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DANÇAS E MANIFESTAÇÕES POPULARES O samba Danças brasileiras Segundo PINTO (citado por Bregolatto,2009), os folcloristas classificam as danças brasileiras por suas origens: De inspiração ameríndia ( indígena americana), como a caboclinha, caipó, cateretê e caruru ou cururu; De inspiração europeia ( espanhóis, holandeses, portugueses), como bumba-meu-boi, chegança, quadrilha, chula, fandango e frevo; De inspiração africana, como baião, batuque, coco, jongo, maxixe, samba, congada e lundu, maracatu. Um breve histórico Antes de avançarmos na discussão que precisamos compreender alguns conceitos: Sincretismo: Resistência Cultural: Diversidade e diferença • As práticas culturais oriundas dos nossos ancestrais africanos e manifestadas por meio das danças e folguedos populares constituem-se práticas de resistência, pois persistem até os dias atuais. Mesmo passando por processos de ressignificação, continuam carregadas de simbologias, sentidos e significados que engrandecem o patrimônio cultural nacional. • O sincretismo presente nas manifestações, ou seja, a fusão de elementos das diferentes matrizes étnicas que participam da construção cultural, da diversidade cultural brasileira. • Compreende-se por diversidade o conjunto de diferenças e peculiaridades dos sujeitos, ou seja, a multiplicidade de características, identidades, culturas e modos de vida. A construção de uma sociedade verdadeiramente igual só será possível a partir do respeito à diferença e à diversidade, ou seja, não é possível falar em igualdade sem incluir a questão da diversidade. • Não há oposição entre igualdade e diferença. O antônimo de igualdade é desigualdade. O direito à diferença se afirma na negação da padronização, da construção de estereótipos. Portanto, reafirmar a diversidade é garantir a igualdade na diferença, é considerar a diferença como elemento de construção da igualdade. QUEM SE ATREVE A ME DIZER? DO QUE É FEITO O SAMBA? • Origem da palavra: SEMBA-SAMBA-UMBIGADA • O samba, como conhecemos atualmente, tem origem afro- baiana, “com forte participação carioca. Nasceu da influência de ritmos africanos, adaptados para a realidade dos homens que viviam em situação de escravidão no Brasil e, ao longo do tempo, sofreu inúmeras transformações de caráter social, econômico e musical até atingir as características conhecidas hoje. • O gênero, descendente do lundu (canto e dança populares no Brasil do século XVIII), começou como dança de roda originada em Angola e trazida pelos escravos, principalmente para a região da Bahia. • Também conhecido por umbigada ou batuque, consistia em um dançarino no centro de uma roda, que dançava ao som de palmas, coro e instrumentos de percussão e dava uma ''umbigada'' em outro companheiro da roda, convidando-o a entrar no meio do círculo. • No Brasil temos varias danças que são consideradas danças de umbigada dentre estas: lundu, coco, jongo, entre outras. http://kandimbafilms.blogspot.com.br/2013/1 0/umbigadas-trechos-de-um-fenomeno.html Os diferentes estilos de samba: • Música: samba-canção, samba de roda samba de breque, samba- exaltação, samba enredo, sambalanço, samba de gafieira, samba carnavalesco (marchinhas) pagode e samba de partido alto. • Dança: SAMBA DE RODA DO RECONCAVO DA BAHIA FONTE SITE DA UNESCO http://www.unesco.org/new/pt/brasilia/culture/world-heritage/intangible-cultural-heritage-list-brazil/samba-de-roda-do- reconcavo-baiano/ O Samba de Roda é um acontecimento popular festivo que combina música, dança e poesia. Surgiu no século XVII, na região do Recôncavo no Estado da Bahia, e vem das danças e tradições culturais dos escravos africanos da região. Além disso, contém elementos da cultura portuguesa, como a língua, a poesia e alguns instrumentos musicais. No princípio, era o principal componente da cultura regional popular entre os brasileiros de origem africana, mas logo o Samba de Roda foi adotado pelos migrantes procedentes do Rio de Janeiro e influenciou a evolução do samba urbano, que se converteu em símbolo da identidade nacional brasileira no século XX. A Bahia, em todas as suas regiões, possui um rico patrimônio cultural popular que se caracteriza pela diversidade de expressões musicais, dramáticas, coreográficas, literárias, culinárias e artesanais. Constituído ao longo da formação histórica de cada uma dessas regiões, resultante dos cruzamentos de imaginários e de práticas culturais das etnias e grupos humanos que aportaram no Estado, esse patrimônio cultural, por isso mesmo, é o fundamento e a representação, continuamente atualizada, da memória social do povo baiano. SAMBA URBANO CARIOCA • Com a transferência, no meio do século XIX, da mão-de- obra escrava da Bahia para o Vale do Paraíba e, logo após, o declínio da produção de café e a abolição da escravatura, os negros deslocaram-se em direção a capital do país, Rio de Janeiro. Morro das favelas, Tarcila do Amaral • Instalados nos bairros cariocas de Gamboa e Saúde, eles dariam início à divulgação dos ritmos africanos na Corte. Eram nas casas das tias baianas, como Amélia, Ciata e Prisciliana, que aconteciam as festas de terreiro, as umbigadas e as marcações de capoeira ao som de batuques e pandeiros. • A diferença entre as classes sociais era, como ainda é, muito acentuada. Mas, naqueles tempos, as castas não se misturavam, sob nenhuma circunstância, nem no carnaval. • Este era o único período do ano em que era socialmente permitida a manifestação “livre” de qualquer pessoa ou grupo. Durante o restante do ano, o povo – principalmente os negros – só podiam se reunir em grupos nas ruas quando em procissões ou enterros. Personalidades do samba Clementina de Jesus ( 1902-1987) Pixinguinha ( 1897-1958) Uma orientação prevista nas orientações para as relações étnico-raciais está relacionado a valorização, reconhecimento , ou seja, atribuir visibilidade às personalidades negras, frente a constante invisibilidade histórica e/ou associação da figura do homem negro somente ao escravo. • Cartola (1908-1980) Pensar no samba nos leva a pensar em três grandes festas populares: • O carnaval do Rio de Janeiro, da Bahia e de Pernambuco esses serão os temas abordados no trimestre considerando as danças e os ritmos que participam dessas tradições. Ciclo Carnavalesco • O ciclo carnavalesco no Brasil, advinda das festas portuguesas, marca uma comemoração que teve sua origem ligada aos entrudos ( do latim introitu, entrada), cuja regra era a desordem, a bagunça e o barulho. • Era comum nessas festas molhar, sujar e bater nos participantes com bisnagas, baldes d’água, entre outros. • A palavra carnaval parece estar relacionada ao latim carnelevamen, transformado em carne vale, que quer dizer “adeus carne”. • Era, pois, a manifestação da alegria pelo fato de as pessoas poderem comer carne somente até a quarta-feira de cinzas. • Durante a quaresma, a igreja proibia o seu consumo, para pagamento de penitência dos cristãos. • O carnaval europeu apresentou entrelaçamento com elementos oriundos da cultura negra e acabou por dotar o festejo brasileiro de seu aspecto único e diferenciado no mundo. • O batuque negro envolveu a celebração de ritmo e dança, destacando-se o samba, presente em quase todos os Estados, e o frevo, particular manifestação de Pernambuco. • A igreja mais uma vez tentou proibir as comemorações, mas acabou por institucionalizá-lo. • Até o ano de 1870, aproximadamente, os ricos brincavam o carnaval em luxuosos bailes de máscaras nos grandes salões da corte . PARE E PENSE! SOBRE O SAMBA DO RECONCAVO DA BAHIA • A influência dos meios de comunicação de massa e a competição com a música popular contemporânea contribuíram para que o Samba de Roda fosse desvalorizado aos olhosdos jovens. A idade dos praticantes e a redução do número de artesãos capazes de confeccionar alguns dos instrumentos impuseram mais uma ameaça à transmissão dessa tradição. • Nesse sentido é interessante refletir: • Porque é importante preservar às tradições culturais de determinado povo e /ou sociedade? • Quais seriam as implicações do desaparecimento dessas tradições para a cultura nacional? • Porque os meios de comunicação em geral dão pouca atenção às danças populares e folclóricas brasileiras? Sobre o samba carioca Com a presença marcante da indústria cultural e a difusão pelos meios midiáticos, práticas tradicionalmente populares vem se transformando em verdadeiros espetáculos midiáticos (a chamada espetacularização do fato folclórico), como acontece com o desfile das Escolas de Samba do carnaval do Rio de Janeiro. Em sua opinião, quais seriam os impactos dessas transformações para a cultura? Destaque aspectos positivos e negativos da chamada “espetacularização” do folclore e da cultura popular? Leitura do texto “ Do folclore à cultura popular”. Referências CORTÊS, Gustavo, Pereira. Dança, Brasil!: festas e danças populares/ Gustavo Cortês, - Belo Horizonte: Editora Leitura, 2000.