Buscar

Obrigação e Crédito Tributário

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 40 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

1 
 
 
 
 
NÚCLEO DE PÓS GRADUAÇÃO 
 
CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO 
Coordenação Pedagógica – IBRA 
 
 
 
DISCIPLINA 
 
 
 
OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
INTRODUÇÃO .....................................................................................................03 
 
1. A REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS...............................05 
. 
2. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA ........................................................................07 
 
3. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS............................................................................21 
 
4. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA..........................................................................24 
 
4.1 Sujeitos da Obrigação Tributária............................................................25 
5. CRÉDITO TRIBUTÁRIO................................................................................27 
5.1 Suspensão da exigibilidade do crédito tributário.................................27 
5.2 Extinção do crédito tributário.................................................................29 
6. PAGAMENTO INDEVIDO………………………………………………………..34 
7. REFERÊNCIAS.............................................................................................36
3 
 
 
 
 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Prezados alunos, 
 
 
 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação 
dos nossos/ seus alunos. 
 
Nesta primeira apostila introduzimos conceitos pertinentes à Ecologia e 
discorreremos sobre os impactos negativos que acometem o meio ambiente 
principalmente pelas atitudes do ser humano, algumas vezes por necessidade e outras 
por falta de conscientização de que suas ações podem comprometer o futuro da vida 
no planeta. 
 
Trata-se de uma reunião do pensamento de vários autores que entendemos 
serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
4 
 
 
 
 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
Dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
 
1. A REPARTIÇÃO DE COMPETÊNCIAS TRIBUTÁRIAS 
 
Fonte: tudodireito.wordpress.com 
 
Competência tributária é a aptidão para criar tributos em abstrato, por meio de lei, com 
todos os elementos essenciais (hipótese de incidência, sujeito ativo, sujeito passivo, base 
de cálculo, alíquota). Abrange também a aptidão para aumentar, parcelar, diminuir, isentar, 
modificar, perdoar tributos e etc. (princípio de que quem pode o menos pode o mais). 
Normalmente, quem tem competência é o sujeito ativo da relação jurídica tributária, pois 
também têm capacidade tributária ativa (aptidão para cobrá-lo). Mas nada impede que a 
pessoa política, por meio de lei, delegue a capacidade tributária ativa a terceiros, figurando 
este terceiro como sujeito ativo do tributo. Cumpre, inicialmente, consignar que a acepção 
do termo competência tributária não se confunde com poder tributário, ainda que haja 
conexidade entre ambos. Primeiro, porque competência tributária é “a manifestação da 
autonomia da pessoa política que a detém", com suporte no princípio da Federação, 
consubstanciado no art. 1º da Carta Política de 1988, em que cada uma das pessoas 
políticas internas possui autonomia. Segundo, porque o poder tributário. A expressão 
competência tributária pode ser definida como sendo o poder, atribuído pela Constituição 
Federal, observadas as normas gerais de Direito Tributário, de instituir, cobrar e fiscalizar o 
tributo, compreendendo a competência legislativa, administrativa e judicante. Noutras 
palavras, pode-se definir competência tributária como sendo "a parcela do poder de tributar 
6 
 
 
conferida pela Constituição a cada ente político para criar tributos", ou, ainda, “a aptidão para 
criar, in abstracto, tributos". Não destoa o entendimento segundo o qual se conceitua 
competência tributária" como o limite do poder fiscal para legislar e cobrar tributos ". 
 Distribuição da competência tributária 
O poder tributário pode ser repartido entre as diversas pessoas de direito público, as 
quais ficam com competência tributária. Trata-se de uma parcela de poder tributário atribuída 
à pessoa jurídica de direito público, que lhe dá a possibilidade de criar o tributo. A 
competência tributária compreende uma competência legislativa plena. Diante do princípio 
da legalidade tributária, que admite a criação de tributos somente através da lei vemos, 
portanto, que a competência tributária se acha ligada à criação do tributo. A competência 
tributária pode ser: 
 
I. Competência Tributária Privativa: ocorre quando a entidade política que recebe o 
poder de decretar determinado tributo é uma única, não se admitindo que outra 
entidade política atinja tal área, ficando com competência idêntica. Ex: Caso da 
União diante do IPI. 
 
II. Competência Tributária Comum: ocorre quando duas ou mais entidades políticas 
recebem poderes para decretar um mesmo tributo. É o caso do Estado e Município 
diante do imposto sobre a circulação de combustíveis líquidos e gasosos. 
 
III. Competência Tributária Residual: ocorre quando determinada entidade política 
fica com o poder de decretar outros tributos, diferentes dos previstos. É o caso da 
União, que tem competência para decretar “outros impostos”, diferentes dos que 
constam na Constituição. 
 
 Limites constitucionais à competência tributária 
As limitações à competência tributária, previstas nos artigos 9º a 11 do CTN, 
consistem-se em princípios e normas jurídicas, consubstanciadas em vedações 
constitucionais, que têm por objetivo a garantia do cidadão contra o abuso do poder de 
tributar do Estado. Nesse diapasão, cumpre registrar que princípios constitucionais são 
"aqueles que guardam os valores fundamentais da ordem jurídica. Isto só é possível na 
medida em que estes não objetivam regular situações específicas, mas sim desejam 
lançar a sua força sobre todo o mundo jurídico”. São exemplos de princípios albergados 
7 
 
 
pelo ordenamento jurídico pátrio, a saber: o republicano, o federativo, da legalidade, da 
anterioridade, da ampla defesa, dentre outros. Para efeitos do presente estudo, 
consentâneo tecer algumas considerações acerca de princípios tributários expressos que 
constituem limites de índole constitucional à competência tributária. 
 
2. LEGISLAÇÃO TRIBUTÁRIA 
 
 Fichamento Artigos 
Art. 96. A expressão "legislação tributária" compreende as leis, os tratados e as 
convenções internacionais, os decretos e as normas complementaresque versem, no todo 
ou em parte, sobre tributos e relações jurídicas a eles pertinentes. O artigo 96 (CTN), traz as 
fontes do Direito Tributário, estando inclusas as leis, tratados, legislação tributária, conforme 
exposto. Com relação à “legislação tributária”, a mesma faz parte do conjunto das regras 
que tratam dos tributos e das relações jurídicas. Portanto, verifica-se que a legislação 
tributária abrange não só a lei tributária, mas também os tratados e convenções 
internacionais, os decretos e as normas complementares, as disposições constitucionais, os 
convênios interestaduais e outros atos jurídicos inerentes aos tributos e suas relações 
jurídicas. 
 
Art. 97. Somente a lei pode estabelecer: 
 
I - A instituição de tributos, ou a sua extinção; 
 
II - A majoração de tributos, ou sua redução, ressalvado o disposto nos artigos 21, 26, 
39, 57 e 65; 
 
III - A definição do fato gerador da obrigação tributária principal, ressalvado o disposto no 
inciso I do § 3º do artigo 52, e do seu sujeito passivo; 
 
IV - A fixação de alíquota do tributo e da sua base de cálculo, ressalvado o disposto nos 
artigos 21, 26, 39, 57 e 65; 
 
V - A cominação de penalidades para as ações ou omissões contrárias a seus 
dispositivos, ou para outras infrações nela definidas; 
8 
 
 
 
VI - As hipóteses de exclusão, suspensão e extinção de créditos tributários, ou de 
dispensa ou redução de penalidades. 
 
§ 1º Equipara-se à majoração do tributo a modificação da sua base de cálculo, que 
importe em torná-lo mais oneroso. 
 
§ 2º Não constitui majoração de tributo, para os fins do disposto no inciso II deste artigo, 
a atualização do valor monetário da respectiva base de cálculo. 
 
O artigo 97 (CTN), traz a base do direito tributário, versando sob um dos pilares mais 
importantes, o princípio da legalidade, isto é, o tributo só pode ser criado e majorado por lei. 
A constituição prevê a aplicação do princípio da legalidade somente nos casos de criação 
ou majoração do tributo, entretanto, o CTN, no presente artigo, deixa claro que o tributo só 
pode ser criado, majorado, reduzido, extinto, ter sua base de calculou alíquota alteradas, 
somente pela lei. Um exemplo disto, é que a criação de tributo por medida provisória é 
constitucional, pois a mesma tem força de lei. Assim sendo, a medida provisória não pode 
ultrapassar certos limites, como a reserva de lei complementar, que são quatro: 
A 1ª reserva são as normas gerais de direito tributário, na forma do art. 146, CRFB, sendo 
que no direito tributário, as regras gerais estão previstas no CTN que nasceu como lei 
ordinária e foi recepcionado com status de lei complementar. 
A 2ª reserva de lei complementar se aplica aos empréstimos compulsórios, na forma do 
art. 148, CRFB. 
 A 3ª, se aplica ao imposto sobre grandes fortunas, na forma do art. 153, VII, CF. 
 A 4ª se aplica à competência residual, prevista no art. 154, I, CRFB c/c 195, par.4º, 
também da CRFB. Conclui-se que, a medida provisória tem força de lei no direito tributário, 
mas não pode invadir reserva de lei complementar. 
 Art. 98. Os tratados e as convenções internacionais revogam ou modificam a legislação 
tributária interna, e serão observados pela que lhes sobrevenha. Com a relação ao art. 98 
(CTN), o mesmo atribui domínio sob os tratados referentes ao ordenamento interno em 
matéria tributária. É notório que tal regra deve ser interpretada conforme a Constituição, sob 
pena de ferir o pacto federativo. Art. 99. O conteúdo e o alcance dos decretos restringem-se 
aos das leis em função das quais sejam expedidos, determinados com observância das 
regras de interpretação estabelecidas nesta Lei. O dispositivo do art. 99 (CTN), aduz sobre 
9 
 
 
a regra geral prevista no direito brasileiro, que deixa claro a vedação da existência de outros 
decretos autônomos. 
Art. 100. São normas complementares das leis, dos tratados e das convenções 
internacionais e dos decretos: 
 
I - Os atos normativos expedidos pelas autoridades administrativas; 
 
II - As decisões dos órgãos singulares ou coletivos de jurisdição administrativa, a que a 
lei atribua eficácia normativa; 
 
III - As práticas reiteradamente observadas pelas autoridades administrativas; 
 
IV - Os convênios que entre si celebrem a União, os Estados, o Distrito Federal e os 
Municípios. 
 
Parágrafo único. A observância das normas referidas neste artigo exclui a imposição de 
penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do valor monetário da base de 
cálculo do tributo. No que tange ao art. 100 (CTN), o mesmo se refere as normas 
complementares que integram a legislação tributária e as exigências para com os 
contribuintes. No inciso I, confirmam que os atos normativos são fontes do direito tributário 
e também utilizados para regulamentar os tributos aduaneiros. No inciso II do mesmo 
dispositivo, é aplicado também o inciso anterior. O inciso presente diz respeito as decisões 
administrativas, as mesmas são fonte do direito tributário e podem ser utilizadas como forma 
de aplicação da norma e do direito tributário. No inciso III, verificamos que o costume é fonte 
do direito tributário. Entretanto, não é acalentado por muitos, que defendem que o costume 
não deveria ser fonte do direito tributário, pois está vinculado a lei como princípio 
fundamental. Já o inciso IV, assinala sobre o convênio, que consiste na deliberação dos 
entes federados, é fonte do direito tributário, devendo ser respeitado como tal. Porém, não 
possui competência para invadir ou violar o princípio da legalidade. 
No Parágrafo único, versa sobre as normas referidas no renomado artigo, exclui a 
possibilidade de imposição de penalidades, a cobrança de juros de mora e a atualização do 
valor monetário da base de cálculo do tributo. 
 
Artigos Constituição Federal: 
10 
 
 
 
Art. 59. O processo legislativo compreende a elaboração de: 
 
I - Emendas à Constituição; 
 
II - Leis complementares; 
 
III - Leis ordinárias; 
 
IV - Leis delegadas; 
 
V - Medidas provisórias; 
 
VI - Decretos legislativos; 
 
VII - Resoluções. 
 
Parágrafo único. Lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração e 
consolidação das leis. O art. 59, (C. F.), dispõe sob as regras básicas do processo legislativo 
federal, perante a sua competência, que são de criação das normas expostas por ele e as 
emendas, que são as alterações permitidas pelo nosso ordenamento. O dispositivo em si, 
deve ser absorvido compulsoriamente pelos Estados-Membros e em todo ordenamento 
brasileiro. Art. 62. Em caso de relevância e urgência, o Presidente da República poderá 
adotar medidas provisórias, com força de lei, devendo submetê-las de imediato ao 
Congresso Nacional. 
 
§ 1º É vedada a edição de medidas provisórias sobre matéria: 
 
I – Relativa a: 
 
a) Nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral; 
 
b) Direito penal, processual penal e processual civil; 
 
11 
 
 
c) Organização do Poder Judiciário e do Ministério Público, a carreira e a garantia de 
seus membros; 
 
d) Planos Plurianuais, diretrizes orçamentárias, orçamento e créditos adicionais e 
suplementares, ressalvado o previsto no art. 167, § 3º; 
 
II – Que vise a detenção ou sequestro de bens, de poupança popular ou qualquer outro 
ativo financeiro; 
 
III – Reservada a lei complementar; 
 
IV – Já disciplinada em projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional e pendente de 
sanção ou veto do Presidente da República. 
 
§ 2º Medida provisória que implique instituição ou majoração de impostos, exceto os 
previstos nos arts. 153, I, II, IV, V, e 154, II, só produzirá efeitos no exercício financeiro 
seguinte se houver sido convertida em lei até o último dia daquele em que foi editada. 
 
§ 3º As medidas provisórias, ressalvado o disposto nos §§ 11 e 12 perderão eficácia, 
desde a edição, se não forem convertidas emlei no prazo de sessenta dias, prorrogável, nos 
termos do § 7º, uma vez por igual período, devendo o Congresso Nacional disciplinar, por 
decreto legislativo, as relações jurídicas delas decorrentes. 
 
§ 4º O prazo a que se refere o § 3º contar-se-á da publicação da medida provisória, 
suspendendo-se durante os períodos de recesso do Congresso Nacional. 
 
§ 5º A deliberação de cada uma das Casas do Congresso Nacional sobre o mérito das 
medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos 
constitucionais. 
 
§ 6º Se a medida provisória não for apreciada em até quarenta e cinco dias contados de 
sua publicação, entrará em regime de urgência, subsequentemente, em cada uma das 
Casas do Congresso Nacional, ficando sobrestadas, até que se ultime a votação, todas as 
demais deliberações legislativas da Casa em que estiver tramitando. 
12 
 
 
 
§ 7º Prorrogar-se-á uma única vez por igual período a vigência de medida provisória que, 
no prazo de sessenta dias, contado de sua publicação, não tiver a sua votação encerrada 
nas duas Casas do Congresso Nacional. 
 
§ 8º As medidas provisórias terão sua votação iniciada na Câmara dos Deputados. 
 
§ 9º Caberá à comissão mista de Deputados e Senadores examinar as medidas 
provisórias e sobre elas emitir parecer, antes de serem apreciadas, em sessão separada, 
pelo plenário de cada uma das Casas do Congresso Nacional. 
 
§ 10. É vedada a reedição, na mesma sessão legislativa, de medida provisória que tenha 
sido rejeitada ou que tenha perdido sua eficácia por decurso de prazo. 
 
§ 11. Não editado o decreto legislativo a que se refere o § 3º até sessenta dias após a 
rejeição ou perda de eficácia de medida provisória, as relações jurídicas constituídas e 
decorrentes de atos praticados durante sua vigência conservar-se-ão por ela regidas. 
 
§ 12. Aprovado projeto de lei de conversão alterando o texto original da medida provisória, 
esta manter-se-á integralmente em vigor até que seja sancionado ou vetado o projeto. 
 
Em síntese, o art. 62 (C. F.), aduz sobre as medidas provisórias, em casos de urgência 
propostas pelo (a) Presidente da República, depende de inúmeros aspectos, pois deve ser 
feita uma minuciosa observância dos pressupostos constitucionais da urgência e da 
relevância. Com relação a sua urgência e relevância, estarão sujeitos ao controle do Poder 
Judiciário, pois deve o mesmo impedir que o Presidente da República, ao editar estas 
medidas provisórias, cometa excesso de poder ou abuso institucional. Assim sendo, é de 
competência do Poder Judiciário, impedir o exercício compulsivo desse poder estipulado ao 
Presidente da República, de editar medida provisória no ordenamento brasileiro, visto que, 
podem gerar graves distorções no modelo político e também sérias divergências que 
comprometam a integridade do princípio constitucional da separação de poderes. 
 
Art. 146. Cabe à lei complementar: 
 
13 
 
 
I - Dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária, entre a União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
 
II - Regular as limitações constitucionais ao poder de tributar; 
 
III - Estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre: 
 
a) Definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos 
discriminados nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e 
contribuintes; 
 
b) Obrigação, lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários; 
 
c) Adequado tratamento tributário ao ato cooperativo praticado pelas sociedades 
cooperativas. 
 
d) Definição de tratamento diferenciado e favorecido para as microempresas e para as 
empresas de pequeno porte, inclusive regimes especiais ou simplificados no caso do 
imposto previsto no art. 155, II, das contribuições previstas no art. 195, I e §§ 12 e 13, e da 
contribuição a que se refere o art. 239. 
 
Parágrafo único. A lei complementar de que trata o inciso III, d, também poderá instituir 
um regime único de arrecadação dos impostos e contribuições da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, observado que: 
 
I - Será opcional para o contribuinte; 
 
II - Poderão ser estabelecidas condições de enquadramento diferenciadas por Estado; 
 
III - O recolhimento será unificado e centralizado e a distribuição da parcela de recursos 
pertencentes aos respectivos entes federados será imediata, vedada qualquer retenção ou 
condicionamento; 
 
14 
 
 
IV - A arrecadação, a fiscalização e a cobrança poderão ser compartilhadas pelos entes 
federados, adotado cadastro nacional único de contribuintes. 
 
Art. 146-A. Lei complementar poderá estabelecer critérios especiais de tributação, com o 
objetivo de prevenir desequilíbrios da concorrência, sem prejuízo da competência de a 
União, por lei, estabelecer normas de igual objetivo. O art. 146 (C. F.), assinala poderes 
inerentes da lei complementar sobre os tributos em nosso ordenamento brasileiro, sendo 
que os mesmos devem primeiramente respeitar a lei ordinária, pois a mesma possui força 
maior e as leis complementares derivam da mesma. Ou seja, este dispositivo deixa de 
maneira bem clara os limites que a lei complementar pode versar. Uma observação 
importante, no inciso III, alínea A, sobre prescrição e decadência, foi considerado 
inconstitucional pela Súmula vinculante nº 8, pelo fato de que o Ente Tributante estaria tendo 
um prazo diferenciado dos outros entes, prejudicando dessa maneira o contribuinte. 
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à 
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 
I - Exigir ou aumentar tributo sem lei que o estabeleça; 
 
Sobre o disposto no art. 150, I (C. F.), refere-se que o Estado não pode legislar abusando 
de seus poderes, pois todas as normas emanam do Poder Público. Sendo assim, tratando-
se ou não de matéria tributária, os Estados devem se ajustar à cláusula que dispõe sua 
dimensão material, respeitando sempre os mesmos, proporcionando aos seus cidadãos 
normas justas a sociedade. 
 
 Fichamento Textos 
 
Embora seja formalmente uma lei ordinária o Código Tributário Nacional (CTN) foi 
recebido pela Constituição de 1988 com o status de lei complementar. A lei complementar 
tem a finalidade de servir de guia para normas gerais, ou seja, devem orientar as normas 
que lhe devam obediência. É a Constituição quem define qual o campo reservado à lei 
complementar, sendo o residual para as leis ordinárias. Pode-se concluir que não há 
hierarquia entre a lei ordinária e a lei complementar. 
15 
 
 
É a Constituição que prevê as hipóteses em que deva ser editada a lei complementar, 
contudo pode acontecer que esta seja empregada indevidamente para tratar de matéria que 
não lhe compete. Na Constituição ainda é previsto normas específicas a respeito de 
tributação. Contudo diferente daquilo que se têm pretendido, em vez de fortalecer as 
garantias do contribuinte, estas previsões enfraquece a supremacia constitucional, uma vez 
que tantas e tão flagrantes são as violações da ordem jurídica praticadas pelo próprio Estado. 
Neste sentido, as violações existentes trazem ao contribuinte a ideia de que a lei é apenas 
um instrumento de opressão, porque não se mostra eficaz para conter os abusos da 
autoridade. São tantos os exemplos que podem ser citados, de abusos do poder estatal 
praticados pela via legislativa, que ninguém mais pode ter dúvida quanto à insuficiência do 
princípio da legalidade como garantia do contribuinte. O legislador por vezes submete-se às 
pressões do governo, que dispõe numerosos instrumentos para exercer influência sobre o 
parlamento e passa inclusive a legislar. 
A extrema facilidade com que são alteradas as normas da constituição é um exemplo de 
desintegração dos fundamentos jurídicos da ordem constitucional, como as emendas que 
aos poucosalteram completamente a Constituição. Para reduzir a limites toleráveis as 
práticas abusivas de autoridades, necessário se torna a responsabilidade pessoal do agente 
público, que age de modo irresponsável lesionando direitos individuais por não sofrer 
nenhuma consequência de seu ato ilícito, não obstante esteja este legalmente definido como 
crime. Como forma ainda de garantir a estabilidade das relações jurídicas, o princípio da 
irretroatividade há de ser universal. E se, excepcionalmente, o legislador pretender 
disciplinar fatos já ocorridos, terá de respeitar o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a 
coisa julgada. Não obstante a importância do princípio da irretroatividade das leis, esse 
princípio tem sido frequentemente amesquinhado pelo fisco. E o Poder Judiciário nem 
sempre tem sabido amparar o direito do contribuinte, admitindo às vezes a prevalência da 
interpretação literal que reduz significativamente a sua utilidade. 
Geralmente a lei tributária que é declarada inconstitucional é lei mais gravosa. Sua 
retirada do ordenamento jurídico, assim, favorece o contribuinte com uma redução do ônus 
tributário. Essa irretroatividade, que há de ser garantida, abrange, os atos estatais que 
impliquem aplicação de qualquer norma a fatos do passado, e da qual decorra um detrimento 
para o cidadão. Isto, porém, não quer dizer que seja sempre assim. Uma decisão judicial 
deve ser interpretada tendo-se em vista a questão posta em apreciação. Assim, somente 
quando seja colocada perante o Supremo Tribunal Federal a questão dos efeitos retroativos 
prejudiciais ao contribuinte que vinha cumprindo a lei declarada inconstitucional é que se 
16 
 
 
terá uma decisão que vai definir essa questão. É hoje praticamente pacífica a ideia segundo 
a qual o ato administrativo em geral deve ser motivado. 
Em nosso Sistema Tributário prevalece o princípio da estrita legalidade. Entretanto, em 
relação a alguns impostos a Constituição Federal atribui certa margem de liberdade à 
Administração, para alterar as respectivas alíquotas, como os impostos sobre o comércio 
exterior. Via de regra, cada redução, ou aumento, tem de ser objetivamente justificado. Não 
basta que o ato do Poder Executivo diga que a redução, ou o aumento, se faz para atender 
aos objetivos da política cambial e do comércio exterior, pois esta justificativa para nada 
serve, somente para evidenciar mais uma vez, o exercício arbitrário do poder de tributar, 
como ocorre com a contribuição de melhoria. 
 
 Relatório Questionamentos 
 
O direito tributário possui fontes materiais e formais, sendo que esta última se divide em 
primária e secundária. As fontes formais primárias do direito tributário são aquelas que 
instituem ou majoram tributos, inovando no ordenamento jurídico brasileiro, tais como a 
Constituição Federal, Emendas Constitucionais, leis complementares, leis ordinárias, entre 
outros. Já as fontes formais secundárias não alteram o ordenamento jurídico, mas sim 
regulamentam a cobrança de tributos, proporcionando a devida execução das fontes 
primárias. São exemplos de fontes formais secundárias os Decretos Executivos, 
Regulamentos, Instruções Normativas, Ordens de Serviço, entre outras. É necessário 
esclarecer a diferença entre Lei e legislação, são duas palavras que não se confundem. 
Segundo a doutrina de Hugo Brito Machado, a palavra “lei” possui um significado no sentido 
material e formal. Neste, lei é o ato jurídico emitido pelo poder legislativo, que tem 
competência para este tipo de ato, não abrangendo outros atos normativos, este é o sentido 
restrito. E naquele, lei é todo conjunto de atos normativos pertinentes à legislação tributária, 
independendo da competência de cada ato. 
O Código Tributário Nacional adota o sentido restrito conforme o seu artigo 96, tratando 
a lei como ato do poder legislativo, não abrangendo o nome “lei” aos demais atos normativos 
de outras competências, como os decretos, instruções normativas, ajustes, e etc. Este 
conjunto de atos normativos são os que versam sobre o direito tributário, inclusive as leis, 
compõe a legislação tributária. A Lei Complementar é de grande importância ao direito 
tributário, visto que este ato é o instrumento pelo qual a Constituição determinou que várias 
matérias serão reguladas. A doutrina diverge quanto à função da Lei Complementar no 
17 
 
 
ordenamento jurídico brasileiro. Para Leandro Pausen[1] só é matéria de lei complementar 
aquilo que a Constituição Federal assim define: “A Constituição elenca, expressamente, as 
matérias cuja disciplina se dará em caráter complementar à Constituição através de veículo 
legislativo próprio que exige quórum qualificado: a lei complementar. [...] O eventual 
tratamento de certa matéria por lei complementar não impõe, daí para diante, a utilização de 
tal veículo legislativo. Se a Constituição não exige lei complementar, a lei ordinária pode 
validamente dispor sobre a matéria, de modo que a lei complementar que a discipline terá 
nível de lei ordinária e será, pois, revogável por lei ordinária”. “Pode-se, pois, conceituar lei 
complementar como sendo veículo normativo de caráter nacional, destinado a disciplinar 
matéria a ela conferida com exclusividade pela Constituição Federal (requisito material), a 
ser aprovada por quórum qualificado (requisito formal) ”. 
Já Hugo de Brito Machado[3] defende que lei complementar, elaborada por quórum 
especial, disporá sobre a elaboração das leis mesmo em matérias não reservadas pela 
Constituição: Respeitáveis juristas têm sustentado que só é lei complementar aquela que 
trata de matérias a ela reservadas pela Constituição. Se tratar de matéria não reservada pela 
Constituição a essa espécie normativa será ela, nesse ponto, uma lei ordinária. Essa tese é 
equivocada e resulta da importação indevida de doutrina estrangeira. [...] Entre nós a 
situação é diversa. Nossa Constituição não define as leis complementares, nem diz que 
estas estão reservadas a determinadas matérias. Não contém norma dizendo que são leis 
complementares aquelas que tratem das matérias que indica. Diversamente, nossa 
Constituição coloca a lei complementar como uma espécie normativa, no rol de seu art. 59, 
e as caracteriza pela exigência de quórum especial para sua aprovação (art. 69). Além disto, 
estabelece que "lei complementar disporá sobre a elaboração, redação, alteração, e 
consolidação das leis" (art. 59, parágrafo único). De acordo com os preceitos constitucionais 
é correto afirmar que a lei complementar possui rigidez menor em relação às Emendas e 
maior em relação ao restante da legislação tributária, possuindo um papel fundamental de 
regular matérias constitucionais. Sempre houve grandes discussões em relação à 
competência das Medidas Provisórias para instituir ou majorar tributos. Conforme preceitua 
o artigo 62 da Constituição Federal, as Medidas Provisórias têm força de Lei Ordinária, tendo 
então competência constitucional para instituir e majorar tributos. Ives Gandra da Silva 
Martins tem o entendimento que a Medida Provisória é instrumento competente para instituir 
e majorar os tributos que o § 1º do artigo 150 da Constituição Federal indica, sendo 
compatíveis neste sentido, a urgência. As medidas provisórias só não podem editar matérias 
reservadas à lei complementar. 
18 
 
 
Em regra, não existe supremacia de leis ordinárias federais em relação às estaduais e 
municipais porque cada esfera tem competências diferentes, não podendo nenhuma esfera 
invadir a da outra conforme a Constituição Federal estabelece nos artigos 145 a 149-A. Esta 
é a competência legislativa horizontal. Existe a exceção de competência legislativa vertical 
no caso da competência concorrente estabelecida no artigo 24 da Constituição federal. De 
grande importância é o princípio da estrita legalidade, preceituado no artigo 150 da 
Constituição Federal e reforçado no artigo 97 do Código TributárioNacional. Segundo a 
doutrina de Leandro Pausen, a legalidade geral é a que consta no artigo 5º, inciso II da 
Constituição Federal sobre ninguém ser obrigado a fazer ou deixar de fazer algo senão em 
virtude de lei. E a legalidade tributária agrega à garantia o conteúdo de instituição e 
majoração de tributos. 
Sobre o tema, Leandro Pausen leciona que: “A legalidade tributária exige que os tributos 
sejam instituídos não apenas com base em lei ou por autorização legal, mas pela própria lei. 
Só à lei é permitido dispor sobre os aspectos da norma tributária impositiva: material, 
espacial e temporal, pessoal e quantitativo. A legalidade tributária implica, pois, reserva 
absoluta de lei, também designada de legalidade estrita”. A estrita legalidade para majorar e 
instituir tributos é importante devido à grande complexidade e alta relevância social do direito 
tributário, tendo esta matéria que passar por todo processo legislativo, a segurança de que 
os outros princípios constitucionais estão sendo respeitados é maior. 
 
 Tributos 
 
O caráter pecuniário é sim um requisito inafastável para a configuração do fenômeno 
tributário, pois não há como estabelecer associação entre tributo e a obrigação que não seja 
pecuniária, isto é, sem recebê-la em moeda corrente, pois o tributo só pode ser recebido 
nestes termos. O art. 3º (CTN), ressalta sobre a prestação pecuniária e também se utiliza da 
seguinte expressão “em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir”, sendo que as duas 
expressões falam sobre a mesma coisa, tornando-se redundante o artigo citado. Entretanto, 
com relação ao pagamento do valor devido de tributo, de acordo com o art. 156, XI (CTN), o 
mesmo pode ser pago em dação em pagamento de bens imóveis, correspondentes ao valor 
do débito. Com relação a prestação compulsória, isto é, a mesma não é uma condição com 
brecha para aceitá-la ou não, é sim uma obrigação que deve ser paga, sem discussões. Em 
outras palavras, a prestação compulsória não é contratual, voluntária ou facultativa e sim 
uma obrigação. Com relação ao direito tributário, o mesmo pertence a seara do direito 
19 
 
 
público, dando guarida à imposição unilateral de obrigações, independentemente da 
anuência do obrigado. A prestação pecuniária é dotada de compulsoriedade, traduz o tributo 
em receita derivada, cobrado pelo Estado, com intuito de acarretar recursos do patrimônio 
do particular para o do Estado. 
O tributo é obrigação elege, pois, sua prestação é prevista por meio de lei e não da 
vontade das partes, somente a mesma possui poderes para criar os tributos, imunizar os 
Contribuintes ou isentá-los do cumprimento da prestação. A obrigação mencionada, nasce 
pela simples realização do fato descrito na hipótese de incidência prevista em lei, assim a 
legalidade faz reaparece no caráter pecuniário do tributo e sua compulsoriedade, sendo os 
mesmos, dela decorrentes. 
 
 Parecer Jurídico 
 
É pacificado o entendimento que os impostos, taxas e contribuições de melhoria são 
espécies tributárias, sendo previstos na Constituição Federal e no Código Tributário 
Nacional. Como regra, os impostos, taxas e contribuições de melhoria são tributos de 
arrecadação não vinculada, ou seja, o arrecadado pode ser livremente usado, conforme 
dispuser a lei orçamentária do ente tributante, neste caso inexiste previa determinação de 
vínculo entre a receita e a despesa. Por outro lado, são tributos vinculados apenas as taxas 
e contribuições de melhoria, pois o fato gerador destes vincula-se a determinado tipo de 
atividade estatal em prol do constituinte. 
As taxas são instituídas em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, 
efetiva ou potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte 
ou postos a sua disposição (art. 145, II, CF). E as contribuições de melhoria são decorrentes 
de obras públicas (art. 145, II, CF). Os impostos, diferentemente, são tributos não vinculados, 
pois o fato gerador em nada se relaciona com qualquer atividade estatal em prol ao 
contribuinte. A Constituição Federal disciplinou detalhadamente a competência da União, 
Estados, Municípios e do Distrito Federal para legislar em matéria tributária, não podendo 
nenhuma esfera ferir a competência de outra. O Código Tributário Nacional reforça esta 
questão da competência tributária nos artigos 6º ao 8º. A doutrina classifica a competência 
tributária em comum ou compartilhada, privativa, cumulativa ou múltipla, residual, 
extraordinária e especial. 
Competência comum ou compartilhada (artigo 145, II e III CF) é a competência que a 
União, Estados, Distrito Federal e Municípios têm para criar taxas e contribuições de 
20 
 
 
melhoria. É comum porque todos os entes têm competência para instituir, entretanto deve 
ser de acordo com suas atribuições. Esta competência está relacionada com tributos 
vinculados, ou seja, taxas e contribuições de melhoria são tributos contraprestacionais, ou 
seja, vinculados a um fim específico. Competência privativa (artigos 153, 155 e 156 CF) é a 
competência que a Constituição atribui a determinado ente federativo através de um rol 
taxativo. No artigo 153 está determinada a competência da União para instituir impostos 
sobre importação de produtos estrangeiros, exportação para o exterior, de produtos 
nacionais ou nacionalizados, renda e proventos de qualquer natureza, produtos 
industrializados, operações de crédito, câmbio e seguro ou relativas a títulos ou valores 
mobiliários, propriedade territorial rural e grandes fortunas. 
No artigo 155 está determinada a competência dos Estados e Distrito Federal para 
instituir impostos sobre transmissão causa mortis e doação, de quaisquer bens ou direitos, 
operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações e as 
prestações se iniciem no exterior e propriedade de veículos automotores. No artigo 156 está 
determinada a competência dos Municípios para instituir impostos sobre propriedade predial 
e territorial urbana, transmissão "Inter vivos", a qualquer título, por ato oneroso, de bens 
imóveis, por natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, exceto os de 
garantia, bem como cessão de direitos a sua aquisição e serviços de qualquer natureza. 
Competência cumulativa ou múltipla é a competência que trata o artigo 147 da Constituição 
Federal em que compete à União, em território federal, os impostos estaduais e se o 
Território não for dividido em Municípios, cumulativamente, os impostos municipais. E 
também cabe ao Distrito Federal a competência sobre impostos municipais. Competência 
residual (artigo154, I, e art. 195, § 4º, CF) é a competência que somente a União tem, de 
instituir novos impostos com fato gerador e base de cálculo novos, diversos daqueles que a 
Constituição definiu. Este ato deve se dar mediante Lei Complementar e respeitando os 
princípios da anterioridade e noventena. 
Competência extraordinária (artigo 154, II, e art. 76, CTN) é a competência que somente 
a União tem para instituir impostos na iminência ou caso de guerra externa, compreendidos 
ou não em sua competência tributária. Vale lembrar que estes impostos serão 
gradativamente suprimidos ao cessar as causas da sua criação. Competência especial 
(artigos 148, 149 e 149-A) é a competência atribuída à União para instituir o empréstimo 
compulsório e as contribuições para fiscais (contribuições sociais, contribuições de 
intervenção no domínio econômico e contribuições de interesses das categorias profissionais 
21 
 
 
ou econômicas). Também a competência atribuída aos Municípios e ao Distrito Federal para 
instituir contribuição para o custeio do serviço de iluminação pública. No artigo 149, § 1º da 
CF há uma exceção à regra da exclusividade prevista no caput, autorizando a instituição 
pelos Estados, DistritoFederal e Municípios de contribuição social para custear a previdência 
social dos seus próprios servidores. 
 
 
3. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS 
 
A Constituição Federal estabelece as seguintes espécies tributárias Art. 145. A União, os 
Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão instituir os seguintes tributos: 
I - Impostos; 
II - Taxas, em razão do exercício do poder de polícia ou pela utilização, efetiva ou 
potencial, de serviços públicos específicos e divisíveis, prestados ao contribuinte ou postos 
a sua disposição; 
III - contribuição de melhoria, decorrente de obras públicas. O Código Tributário Nacional, 
em seu artigo 5º, instituído pela Lei Ordinária nº 5.172/1966, recepcionado pela nova ordem 
constitucional com eficácia de Lei Complementar, ao prever as espécies tributárias 
estabelece que os tributos são impostos, taxas e contribuições de melhoria. 
Já a doutrina e a jurisprudência estão muito distantes de chegar a um consenso sobre 
quais e quantas são as espécies tributárias. Embora, como já visto, a Constituição Federal 
e o Código Tributário Nacional só façam menção a três espécies tributárias, os estudiosos 
discutem a existência de duas, três, ou ainda, quatro ou cinco espécies tributárias. A primeira 
corrente sustenta a Teoria Bipartida, argumentando que os tributos se dividem em Impostos 
e Taxas. Para os que defendem essa teoria, as contribuições de melhoria, as contribuições 
sociais e os empréstimos compulsórios revestem-se em forma de imposto ou de taxa. O 
tributarista Alfredo Augusto BECKER defendia essa tese: No plano jurídico, todo e qualquer 
tributo pertencerá a uma dessas duas categorias: imposto ou taxa. A serena análise 
científico-jurídica, em cada caso singular, revelará que inexiste terceira categoria ou 
categoria mista. Os chamados “tributos para-fiscais”, “contribuições de melhoria”, 
“empréstimos compulsórios” e “monopólios fiscais”, ao serem dissecados pelo método 
científico-jurídico (não pelos tradicionais “métodos” híbridos que confundem os critérios e 
conceitos da Ciência das Finanças Públicas com os do Direito Tributário), desnudam-se da 
22 
 
 
“camouflage” político-fiscal ou histórico-filosófica ou simplesmente retórico-acadêmica e 
mostram-se verdadeiros impostos ou taxas. (BECKER, 1998, p.381) 
No mesmo sentido, lecionam Alberto Xavier, Pontes de Miranda e Rubens Gomes de 
Souza. A segunda corrente defende a Teoria Tripartida, ou seja, afirma a existência de 
apenas três espécies tributárias. Para essa corrente, os tributos se dividem em impostos, 
taxas e contribuições de melhoria. Assim, ensina Roque Antônio CARRAZA: Realmente, 
nossa Lei Maior está comprometida com uma classificação jurídica dos tributos. É ela que, 
em seu art.145, confere, às pessoas políticas, competências para que criem impostos, taxas 
e contribuições de melhoria. Apesar de o assunto ainda suscitar acaloradas discussões 
doutrinárias, continuamos entendendo que a destinação da receita proveniente da tributação 
não altera – pelo menos não necessariamente – a classificação supra. Neste sentido, já 
adiantamos que os empréstimos compulsórios (tributos cuja receita há de ser devolvida ao 
contribuinte) e as “contribuições (tributos com destinação especificada nos arts. 149 e 195 
da CF) podem ser reconduzidos às modalidades imposto, taxa ou, no caso daqueles, até, 
contribuição de melhoria. ( 2004, p.473) 
A terceira corrente preserva a Teoria Quadripartida, assegurando a existência de quatro 
espécies tributárias, quais sejam: impostos, taxas, contribuições e empréstimos 
compulsórios. O tributarista Luciano AMARO adota essa teoria, afirmando que: Corrobora o 
mesmo entendimento o constitucionalista Alexandre de MORAES (2002, p.1.659). O Ministro 
Carlos VELOSO do Supremo Tribunal Federal (STF), no trecho do voto no RE nº 138.284-
8, aduziu que: As diversas espécies tributárias, determinadas pela hipótese de incidência ou 
pelo fato gerador da respectiva obrigação (CTN, art.4º), são as seguintes: 
a) impostos (C.F., arts. 145, I, 153, 154, 155 e 156); b) taxas (C.F., art.145, II); c) as 
contribuições, que podem ser assim classificadas: c.1. De melhoria (C.F. 145, III); c.2. 
Parafiscais (C.F., art.149), que são: c.2.1. Sociais; c.2.1.1. De seguridade social (C.F., art. 
195, I, II, III), c.2.1.2. Outras de seguridade social (C.F., art. 195, parág.4º); c.2.1.3. Sociais 
gerais (o FGTS, o salário-educação, C.F., art.212, parág. 5º, contribuições para o SESI, 
SENAI, SENAC, C.F., art.240); c.3. Especiais: c.3.1. De intervenção no domínio econômico 
(C.F., art.149) e c.3.2. Corporativas (C.F., art.149). Constituem, ainda, espécie tributária: d) 
os empréstimos compulsórios (C.F., art.148). 
O tributarista Hugo de Brito MACHADO, também defende a existência de quatro espécies 
tributárias, porém não inclui no rol os empréstimos compulsórios: O tributo, como 
conceituado no art.3º do CTN, é um gênero, do qual o art.5º do mesmo Código indica como 
espécies os impostos, as taxas e as contribuições de melhoria. O art.217 do CTN, com 
23 
 
 
redação que lhe deu o Decreto-lei n.27, de 14.11.1966, estabeleceu que as disposições do 
Código não excluem a incidência e exigibilidade de outras contribuições, que indica. Isso 
tornou evidente a existência de uma quarta espécie de tributo, integrada pelas contribuições 
sociais. Tal conclusão restou reforçada pelo art.149 da Constituição Federal de 1988. 
Finalmente, vejamos a questão de saber se o empréstimo compulsório é uma espécie de 
tributo. Questão que tem sido objeto de intermináveis controvérsias. No plano de uma Teoria 
Geral do Direito o empréstimo compulsório não é tributo. Ele não é uma receita pública, no 
sentido de ingresso sem correspondente no passivo. Toda vez que o Estado recebe uma 
quantia a título de empréstimo compulsório, esse ingresso de dinheiro aumenta a 
disponibilidade, mas aumenta em igual montante a dívida. Temos, portanto, em nosso 
Sistema Constitucional Tributário, quatro espécies de tributo, a saber: os impostos, as taxas, 
as contribuições de melhoria e as contribuições sociais. Estas últimas podem ser 
subdivididas em contribuições de intervenção no domínio econômico, contribuições de 
interesse de categorias profissionais ou econômicas e contribuições de seguridade social. 
(2009, p.63-64) 
Há, ainda, uma quarta corrente, chamada Teoria Quinquipartida ou Pentapartida que 
afirma a existência de cinco espécies tributárias, isto é, impostos, taxas, contribuições de 
melhoria, contribuições sociais ou especiais e empréstimos compulsórios. Vejamos a 
doutrina: Do estrito ponto de vista do Direito Constitucional, conhece-se a situação: o art.145 
prevê os impostos, as taxas e a contribuição de melhoria, dando a entender até que seriam 
os únicos, posto que não enumera os demais. No, entretanto, os arts. 148 e 149 contemplam, 
respectivamente, os empréstimos compulsórios e as contribuições sociais de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas. (BASTOS, 
1995, p.145) A Lei Maior, além de prever as regras-matrizes de incidência dos tributos, 
também os classifica nessas espécies, em seu art.145. Tais tributos podem ser chamados 
de “tributos comuns”, uma vez que o próprio texto constitucional prevê variações em torno 
deles, como são os empréstimos compulsórios (art.148) e as contribuições especiais 
(sociais, de intervenção no domínio econômico e do interesse de categorias profissionais ou 
econômicas, arts. 149, 149-A, 177, § 4º, e 195). (Regina Helena COSTA, 2007 p.34 - Có- 
digo Tributário Nacional Comentado: doutrina e jurisprudência. Coordenador Vladimir 
Passos de Freitas) 
Em que pese à existência de vários posicionamentos, filiamo-nos a quarta corrente, isto 
é, quinquipartida ou penta partida, com base numa interpretação sistemática da Constituição, 
pois o legislador não utiliza expressões em vão. Assim, ao regular a existência das24 
 
 
contribuições sociais e dos empréstimos compulsórios, embora em artigos diferentes, por 
certo instituiu novas espécies tributárias que não podem deixar de ser consideradas pelos 
estudiosos do Direito. 
 
4. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 
Nos termos do artigo 113 do Código Tributário Nacional, a obrigação tributária é principal 
ou acessória. A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador. Tem por objeto 
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e se extingue juntamente com o crédito 
dela decorrente. Já a obrigação acessória decorre da legislação tributária e tem por objeto 
as prestações, positivas ou negativas, nela previstas, no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. 
Na obrigação tributária há um vínculo jurídico onde o devedor paga uma prestação em 
proveito do credor. A prestação será sempre de natureza tributária, seja de dar, fazer ou não 
fazer. A obrigação principal é o pagamento do tributo ou da penalidade, enquanto a 
obrigação acessória é aquela sem conteúdo pecuniário, que se traduz em prestações 
positivas ou negativas no interesse da fiscalização ou arrecadação de tributos, como as 
obrigações de emitir documentos fiscais, de escriturar livros e de entregar declarações. O 
fato gerador da obrigação principal é a situação definida em lei como necessária e suficiente 
à sua ocorrência, de acordo com o artigo 114 do Código Tributário Nacional. O fato gerador 
do IPTU é a propriedade, o domínio útil ou a posse de bem imóvel; do IPVA é propriedade 
do veículo automotor; do ICMS a saída de mercadorias de estabelecimento de contribuintes, 
do fornecimento de alimentação, bebidas e outras situações previstas em lei ordinária 
estadual. O fato gerador da obrigação acessória é qualquer situação que, na forma da 
legislação aplicável, impõe a prática ou a abstenção de ato que não configure obrigação 
principal (art.115 do Código Tributário Nacional). 
Na obrigação tributária, têm-se dois sujeitos, dois atores sempre em cena: o sujeito ativo 
e o sujeito passivo. O sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular 
da competência para exigir o seu cumprimento (artigo 119 do Código Tributário Nacional). O 
sujeito passivo da obrigação principal é a pessoa (contribuinte ou responsável) obrigada ao 
pagamento de tributo ou penalidade pecuniária e o sujeito passivo da obrigação acessória é 
a pessoa obrigada às prestações que constituam seu objeto (artigos 121 e 122 do Código 
Tributário Nacional). Na determinação do valor da obrigação pecuniária tributável, é de 
fundamental importância distinguir base de cálculo e alíquota. A base de cálculo é a 
grandeza econômica sobre a qual se aplica a alíquota para calcular a quantia a pagar. 
25 
 
 
Exemplos: a base de cálculo do IPVA é o valor venal do veículo automotor; do IPTU é o valor 
venal do imóvel, isto é, o preço de venda, incluindo terreno e construção; do ITBI é valor 
venal do bem, e não o preço convencionado pelas partes; do ISS das empresas é o valor do 
serviço prestado; do IR é o montante, real, arbitrado ou presumido da renda ou dos proventos 
tributáveis. 
A alíquota é o percentual ou valor fixo que será aplicado sobre a base de cálculo para o 
cômputo do valor de um tributo. A alíquota será um percentual quando a base de cálculo for 
um valor econômico e será um valor quando a base de cálculo for uma unidade não 
monetária. As alíquotas, em regra, são fixadas por lei ordinária federal, estadual e municipal. 
 
4.1 Sujeitos da Obrigação Tributária 
 
 Sujeito ativo 
O Sujeito Ativo é o credor da obrigação tributária, ou seja, é quem cobra o tributo, 
fiscaliza, constitui crédito tributário mediante lançamento, inscreve em dívida ativa e exige o 
pagamento por meio de ajuizamento de execução fiscal, quando necessário. Trata‑se de 
uma pessoa jurídica de direito público, isto é, o próprio ente federativo (União, Estados, 
Municípios e Distrito Federal), uma autarquia ou uma fundação pública. Há, deste modo, 
delegação da condição de sujeito ativo. Condição esta que é chamada de "Capacidade 
tributária ativa", a qual é delegável e, portanto, não pode ser confundida com "Competência 
tributária”, que é o poder de instituir e criar tributos mediante lei complementar, originário da 
Constituição Federal. Delega‑se, por um dos entes federativos constitucionalmente 
competentes a uma pessoa jurídica de direito público, o poder de fiscalizar e cobrar tributos. 
Contudo, ser sujeito ativo da tributação não é ser destinatário do produto da arrecadação. 
Pessoas jurídicas de direito privado, que exerçam função pública sem fins lucrativos, podem 
ser destinatárias do produto de determinadas contribuições instituídas para tal fim, mas 
jamais comporão a relação jurídico‑tributária. 
 
 Sujeito passivo 
 
Do lado oposto, na relação jurídico‑tributária, está o Sujeito Passivo, que é a pessoa 
obrigada ao pagamento de tributo ou multa. Tal pessoa pode ser contribuinte ou o 
responsável. Contudo, não são, contribuinte e responsável, pessoas jurídicas de uma 
26 
 
 
mesma relação jurídica. O Contribuinte é obrigado em uma relação contributiva instituída por 
lei, devendo pagar tributos. O responsável é obrigado em uma relação de colaboração com 
a Administração para simplificar, facilitar ou garantir a arrecadação do tributo. Quanto às 
obrigações tributárias acessórias, vale dizer que todos devem cumpri‑las, sejam 
contribuintes ou não. Isto, pois a obrigação acessória dependerá de dever formal de fazer, 
não fazer ou suportar em benefício da atividade tributária. A possibilidade de figurar como 
sujeito passivo de uma obrigação tributária é chamada de capacidade tributária passiva, 
podendo ser obrigado a cumpri‑la e responder pelo inadimplemento. Tal capacidade não 
depende da capacidade civil das pessoas naturais (v. G., o filho menor é contribuinte), nem 
de estar, a pessoa, sob medida impositiva de limitação ou privação de bens ou direitos, 
tampouco de estar a pessoa jurídica irregularmente constituída, bastando ser unidade 
econômica e profissional. 
Cabe diferenciar, contudo, contribuinte de responsável ou substituto, este último a lei 
reveste da obrigação de pagamento de tributo ou multa. Contribuinte é a pessoa obrigada 
por lei a contribuir para as despesas públicas, vertendo recursos de seu patrimônio ao erário. 
Tal pessoa guarda relação pessoal e direta com a situação que constitua o respectivo fato 
gerador, isto é, relação direta com a concretização da hipótese de incidência do tributo (a 
subsunção). O substituto tributário existe apara atender a princípios de racionalização e 
efetividade, podendo simplificar os procedimentos ou diminuir as possibilidades de 
inadimplemento ou sonegação. Estabelece‑se a substituição tributária quando o terceiro, em 
razão de sua relação particular com o contribuinte, tenha possibilidade de exigir ou reter o 
montante do tributo do contribuinte. Os recursos próprios do substituto responderão pelo 
recolhimento do tributo somente quando houver descumprimento de alguma de suas 
obrigações. Em suma, o substituto é terceiro que a lei obriga a apurar montante devido e a 
pagar o tributo ao invés do contribuinte. Deste modo, a obrigação surge diretamente para o 
substituto. Em decorrência da posição do responsável na cadeia econômica, em relação ao 
contribuinte, e do momento da retenção relativamente à ocorrência do fato gerador, é 
classificada a substituição tributária para a frente, antecipando o pagamento em relação ao 
fato gerador ou para trás, postergando o pagamento em relação ao fato gerador. 
Quanto ao responsável, a responsabilidade tributária poderá ser atribuída a terceiro 
vinculado ao fato gerador da obrigação. É, primeiramente, sujeito passivo de obrigação de 
colaboração com o Fisco, cumprindo deveres que facilitam a fiscalização ou impedem o 
inadimplemento. Descumprindo sua obrigação, o responsável assume sua posiçãode 
27 
 
 
garantidor, sendo responsável pela satisfação do crédito tributário. A responsabilidade pode 
decorrer de sucessão, da prática de atos de representação, descumprimento de dever de 
zelo pelo recolhimento de tributos dos tabeliães e escrivães, práticas de atos com excesso 
de poder ou infração legal (de contrato social ou estatuto) por parte de sócio com poder 
decisório, dolo ou fraude em expedição de certidão. A responsabilidade pode ser subsidiária 
quando, primeiramente será exigido cumprimento da obrigação do contribuinte e, depois, do 
responsável, solidária quando contribuinte e responsável podem responder sem ordem de 
preferência, ou pessoal, quando há exclusivismo, por parte do responsável, na obrigação de 
pagar o tributo. 
 
5. CRÉDITO TRIBUTÁRIO 
O crédito tributário, portanto, é o vínculo jurídico, de natureza obrigacional, por força 
da qual o Estado (sujeito ativo) pode exigir do particular, o contribuinte responsável (sujeito 
passivo), o pagamento do tributo ou da penalidade pecuniária (objeto da relação 
obrigacional). (MACHADO, 2009, p. 172) O artigo 139 do Código Tributário Nacional 
estabelece que: “O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza 
desta”. Em singelas palavras pode-se afirmar que, ocorrendo a hipótese prevista na lei 
tributária, com a ocorrência do fato gerador, nasce a obrigação tributária. 
Todavia, é necessário que o Estado constitua esse crédito, por meio do procedimento 
administrativo denominado lançamento. Assim, o crédito tributário é a materialização da 
obrigação. 
5.1 Suspensão da exigibilidade do crédito tributário 
A obrigação de pagar o tributo nasce com a ocorrência do fato gerador. Já a 
exigibilidade do crédito pela Fazenda Pública, ora sujeito ativo, depende, pois, do 
lançamento, isto é, de um ato formal que individualize a sua existência, que fixe o seu 
montante e que aponte os sujeitos ativos e passivos da obrigação tributária. O destino normal 
do crédito tributário é vir a ser extinto, mediante o pagamento pelo contribuinte. Porém, a 
exigibilidade do crédito tributário pode ser suspensa. Veja as hipóteses: 
 Moratória 
A moratória é a dilação do prazo de pagamento do tributo com base em lei. Em outras 
palavras, é a prorrogação do prazo para pagamento do crédito tributário com ou sem 
parcelamento, ou ainda, é o adiamento, a procrastinação do prazo estipulado para o 
implemento da prestação. Pode ser concedida em caráter geral (ex. minimizar as situações 
decorrentes de calamidade pública, hipótese em que sua aplicabilidade fica restrita à região 
28 
 
 
atingida) ou individual (sua concessão depende de despacho da autoridade administrativa 
competente, como nos casos de parcelamento de débitos), mas sempre dependerá de lei 
que a autorize, uma exigência do princípio da reserva legal. O Código Tributário Nacional 
(CTN) traz minuciosamente a disciplina da moratória nos artigos 152 a 155. 
A Lei Complementar nº 104/2001, acrescentou o artigo 155-A para declarar que o 
parcelamento será concedido na forma e condição estabelecidas em lei específica. Trata-se 
de uma forma de moratória, eis que há a suspensão de exigibilidade do crédito tributário. 
 
 Depósito Do Montante Integral Do Crédito 
 
Nessa hipótese, o sujeito passivo, para discutir administrativa ou judicialmente o crédito, 
deposita voluntariamente o seu valor integral. O depósito não é pagamento, é uma garantia 
que se dá ao suposto credor da obrigação tributária, num procedimento administrativo ou 
judicial, no sentido de que, decidido o processo, se o depositante perde a discussão quanto 
ao crédito, o valor depositado é levantado pelo credor, extinguindo-se a obrigação. Os 
depósitos são feitos na Caixa Econômica Federal. 
Na esfera administrativa, o depósito somente terá o poder de afastar a correção 
monetária, pois a simples reclamação ou recurso já suspendem a exigibilidade do crédito. 
Trata-se de depósito voluntário para aparelhar o conhecimento de ação judicial proposta 
contra a Fazenda Pública (ação declaratória de inexistência de débito, anulatória de 
lançamento e mandado se segurança) com o fim de impedir o ajuizamento da execução 
fiscal. Julgada procedente a ação, o depósito deve ser devolvido ao contribuinte e, se 
improcedente, convertido em renda da Fazenda Pública, desde que a sentença de mérito 
tenha transitado em julgado. 
 
 Reclamações e recursos administrativos 
A interposição de reclamações e de recursos administrativos também suspende a 
exigibilidade do crédito tributário, desde que seja feita nos termos e prazos do procedimento 
administrativo tributário. Em outras palavras, pode-se afirmar que a impugnação, defesa ou 
recurso administrativo contra o lançamento constitutivo do crédito tributário suspendem sua 
exigibilidade. 
 
 
29 
 
 
 Concessão de liminar em mandado de segurança 
O mandado de segurança é uma garantia que a Constituição Federal, artigo5º, LXIX, 
assegura aos indivíduos para proteção de direito líquido e certo lesado ou ameaçado de 
lesão por ato de autoridade pública. O contribuinte tem cento e vinte dias, a contar da ciência 
do ato de cobrança do tributo que considera indevido, para impetrar mandado de segurança. 
O contribuinte não precisa esperar que se concretize a cobrança, pois pode ingressar com 
um mandado de segurança preventivo, diante da ameaça de cobrança de tributo ilegal ou 
inconstitucional. 
 
 Medida liminar e antecipação de tutela 
A Lei Complementar nº104/2001 incluiu, entre as hipóteses de suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário, a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada em 
qualquer procedimento judicial, bem como o parcelamento. 
 
5.2 Extinção do crédito tributário 
 
Extinção do crédito tributário é o seu desaparecimento. E, somente a lei pode estipular 
os casos de extinção, eis que é matéria inserida no princípio da reserva legal. Extinto o 
crédito, dele não mais se cogita, a não ser para o fim de efetuar a restituição do que tenha 
sido pago indevidamente. Assim, se a extinção decorreu do pagamento, e se constatado que 
o tributo não era devido, evidentemente cabe a restituição. (MACHADO, 2009, p.197) 
 
 Pagamento 
É a forma mais comum de extinção do crédito tributário, significando a satisfação do 
direito creditório. Pode-se dizer que consiste no ato do devedor que entrega à Fazenda 
Pública uma soma de dinheiro correspondente ao crédito tributário. São características do 
pagamento (arts. 157 a 164 do CTN): 
 A imposição de penalidade não ilide o pagamento integral do crédito tributário. 
 O pagamento de um crédito não se presume, pois, cada quitação vale exclusivamente 
em relação ao crédito a que se refere. 
 Quando a legislação tributária não dispuser a respeito, o pagamento deve ser efetuado 
na repartição competente do domicílio do sujeito passivo. 
30 
 
 
 Quando a legislação tributária for omissa quanto à data do vencimento do crédito, o 
pagamento deve ocorrer trinta dias após a data da notificação do sujeito passivo. 
 O crédito não satisfeito na data do vencimento é acrescido de juros de mora, sem prejuízo 
da imposição das penalidades cabíveis e da aplicação de quaisquer medidas de 
garantias previstas na legislação tributária. Se a lei não dispuser de modo contrário, os 
juros de mora são calculados à taxa de 1% (um por cento) ao mês. 
 O pagamento pode ser feito em moeda corrente, cheque e vale postal. Nos casos 
previstos em lei, pode dar-se, ainda, em estampilha (selo), em papel selado, ou por 
processo mecânico. 
 Existindo dois ou mais créditos vencidos do mesmo ou de diferentes tributos, caberá à 
autoridade administrativa receber o pagamento estipulando qual o crédito que está sendo 
solvido. 
 O contribuinte que efetuar pagamento indevido terá direito à restituição total ou parcial. 
O direito de pedir a repetição de indébito decai em cinco anos, contados da datade 
extinção do crédito. 
 
 Compensação 
 Compensação é o encontro de dívidas, de contas. Se o contribuinte é ao mesmo tempo 
credor e devedor da Fazenda, poderá ocorrer uma compensação. O Código Tributário 
Nacional (CTN), artigo 170, diz que a lei pode, nas condições e sob as garantias que 
estipular, ou cuja estipulação em cada caso atribuir à autoridade administrativa, autorizar a 
compensação de créditos tributários com créditos líquidos e certos, vencidos ou vincendos, 
do sujeito passivo contra a Fazenda Pública. A expressão ‘em cada caso’ deve ser entendida 
em termos, em harmonia com os princípios jurídicos da tributação e com a natureza da 
atividade de administração e cobrança dos tributos. Não se pode atribuir à autoridade 
administrativa um poder discricionário. É importante aduzir que, pelo Código Civil, a 
compensação somente é autorizada para créditos vencidos, mas para o Código Tributário 
Nacional há possibilidade de o benefício se dar em relação aos créditos vincendos. A 
compensação só poderia ser efetuada entre tributos e contribuições da mesma espécie 
(artigo 66, § 1º, da Lei nº 8.383/1991). Todavia, a Lei nº 9.430/1996, no seu artigo 74, 
estabeleceu que a compensação pode acontecer com quaisquer tributos ou contribuições. 
A matéria ainda é regulada pelo artigo 74, da Lei nº 10.637/2002. O exercício do direito à 
31 
 
 
compensação não depende de autorização da Fazenda Pública e nem de decisão judicial 
reconhecendo a liquidez do crédito a ser compensado. 
 Transação 
Transação é o acordo para pôr fim ao litígio, a qual se dá mediante concessões 
recíprocas, isto é, cada interessado cede um pouco do que entende ser o seu direito. A 
transação sempre dependerá de previsão legal e não pode ter o objetivo de evitar litígio, 
pois, ela só é possível depois de evidenciado o litígio. Dispõe o artigo 171 do Código 
Tributário Nacional que a lei pode facultar, nas condições que estabeleça aos sujeitos ativo 
e passivo da obrigação tributária celebrar transação que, mediante concessões mútuas, 
importe em determinação de litígio e consequente extinção de crédito tributário. 
 Remissão 
A remissão, ou perdão é o ato pelo qual o credor dispensa graciosamente o devedor 
de pagar a dívida. Remitindo, a Fazenda Pública dispensa o pagamento do crédito 
tributário. O artigo 172 prescreve as situações em que a lei, mediante critérios objetivos, 
pode autorizar a remissão, a qual será concedida mediante despacho fundamentado da 
autoridade administrativa. Ex. situação econômica do sujeito passivo; erro ou ignorância 
- ambas escusáveis - do sujeito passivo, quanto à matéria de fato; à diminuta importância 
do crédito tributário; a considerações de equidade, em relação com as características 
pessoais ou materiais do caso; condições peculiares à determinada região do território 
da entidade tributante. O despacho de remissão não gera direito adquirido e pode ser 
revogado de ofício sempre que se apure que o beneficiado não satisfazia ou deixou de 
satisfazer as condições ou não cumpria ou deixou de cumprir os requisitos da concessão. 
 Prescrição e Decadência 
 
A doutrina define prescrição e decadência como: A decadência é conceituada como 
sendo o perecimento do direito por não ter sido exercitado dentro de determinado prazo. É 
um prazo de vida do direito. Não comporta suspensão e nem interrupção. É irrenunciável e 
pode ser pronunciado de ofício. (...) Prescrição é a perda do direito à ação pelo decurso de 
tempo. É um prazo para o exercício do direito. Comporta suspensão e interrupção. É 
renunciável e deve ser arguida pelo interessado, sempre que envolver direitos patrimoniais. 
(HARADA, 2002, p.453) No Direito Tributário o que diferencia a prescrição da decadência é 
o marco do lançamento. Constituído o crédito tributário, por meio do lançamento, cessa a 
possibilidade de ocorrer à decadência, para iniciar-se a cogitação da prescrição. A 
decadência deve ser entendida como extinção do direito à constituição do crédito tributário, 
32 
 
 
por meio do lançamento. De acordo com o artigo 173 do Código Tributário Nacional (CTN) 
o direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após cinco anos, 
contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido 
efetuado; da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, 
o lançamento anteriormente efetuado. É importante lembrar que no lançamento por 
homologação, se houver recolhimento antecipado, o termo inicial será a data da ocorrência 
do fato gerador. Já, se não houver o pagamento antecipado, aplica-se a regra geral, onde o 
termo inicial será o primeiro dia do exercício seguinte. Já o prazo para a ação de cobrança 
do crédito tributário, de acordo com o disposto no artigo 174, prescreve em cinco anos 
contados da data da sua constituição definitiva. A prescrição se interrompe: pelo despacho 
do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; pelo protesto judicial; por qual quer ato 
judicial que constitua em mora o devedor; por qualquer ato inequívoco ainda que extrajudicial 
que importe em reconhecimento do débito pelo devedor. Dizer que a ação para cobrança do 
crédito tributário prescreve em cinco anos significa dizer que a Fazenda Pública tem o prazo 
de cinco anos para cobrar judicialmente, para propor a execução do crédito tributário. Tal 
prazo é contado da constituição definitiva do crédito, isto é, da data em que não mais admita 
a Fazenda Pública discutir a seu respeito, em procedimento administrativo. Se não efetua a 
cobrança no prazo de cinco anos, não poderá mais fazê-lo. (MACHADO, 2009, p.223). 
Desse modo, constituído o crédito tributário pelo lançamento, o que se dá com a notificação 
do sujeito passivo, inicia-se a contagem do prazo prescricional. Diferentemente do que 
ocorre na decadência, a prescrição pode ter seu prazo interrompido ou suspenso. 
Interromper quer dizer apagar o prazo já decorrido, o qual recomeçará seu curso. Ao passo 
que suspender a prescrição significa paralisar o seu curso enquanto perdurar a causa da 
suspensão. O prazo já decorrido não desaparece, e cessada a causa da suspensão, o prazo 
continua a correr. 
 
 Conversão de depósito em renda 
Já foi dito anteriormente que o contribuinte pode depositar voluntariamente o valor 
integral do crédito tributário para questioná-lo, evitando, assim, a incidência de juros, 
correção monetária e até a execução fiscal. A Lei nº 6.830/1980, que regula a cobrança 
judicial da dívida ativa da Fazenda Pública, em seu artigo 38, exige o depósito como 
condição para o recurso ou para o ajuizamento de ação anulatória da dívida ativa. Destarte, 
em todas essas situações, em sendo desfavorável a decisão definitiva, ocorre a conversão 
do montante depositado em renda à Fazenda Pública, extinguindo-se o crédito tributário. 
33 
 
 
 
 O pagamento antecipado e a homologação do lançamento nos termos do disposto no 
artigo150 e seus §§1° e 4° 
 
No início, constatou-se que no lançamento por homologação, o contribuinte tem a 
obrigação de calcular o montante do tributo e antecipar o seu pagamento, sem o prévio 
exame do agente público responsável. O pagamento é antecipado e realizado antes mesmo 
do lançamento. Nesses casos, a extinção do crédito tributário se dá com o pagamento 
somado à homologação do lançamento. Se a homologação expressa não ocorrer, considera-
se tacitamente homologado o lançamento pelo decurso do prazo de cinco anos, ora prazo 
decadencial, extinguindo-se definitivamente o crédito tributário 
 
 A consignação em pagamento, nos termos do disposto no §2º do artigo 164 
 
Na definição da doutrina: “É a forma de extinção do crédito tributário efetuada pelo 
devedor em juízo, dada a recusa por parte do credor em recebê-lo. ” (BASTOS, 1995, p.221) 
pagar uma obrigação não é somente um dever, mas um direito do devedor de não ser mais 
cobradopela dívida. Por essa razão, diante da recusa do credor em receber o débito, o 
devedor pode se valer da ação de consignação em pagamento. O artigo 164 do Código 
Tributário Nacional (CTN) estabelece os casos em que pode ser proposta a consignação em 
pagamento: de recusa de recebimento, ou subordinação deste ao pagamento de outro tributo 
ou de penalidade, ou ao cumprimento de obrigação acessória; de subordinação do 
recebimento ao cumprimento de exigências administrativas sem fundamento legal; de 
exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um 
mesmo fato gerador. 
 A decisão administrativa irreformável, assim entendida a definitiva na órbita 
administrativa, que não mais possa ser objeto de ação anulatória 
 
Nos termos da doutrina é: A decisão administrativa irreformável, que extingue o 
crédito tributário, só pode ser aquela proferida favoravelmente ao sujeito passivo em grau de 
recurso de ofício ou voluntário, exaurindo o procedimento administrativo. Decisão 
administrativa desfavorável ao sujeito passivo sempre possibilitará seu questionamento 
perante o Judiciário em razão do princípio da inafastabilidade da jurisdição. (HARADA, 2002, 
p.459). Em havendo decisão administrativa definitiva desfavorável ao contribuinte, ou seja, 
aquela que não pode mais ser reexaminada pela Administração, este poderá ingressar com 
34 
 
 
a ação anulatória do lançamento, ou aguardar o executivo fiscal, no qual poderá se defender 
por meio de embargos à execução, desde que seguro o juízo pela penhora de bens no valor 
da dívida. 
 
 A decisão judicial passada em julgado 
 
É aquela que não cabe mais recursos, que se tornou imutável. Essa decisão, também 
chamada de coisa julgada, extingue o crédito tributário, eis que não há como a Fazenda 
Pública pretender sua reforma ou modificação. Essa decisão imutável só pode ser atacada 
pela ação rescisória, no prazo de 2 (dois) anos. Porém, tal ação não tem efeito suspensivo, 
e desse modo, não altera a situação do contribuinte perante o fisco. 
 
 A dação em pagamento em bens imóveis, na forma e condições estabelecidas em lei 
 
No Direito Tributário, a dação em pagamento ocorre com a substituição de dinheiro 
por um bem imóvel, extinguindo, assim, o crédito tributário. Todavia, com a entrada em vigor 
da Emenda Constitucional de nº 30/2000, o contribuinte, devedor de tributos e ao mesmo 
tempo credor da Fazenda Pública, poderá dar em pagamento seu direito de crédito, 
decorrente de precatório para extinguir o crédito tributário. 
 
6. PAGAMENTO INDEVIDO 
Todo aquele que recebeu o que lhe não era devido fica obrigado a restituir; obrigação 
que incumbe àquele que recebe dívida condicional antes de cumprida a condição. 
Imóvel: Se aquele que indevidamente recebeu um imóvel o tiver alienado em boa-fé, 
por título oneroso, responde somente pela quantia recebida; mas, se agiu de má-fé, além do 
valor do imóvel, responde por perdas e danos. Se o imóvel foi alienado por título gratuito, ou 
se, alienado por título oneroso, o terceiro adquirente agiu de má-fé, cabe ao que pagou por 
erro o direito de reivindicação. 
Isenção: Fica isento de restituir pagamento indevido aquele que, recebendo-o como 
parte de dívida verdadeira, inutilizou o título, deixou prescrever a pretensão ou abriu mão 
das garantias que asseguravam seu direito; mas aquele que pagou dispõe de ação 
regressiva contra o verdadeiro devedor e seu fiador. 
Regras gerais: Àquele que voluntariamente pagou o indevido incumbe a prova de tê-
lo feito por erro. Aos frutos, acessões, benfeitorias e deteriorações sobrevindas à coisa dada 
35 
 
 
em pagamento indevido, aplica-se o disposto no Código Civil sobre o possuidor de boa-fé 
ou de má-fé, conforme o caso. Se o pagamento indevido tiver consistido no desempenho de 
obrigação de fazer ou para eximir-se da obrigação de não fazer, aquele que recebeu a 
prestação fica na obrigação de indenizar o que a cumpriu, na medida do lucro obtido. Não 
se pode repetir o que se pagou para solver dívida prescrita, ou cumprir obrigação 
judicialmente inexigível. Não terá direito à repetição aquele que deu alguma coisa para obter 
fim ilícito, imoral, ou proibido por lei. Neste caso, o que se deu reverterá em favor de 
estabelecimento local de beneficência, a critério do juiz. Base: artigos 876 a 883 do Código 
Civil. 
 
36 
 
 
7. REFERÊNCIAS 
 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 9. Ed. São Paulo: 
Malheiros, 1997, p. 287. 
 
ATALIBA, Geraldo. Sistema constitucional tributário brasileiro. São Paulo: RT, 1968, p. 
8. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
682. 
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 12. Ed. São Paulo: Malheiros, 1997, 
p. 25. 
 
ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco da. Manual de direito financeiro & direito tributário. 
14. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 255. 
 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 9. Ed. São Paulo: 
Malheiros, 1997, p. 288. 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1994, p. 89. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
684. 
 
DECOMAIN, Pedro Roberto. Anotações ao código tributário nacional. São Paulo: 
Saraiva, 2000, p. 44. 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1994, p. 32. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
683. 
 
37 
 
 
ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco da. Manual de direito financeiro & direito tributário. 
14. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 259. 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1994, p. 90. 
 
 BASTOS, Celso Ribeiro. Curso de direito constitucional. 13. Ed. São Paulo: Saraiva, 
1990, p. 143. 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Princípio da legalidade tributária na Constituição de 1988. São 
Paulo: Atlas, 1994, p. 72. 
 
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de direito tributário. 8. Ed. São Paulo: Malheiros, 1993, 
p. 185. 
 
PIRES, Adilson Rodrigues. Manual de direito tributário. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p. 
11. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
688. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
688. 
 
PIRES, Adilson Rodrigues. Manual de direito tributário. Rio de Janeiro: Forense, 2000, p. 
16. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
690. 
 
DECOMAIN, Pedro Roberto. Anotações ao código tributário nacional. São Paulo: 
Saraiva, 2000, p. 47. 
 
MELO, José Eduardo Soares de. Curso de direito tributário. São Paulo: Dialética, 1997, 
85. 
38 
 
 
MELO, José Eduardo Soares de. Curso de direito tributário. São Paulo: Dialética, 1997, 
84. 
 
CARRAZZA, Roque Antonio. Curso de direito constitucional tributário. 9. Ed. São Paulo: 
Malheiros, 1997, p. 301. 
 
 SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, 
p. 690. 
 
SABBAG, Maristela Miglioli. In RT. Competência tributária. São Paulo, jun. 1996, v. 728, p. 
695. ICHIHARA, Yoshiaki. Direito tributário. 6. Ed. São Paulo: Atlas, 1994, p. 54. 
 
MARQUES, Márcio Severo. Classificação constitucional dos tributos. São Paulo: Max 
Limonad, 2000, p. 214.3. SILVA MARTINS, Ives Gandra da (Coord.). Curso de direito 
tributário. 2. Ed. Belém: CEJUP, 1993, 138. 
 
 ROSA JÚNIOR, Luiz Emygdio Franco da. Manual de direito financeiro & direito 
tributário. 14. Ed. Rio de Janeiro: Renovar, 2000, p. 261. 
 
 DECOMAIN, Pedro Roberto. Anotações ao código tributário nacional. São Paulo: 
Saraiva, 2000, p. 18. 
 
ICHIHARA, Yoshiaki. Princípio da legalidade tributária na Constituição de 1988. São 
Paulo: Atlas, 1994, p. 69. 
 
AMARO, Luciano. Direito tributário

Continue navegando