Aula_08 Patrimônio Histórico Cultural Brasileiro

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PATRIMÔNIO HISTÓRICO-CULTURAL BRASILEIRO
Aula 8 - Patrimônio artístico e cultural
Região Nordeste – Alagoas, Bahia e Ceará
PATRIMÔNIO CULTURAL E ARTISTICO – REGIÃO NORDESTE I - AULA 8
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL BRASILEIRO 
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO DA AULA 
Patrimônio - Região Nordeste - I
	Alagoas
	Bahia
	Ceará
PATRIMÔNIO CULTURAL E ARTISTICO – REGIÃO NORDESTE I - AULA 8
PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL BRASILEIRO 
REGIÃO NORDESTE 
Nas aulas 8 e 9, vamos nos deter nas características patrimoniais situadas na região Nordeste. Seus estados representam um pólo turístico bastante desenvolvido, sobretudo devido aos atrativos de seu rico patrimônio cultural, imaterial e natural.
Portanto, conheceremos mais das nove unidades federativas que compõem a região Nordeste: Alagoas, Bahia, Ceará, Maranhão, Paraíba, Piauí, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe 
Nesta aula focalizaremos os estados de Alagoas, Bahia e Ceará 
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PATRIMÔNIO HISTÓRICO E CULTURAL BRASILEIRO 
REGIÃO NORDESTE
Antes de começar a viagem é bom dar uma olhada no panorama turístico do Nordeste. 
O potencial turístico desenvolve-se por seu vasto litoral e belas praias, e a riqueza cultural diversificada. O patrimônio natural local está cada vez mais visitado. Ceará, Maranhão, Piauí e Rio Grande do Norte tem um vasto patrimônio material, destacando-se as fortificações que protegiam o litoral e os casarios de seus centros históricos. 
O patrimônio imaterial envolve artesanato, danças típicas e animadas comemorações religiosas, festas juninas que homenageiam Santo Antônio, São João e São Pedro.
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REGIÃO NORDESTE - ALAGOAS
Sobre o estado de Alagoas, sabe-se que, no início do século XVII, havia cultivo de cana-de-açúcar, de farinha de mandioca, de tabaco e criação de gado – tudo consumido pela Capitania. Em meados do referido século, o seu litoral se tornou palco de violentos combates: a guerra Holandesa.
Enquanto os holandeses lutavam para dominar o território, no interior do estado, se multiplicavam os quilombos, com africanos evadidos dos engenhos de Pernambuco e da Bahia 
Palmares
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O mais famoso foi Palmares, na Serra da Barriga. No seu apogeu, acredita-se que tenha chegado a vinte mil pessoas. Atualmente, a serra é um sítio histórico, reconhecida, pelo Governo Federal, na década de 1980, como monumento histórico nacional.
ALAGOAS
Em Marechal Deodoro, cujo nome é uma homenagem ao primeiro presidente da República do Brasil, nascido nessa cidade, em sua residência, funciona um museu referente à sua memória. 
Penedo, uma das mais antigas cidades históricas do estado, foi tombada como patrimônio histórico. Situada ao sul, às margens do rio São Francisco, sua arquitetura colonial é de tal beleza que a fizeram ser chamada de Ouro Preto do Nordeste.
Penedo
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ALAGOAS
Como tem ocorrido em outros estados do Nordeste, estão sendo criadas Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPN). 
O proprietário fica isento de pagar Imposto sobre a Propriedade Territorial Rural (ITR) sobre a área protegida e ainda conta com a possibilidade de obter ajuda de entidades privadas e públicas para a proteção e a administração das propriedades.
A respeito do patrimônio imaterial, destaca-se a qualidade de renda de bico, chamada “singeleza”, produzida por uma rendeira idosa. É, portanto, considerado um saber comunitário em risco de extinção na área.
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EXPLORANDO O TEMA:
Turistas chegam à Bahia movidos pela fé ou para conhecer o sincretismo religioso, do catolicismo europeu e a áfrica negra, com suas devoções. As manifestações religiosas movimentam R$ 8 bilhões por ano no Brasil. Bom Jesus da Lapa (oeste da BA) recebe 1,5 milhão de romeiros. Há festas no Recôncavo Baiano e em Salvador, reforçados como pólo turístico religioso após a beatificação de Irmã Dulce.
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=aV8xBR0hGnc 
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Tomé de Souza, o primeiro governador da Bahia, no ano de 1549, funda a cidade de Salvador, primeira capital do país. Seguindo o curso dos rios, como o São Francisco, expandiu-se o território em direção ao norte.
Nesse período, o território se dividia em duas grandes regiões, que eram dominadas por protegidos da Coroa Portuguesa. Um dos administradores era Garcia d’Ávila, senhor de terras que correspondiam a 10% do território brasileiro atual, fazendo dele o homem mais poderoso da Bahia naquela época. 
REGIÃO NORDESTE - BAHIA 
Tomé de Souza
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 BAHIA
Foi considerada a primeira grande arquitetura erguida pelos portugueses no Brasil, o que marca o início da consolidação da colônia como território português.
Após a independência, o estado teve dificuldade de integrar-se ao Império. 
A Bahia exigia autonomia e liderança no cenário nacional, que foram negados 
Em sua propriedade, foi construída a Casa da Torre, em meados do século XVI. Composta por um castelo com uma torre, um forte militar e outras construções anexas, essa edificação foi tombada como monumento nacional pelo IPHAN, em 1938. 
Casa da Torre
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No período republicano, houve graves incidentes políticos, como a Guerra de Canudos e o bombardeio de Salvador. 
Como se percebe, a história da Bahia é um testemunho de inúmeras expressões culturais que marcam o cenário brasileiro. 
Dentro do contexto de preservação da memória nacional, o centro histórico de Salvador tem sido fruto das políticas de recuperação dos centros urbanos no Brasil. 
BAHIA
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BAHIA
O Centro Histórico foi reconhecido pela UNESCO como patrimônio da Humanidade em 1985, com a justificativa de ter sido o palco das primeiras miscigenações culturais entre europeus, indígenas e africanos, estabelecendo as bases étnicas do país.
Em Salvador, foi repetido o esquema de urbanização de Lisboa: “cidade alta” e “cidade baixa”, seguindo um modelo típico das ocupações portuguesas 
A cidade foi cenário do primeiro mercado de escravos do Novo Mundo, em 1588. O centro antigo da cidade conseguiu preservar muitos dos prédios que mantêm uma arquitetura renascentista.
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BAHIA 	
Em contrapartida, não se pode deixar de citar o bairro do Pelourinho, constituído por diversas ladeiras e inúmeras igrejas, que foi local de tortura de negros considerados criminosos. 
O nome Pelourinho é originário das colunas de pedras que ocupavam os logradouros públicos das cidades portuguesas, onde eram amarrados os escravos castigados. Essa região foi considerada patrimônio da humanidade pela UNESCO.
Pelourinho
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BAHIA
No século XX, elevadores uniram os dois planos, pelo Elevador Lacerda, que foi construído em 1896, reformado nos anos 1930. Pode-se apreciar o porto da Baía de Todos os Santos e do Mercado Modelo, que ocupa um antigo prédio neoclássico. 
A edificação, casa da Alfândega de Salvador, tombada pelo IPHAN (1966), abriga o mercado desde 1971. Hoje é local de música e gastronomia, venda de produtos típicos, referência artístico-cultural e ponto turístico.
Na década de 1980, depois da degradação, o centro histórico iniciou uma revitalizaçãoem 1992, renovando a infraestrutura e integrando os prédios centenários ao roteiro turístico. 
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Em Itacaré, Ilhéus e Uruçuca, localiza-se o Pq. Estadual da Serra do Conduru, criado em 1997 com uma variedade biológica que chega a apresentar 458 diferentes tipos de árvores por hectare. 
BAHIA
Na cidade de Lençóis está localizada a Chapada Diamantina, considerada um dos destinos mais apreciados no país. A cidade foi uma das que, no século XIX, sofreram com a exploração de diamantes.
Diamantina
Conduru
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Um dos principais patrimônios imateriais da Bahia é seu povo, a maior concentração de afro-brasileiros, 80% da população. Os negros da África subsaariana, das tribos de Daomé, Nigéria e Costa da Mina ajudaram no enriquecimento cultural do lugar. 
BAHIA
A penca de balangandãs se tornou símbolo da cultura baiana de cunho religioso. Muito utilizado pelas escravas, usado preso à cintura por uma corrente de prata, aparece até no vestuário de artistas da Bahia.
Muitos falavam árabe, seguiam o islamismo e tinham cultura material desenvolvida, com trabalhos em prata e ouro. 
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As comemorações religiosas são herança cultural, sendo importante assinalar o sincretismo religioso presente, pois unem a fé católica às devoções de influência africana, tornando-se difícil a separação da espiritualidade católica da espiritualidade africana. 
BAHIA
O exemplo: a festa da Lavagem do Bonfim. A Igreja do Nosso Senhor do Bonfim foi fundada, em meados do século XVIII, em virtude de uma promessa feita durante uma tempestade por um capitão português.
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BAHIA
A Festa de N.S. Bonfim se transformou num grande ícone de manifestações culturais, atraindo devotos, para a lavagem de sua escadaria, com água de cheiro vertida pelas baianas, vestidas de branco.
A capoeira, por sua vez, está sendo supervisionada pelo IPHAN com o auxílio das Universidades Federais de Salvador, do Recife e do Rio de Janeiro que se dedicam a realizar um inventário de seu desenvolvimento e prática. 
Ela é uma expressão cultural afro-brasileira, que une dança e luta, com gestos acrobáticos e música, utilizando tambores e berimbau.
Igreja de N.S. Bonfim
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BAHIA
O Samba de Roda do Recôncavo Baiano, patrimônio imaterial brasileiro, influenciou o samba carioca, referência no panorama do samba nacional. 
Como riquezas imateriais, o Samba de Roda, o acarajé e a Capoeira são dignos representantes dessa herança afro-descendente 
O acarajé, cuja receita é oferenda ao orixá Iansã, se tornou um dos símbolos da rica culinária baiana. Ele é vendido nas ruas da cidade de Salvador desde o período colonial por escravas de ganho ou libertas. 
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Sobre o estado do Ceará, por volta de 1500, o navegador Vicente Yanez Pinzón chegou ao litoral do estado. 
Sua ocupação, no entanto, só ocorreu a partir do século XVII, com a construção, na enseada de Mucuripe, de um forte pelos holandeses. 
REGIÃO NORDESTE - CEARÁ 
Essa fortaleza foi tomada por Portugal e renomeada como Fortaleza de Nossa Senhora da Assunção, passando a sediar a capitania.
Fortaleza
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Na área cultural a região é marcada pela presença europeia e indígena, presentes na cestaria, baseada na produção de etnias locais e nas peças de renda bilro, inspiradas nas regiões do litoral de Portugal. 
A respeito da diversidade cultural, o Governo Federal e o estado implantaram o projeto “Programa Mais Cultura”, que serve de apoio a projetos desenvolvidos pela sociedade civil. 
O SIEC (Sistema Estadual de Cultura) do governo cearense tem o objetivo de regulamentar atividades culturais nos âmbitos federal, estadual e municipal, por meio de ações conjuntas de apoio financeiro.
CEARÁ 
Bilro
Cestaria
Cestaria
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Há vinte e cinco bens cearenses registrados no IPHAN como patrimônio nacional. Entre eles, está o conjunto arquitetônico da cidade de Aracati. Ela se desenvolveu no século XVII, pois ali se instalaram Oficinas de Carne, as famosas Charqueadas conhecidas pela criação e abatimento de gado na região.
Sob o ponto de vista cultural, Fortaleza, desde o século XIX, conta com grande movimentação intelectual, com a presença de agremiações literárias e científicas 
CEARÁ 
Fortaleza
Aracati
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CEARÁ
Em 1894, foi criada a Academia Cearense de Letras, primeira do gênero no Brasil. 
O Teatro José de Alencar, inaugurado em 1910, tem referências art noveau com frontão de arco e vitrais coloridos, tombado pelo IPHAN em 1964. 
Ele possui duas construções distintas: dois pavimentos de pedra e alvenaria com um estilo eclético, um vestíbulo, uma segunda construção, localizada na parte posterior, que abriga a sala de espetáculos do teatro. 
Teatro José de Alencar
Academia
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CEARÁ
A Secretaria de Cultura do Estado tombou a cadeia pública de Fortaleza, construída em 1866, onde funciona o Centro de Turismo.
Jericoacoara, até 1985, era um vilarejo de pescadores em meio às dunas, quando suas praias passaram a ser conhecidas internacionalmente. 
Como estão em uma Área de Proteção Ambiental, não há permissão para a construção de estradas, o que dificulta o acesso às praias da região. 
Jericoacara
Centro de Turismo
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CEARÁ
O Ceará tem vasto e diversificado patrimônio imaterial, mas o artesanato das rendas de bilro é um dos mais conhecidos. 
A figura da mulher rendeira imortalizada em música, representa a artesania herdada dos colonizadores portugueses
No estado, existe um Conselho Estadual de Preservação do Patrimônio Cultural (COEPA) que destaca e escolhe cidadãos para serem guardiões da memória do estado, os Mestres da Cultura do Ceará.
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EXPLORANDO O TEMA:
Na trilha do filme "O cangaceiro", (Vera Cruz, 1953) esta música, dizem, de autoria de Lampião é interpretada pelos Demônios da Garoa e Zé do Norte. "Mulher rendeira" teve gravações e divulgação internacional por conta do filme. Neste vídeo volte no tempo e cante Mulher Rendeira, síntese da identidade da mulher 
nordestina, transformada em patrimônio imaterial da região. 
Acesse https://www.youtube.com/watch?v=zhdJtyLXjkA
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A influencia da cultura africana é um ponto central no patrimônio material e imaterial das cidades nordestinas, principalmente na Bahia, como vimos. 
TEMAS PARA DEBATE
O Governo Federal coloca a educação das relações étnico-raciais e especialmente o ensino da história e cultura afro-brasileira como obrigatórios nos currículos de cursos superiores e de formação secundária. 
Como isso afeta a forma de abordar o estudo do patrimônio histórico e cultural? A influencia holandesa (Mucuripe, no Ceará), a indígena (renda de bilro na Bahia) e a árabe (escravos africanos islâmicos em Salvador) não merecem um destaque semelhante?
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RESUMINDO
Nesta aula, você
Identificou os sítios naturais, materiais e imateriais presentes na Região Nordeste do Brasil, vistos nos estados de Alagoas, Bahia e Ceará. 
Compreendeu a relação entre Patrimônio e Turismo nessa região e percebeu que os núcleos turísticos desta região estão baseados neste patrimônio. 
Analisou a participação destacada da cultura africana na cultura e religião nordestinas, especialmente na Bahia e da qual emerge um diversificado sincretismo.