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FACULDADES INTEGRADAS AGES Campus de TUCANO NATHALIA LAÍS SANTOS ANDRADE CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE DE LEI E ATO NORMATIVO MUNICIPAL: uma análise sobre seu funcionamento na Federação Brasileira Fichamento apresentado no curso de Bacharelado em Direito da Faculdade AGES de Tucano, como um dos pré-requisitos para obtenção da nota parcial da disciplina de Jurisdição Constitucional e Poder Judiciário. Professor: Esp. Jailson Souza Santana Tucano - BA 2019 REFERÊNCIA DA OBRA CASTRO, Gina Gouveia Pires. Controle De Constitucionalidade De Lei E Ato Normativo Municipal: uma análise sobre seu funcionamento na Federação Brasileira. Recife: UFPE, 2014. 1. CITAÇÕES DIRETAS REPRESENTATIVAS [...] o Munícipio uma entidade federativa do Brasil (art. 1º CF/88), acredita-se que é necessária uma fiscalização de sua produção de lei e atos normativos em relação à Constituição, para que haja uma compatibilização ou simetria diante dos demais membros. Afinal, como entidade política ele tem tanta importância como qualquer Estado que compõe o País e não pode ter leis ou atos normativos vigorando de forma contraria com o que prevê o texto constitucional. (p.13) “[...] O controle de lei ou ato normativo municipal é feito perante a Constituição Estadual, através da via direta ou difusa, como deixa claro o art. 125, § 2º da CF/88, cujo comando é criado com base na Constituição Federal. ” (p.14) Possui autonomia diante de sua capacidade de auto-organização, autogoverno, capacidade normativa própria e auto-administração, bem como sua independência financeira diante dos demais membros. E por isso diante de tanta independência não poderia estar deslocado de um controle de constitucionalidade diante da Constituição Federal. (p.15) “Os estados membros possuem sua própria autonomia que é garantida pela constituição de cada Estado, contudo, ela só poderá ser criada ou modificada seguindo as orientações que estão expressas na Constituição Federal. ” (p.24) [...] no caput do artigo 18 a autonomia dos entes periféricos e o princípio da simetria, que é realizada através da edição de Constituições Estaduais e Leis Orgânicas Municipais e Distrital, que apresentam os poderes de auto-organização, auto - legislação, autogoverno e auto - administração, sempre mediados pela Constituição Federal. (p.38) No Brasil, o Tribunal responsável pela guarda da Constituição, bem como pela decisão final sobre questões de inconstitucionalidade e conflitos federativos é o STF – Supremo Tribunal Federal. No artigo 102 da CF/88 podemos observar a competência deste órgão Judicial no que tange aos conflitos federativos. [...] Ainda, poderá mediante recurso extraordinário pode tratar também sobre invasões das competências legislativas federais pela normatização municipal, como contido artigo 102, III, “d”, inserido pela EC 45/04. (p.39) “Devido a sua capacidade de auto-organização, auto-legislação e autogoverno, essas entidades políticas têm como base a Constituição Estadual, pautada sempre em conformidade Federal com os princípios da Constituição” (p.44) Conforme expresso no artigo 29, quando expressa que o Município será regido por Lei Orgânica, com votação em dois turnos, possuindo um interstício de no mínimo dez dias, com aprovação de dois terços dos membros da Câmara Municipal, que ficará responsável pela promulgação da mesma, desde que ela atenda aos princípios estabelecidos na Constituição Federal e Estadual. (p.51-52) A autonomia política consiste na garantia concedida a comunidade local de escolher seus governantes. A autonomia administrativa consiste na administração que será realizada tomando por base a conveniência e oportunidade dos interesses locais, sem qualquer influência dos outros Entes Federativos, ou até mesmo um controle por parte delas. Na autonomia financeira o Município possui a competência e capacidade de criar e arrecadar seus próprios tributos, bem como buscar suas próprias receitas. (p.53) “Cabendo aos órgãos do judiciário estadual exercer a jurisdição, o que faz com que o Município tenha que recorrer ao Estado-Membro para que suas determinações sejam cumpridas” (p.54) [...] com a criação da Lei 9.882/99, ficou garantida a análise, em tese, das leis e atos normativos municipais que descumpram as determinações da Constituição Federal, na medida em que prevê que todos os atos do poder público podem ser objeto de ação de arguição de descumprimento de preceito fundamental, conforme estabelecido no artigo 1º da Lei combinado com o art. 102, § 1º, da CF/88. (p.55) “[...] Município possui todas essas competências, já que no artigo 30 da Constituição Federal de 1988 é expressa a capacidade para legislar sobre assuntos de interesse local, bem como suplementar a legislação federal e estadual no que lhe couber” (p.58) “A legislação local engloba tanto as leis votadas pela Câmara e promulgadas pelo Prefeito, como também os regulamentos emanados do Executivo, desde que a matérias seja de sua atribuição. ” (p.59) “A rigidez constitucional funciona como um dos instrumentos necessários para que se alcance a estabilidade da Constituição. ” (p.69) O STF realiza duas funções: ser um órgão de instância recursal ordinária e extraordinária, tendo como limitação material a necessidade de que a matéria em discussão no processo apresente ofensa à Supremacia da Constituição e ser um Tribunal Constitucional com competência originária de conhecer as ações que se destinam a analisar a legitimidade constitucional de atos normativos ou com força de lei. (p.75) [...] inconstitucionalidade seria o conflito existente entre um comportamento, uma norma ou um ato normativo perante a Constituição Federal. [...] a inconstitucionalidade formal, na qual tem-se a não observância do processo previsto para a elaboração do ato, ou seja, a forma que está prevista na Constituição para a criação de determinado ato, comportamento, ação ou omissão não foi observada. [...] A inconstitucionalidade material ocorrerá pela incompatibilidade do direito material com o sistema jurídico vigente. (p.82-83) [...] caber Recurso Extraordinário quando a decisão julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Lei Maior, conforme seu artigo 102, III. Dessa forma, quando a lei ou ato normativo municipal afrontar a Constituição Federal, e for impugnado na via de defesa ou de exceção, as decisões dos Tribunais inferiores poderão ser revisadas pelo STF, em grau de recurso extraordinário, mas silenciando sobre um possível controle de constitucionalidade municipal pela via direta em face do Texto Maior. (p.98) Se a violação por lei ou ato normativo municipal for perante a Constituição Estadual, as decisões proferidas pelos órgãos judiciais inferiores serão revisadas apena pelo Tribunal de Justiça, não cabendo se recorrer ao Supremo Tribunal Federal, salvo se a disposição afrontada reproduz norma constitucional federal de observância Federados obrigatória para os Estados. [...] Súmula 280 do Supremo, que afirma não caber recurso extraordinário por ofensa a direito local. (p.99) [...] (Constituição Federal de 1988) a autorização para que os Estados instituíssem a representação de inconstitucionalidade de leis ou atos normativos municipais, quer seja por ação quer seja por omissão do controle de constitucionalidade em face da Constituição Estadual pela via direta, conforme disposto no artigo 125, § 2º da CF/88. (p.100) [...] as leis e a normas municipais que se encontram em desconformidade com a Constituição do Estado-membro, não se observa qualquer dificuldade para a realização do controle difuso de constitucionalidade, pois a inconstitucionalidade poderá ser reconhecida por qualquer juiz ou tribunal no âmbito do processo judicial, seja de conhecimento, execução ou cautelar, bem como também poderá ser provocada peloautor, na inicial de qualquer ação ou pelo réu nos atos de resposta ou até nas ações incidentais de contra-ataque. (p.101) Cabe o controle de constitucionalidade difuso de Lei Municipal diante da Constituição Estadual ao Tribunal de Justiça do Estado, como órgão máximo responsável pela análise e declaração de inconstitucionalidade da norma estadual ou municipal face à Constituição Estadual. (p.101) A apreciação do controle de constitucionalidade local pelo Tribunal de Justiça deverá respeitar a reserva de plenário. Quando a mácula constitucional for julgada no Tribunal, o processo deverá ser remetido ao Plenário para decisão, baseado no artigo 97 da Constituição Federal de 1988 desde que não haja pronunciamento do Tribunal Pleno ou assunto Órgão Especial do Tribunal ou do Supremo sobre o mesmo. (p.102) [...] cujo conflito está ligado entre lei municipal e Constituição Estadual, será usado o raciocínio já desenvolvido de que não caberá recurso extraordinário, pois tal conflito deverá ser resolvido pelos Tribunais locais. Sendo a ofensa direta a Lei Maior do Estado-membro, a decisão definitiva caberá ao Tribunal de Justiça, sem possibilidade de Recurso Extraordinário para o Supremo Tribunal Federal. (p.105) [...] a ação direta de inconstitucionalidade diante desses preceitos contidos na Constituição Estadual, são, verdadeiramente, ações diretas de inconstitucionalidade em face da Carta Federal, e por isso devem ter seu julgamento, deslocado para o Supremo Tribunal Federal, órgão competente para tal. (p.106) “A Constituição estadual, leis estaduais e municipais, bem como atos normativos estaduais e municipais feriu a Constituição Federal, a competência para resolver a questão é do Supremo Tribunal Federal. ” (p.106) “Hoje qualquer autoridade está obrigada a zelar pela constitucionalidade das leis, e com isso o Prefeito tem o poder-dever de negar o cumprimento a uma lei inconstitucional, defendendo dessa maneira a Constituição. ” (p.108) “Os legitimados para propor a ADPF são os mesmo da ação direta de inconstitucionalidade, elencados no artigo 2º da Lei 9.882/99. Não caber tal legitimidade ao Prefeito ou o Município.” (p.117) O STF tem competência direta para apreciar, em sede de controle abstrato, a constitucionalidade das leis ou atos normativos municipais, por meio da ADPF, sendo este um mecanismo que apresenta mais um reforço para a fiscalização de constitucionalidade das leis, ainda mais no âmbito municipal, protegendo dessa forma a Supremacia da Constituição. (p.118) [...] um controle de constitucionalidade pela via direta, através de uma ADI perante o STF das leis e atos normativos municipais é de extrema importância para garantir a segurança do ordenamento jurídico vigente e o respeito às características de rigidez, supra legalidade e supremacia da Constituição Federal, sem deixar é claro de garantir o funcionamento da medida dos freios e contrapesos que é utilizada pela forma de Estado adotado no Brasil, ou seja, o Federalismo. (p.119) 2. TEXTO CRÍTICO Escrito no ano de 2014, Gina Castro debate a possibilidade do Controle Direto de Inconstitucionalidade perante os atos normativos e leis dos Munícipios, os quais fazem parte da Federação do Brasil a parti do pacto federativo. Sendo formada pela União, o Estado, e a entidade política, que é o Munícipio, a Federação possibilitou aos seus entes o poder de se auto governar, administrar e pincipalmente, legislar de acordo com as competências privativas de cada ente. Os quais têm como base a Constituição Estadual. Tendo em vista a supremacia constitucional e a sua hierarquia da Constituição Federal, é necessário que a mesma seja rígida. Para isso, se é imprescindível um analise de tudo que venha a afrontar o seu conteúdo, cabendo ao STF limitar a matéria que vai modifica-la, por meio do controle de constitucionalidade. Assim, considerando que o Munícipio possui competência de legislar, mesmo relacionados a assuntos locais, é essencial um controle quanto a sua construção normativa, já que a mesma é criada pela lei orgânica derivada da constituição estatual, que será declarada inconstitucionalidade sempre que o seu texto entre em confronto com o texto da Constituição maior. Por inconstitucionalidade se entende como um comportamento conflituoso de uma norma e/ou ato normativo perante a Constituição Federal. Assim, por meio do controle de constitucionalidade pela via direto das leis e atos normativos municipais em face da Constituição Estadual, que tem a reprodução obrigatória e compulsória das normas da Constituição de 1988, e que em caso de inconstitucionalidade, caberá recurso extraordinário perante ao STF, órgão competente para decidi sobre o efeito inter partes da via difusa. No entanto, o controle de constitucionalidade dos atos e leis municipais, pela via direta perante a CF/88 só poderá ser feito pela ADPF, ou seja, a Arguinição de Descumprimento de preceito fundamental. Sendo o controle direto realizado perante a Constituição Estadual, acreditando ser suficiente para garantir a fiscalização eficaz sobre o assunto. A ADPF, por sua vez, surge como meio de solução, porém, sua função é agir contra uma violação ao preceito fundamental, à indeferindo, que no entendimento do STF, seria um afronto as cláusulas pétreas, o que nos leva a concluir que a legislação municipal não sofre controle direto pois a mesma não vem a ferir um preceito fundamental. Restando recorrer ao poder judiciário pela via difusa no caso concreto, já que é possível a manifestação sobre a inconstitucionalidade das partes ao juiz ou ao tribunal local. Valendo destacar que, esse incidente processual gerará efeitos inter partes, cabendo somente ao STF por meio de recurso extraordinário julgar se a lei e/ou ato normativo de governo local é inconstitucional por face da Lei Maior. Dessa forma, quando houver esse afronte de leis municipais e a Lei Maior, os tribunais inferiores poderão recorrer ao STF, em grau de recurso extraordinário sobre o possível controle constitucional municipal. Se as violações forem perante a Constituição Estadual, o controle é diferido pelos órgãos judiciais inferiores, ou seja, os Tribunais de Justiça, não cabendo recorrer ao STF, solvo se houver o confronto no momento da reprodução de Lei maior. Contudo, havendo desconformidade da lei ou ato normativo do Munícipio com a Constituição do Estado, será realizada o controle direto pela via difusa, sendo a inconstitucionalidade reconhecida por qualquer magistrado ou tribunal local, o qual é o órgão máximo responsável por essa análise. A qual deve respeitar a reserva do plenário, ou seja, o processo deve ser julgado no Plenário para se ter a decisão final. Já havendo ofensa ao Texto Maior, o controle de constitucionalidade será feito pela via direta, em sede de controle abstrato, através da ADPF, o único mecanismo que reforça a fiscalização constitucional das leis no âmbito municipal protegendo, assim, a supremacia da CF/88. Logo, o Controle pela via direta, através da ADI no STF, em relação a legislação municipal, é necessário para que se tenha garantia da segurança do ordenamento jurídico respeitando a rigidez da mesma. De acordo com o exposto, a fim de acompanhar e entender à necessidade das sociedades, que se encontram em constante mutação e evolução, o Poder Judiciário deve agir da mesma forma para que se possa acompanhar, já que cabe a ele a competência de alterar e proteger a Constituição Federal no âmbito das interpretações de seus normas, para ser possível atender os direitos e garantias fundamentais da sociedade. E ao tratarmos de controle constitucional, se deve observar a supremacia e a rigidez da mesma, para que as elaborações das normas infra legais sejam complexas, afim de manter o controle em defesa dos direitos e garantias fundamentais. Desta feita, com a finalidade de atingir a interpretação Constitucional,bem como o seu controle, far-se-á necessário um olhar inovador de políticas públicas e principalmente do Direito, visto que é um assunto que devemos conhecer, ter contato e saber como agir em momentos que se faz necessário o controle de um direito e garantia fundamental. Assim, conclui-se que a obra foi de extrema importância para melhorar o entendimento da matéria e ampliar a visão do acadêmico de direito em relação a função do Poder Judiciário no âmbito de proteção da nossa Lei superior, a qual detém dos direitos e garantias mais importantes de todo cidadão.
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