuação, doenças do anus. ● prurido anal: coceira ● distensão abdominal, ● náuseas e vômitos: pode ser vomitos de comida, de bile, fezes (vomito fecaloide) ● anemia ● emagrecimento DOR: local da dor - abdominal ou perineal 63 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Perineal: tipo especial de dor – TENESMO: sensação de dor no reto e no períneo, acompanhada do desejo imperioso de defecar. dor intensa, espasmódica, e tem a impressão de que a defecação será abundante, porém, elimina apenas pequena quantidade de fezes ou de muco. DOR: local da dor - abdominal ou perineal Abdominal: aguda ou crônica (secressão, sangue) dor difusa: peritonite – abdome em tábua DIARREIA E DISENTERIA: Diarreia: número aumentado de dejeções (mais de três evacuações por dia), diminuição da consistência fecal e, às vezes, restos alimentares nas fezes. aguda e crônica Disenteria: é uma síndrome na qual, além da diarreia acompanhada de cólicas intensas, as fezes são mucossanguinolentas. Além disso, ocorre tenesmo ao final de cada evacuação. Pode ser de origem amebiana ou bacilar (shigellose). OBSTIPAÇÃO INTESTINAL: Normal: desde três evacuações por dia até uma evacuação a cada 2 dias, ou seja, podem ser normais intervalos de 8 a 48 h entre uma exoneração intestinal e a seguinte. EXAME FÍSICO DO ABDOME: INSPEÇÃO: forma e o volume do abdome e se há movimentos peristálticos visíveis distensão abdominal / abdome escavado 64 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ascite – abdome volumoso, comaspecto globoso ou tipo abdome de batráquio PALPAÇÃO: ● processo agudo e doloroso ou contratura da parede abdominal. ● FID: ceco - consistência ligeiramente elástica e configuração cilíndrica. "sinal do gargarejo“ - percepção de um ruído típico provocado pela compressão e descompressão brusca do órgão. (existência de líquido no interior do ceco) ● FIE: cólon sigmóide - consistência mais firme do que os outros segmentos do intestino ● grosso. ● fecaloma ● “massas” PERCUSSÃO: hipertimpanismo AUSCULTA: RHA ● (1) nos casos de diarreia, há aumento dos ruídos hidroaéreos dos cólons e do intestino delgado; ● (2) no íleo paralítico, provocado por peritonite ou no período pós-operatório imediato, constata-se silêncio abdominal. A ausculta adquire muito valor no seguimento dos pacientes com íleo paralítico, pois a recuperação da função intestinal é reconhecida à medida que o silêncio abdominal vai sendo substituído por ruídos hidroaéreos, indicativos do retorno do peristaltismo. O contrário acontece na diarreia. EXAME PROCTOLÓGICO: quatro etapas: ● Inspeção da região anossacrococcígea, ● Toque retal, ● Anuscopia e ● Retossigmoidoscopia - exame complementar que exige equipamento e preparo especiais. 65 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 INSPEÇÃO: luz e lupa ● tumorações (trombose hemorroidária externa) ● abscessos da região perianal, ● lesões tumorais que prolabam para fora do ânus (pólipo e neoplasias do canal anal), ● fissura anal, ● plicomas, ● condilomas, ● orifício externo de fístula, ● prolapso do reto etc. 66 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 ___________________________________________________________________________________________ SEMIOLOGIA DO APARELHO DIGESTIVO 25.05.2020 1)PÂNCREAS: 67 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 SINAIS E SINTOMAS: Dor: ➔ sintoma mais frequente, processos inflamatórios (pancreatites) branda a muito intensa localização mais comum é nas regiões epigástrica e hipocôndrio esquerdo; ocasionalmente é retroesternal, em geral, irradia para o dorso. ➔ Estreita relação com a ingestão de bebidas alcoólicas descrição clássica: DOR EM FAIXA OU CINTURÃO ➔ Diarreia: insuficiência pancreática - fezes são volumosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, coloração pálida, deixando traços ou camada oleosa sobre a água do vaso sanitário (esteatorreia) ➔ Má absorção – esteatorréia ➔ Diabetes ➔ Hemorragias ➔ Íleo adinâmico, distensão abdominal, sinais de insuficiência pulmonar e insuficiência renal. ➔ Hepatomegalia: concomitância de hepatopatia alcoólica neoplasias do pâncreas com metástase para o fígado (aumento do fígado) ➔ Esplenomegalia: pancreatite crônica e hipertensão portal (aumento do paço) ➔ Ascite: alta concentração em amilase ➔ Derrame pleural: líquido pleural caracteriza-se pelo seu alto teor em amilase, semelhante ao que ocorre na ascite. SINAL DE COURVOISIER: vesícula biliar palpável em paciente ictérico (coloração amarelada) - obstrução prolongada do colédoco terminal (neoplasia da cabeça do pâncreas) Causas: pedras do colecoto (estado melhor) ou tumor do pâncreas (perder peso, emagrecido) EXAME FÍSICO: Órgão de difícil "acesso" ao exame físico, principalmente quando está normal. As neoplasias e os cistos, quando atingem determinado tamanho, podem ser palpados no andar superior do abdome, localizados à direita ou à esquerda da linha mediana, dependendo da porção pancreática acometida. 68 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 Formas agudas graves: Pancreatite necro-hemorragica, formas agudas graves – dois sinais: CULLEN E GREY-TURNER, que correspondem a manchas azuladas nas regiões periumbilical e flancos, respectivamente. não são frequentes - forma necro-hemorrágica 2) FÍGADO E VIAS BILIARES: Figado: localizado no hipocôndrio direito abaixo do rebordo costal (abaixo das costelas) SINAIS E SINTOMAS: Dor: Fígado: CÁPSULA DE GLISSON, quando distendida abruptamente, ocasiona dor contínua localizada no hipocôndrio direito e epigástrio, sem irradiação e que piora com a palpação da região. causa mais comum é a congestão do fígado - insuficiência cardíaca - hepatomegalia dolorosa – hepatite aguda viral e hepatite alcoólica Dor: vias biliares: apresenta-se de duas maneiras: ( 1)CÓLICA BILIAR: com característica de cólica, de início súbito, de grande intensidade, localizada no HD, com várias horas de duração; em geral, o paciente fica inquieto, nauseado, podendo apresentar vômitos - colelitíase. aparecimento de icterícia após episódio de cólica biliar sugere a passagem do cálculo para o colédoco. (2) na COLECISTITE AGUDA , a dor é contínua, localizada no HD, podendo irradiar-se para o ângulo da escápula ou para o ombro direito, via nervo frênico. Acompanha-se de hiperestesia e contratura muscular palpação da região desperta dor (SINAL DE MURPHY) e pode surpreender uma vesícula distendida. DIFERENÇA: no (2) tem uma inflamação da vesícula biliar e na (1) apenas o calculo. Icterícia: coloração amarelada da pele e das mucosas, devida à impregnação dos tecidos por pigmentos biliares tempo de duração, intensidade e evolução (instalação súbita ou gradativa, se aumentou progressivamente ou se está havendo flutuação da intensidade) Prurido: Cor da urina (coluria) e das fezes. Náuseas e vômitos 69 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 EXAME FÍSICO: FÍGADO: Inspeção: ➔ Elevação ou abaulamento na área hepática (quadrante superior direito ou região epigástrica) - grandes nódulos ou massas na superfície. ➔ Lateral e tangencialmente Percussão:limites superior e inferior do fígado - tamanho. SOM MACIÇO (1) identificar o limite ou borda inferior, precedendo e orientando a palpação; (2) determinar a área hepática para biopsia; (3) certificar-se do volume hepático. ➔ limite superior: percussão ao longo da linha hemiclavicular, no nível do 5º EIC direito, identificado pelo som submaciço - musculatura diafragmática sobre a cúpula hepática e é uma transição entre a sonoridade pulmonar e a macicez hepática. ➔ limite ou borda inferior é feita, suavemente, de baixo para cima, na projeção das linhas hemiclavicular e medioesternal, em direção à arcada costocondral. Os pontos de macicez correspondem ao limite inferior do fígado e servem como locais de referência para a palpação. ★ A distância entre o limite superior e o ponto de macicez inferior, mais baixo, corresponde, com boa aproximação, ao tamanho real do fígado. Palpação: elementos de análise à palpação do fígado 70 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 PESQUISA DO REFLUXO HEPATOJUGULAR: ➔ pacientes com cardiopatia, compressão da superfície hepática com a palma da mão - compressão firme e contínua enchimento e turgência da veia jugular externa direita (o paciente deve ter a cabeça voltada à esquerda) ➔ Positivo refluxo hepatojugular - insuficiência ventricular direita. ➔ hepatomegaliaVESÍCULA BILIAR: EXAME FÍSICO Normalmente não é acessível à palpação e só se torna palpável em condições patológicas. vesícula hidrópica. SINAL DE COURVOISIER: vesícula biliar palpável em paciente ictérico sugestiva de neoplasia maligna (cabeça do pâncreas) SINAL DE MURPHY: dor quando é exercida compressão sob o rebordo costal direito, no ponto cístico, durante a inspiração profunda. colelitíase e na colecistite crônica 71 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 PONTO CÍSTICO: 72 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 BAÇO: Localizado no hipocondrio esquerdo EXAME FÍSICO ➔ Região examinada é o quadrante superior esquerdo ➔ Decúbito dorsal ou posição de Schuster ➔ Técnica de palpação ➔ Esplenomegalia: aumento do baço 73 Clara Helena Ferreira Grillo - 1º Período UNIPTAN - Centro Universitário Presidente Tancredo de Almeida Neves, 2020/1 Habilidades e Atividades Médicas I - HAM1 PAREDE ABDOMINAL: HÉRNIAS PERITONITE AGUDA: consequência de alguns quadros de abdome agudo ➔ difusa ou localizada. ➔ processo inflamatório visceral (apendicite, colecistite) ou perfuração de uma víscera oca (úlcera péptica ou doença diverticular da sigmoide), traumatismos abdominais, ou hematogênica, nas septicemias ➔ As bactérias mais comuns: flora intestinal, especialmente a Escherichia coli, e germes anaeróbios, além de estafilococos e estreptococos ➔ QC: dor abdominal, distensão abdominal, ileo paralítico ➔ Palpação: defesa localizada em determinada região, ou generalizada a todo o abdome (abdome em tábua). ➔ SINAL DE BLUMBERG ➔ sinais gerais: toxemia, expressão de sofrimento, palidez da face, nariz afilado ➔ e sinais de desidratação - hipotensão arterial e taquicardia 74