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Unidade 3 - A evolução do pensamento econômico e os principais aspectos do mercado

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Unidade 3 - A evolução do pensamento 
econômico e os principais aspectos do 
mercado 
UNIDADE 3. 
A evolução do pensamento econômico e 
os principais aspectos do mercado 
Valter Luciano Bispo Júnior 
OBJETIVOS DA UNIDADE 
• bullet 
Apresentar conceitos referentes à produção, funcionamento de um 
sistema econômico e a escassez de recursos como problema econômico 
fundamental apresentando como a sociedade se organiza para suprir 
este aspecto; 
• bullet 
Visualizar como os mercados são constituídos e quais os seus modelos 
estruturais mais relevantes, evidenciando o comportamento da demanda 
e da oferta e como esses agentes estabelecem equilíbrio. 
TÓPICOS DE ESTUDO 
Clique nos botões para saber mais 
História do pensamento econômico 
– 
// Rápido passeio pela história do pensamento econômico: escolas 
econômicas 
// O mercantilismo 
// A fisiocracia 
// O liberalismo 
// O socialismo 
// O keynesianismo 
// Para uma economia política do Estado brasileiro 
// Financiamento do desenvolvimento econômico 
O mercado: conceito, tipologia e estruturas 
– 
// O mercado: estruturas e mecanismos básicos 
// Principais estruturas de mercado 
// A procura: conceito, lei econômica, curva e elasticidade-preço 
// A oferta: conceito, lei econômica, curva e elasticidade-preço 
// O equilíbrio da procura e da oferta 
História do pensamento econômico 
Seção 2 de 3 
 
Considerando a sua importância e necessidade, podemos entender que a 
História do Pensamento Econômico (HPE) é uma área do conhecimento que 
exige constante atualização e comprovação teórica. Não podemos deixar de 
frisar que seu estudo é aceito pelos economistas, desde que sirva como um 
relato que envolva aspectos preestabelecidos, científicos e muitas vezes 
teológicos, indicando o conhecimento verdadeiro em seu estado atual. Isso 
indica que todas as ações realizadas pelas gerações anteriores evidenciam que 
as imperfeições ocorridas no passado contribuíram para que o caminho do 
progresso científico fosse traçado e inserido no estado atual em que se 
encontra a ciência. 
Como você pode notar, a HPE não precisa ser vista como uma ratificação 
incontestável da teoria econômica, e sim como uma maneira de demonstrar os 
confrontos, dúvidas e possibilidades teóricas que surgiram ao longo da 
história e que contribuíram para a formação do pensamento econômico. Além 
de demonstrar como cada pensador da ciência econômica colaborou para a 
formação do estado atual do conhecimento, a história evidencia a relevância 
de cada teoria formulada, os seus prováveis desdobramentos e limitações. 
A função e a importância da HPE, portanto, vai além da mera curiosidade 
histórica ou do processo de experimentação das ciências econômicas. É 
necessário estabelecer uma construção análoga entre as mais diversas teorias 
econômicas e o seu efetivo funcionamento prático, evidenciando o que 
chamamos de “pluralismo” em economia. Este conjunto de teorias serve de 
base para o surgimento das escolas econômicas e a sua contribuição para a 
evolução do processo econômico, o qual observaremos ao longo desta 
unidade. 
RÁPIDO PASSEIO PELA HISTÓRIA DO 
PENSAMENTO ECONÔMICO: ESCOLAS 
ECONÔMICAS 
Como já observamos, o pensamento econômico ultrapassou uma diversidade 
de etapas, marcadas por amplas distorções e oposições. Entretanto, o processo 
evolutivo deste modelo de pensamento pode ser subdividido em duas grandes 
fases: a fase pré-científica e a fase científica econômica. 
 
A fase pré-científica é formada por três subperíodos: a Antiguidade Grega, 
que foi marcada pelo elevado nível de desenvolvimento nos estudos políticos 
e filosóficos; a Idade Média, que foi abarcada por doutrinas teológicas e 
filosóficas, caracterizando-se pela tentativa de moralização da economia; e o 
mercantilismo, marcado pela expansão dos mercados consumidores e do 
comércio. 
A fase científica, por sua vez, é formada pelos seguintes subperíodos: 
Clique nas abas para saber mais 
FisiocraciaEscola clássicaPensamento marxista 
Defendia a existência da chamada "ordem natural", em que o Estado deveria 
se manter isento em relação às intervenções na economia; 
Escola clássicaPensamento marxista 
A doutrina clássica defendia, dentre outros aspectos, a livre inciativa como 
forma de estabelecer um equilíbrio no mercado e uma participação mínima do 
Estado; 
Pensamento marxista 
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%203/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%203/scormcontent/index.html
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Criticava os preceitos que defendiam a ideia de "ordem natural" e 
"harmonização de interesses", indicando que estes ideários eram resultados 
obtidos através da renda concentrada e da exploração trabalhista. 
Importante ressaltar que mesmo inseridos na fase científica, a escola neoclássica 
(responsável por expor a teoria subjetiva do valor) e o keynesianismo (que trouxe 
explicações profundas sobre as flutuações de mercado) são teorias econômicas 
diferenciadas, que trouxeram modelos teóricos essenciais, capazes de revolucionar o 
pensamento econômico. 
Mas como essas escolas conseguiram, efetivamente, revolucionar o 
pensamento econômico praticado até os dias atuais? Ao longo dos nossos 
estudos, vamos observar com maior detalhamento como essas escolas 
econômicas formularam os seus principais preceitos, e quais foram as suas 
contribuições para a evolução do pensamento econômico. 
O MERCANTILISMO 
 
O que foi o mercantilismo? Quais as suas principais características? Bem, o 
mercantilismo é compreendido como uma série de práticas inseridas na 
economia bastante utilizadas pelas nações da Europa, entre os séculos XV e o 
XVIII. Importante ressaltar que para diversos historiadores e economistas, o 
mercantilismo é visto como o momento de transição entre o feudalismo e o 
capitalismo. Sendo assim, o mercantilismo não pode ser efetivamente 
considerado como um sistema econômico complexo, com modos de produção 
definidos, como ocorria no período feudal e acontece no sistema capitalista. 
Se consultarmos os acontecimentos históricos, vamos perceber que o 
mercantilismo contraiu aspectos diferentes conforme o perfil de cada país, e 
foi adotado durante o período das chamadas Grandes Navegações, que 
colaborou de maneira significativa para a formação do sistema colonial, muito 
presente nos países do continente americano, como no Brasil. 
Como você pode perceber, o mercantilismo representa o fim do feudalismo e 
o surgimento dos Estados Nacionais Modernos, que foi um conjunto de 
nações que surgiu no período de centralização do poder na figura de um 
monarca. Paralelo a isso, foi montado toda uma estrutura burocrática 
responsável por administrar questões políticas e socioeconômicas em cada 
nação. 
 
Neste contexto, podemos entender que o surgimento dos Estados Modernosestava 
pautado na burguesia, cujo objetivo era extinguir os benefícios que a nobreza feudal 
usufruía. É de fundamental importância compreender que a burguesia foi a grande 
responsável pelo desenvolvimento manufatureiro e comercial, o que posteriormente 
acabou estruturando as bases para a introdução das indústrias. 
Sendo assim, podemos entender que o mercantilismo foi consolidado através 
de um contexto que envolvia uma intervenção estatal importante na economia, 
a expansão comercial obtida através da exploração colonial; e o aumento na 
quantidade de manufaturas. Tais praticas colaboraram para o surgimento do 
capitalismo comercial, considerado como a primeira fase do sistema 
capitalista. 
O mercantilismo ocorreu de diferentes maneiras, a depender da realidade de 
cada país. Mesmo assim, é possível enumerar algumas características 
importantes, observadas no Quadro 1. 
 
A FISIOCRACIA 
 
Corrente teórica fruto do Iluminismo e que se opunha ao mercantilismo, a fisiocracia é 
considerada uma escola científica pioneira, ou seja, anterior ao pensamento clássico 
defendido por Adam Smith, baseando-se na tese de que toda a riqueza provém da terra, 
mais especificamente, da agricultura. 
Etimologicamente o termo “fisiocracia” é constituído por dois radicais gregos: 
physis (natureza) e kratos (governo, ordem). Sendo assim, os fisiocratas 
entendiam a economia como um “governo da natureza” e acreditavam na 
existência da ciência da ordem natural, em que era estabelecida uma ligação 
entre a natureza e a sociedade. 
 
O seu principal idealizador foi o médico francês François Quesnay, que 
através da sua obra Tableau Économique, escrita em 1758, defendia a 
existência da ordem natural da sociedade e que nenhuma norma ou 
regulamentação estatal seria capaz de alterá-la. Quesnay era um grande 
defensor do chamado Estado do laissez faire, ou seja, da não intervenção do 
Estado na economia. 
Se por um lado o pensamento mercantilista defendia a ideia de acumulação de 
metais, a fisiocracia defendia o direito à propriedade privada e à liberdade no 
mercado, além de apontar a agricultura como a única maneira de criar 
riquezas, já que a terra conseguia gerar altas taxas de lucratividade e exigia 
um nível baixo de investimentos, o que justificava a sua valorização. Neste 
contexto, segundo os fisiocratas, deveria haver a cobrança de um único 
imposto direcionado aos proprietários da terra, livrando a sociedade de uma 
elevada carga tributária. 
É essencial entender, portanto, que a fisiocracia confrontava de maneira 
ferrenha o mercantilismo. Sendo assim, um dos pontos mais defendidos por 
esta corrente ideológica era o despotismo esclarecido. Mas o que seria isto? 
Os fisiocratas acreditavam que o absolutismo monárquico defendido pelo 
mercantilismo deveria se abster de determinados pressupostos políticos 
fundamentais, mas que promoveriam mais liberdade aos seus súditos, 
principalmente no que se refere ao direito à propriedade e liberdade. 
 
CURIOSIDADE 
Em 1774, o então ministro das finanças Anne Robert Jacques Turgot 
tentou inserir os preceitos fisiocratas na economia francesa; uma 
tentativa fracassada, já que houve resistência dos proprietários de 
terras. Mesmo assim, é importante frisar que, embora a fisiocracia 
apresentasse várias restrições, ela foi fundamental para a economia 
científica, pois serviu de base para a criação da teoria clássica de 
Adam Smith. 
O LIBERALISMO 
 
Defender os valores relacionados à liberdade e à igualdade: esses são os fundamentos 
que servem de base para o liberalismo como uma teoria política e social. O pensamento 
liberal defende a ideia de que todo indivíduo possui direitos humanos congênitos e cabe 
ao governo a responsabilidade de respeitá-los e solucioná-los quando houver choque de 
interesses entre as pessoas. 
Vamos compreender o seguinte: a filosofia política liberal, que prioriza o 
indivíduo sobre o coletivo, diz que tanto a sociedade quanto o Estado 
precisam assegurar e promover a liberdade do indivíduo, o que requer a 
extinção de qualquer restrição ou constrangimento nas suas ações. Neste 
contexto, a variedade e multipluralidade de ideias precisam ser efetivamente 
incentivadas, aliadas a um modelo de sociedade igualitária no que se refere à 
distribuição de oportunidades e dos recursos disponíveis. 
Mas como surgiu o liberalismo? Bem, o pensamento liberal clássico é fruto do 
movimento iluminista europeu aliado às revoluções burguesas ocorridas a 
partir do século XVII, como uma forma de oposição ao Estado Absolutista 
que vigorava naquele momento. Trata-se de uma teoria que busca, dentre 
outros aspectos, a representatividade das instituições, uma sociedade civil 
mais autônoma, uma economia de mercado e a não intervenção do Estado na 
economia. Nesse sentido, como você pode notar, o liberalismo tem uma 
estreita relação com a democracia nos países ocidentais. 
 
A participação política baseada no liberalismo, entretanto, não é consensual 
entre os seus formuladores. Uma corrente ideológica, defendida por John 
Locke, dentre outros pensadores, apoiava a participação dos cidadãos por 
meio de eleições e cargos representativos. 
Já a outra corrente, que teve Alexis do Tocqueville com um de seus 
expoentes, defendia que a ética liberal somente se concretizaria na execução 
da atividade política ativa ou até mesmo no associativismo. 
Além disso, há um aspecto que precisa ser evidenciado em relação ao 
pensamento liberal ocidental: o grau de liberdade observado em cada nação 
que adotou esse sistema. Se o liberalismo clássico defende a ideia de que os 
direitos civis são essenciais aos indivíduos, o liberalismo igualitário 
argumenta que o governo e a sociedade intervirão em áreas essenciais, como a 
saúde ou a educação, por exemplo. Nesse sentido, o liberalismo atua 
basicamente em duas frentes ideológicas: 
Liberalismo político 
Doutrina que defende a proteção da liberdade das pessoas. No geral, os 
pensadores liberais dessa frente defendem que a presença do Estado não pode 
prejudicar a liberdade do indivíduo, mas que o Estado deve preservar a 
igualdade ao extinguir possíveis privilégios entre as pessoas. Vale frisar, 
ainda, que o liberalismo político foi expresso inicialmente em 1776, por 
Thomas Paine, através da obra Senso Comum, em que ele defende que as 
instituições são os instrumentos necessários para assegurar a liberdade 
individual; 
Liberalismo econômico 
Doutrina inserida a partir do século XVIII e que teve como principal expoente 
o economista Adam Smith (1723 -1790). A livre concorrência, assim como o 
direito à propriedade privada são alguns dos preceitos defendidos pelo 
liberalismo econômico. Este modelo de liberalismo foi inserido assim que os 
Estados Nacionais se formaram, refutando os conceitos do mercantilismo e da 
fisiocracia, que se destacavam pela defesa do controle do Estado na economia, 
por meio de monopólios ou cobranças de altos impostos. 
O SOCIALISMO 
Dentro do cenário econômico, a grande “utopia” do século XX foi certamente 
a do socialismo, por ser considerado um arranjo social capaz de reunir forças 
opositoras ao pensamento capitalista e pré-capitalista inseridos em diversos 
países. Neste contexto, é preciso observar o panorama da economia política 
para compreender o que de fato é o socialismo e quais são as bandeiras 
defendidas por esse sistema. 
 
Segundo Singer (1983, p. 157), para entendermos o conceito referente ao 
socialismo é preciso buscar compreender os seus pensadores clássicos, como 
Marx e Engels, que defendiam, dentre outros aspectos, que o socialismo era 
uma corrente ideológica superior ao capitalismo, por ser capaz de superar as 
contradições próprias do sistema causadas ao longo do tempo. Esta 
superioridade está pautada em três aspectos, discutidos no Diagrama 1. 
 
É preciso deixar claro que esse era o ideário socialista básico, ou seja, o paísque desejasse implantar esse sistema deveria buscar atender a essas 
características. Entretanto, a partir de 1917, as revoluções proletárias se 
tornaram vitoriosas, dando origem a uma série de regimes, o que fez com que 
esse sistema passasse a ser observado não mais por seus fundamentos 
doutrinários, mas sim pelo seu contexto histórico, diante de suas práticas em 
diferentes países. 
 
Para o pensamento socialista, o capitalismo tinha a função histórica de 
desenvolver as forças produtivas para que o socialismo fosse implementado 
posteriormente. Entretanto, na prática, os países que resolveram abolir o 
sistema capitalista (como a antiga URSS e a China, por exemplo) para adotar 
um regime socialista, não haviam cumprido esse aspecto, ou seja, 
encontravam-se ainda na condição de países agrários, apesar do planejamento 
centralizado ter sido responsável pelo desenvolvimento acelerado dessas 
regiões. 
Diante disto, quais conclusões podemos delinear? Bom, a industrialização 
centralizada e planejada do socialismo não se mostrou, de imediato, superior à 
do sistema capitalista, já que países que não adotaram esse sistema (como 
Brasil e México) também conseguiram desenvolver sua estrutura industrial em 
ritmos similares aos países de economia planejada e centralizada. É visível, 
entretanto, que os modelos de desenvolvimento econômico são diferentes, já 
que os privilégios e as diferenças de classes nos países de economia 
planificada foram basicamente abolidas (SINGER, 1983, p. 160). 
O KEYNESIANISMO 
 
Em um determinado momento histórico, mais precisamente após a crise de 1929, 
ocorrida nos Estados Unidos, o sistema capitalista clássico (liberal) passou por uma 
crise estrutural e precisou ser reformulado. Neste contexto, podemos entender que 
houve a emersão de uma nova teoria econômica, denominada keynesianismo, em alusão 
ao seu formulador, o economista John Maynard Keynes (1883 - 1946). Essa nova 
corrente de pensamento econômico defendia, entre outros aspectos, que o Estado 
deveria agir nas políticas econômicas de um país, visando o pleno emprego e o 
equilíbrio das atividades. 
Importante deixar claro que Keynes passou a formular sua teoria ao longo do 
século XX, em uma época em que a sociedade se pautava no princípio do 
laissez-faire como a única maneira de se recuperar de um período recessivo, 
ou seja: a economia teria a capacidade de se recuperar de uma crise sem 
qualquer tipo de intervenção estatal. 
A crise de 1929, evidenciada pela quebra da bolsa de valores da época, 
provocou um efeito devastador nos EUA e em outros países ao redor do 
mundo. É preciso compreender que essa crise representou a retração do poder 
de compra da população, graças ao aumento do desemprego e da redução dos 
níveis de salário. Sabendo que a produção se manteve estável, esse efeito 
provocou um colapso econômico. Foi diante desse cenário que Keynes passou 
a entender que os preceitos econômicos defendidos pelo liberalismo eram 
insuficientes para solucionar a reestruturação da economia norte americana. 
Segundo o entendimento keynesiano, os Estados Unidos, epicentro da crise de 
1929, se reestruturaria economicamente no momento em que novas despesas 
governamentais fossem criadas, com o objetivo de criar novas oportunidades 
de emprego, o que reativaria o ciclo do consumo e levaria a economia a um 
nível maior de expansão, ou seja, o Estado passaria a ser o principal agente da 
economia. Além disso, a teoria keynesiana também está baseada no produto 
interno bruto (PIB), que em pleno equilíbrio no momento em que a: 
Oferta agregada (Y) = procura agregada (PA) ou despesa agregada 
Vale ressaltar que a procura agregada (PA) é constituída pelo consumo da 
população (C), pelos investimentos (I), pelas despesas governamentais (G), 
pelas exportações (X) e pelas importações (Q). A relação entre oferta e 
demanda agregada, nesse sentido, é um índice importante para mensurar se 
um país está em crise. 
Importante lembrar que o keynesianismo foi adotado para estruturar o acordo 
New Deal, utilizado para a reestruturação da economia norte-americana. 
Como é possível perceber, o pensamento keynesiano exerceu um papel 
preponderante na economia americana e acabou sendo difundido por outros 
países no mundo. O Quadro 2 apresenta outras características essenciais dessa 
teoria econômica. 
 
PARA UMA ECONOMIA POLÍTICA DO ESTADO 
BRASILEIRO 
 
A aplicação das políticas públicas no Brasil é pautada na orientação 
intervencionista ou desenvolvimentista do Estado, que sempre exerceu uma 
função essencial na criação de diretrizes aplicadas à economia, direcionadas 
para tornar o capitalismo industrial e financeiro mais viável. Coube ao Estado 
também o papel de criar uma infraestrutura adequada para que a iniciativa 
privada atue, além de disponibilizar uma série de insumos primordiais para os 
empreendimentos atuantes no processo desenvolvimentista. 
Existem dois períodos da atuação do Estado brasileiro: o primeiro se 
caracterizou pelo Estado desenvolvimentista, entre os anos 1930 até o fim dos 
anos 1960; e o segundo momento se caracterizou por ações mais 
intervencionistas que perduraram até o fim dos anos 1980. Este período de 
intervenção deu início a uma série de mudanças políticas e econômicas no 
Brasil que resultaram em um Estado neoliberal nos anos 1990. 
É possível notar que o contexto histórico da política econômica adotada pelo 
Estado brasileiro, desde 1930, apresentou oscilação entre duas correntes 
teóricas: a estratégia de desenvolvimento nacionalista, que se pautava na 
formação de um capitalismo desenvolvido internamente; e uma estratégia de 
desenvolvimento associada, que indicava a aceitação das exigências realizadas 
pela interdependência das nações capitalistas. 
O que podemos perceber é que desde os anos 1950 o Estado exerce um 
conjunto de funções que vão desde a execução da gestão, passando pela 
coordenação até a geração de investimentos. Este ciclo, que tem sido 
desenvolvido ao longo dos anos, vem criando uma estrutura burocrática para 
que a gestão dos setores e seu planejamento sejam efetivamente implantados. 
 
A presença do Estado também foi essencial para agir sobre a legislação do 
trabalho, determinando ou praticando ações dentro do mercado, o que acabou 
inibindo as ações sindicais ou até mesmo a evolução dos salários. 
Outro ponto que precisa ser observado se refere ao fato de que até meados dos 
anos 1960 não houve qualquer inferência ao uso do planejamento, seja ele 
urbano ou territorial, como um fator importante para o desenvolvimento, 
limitando-se apenas ao provimento dos serviços urbanos. 
Chegada à década de 1970, passamos a observar um Brasil com aspectos 
“colossais” naquilo que se refere, por exemplo, à produção de energia como 
um insumo fundamental para a expansão do desenvolvimento da indústria de 
base. Entretanto, é possível notar que os investimentos estrangeiros utilizados 
no período não foram direcionados para a infraestrutura. 
Chegando à década de 1980, marcada principalmente pela crise inflacionária, 
foi possível notar um certo nível de defasagem em relação à atuação do 
Estado em uma linha mais desenvolvimentista. Diante deste contexto, foi 
preciso trazer e debater um modelo novo em relação à ação do Estado e quais 
suas relações mercadológicas. É neste período que as privatizações de 
empresas públicas começam a ganhar relevância como uma fonte de retração 
de custos, além do refinanciamento da máquina estatal como uma maneira 
viável de revitalizar a economia ao sanear as finanças nacionais. 
 
No início da década de 1990 houve mudanças no âmbito político, econômico, social e, 
consequentemente, nas novas atribuições do Estado. No começo da década, a inflação 
se encontrava em um nível crescente, o que fez com que novos programas econômicos 
de estabilização fossem adotados, como o Plano Collor, que inseriu medidas que 
restringirama circulação de moeda. 
Outro aspecto relevante está relacionado aos setores sociais e à infraestrutura, 
que apresentou um nível descendente no final dos anos 1980 até meados dos 
anos 1990, o que resultou em um processo de deterioração das estruturas 
vigentes, como o sistema de telecomunicações e de energia elétrica, além de 
uma significativa retração nos níveis de qualidade da educação básica e saúde 
pública. 
Na segunda metade dos anos 1990 ocorreu uma ampla recuperação no que se 
refere às políticas sociais, que passaram a focar na escolha de programas 
direcionados para a produção e a descentralização de recursos. Já nos anos 
2000, foi possível notar que o desenvolvimento econômico trouxe equidade à 
população brasileira, período em que foi possível visualizar, por exemplo, um 
crescimento econômico mais rápido e descentralizado. 
FINANCIAMENTO DO DESENVOLVIMENTO 
ECONÔMICO 
 
Uma das principais fontes para elevar o nível do crescimento econômico de 
um país é o investimento público. Ele é essencial em setores importantes, 
como a educação, saúde ou infraestrutura. Por sua vez, a iniciativa privada se 
caracteriza por alocar os seus recursos em áreas com altos índices de 
rentabilidade. Neste contexto, é fundamental a inserção de um planejamento 
eficiente em áreas sensíveis, sendo que isso dependerá do nível de agilidade e 
da gestão dos recursos utilizados. 
Para que uma economia cresça, é preciso, dentre outras ações, interferir em 
uma variável importante: na taxa de investimento, que hoje tem um nível alto 
de estagnação. É preciso deixar claro que, quando os investimentos se elevam, 
os gastos das organizações empresariais também se elevarão com a aquisição 
de bens de capital, que são aqueles que servem para a produção de outros 
bens. 
Uma das principais metas de um governo é atingir, por meio dos 
investimentos, a expansão do PIB (produto interno bruto) de maneira 
consistente e rápida; no entanto, existem uma série de barreiras e restrições 
que impedem essa expansão, principalmente a disponibilidade de recursos 
financeiros, provenientes das instituições públicas ou privadas. 
No Brasil, um dos órgãos mais importantes para a execução de políticas 
econômicas é o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social 
(BNDES). Através dele, o governo consegue ampliar a produção das empresas 
nacionais, mas o panorama atual da economia brasileira indica que manter 
essa expansão é um processo complexo, devido à escassez de recursos, dentre 
outros aspectos. 
 
Vale ressaltar, também, que a transição das fontes de recursos é uma fonte de 
debate referente aos custos. É preciso deixar claro que nesse ambiente os 
créditos concedidos para as empresas são realizados normalmente com taxas 
reduzidas, ou seja, cabe ao BNDES o papel de subsidiar os setores 
importantes da economia, evitando que a geração de recursos se torne 
limitada. 
Importante mencionar que outras instituições, como o Banco do Brasil e a 
Caixa exercem um papel semelhante ao BNDES. Nós podemos notar que 
essas instituições atuam por meio de políticas anticíclicas, com o objetivo de 
estimular o desenvolvimento. Neste contexto, é preciso deixar claro a 
relevância do setor público brasileiro para formar a taxa de investimento do 
país, apesar da importante atuação do setor privado. Mesmo havendo mais 
disponibilidade para investir por parte do setor público, há um conjunto de 
limitações que dificultam esse processo. Uma dessas dificuldades está, por 
exemplo, na Lei de Licitação (Lei 8.666 da Constituição Federal), que 
apresenta uma série de mecanismos que tornam a execução dos investimentos 
mais lenta. 
O crescimento econômico de um país indica a expansão do produto 
interno bruto, que simboliza a disponibilidade de bens e serviços dentro 
de um país. Sendo assim, é possível afirmar que uma das fontes essenciais 
para elevar o crescimento econômico é: 
Investimento público. 
Correctly selected 
Investimento retroativo. 
Correctly unselected 
Investimento misto. 
Correctly unselected 
Correta 
 
Muito bem, a resposta está correta! 
Uma das principais fontes para elevar o nível do crescimento 
econômico de um país é o investimento público. Ele é fundamental 
em setores importantes como a educação, saúde ou infraestrutura. 
Já a iniciativa privada se caracteriza por alocar os recursos em 
áreas com alto índice de rentabilidade. 
O mercado: conceito, tipologia e 
estruturas 
Seção 3 de 3 
 
Podemos entender que o mercado apresenta diferentes estruturas 
pautadas na quantidade de firmas produtoras, na diferenciação 
dos produtos, ou na existência de barreiras à entrada de novas 
organizações empresariais. 
Importante frisar que o mercado de bens e serviços ou de fatores e 
produção possuem características que podem indicar uma 
concorrência perfeita, monopólio, concorrência monopolística ou 
mesmo um oligopólio. Estudaremos, nesse sentido, a importância 
dos mercados e suas principais formas e estruturas. 
 
O MERCADO: ESTRUTURAS E MECANISMOS 
BÁSICOS 
 
O mercado é fundamental para o desenvolvimento econômico, tanto para a 
sociedade quanto para as instituições, porque é onde são executadas as 
transações econômicas, ou seja, a troca de bens e serviços entre os agentes 
econômicos (particulares, governo, empresas, dentre outros). 
Sabemos que isoladamente os agentes econômicos são incapazes 
de suprir suas próprias necessidades, sendo assim, é fundamental 
que eles estabeleçam conexões com o objetivo de compartilhar 
bens e serviços excedentes. 
Nesse contexto, é possível verificar que o mercado se baseia em 
duas correntes ideológicas de comercialização: a primeira delas é a 
das vantagens absolutas, que determinam o livre comércio como a 
alternativa mais viável para os países, em que uma nação pode 
disponibilizar determinado bem ou serviço, apresentando uma 
série de preços inferiores em relação aos seus concorrentes. 
A segunda corrente, por sua vez, são as vantagens comparativas 
inseridas na produção de um bem ou serviço, que levam em 
consideração um custo de oportunidade da produção mais baixo 
de um país em relação aos outros. Esses custos podem estar 
relacionados, por exemplo, à produtividade do trabalho, às 
inovações tecnológicas ou às economias de escala. 
O mercado: conceito econômico 
Se considerarmos um modelo de economia clássica, os mercados 
podem se distinguir diante de dois tipos de circunstâncias: os 
mercados perfeitamente competitivos e os imperfeitamente 
competitivos. Os mercados perfeitamente competitivos são 
aqueles em que há uma quantidade imensa de compradores e 
ofertantes, sendo que o preço dos bens e 
serviços comercializados são determinados pelas forças do 
mercado. Já o mercado imperfeitamente competitivo é marcado 
pela existência de oligopólios, que ditam os preços a serem 
praticados e disponibilizam uma quantidade reduzida de bens e 
serviços. 
 
DICA 
As empresas são capazes de produzir inovações para obter 
vantagens em relação às concorrentes, elevando o seu nível 
de renda e diferenciando o seu bem ou serviço. Tais 
inovações são revoluções técnicas que podem alterar a 
sociedade, por meio da redução dos custos ou da criação de 
algum benefício. 
Ao longo de nossos estudos, observaremos com maiores detalhes 
a estrutura e as características do mercado, além de estudarmos a 
relação entre oferta e demanda. 
 
PRINCIPAIS ESTRUTURAS DE MERCADO 
A demanda e a oferta de bens e serviços são influenciadas por um 
conjunto de variáveis, sendo que o mercado é condicionado ao seu 
equilíbrio. Segundo Vasconcellos e Garcia (2008, p. 70) as 
estruturas de mercado dependem basicamente de três aspectos 
fundamentais: 
 
• 1 
1 
A quantidade de empresas que formam este 
mercado; 
• 2 
2 
Tipos de produtos; 
• 3 
3 
Barreiras comerciais. 
A maximização do lucro total é vista como o principal objetivo da 
maioria das organizaçõesempresariais. Nesse sentido, se 
observarmos de maneira específica as estruturas oligopolistas de 
mercado, perceberemos outros mecanismos para que a 
lucratividade seja maximizada. Desse modo, as principais 
estruturas de mercado são: 
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Concorrência perfeita 
– 
Caracteriza-se pelo grande volume de empresas e consumidores 
que agem de maneira conjunta e utilizam produtos homogêneos. 
Nesse contexto, o mercado é considerado o principal responsável 
por estabelecer os preços, e se caracteriza por não impor barreiras 
aos novos entrantes. Ademais, o funcionamento transparente em 
relação às informações pertinentes, como a lucratividade, por 
exemplo, também está presente nesse tipo de estrutura. 
 
 
O modelo de concorrência perfeita não pode ser aplicado de 
maneira exata, já que ele apresenta distorções, como ocorre em 
qualquer mercado. Apesar disso, é possível visualizar graficamente 
o seu funcionamento teórico. 
 
 
Equilíbrio do mercado e da empresa 
 
Como é possível notar, a curva da demanda, levando em 
consideração a visão da organização empresarial, é configurada no 
Gráfico B como uma reta, demonstrando o preço estabelecido pelo 
mercado, conforme se observa no Gráfico A. Observe que as 
empresas que formam esse mercado são as formadoras de preço. 
Nesse sentido, as empresas não conseguem modificar os níveis ou 
estipularem um preço acima daquele praticado pelo mercado, mas 
elas terão condições de vender a quantidade que estiverem 
dispostas, limitando-se apenas à sua estrutura de custos definida. 
 
A longo prazo, verificamos que, em um mercado de concorrência 
perfeita, não existe lucratividade extraordinária, e sim a chamada 
“lucratividade normal”, que simboliza a remuneração implícita do 
empresário, ou seja, o seu custo de oportunidade. A explicação 
para isso pode ser observada no Diagrama 2. 
Monopólio 
– 
Trata-se de um mercado que tem diretrizes opostas às da 
concorrência perfeita. Basicamente, é composto por uma empresa 
que consegue exercer domínio totalitário da oferta e, 
consequentemente, dos consumidores. Age sem concorrência ou 
produto substituto, obrigando os consumidores a aceitarem suas 
condições determinadas. 
 
 
Graficamente você vai notar que no monopólio a curva da 
demanda da organização empresarial simboliza a própria curva do 
mercado. Por conta dessa exclusividade, a empresa monopolista 
consegue estabelecer o preço de equilíbrio, levando em 
consideração a sua capacidade produtiva. Se na concorrência 
perfeita a demanda é algo dado para a empresa, representada por 
uma reta paralela ao eixo das quantidades, no monopólio, a 
empresa enfrenta uma curva de demanda inclinada de maneira 
negativa, como se observa no Gráfico 2. 
 
 
Importante frisar que a demanda tenderá à inelasticidade, ou seja, 
quando o preço se elevar, a queda no consumo será irrisória e 
pouco impactará na receita total da empresa. A empresa 
monopolista, entretanto, não poderá elevar os níveis de preços de 
maneira indefinida, pois possivelmente a demanda tenderá a 
reduzir o nível de consumo. 
 
Os monopólios surgem, principalmente, por conta das barreiras 
impostas que impedem a entrada de novas firmas no mercado. 
Elas podem ser oriundas, por exemplo, de um monopólio puro, 
quando o mercado exige um nível considerável de capital, o que 
acaba sendo um impedimento para a entrada de novos 
concorrentes; das patentes, que condicionam uma empresa a 
deter a tecnologia apropriada para a produção de bem; do controle 
de matérias-primas básicas ou até do monopólio institucional em 
setores estratégicos. 
Oligopólio 
– 
Podemos definir oligopólio como um modelo estrutural formado 
por um conjunto reduzido de empresas que exercem domínio 
sobre o mercado. A indústria automobilística ou a indústria de 
bebidas são bons exemplos de oligopólios, pois representam uma 
quantidade limitada de organizações empresariais ou um conjunto 
maior de empresas presentes no mercado com poucas 
organizações dominantes. 
 
 
Se observarmos o setor produtivo brasileiro notaremos um alto 
nível de oligopólios, em que as quantidades disponibilizadas e os 
preços são definidos por meio de cartéis. O cartel, segundo 
Vasconcellos e Garcia (2008, p. 64) é visto como uma organização 
de produtores que estabelece uma política de preços para as 
organizações que compõem um setor específico. 
 
Importante frisar que em um modelo oligopolista as empresas 
podem assumir papéis distintos: uma organização pode ser líder, 
quando é responsável por estabelecer preços ou satélites. Outras 
empresas são tomadoras dos preços estabelecidos pelos líderes, 
considerando toda a estrutura de custos estabelecidos pelas 
empresas participantes, formando um modelo denominado 
liderança de preços. 
 
Além disso, as empresas que atuam no mercado oligopolista 
também podem seguir uma corrente voltada para a maximização 
dos lucros (Teoria Neoclássica) ou para a maximização do 
markup (Teoria da Organização Industrial). 
Concorrência monopolista 
– 
Caracteriza-se por ser uma estrutura de mercado que atua de 
maneira intermediária entre o monopólio e a concorrência 
perfeita. Diferencia-se do oligopólio basicamente por conta de dois 
fatores: por possuir uma margem de manobra de fixação de preço 
limitada e por ter um número reduzido de empresas envolvidas. 
 
 
Tais aspectos oferecem um determinado poder de monopólio 
inserido nos preços, mesmo havendo uma certa competitividade 
no mercado. É um mercado sem barreiras de entrada, por isso os 
chamados lucros extraordinários auferidos a curto prazo são 
fontes atrativas para novas empresas. Apesar disso, esses lucros 
cessam a longo prazo e somente os chamados lucros normais 
permanecem. 
 
Outro ponto que devemos mencionar é o fato de que o mercado 
de fatores produtivos (Diagrama 3) também disponibiliza 
estruturas diferentes. Elas estão diretamente relacionadas à 
demanda de insumos pelos setores produtores de bens e serviços. 
 
 
 
 
 
EXPLICANDO 
É importante estabelecer uma taxa de markup fixa que 
consiga cobrir os custos diretos e fixos, além de suprir a taxa 
de rentabilidade almejada pelos acionistas de uma 
organização empresarial. 
 
A PROCURA: CONCEITO, LEI ECONÔMICA, CURVA 
E ELASTICIDADE-PREÇO 
 
Podemos entender a demanda como a quantidade de bens ou 
serviços que os consumidores estão dispostos a adquirir durante 
um determinado período. Certamente, a demanda dependerá de 
uma série de variáveis, como o preço, a renda ou mesmo a 
preferência dos compradores, que pode ser estudada de maneira 
isolada para esclarecer futuras decisões de compra. 
Nesse sentido, é preciso evidenciar que a demanda e o preço de 
um bem mantêm uma relação inversamente proporcional: é o que 
chamamos de Lei Geral da Demanda. O Gráfico 3 mostra como 
essa relação pode ser representada. 
 
Entendendo que o eixo vertical simboliza os preços (P) e o 
horizontal as quantidades demandadas (Q), observaremos uma 
relação inversa em que, à medida que o preço se eleva, a 
quantidade demandada reduz. Como percebemos, a curva de 
demanda será inclinada de cima para baixo, da esquerda para a 
direita, indicando que a quantidade procurada dos produtos varia 
inversamente ao seu preço, sendo que tudo o mais permanece 
constante (coeteris paribus). A análise econômica indica a curva ou 
a escala que representa as preferências dos consumidores, 
levando em consideração que sua utilidade está sendo 
maximizada. 
Essa relação pode ser simbolizada pela função demanda: 
Qd = f(P) - quantidade demandada é 
uma função do preço 
Onde: 
Qd: quantidade demandada 
P: preço do bem ou serviço 
Como já vimos, a curva de demanda é inclinada negativamente 
graças ao efeito conjunto de dois fatores: 
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EFE ITO DE SUBSTITUIÇÃ O 
Caso um determinado bem ou serviço possua um bemsubstituto, 
a seguinte situação pode ocorrer: a elevação do preço de um bem 
faz com que o consumidor busque um substituto e reduza a 
demanda desse bem; 
 
EFE ITO DE RENDA 
Quando preço de um bem ou serviço permanece constante, mas a 
renda é alterada, duas situações podem ocorrer: uma variação 
negativa na renda indica que o consumidor reduziu o seu poder 
aquisitivo e que consequentemente a demanda por um bem ou 
serviço diminuirá (bens inferiores). Caso a variação da renda seja 
positiva e o consumo de um determinado bem ou serviço se eleve, 
podemos classificá-los como bens superiores. 
 
A demanda sofre influência de uma diversidade de variáveis, como 
a renda dos consumidores, seus hábitos ou mesmo o preço dos 
bens e serviços. Além disso, um aumento na renda dos 
consumidores pode elevar a demanda por um determinado 
produto (bens normais). É possível observar também que os bens 
inferiores sofrem com as variações da renda, ou seja, uma 
diminuição na renda do consumidor reduz o consumo de um 
determinado bem ou serviço. 
De maneira análoga, temos os bens superiores, simbolizados pelo 
aumento da qualificação, em que a elevação na renda do 
consumidor aumenta o consumo de um determinado bem ou 
serviço. Já os bens de consumo saciados, por sua vez, são aqueles 
que não são influenciados pela renda dos consumidores, embora 
alguns possam ser afetados por fatores ligados à sazonalidade ou 
às perspectivas econômicas. 
Também é importante ressaltar que a demanda e a quantidade 
demandada são conceitos distintos: demanda é a curva ou a escala 
que interliga os preços e as quantidades determinadas; enquanto a 
quantidade demandada é exatamente o ponto específico dentro da 
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%203/scormcontent/index.html
https://sereduc.blackboard.com/bbcswebdav/library/Library%20Content/%28LMS%29%20-%20Do%20Not%20Delete/%28LMS%29%20DOL%20-%20Do%20Not%20Delete/SCORM/ECONOMIA%20POL%C3%8DTICA/UNIDADE%203/scormcontent/index.html
curva, estabelecendo uma relação entre o preço e a quantidade 
demandada. 
Vasconcellos e Garcia (2008, p. 34) apresentam, no Gráfico 4, que a 
demanda é representada pela letra D. Por sua vez, a quantidade 
demandada se dá pela relação entre o preço e a quantidade inicial 
(P0 e Q0, que resultarão no ponto específico A). Qualquer variação 
positiva no preço (P1) resultará na redução da quantidade 
demandada (Q1, que resultará no ponto específico B) mas sem 
alterações, o que significa afirmar que tais variações ocorrerão ao 
longo da curva de demanda. 
 
 
Para deixar mais evidente, vamos imaginar uma situação hipotética 
em que a curva de demanda inicial fosse representada pela letra 
D0. Considerando o nosso bem como um bem normal, é possível 
afirmar que no caso de uma variação positiva na renda do 
consumidor, a curva de procura se deslocará para a direita, 
indicando que, se forem mantidas as mesmas condições de preço, 
o consumidor poderá adquirir uma quantidade abundante de 
bens, conforme o Gráfico 5. 
 
 
 
A OFERTA: CONCEITO, LEI ECONÔMICA, CURVA E 
ELASTICIDADE-PREÇO 
A oferta pode ser definida como as quantidades que os produtores 
almejam disponibilizar por um período no mercado. Trata-se de 
um agente que depende de um conjunto de fatores, como o 
próprio preço. Importante deixar claro que a função oferta 
apresenta uma relação direta entre os preços aplicados e a 
quantidade ofertada, tudo o mais se mantendo constante. É 
possível constatar essa relação ao observar o Gráfico 6. 
 
 
Essa relação direta existente entre a quantidade disponibilizada e o 
seu preço, mantendo as outras variáveis constantes, indica que as 
variações positivas nos preços atraem novas organizações 
empresariais e o aumento da produção. Vale ressaltar que a 
função que representa a oferta é oferecida pela expressão: 
Q0 = f(P) 
Em que: a quantidade ofertada está em função do preço do bem 
ou serviço. 
Certamente, a elevação da quantidade de empresas, as mudanças 
na tecnologia e os custos produtivos são fundamentais na oferta 
de bens e serviços, além do seu preço. Por exemplo, uma elevação 
nos salários pode impactar na oferta, reduzindo–a, o que 
demonstra a relação inversamente proporcional entre a oferta e os 
custos produtivos. 
Por sua vez, a tecnologia e a quantidade ofertada são diretamente 
proporcionais, já que o avanço tecnológico certamente permite 
progressos nos níveis de produtividade e no uso dos fatores 
produtivos, o que eleva o nível de oferta. 
Vale ressaltar que a oferta é a curva ou a escala que interliga os 
preços e as quantidades determinadas. Já a quantidade 
demandada é exatamente o ponto específico dentro da curva. 
Sendo assim, a elevação no preço dos bens ou serviços gerará uma 
elevação na quantidade disponibilizada (Gráfico A) e uma alteração 
nas demais variáveis deslocarão a curva de oferta de maneira 
retrativa (Gráfico B) ou positiva (Gráfico C), como se visualiza no 
Gráfico 7. 
 
O EQUILÍBRIO DA PROCURA E DA OFERTA 
 
O preço e a quantidade de equilíbrio de um determinado bem ou 
serviço em um dado mercado são determinados através da 
interação existente entre as curvas de demanda e de oferta 
(Gráfico 8). 
 
 
É importante observar que o preço e a quantidade que suprem as 
necessidades dos consumidores e dos produtores de maneira 
simultânea podem ser visualizadas por meio da intersecção das 
curvas (ponto E), indicando o equilíbrio entre elas. 
A escassez de produção ocorrerá quando a quantidade 
disponibilizada for menor que a quantidade de equilíbrio. Nessa 
condição, existirá concorrência entre os consumidores, o que 
resultará na formação de filas e indicará o aumento dos preços até 
um nível de equilíbrio. 
Analogamente, o excesso de produção ocorrerá quando a 
quantidade disponibilizada for maior que a quantidade de 
equilíbrio. Nessa condição, existirá concorrência entre os 
produtores, o que resultará no acúmulo de estoques não 
programáveis, o que inevitavelmente indicará a redução dos 
preços até um nível de equilíbrio. 
 
Você consegue observar que, se não houver impedimentos, o próprio mercado, 
na condição de concorrência perfeita, se ajusta para atingir o nível almejado 
pelos consumidores e ofertantes? Nessas condições, defende-se a ideia da não 
intervenção estatal ou até mesmo da imposição de forças oligopolistas, que 
visam afetar o preço praticado no mercado. No mundo real, entretanto, o Estado 
acaba intervindo através de uma diversidade de ações, como na fixação de 
impostos, no reajuste do salário mínimo, na interferência dos preços agrícolas ou 
através de tabelamentos, por exemplo. 
É interessante verificar também, através do olhar microeconômico, 
a questão da aplicação da tributação. A empresa recolhe o tributo, 
porém o ônus efetivamente é transferido para o mercado 
consumidor, o que é um ponto importante na análise dos 
mercados. Um dos principais tributos cobrados são os impostos 
que, segundo Vasconcellos e Garcia (2008, p. 38) são classificados 
em: 
Impostos indiretos 
Aplicados sobre o consumo ou vendas; 
Impostos diretos 
Aplicados sobre a renda e o patrimônio; 
Imposto específico 
Aplicados de maneira fixa, independentemente do valor vendido; 
Imposto ad valorem 
Aplicado sobre o valor da venda. 
 
ASSISTA 
A maioria dos impostos cobrados no Brasil são do tipo ad 
valorem, o que significa que há poucos impostos específicos. 
Para saber mais sobre tributação, assista ao vídeo Tributação 
Brasileira do consumo é o pior do mundo, por Eurico de Santi. 
Nesse contexto, é possível tratar da incidência tributária, que 
demonstra quem de fato tem a responsabilidade de assumir o 
ônus do imposto. Certamente, o produtor vai desejar transferir ao 
máximo o custo do imposto ao consumidor final; entretanto,é 
preciso perceber o nível de sensibilidade (elasticidade) que essas 
alterações causam no preço do bem ou no serviço oferecido no 
mercado. 
Você notará que, à medida que o mercado se apresenta como 
competitivo ou com a oferta de vários bens substitutos, cabe ao 
produtor assumir boa parte do imposto pago, já que o mercado se 
mostra sensível a qualquer aumento no produto. Por sua vez, à 
medida que o mercado se mostra mais concentrado, tendendo ao 
oligopólio, observaremos um nível mais elevado de transferência 
dos impostos direcionados aos consumidores finais. 
É importante frisar que existe uma distinção da incidência de 
tributos, a depender do conceito adotado. Através do aspecto legal 
(jurídico) essa incidência indica quem é o responsável por recolher 
os impostos dos cofres públicos; sob o aspecto econômico, 
observaremos quem de fato assume o ônus desses impostos. 
Geralmente, os impostos considerados indiretos são recolhidos 
pelas organizações empresariais, que repassam uma parte desses, 
elevando o nível de preço dos produtos, o que impacta no 
consumo final. 
Analisando a interferência estatal nos preços agrícolas, notaremos 
que se trata de uma política que assegura os preços aos 
produtores desse ramo e os protege de possíveis variações dos 
preços incidentes no mercado. Segundo Vasconcellos e Garcia 
(2008, p. 38) cabe ao governo assegurar, a priori, o preço que ele 
pagará após a colheita do produto. 
 
Quais as situações possíveis diante de um cenário como esse? Caso 
a colheita apresente os preços de mercado em um nível superior 
aos preços considerados mínimos, o produtor preferirá 
comercializar no mercado. Entretanto, se os preços mínimos forem 
maiores aos praticados no mercado, o produtor vai preferir 
comercializar com o valor fixado pelo governo. Vamos notar que, à 
medida que o preço mínimo se encontrar superior ao preço de 
equilíbrio de mercado, haverá um excedente de produto que será 
adquirido pelo governo e que consequentemente será utilizado 
como estoque regulador em situações posteriores (Gráfico 9). 
 
 
 
O governo certamente escolherá a alternativa menos custosa, 
desde que consiga restringir os abusos, o controle preços de bens 
ou os limites no processo inflacionário. 
Os impostos fazem parte do mercado e da vida das empresas. 
Relacione cada imposto com sua respectiva cobrança: 
• 
• 
• 
• Imposto ad valorem 
• Imposto indireto 
• Imposto direto 
• de valor da venda 
• de consumo ou venda 
• de renda e patrimônio 
ENVIAR 
Correta 
👍 
Muito bem, a resposta está correta! 
A maioria dos impostos no Brasil são ad valorem, isto é, 
são aplicados sobre as vendas. Imposto direto já é 
aquele aplicado sobre rendas e patrimônios, enquanto o 
imposto indireto recaí sobre o consumo e as vendas. 
 
Agora é a hora de sintetizar tudo 
o que aprendemos nessa 
unidade. Vamos lá?! 
SINTETIZANDO 
 
A História do Pensamento Econômico (HPE) é uma área do 
conhecimento que exige constante atualização e comprovação 
teórica. Essa área é vista, portanto, como uma maneira de 
demonstrar os confrontos, as dúvidas e as possibilidades teóricas 
que surgiram ao longo da história e que contribuíram para a 
formação do pensamento econômico. Nesse sentido, a 
importância da HPE vai além do processo de experimentação das 
ciências econômicas. Ela visa estabelecer uma construção análoga 
entre as mais diversas teorias econômicas e seu efetivo 
funcionamento prático, evidenciando aquilo que chamamos de 
“pluralismo” em economia. 
Podemos entender, nesse contexto, a importância dos agentes de 
mercado, como a demanda, que é a quantidade de bens ou 
serviços que os consumidores estão dispostos a adquirir durante 
um determinado período. Confrontando a demanda, temos a 
oferta, que é a diversidade da quantidade que os produtores 
almejam disponibilizar por um período no mercado. Sendo assim, 
o principal objetivo dessas grandezas é atingir um equilíbrio em 
que os consumidores e ofertantes consigam suprir suas 
respectivas necessidades.

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