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Unidade II POLÍTICAS DE ATENÇÃO À SAÚDE DA MULHER Profa. Paula Castro Infecções sexualmente transmissíveis Infecções sexualmente transmissíveis (IST) foi adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil em 2015 para substituir a expressão doenças sexualmente transmissíveis (DST) – (OMS / OPAS / sociedade científica). A transmissão = via sexual, por via sanguínea, verticalmente, da mãe para a criança durante a gestação, o parto ou a amamentação. Agentes etiológicos: vírus, bactérias, fungos e protozoários. Apresentação: corrimento uretral, corrimento vaginal, úlcera anogenital, verruga anogenital e doença inflamatória pélvica (DIP). Aspectos epidemiológicos A presença de uma IST aumenta consideravelmente o risco de se adquirir ou transmitir a infecção por vírus da imunodeficiência humana (HIV). De acordo com as estimativas da OMS (2013), mais de um milhão de pessoas adquirem uma IST diariamente no mundo. Anualmente, estima-se que 500 milhões de indivíduos no mundo são contaminados com uma IST curável. A infecção pelo HPV é responsável por 530 mil casos de câncer de colo uterino e por 275 mil mortes de mulheres em função dessa doença por ano. Além disso, a sífilis na gravidez causa cerca de 300 mil óbitos fetais e mortes neonatais anualmente e coloca 215 mil recém- nascidos (RN) sob o risco de morte prematura, baixo peso ao nascimento ou sífilis congênita. Estratégias de atenção à saúde Garantir o acolhimento e realizar atividades de informação/educação em saúde; realizar consulta imediata no caso de úlceras genitais, de corrimentos genitais masculinos e femininos e de verrugas anogenitais; realizar coleta de material cérvico-vaginal para exames laboratoriais; realizar testagem rápida e/ou coleta de sangue e/ou solicitação de exames para sífilis, HIV e hepatites B e C, nos casos de IST; realizar tratamento das pessoas com IST e suas parcerias sexuais; seguir o protocolo do MS para prevenção da transmissão vertical de HIV, sífilis e hepatites virais; Notificar as IST, conforme a Portaria vigente. Os demais agravos são notificados de acordo com recomendações dos estados/municípios, quando existentes; comunicar as parcerias sexuais do caso-índice para tratamento, conforme protocolo; referir os casos suspeitos de IST com manifestações cutâneas extragenitais para unidades que disponham de dermatologista, caso necessário; referir os casos de IST complicadas e/ou não resolvidas para unidades que disponham de especialistas e mais recursos laboratoriais; referir os casos de dor pélvica com sangramento vaginal, casos com indicação de avaliação cirúrgica ou quadros mais graves para unidades com ginecologista e/ou que disponham de atendimento cirúrgico. Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas para Atenção Integral às Pessoas com Infecções Sexualmente Transmissíveis A prevenção combinada das IST contempla diversas ações de prevenção e assistência, distribuídas em três áreas estratégicas: prevenção individual e coletiva; oferta de diagnóstico e tratamento para IST assintomáticas; manejo de IST sintomáticas com uso de fluxogramas. Atuação do enfermeiro A abordagem das pessoas com IST deve compreender a anamnese, a identificação das diferentes vulnerabilidades e o exame físico para o diagnóstico das IST. Durante o exame físico, o profissional de saúde deve proceder à coleta de material biológico para exame laboratorial, quando indicado. Também devem ser realizados exames para triagem de gonorreia, clamídia, sífilis, HIV e hepatites B e C sempre que disponível. Portaria nº 2.488, de 21 de outubro de 2011, que aprova a Política Nacional da Atenção Básica e estabelece, entre outras atribuições específicas desse profissional, a realização de consulta de enfermagem, de procedimentos e de atividades em grupo. Prevenção das IST Prática de redução de risco Mais seguro Risco alto - inseguro Risco baixo - potencial Manejo IST Fonte: Livro-texto Interatividade O enfermeiro em uma consulta de enfermagem, no atendimento à mulher com IST, o conjunto de ações essenciais, de acordo com as suas atribuições como membro da equipe de saúde, inclui: a) Entrega de preservativo, mediante prescrição médica e orientação sobre o uso adequado. b) Encaminhamento para vacinação contra o HPV, se maior de 35 anos de idade. c) Orientação do tratamento, mesmo com o desaparecimento dos sinais e sintomas. d) Agendamento do retorno, a cada três dias, para avaliação das queixas e acompanhamento. e) Coleta de material para pesquisa de Machado Guerreiro. Resposta O enfermeiro em uma consulta de enfermagem, no atendimento à mulher com IST, o conjunto de ações essenciais, de acordo com as suas atribuições como membro da equipe de saúde, inclui: a) Entrega de preservativo, mediante prescrição médica e orientação sobre o uso adequado. b) Encaminhamento para vacinação contra o HPV, se maior de 35 anos de idade. c) Orientação do tratamento, mesmo com o desaparecimento dos sinais e sintomas. d) Agendamento do retorno, a cada três dias, para avaliação das queixas e acompanhamento. e) Coleta de material para pesquisa de Machado Guerreiro. Corrimento vaginal É uma síndrome comum, ocorrendo principalmente na idade reprodutiva da mulher = diferenciar o conteúdo vaginal fisiológico do patológico. O conteúdo vaginal fisiológico é proveniente de muco cervical, da descamação do epitélio vaginal (ação estrogênica), da transudação vaginal e da secreção das glândulas vestibulares (de Bartholin e de Skene). As causas não infecciosas do corrimento vaginal incluem a vaginite inflamatória descamativa, a vaginite atrófica (mulheres na pós-menopausa), a presença de corpo estranho, entre outros. O corrimento vaginal patológico ocorre por múltiplos agentes etiológicos, dos quais citam-se os mais comuns: candidíase vulvovaginal, vaginose bacteriana e tricomoníase. Candidíase vulvovaginal O principal agente etiológico da candidíase vulvovaginal é o fungo Candida albicans, responsável por cerca de 80% a 90% dos casos da infecção Os sinais e sintomas da infecção podem se apresentar isolados ou associados e incluem: prurido vulvovaginal de intensidade variável (principal sintoma); disúria; dispareunia (dor ou desconforto durante as relações sexuais); corrimento branco, grumoso e com aspecto caseoso (“leite coalhado”); hiperemia; edema vulvar; fissuras e maceração da vulva; placas brancas ou branco-acinzentadas, recobrindo a vagina e colo uterino. Fatores predisponentes. Vaginose bacteriana É uma afecção caracterizada pelo desequilíbrio da flora microbiota vaginal normal, com diminuição acentuada ou desaparecimento de lactobacilos e aumento de bactérias anaeróbias. A bactéria Gardnerella vaginalis faz parte da flora vaginal normal das mulheres sexualmente ativas e é uma das principais responsáveis pela doença. Corrimento vaginal. Odor fétido (semelhante a peixe), mais acentuado após a relação sexual sem o uso do preservativo e durante o período menstrual. Coloração branco-acinzentado. Aspecto fluido ou cremoso, algumas vezes bolhoso. Dispareunia (dor durante a relação sexual), pouco frequente. Tricomoníase É causada pelo Trichomonas vaginalis, um protozoário flagelado, que tem como reservatório o colo uterino, a vagina e a uretra. Sua transmissão é quase exclusivamente por via sexual nos adultos. Sinais e sintomas da infecção são: corrimento abundante, amarelado ou amarelo esverdeado, bolhoso; prurido e/ou irritação vulvar; dor pélvica (ocasionalmente); sintomas urinários, como disúria e polaciúria; hiperemia da mucosa do colo do útero (colpite difusa e/ou focal, com aspecto de framboesa). Manejo do corrimento vaginal Fonte: Livro-texto Métodos para o diagnóstico de corrimento vaginal Testede Whiff ou teste das aminas ou teste “do cheiro”. Teste de pH vaginal. Exame a fresco. Bacterioscopia por coloração de Gram. Corrimento uretral As uretrites são IST caracterizadas pela presença de processo inflamatório no canal uretral, acompanhada de corrimento. Os agentes microbianos causadores das uretrites podem ser transmitidos por relação sexual vaginal, anal e oral. Entre os fatores de risco associados às uretrites, citam-se a idade jovem, o baixo nível socioeconômico, as múltiplas parcerias ou nova parceria sexual, o histórico de IST e o uso irregular de preservativos. Os agentes etiológicos mais importantes do corrimento uretral são a Neisseria gonorrhoeae e a Chlamydia trachomatis. Uretrite gonocócica É um processo infeccioso e inflamatório da mucosa uretral, causado pela Neisseria gonorrhoeae. Os sinais e sintomas são determinados pelos locais primários da infecção, que pode acometer as membranas mucosas da uretra, a endocérvice, o reto, a faringe e a conjuntiva. Em cerca de 70 a 80% dos casos femininos, a doença é assintomática. No homem, a infecção uretral pode ser assintomática em menos de 10% dos casos. No homem, a infecção provoca a uretrite masculina, na qual o sintoma mais precoce é a sensação de prurido. Após um a três dias, a pessoa doente se queixa disúria, seguida por corrimento. Transmissão vertical As mães doentes ou com a infecção podem transmitir o gonococo para os recém-nascidos durante o parto devido à contaminação no canal de parto, causando a conjuntivite gonocócica. O risco de transmissão vertical da N. gonorrhoeae durante o parto vaginal oscila entre 30% e 50%. A oftalmia neonatal ou a conjuntivite purulenta do RN ocorre no primeiro mês de vida da criança, podendo causar a cegueira, especialmente quando causada pela N. gonohrroeae. Por isso, a doença deve ser tratada imediatamente, para prevenir o agravamento das lesões oculares, realizada por meio da administração de uma solução de nitrato de prata a 1%, chamada método de credeização. Uretrite não gonocócica A infecção por Chlamydia trachomatis (clamídia) no homem é responsável por aproximadamente 50% dos casos das uretrites não gonocócicas. Estima-se que dois terços das parceiras estáveis de homens com a infecção hospedem a clamídia na endocérvice. Essas mulheres podem reinfectar seu parceiro sexual e desenvolver quadro de DIP se permanecerem sem tratamento. Habitualmente, a uretrite não gonocócica caracteriza-se pela presença de corrimentos mucoides, discretos, com disúria leve e intermitente. As uretrites podem evoluir para prostatite, epididimite, balanite, conjuntivite e síndrome uretro-conjuntivo-sinovial ou síndrome de Reiter. Interatividade O método de Credé é a instilação de 1 gota de nitrato de prata a 1% para a profilaxia da oftalmia neonatal que pode ser causada pela infecção por Neisseria gonorrhoeae, pode ser realizada por meio desta instilação: a) Em aplicação única nas primeiras 72 horas do nascimento. b) Aplicando-se em seguida pomada de eritromicina 0,5% (dose única) após 12 horas do nascimento. c) Com aplicação em duas doses, sendo uma dose a cada 12 horas logo após o nascimento. d) Em aplicação única após 12 horas do nascimento. e) Em aplicação única na primeira hora após o nascimento. Resposta O método de Credé é a instilação de 1 gota de nitrato de prata a 1% para a profilaxia da oftalmia neonatal que pode ser causada pela infecção por Neisseria gonorrhoeae, pode ser realizada por meio desta instilação: a) Em aplicação única nas primeiras 72 horas do nascimento. b) Aplicando-se em seguida pomada de eritromicina 0,5% (dose única) após 12 horas do nascimento. c) Com aplicação em duas doses, sendo uma dose a cada 12 horas logo após o nascimento. d) Em aplicação única após 12 horas do nascimento. e) Em aplicação única na primeira hora após o nascimento. Sífilis Também conhecida como doença de Lues, a sífilis é uma doença infectocontagiosa sistêmica, de evolução crônica, provocada por uma espiroqueta exclusiva do ser humano chamada Treponema pallidum. Pode ser classificada como congênita e adquirida. A sífilis congênita é a infecção do feto pelo T. pallidum, transmitida por via placentária, em qualquer momento da gestação ou estágio clínico da doença em gestante não tratada ou inadequadamente tratada. A sífilis adquirida é transmitida predominantemente pela relação sexual. A transmissão por transfusão sanguínea é rara nos dias atuais. Sua evolução é dividida em recente e tardia. A sífilis adquirida recente compreende o primeiro ano de evolução da doença, período de desenvolvimento imunitário na sífilis não tratada. Inclui as fases primária, secundária e latente precoce e tardia da sífilis. É considerada tardia após o primeiro ano de evolução e inclui a sífilis latente tardia e terciária. Ocorre em indivíduos infectados pelo treponema que não receberam tratamento adequado ou que não foram tratados. Manifestação da sífilis A sífilis primária, também conhecida como cancro, ocorre após o contato sexual com um indivíduo infectado. A primeira manifestação clínica é caracterizada pela presença de úlcera, geralmente única, indolor, com base endurecida e fundo limpo, rica em treponemas. A sífilis secundária é marcada pela disseminação dos treponemas. Podem ocorrer erupções cutâneas em forma de máculas e/ou pápulas, principalmente no tronco; eritema palmo-plantares; placas eritematosas branco-acinzentadas nas mucosas; lesões pápulo-hipertróficas nas mucosas ou pregas cutâneas; alopécia em clareira e madarose (perda dos cílios e/ou sobrancelhas). Na sífilis latente não existem manifestações clínicas, mas há treponemas localizados em determinados tecidos. Diagnóstico Testes treponêmicos rápidos ou os testes treponêmicos convencionais (Elisa, FTA-Abs, TPHA, entre outros) e os não treponêmicos (VDRL, RPR, TRUST, entre outros). Durante o pré-natal, todas as gestantes devem ser submetidas ao teste para o diagnóstico da sífilis em dois momentos: uma vez no primeiro trimestre de gravidez e a segunda no terceiro trimestre. O tratamento da sífilis é realizado por meio da administração de penicilina. Herpes genital Os Herpes simplex virus (HSV), tipos 1 e 2, pertencem à família Herpesviridae. Embora os HSV 1 e 2 possam provocar lesões em qualquer parte do corpo, há predomínio do tipo 2 nas lesões genitais e do tipo 1 nas lesões periorais. A transmissão do vírus é feita por contato íntimo com o indivíduo transmissor do vírus, a partir de superfície mucosa ou lesão infectante. O vírus ganha acesso por meio de escoriações na pele ou contato direto com a cérvice uterina, uretra, orofaringe ou conjuntiva. As manifestações clínicas da infecção pelo vírus herpes simples dependem, principalmente, das características do vírus, da imunidade do hospedeiro e da predisposição genética do paciente. Doença Inflamatória Pélvica – DPI A doença inflamatória pélvica (DIP) é uma inflamação da região pélvica em função da propagação de microrganismos a partir do trato genital inferior (vagina e colo do útero) para o trato genital superior (endométrio, tubas uterinas e estruturas adjacentes). A ascensão de microrganismos pode ser espontânea ou proveniente de sua manipulação, como a inserção do dispositivo intrauterino (DIU), a biópsia de endométrio, a curetagem. A progressão da doença, o que inclui endometrite, salpingite, pelviperitonite, ooforite, peri-hepatite (síndrome de Fitz-Hugh- Curtis) e abscesso tubo-ovariano ou de fundo de saco de Douglas. DIP Está associada a infertilidade por fator tubário, a gravidez ectópica e a dor pélvica crônica. Os fatores de risco para DIP incluem as IST prévias ou atuais (pessoas com infecção por clamídia, micoplasmas e/ou gonococosna cérvice uterina apresentam um risco aumentado de DIP); múltiplas parcerias sexuais e parceria sexual atual com uretrite; e o uso de método anticoncepcional (o DIU pode representar um risco três a cinco vezes maior para o desenvolvimento de DIP, se a paciente for portadora de cervicite). Quadro clínico descrito a seguir é sugestivo de DIP: dor no baixo ventre ou na região lombossacral e sintomas genitourinários; febre, dor no hipocôndrio direito e náuseas ou vômitos sugerem perihepatite. Papiloma Vírus Humano – HPV O papiloma Vírus Humano (HPV), também conhecido como condiloma acuminado ou verrugas anogenitais. Em grande parte dos casos, a infecção é autolimitada e transitória, sem causar qualquer dano. A maioria das pessoas que entram em contato com o vírus pode nunca ter o diagnóstico da infecção se não desenvolver lesões clínicas e não realizar testes laboratoriais. Cerca de 1% a 2% da população apresenta verrugas genitais e 2% a 5% das mulheres apresentam alterações no exame de citologia oncótica do colo do útero em função da infecção pelo HPV. A prevalência é maior em mulheres jovens, quando comparadas às mulheres com mais de 30 anos de idade. O HPV está relacionado ao câncer cervical em aproximadamente 100% dos casos. HPV 200 tipos de HPV = 40 tipos infectam o trato anogenital e, no mínimo, 20 subtipos estão associados ao carcinoma do colo uterino. De acordo com o risco oncogênico e o tipo de lesão, os tipos de HPV que infectam o trato genital são divididos em dois grupos: Baixo risco oncogênico: detectados em lesões anogenitais benignas e lesões intraepiteliais de baixo grau. Tipos 6, 11, 40, 42, 43, 44, 54, 61, 70, 72, 81 e CP6108. HPV Alto risco oncogênico: detectados em lesões intraepiteliais de alto grau e, especialmente, nos carcinomas. Tipos 16, 18, 31, 33, 35, 39, 45, 51, 52, 56, 58, 59, 68, 73 e 82. A maioria das infecções por HPV é assintomática ou não aparente. A infecção pelo HPV, tanto no homem como na mulher, tem sido descrita sob três formas de apresentação: latente, subclínica e clínica. Ações terapêuticas Podofilina a 10%-25% (solução). Ácido tricloroacético (ATA) a 80%-90%. Eletrocauterização. Crioterapia. Exérese cirúrgica. A abstinência sexual logo após o diagnóstico da infecção e durante o período de tratamento, assim como o encaminhamento de parceiros sexuais para o serviço de saúde, constitui medidas de controle da infecção pelo HPV. A prevenção da infecção pelo HPV inclui a utilização do uso de preservativo nas relações sexuais. Vacinação. Interatividade A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) pode ser causada por várias bactérias que atingem os órgãos sexuais internos da mulher. Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A este respeito, é correto afirmar que a maioria dos casos de DIP ocorre pelas bactérias: a) Herpes simplex e Treponema pallidum. b) Treponema pallidum e Papilomavírus humano. c) Chlamydia trachomatis e Herpes simplex. d) Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. e) Herpes simplex e Papilomavírus humano. Resposta A Doença Inflamatória Pélvica (DIP) pode ser causada por várias bactérias que atingem os órgãos sexuais internos da mulher. Essa infecção pode ocorrer por meio de contato com as bactérias após a relação sexual desprotegida. A este respeito, é correto afirmar que a maioria dos casos de DIP ocorre pelas bactérias: a) Herpes simplex e Treponema pallidum. b) Treponema pallidum e Papilomavírus humano. c) Chlamydia trachomatis e Herpes simplex. d) Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis. e) Herpes simplex e Papilomavírus humano. Situação da saúde da mulher no Brasil Mulheres residentes no Brasil 42,4% moravam na região Sudeste, 27,9% moravam na Nordeste, 14,3% moravam na Sul, 8,1% moravam na Norte e 7,3% moravam na Centro-Oeste. As principais características demográficas dessa população no Brasil foram o predomínio de faixas etárias jovens e maior frequência de mulheres que se declararam de cor da pele branca entre as residentes em áreas urbanas e cor parda entre moradoras de áreas rurais. Entre as características socioeconômicas, destacaram-se a baixa escolaridade e a baixa renda. Saúde da mulher no Brasil Fonte: Livro-texto Taxa de fecundidade Fonte: Livro-texto PNAISM Direitos sexuais e reprodutivos, com ênfase na melhoria da atenção obstétrica, no planejamento familiar, na atenção ao abortamento inseguro e no combate à violência doméstica e sexual. Incorpora, também, a prevenção e o tratamento de mulheres vivendo com HIV/aids e as portadoras de doenças crônicas não transmissíveis e de câncer ginecológico. Em março de 2011, o Ministério da Saúde lançou a estratégia Rede Cegonha. Apesar dos avanços no contexto da saúde, é necessário reconhecer que muitas mulheres brasileiras ainda vivem em condições precárias de vida e não usufruem ou usufruem pouco de seu direito fundamental à saúde. Esse fato reflete diretamente nos indicadores de saúde da mulher no Brasil. Aspectos biológicos e comportamentais Diferenças na constituição genética, na ação hormonal e na atividade do sistema imunológico. Entre os fatores comportamentais, ressaltam-se a maior exposição entre os homens a fatores de risco, como tabagismo, consumo abusivo de álcool e alimentação não saudável, assim como a situações de violência. A mortalidade de mulheres apresenta um perfil distinto da masculina, em função das diferenças biológicas, comportamentais, demográficas e sociais. As causas de óbito e incapacidade entre as mulheres variam conforme a etapa do ciclo de vida. Na infância predominam as situações resultantes de doenças transmissíveis, enquanto na idade avançada se sobressaem as doenças crônicas não transmissíveis. 2000 2010 Causas definidas N° % Taxa bruta de mortalidade N° % Taxa bruta de mortalidade Doenças crônicas Câncer (neoplasias malignas) 50.012 15,0 58,0 74.600 16,5 76,6 Câncer de mama 8.309 2,5 9,6 12.705 2,8 13,1 Câncer de pulmão 4.574 1,4 5,3 8.171 1,8 8,4 Câncer do colo do útero 3.954 1,2 4,6 4.986 1,1 5,1 Doenças cerebrovasculares 41.457 12,4 48,1 49.190 10,9 50,5 Doenças isquèrnicas do coração 32.936 9,9 38,2 41.719 9,2 42,9 Outras doenças cardíacas 26.133 7,8 30,3 30.872 6,8 31,7 Diabetes mellitus 20.400 6,1 23,7 28.300 6,3 29,1 Doenças hipertensivas 12.687 3,8 14,7 23.862 5,3 24,5 Doenças transmissíveis Gripe (influenza) e pneumonia 13.884 4,2 16,1 27.760 6,1 28,5 Causas externas Acidentes de transporte 5.681 1,7 6,6 8.058 1,8 8,3 Agressões 3.743 1,1 4,3 4.465 1,0 4,6 Gravidez, parto e puerpério 1.645 0,5 1,9 1.728 0,4 1,8 Todas as causas definidas 333.815 100, 0 387,2 453.151 100,0 465,5 Mortalidade materna A Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil conceituam a mortalidade materna ou óbito materno como a morte de uma mulher durante a gravidez, aborto, parto ou até 42 dias após o parto ou aborto, independentemente da duração ou da localização da gravidez, atribuídas a causas relacionadas ou agravadas pela gravidez ou por medidas tomadas em relação a ela. Mortalidade materna Não obstétricas: quando é resultante de causas incidentais ou acidentais não relacionadas à gravidez e seu manejo. Também chamada por alguns autores como morte não relacionada. Estes óbitos não são incluídos no cálculo da razão de mortalidade materna (RMM). Mortalidade materna – obstétricas diretas Complicações ocorridas durante a gravidez, o parto ou o puerpério em função de intervenções, omissões, tratamento incorreto ou a uma cadeia de eventos resultantes de qualquer uma dessas causas. Gestação terminada em abortamento. Síndromes hipertensivas específicas da gravidez, parto ou puerpério. Síndromes hemorrágicas gestacionais.Mortalidade materna – obstétricas diretas Outros transtornos maternos relacionados com a gravidez (complicações venosas na gravidez e infecção no trato urinário). Complicações do trabalho de parto e parto (hemorragia da segunda metade e complicações de anestesia). Complicações relacionadas ao puerpério (infecção puerperal, complicações venosas, embolia amniótica). Mortalidade materna – obstétricas indiretas Resultantes de doenças preexistentes ou que se desenvolveram durante a gestação, não provocadas por causas obstétricas diretas, mas agravadas pelos efeitos fisiológicos da gravidez. Afecções anteriores da mãe complicando a gravidez, parto ou puerpério (hipertensão prévia, diabetes mellitus, cardiopatias, hemoglobulinopatias). Doenças infecciosas e parasitárias da mãe complicando a gravidez, parto ou puerpério (sífilis, tuberculose, malária, hepatites). Doenças causadas pelo vírus da imunodeficiência humana. Estratégias – Ministério da Saúde Rede Cegonha, que foi instituída no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS) em 2011. Essa medida prevê o fortalecimento da rede de assistência à saúde materno-infantil, visando assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada durante a gravidez, o parto e o puerpério, bem como à criança o direito ao nascimento seguro e ao crescimento e desenvolvimento saudáveis. Apesar desses avanços, o Brasil ainda apresenta elevadas taxas de mortalidade materna quando comparado aos países desenvolvidos. Isso indica a necessidade de aprimoramento e melhoria na assistência materno-infantil para que as políticas públicas de saúde implementadas no país tenham maior impacto na redução dessas mortes. Interatividade A respeito da Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher, analise as frases a seguir: I. Contribuir para a redução da morbidade e mortalidade feminina no Brasil, especialmente por causas não evitáveis, em alguns ciclos de vida, sem discriminação de qualquer natureza. II. Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro. Interatividade III. Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/Aids nessa população. Estão corretas: a) I, II e III. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) Apenas I e II. Resposta II. Promover a melhoria das condições de vida e saúde das mulheres brasileiras, mediante a garantia de direitos legalmente constituídos e ampliação do acesso aos meios e serviços de promoção, prevenção, assistência e recuperação da saúde em todo território brasileiro. III. Promover a atenção à saúde das mulheres em situação de prisão, incluindo a promoção das ações de prevenção e controle de doenças sexualmente transmissíveis e da infecção pelo HIV/Aids nessa população. Estão corretas: a) I, II e III. b) Apenas II. c) Apenas III. d) Apenas II e III. e) Apenas I e II. ATÉ A PRÓXIMA!
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