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TEORIA DO DIREITO CIVIL PROFESSORA NATALYA ASSUNÇÃO THAIS TEIXEIRA DA SILVA 201908498935 ATIVIDADE DE CAMPO 03 A propósito da invalidade dos negócios jurídicos, e correto afirmar: a) A nulidade alcança as hipóteses em que a lei taxativamente declarar o ato ou negócio nulo, bem como aquele praticado para fraudar lei imperativa. Correto. Conforme previsto no art. 166, VI e VII, " É nulo o negócio jurídico: VI - tiver por objetivo fraudar a lei imperativa; VII - a lei taxativamente o declarar nulo, ou proibir-lhe a prática, sem cominar sanção. b) A nulidade abrange as hipóteses de atos ou negócios praticados em fraude contra credores, os quais podem ser anulados pelo Juiz independentemente da propositura de ação própria. O Código Civil exemplifica nos art. 158 a 165, algumas hipóteses de negócios praticados em fraude contra credores. Além disso, o ordenamento jurídico brasileiro dispõe em vários momentos legislação no que fere a ordem pública, e, portanto nelas são situações de nulidade de negócio jurídico. Segue abaixo alguns exemplos. No caso de doação: Art 489 - Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço; Art 548 - É nula a doação de todos os bens sem reserva de parte, ou renda suficiente para a subsistência do doador.; Art 549 - Nula é também a doação quanto à parte que exceder à de que o doador, no momento da liberalidade, poderia dispor em testamento; Do Penhor, da Hipoteca e da Anticrese: Art 1.428 - É nula a cláusula que autoriza o credor pignoratício, anticrético ou hipotecário a ficar com o objeto da garantia, se a dívida não for paga no vencimento. Parágrafo único. Após o vencimento, poderá o devedor dar a coisa em pagamento da dívida. Art 1.475 - É nula a cláusula que proíbe ao proprietário alienar imóvel hipotecado; Do Direito da Família, da Invalidade do Casamento: Art 1.548 - É nulo o casamento contraído, II - por infringência de impedimento; Do Direito das Sucessões, Das formas ordinárias do testamento: Art 1.863 - É proibido o testamento conjuntivo, seja simultâneo, recíproco ou correspectivo. c) O negócio jurídico simulado e reputado anulável, a teor da legislação civil brasileira. Incorreta, pois o negócio simulado é nulo. O Código Civil de 2002, na sua Parte Geral, traz significativas alterações no tratamento do negócio jurídico simulado, comprando-se o seu regime com o Código Civil de 1916. O novo texto legal diz: "Art. 167. É nulo o negócio jurídico simulado, mas subsistirá o que se dissimulou, se válido for na substância e na forma. § 1º Haverá simulação nos negócios jurídicos quando: I - aparentarem conferir ou transmitir direitos a pessoas diversas daquelas às quais realmente se conferem, ou transmitem; II - contiverem declaração, confissão, condição ou cláusula não verdadeira; III - os instrumentos particulares forem antedatados, ou pós-datados. § 2º Ressalvam-se os direitos de terceiros de boa-fé em face dos contraentes do negócio jurídico simulado." Enquanto o Código de 1916 a simulação era tratada como causa de anulabilidade (no art. 147, II), no novo Código aparece como geradora de nulidade. Antes no antigo, caracterizava defeito de ato jurídico (art. 102 a 105), ao passo que o novo texto aparece no próprio capítulo dedicado à invalidade do negócio jurídico. Passar de causa de anulabilidade para de nulidade, é respaldada na ideia de que tal figura, mais que restrita a atingir interesses privados, ofende o interesse publico de correção e veracidade nas relações negociais. O principio de autonomia privada certamente envolve a possibilidade, para as partes, de determinar o tipo de negocio que desejam celebrar. Todavia, o poder de autodeterminação negocial não compreende a pretensão de simular, que é vedada pelo ordenamento. A norma do art. 167 do novo C.C., prevendo a nulidade, encontra-se em paralelo no § 117 do BGB (legislação alemã) "se uma declaração de vontade, que se deve emitir frente a outrem, é emitida de acordo com este apenas em aparência, é nula" e nos arts. 240 a 242 do Código português, o qual, assim como o alemão, também fixa a nulidade do negócio simulado e a validade do negócio dissimulado (o que se dá na denominada simulação relativa). d) O negócio jurídico praticado sob lesão e reputado nulo, a teor da legislação civil brasileira. Incorreta pois o negócio praticado sob lesão é anulável. O ordenamento jurídico protege aquela pessoa que presta sob necessidade ou por inexperiência, a submissão de pagamento mediante prestação desproporcional ao valor da prestação oposta. Conforme mostra o art. 157: “Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade, ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente desproporcional ao valor da prestação oposta. § 1º Aprecia-se a desproporção das prestações segundo os valores vigentes ao tempo em que foi celebrado o negócio jurídico. § 2º Não se decretará a anulação do negócio, se for oferecido suplemento suficiente, ou se a parte favorecida concordar com a redução do proveito.” E também expressa no art. 171: Art. 171. Além dos casos expressamente declarados na lei, é anulável o negócio jurídico: I - por incapacidade relativa do agente; II - por vício resultante de erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão ou fraude contra credores. Bibliografia: Caderno de Estudos Lei Seca, Tomo 1, 2ª edição – EDITORA JusPODIVM; Acesso no dia 19/04/2020 https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/20437/simulacao-dos-atos- juridicos Acesso no dia 20/04/2020 https://evertondacunha.jusbrasil.com.br/artigos/723343224/teoria-da-escada- ponteana Vídeo Aula ato Jurídico em sentido amplo - Prof. Éderson Félix https://www.youtube.com/watch?v=90HBrDrwLB0&list=PLbq_4bKPSlv1zUvLeDP_ebBvDDfBdSbfW&inde x=3 Acesso no dia 20/04/2020 https://blog.sajadv.com.br/negocio-juridico-escada-ponteana/ Mattietto, Leonardo de Andrade - Negócio Jurídico Simulado (notas ao art.167 do Código Civil)
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