Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MÓDULO 1 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Caro(a) aluno(a), Inicialmente, desejamos cumprimentá-lo por realizar o Curso de atualização para técnicos de enfermagem em cuidados intensivos a pacientes críticos com Covid-19. Neste momento de enfrentamento à pandemia, é fundamental a sua participação, que demonstra o seu compromisso com a atualização e o crescimento profissional, além do aprimoramento no cuidado das pessoas com suspeita ou confirmadas da Covid-19. Este módulo é composto por cinco unidades: Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e enfermagem. Normas regulamentadores do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades de classe na abordagem do Covid-19; Utilização correta de EPIs pela equipe de enfermagem; Principais cuidados diretos ao paciente acometido pelo Covid-19: pressões invasivas e não invasivas, higiene, alimentação, medicações, cuidados com aparelhos, passagem de sondas e cateteres, aspiração, entre outros; Orientação e preparo da equipe de enfermagem para transporte e admissão na UTI de pacientes com Covid-19 confirmado ou suspeito; Diretrizes para coleta, manuseio e testes de amostras clínicas de pessoas ou suspeitas da Covid-19. Diretrizes recomendadas para uso prolongado e reutilização limitada dos respiradores; N95 em ambientes de assistência hospitalar. Desta forma, convidamos você a se engajar nesta iniciativa, para que possa trilhar o processo de aprendizagem rumo a um cuidado de Enfermagem que possa ser prestado de forma cada vez mais segura e qualificada. CARTA AO LEITOR Objetivo Carga horária: 40 horas Capacitar técnicos de enfermagem em cuidados intensivos sobre o atendimento de pacientes críticos com a Covid-19. Ao final deste Curso você deverá ser capaz de conhecer e aplicar na prática os cuidados ao paciente crítico com foco na Covid-19. Olá, cursista! Bem-vindo(a) ao primeiro módulo do curso de Atualização para técnicos de enfermagem em cuidados intensivos a pacientes críticos com Covid-19. Neste módulo você conhecerá as bases de controle de infecção e biossegurança em saúde e enfermagem, bem como as principais normas reguladoras de diferentes organizações na abordagem da Covid-19. Também aprenderá como utilizar corretamente os EPIs, os principais cuidados ao paciente acometido pelo Covid-19, orientação e preparo da equipe de enfermagem para transporte e admissão na UTI de pacientes com Covid-19, a coleta, manuseio e teste de amostras, e recomendações para o uso prolongado e reutilização dos respiradores N95. Como a Covid-19 é uma doença nova, continuamente são rea- lizadas novas pesquisas, com geração de novos conhecimentos que passam a ser incorporados na prática. Assim, ressaltamos que mesmo durante a realização deste curso, você deve ficar alerta ao surgimento de novas descobertas. APRESENTAÇÃO Estrutura do Módulo Para este módulo inicial organizamos as unidades com os assun- tos a seguir: Unidade 1.1 – Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e enfermagem. Normas regulamentadores do Conselho Fe- deral de Enfermagem (Cofen), Ministério da Saúde, Agência Nacio- nal de Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades de classe na abordagem da Covid-19. Unidade 1.2 – Utilização correta de EPIs pela equipe de enferma- gem (máscara, luvas, aventais, óculos, gorro, proteção para os pés, colocação e descarte). Unidade 1.3 – Principais cuidados diretos ao paciente acometido pela Covid- 19: pressões invasivas e não invasivas, higiene, alimen- tação, medicações, cuidados com aparelhos, passagem de sondas e cateteres, aspiração, entre outros. Unidade 1.4 – Orientação e preparo da equipe de enfermagem para transporte e admissão na UTI de pacientes com Covid-19 confirmado ou suspeito. Unidade 1.5 – Diretrizes para coleta, manuseio e testes de amos- tras clínicas de pessoas ou suspeitas da Covid-19. Diretrizes reco- mendadas para uso prolongado e reutilização limitada dos respi- radores N95 em ambientes de assistência hospitalar. SUMÁRIO Módulo 1: Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe 17 30 40 48 05 UNIDADE 1.1 – Bases de controle de infecção, biossegu- rança em saúde e enfermagem. Normas regulamentadoras do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades de classe na abordagem da Covid-19 UNIDADE 1.2 – Utilização correta de EPIs pela equipe de Enfermagem (máscara, luvas, aventais, óculos, gorro, proteção para os pés, colocação e descarte) UNIDADE 1.3 – Principais cuidados diretos ao paciente acometido pela Covid-19 pressões invasivas e não invasivas, higiene, alimentação, medicações, cuidados com aparelhos, passagem de sondas e cateteres, aspiração, entre outros UNIDADE 1.4 – Orientação e preparo da equipe de enferma- gem para transporte e admissão na UTI de pacientes com Covid-19 confirmados ou suspeitos UNIDADE 1.5 – Diretrizes para coleta, manuseio e testes de amostras clínicas de pessoas suspeitas da Covid-19. Dire- trizes recomendadas para uso prolongado e reutilização limitada dos respiradores particulados N95 em ambientes de assistência hospitalar 6 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe UNIDADE 1.1 – Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e enfermagem. Normas regulamentadoras do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), Ministério da Saúde, Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Organização Mundial de Saúde (OMS) e outras entidades de classe na abordagem da Covid-19 Nesta unidade estudaremos as medidas de biossegurança, de con- trole de infecção e as principais normas regulamentadoras para o enfrentamento da pandemia Covid-19, estas são informações essenciais para a sua segurança e redução de riscos durante a atividade profissional. O novo coronavírus (SARS-CoV-2) tem fácil disseminação e alta probabilidade de efeitos graves da doença. De acordo com estudos recentes, a sua via de transmissão ocorre de pessoa a pessoa por meio de gotículas respiratórias (fala, tosse ou espirro), tanto pelo contato direto quanto pelo contato indireto com pessoas infecta- das ou por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas. Precisamos sempre ter em mente que o vírus também pode ser transmitido em procedimentos que geram aerossóis, como na intu- bação endotraqueal (BRASIL, 2020). Profissionais da linha de frente estão expostos ao risco de contaminação pelo novo coronavírus, além de outros riscos decorrentes do cuidado, como o contato com sangue, fezes, vômitos, urina e outras secreções corporais. Introdução Clique no link e veja as recomendações da Anvisa para correta higienização das mãos. Aprofunde https://bit.ly/2WzV9u5 7 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Figura 1: Vestindo EPIs. Fonte: Freepik (2020). Por isso, diante desse cenário de emergência global, é importante que os(as) técnicos(as) de enfermagem se apropriem das medidas de biossegurança, prevenção e controle recomendadas pelas au- toridades de saúde e entidades de classe, para uma prática segura e com redução de riscos (BRASIL, 2020). Confira as orientações sobre as lesões em profissionais pelo uso de EPIs. ALERTA DO PROFISSIONAL O cuidado para a manutenção da integridade da pele dos profissionais de enfermagem da linha de frente é essen- cial, considerando que a higiene frequente das mãos e o uso de luvas aumentam os riscos de dermatites e dermatoses. E o uso prolongado de óculos de proteção e máscaras (N95) também podem levar a lesões por pressão relacionadas a dispositivos médicos (RAMALHO, 2020). O grupo de pesquisa em Estomaterapia da Escola de Enfer- magem da USP,em parceria com a Associação Brasileira de Estomaterapia (Sobest), lançou um guia de prevenção de le- sões de pele relacionadas ao uso de EPIs em profissionais de saúde. Proteja-se seguindo as recomendações: ! 8 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe • Higienize a pele com sabonete líquido com pH levemente acidificado (compatível com a pele) e hidrate a pele dia- riamente. • Proteja a pele na área de apoio e fixação de máscara e óculos com curativos profiláticos (espuma de poliuretano, silicone, filme transparente ou placas de hidrocolóide de espessura fina ou extrafina). • Programe alguns minutos de alívio de pressão, estabele- cendo a retirada na técnica correta da máscara e óculos, no mínimo a cada 2 horas. • Evite o uso de máscara e óculos de proteção sobre áreas com lesões. A organização do trabalho em tempos de pandemia requer agilida- de e comunicação clara entre os membros da equipe no planeja- mento e assistência de quem está diretamente envolvido no aten- dimento a pacientes suspeitos ou contaminados com Covid-19 (ABRAMEDE, 2020). Além disso, o respeito às normas regulamen- tadoras (especialmente a NR32) e de biossegurança são determi- nantes para o bom desempenho da equipe de enfermagem. Siga atento(a) para melhor entender as noções de biossegurança e agente biológico descritas a seguir. Clique no link para acessar o texto completo da NR32. Aprofunde https://bit.ly/3cN8nt6 9 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Confira na figura o detalhamento de dois principais conceitos abordados neste estudo: A seguir, veja a classificação de risco dos agentes biológicos: O novo coronavírus (SARS-CoV-2) se enquadra na classe de risco 3 de agentes biológicos, tornando-se um risco ocupacional aos profissionais de saúde. (BRASIL, 2020). Conceitos iniciais Conjunto de medidas e procedimentos técnicos necessários para a manipulação de agentes e materiais biológicos capazes de prevenir, reduzir, controlar ou eliminar riscos inerentes às atividades que podem comprometer a saúde humana, animal, vegetal e o meio ambiente. Todo organismo ou molécula com potencial ação biológica infecciosa sobre o homem, animais, plantas ou meio ambiente em geral; incluindo vírus, bactérias, archaea, fungos, protozoários, parasitos, ou entidades acelulares como príons, RNA ou DNA e partículas virais. Biossegurança Agente biológico Figura 2: Conceitos em destaque. Fonte: Brasil (2017, 2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 3: Classificação de risco dos agentes biológicos. Fonte: Brasil (2017, 2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 2 Classe de risco 2: moderado risco individual e limitado risco para a comunidade (exemplo: vírus rubéola). 1 Classe de risco 1: baixo risco individual e para a comunidade (exemplo: lactobacillus). 3 Classe de risco 3: alto risco individual e moderado risco para a comunidade (exemplo: novo coronavírus). 4 Classe de risco 4: alto risco individual e para a comunidade (exemplo: vírus Ebola). 10 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe O técnico de enfermagem na Covid-19 Recomendações gerais de biossegurança O(A) técnico(a) de enfermagem exerce atividades essenciais na equipe de enfermagem, atuando junto ao(a) enfermeiro(a) no planejamento, programação, orientação e prestação de cuida- dos diretos aos pacientes críticos suspeitos ou confirmados com Covid-19. Por isso, a capacitação desse importante membro da equipe é fundamental, assim como da incorporação, na prática, de ações contínuas na prevenção e controle da infecção durante a assistência de enfermagem (COFEN, 2020). Considerando os diferentes cenários de atuação dos técnicos(as) de enfermagem no enfrentamento à Covid-19, esse profissional deve se manter constantemente atualizado sobre as instruções das autoridades de saúde e entidades de classe. Leia atentamente as 11 orientações destacadas a respeito dos pro- cedimentos de biossegurança atualmente indicados: Saiba quais são os cinco momentos da higiene para as mãos, clique no link. Aprofunde Higienize as mãos frequentemente com água e sabão líquido ou preparação alcoólica a 70%. Reforce a necessidade dessa higienização a pacientes e seus acompanhantes. Utilize EPIs (óculos de proteção ou protetor facial, máscara cirúrgica ou N95/PFF2, avental, luvas de procedimento e gorro). Reforce a necessidade do uso de lenços de papel no caso de tosse, espirros e secreção nasal. 1 2 3 Retire adornos (relógio, brinco, piercing, crachá com cordão etc.); mantenha as unhas curtas; use calçados fechados com solado de borracha; mantenha o cabelo preso; retire ou apare a barba. 4 Posicione-se na entrada da recepção para receber os pacientes. Pergunte a eles e a seus acompanhantes sobre a presença de sintomas e forneça máscara cirúrgica. 5 Auxilie no isolamento de pacientes que chegam com sintomas de cansaço, dificuldade respiratória, tosse e febre em área separada com porta fechada e ventilada até a consulta. 6 https://bit.ly/2LqKGus 11 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Sempre considere suspeitos ou contaminados com Covid-19 os pacientes inconscientes ou casos em que histórico clínico não possa ser verificado. 7 Limite a circulação de pessoas, permitindo apenas o paciente (liberar acompanhante somente para menores de 18 anos, deficientes físicos e dependentes de locomoção). 8 Restrinja o uso de itens compartilhados por pacientes (canetas, pranchetas etc.) e de equipamentos (estetoscópio termômetro etc.), realizando a desinfecção após o uso. 9 Considere banho ou troca de roupa após participar de procedimentos cirúrgicos ou endoscópicos de pacientes com suspeita ou confirmados com Covid-19. 10 Redobre a atenção na higienização de celulares. Use-o em embalagens plásticas durante plantão a atenda ligações somente se necessário. Descarte o plástico ao fim do plantão. 11 Figura 4: Recomendações de biossegurança. Fonte: Abramede (2020); BrasilL (2020); Cofen (2020); Sobecc (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Em seguida, você tem acesso a orientações das autoridades de saúde sobre os procedimentos preventivos e de controle do novo coronavírus nas UTIs. Medidas de prevenção e controle na UTI Oxigenioterapia Alguns cuidados específicos precisam ser tomados durante a as- sistência ao paciente crítico com Covid-19 (BRASIL, 2020). Leia as recomendações e entenda como melhor atuar nos casos de oxi- genioterapia, medicação e banho e higiene. Administre oxigênio por cateter nasal ou máscara (o mais fechada possível). Evite dispositivos de nebulização geradores de aerossóis, dê preferência à medicação broncodilatadora em puff, a cada dose liberada, com sistema fechado ou aerocâmara retrátil. A ventilação não invasiva é desaconselhada, dê preferência a ventilação mecâ- nica invasiva precoce. Durante a intubação todo material deve ser preparado fora do box do paciente, e um circulante permanece do lado de fora do isolamento para atender às solicitações da equipe interna. É recomendado instalar sistema fechado de aspiração. 12 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Medicação Banho e higiene Precauções e isolamento adotados para a assistência Os medicamentos deverão ser preparados fora do quarto, box do paciente ou na área de isolamento. Não entre no box do paciente com prancheta, caneta ou prescrição impressa. Pacientes em isolamento com banheiro privativo e que tiverem condições físicas devem ser estimulados a irem ao banheiro. Nas situações em que não há condições de sair do leito ou de quartos sem banheiro, os pacientes deverão evacuar na fralda descartável e a fralda deve ser descartada em saco para resíduo contaminado. Não é recomendado o uso de comadres. Prefira banho no leito, in- clusive para pacientes acordados, para evitar o compartilhamentodo banheiro (caso o box ou quarto não tenha banheiro exclusivo). As seguintes precauções devem ser implementadas para todos os casos suspeitos ou confirmados de Covid-19: • precaução padrão; • precaução de contato; • precaução para gotículas; e Pratique as recomendações e socialize-as com seus colegas, as orientações indicadas devem ser seguidas. Cuidado limpo e seguro: higienização das mãos. Uma das formas mais eficientes de combatermos o novo coronavírus é a higienização das mãos, realizada com a técnica correta, água e sabo- nete líquido ou preparação alcoólica a 70%. Os cinco momentos para a higiene das mãos devem ser rigorosamente seguidos nos serviços de saúde (BRASIL, 2020), assim como as demais orientações de medidas de biossegurança. 13 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe • precaução para aerossóis (em procedimentos como: intubação, aspiração traqueal, ventilação mecânica não invasiva, ressusci- tação cardiopulmonar, coleta de amostras nasotraqueais, bron- coscopias) (BRASIL, 2020). Observe atentamente como proceder em cada um desses casos: Precauções padrão Precauções de contato As precauções padrão devem ser seguidas por todos os pacientes, independente da suspeita ou não de infecções. Observe a figura e confira como proceder nos casos de infecção ou colonização por microrganismo multirresistente, varicela, in- fecções de pele e tecidos moles com secreções não contidas no curativo, impetigo, herpes zoster disseminado ou em imunos- suprimido etc. Acompanhe agora as recomendações sobre as medidas em rela- ção às áreas de contato. Higienização das mãos Lave as mãos com água e sabonete ou friccione as mãos com álcool a 70% antes e após o contato com qualquer paciente, após a remoção das luvas e após o contato com sangue ou secreções. Luvas e avental Use luvas quando houver risco de contato com sangue, secreções ou membranas mucosas. Coloque-as imediatamente antes do contato. Óculos e máscara Óculos e máscara Use óculos, máscara e/ou avental quando houver risco de contato de sangue ou secreções da mucosa de olhos, boca, nariz, roupa e superfície corporais. Caixa perfurocortante Descarte, em recipientes apropriados, seringas e agulhas, sem desconectá-las ou reencapá-las.Figura 5: Precauções padrão. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 14 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Figura 6: Precauções de contato. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 7: Precauções para gotículas. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Luvas e avental Quarto privativo Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, a distância mínima entre os leitos deve ser de um metro. Use luvas e avental durante toda a manipu- lação do paciente, de cateteres e sondas, do circuito do equipamento ventilatório e de outras superfícies ao leito. Coloque-os imedia- tamente antes do contato com o paciente ou as superfícies e retire-os logo após o uso, higienizando as mãos em seguida. Óculos e máscara Equipamentos Equipamentos como termômetros, esfigmomanômetro e estetoscópio devem ser de uso exclusivo do paciente. Siga e veja quais medidas implementar em procedimentos que envolvem gotículas. A seguir, entenda como melhor proceder nos casos com aerossóis. Precauções para gotículas Em situações que envolvem meningites bacterianas, coqueluche, difteria, caxumba, influenza, rubéola e afins, as precauções de cuidado indicadas são as seguintes: Compartilhamento de quarto Distância de segurança A distância mínima entre dois leitos deve ser de um metro. Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros infectados pelo mesmo microrganismo. Transporte de paciente Transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda a sua permanência fora do quarto. 1 m etro 15 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Precauções para aerossóis Destaques importantes No cuidado com aerossóis, os procedimentos devem ser realiza- dos, preferencialmente, em uma unidade de isolamento respira- tório com pressão negativa e filtro HEPA (High Efficiency Particu- late Arrestance). Os profissionais devem, obrigatoriamente, usar máscara de proteção respiratória (tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3), além dos outros EPIs recomendados (BRASIL, 2020). Salientamos que os pacientes de Covid-19 devem ser isolados em quarto privativo sempre que possível. Caso não seja viável, devem ser acomodados em coorte, ou seja, em área destinada apenas para esses pacientes, com a distância mínima de 1 metro entre os leitos e restringindo o número de acessos ao local, inclusive de visitantes. Além disso, lembre-se que quartos ou áreas de isolamento devem permanecer com a porta fechada e bem ventilados (janelas aber- tas), com sinalização de alerta na entrada indicando as precau- ções adotadas (BRASIL, 2020). Fique atento(a) a cada uma dessas precauções. Elas são impres- cindíveis para que você saiba como proceder em cada situação para evitar contaminação. Transporte de paciente Quarto Mantenha a porta sempre fechada e coloque a máscara antes de entrar no quarto. O transporte do paciente deve ser evitado, mas quando necessário, ele deverá usar máscara cirúrgica durante toda a sua permanência fora do quarto. Já o profissional deve usar máscara PFF2/N-95. Compartilhamento de quarto Quando não houver disponibilidade de quarto privativo, o paciente pode ser internado com outros pacientes com infecção pelo mesmo microrganismo. OBS: Pacientes com suspeita de tuber- culose resistente ao tratamento não podem dividir o mesmo quarto com outros pacientes com tuberculose. Figura 8: Precauções para aerossóis. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 16 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe ALERTA DO PROFISSIONAL CUIDANDO DE QUEM CUIDA Caso você apresente sintomas de febre, tosse, cansaço e fal- ta de ar, você deve ser afastado do trabalho imediatamente. Cada instituição possui uma rotina para encaminhamento aos profissionais com sintomas do novo coronavírus. Informe-se e sempre fique atento(a) aos cuidados com a colocação, uso, ajuste e retirada dos EPIs, pois o descuido pode levar à con- taminação. Siga as orientações recomendadas e proteja-se! ! Nas UTIs para o atendimento de pacientes com Covid-19, preferen- cialmente, elas devem ser exclusivas para esses casos. Na ausência de boxes fechados, recomenda-se delimitar fisicamente o espaço, afixando sinalização escrita no chão (exemplo: Covid-19), na área de entrada dos boxes ou na área de coorte. Os profissionais de saúde que atuam na assistência direta a esses pacientes devem ser organizados para trabalharem somente na área de coorte durante todo o seu turno, não sendo recomendado sua cir- culação e prestação de assistência em outras áreas (BRASIL, 2020). Procure relembrar sempre os assuntos tratados aqui e comparti- lhe as informações com os seus colegas de trabalho. Atenção! As recomendações apresentadas neste material são baseadas nos conhecimentos que se tem até o momento das organizações de saú- de e entidades de classe. É importante destacar que a transmissão e o impacto na saúde humana do novo coronavírus ainda estão em estudo. Estamos diante de um inimigo que desestruturou os sistemas de saúde no mundo. A cada momento novas descobertas científicas são levantadas sobre a Covid-19. Por isso, informe-se! Prepare-se! Cuide-se! 17 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Fechamento Nesta unidade vimos as medidas fundamentais de biossegurança (correta higiene das mãos, utilização de EPIs, orientaçãoa pa- cientes, isolamento e precauções padrão, de contato, para gotí- culas e aerossóis) e as principais regulamentações na abordagem da Covid-19. Agora que você conhece as ações e regulamenta- ções para sua proteção durante a assistência a pacientes com a Covid-19, siga-as continuamente e compartilhe essas orientações com seus colegas. 18 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe UNIDADE 1.2 – Utilização correta de EPIs pela equipe de enfermagem (máscara, luvas, aventais, óculos, gorro, proteção para pés, colocação e descarte) Nesta unidade você ampliará seus conhecimentos sobre a utili- zação correta dos equipamentos de proteção individuais (EPIs), indicados para atendimento ao paciente suspeito ou confirmado de Covid-19, e as instruções para uso de forma segura durante a colocação e retirada destes. Os EPIs são essenciais para proteção da sua saúde e manuten- ção da sua integridade física, protegendo contra os riscos do ambiente de trabalho. Foram reportados ao Cofen o afastamen- to de mais 10.748 profissionais de enfermagem, destes, aproxi- madamente 2.813 tiveram exame positivo para o Covid-19, e os demais estão aguardando resultado ou não foram testados até o dia 06/05/2020. Ainda, foram registradas até o momento mais de 75 mortes de profissionais de enfermagem com diagnósti- co confirmado além de mais de 16 com diagnóstico suspeito de Covid-19 (COFEN, 2020). Assim, é urgente a necessidade de capacitação dos profissionais para melhorar sua proteção. O uso dos EPIs pode variar conforme a área de atuação, seja em locais de triagem, informação, interna- ção, emergência ou em unidades de terapia intensiva (UTI), dentre outros. Neste cenário, o trabalho do profissional técnico de en- fermagem deve se embasar em princípios técnicos e científicos relacionados à precaução, considerando a finalidade de cada EPI, temas que serão abordados nesta unidade. Introdução Conceitos iniciais O risco biológico é inerente à profissão de enfermagem. Diversas formas de proteção ao profissional de saúde estão disponíveis na atualidade (organização estrutural e ergonômica, aquisição de materiais de qualidade, dimensionamento de pessoal conforme demanda, entre outras). Considerando o contexto da Covid-19, 19 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe o uso adequado dos EPIs, sua colocação e retirada, estão entre os principais métodos preventivos. A via de transmissão do novo coronavírus se dá por meio de gotí- culas respiratórias e por contato direto com pessoas infectadas. A possibilidade de transmissão do vírus por aerossóis gerados em alguns procedimentos tem sido estudada, merecendo a sua aten- ção. Fique atento! Pois a correta utilização dos EPIs é essencial para a quebra da cadeia de transmissão (BRASIL, 2020). A precaução padrão é indicada para o cuidado prestado a todo e qualquer paciente, independente do diagnóstico, assim como a intensificação da higienização das mãos, de acordo com os cinco momentos preconizados pela Anvisa. Figura 9: Enfermeira colocando o EPI. Fonte: Pexels (2020). ALERTA DO PROFISSIONAL Muita atenção ao ajustar a máscara no seu rosto! Para pre- venir lesões, ajuste-a sem realizar pressão excessiva, mas moldando na face. De tempos em tempos, tente aliviar a pressão sobre a pele (no máximo 4 horas). O uso de cremes de barreiras, espumas ou hidrocolóides deve ser considera- do, porém observar se não interferem na eficácia dos EPIs. ! 20 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe As luvas podem também machucar a pele se as mãos não es- tiverem adequadamente secas. Todas estas recomendações devem ser discutidas juntamente com a comissão de infec- ção hospitalar da instituição (ALVES, 2020). Aos pacientes suspeitos ou confirmados com a Covid-19 são ne- cessários cuidados adicionais com a precaução por contato, as- sociada à precauções por gotículas (procedimentos não geradores de aerossóis) ou precauções por aerossóis (procedimentos gera- dores de aerossóis). Os profissionais de enfermagem devem saber utilizar o EPI apro- priado para cada situação, lembrando que este é um recurso im- prescindível à segurança dos profissionais e pacientes. Veremos a seguir a finalidade, correta utilização e manejo adequado para cada um dos EPIs. As máscaras cirúrgicas são utilizadas para evitar a contaminação da boca e nariz, do profissional de saúde por gotículas respirató- rias, enquanto este atua em uma distância inferior a 1 metro de paciente suspeito ou confirmado pela Covid-19 (BRASIL, 2020). Não esqueça de que a máscara deve cobrir toda a boca e nariz, e ter clipe nasal maleável, sendo descartável e de uso único. Sem- pre que estiver úmida ou apresentar sujidades, a máscara cirúrgi- ca deve ser substituída. Estas nunca devem ser higienizadas, pois perdem a capacidade de filtração. Finalidade, utilização correta e manejo dos EPIs Máscara cirúrgica Máscaras de tecido não são EPIs. São recomendadas somente para pa- cientes assintomáticos, acompanhantes, profissionais de saúde que não tiverem contato com pacientes, profissionais cujas funções não exijam o uso de EPI (administrativos, por exemplo), profissionais que atuam na área limpa do Centro de Material e Esterilização. 21 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Para o paciente com sintomas respiratórios é indicado o uso de más- cara cirúrgica, enquanto estiver em ambiente coletivo, tais como sa- las de espera, ao sair do quarto e durante o transporte do paciente. Sua utilização é recomendada na realização de procedimentos que possam gerar aerossóis, como intubação ou aspiração traqueal, ventilação não invasiva, ressuscitação cardiopulmonar, ventilação manual antes da intubação, coletas de secreções nasotraqueais, broncoscopias, limpeza e materiais respiratórios entre outros. Sen- do indicado o uso da máscara de proteção respiratória ou respira- dor particulado tipo N95, N99, N100, PFF2 ou PFF3 (BRASIL, 2020). A máscara de proteção respiratória deve ser de uso individual e ficar ajustada a sua face. Além disso, é recomendado a realização do teste de vedação em todos os usos. O teste determina se a máscara está devidamente encaixada no rosto ou se precisa ser reajustada (CDC, 2020). Vamos então conhecer como fazer os tes- tes de vedação? Existem dois tipos de verificação de vedação: a verificação de pressão positiva e a verificação de pressão negativa: O Cofen indica o uso de N95 ou PFF2 durante toda a assistên- cia em áreas críticas, como UTIs, salas de emergência, enferma- rias especializadas, centros cirúrgicos e unidades de atendimento pré-hospitalar, dentre outras (COFEN, 2020). Máscara de proteção respiratória (respirador par- ticulado – N95, peça facial filtrante 2 - PFF2) Tipos de verificação de vedação Para realizar a verificação de pressão positiva: coloque e ajuste a máscara adequadamente. Em seguida, expire suavemente pela máscara facial. O ajuste da face é considerado satisfatório se uma leve pressão positiva puder ser acumulada dentro da máscara sem qualquer evidência de vazamento de ar para o exterior. Para realizar uma verificação de pressão negativa: coloque e ajuste a máscara adequadamente; inspire suavemente para que a peça facial fique levemente tensionada e prenda a respiração por dez segundos. Se a peça facial permanecer levemente tensionada e nenhum vazamento interno de ar for detectado, a tensão da máscara é considerada satisfatória. Figura 10: Tipos de verificação e vedação. Fonte: CDC (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Veja o teste de vedação assistindo ao vídeo no link. Ative a legenda em português. Aprofunde Veja como reutilizar a máscara N95, assistindo ao vídeo no link. Ative a legenda em português. Aprofunde https://www.youtube.com/watch?v=CoSb-HJJ5tk https://www.youtube.com/watch?v=Cfw2tvjiCxM 22 Bases de controle de infecção,biossegurança em saúde e preparo da equipe Para a remoção da máscara N95/PFF2 ou equivalente, toque apenas nas alças laterais e mantenha os cuidados no caso de uso estendido do EPI. Se necessário, reutilizar a máscara, coloque-a em um papel absorvente ou poroso após o uso e, identifique-a do lado externo da embalagem. Obser- ve sempre sua integridade e siga o protocolo de sua instituição O uso de luvas não substitui a higienização das mãos. Não higienize mãos enluvadas. Não é necessário usar dois pares de luvas, pois não aumenta o nível de segurança do profissional. As luvas não estéreis protegem os profissionais de saúde em situações onde há risco de contato com sangue ou secreções. É importante escolher luvas do tamanho compatível com as mãos. Luvas justas demais tendem a se romper e quando largas, podem expor os punhos do profissional. Para procedimentos assépticos é indicado o uso de luvas estéreis (BRASIL, 2020). Os óculos de proteção estão indicados como Precaução Padrão para situações com risco de projeção de sangue ou secreções du- rante atividade profissional. E no contexto do cuidado ao paciente com a Covid-19, trata-se de uma proteção também contra a expo- sição de gotículas respiratórias. Devem ser de uso individual, com lateral e parte superior fecha- das. Lembrando que, os óculos com lentes corretivas não prote- gem o profissional de saúde, assim os óculos de sobreposição são então indicados nestes casos. Luvas Óculos de proteção e protetores faciais 23 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe ALERTA DO PROFISSIONAL Após o uso dos óculos ou do protetor facial, é necessário re- alizar a limpeza e desinfecção desse material. Se tiver substâncias orgânicas ou sujidades, lave com água e detergente. A desinfecção só é efetiva em material limpo. E quais são esses produtos? Têm potencial para desinfecção, desinfetantes a base de clo- ro, álcoois, alguns fenóis e alguns iodóforos e o quaternário de amônia. Lembre-se que a diluição e concentração indicadas interfe- rem no poder de desinfecção do produto. Alguns produtos requerem imersão. O tempo de imersão e o controle da vali- dade e qualidade desinfetante são essenciais. Para a desinfecção com álcool a 70 %, passe três vezes su- cessivas – até sua evaporação completa, o que mantém os 20 a 30 segundos mínimos indicados para o contato. Use luvas ao manipular seu material sujo. Os equipamentos de proteção individual devem ser nossos aliados, não podemos permitir que se tornem fontes de con- taminação com uma higienização e desinfecção inadequadas. ! O protetor facial (face shield) deve cobrir a frente e as laterais do rosto, podendo ser utilizado com óculos de proteção, porém, o uso concomitante deste EPI deve ser recomendado somente quando o protetor facial utilizado não é regularizado como EPI para uso do profissional de saúde. O protetor facial é também utilizado para proteção do respirador particulado. 24 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe É indicado para cobrir a região do colo, braços, tórax, abdome, quadril e membros inferiores até os joelhos. A Anvisa recomenda gramatura mínima de 30 g/m2 com o objetivo de proteger sua pele e roupas de uma possível contaminação. Dependendo do quadro clínico, (vômitos, diarreia, hipersecreção orotraqueal, sangramen- to, etc) o profissional deverá utilizar o avental impermeável (gra- matura mínima de 50 g/m2) (BRASIL, 2020). Para áreas críticas, o Cofen recomenda que durante toda a as- sistência, na pandemia do novo coronavírus, o uso de avental/ capote de TNT impermeável longo (gramatura mínima de 50 g/m2) ou vestimenta impermeável de corpo inteiro, tipo macacão, com proteção da cabeça e costura selada, descartável ou reprocessá- vel (COFEN, 2020). O uso do gorro ou touca é indicado para proteção dos cabelos e cabeça dos profissionais em procedimentos que possam gerar aerossóis (BRASIL, 2020). Quando a touca é a última peça a ser colocada (após máscara, óculos e protetor facial), protege as áre- as que serão tocadas no momento da retirada da paramentação. Capote ou avental Gorro ou touca Figura 11: Enfermeira paramentada com os EPIs. Fonte: Pexels (2020). 25 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe A sequência de colocação dos EPIs pode variar de acordo com a presença de antessala. Para o uso seguro dos EPIs, veja a seguir a sequência que deve ser realizada. Antes de você entrar no quarto siga as seguintes orientações: Sequência recomendada para paramentação (Anvisa 2020) Sequência de paramentação e retirada da paramentação para atendimento a pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19 ALERTA DO PROFISSIONAL O uso do EPI é um aliado na proteção ao profissional, po- rém pode também ser fonte de contaminação quando não for adequado ou quando a retirada não for cuidadosa e nos padrões técnicos. Sempre que possível coloque e retire a pa- ramentação em dupla. ! 26 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Higienização das mãos com água e sabão ou com solução alcoólica a 70%. Máscara cirúrgica (sem aerossóis) ajuste-a cobrindo totalmente o nariz e boca, ajuste o clip nasal sem apertar ou deixar frouxo. Respirador particulado - N95, PFF2 ou equivalente (com aerossóis). Segure na parte da frente, adapte à face, ajuste os tirantes, ajuste o clip nasal, realize o teste de vedação e higienize suas mãos. Óculos de proteção Protetor Facial (Face Shield): ajuste sem apertar ou deixar frouxo. Avental, com a abertura para atrás. O laço do avental deve ser feito na parte de trás ou ao lado. Evite fazer o laço na frente, pois favorece o risco a contaminação no momento da retirada. Touca, cobrindo a cabeça, orelhas, as laterais do protetor facial, as laterais dos óculos e os tirantes elásticos da máscara cirúrgica ou do respirador particulado. Figura 12: Paramentação dos EPIs antes de entrar no quarto. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Fique atento em colocar as luvas dentro do quarto, cobrindo as ribanas ou punhos do avental. Confira a sequência de colocação dos EPIs para procedimentos não geradores de aerossóis e para procedimentos geradores de aerossóis: 27 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe COLOCAÇÃO DOS EPIs COLOÇÃO DOS EPIs Paramentação para procedimentos que NÂO geram aerossóis Ações fora do quarto Ações dentro do quarto Ações dentro do quarto Higienizar as mãos 5. Gorro 5. Gorro 2. Máscara 3. Óculos 4. Face Shield 1. Avental 1. Avental 4. Face Shield 3. Óculos 2. Máscara N95 Higienizar as mãos Paramentação para procedimentos que POSSAM gerar aerossóis 6. Luvas Ações dentro do quarto 6. Luvas Higienizar as mãos Higienizar as mãos Higienizar as mãos Figura 13: Colocação de aramentação que possa ou não gerar aerossóis. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020).. Veja a seguir a forma indicada para fazer a retirada dos equipa- mentos de proteção individuais. O momento da retirada dos EPIs é crucial, devendo ser criterioso devido ao risco de contaminação. Sempre que possível, retire os EPIs sob a supervisão de um colega, confira a sequência: Sequência recomendada para retirada dos EPIs 28 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Antes de sair do quarto você deve: Após sair do quarto você deve: 1 Segure na parte externa de uma luva com os dedos da mão oposta. Segure a luva removida com a mão que ainda está enluvada. Toque na parte interna do punho da mão enluvada com o dedo indicador oposto, sem luvas e retire a outra luva. Descarte em lixeira infectante. Higienize as mãos, preferencialmente com solução alcoólica a 70%. Retire os laços do avental. Deslize o dedo da mão por baixo da manga contrária e puxe um pouco a manga do avental sem retirartotalmente. Com a mão que está por baixo dessa manga, puxe a outra manga (por cima do avental), retirando totalmente o avental, enrolando-o pelo lado avesso. Descarte em lixeira infectante. Higienize das mãos preferencialmente com solução alcoólica a 70%. 2 3 4 Touca Retire a touca puxando pela parte posterior e inferior. Protetor facial Retire pelas laterais e deposite em uma bandeja para posterior higienização. Óculos de proteção Retire pelas laterais e deposite em uma bandeja para posterior higienização. Higienize suas mãos com água e sabão ou com solução alcoólica a 70%. Máscara cirúrgica Retire pelas laterais e despreze em lixeiro infectante. Se for respirador parti- culado, pode ser armazenada envolta em papel absorvente. Figura 14: Retirada dos EPIs dentro do quarto. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 15: Retirada dos EPIs fora do quarto. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 29 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Caso a unidade esteja sendo considerada contaminada, ou não te- nha portas, mantenha a máscara até sair desse ambiente. Confira também, a seguir, a sequência de retirada dos EPIs para procedi- mentos não geradores de aerossóis e para procedimentos gerado- res de aerossóis: Esteja atendo e faça o procedimento de colocada e retirada dos EPIs, da forma correta, pois assim você estará mais seguro no combate a Covid-19. RETIRADA DOS EPIS NÃO GERADORES DE AEROSSÓIS RETIRADA DOS EPIs GERADORES DE AEROSSÓIS Ações dentro do quarto Ações dentro do quarto 3. Gorro 6. Máscara 5. Óculos 4. Face Shield 2. Avental Ações fora do quarto Higienizar as mãos. 1. Luvas Higienizar as mãos. 2. Avental Higienizar as mãos 1. Luvas Higienizar as mãos 3. Gorro 6. Máscara N95 5. Óculos 4. Face Shield Ações fora do quartoFigura 16: Retirada de paramentação que possa ou não gerar aerossóis. Fonte: Anvisa (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 30 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Fechamento Para escolher os EPIs é importante conhecer os riscos, forma de transmissão da doença e as fragilidades do vírus. Para o en- frentamento da pandemia as precauções indicadas são a padrão, por contato e por gotículas ou aerossóis a depender da situação. O correto ajuste destes EPIs no corpo da equipe de enfermagem vai garantir sua eficiência e minimizar desconfortos. O seu uso consciente e de acordo com as recomendações é o melhor cami- nho a seguir em tempos de pandemia. Nessa unidade você aprendeu sobre os EPIs relacionados ao en- frentamento da Covid-19, suas indicações e como utilizá-los de forma segura. Aproveite estes conhecimentos e continue estu- dando, o conhecimento é nosso aliado para o enfrentamento desta pandemia. 31 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe UNIDADE 1.3 – Principais cuidados diretos ao paciente acometido pela Covid-19: pressões invasivas e não invasivas, higiene, alimentação, medicações, cuidados com aparelhos, passagem de sondas e cateteres, aspiração, entre outros Nesta unidade você terá a oportunidade de conhecer como deve prestar cuidados diretos ao paciente acometido pela Covid-19 com segurança, como realizar os cuidados de maneira específica para os pacientes com a Covid-19 e compreender também a importân- cia de manter as normas de biossegurança durante o atendimento do paciente acometido pela Covid-19. No Brasil, a equipe de enfermagem em cuidados críticos é com- posta por enfermeiros e técnicos de enfermagem, e é a segunda categoria que soma o maior número de profissionais envolvidos nesses cuidados. Estes profissionais realizam cuidados aos pacientes por 24h inin- terruptas, realizando de forma direta e contínua serviços como higiene e conforto, alimentação, passagens de cateteres, dentre outros. Com o surgimento da pandemia causada pelo novo coronavírus, a exposição destes profissionais ao vírus está sendo da forma mais direta, exigindo que estejam sempre atentos e atualizados conti- nuamente para poderem realizar os cuidados da melhor maneira e reestabelecer a saúde destes doentes, e também para se man- terem seguros. Desta forma, nesta unidade iremos abordar os principais cuidados aos pacientes com Covid-19 (pressões invasivas e não invasivas, higiene, alimentação, medicações, cuidados com aparelhos, pas- sagem de sondas e cateteres, aspiração, entre outros). Com isso, esperamos auxiliar, você profissional da enfermagem, a se sentir mais seguro durante a prestação destes cuidados. Introdução 32 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe O que se sabe até o momento é que cerca de 5% das pessoas que adquirem o vírus necessitam de cuidados intensivos, devido o quadro de insuficiência respiratória aguda. No entanto, a classi- ficação clínica do paciente vai de casos leves, moderados, graves e críticos. Os casos críticos ainda são divididos em 3 estágios (inicial, intermediário e terminal), sendo este último com risco de mortalidade aumentada. Segundo as atuais informações disponíveis, a via de transmissão do novo coronavírus ocorre por meio de gotículas respiratórias, por aerossóis formados durante a manipulação das vias aéreas (que ocorre em procedimentos como aspiração, intubação, entre outros) e também pelo contato direto com pessoas infectadas ou indireto, por meio das mãos, objetos ou superfícies contaminadas. Entender como ocorre a transmissão de pessoa a pessoa é de ex- trema importância para que se possa realizar ações preventivas, a fim de evitar essa transmissão. O foco central é o uso adequado de equipamentos de proteção individual (EPIs), higiene correta das mãos e a manutenção da precaução de contato e respiratória, dos casos suspeitos ou confirmados de Covid-19. Ao preparar o material para realização de procedimentos, você deve fazer dupla checagem do material que será utilizado para que não haja esquecimento, evitando o excesso de circulação desnecessária entre diferentes espaços durante os procedimen- tos. Vamos ver a seguir cada um destes cuidados, acompanhe. É importante destacar que para pacientes com suspeita ou confirmação da Covid-19 não é recomendado o uso de máscara de Venturi ou tipo tenda (macronebulização), cateter de O2 de alto fluxo, ventilação não invasiva (VNI) por Bipap de circuito único, dis- positivos bolsa-válvula-máscara (Ambu®) supra glóticos (máscara laríngea) pelo potencial de aerossolização. Definições operacionais Cuidados durante a assistência direta aos pacientes com Covid-19 Cuidados com oxigenação/ventilação mecânica Acesse a nota técnica da Anvisa nº 04/2020 sobre as Orientações durante a assistência no link. Aprofunde http://portal.anvisa.gov.br/documents/33852/271858/Nota+T%C3%A9cnica+n+04-2020+GVIMS-GGTES-ANVISA/ab598660-3de4-4f14-8e6f-b9341c196b28 33 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Veja abaixo os principais cuidados com oxigenação/ventilação mecânica. Os sinais vitais do paciente devem ser monitorados continuamente, especialmente alterações na consciência, frequência respiratória e saturação de oxigênio. Observe também sinais e sintomas como tosse, escarro, aperto no peito, dispneia, cianose e assincronia com a ventilação mecânica no caso de pacientes intubados. 1 Elevar o ângulo de inclinação da cama do paciente em 30°- 45°, se nenhuma contraindicação for apresentada, principalmente em pacientes intubados, para evitar pneumonia associada à ventilação mecânica. 2 Checar frequentemente as conexões dos circuitos do ventilador para evitar desconexões acidentais, sendo que durante o banho no leito ou na mudança de decúbito este cuidado desse ser redobrado, tendo em vista a manipulação excessiva do doente. 3 Realizar fixação do tubo orotraqueal (TOT) de maneira a evitar o seu deslocamentoe risco de extubação acidental. Destacando a importância de proteger a pele contra o atrito do cadarço e do TOT e da realização de alternância da posição do TOT. 4 Lembrar a equipe quando necessitar desconectar paciente da ventilação mecânica (VM) de clampear o TOT com pinça apropriada e pausar momentaneamente a VM. 5 Optar por sistema de aspiração fechado, durante a aspiração dos pacientes, para que não haja a aerossolização e evitar o uso de ventiladores manuais (Ambu®), pelo mesmo motivo. 6 Estar sempre atento durante a colocação do paciente em posição ventral (prona), distrações durante essa manobra podem ocasionar extubação, perda de cateteres, dentre outros eventos adversos. 7 Atentar no momento de alternância da cabeça do paciente, enquanto estiver em posição prona, pelo risco de desconexões e extubação. Este procedimento deve ser realizado a cada duas horas, por dois profissionais. 8 Lembrar a recomendação de que o frasco com conteúdo de aspiração traqueal seja desprezado ao final de 24 horas de plantão. Eleger um profissional para coletar com o técnico do leito, levar e desprezar no expurgo. 9Figura 17: Cuidados com oxigenação/ventilação mecânica. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). 34 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Certifique-se que estas orientações sejam feitas pela equipe e compartilhe-as com os seus colegas. Agora, veja na figura a seguir quais os principais protocolos refe- rentes às pressões invasivas e não invasivas. Sobre os cuidados na administração de medicações, ainda não existe tratamento medicamentoso com eficácia comprovada para a Covid-19. Pacientes graves, com Síndrome Respiratória Agu- da Grave (SRAG), normalmente necessitam de tratamento para as complicações da Covid-19, necessitando de antimicrobianos, drogas vasoativas, sedativas, bloqueadores neuromusculares, dentre outros. Veja na imagem a seguir as principais orientações para os cuida- dos na administração de medicações. A seguir veremos os cuidados com a administração de medicações aos pacientes com a Covid-19. Como este assunto pode sofrer al- terações devido as pesquisas científicas que estão sendo realiza- das em todo mundo, busque estar informado(a) sobre o assunto. Cuidados com pressões invasivas e não invasivas Cuidados na administração de medicações 2 Paciente com pressão arterial invasiva (PAI), observar a curva constantemente, atentando para a presença de coágulos e permeabilidade do sistema; manutenção da pressurização em torno de 300mmhg e checar sinais de infecção relacionada ao cateter e complicações como má perfusão do membro. 1 O uso de estetoscópio, esfigmomanômetro e inclusive termômetro deve ser preferencialmente individual, caso necessite ser compartilhado deve-se ter rigor extremo durante a desinfecção conforme o protocolo institucional disposto pela CCIH. Figura 18: Cuidados com pressões invasivas e não invasivas. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). 35 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Figura 19: Cuidados na administração de medicações. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Figura 20: Cuidados de higiene e conforto com a pele. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Veja a seguir os cuidados que você deve ter na higienização, con- forto e com a sua pele. Para a higiene dos pacientes com Covid-19 acamados, siga as recomendações a seguir. Cuidados de higiene e conforto com a pele Recomenda-se preparar as medicações fora do box do paciente. Para o descarte, deve-se armazenar em saco plástico e descartar o saco na lixeira interna do box. 1 O aprazamento das medicações deve ser realizado de modo a minimizar entradas frequentes no box. 2 A higiene bucal dos pacientes em UTI deve ser mantida. Em pacientes intubados suspeitos com confirmados para Covid-19 recomenda-se aplicar gaze embebida em 15ml de peróxido de hidrogênio a 1% ou povidona a 0,2% por 1 minuto, 2 vezes ao dia, previamente a higiene bucal com clorexidina visando a redução da carga viral. No caso pacientes conscientes e orientados e em ar ambiente, realizar bochecho de 15ml de peróxido de hidrogênio a 1% ou povidona a 0,2% por um minuto, 1 vez ao dia. Recomenda-se banho a seco (compressas úmidas) para todos os pacientes acamados. Recomenda-se banho de leito inclusive para acordados. Se for encaminhado ao banheiro, recomenda-se interditar para higienização imediatamente. Na retirada da roupa suja deve haver o mínimo de agitação e manuseio. Estar atento para áreas de pressão (calcâneos, região occipital etc.), diminuindo a pressão sobre essas áreas, com uso de coxins próprios para este fim, disponíveis na instituição. Manter dispositivos (sondas, cateteres etc.) sempre fixados adequadamente e limpos, evitando lesões e contaminação. Quanto à evacuação, os pacientes que estiverem em isolamen- to com banheiro privativo e tiverem condições físicas devem ir ao banheiro. Os que não tiverem condição de sair do leito ou estiverem em quartos sem banheiro deverão evacuar na fralda descartável e a fralda deve ser descartada em saco para resíduo 36 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Siga as instruções a seguir para manter os cuidados corretos em relação a cateteres e sondas. É importante destacar que a colocação de qualquer dispositivo de acesso entérico pode provocar tosse e deve ser considerado um procedimento gerador de aerossol. Portanto, todos os profissio- nais devem usar máscara N95 e os demais EPIs recomendados na realização deste procedimento. Cuidados com cateteres e sondas Cuidados com alimentação contaminado. É muito importante ressaltar que não é recomendado o uso de comadres. Curativos ou fixações devem ser realizados de forma a ficarem firmes evitando a troca frequente e exteriorizações acidentais. 1 Esvaziar a bolsa coletora de diurese de pacientes com sonda vesical a cada 6h ou antes de atingir a capacidade da bolsa para diminuir a oportunidade de contato com o fluido. 2 Em homens não sondados não se recomenda o uso de papagaio, deverá ser colocado dispositivo externo (Uropen®). 3 Manter os aparelhos (monitores, bombas de infusão, e superfícies) sempre limpos, realizando a desinfecção quantas vezes julgar necessária durante o turno de trabalho. 4 Figura 21: Cuidados com cateteres e sondas. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). 37 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Os pacientes que permanecerem por mais de 48h na UTI devem ser considerados em risco de desnutrição e alterações glicêmicas, estar atento aos sinais de hipo/hiperglicemia, comunicar sempre que houver alterações. Preferencialmente, os pratos, copos e talheres devem ser descartáveis. 1 2 3 Nos casos de alimentação por sonda enteral, recomenda-se a oferta de maneira contínua, em bomba de infusão, com cabeceira da cama com ângulo em 30°- 45°. 4 Registrar e comunicar alterações nas eliminações intestinais. A presença de diarreia pode piorar o quadro clínico do paciente. 5 A alimentação por via oral é a preferencial em pacientes não graves com diagnóstico de Covid-19, caso necessite auxílio, além do uso de EPI adequado, o profissional deve evitar ao máximo conversar com o paciente durante o cuidado. Figura 22: Cuidados com alimentação. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). Para falar sobre os cuidados com a nutrição enteral para os pa- cientes em posição prona veja as orientações a seguir. Acesse o link para saber mais sobre a posição prona no tratamento Covid-19. Assista o vídeo de demonstração da Posição prona em UTI no link. Aprofunde ALERTA DO PROFISSIONAL Olá! Hoje vamos falar sobre as orientações para o uso de dieta enteral em paciente em posição prona. Mas afinal, qual a finalidade da posição prona? Esta posição é usada no tratamento de pacientes com síndrome do descon- forto respiratório agudo. Consiste em posicionar o pacien- te em decúbito ventral, o quedeve resultar em distribuição mais uniforme do estresse e da tensão pulmonar, melhora da relação ventilação/perfusão, da mecânica pulmonar e da parede torácica, contribuindo para redução do tempo dos pacientes em uso de ventilação mecânica e da diminuição da taxa de mortalidade. Para saber mais sobre este procedi- mento clique no link disponível no item aprofunde mais. ! https://assobrafir.com.br/wp-content/uploads/2020/03/ASSOBRAFIR_COVID-19_PRONA.v3-1.pdf https://youtu.be/w0mk4uq5cS0 38 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Vamos lá, para falar sobre os cuidados ao ofertar nutrição parenteral para os pacientes pronados seguiremos as orien- tações disponíveis no parecer da Sociedade Brasileira de Nu- trição Parenteral e Enteral em conjunto com a Associação de Medicina Intensiva Brasileira para o Enfrentamento da Covid-19, neste parecer sugere-se que a nutrição enteral seja continuada durante a posição prona. Destacando-se o cuida- do em pausar a dieta antes de movimentar o paciente para esta posição, conforme o tempo sugerido por protocolo local. Manter cabeceira elevada em 25 - 30º, também chamado Trendelemburg Reverso; ofertar a dieta de maneira contínua, em bomba de infusão; iniciar a dieta após a primeira hora e manter até 1 hora antes do retorno à posição supina. Atenção! Se o paciente já estiver em uso de terapia nutri- cional antes de ser colocado na posição prona, sugere-se pausar a dieta e abrir a sonda em sifonagem 2 horas antes da manobra e reiniciar 1 hora após. Já a nutrição parenteral não é necessária ser pausada para execução desta manobra. Seu cuidado é essencial para o reestabelecimento da saúde de seus pacientes! Siga estudando e até breve. O Cofen até o dia 06 de maio desse ano, já havia registrado 75 óbitos por Covid-19 e 16 mortes suspeitas desta doença, além de 2.813 afastamentos de profissionais de enfermagem das suas ati- vidades laborais. Estudos recentes demonstraram eficácia no combate ao novo co- ronavírus a utilização de agentes oxidantes (peróxido de hidro- gênio) na higiene bucal. Assim, está sendo recomendado o uso destes agentes na expectativa de obter redução de carga viral e por ser um colutório já utilizado pela Odontologia. Importante ressaltar que, não há na literatura até o momento, outro agente antimicrobiano que demonstre ação comprovada e que possa ser Evidências Científicas O Cofen disponibilizou uma nota técnica sobre o uso de EPIs em áreas críticas, acesse no link. Aprofunde http://www.cofen.gov.br/wp-content/uploads/2020/05/NOTA_TECNICA-COFEN.pdf 39 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe aplicado às estruturas bucais. A Iodopovidona apresenta compro- vadamente um maior risco de eventos alérgicos, devendo, por isso, ter o seu uso restrito aos hospitais (ANVISA, 2020). Prestar cuidados seguros, tanto para o paciente quanto para o profissional envolvido, nunca foi tão primordial quanto no cenário em que estamos vivendo devido a pandemia pela Covid-19. Por tal motivo, vamos reforçar o que vimos nesta unidade? Fechamento Figura 23: Cuidados diretos ao paciente com Covid-19. Fonte: labSEAD-UFSC (2020). 40 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Até mesmo os profissionais mais experientes estão sentindo uma pressão intensa durante esta crise mundial. Para tornar este mo- mento menos crítico devemos nos manter informados, mas bus- que essas informações em fontes seguras. Manter-se atualiza- do é a melhor estratégia para o enfrentamento das dificuldades impostas no ambiente hospitalar, em especial nesse momento dinâmico que vivenciamos. 41 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe UNIDADE 1.4 – Orientação e preparo da equipe de enfermagem para transporte e admissão na UTI de pacientes com Covid-19 confirmados ou suspeitos Nesta unidade de aprendizagem você conseguirá identificar os as- pectos mais importantes para a organização da equipe de enfer- magem no transporte e admissão de pacientes com suspeita ou confirmação de Covid-19 na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) fun- damentados nas evidências científicas disponíveis no momento. Desde dezembro de 2019 a pneumonia causada pelo RNA vírus, denominada Covid-19, tem causado preocupação mundial, sobre- tudo, aos sistemas de saúde. Ao mesmo tempo que a doença se espalha pelo mundo, os profissionais que atuam em terapia in- tensiva se preparam para o enfrentamento das consequências da pandemia. Assim, a organização da UTI para um aumento substan- cial na capacidade de leitos não está apenas relacionada com a infraestrutura e suprimentos, mas também com o gerenciamento da equipe de saúde (PHUA et al, 2020). A racionalização dos fluxos de trabalho para o diagnóstico e isola- mento rápidos, gerenciamento clínico e prevenção de infecções é importante não apenas para pacientes com Covid-19, mas também para profissionais de saúde e outros pacientes (PHUA et al, 2020). Para melhor compreensão dos assuntos desta unidade, será dis- cutido sobre o transporte intra-hospitalar envolvendo paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19 e a necessidade de leito de cuidado intensivo. Para o transporte do paciente com necessidade de internação em cuidados intensivos, é preciso um planejamento prévio e organiza- do da equipe de enfermagem. Trataremos desses assuntos adiante. Introdução Atendimento do paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19 42 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Antes de realizar o transporte do paciente é necessário que haja equipamentos de proteção individual (EPIs) para todos os membros da equipe, e que seja adequado para o atendimento de pacientes com suspeita, ou confirmação, de Covid-19, com o objetivo de: Veja na sequência a figura que mostra como se higienizar antes do transporte do paciente para o leito adequado. Proteção da equipe para o transporte do paciente • Assegurar que os profissionais tenham o treinamento adequado sobre as técnicas de precaução padrão, por contato e por aerossóis (TAO et al., 2020). • Utilizar EPI adequado (Avental/capote de TNT impermeável longo ou vestimenta impermeável de corpo inteiro, óculos ou protetor facial, máscara N95/PFF2 ou equivalente, luvas, gorro) e higienizar as mãos antes e após colocar e retirar o EPI (COFEN, 2020). Calçar NOVAS LUVAS de procedimento. Os pacientes que tiverem contato com o paciente e que irão participar do transporte deverão, antes do transpor- te, tomar as seguintes medidas de segurança: Transporte de paciente com suspeita, ou confirmação, de Covid-19. RETIRAR LUVAS de procedimento Higienizar as mãos Higienizar as mãos 1 RETIRAR AVENTAL descartável Higienizar as mãos 3 4 VESTIR NOVO AVENTAL descartável e permanecer com a máscara N95, gorro e óculos de proteção. 5 Prosseguir para o transporte do paciente. 86 7 2 Figura 24: Transporte de paciente com suspeita, ou confirmação, de Covid-19. Fonte: SCIH (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 43 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Tenha sempre muita atenção, pois durante o transporte deve ser utilizado avental descartável e luvas de procedimento limpos. Es- colha um profissional para te auxiliar apenas tocando em super- fícies como maçanetas e elevadores durante o transporte. Isso evita a contaminação do ambiente. Além de garantir que todos os profissionais da equipe de transpor- te façam uso dos EPIs de forma adequada, é imprescindível que haja uma organização do transporte. Para que isso ocorra, é preciso estar ciente dos materiais necessários ao transporte do paciente. Vejamos a seguir quais são eles: Após saber quais são os materiais necessários para o transporte do paciente, é importante ter algumas orientações do que fazer na sequência. Vejamos: • É importante que haja uma conferência dos equipamentose medicamentos necessários para o atendimento do paciente durante o transporte. Organização do transporte intra-hospitalar Figura 25: Materiais necessários ao transporte do paciente. Fonte: Cofen (2018), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Lista de materiais necessários ao transporte do paciente Monitorização portátil Ressuscitador com reservatório Maleta de medicamentos Cilindro de oxigênio com fluxômetro e intermediário Ventilador mecânico 44 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe • Caso o paciente esteja em uso de tubo traqueal, verifique a necessidade de aspiração que pode ser realizada por um téc- nico(a) de enfermagem, desde que avaliada e prescrita pelo(a) enfermeiro(a) (COFEN, 2017). • A fixação e a centralização do tubo orotraqueal, assim como a monitorização da pressão do cüff (balonete) da prótese em níveis seguros é de competência do(a) enfermeiro(a), mas é im- portante que o(a) técnico(a) de enfermagem confirme se esses cuidados foram realizados (COFEN, 2020). • Ajuste e reforce as conexões do circuito respiratório e cheque o funcionamento das bombas infusoras em modo bateria. • É de suma importância que a equipe de saúde direcione um profissional para conduzir a ventilação mecânica, e que este mantenha os cuidados com o circuito respiratório e tubo traqueal durante todo o transporte para evitar desconexões e extubação acidental. Além disso, a desconexão do circuito res- piratório poderá ocasionar aerossolização do ambiente e expor a equipe aos riscos de contaminação. • Cuide para que não ocorra a desconexão de cateteres, a fim de assegurar o suporte hemodinâmico do paciente o mais estável possível (LIEW et al, 2020). • Preveja possível intercorrência durante o transporte e monitore continuamente níveis pressóricos, frequência cardíaca, satura- ção de oxigênio, nível de consciência e estado geral do paciente (LIEW et al, 2020). Ao chegar à unidade de destino evite circular de forma indevida, ajude a repassar o caso à equipe receptora e atente aos cuidados pós-transporte, conforme informações a seguir. 45 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe 1 2 Antes de sair do quarto do paciente Retirar as luvas de procedimento. Higienizar as mãos. 3 Calçar novas luvas de procedimento. 4 Realizar a limpeza e desinfecção da maca e equipamentos. 5 Retirar luvas de procedimento. 6 Higienizar as mãos. 7 Retirar avental descartável. 8 Higienizar as mãos. 1 2 Após o transporte do paciente Higienizar as mãos. Retirar óculos de proteção. 3 Retirar máscara N95. 4 Higienizar as mãos. Figura 26: Orientações para o transporte de paciente (antes de sair do quarto). Fonte: SCIH (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Finalizado o transporte do paciente, há alguns cuidados necessá- rios ao sair do quarto. Lembre-se sempre de descartar EPIs utili- zados, potencialmente infectados, no saco de lixo. Veja as orien- tações a seguir. Após saber as orientações para o transporte intra-hospitalar do paciente com a Covid-19, é importante compreender a seguir como deve ocorrer a organização do processo de admissão do paciente na UTI. Figura 27: Orientações para o transporte de paciente (depois de sair do quarto). Fonte: SCIH (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). 46 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Para a admissão do paciente em UTI, é necessário um planeja- mento prévio e a organização da equipe de enfermagem. Portanto, veremos a seguir as orientações no preparo da equipe de enfer- magem, na organização do leito e no manejo inicial do paciente. Os profissionais da enfermagem estão diariamente expostos ao risco de contaminação e desenvolvimento da Covid-19. No Brasil, já são mais de 10 mil enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfer- magem afastados pela doença, com 88 óbitos segundo as últimas atualizações. As mortes são mais que o dobro do número absoluto registrado entre profissionais de enfermagem na Itália, primeiro epicentro do novo coronavírus no ocidente (COFEN, 2020). Algumas providências precisam ser tomadas urgentemente para evitar novos casos e mortes, como a aquisição de EPIs de qualida- de e com quantitativo suficiente para toda a equipe que está na li- nha de frente do cuidado. Com a garantia dessa proteção, a equipe de enfermagem também precisa ser treinada para a paramentação correta e desparamentação, pois já foi evidenciado em outros pa- íses que a incorreta maneira de se desparamentar é propícia para a contaminação do vírus. Considerando que alguns profissionais podem adoecer e se afastar do serviço, bem como o aumento da sobrecarga de trabalho oca- sionada pela demanda de internações em terapia intensiva, é preci- so prever quantitativo de pessoal e se necessário recrutar equipes de outras áreas (AMIB, 2020; PHUA et al, 2020; QIU et al, 2020). Para melhor preparo da equipe de enfermagem, que lidará com uma doença pandêmica devastadora com excesso de pacientes nas UTIs, o treinamento prévio é necessário, baseado em protoco- los institucionais atuais e embasados cientificamente. Organização do processo de admissão do paciente na UTI Preparo da equipe de enfermagem Organização do leito Para saber a forma correta da desparamentação, recomendamos que você assista ao vídeo, no link. Aprofunde O(A) técnico(a) de enfermagem tem como uma de suas atribui- ções a organização e preparo do leito do paciente. Para preparar https://www.youtube.com/watch?v=PQxOc13DxvQ 47 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe o leito, é preciso dispor de lençóis, fronhas, travesseiros e outros instrumentos necessários. Além disso, é preciso também disponibilizar materiais e equipa- mentos no quarto, como ventilador mecânico e circuitos, bom- bas infusoras, monitor multiparâmetros e cabos, eletrodos, além de outros equipamentos como fonte de oxigênio, fonte de vácuo, fonte de ar comprimido, frasco de aspiração intermediários de silicone, suporte de soro, materiais de higiene individual e outros (de acordo com o protocolo institucional local). Mesmo sendo função do(a) técnico(a) de enfermagem organizar os materiais do quarto, é competência do(a) enfermeiro(a) a monito- rização, a checagem de alarmes, o ajuste inicial e o manejo dos parâmetros da ventilação mecânica tanto na estratégia invasiva quanto não-invasiva. ALERTA DO PROFISSIONAL Cabe destacar que alguns procedimentos são realizados so- mente sob coordenação médica, como o ajuste inicial e o ma- nejo dos parâmetros da ventilação mecânica. (COFEN, 2020). ! Os pacientes devem ser, idealmente, admitidos em salas ou quar- tos de isolamento com pressão negativa em relação às áreas cir- cundantes, com pias acessíveis e dispensers de álcool gel para a higiene das mãos. No entanto, sabemos que são poucos os ser- viços que possuem quartos com pressão negativa. Assim, quando indisponível, o paciente deverá ficar isolado em quarto com as portas fechadas. Nos locais em que não há quartos individuais, é preciso proceder com o isolamento por coorte (ANZICS, 2020; WHO, 2020; CDC, 2020; PHUA et al, 2020). 48 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe No atendimento inicial ao paciente com suspeita ou confirmação de Covid-19, é recomendado que se retire a roupa pessoal e use apenas roupas disponibilizadas pela instituição e os devidos EPIs, como também seguir as orientações: Na atual crise sanitária de Covid-19, a equipe de enfermagem está na linha de frente da assistência aos pacientes com suspeita ou confirmação da doença e diariamente lida com desafios no aten- dimento. Para minimizar as dificuldades, é preciso adotar medidas que otimizem uma assistência adequada e segura para os envol- vidos no processo. Nessa unidade, vimos recomendações para o transporte intra-hospitalar de pacientes para a UTI, como aspec- tos importantes paraa segurança do paciente e o(a) técnico(a) de enfermagem e para a organização do leito hospitalar. Por fim, em caso de necessidade de utilização de ambú® (bolsa ventilatória), é recomendado o uso com reservatório, impedindo a dispersão de aerossóis. Lembre-se, devem ser priorizados equi- pamentos portáteis de raios-x e/ou outros equipamentos de diag- nóstico importantes. Manejo inicial do paciente Fechamento Quando atuar na assistência direta aos casos suspeitos, ou confirmados, idealmente, trabalhar somente na área de isolamento. Atendimento 1:1 sempre que possível. Não entrar no quarto com objetos que possam servir como veículo de disseminação do vírus. Anotar os sinais vitais visualizando o monitor pelo vidro após conferir seu adequado funcionamento. O transporte do paciente para fora da UTI deve ser limitado, a menos que seja clinicamente necessário. Figura 28: Orientações para o manejo inicial do paciente. Fonte: AMIB (2020); ANZICS (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Para conhecer mais sobre as recomendações da Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB) para a abordagem da Covid-19 em medicina intensiva, acesse o link. Aprofunde http://www.amib.org.br/fileadmin/user_upload/amib/2020/abril/13/Recomendaco__es_AMIB-atual.-16.04.pdf 49 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe UNIDADE 1.5 – Diretrizes para coleta, manuseio e testes de amostras clínicas de pessoas suspeitas da Covid-19. Diretrizes recomendadas para uso prolongado e reutilização limitada dos respiradores particulados N95 em ambientes de assistência hospitalar Nesta unidade de aprendizagem você deverá reconhecer as diretri- zes para a coleta, armazenamento e teste de amostras clínicas de pacientes suspeitos de Covid-19, bem como as diretrizes recomen- dadas para o uso prolongado e reutilização limitada dos respirado- res particulados N95 em ambientes de assistência hospitalar. O surgimento de um novo coronavírus humano, o SARS-CoV-2, tor- nou-se um problema de saúde global, causando graves infecções do trato respiratório em humanos. As transmissões de humano para humano foram descritas com tempos de incubação entre 2 a 10 dias, facilitando sua propagação por gotículas, mãos ou superfí- cies contaminadas (BRASIL, 2020). Sabemos que esse vírus tem alta transmissibilidade e provoca uma síndrome respiratória aguda que varia de casos leves a casos muito graves com insuficiência respiratória. Sua letalidade varia, princi- palmente, conforme a faixa etária e condições clínicas associadas. Portanto, tornam-se necessárias ações que visem minimizar o po- tencial de contaminação de profissionais de saúde na assistência a pacientes suspeitos ou casos confirmados de Covid-19 (WHO, 2020). Introdução 50 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Figura 29: Novas evidências sobre o Covid-19 reportadas pela comunidade científica. Fonte: Pixabay (2020). Para esse fim, as melhores e mais recentes evidências foram uti- lizadas na elaboração dessa unidade de aprendizagem, incluindo aspectos da coleta, transporte e manuseio de amostras clínicas que possam conter o SARS-CoV2, além das principais recomen- dações quanto ao uso prolongado e reutilização limitada dos res- piradores N95 em ambientes de assistência hospitalar. Vale ressaltar que, pela dinâmica da pandemia e da produção de conhecimento associada a ela, as informações podem sofrer alte- rações conforme avance o conhecimento sobre a doença. Durante esta unidade utilizaremos algumas definições sobre os tipos de testagem e coleta de amostras que serão demonstrados na figura a seguir: Conceitos Iniciais 51 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Objetivo: identificar a presença do vírus em secreção nasal ou orofaríngea. Indicação: para pessoas com sintomas sugestivos de Covid-19 (tosse, falta de ar, febre, diarreia, dores musculares, coriza, dor de cabeça e/ou perda de olfato. Material de coleta: uso de cotonete para coleta de secreção do nariz e boca. Tempo para coleta: a partir de 48 horas do início dos sintomas. Tempo de demora dos exames: de 2 a 3 dias úteis Atenção: este teste não é indicado para pessoas assintomáticas. RT-PCR: TESTE PADRÃO-OURO PARA DIAGNÓSTICO DE COVID-19 Objetivo: Identificar a presença de anticorpos de fase aguda (lgM) ou de contato prévio (lgG) com SARS-CoV-2. Indicação: para pessoas que apresentem sintomas sugestivos de Covid-19 há mais de 7 dias, sem ter coletado exame prévio, ou que tenham resultado de RT-PCR negativo. Material de coleta: retirada de 4 ml de sangue. Tempo para coleta: a partir de 7 dias do início dos sintomas. Tempo de demora dos exames: 2 dias úteis. TESTES SOROLÓGICOS LGG/LGM – DETECÇÃO DE ANTICORPOS PARA O NOVO CORONAVÍRUS Figura 30: Testes diagnósticos para Covid-19. Fonte: Instituto de Pesquisa em Saúde (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 31: Tipos de uso de respiradores N95. Fonte: Centers for Disease Control and Prevention (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Note que cada tipo de teste tem suas particularidades e deverá ser empregado de acordo com as características de indicação, material de coleta disponível e tempo desde o início dos sintomas. Em relação à adoção dos respiradores N95 em ambientes de as- sistência hospitalar, existem duas situações cujas recomendações de uso deverão ser seguidas. Reutilização: Refere-se à prática de usar o mesmo respirador particulado N95/PFF2 para vários encontros com pacientes, mas removendo após cada encontro. Uso prolongado: Refere-se à prática de usar o mesmo respirador particulado N95/PFF2 para encontros repetidos de contato com vários pacientes, sem removê-lo entre estes encontros com o paciente. 52 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe O uso prolongado é adequado para situações em que vários pa- cientes são infectados com o mesmo patógeno respiratório e são colocados juntos em salas dedicadas ou enfermarias de hospitais. O uso prolongado tem sido recomendado como uma opção para conservar os equipamentos durante surtos e pandemias de pató- genos respiratórios. No caso da reutilização o respirador é armazenado entre os en- contros com os pacientes para ser colocado novamente antes do próximo encontro com o paciente. Em posse dos conceitos apresentados, seguiremos agora para con- teúdos práticos de como aplicá-los durante a rotina de trabalho. Todos os testes para SARS-CoV-2 devem ser realizados após avalia- ção criteriosa dos pacientes suspeitos de infecção respiratória, ba- seados em sinais clínicos e relacionados a fatores epidemiológicos. Atente para os seguintes pontos que deverão ser respeitados antes da coleta, na figura a seguir. Coleta e manuseio de amostras de forma segura As amostras devem ser coletadas o mais rápido possível, independente- mente do momento do início dos sintomas. Para testes de diagnóstico inicial para SARS-CoV-2, o Centers for Disease Control and Prevention (CDC) recomenda a coleta e o teste de amostras de trato respiratório superior. 53 Bases de controle de infecção, biossegurança em saúde e preparo da equipe Realize a limpeza e a desinfeção das superfícies da sala de coleta imediatamente antes da coleta. A coleta de amostras deve ser realizada em uma sala de exame normal com a porta fechada, ou quarto individual. O número de profissionais presentes durante o procedimento deve ser limitado apenas aos essenciais para o atendimento ao paciente. Não é permitida a presença de acom- panhante. O profissional de saúde na sala deve usar respirador N95, óculos de proteção, luvas e avental impermeável. 1 2 3 4 Figura 32: Procedimentos de pré-coleta de amostras. Fonte: BRASIL (2020), adaptado por labSEAD-UFSC (2020). Figura 33: Tipos de coletas adequadas para
Compartilhar