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Saúde Pública e Farmacoepidemiologia Material Teórico Responsável pelo Conteúdo: Prof.ª Dr.ª Thais Adriana do Carmo Revisão Técnica: Prof.ª Me. Luciana Nogueira Revisão Textual: Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin Introdução à Epidemiologia • Introdução; • Indicadores de Saúde – A Medida da Saúde Coletiva; • Metodologias Utilizadas em Epidemiologia. • Conhecer as bases da Epidemiologia, bem como seus objetivos e seus métodos de pesquisa, é fundamental para qualquer Profi ssional de Saúde. OBJETIVO DE APRENDIZADO Introdução à Epidemiologia Orientações de estudo Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua formação acadêmica e atuação profissional, siga algumas recomendações básicas: Assim: Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário fixos como seu “momento do estudo”; Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo; No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam- bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados; Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus- são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e de aprendizagem. Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Mantenha o foco! Evite se distrair com as redes sociais. Determine um horário fixo para estudar. Aproveite as indicações de Material Complementar. Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma Não se esqueça de se alimentar e de se manter hidratado. Aproveite as Conserve seu material e local de estudos sempre organizados. Procure manter contato com seus colegas e tutores para trocar ideias! Isso amplia a aprendizagem. Seja original! Nunca plagie trabalhos. UNIDADE Introdução à Epidemiologia Contextualização Nesta Unidade, serão abordados os conceitos e as ferramentas básicas da Epi- demiologia. Trata-se de uma Ciência que estuda a distribuição do processo saúde-doença nas coletividades humanas, buscando identificar os fatores determinantes dessa distri- buição com o objetivo de subsidiar ações de intervenção. Para tanto, iniciaremos o texto com alguns aspectos históricos que contribuíram para a construção da Epidemiologia e citaremos, a seguir, conceitos fundamentais para a compreensão dela. Conhecer as bases da Epidemiologia, bem como seus objetivos e seus métodos de pesquisa, é fundamental para qualquer Profissional de Saúde. No caso específico do profissional Farmacêutico, a Epidemiologia é uma grande aliada nos Processos de Gestão, nos estudos que embasam uma Terapia Farmaco- lógica baseada em evidências e na operacionalização da Farmacoepidemiologia. 8 9 Introdução A Epidemiologia, inicialmente, restringia-se ao estudo das doenças transmissí- veis, especialmente, quando essas doenças apresentavam-se de forma epidêmica. Atualmente, a Epidemiologia estuda qualquer evento relacionado à saúde de uma população (MENEZES, 2001). Epidemiologia: a palavra deriva dos termos gregos epi, que quer dizer sobre, demos, que significa população, e logus, que pode ser traduzido como estudo. Epidemiologia seria, então, um “estudo sobre a população”. Mas que tipo de estudo? Sobre o que exatamente? Pode-se dizer que se trata de um estudo sobre as doenças que acometem determi- nada população. Ex pl or Mas, segundo Rouquayrol (2004), definir Epidemiologia não é simples. Seu ob- jeto de estudo, a doença (ou a saúde), é uma questão muito complexa e dinâmica. Então, para se definir Epidemiologia, o primeiro passo é conceituar o que é saúde e o que é doença. Atualmente, quando se aborda a saúde e a doença, não se trabalha mais com conceitos estáticos e individualizados, mas com a concepção de que há um proces- so dinâmico e multideterminado. O processo saúde-doença é considerado um processo social que se refere a um amplo espectro que abrange desde “O estado de completo bem-estar físico, mental e social” até o de doença, passando pela coexistência de ambos em proporções diversas. Nesta perspectiva, de acordo com Laurell: O processo saúde-doença pode ser definido como o modo específico pelo qual ocorre, nos grupos, o processo biológico de desgaste e reprodu- ção, destacando como momentos particulares a presença de um funcio- namento biológico diferente, com consequências para o desenvolvimento regular das atividades cotidianas, isto é, o surgimento da doença. (apud ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2006) Considerando-se o conceito proposto por Laurell, uma definição possível para a Epidemiologia é que ela: É a ciência que estuda o processo saúde-doença em coletividades huma- nas, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermi- dades, danos à saúde e eventos associados à saúde coletiva, propondo medidas específicas de prevenção, controle, ou erradicação de doenças, e fornecendo indicadores que sirvam de suporte ao planejamento, admi- nistração e avaliação das ações de saúde. (ROUQUAYROL, ALMEIDA FILHO, 2006) 9 UNIDADE Introdução à Epidemiologia De acordo com Vaughan e Morrow (1992), a Epidemiologia “É o estudo da dis- tribuição da frequência e dos determinantes dos problemas de saúde e das doenças nas populações humanas”. De fato, a Epidemiologia é um campo do conhecimento da Saúde Coletiva/ Saúde Pública. É uma Disciplina básica para o entendimento do processo saúde – Evento relacionado à saúde nas populações e nos indivíduos e, é reconhecida como a Ciência que estuda a ocorrência dos eventos relacionados à saúde e seus determinantes nas populações. Para tanto, essa Ciência parte do princípio que as doenças/eventos relacionados à saúde não ocorrem ao acaso, mas são multideterminados e estão diretamente relacionados ao contexto histórico e social das comunidades. A Epidemiologia teve suas bases lançadas na Grécia Antiga. Na Grécia, em princípio, predominava uma concepção de saúde e doença vinculada ao sagra- do. A visão popular de doença atribuía a ocorrência de enfermidades aos deuses (CASTRO; ANDRADE, MULLER, 2006). Nesse contexto, várias entidades eram relacionadas à saúde, entre elas duas deu- sas: Higeia e Panaceia, filhas do deus Asclépius (deus da Saúde). Os seguidores da deusa Higeia se preocupavam com o equilíbrio entre o meio ambiente e o homem e com a busca de medidas preventivas. Já aqueles que se- guiam a deusa Panaceia priorizavam ações individuais, terapêuticas e curativas (CASTRO; ANDRADE, MULLER, 2006; ROSEN, 1994). Percebe-se, desde então, uma dicotomia (ou separação) entre a Medicina social (coletiva, preventiva) e Medicina individual (curativa). Com o aparecimento dos filósofos, pensadores que buscavam uma produção de conhecimento de forma racional, a saúde e a doença passaram a ser debatidas em perspectiva científica (CASTRO; ANDRADE, MULLER, 2006; ROSEN, 1994). Entre eles, pode-se citar Hipócrates de Cós, filósofo que viveu, provavelmente, entre 460-377 a.C., considerado o pai da Medicina. A partir da observação, Hipócrates estudou e desenvolveu conceitos até hoje utilizados, tais como: epidemia e endemia, a distribuição das doenças em diferentes ambientes e formulou a hipótese da transmissibilidade de doenças. No seu livro Ares, águas e lugares encontra-se um conceito ecológico de saúde- -doença que trata da interferência do meio ambiente nesse processo, fornecendo uma explicação racional paraa origem das doenças (ROSEN, 1994; SCLIAR, 2007). Segundo Hipócrates, as epidemias (epidemion) seriam aquelas doenças que “visitam” os locais e as comunidades de forma episódica, e as endemias (endemion) seriam as doenças que ocorrem de forma constante em uma determinada região (ROSEN, 1994). Depois de Hipócrates, o primeiro relato que aborda uma Medicina com visão coletiva vem da Medicina Veterinária. 10 11 A Academia de Medicina de Paris, fundadora da Clínica Moderna, no século XVII (ALMEIDA FILHO, 1986) organizou-se a partir da Ordem Real para que os médicos estudassem a epidemia que periodicamente dizimava o rebanho ovino, provocando graves perdas para a nascente indústria têxtil francesa. Pela primeira vez, contaram-se doentes e foram sistematizadas informações úteis para o controle de uma doença. Um novo impulso para essa Ciência ocorreu no século XVIII, na França. Com a intensa migração causada pela Revolução Industrial, várias pessoas chegavam às grandes cidades sem ter lugar para residir. Foram criados, então, os Hospitais, num primeiro momento, como lugar de asilo para viajantes e migrantes e, posteriormen- te, como lugar de acolhimento para necessitados e doentes sem famílias. O agrupamento de pessoas doentes permitiu a observação de vários pacientes ao mesmo tempo. Aos poucos, foram percebidas semelhanças e diferenças na ocorrência do processo de adoecer. Tais informações começaram a ser sistematiza- das para além do individual. Dessa forma, nasceu o que se chama de “saber clíni- co racionalizado”, conhecido como o 1º. eixo da Epidemiologia (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 2006). Na Inglaterra, em 1839, William Farr estabeleceu um registro anual de mor- talidade e morbidade, retomando estudos e princípios propostos por William Petty e John Graunt no século XVII. Esses pesquisadores, por meio da análise dos chamados eventos vitais (nascimentos, mortes e casamentos), forjaram a “Estatística Médica”. Farr, a partir da mesma lógica, passou a quantificar as enfermidades, originando o 2º. eixo da Epidemiologia: a estatística, ou melhor, a utilização da estatística para a análise e o entendimento do processo saúde-doença (ALMEIDA FILHO, 1986; ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 1999). Com a Revolução Industrial, forma-se um proletariado urbano, submetido a in- tensos níveis de exploração. Ocorre um grande desgaste da classe trabalhadora, que tem uma deterioração profunda nas suas condições de saúde. Alguns pesquisadores chamam a atenção e demonstram a influência do meio social na distribuição das doenças, tais como: Chadwick, na Inglaterra, e Engels e Virchow, na Alemanha. As Condições da Classe Trabalhadora na Inglaterra em 1844, publica- ção de Friedrich Engels, talvez seja o primeiro texto analítico da Epidemiologia crítica. O reconhecimento da dimensão social do processo saúde doença é o 3º. eixo da Epidemiologia (ALMEIDA FILHO, 1986; ROUQUAYROL, ALMEIDA FILHO, 1999). Considera-se, então, que a Epidemiologia é uma Ciência baseada em 3 (três) eixos: a clínica, a estatística e a sociologia. A Epidemiologia passou a ser considerada uma Ciência a partir de 1850, com a criação da London Epidemiological Society, por jovens médicos simpatizantes das ideias médico-sociais, entre eles, John Snow, considerado o pai da Epidemiologia. 11 UNIDADE Introdução à Epidemiologia Ao estudar as epidemias de cólera que ocorreram na Inglaterra, entre 1850 e 1860, John Snow abriu caminho para a compreensão dos fatores presentes na determinação das doenças, para a possibilidade de intervir sobre elas e para o abandono da Teoria Miasmática (BARROS, 2002). Figura 1 – John Snow Fonte: Wikimedia Commons Seu estudo procurou demonstrar associação entre mortes por cólera e supri- mento de água por meio de diferentes bombas públicas de abastecimento. Na época, duas Companhias de Água forneciam água encanada aos lares de Londres: a Lambeth Company e a Southwark and Vauxhall Company. Uma das Com- panhias, a Lambeth, pegava água do rio Tâmisa, antes da entrada de esgoto de Londres, e a outra Companhia retirava água depois desse ponto. Snow obteve uma lista das mortes por cólera e elaborou um mapa, identifican- do o local de residência e de trabalho dos falecidos, trajetos diários e origem da água consumida. Segundo Hino (2006), os resultados obtidos foram conclusivos: enquanto em 10 mil casas abastecidas pela Lambeth Company ocorreram 37 mortes, em 10 mil supridas pela Southwark and Vauxhall Company houve 315 mortes. 12 13 Snow deduziu que algo presente na água, provavelmente ligado à sua qualidade, produzia a doença, que a origem da cólera não era um “ar corrompido” ou putre- fato, vindo dos cemitérios, abatedouros ou cortiços. Seus achados contribuíram para uma revolução na infraestrutura de saneamento e de abastecimento de água em Londres. Segundo Rouquayrol e Almeida Filho (1999), a Epidemiologia parte de quatro pressupostos fundamentais: • As doenças não ocorrem por acaso; • As doenças possuem fatores causais e preventivos; • Os fatores podem ser identificados por meio de investigação sistemática; • Os resultados dessa investigação devem nortear as ações sanitárias. Dessa forma, a Epidemiologia entende que o processo saúde-doença é multi- determinado, que, por meio de um método científico (Método Epidemiológico), é possível identificar seus fatores determinantes e que os resultados obtidos podem interferir no próprio processo, por meio de medidas de intervenção adequadas. Os paradigmas constitutivos dessa ciência (ou do conceito adotado) podem ser agrupados nos seguintes itens: • A Epidemiologia estuda eventos relativos ao processo saúde/doença envolvendo pessoas em Sociedades, Comunidades, Grupos Demográficos e Classes Sociais, ou seja, estuda a ocorrência e a distribuição dos eventos relacionados à saúde que ocorrem em determinados grupos populacionais ou em determinadas regiões; • O processo saúde-doença é estudado a partir da ausência de saúde que, por sua vez, é estudada sob a forma da ocorrência das doenças infecciosas (sarampo, rubéola, AIDS...), doenças não infecciosas (hipertensão, diabetes...) ou agravos à integridade física (acidentes, suicídios, uso inadequado de medicamentos...); • O processo saúde-doença é definido como o modo específico pelo qual ocorre nos grupos, o processo biológico de desgaste e reprodução que se reflete no desenvolvimento regular das atividades cotidianas; • A distribuição do processo saúde-doença é entendida como o estudo da varia- bilidade da frequência das ocorrências no tempo e em espaço definido; • A análise dos fatores determinantes envolve a aplicação do método epidemio- lógico ao estudo de possíveis associações entre um ou mais fatores suspeitos de definir o evento determinado; • A prevenção visa a empregar medidas de profilaxia a fim de impedir que os indivíduos sadios venham a adquirir a doença; o controle visa a baixar a in- cidência a níveis mínimos, a erradicação, depois de implantadas as medidas de prevenção, consiste na não ocorrência de doença, mesmo em ausência de quaisquer medidas de controle. Isso significa permanência da incidência zero (a varíola está erradicada desde 1977) (ROUQUAYROL, 2004). 13 UNIDADE Introdução à Epidemiologia Quanto ao método utilizado pela Epidemiologia, diz-se que é o Método Epide- miológico e, de acordo com Marin (2003, p. 37.): O método epidemiológico apresenta-se como um conjunto de técnicas de investigação, cujo propósito é conhecer, o mais completamente possível, uma dada situação que se apresenta no contexto das enfermidades nas populações; corresponde a uma sequência lógica de ações levadas a ter- mo pelos investigadores da área da saúde com a finalidade de determinar a probabilidade de ocorrência de um dado fenômeno. O Método Epidemiológico parte da observação e da descrição de um fato con- creto (no caso, um evento relacionado à saúde). A partir da observação, levantam-se hipóteses de causalidade. Tendo-se as hipó- teses,é realizado um teste delas. Confirmadas as hipóteses levantadas, traçam-se as estratégias de intervenção. Em caso de rejeição das hipóteses, levantam-se novas hipóteses, e assim sucessivamente, até a demonstração da relação causa/efeito. Um exemplo de aplicação do Método Epidemiológico pode ser a descoberta da AIDS. Essa doença foi descrita antes da identificação do seu agente causador. A partir do comportamento da doença em relação à sua transmissibilidade e disse- minação, levantou-se a possibilidade de infecção viral. Pela observação dos doentes, foram identificados os principais sintomas e se constatou a ocorrência de infecções oportunistas características de pessoas com imunodeficiências (comprometimento do sistema imunológico). Por meio de estudo dos doentes em relação a hábitos de vida e comportamentos, demonstraram-se as formas de transmissão e foram caracterizados, a princípio, grupos de risco. Com os dados obtidos foi possível traçar estratégias de prevenção. Os objetivos da Epidemiologia podem ser identificados a partir das contri- buições dadas por essa Ciência (MENEZES, 2001; ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO, 1999): • A partir da formulação de hipóteses, ocorreu a identificação de fatores causais de diferentes doenças infecciosas e não infecciosas; • Com os dados e informações obtidas, há a possibilidade da construção do per- fil de saúde/doença (morbi/mortalidade) das diversas coletividades humanas; • Os dados obtidos são essenciais para o planejamento, a execução e a avalia- ção dos Serviços de Saúde (atenção, prevenção e vigilância epidemiológica, entre outras). A Epidemiologia pode ser dividida em quatro subáreas: Descritiva, Analítica, Clínica e Social (ROUQUAYROL; ALMEIDA FILHO,1999; VAUGHAN; MORROW,1992). • Epidemiologia Descritiva: estuda a distribuição e a frequência das doenças e dos agravos à saúde coletiva, descrevendo o estado atual ou uma tendên- cia histórica. Ela parte das seguintes questões: qual é o problema? Qual sua frequência? Quem está envolvido, onde e quando? 14 15 • Epidemiologia Analítica: procede à identificação de fatores causais por meio da aplicação do Método Epidemiológico e analisa as causas ou determinantes das doenças a partir do levantamento e dos testes de hipóteses. Suas pergun- tas: como a doença é causada? Por que continua acontecendo? • Epidemiologia Clínica: se traduz na utilização do Método Epidemiológico para fundamentar a prática clínica (por exemplo, na Medicina baseada em evidências). Trata da resolutividade e da eficácia dos métodos de controle das doenças ou de seus determinantes; • Epidemiologia Social: é um ramo que dá ênfase aos determinantes sociais do processo saúde-doença. Segundo Barata (2005), o que a distingue das outras abordagens é a sua expli- cação do processo saúde-doença fundamentada no estudo e na consideração da organização social como seu determinante. Medidas em Saúde Coletiva (Indicadores) Demográficos Natalidade Fecundidade Expectativa de vida Socioeconômicos Escolaridade Renda Saneamento De Saúde Mortalidade Morbidade Prevalência Incidência Figura 1 – Alguns indicadores de Saúde coletiva Importante! Algumas doenças são consideradas de notificação compulsória, sendo essas a principal fonte de informação para a Vigilância Epidemiológica. A Portaria do Ministério da Saúde n° 204 define a lista Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de Saúde Pública. Consulte a portaria na íntegra e conheça essa lista no link a seguir: https://goo.gl/szGYnr Você Sabia? 15 UNIDADE Introdução à Epidemiologia Indicadores de Saúde – A Medida da Saúde Coletiva Uma das ferramentas da Epidemiologia é a utilização de Indicadores de Saúde, por meio dos quais se pode construir o perfil epidemiológico de uma determinada região, o que permite a tomada de decisões e a definição de estratégias efetivas para a melhoria da qualidade de vida da população. Entretanto, segundo Menezes (2001), apesar da denominação “Indicadores de Saúde”, muitos deles medem doenças, número de mortes e até mesmo a gravidade das ocorrências. Os principais indicadores são aqueles relacionados à: • Mortalidade/sobrevivência de uma doença; • Morbidade/gravidade/incapacidade funcional relacionada à ocorrência de de- terminada doença; • Aspectos demográficos, condições socioeconômicas, nutrição, crescimento e desenvolvimento de uma população; • Saúde ambiental de determinada região; • Disponibilidade, qualidade e eficiência dos serviços de saúde disponíveis. Em Epidemiologia, “indicadores” são medidas quantitativas usadas para descre- ver uma situação existente e para avaliar ou projetar mudanças ou tendências em um determinado período de tempo (VAUGHAN; MORROW, 1992). Os indicadores devem ser de fácil obtenção, com custo operacional compatível e oportuno e devem ter alto poder discriminatório (MARIM, 2003). Podem surgir de observações de dimensões qualitativas e quantitativas, mas tradicionalmente, refletem estudos quantitativos (MERCHAN-HAMANN et al., 2000). Os indicadores quantitativos podem ser expressos numericamente por meio de uma fração ou por meio de números absolutos. Podem ser denominados coeficientes ou taxas. Os mais utilizados são: • Coeficiente ou taxa de incidência: indicador que mede o número de casos novos, episódios ou eventos, em uma determinada população em certo perío- do de tempo. Calculo: Taxa de incidência: casos novos ocorridos em um período de tempo especi- ficado x 100 População total em risco TI Cn P n= ×10 16 17 Onde: TI = taxa de incidência Cn = número de casos novos em um local e período P = população desse local no mesmo período 10n= quantidade de habitantes (por exemplo): 1010 (100), ou seja, a taxa de incidência é para cada 100 habitantes. » Exemplo Vamos imaginar que um Boletim Epidemiológico divulgado por certa Secre- taria de Vigilância em Saúde, em maio de 2019, registrou nesta cidade 9560 casos prováveis de febre amarela. Se considerarmos uma população de 55.117.647 habitantes nessa região, qual é a taxa de incidência para cada 100 mil habitantes? TI TI = × = 9 560 55 117 647 100 000 17 . . . . Ou seja, para cada 100 mil habitantes, 17 pessoas estão se contaminando com a febre amarela; • Coeficiente ou taxa de prevalência: mede o total número de casos, episódios ou eventos que ocorrem numa determinada população, num determinado pe- ríodo de tempo. É calculado da seguinte forma: Taxa de prevalência: casos existentes em um período de tempo especificado x 100 População total em risco TP C P n= ×10 Onde: TP = Taxa de prevalência C = Número de casos em determinado local e período P = População desse local no mesmo período 10n = quantidade de habitantes (por exemplo): 1010 (100), ou seja, a taxa de incidência é para cada 100 habitantes. » Exemplo Imagine uma região que possui uma população de 15.536.294 idosos em março de 2019. Destes, 8.762,590 são hipertensos. Qual a prevalência da hipertensão entre os idosos nessa região para cada 100 habitantes? 17 UNIDADE Introdução à Epidemiologia Nesse caso, considerar a população total a quantidade de idosos e não a popu- lação total, pois o que quero saber é do todo de idosos, quantos são hiperten- sos, e não de toda população. Aplicando ao cálculo: TP TP = × = 8 762 590 15 536 294 100 56 . . . . Portanto, temos que de cada 100 habitantes idosos desta região, 56 são hiper- tensos no período avaliado. O tempo ou intervalo de análise sempre deve ser determinado antes da coleta das amostras, podendo ser um ano ou outro período exato. Para estudos de prevalência não são utilizados grandes intervalos de tempo, pelo risco de mu- dança do perfil epidemiológico no local; • Coeficiente de Mortalidade Geral (CGM): É uma medida de incidência, que mede o total de óbitos ocorridos em uma população num determinado período de tempo. Segundo Marin (2003), é o indicador mais facilmente conseguido, pois o ates- tado de óbito é um documentoobrigatório e bem regulado no Brasil. O CGM pode ser influenciado pela estrutura etária da população. Calculo: Coeficiente de mortalidade: número de óbitos ocorridos em um período de tempo especificado x 100 População total em risco TMG Óbitos P n= × 10 Onde: TMG = Taxa de Mortalidade Geral (por todas as doenças) Óbitos = Número de mortes em determinado tempo e região P = População no mesmo tempo e região 10n = quantidade de habitantes (por exemplo): 1010 (100), ou seja, taxa de inci- dência para cada 100 habitantes. Uma variação possível para a taxa de mortalidade de acordo com o estudo é a Mortalidade por uma causa, que corresponde ao número de óbitos (por de- terminada causa), em uma população de pessoas expostas ao risco de morrer pela mesma causa (no mesmo local e intervalo de tempo); 18 19 • Coeficiente de Mortalidade Infantil (CMI): mede o número de óbitos entre menores de um ano ocorridos em uma determinada população, em determi- nado período de tempo. Do ponto de vista epidemiológico, é um dos princi- pais indicadores de saúde e de desenvolvimento social, pois sofre influências diretas das condições socioeconômicas e sanitárias da população em estudo (DOLDAN; COSTA; NUNES, 2011). É calculado da seguinte forma: Coeficiente de mortalidade infantil: número de óbitos entre menores de 1 ano ocorridos em um período de tempo especificado x 1000 Total de nascidos vivos no mesmo período especificado no numerador • Coeficiente de letalidade: expressa o quanto uma doença é “capaz de matar” em certo período de tempo. Pode ser considerado um tipo especial de coefi- ciente de incidência (MERCHAN-HAMANN et al., 2000). É calculado da seguinte forma: • Coeficiente de letalidade: número de óbitos por determinada doença em um período de tempo especificado x 100 Número de pessoas acometidas pela doença no mesmo período especificado no numerador TL Óbitos Casos n= ×10 Onde: TL = Taxa de letalidade Óbitos = Número de óbitos por uma doença (em determinado tempo e local) Casos = Número de casos da doença (no mesmo local e tempo) Não confundir Letalidade com Taxa de mortalidade por causa. Na mortalidade por causa, a população em estudo apresenta algum risco, por exemplo, o risco de uma pessoa morrer de Leishmaniose sendo residente de uma região endêmica (ou seja, ela não adquiriu a doença). Já a letalidade demonstra a gravidade de uma doença, por exemplo, em uma população de pessoas infectadas por Leishmaniose, quantas correm o risco de morrer, ou seja, popularmente, o quanto uma doença mata. Para a construção dos Indicadores de Saúde são necessários dados fidedignos e confiáveis. No Brasil, a coleta, a apuração e a divulgação dos eventos vitais são de responsabilidade da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (SZWARCWALD, 2002). 19 UNIDADE Introdução à Epidemiologia Metodologias Utilizadas em Epidemiologia O uso da Epidemiologia vai além da coleta e análise de dados e indicadores. Diversos estudos são realizados para formular hipóteses, levantar dados, testar mé- todos etc. Estudos descritivos (estudos de caso ou séries de caso) São estudos utilizados para avaliar e descrever a história natural de uma doença, conhecer suas respetivas fases, detectar novas doenças ou seus agravos. • Relato de caso: Comum para registro de eventos incomuns, geralmente ob- servados na prática clínica. Apesar de serem estudos de baixo impacto quando avaliados isoladamente, podem ser tornar muito úteis ao serem avaliados em conjunto com outros relatos. • Séries de casos: Assim como nos relatos de caso, também são geralmente uti- lizados para expressar o resultado de observações clínicas, porém nesse caso, o estudo é em um grupo de pacientes com características comuns (mesma exposição à um agente químico ou biológico, mesma doença etc.). Úteis para acompanhar a incidência e a prevalência de eventos, como uma reação adversa a um medicamento à um medicamento novo. Estudos experimentais (estudos clínicos controlados) Possuem caráter científico, experimentais, nos quais um grupo é submetido a alguma intervenção e utiliza-se um ou mais grupos como controle. São comuns no estudo de novas drogas, em que um grupo recebe o medicamen- to em estudo e outro grupo recebe um placebo ou um medicamento já conhecido. Estudos de corte transversal (seccionais) Estudos de prevalência, realizados em um curto espaço de tempo. Avaliam-se os fatores envolvidos e o desfecho de uma situação. De forma resumida, são estu- dos para avaliar as possíveis causas envolvidas em determinado efeito. Estudos de coorte Diverge dos estudos de corte transversal. São realizados em longo prazo, são mais consistentes, observacionais e neles se avaliam os fatores de exposição, até um desfecho, por exemplo, estudo de pessoas saudáveis e fumantes no decorrer do tempo e ao final de um longo prazo, avalia-se quais delas desenvolverão câncer. Esses estudos são muito úteis para estudos sobre reações adversas a medicamentos. 20 21 Estudos de caso controle Também são estudos observacionais, de curto prazo e baseiam-se na compara- ção do histórico nos grupos de estudo. Por exemplo, em uma população de pacientes com câncer de pulmão, avalia-se o histórico de hábitos, por exemplo, quantos são ou eram fumantes no passado, para tentar associar o hábito ou estilo de vida com a presença da doença. 21 UNIDADE Introdução à Epidemiologia Material Complementar Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade: Sites Plague Inc O jogo Plague Inc. é um simulador de epidemias mundiais, mas você, nesse jogo, é o agente patogênico que deverá acabar com a história da Humanidade. É um jogo de estratégia que brinca com as epidemias, engajando o participante a filosofar sobre a Saúde Pública. Disponível na Play Store e na Apple Store. https://goo.gl/LHLkUb Filmes Contágio Em uma viagem área, Beth (Gwyneth Paltrow) e outros dois passageiros, um funcionário de um cassino de Hong Kong e uma modelo de Londres, começam a passar mal. Beth recebe os cuidados do marido Mitch (Matt Damon) mas, assim que desce do avião, a doença se espalha para os habitantes da região onde mora, até atingir uma proporção maior: os EUA todo. Como se não bastasse, os companheiros de voo, que moram em outras regiões do mundo, começam a espalhar a infecção, assim como fez Beth. Leitura Estimação da mortalidade infantil no Brasil: o que dizem as informações sobre óbitos e nascimentos do Ministério da Saúde? SZWARCWALD, C. L.; Leal, M. C.; ANDRADE, C. L. T. ; SOUZA, P. R. B. Estimação da mortalidade infantil no Brasil: o que dizem as informações sobre óbitos e nascimentos do Ministério da Saúde? Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 18, n. 6, p. 1725-1736, nov.-dez., 2002. https://goo.gl/FQTxt9 Conceitos e ferramentas da epidemiologia Você pode se aprofundar no tema Epidemiologia com o Material disponibilizado pela Universidade Aberta do SUS (UNA-SUS), elaborado em parceria com a Universidade Federal de Pernambuco. É um E-Book, ilustrado e didático, que aborda os conceitos e ferramentas da Epidemiologia, GOMES. Elainne Christine de Souza. Conceitos e ferramentas da Epidemiologia. Recife: Editora Universitária da UFPE, 2015. https://goo.gl/sDf9Y7 22 23 Referências ALMEIDA FILHO, N. Bases históricas da Epidemiologia. Cadernos de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 2, n.3, p. 304-311, jul./set., 1986. BARATA, R. B. Epidemiologia social. Rev. bras. epidemiol., São Paulo, v. 8, n. 1, mar. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1415- -790X2005000100002&lng=en&nrm=iso>. Acesso em: 19 maio 2013. BARROS, J. A. C. Pensando o Processo Saúde Doença? 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