Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Matriz Extracelular Biologia Molecular e Celular II- 2015 Os tecidos não são formados somente por células… – Grande parte pode ser espaço extracelular, ocupado pela matriz extracelular Rede de proteínas e polissacarídeos secretados localmente Ø Abundante em tecidos conec8vos (ossos, tendão, derme…) Ø Lâmina basal: matriz extracel. do epitélio Composição da MEC Pode ser dividida em: ü MEC intersFcial ü Membrana basal Água, proteínas e polissacarídeos; cada tecido tem uma MEC com uma composição e topologia únicas Te ci do c on ju nt iv o Expressão gênica Progresso do ciclo celular Sustentação Migração Apoptose Forma MEC - Garante não somente a arquitetura do tecido, mas também provê informações biológicas e suporte para as células. Divoux, Clément, 2010. Matriz Extracelular - MEC MEC - conglomerado de substâncias em que as propriedades bioquímicas e bioJsicas permitem integrar a informação de carga convertendo em capacidades mecânicas. A interação entre a MEC e as moléculas da adesão (integrinas) conduz à aFvação de vias de sinalização intracelular e rearranjo do citoesqueleto. (Jaalouk , Lammerding, 2009) Nature Reviews Especialmente adaptada dependendo do tecido em que se localiza. - fortes e flexíveis – tendões, derme - duros e densos – ossos, dentes - flexível e absorvente - car8lagem Cada tecido tem uma MEC com composição única e topologia gerada durante o desenvolvimento do mesmo. A MEC é uma estrutura altamente dinâmica que se remodela constantemente A MEC nos tecidos conjun8vos é frequentemente mais abundante do que as células ao seu redor e isso determina as propriedades _sicas do tecido. Composição da MEC Funções da MEC • Conferir resistência à compressão, distensão, cisalhamento e combinação destes. • Preencher espaços não ocupados pelas células. • Meio de aporte para nutrientes e eliminação de dejetos. • Prover informações biológicas celulares. • Conferir estabilidade mecânica. • Sustentação mecânica - migração de células de um ponto para outro no organismo. • Veículo pelo qual chegam substâncias indutoras. • Reservatório para sinalizações de muitas moléculas extracelulares Funções da MEC Substância fundamental (circulação de nutrientes, hormônios e outros mensageiros químicos). • Glicosaminoglicanos - GAGs (dermatana- sulfato, condroitina-sulfato, queratana-sultato, etc) • Proteoglicanos (agrecana, sindecanas, etc.) • Glicoproteínas de adesão (fibronectina, laminina, nidogênio, tenascina, condronectina, osteonectina) MEC Fibras (arcabouço estrutural e elástico de vários tecidos) • Colágenas • Elásticas • Lâmina basal • Fibrilares: colágenos I, II, III, V e XI • Não fibrilares: colágenos IV, VI-X, XII-XIX, XXV, e XXVI • Laminina • Elas8na, fibrilina Glicosaminoglicanos (GAGs): formam géis Cadeias polissacarídicas não- ramificadas, compostos de unidades de cadeias dissacarídicas específicas: - Um açúcar aminado (Glu- NAc, Gal-NAc), geralmente sulfatado; - Um ácido urônico ou D-Gal Sequência dissacarídica da cadeia de sulfato glicosaminoglicana de dermatana. Substância Fundamental Hialuronana (ác. hialurônico), um GAG simples Encontrado em todos os fluidos animais adultos e no desenvolvimento do embrião Funções: - Resistência à compressão - Preenchimento durante o desenvolvimento embrionário; - Fluido nas ar8culações; - Etc… Unidade dissacarídica da hialuronana, um GAG não-sulfatado. Formado por repetições de até 25 mil unidades. Substância Fundamental Hialuronana Preenchimento de rugas/sulcos finos Proteoglicanos Os GAGs (exceto o ác. hialurônico) são covalentemente ligados a proteínas para formar os PROTEOGLICANOS nas células animais; Os polipepmdeos são produzidos no RE e os GAGs adicionados no Golgi Ligação entre a cadeia de GAG e proteína no proteoglicano. Substância Fundamental Proteoglicanos: funções • Formam géis de poros e densidades de cargas variados = filtros sele8vos; • Regulam a8vidades de proteases e inibidores secretados. • Permitem a difusão de metabólitos, nutrientes, hormônios, etc. Esquema de um agregado de agrecana gigante de cartilagem. Substância Fundamental AUMAILLEY; GAYRAUD, 1998 PROTEÍNAS DA MEC Laminina • Proteína filamentosa em forma de cruz; 3 polipepmdios: α,β,γ • A laminina, liga-se ao colágeno IV, nidogênio ou perlecana formando redes • Lamininas são componentes estruturais da membrana ou lâmina basal. Reguladoras chave para a adesão, migração, diferenciação e proliferação celular. Lâmina Basal Influencia a sobrevivência e proliferação celular, determina a polaridade celular, o metabolismo, induz a diferenciação e a migração celular. O colágeno do 8po IV possui estrutura mais flexível do que os colágenos fibrilares e é um dos componentes da lâmina basal. Colágeno Tendão Tecido conjun8vo do músculo Osso Ligamentos Car8lagem Colágeno dos tendões • Colágenos I, II e III formam 80 a 90% de todos os colágenos do corpo humano. • Componente estrutural mais abundante da MEC (compondo 25% da massa total de proteínas em mamíferos). • Todos são ricos em Prolina, hidroxiprolina e glicina • Quantidade de hidroxiprolina: 17% col. tipo III, 90% tipo IV A sequência de aminoácidos em geral apresenta uma unidade repe88va tripepmdica Gly-X-Pro ou Gly-X-HyPro, onde X pode ser qualquer resíduo de aminoácido. (Canty , Kadler, 2005). Colágeno • Existem ~20 tipos de colágenos. Hidroxilisinas e hidroxiprolinas são comuns no colágeno Os grupos hidroxila ajudam a estabilizar a hélice de fita tripla; Deficiência em ácido ascórbico previne a hidroxilação è ligação instável leva a degradação da fita (p.ex. Escorbuto) S ín te se d o pr oc ol ág en o Distensão das cisternas de Golgi, devido ao longo comprimento das moléculas de pro-colágeno. Colágeno Cross-link Intramolecular Cross-link Intermolecular • Ligações cruzadas entre lisinas desaminadas: força tensora; A quantidade e tipo das ligações varia com o tecidos • Produção de colágeno excede a degradação → mais ligações cruzadas são estabelecidas → estrutura torna-se mais resistente ao alongamento. • Exercícios podem diminuir o número de ligações cruzadas, aumentando a taxa de renovação do colágeno Colágeno Apresentam-se em vários tamanhos e são organizadas de várias maneiras. Colágenos associados às fibrilas Colágenos associados à fibrila ajudam na organização das fibrilas, na ligação das fibrilas entre si e com as macromoléculas da matriz. Kadler et al, 2008. (Alberts et al, 2004). • Não fibrilares: colágenos IV, VI-X, XII XIX, XXV, e XXVI PR IN CI PA IS T IP O S DE C O LÁ GE N O • 60-85% é de colágeno (8po I) arranjado em fibras resistentes à tensão Colágeno dos tendões Doenças relacionadas ao colágeno • Sindrome de Ehlers-Danlos: Hiperextensibilidade da pele e ar8culações: danos no colágeno 8po III Doença hereditária, decorrente de um defeito na a8vidade da procolágeno pep5dase (remoção das extremidades não- helicoidais do procolágeno), como também uma mutação do gene que codifica a lisil- hidroxilase, resultando na diminuição da resistência da molécula de colágeno. • Osteogenesis Imperfecta: Defeitos ósseosMutações no colágeno 8po I Doenças relacionadas com o colágeno • A elas8na é a principal proteína destas fibras. • Resistência - tecido volta ao tamanho original após uma distensão temporária. Fibras elásticas • A elas8na também é rica em prolina e glicina , mas não é glicosilada. Alberts et al, 2004. É secretada pelas células na forma precursora solúvel: tropoelasFna (70 kDa) junto a componentes micro-fibrilares forma as fibras elás8cas. Predomínio nas artérias – 50% do peso seco da aorta. Elastina Eletromicrografia de varredura de um segmento de aorta de cachorro. A) Pequeno aumento e B) rede de fibras elásticas a alta resolução. Mutação Síndrome de Marfan (ou AracnodacFlia) FBN1 ElasFna e fibrilina (microfibrilas) = formam as fibras elás8cas Caracterizada por membros anormalmente longos; aorta sujeita a rupturas. Ligamentos flácidos e frágeis provocam hipermobilidade e perda de contenção de crescimento dos ossos. Glicoproteína adesiva • encontrada em vertebrados, organiza a MEC • Auxilia a interação das células à matriz • Possui múlFplos domínios (cada um específico para uma macromolécula da MEC e para receptores da super_cie celular) • Dímero – com 2 subunidades ligadas por ligações S-S: solúveis ou ligados formando filamentos. • Liga-se a integrinas – RGD (repe8ções de fibronec8na 8po III) FibronecFna A sequência RGD está presente em outras proteínas extracelulares, como no fibrinogênio (fator de coagulação sanguínea). Por isso é alvo de substâncias an8coagulação. Fi br on ec Fn a Pepmdeos contendo a sequência RGD podem compe8r Com a fibronec8na pelo sí8o de ligação à célula. Ligados a uma super_cie sólida, esses pepmdeos causam a aderência celular. ü Família de receptores que medeiam as interações adesivas das células. ü Ligam-se a proteínas da MEC - conectam a matr iz ao citoesqueleto celular. ü Diferem dos receptores de super_cie celular- ligam-se ao seus l igantes com baixa afinidade, [ ] de 10 a 100 vezes mais elevadas na super_cie. “Princípio do velcro” Integrinas Miran8, Brugge, 2002
Compartilhar