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29/05/2015 1 3. Química dos Elementos e seus Compostos II - Metais de Transição e Terras Raras 1 Porque estudar os metais d? - Fe: Elemento central no desenvolvimento industrial dos humanos; - Ti: Forma ligas metálicas de alto desempenho, implantes; - Ag: Propriedades bactericidas, metal semiprecioso; - Co, Mo: Encontrados em vitaminas essenciais; - W: Filamentos de lâmpadas incandescentes; - Pt, Pd, Ru: Catalisadores, formação de complexos. - Formação de ligas metálicas com composições muito variáveis. 29/05/2015 2 Estados de Oxidação dos metais d Estados de oxidação encontrados para os metais de transição. Laranja denota os estados de oxidação mais comuns. Vários estados de oxidação possíveis. Podem-se identificar alguns padrões: 1. Elementos das extremidades possuem poucos estados de oxidação possíveis (orbitais quase completos ou incompletos); 2. Elementos centrais do bloco possuem quase todos os estados de oxidação possíveis (orbitais d estão habitados com elétrons desemparelhados). Primeiro Período do Bloco d Do Escândio ao Níquel -Possuem valores de ponto de fusão próximos devido ao tipo de ligação envolvida no sólido; -Densidade aumenta da esquerda pra direita. 29/05/2015 3 Primeiro Período do Bloco d Do Escândio ao Níquel Primeiro Período do Bloco d - Sc: Cátion pequeno e de alta carga, é capaz de desprotonar á agua em seus complexos: - Ti: comumente encontrado em compostos no estado +4, forma ligas fortes e leves: Utilizado na forma de TiO2: Pigmento branco na indústria de tintas e papel. - V: Forma ligas ferrosas com aço, úteis na produção de molas automotivas: V2O5: utilizado como catalisador em reações de oxidação (ácido sulfúrico). [Sc(OH2)6] 3+ (aq) [Sc(OH2)5(OH)] 2+ (aq) + H + (aq) V2O5 TiO2 29/05/2015 4 Primeiro Período do Bloco d - Cr: Metal resistente à corrosão, obtido pela redução do mineral Cromita (FeCr2O4): Óxidos de cromo de alta valência em meio ácido (como o dicromato) são bons agentes oxidantes - Mn: Forma ligas ferrosas duras e resistentes à abrasão. Com o bronze, forma ligas muito resistentes à corrosão: Pirolusita Processo Termita Primeiro Período do Bloco d - Fe: Segundo elemento mais abundante da crosta terrestre (atrás do alumínio). É encontrado na forma dos minérios Hematita (Fe2O3) e Magnetita (Fe3O4): Fe3O4(s) + 4CO(g) 3Fe(s) + 4CO2(g) - Assim como o Al3+ e o Sc3+, dado seu poder polarizante, íons Fe3+ tornam o meio onde estão ácidos: - É importante em processos biológicos, como no transporte de oxigênio via hemoglobina. Um ser humano saudável possui cerca de 3g de ferro em sua composição. Perdemos diariamente 1 mg através do suor, fezes e cabelo. Mulheres: Adicional de 20 mg durante a menstruação. 900 °C Púrpura Amarelo Pálido 29/05/2015 5 Ligas Metálicas Ferrosas Primeiro Período do Bloco d - Ni: Obtido em sua grande maioria de Sidbury, Ontário, devido à colisão de um meteoro contra a Terra, que expôs os minérios de Fe e Ni. - O níquel passa por um processo de purificação após formação do níquel tetracarbonilo: É utilizado em ligas com o cobre (liga cuproníquel - 25% Ni, 75% Cu) para produção de moedas, em baterias de Ni-Cd e como catalisador na hidrogenação de compostos orgânicos (manteiga). 29/05/2015 6 Grupos 11 e 12 Famílias do Cobre e do Zinco Grupos 11 e 12 Famílias do Cobre e do Zinco - Elétrons de orbitais d possuem um baixo nível de blindagem - alta interação entre os elétrons mais externos e o núcleo; - Baixa reatividade; formam compostos com valores de oxidação baixos. 29/05/2015 7 Grupos 11 e 12 - Cu: É encontrado na forma nativa, mas é encontrado mais abundantemente na Calcopirita (CuFeS2). É um excelente condutor elétrico: - Au: Inerte o suficiente para ser encontrado em grande abundância na forma reduzida: HNO3 não reage com ouro Grupos 11 e 12 - Zn: Empregado no revestimento eletrolítico do Ferro (galvanoplastia). Extraído da Esfarelita: - Assim como seu vizinho Al, o Zn0 é anfotérico: - Hg: Obtido através do processamento do Cinábrio. Utilizado em termô- metros e antigamente em amálgamas de ouro para sua extração. - Reação com ácido? 29/05/2015 8 Química dos Elementos: Lantanóides e Actinóides ... Lantanóides Grupo conhecido mais popularmente como Terras Raras. - A não ser pelo Promécio (Pm), todos os elementos são abundantes; - O menos abundante, o Túlio (Tm), ainda sim tem abundância similar à do Iodo (0,5 ppm); - O Cério (Ce) é o elemento do bloco F mais abundante, aproximadamente a mesma abundância do Cobre na crosta terrestre (68 ppm). 29/05/2015 9 Lantanóides São obtidos de duas fontes prímárias de minerais: - Monazita (Ln,Th)PO4: encontram-se lantanóides mais leves (Ln-Gd); - Xenótimo (YPO4): lantanóides mais pesados (Tb-Lu); Areia monazítica de Guarapari - ES Xenótimo Lantanóides e Actinóides A maioria dos elementos do grupo F possui estado de oxidação +3 Configuração: [Xe] 4fn5d16s2 - Exceções: Cério - Ce(IV) e Európio - Eu(II); - Implicações: Utilização de diferentes estados de oxidação para separação desses compostos; - Por apresentarem somente um estado de oxidação, a separação dos elementos é dificultada. 29/05/2015 10 Actinóides Depois do Chumbo (Pb, Z = 82), nenhum elemento possui isótopo estável; - Exceções: Tório (Th, Z = 90) e Urânio (U, Z = 92) possuem isótopos de alta meia-vida; - Fontes de Tório: Monazita (Ln,Th)PO4 e Torita (ThSiO4); - Fontes de Urânio: Uranita (UO2) e Pechblenda (U3O8); U3O8 ThSiO4 Compostos de Lantanóides - Ligas de Samário-Cobalto (SmCo5 e Sm2Co17): Utilizados na produção de ímas superpotentes; - Compostos de Lantanóides: marcadores ópticos luminescentes. In te n si d ad e Comprimento de onda Comprimento de onda In te n si d ad e 29/05/2015 11 Trabalhador próximo a um alto-forno, Sahaviriya Steel Industries (SSI), Redcar, Inglaterra. 21 4. Metais e Metalurgia Minerais e Beneficiamento • Com exceção do Ouro e outros metais de transição mais pesados (Ru, Rh, Pd, Os, Ir e Pt), os elementos metálicos se encontram na natureza na forma de sólidos inorgânicos, chamados de minerais: 22 29/05/2015 12 • Metalurgia: Ciência e tecnologia de extração de metais a partir de suas fontes naturais; • Etapas básicas: 1. Mineração; 2. Concentração do minério / tratamento adicional (ustulação); 3. Redução do minério para obtenção do metal livre; 4. Refinamento ou purificação do metal; 5. Adição de outros elementos para modificação de propriedades 23 Minerais e Beneficiamento • Metalurgia: Ciência e tecnologia de extração de metais a partir de suas fontes naturais; • Etapas básicas: 3. Redução do minério para obtenção do metal livre: – Pirometalurgia: utilização de altas temperaturas para obtenção do metal; – Hidrometalurgia: utilização de reações químicas em fase aquosa para obtenção do metal ou precursor purificado; – Eletrometalurgia: utilização de corrente elétrica para obtenção do metal livre. 24 Minerais e Beneficiamento 29/05/2015 13 • Etapas básicas: 2. Concentração do minério / tratamento adicional (ustulação) 25 Minerais e Beneficiamento Mineral após sua extração contém uma grande carga de impurezas (principalmente fontes de sílica e rochas). Processo de flotação utiliza o princípio de diferenças de hidrofobicidade entre os minerais e as impurezas quando em contato com uma solução de surfactante/ mistura água-óleo. Bolhas carregando partículas de minério Ar comprimidoPartículas de minério Mistura água- óleo agitada Ganga Processo de Flotação para concentração do minério Minério: Superfície mais hidrofóbica que a das rochas e da sílica: Porção superior; Ganga: Porção inferior com baixa concentração de minério + impurezas. 29/05/2015 14 - Metais podem se combinar com diferentes tipos de ânions, formando diferentes tipos de minerais: Fe3O4 FeCO3 FeS2 Magnetita Siderita Pirita - No processo de redução dos metais, a forma óxido de um metal é mais facilmente convertido em metal reduzido em comparação a outros ânions: – Calcinação e ustulação: tratamentos térmicos para a obtenção de óxidos metálicos 27 Pirometalurgia Calcinação: aquecimento de um minério para realizar sua decomposição com a eliminação de um produto volátil (normalmente CO2 ou H2O): PbCO3(s) PbO(s) + CO2(g) Ustulação: aquecimento de um minério em atmosfera rica em gás oxigênio para formação de um óxido metálico: 2ZnS(s) + 3O2(g) 2ZnO(s) + 2SO2(g) 28 Pirometalurgia Δ Δ 29/05/2015 15 Redução do minério: aquecimento dó óxido metálico na presença de um agente redutor (normalmente o CO, gerado pela combustão parcial em altas temperaturas do coque): ZnO(s) + CO(g) Zn(g) * + CO2(g) *: Metais com baixos P.E. podem ser purificados por destilação. Óxidos de metais pouco reativos, como a Prata e o Mercúrio, se decompõe termicamente, produzindo seus respectivos metais reduzidos 2HgO(s) 2Hg(g) + O2(g) 29 Pirometalurgia 1100°C Δ Metal merece destaque especial no processo pirometalúrgico devido à sua grande importância atual. 30 Pirometalurgia do Ferro - Principais minérios de Ferro: Hematita (Fe3O4) e Magnetita (Fe2O3). - Redução do ferro ocorre em altos- fornos, um reator químico de contracorrente que funciona continuamente a altas temperaturas; - Principais compostos: óxidos de Fe, Calcário, Coque, gás Oxigênio. Dimensões do alto forno: 60m (altura) x 14m (largura) 29/05/2015 16 Produção do Ferro Gusa 31 Pirometalurgia do Ferro 1: Mistura de óxidos de Fe, calcário e coque são despejados no topo do alto-forno; 2: Gás oxigênio oriundo do ar atmosférico é injeto para dentro do alto forno continuamente através de diversos canos de suprimentos; Dimensões do alto forno: 60m (altura) x 14m (largura) 1 2 - Como as temperaturas próximas a injeção de ar atmosférico são altas, ocorre a formação de gás carbônico através da combustão do coque: C(s) + O2(g) CO2(g) - Apesar de grande a quantidade de O2 injetado, ela não é capaz de converter todo o coque a CO2: A temperaturas acima de 900°C, o CO2 reage com o coque: CO2(g) + C(s) 2CO(g) 32 Pirometalurgia do Ferro Δ Δ 29/05/2015 17 - Processo de produção de CO é altamente exotérmico e permite atingir altas temperaturas: - A altas temperaturas, o vapor d’água presente no ar também reage com o coque*, formando monóxido de carbono e gás hidrogênio: *Adição de água no ar injetado é capaz de regular a temperatura do forno (reação endotérmica). 33 Pirometalurgia do Ferro - Próximo a região central do alto-forno, inicia-se o processo de decomposição do carbonato de cálcio (a) e redução do óxido de ferro por CO (b) e H2 (c) CaCO3(s) CaO(s) + CO2(g) - Função do CaO: formação de uma fase líquida com impurezas associadas ao minério (SiO2 e P4O10). 34 Pirometalurgia do Ferro Δ (a) (b) (c) 29/05/2015 18 - Na região acima da injeção de ar quente, a temperatura é alta o suficiente (> 1200°C) para a formação compostos que possuem baixo ponto de fusão: CaO(s) + SiO2(s) CaSiO3(l) 6CaO(s) + P4O10(s) 2Ca3(PO4)2(l) - Reação entre CaO e as impurezas dão origem a uma fase líquida conhecida como escória. - Antes de chegarem na região de mais alta temperatura, o ferro ainda se encontra na fase sólida e a escória está na fase líquida. 35 Pirometalurgia do Ferro Δ Δ Produção do Ferro Gusa 36 Pirometalurgia do Ferro 3: Ao chegar na região de maior temperatura no alto-forno, o Ferro se funde (P.F. 1535 °C) ; 4: Por ser mais denso que a escória, o ferro fundido se deposita na base da torre, enquanto a escória é removida por dutos laterais mais acima. Dimensões do alto forno: 60m (altura) x 14m (largura) 3 4 29/05/2015 19 - Problemas inerentes da pirometalurgia: necessidade de grandes quantidades de energia e poluição atmosférica; - Outras técnicas metalúrgicas podem ser aplicadas para a produção de um metal livre ou purificação de um minério; - Principais aplicações da hidrometalurgia: purificação do ouro metálico e purificação do minério de alumínio (bauxita); - Lixiviação: principal processo hidrometalúrgico, no qual apenas o composto desejado contendo o metal é dissolvido seletivamente. 37 Hidrometalurgia - Grande demanda por alumínio devido à suas boas propriedades físicas, além de formar materiais leves. Produção atual de 15 milhões de toneladas (1,5x1010 kg); - Principal minério de Alumínio: Bauxita (Al2O3 • xH2O, x variável); - Principais impurezas no minério: SiO2 e Fe2O3; - Processo baseia-se na solubilização apenas do minério de alumínio, permitindo a sua separação por métodos simples (decantação / filtração) das impurezas. 38 Hidrometalurgia do Alumínio 29/05/2015 20 - Processo Bayer: Produção de óxido de alumínio (Al2O3) com alto grau de pureza; - 40 a 60% do minério: Bauxita - Separação do Al e impurezas: contato com uma solução a quente de NaOH (30%): - Apenas Al2O3 forma um complexo solúvel em meio básico. Redução do pH leva a formação do Al(OH)3, que após calcinação é convertido em Al2O3 purificado. 39 Hidrometalurgia do Alumínio - Muitos metais podem ser obtidos na forma livre apenas através de processos não espontâneos, como a eletrólise. Normalmente empregam um sal fundido para a produção do metal livre; - Ampla gama de metais livres, como o sódio, magnésio e alumínio não pode ser obtida por eletrólise da espécie em meio aquoso, uma vez que seus potenciais padrão de redução são mais negativos que o da água (tanto ácida quanto básica): 40 Eletrometalurgia 29/05/2015 21 - Célula de Downs: Eletrólise do NaCl fundido. Utilização de CaCl2 para abaixar o ponto de fusão do NaCl (804°C - 600°C). Cálcio tem potencial de redução maior que o Sódio. 41 Eletrometalurgia do Sódio Eletrometalurgia do Alumínio Alumínio Obtido até 1888 pela redução do sal duplo NaCl∙AlCl3 em vácuo com sódio metálico por Henri Saint-Claire Deville (1854). Processo custoso: Al 1100,00 USD / kg (mais caro que a ouro). Charles Hall - Paul Héroult: Possibilidade de realizar a eletrólise da alumina à temperaturas muito mais baixas com criolita: P.F. da Alumina: Acima de 2000 °C P.F. da mistura Alumina + Criolita (Na3AlF6): 950-980 °C 42 29/05/2015 22 - Processo Hall-Héroult: Consumo dos ânodos de grafite com o progresso da eletrólise. Alumínio é mais denso que a fase fundida e é coletado no fundo do tanque. 43 Eletrometalurgia do Alumínio
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