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manual residuos serviços de saude

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1
RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE
SAÚDE
MANUAL DE
LEIS, DECRETOS,
NORMAS, SUBSÍDIOS
E
REGRAS
apoio e
patrocínio
 Descarpack
____________________Segurança total em saúde
Descarpack Descartáveis do Brasil Ltda
R. Bartolomeu Paes 173/187 - São Paulo - SP - CEP 05092-000
 TeleFax: (011) 837-0688
2
INDÍCE
* NOTA 03
* CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 04
* RESOLUÇÃO CONAMA 05 DE 05/08/1993 - CONSELHO
NACIONAL DO MEIO AMBIENTE 05/08
* RESOLUÇÃO CONJUNTA SS/SMA-1 DE 02.05.1996 -
SECRETARIA DE ESTADO DA SAÚDE 09/13
* DECRETO 37.066 DE 15/09/97 - PREFEITURA DO MUNICIPIO
DE SÃO PAULO. 14/16
* SUBSÍDIOS SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAÚDE 17/30
* NBR - 12807 - ABNT - RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE -
TERMINOLOGIA 31/33
* NBR - 12808 - ABNT - RESÍDUOS DE SERVIÇO DE SAÚDE -
CLASSIFICAÇÃO 34
* NBR - 12809 - ABNT - MANUSEIO DE RESÍDUOS DE
SERVIÇO DE SAÚDE 35/38
* NBR - 12810 - ABNT - COLETA DE RESÍDUOS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE 39/41
* NBR-9190 - DE 1.993 - ABNT - SACOS PLÁSTICOS PARA
ACONDICIONAMENTO DE LIXO - CLASSIFICAÇÃO 42
* NBR-9191 - DE 1.993 - ABNT - SACOS PLÁSTICOS PARA
ACONDICIONAMENTO DE LIXO - ESPECIFICAÇÃO 43/46
* NBR-7500 - DE 1.993 - ABNT - SÍMBOLOS DE RISCO E
MANUSEIO PARA O TRANSPORTE E ARMAZENAMENTO
DE MATERIAIS 47
* NBR-9195 - DE 1.993 - ABNT - SACOS PLASTICOS PARA
ACONDICIONAMENTO DE LIXO - DETERMINAÇÃO DA
RESISTÊNCIA A QUEDA LIVRE 48/49
* NBR-13055 - DE 1.993 - ABNT - SACOS PLÁSTICOS
PARAACONDICIONAMENTO DE LIXO - DETERMINAÇÃO
DA CAPACIDADE VOLUMÉTRICA 50/51
* NBR-13056 - DE 1.993 - ABNT - FILMES PLASTICOS PARA
ACONDICIONAMENTO DE LIXO - VERIFICAÇÃO DA
TRANSPARÊNCIA 52/53
* IPT NEA 55 - RECIPIENTE PARA RESIDUOS DE
SERVIÇOSPERFURANTES OU CORTANTES 54/57
3
NOTA
Este manual foi elaborado, visando levar aos profissionais da área de saúde,
todas as informações possíveis sobre coleta de resíduos de serviços de saúde,
visto a complexidade, dificuldades e a enorme legislação vigente no País.
Assim para que todos possam seguir sempre, e corretamente a legislação
vigente, a perfeita forma de manusear os resíduos infectantes, fomos buscar todas
as informações possíveis, como, cartazes, literaturas, leis, normas subsídios,
etc...agregando-as de forma simples e transcrevendo-as na íntegra e na forma de
sua publicação.
Esperamos com esta coletânea estar colaborando com os profissionais e
principalmente com todos os órgãos ligados aos serviços de saúde de todo o País.
A Descarpack, busca com isto, mostrar à seus clientes que seu trabalho hoje
está diretamente ligado à segurança da população, pacientes e principalmente com
o profissional da saúde.
Pôr este motivo, adotou a POLÍTICA DE QUALIDADE EM SEUS
PRODUTOS, procurando sempre ser sinônimo em descartáveis de segurança.
Nossos clientes devem ser atendidos sempre com eficiência em todas as
suas expectativas. A Descarpack busca constantemente a qualidade e a
produtividade com segurança, respeito às leis e ao meio ambiente.
Nossos funcionários são treinados continuamente, objetivando a evolução
do desempenho profissional e pessoal. Cada funcionário é responsável pela
qualidade de suas atividades, procurando fazer corretamente o que lhe foi
solicitado.
Expressamos aqui a cada cliente conquistado, durante nossa caminhada, a
gratidão, pois foram eles, nossos principais colaboradores, mostrando-nos sempre
os caminhos até aqui trilhados, e se falhas existirem neste manual ou informações
que possam ser agregadas estamos a disposição.
 Antonio José Joiozo
 gerente comercial
4
Constituição da República Federativa do Brasil
Capítulo VI do Meio Ambiente
Art. 225- Todos tem direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo
e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e a coletividade o dever de
defende-lo e preserva-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1 - Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público:
I · Preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico
das espécies e ecossistemas;
II - Preservar a diversidade e a integridade do patrimônio genético do Pais e fiscalizar as
entidades dedicadas a pesquisa e manipulação de material genético;
III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes
a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas
somente através da lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos
atributos que justifiquem sua proteção;
IV - exigir, na forma da lei, para instalação de obra ou atividade potencialmente causadora
de significativa degradação do meio ambiente, estudo prévio de impacto ambiental, a
que se dará publicidade.
V - controlar a produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e
substâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio ambiente;
VI - promover a educação ambiental em todos os níveis de ensino e a conscientização
pública para a preservação do meio ambiente;
VII - Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em
risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os
animais a crueldade.
§ 2 - Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente
degradado, de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente na
forma da lei.
§ 3 - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da
obrigação de reparar os danos causados.
§ 4 - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far·se-á na forma
da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive
quanto ao uso dos recursos naturais.
§ 5 - São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, pôr ações
discriminatórias, necessárias a proteção dos ecossistemas naturais.
§ 6 - As usinas que operem com reator nuclear deverão ter sua localização definida em lei
federal, sem o que não poderão ser instaladas
5
Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA
Resolução N°5 de 5 de agosto de 1993
Publicado no D.O.U. N° 166 Terça-Feira, 31 de agosto de 1993
O Conselho Nacional do Meio Ambiente - CONAMA, no uso das suas atribuições previstas na Lei n°
6.938 , de 31 de agosto de 1981, alterada pelas leis n° 7.804, de 18 de julho de 1989, e n° 8.028 de 12
de abril de 1990, e regulamentada pelo decreto n°99.274 de 06 de junho de 1990, e no Regimento
Interno aprovado pela Resolução \ CONAMA \ N° 025 de 03 de dezembro de 1986.
Considerando a determinação contida no art. 3° da Resolução / CONAMA N° 6 de 19 de
setembro de 1991 , relativa a definição de normas mínimas para tratamento de resíduos sólidos
oriundos de serviços de saúde , portos e aeroportos, bem como a necessidade de estender tais
exigências aos terminais rodoviários e ferroviários.
Considerando a necessidade de definir procedimentos mínimos para o gerenciamento desses
resíduos , com vistas a preservar a saúde pública e a qualidade do meio ambiente, e;
Considerando finalmente , que as ações preventivas são menos onerosas e minimizam danos
a saúde pública e ao meio ambiente, resolve:
Art. 1° para os efeitos desta resolução definem-se:
I - RESÍDUOS SÓLIDOS: conforme a NBR n° 10.004, ,da Associação Brasileira de
Normas Técnicas - ABNT - "Resíduos nos estados sólido e semi-sólido, que resultam de
atividades da comunidade de origem: industrial, domestica, hospitalar, comercial, agrícola,
de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os laudos provenientes de
sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de
controlede poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem
inviável seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos d'água, ou exijam para isso
soluções técnicas e economicamente inviáveis, em face à melhor tecnologia disponível."
II - PLANO DE GERENCIAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: documento integrante do
processo de licenciamento ambiental, que aponta e descreve as ações relativas ao manejo de
resíduos sólidos, no âmbito dos estabelecimentos mencionados no art. 2° desta Resolução,
contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta,
armazenamento transporte, tratamento e disposição final, bem como a proteção a saúde
publica;
III - SISTEMA DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS: conjunto de unidades, processos e
procedimentos que alteram as características físicas químicas ou biológicas dos resíduos e
conduzem a minimização do risco à saúde pública e a qualidade do meio ambiente.
IV - Sistema de Disposição Final de Resíduos Sólidos: conjunto de unidades,
processos e procedimentos que visam ao lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a
proteção da saúde publica e a qualidade do meio ambiente.
Art. 2° Esta Resolução aplica-se aos resíduos sólidos gerados nos portos, aeroportos,
terminais ferroviários e rodoviários e estabelecimentos prestadores de serviços de saúde.
Art. 3° Para os efeitos desta Resolução, os resíduos sólidos gerados nos estabelecimentos a
que se refere o art. 2°, são classificados de acordo com o Anexo I desta Resolução.
Art. 4° Caberá aos estabelecimentos 'já referidos o gerenciamento de seus resíduos sólidos,
desde a geração ate a disposição final de forma a atender aos requisitos ambientais e de saúde
publica.
Art. 5° A administração dos estabelecimentos citados no art. 2°, em operação ou a serem
implantados devera apresentar o Piano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a ser submetido à
aprovação pelos órgãos de meio ambiente e de saúde, dentro de suas respectivas esferas de
competência, de acordo com a legislação vigente.
§ 1° Na elaboração do Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos devem ser
considerados princípios que conduzam a reciclagem, bem como o soluções integrada ou
6
consorciadas, para os sistemas de tratamento e disposição final, de acordo com as
diretrizes estabelecidas pelos órgãos de meio ambiente e de saúde competentes.
§ 2° Os órgãos de meio ambiente e de saúde definirão, em conjunto, critérios para
determinar quais os estabelecimentos estão obrigados a apresentar o plano requerido neste
artigo.
§ 3° Os órgãos integrantes do Sistema Nacional do Meio Ambiente - SISNAMA,
definirão e estabelecerão, em suas respectivas esferas de competência, os meios e os
procedimentos operacionais a serem utilizados para o adequado gerenciamento dos resíduos
a que se refere esta Resolução.
Art. 6° Os estabelecimentos listados no art. 2° terão um responsável técnico devidamente
registrado em conselho profissional , para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos gerados em
decorrência de suas atividades.
Art. 7° Os resíduos sólidos serão acondicionados adequadamente, atendendo as
normas aplicáveis da ABNT e demais disposições legais vigentes. ( NBR 9190, NBR 9191, NBR
7500, etc...).
§ I° Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" do anexo 1 desta Resolução,
serão acondicionados em sacos plásticos com a simbologia de substância infectante
(NBR 7500).
§ 2° Havendo, dentre os resíduos mencionados no parágrafo anterior, outros
perfurantes ou cortantes estes serão acondicionados previamente em recipiente rígido,
estanque, vedado e identificado pela simbologia de substancia infectante(IPT NEA 55)
Art. 8° O transporte dos resíduos Sólidos, objeto desta resolução, será feito em veículos
apropriados, compatíveis com as características dos resíduos, atendendo as condicionantes de
proteção ao meio ambiente e saúde publica.
Art. 9° A Implantação de sistemas de tratamento e disposição de resíduos sólidos fica
condicionada ao licenciamento, pelo órgão ambiental competente em conformidade com as normas
em vigor.
Art. 10°. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser dispostos no meio
ambiente sem tratamento prévio que assegure:
a) a eliminação das características de periculosidade do resíduo;
b) a preservação dos recursos naturais; e,
c) o atendimento aos padrões de qualidade ambiental e de saúde pública.
PARÁGRAFO ÚNICO : Aterros sanitários implantados e operados conforme normas técnicas
vigentes deverão ter previstos em seus licenciamentos ambientais sistemas específicos que
possibilitem a disposição de resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A".
Art. 11. Dentre as alternativas passíveis de serem utilizadas no tratamento dos
resíduos sólidos, pertencentes ao grupo “A”. ressalvadas as condições particulares e de
emprego e operação de cada tecnologia, bem como considerando-se o atual estagio de
desenvolvimento tecnológico, recomenda-se a esterilização a vapor ou a incineração.
§ 1° Outros processos de tratamento poderão ser adotados desde que obedecido o
disposto no art. 10 desta Resolução e com previa aprovação pelos órgãos de meio ambiente e
de saúde competentes.
7
§ 2° Após tratamento, os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" serão
considerados "resíduos comuns “(grupo "D"), para fins de disposição final.
§ 3° Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "A" não poderão ser reciclados.
Art. 12°. Os resíduos sólidos pertencentes ao grupo "B" deverão ser submetidos a tratamento
e disposição final específicos, de acordo com as características de toxicidade,
inflamabilidade, corrosividade e reatividade, segundo exigências do órgão ambiental competente.
Art. 13 Os resíduos sólidos classificados e enquadrados como rejeitos radioativos
pertencentes ao grupo "C", do Anexo I, desta Resolução, obedecendo as exigências definidas pela
Comissão NacionaI de Energia Nuclear - CNEN.
Art. 14..0s resíduos sólidos pertencentes ao grupo "D" serão coletados pelo órgão municipal de
limpeza urbana e receberão tratamento e disposição final semelhante aos determinados para os
resíduos domiciliares, desde que resguardadas as condições de proteção ao meio ambiente, e a
saúde publica.
Art. 15°. Quando não assegurada a devida segregação dos resíduos sólidos, estes serão
considerados, na sua totalidade, como pertencentes ao grupo "A” , salvo os resíduos sólidos
pertencentes aos grupos B e C que, pôr suas peculiaridades, deverão ser sempre separados dos
resíduos com outras qualificações.
Art. 16° Os resíduos comuns (grupo "D") gerados nos estabelecimentos explicitados no Art. 2°,
provenientes de áreas endêmicas definidas pelas autoridades de saúde publica competentes, serão
considerados, com vistas ao manejo e tratamento, como pertencentes ao grupo "A".
Art. 17° Tratamento e a disposição final dos resíduos gerados serão controlados e fiscalizados
pelos órgãos de meio ambiente, de saúde pública e de vigilância sanitária competentes de acordo com
a legislação vigente.
Art. 18° Os restos alimentares "IN NATURA" não poderão ser encaminhados para a
alimentação de animais, se provenientes dos estabelecimentos citados no art. 2°, ou das áreas
endêmicas a que se refere o art. 16 desta. Resolução.
Art. 19° Os padrões de emissão atmosférica de processos de tratamento dos resíduos sólidos,
objeto desta Resolução, serão definidos no âmbito do PRONAR - Programa Nacional e Qualidade do
AR.
Art. 20° As cargas em perdimento consideradas como resíduos, para fins de tratamento e
disposição final, presentes nos terminais públicos e privados. obedecerão ao disposto na Resolução do
CONAMA n°002, de 22 de agosto de 1991,
Art. 21° Aos órgãos, de controle ambiental e de saúde competentes, mormente os participes
do SISNAMA - Sistema Nacional do Meio Ambiente, incumbe a aplicação desta Resolução, cabendo-
lhes a fiscalização, bem como a imposição das penalidades previstas na legislação pertinente,
inclusive a medida de interdiçãode atividades.
Art. 22° Os órgãos estaduais do meio ambiente com a participação das Secretarias Estaduais
de Saúde e demais instituições interessadas, inclusive organizações não governamentais,
coordenarão programas, objetivando a aplicação desta Resolução e garantir o seu integral
cumprimento.
Art. 23° Esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação
8
ANEXO I
Classificação dos Resíduos Sólidos
GRUPO A: resíduos que apresentam risco potencial à saúde publica e ao meio ambiente devido a
presença se agentes biológicos.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros sangue e hemoderivados ; animais usados
em experimentação, bem como os materiais que tenham entrado em contato com os
mesmos; excreções , secreções e líquidos orgânicos; meios de cultura tecidos, órgãos,
fetos e peças anatômicas; filtros de gases aspirados de área contaminada; resíduos
advindos de área de isolamento; restos alimentares de unidade de isolamento; resíduos de
laboratórios de análises clinicas; resíduos de unidades de atendimento ambulatorial;
resíduos de sanitários de unidade de internação e de enfermaria e animais mortos a bordo
dos meios de transporte, objeto desta Resolução.
Neste grupo incluem-se, dentre outros, os objetos perfurantes ou cortantes, capazes
de causar punctura ou corte, tais como laminas de barbear, bisturi, agulhas, escalpes,
vidros quebrados, etc..., provenientes de estabelecimentos prestadores de serviços de
saúde.
GRUPO B: resíduos que apresentam risco potencial a saúde pública e ao meio ambiente devido às
suas características químicas.
Enquadram-se neste grupo, dentre outros:
a) drogas quimioterápicas e produtos pôr elas contaminados;
b) Resíduos farmacêuticos (medicamentos vencidos, contaminados. interditados ou
não utilizados)
c) demais produtos considerados perigosos conforme classificação da NBR 10004 da
ABNT (Tóxicos , corrosivos , inflamáveis e reativos)
GRUPO C: rejeitos radioativos: enquadram-se neste grupo os materiais radioativos ou contaminados
com radionuclideos, provenientes de laboratórios de análises clinicas, serviços de medicina
nuclear e radioterapia, segundo Resolução CNEN 6.05.
GRUPO D: resíduos comuns são todos os demais que não se enquadram nos grupos descritos
anteriormente.
9
 * GABINETE DO SECRETÁRIO
 RESOLUÇÃO CONJUNTA SS/SMA-1, de 02.5.96
(publicado no Diário Oficial do Estado em 03/05/96 - Seção I, pag 49)
Os Secretários de Estado da Saúde e do Meio Ambiente, considerando:
a responsabilidade constitucional que impõe ao Estado o dever de zelar pela
salvaguarda da saúde pública e do meio ambiente;
o disposto na Resolução CONAMA nr. 5, de 05.8.93, que define os procedimentos
básicos relativos ao gerenciamento de resíduos sólidos gerados nos estabelecimentos
prestadores de serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais rodoviários e
ferroviários.
a necessidade de se promover a integração entre as entidades públicas no que diz
respeito à gestão institucional da questão dos resíduos sólidos de serviços de saúde;
a necessidade de definir normas estaduais que disciplinam as ações de controle
relacionados ao gerenciamento de resíduos sólidos de serviços de saúde, desde o
manejo interno no estabelecimento gerador até o destino final, resolvem:
Artigo 1o. - Fica aprovada a Instrução Normativa referente aos resíduos sólidos de serviços de
saúde, que faz parte integrante desta Resolução.
Artigo 2o. - O não cumprimento do disposto na Instrução Normativa sujeitará os
infratores às penalidades previstas nas legislações especificas dos órgãos fiscalizados,
conforme estabelecido no inciso II, da referida Instrução.
Artigo 3o. - Esta Resolução Conjunta entrará em vigor na data de sua publicação.
10
ANEXO
INSTRUÇÃO NORMATIVAS QUE DISPÕE SOBRE OS RESÍDUOS SÓLIDOS DE
SERVIÇOS DE SAÚDE
I. Esta instrução Normativa se aplica aos serviços de saúde discriminada a seguir:
a) serviços de saúde médicos, odontológicos e veterinários;
b) farmácias;
c) laboratórios de análises clínicas e patológicas.
I.1 - Outros serviços congêneres poderão ficar submetidos nesta Instrução Normativa, a
critério da autoridade sanitária.
I.2 - Ficam desobrigados de atender ao disposto nesta Instrução Normativa os
estabelecimentos referidos no “caput “ inciso que não gerem resíduos sólidos infectantes e /
ou especiais, conforme classificação das normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas
- ABNT.
II - As ações decorrentes desta Instrução Normativa serão realizadas de forma integrada
pela Secretaria de Estado da Saúde e secretaria de Estado de Meio Ambiente, através de seus
órgãos competentes, bem como de outras entidades da administração pública.
II.1 - À Secretária de Estado da Saúde cabe, através da Vigilância Sanitária, a definição de
normas, a orientação e fiscalização de gerenciamento dos resíduos sólidos, desde sua geração
nos estabelecimentos referidos no inciso I até a destinação final, objetivando a proteção e a
preservação da saúde pública, nesta incluindo os aspectos relativos à saúde do trabalhador.
II.2 - À Secretaria de Estado do Meio Ambiente cabe a análise de viabilidade tecnológica e
locacional proposta para o sistema de tratamento e disposição dos resíduos sólidos, bem como a
avaliação quanto a necessidade de elaboração de Estudo de Impacto Ambiental e do respectivo
Relatório de Impacto Ambiental, EIA/RIMA. No caso de exigência de apresentação de Estudo
de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental - EIA/RIMA será feita a sua análise e,
em caso de parecer favorável, o processo será encaminhado ao CONSEMA.
II.3 - À Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental - CETESB, compete licenciar e
fiscalizar o tratamento e a destinação final dos resíduos sólidos, bem como orientar e
estabelecer normas tendo em vista o controle de poluição ambiental.
III. - Os estabelecimentos discriminados no inciso I são responsáveis pelo correto
gerenciamento dos resíduos sólidos gerados pôr suas atividades, desde a origem até o
destino final.
11
III.1 - O Poder Público Municipal poderá, a seu critério, coordenar, integrar as ações relativas
à coleta, transporte, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos de serviços de saúde,
devendo atender ao disposto nesta Instrução Normativa.
III.2 - As entidades prestadoras de serviços, sejam públicas ou privadas que executem no todo
ou em parte processo de manejo dos resíduos sólidos, são responsáveis pelo cumprimento
disposto neta Instrução Normativa, no que se refere à parcela do serviço que realizam.
IV. - Para efeito desta Instrução Normativa, torna-se obrigatória a aplicação das
normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, pertinentes.
V. - De acordo com o porte e a complexidade do estabelecimento prestador de serviço de
saúde, as Secretarias de Estado da Saúde e Meio Ambiente, através de seus setores
competentes, poderão exigir informações e estudos mais abrangentes consubstanciados em um
Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, envolvendo a geração, acondicionamento,
coleta, armazenamento, transporte, transbordo, tratamento e disposição final dos resíduos
gerados incluindo aspectos referentes à minimização de resíduos e a proteção da saúde pública.
V.1 - O plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos deverá receber parecer técnico e
aprovação das Secretarias de Estado da Saúde e do Meio Ambiente, no âmbito de suas
competências, e no caso de rejeitos radioativos da Comissão Nacional de Energia Nuclear -
CNEN.
VI. - Os resíduos sólidos infectantes deverão ser adequadamente coletados e
transportados em veículos apropriados para tal fim, devendo obedecer à normatização técnica
especifica, visando à preservação da saúde pública e do trabalhador, bem como ao controle da
poluição ambiental.
VI.1 - Os resíduos sólidos infectantes deverão permanecer devidamente acondicionados
durante todas as fases de coleta e transporte, garantindo-se o não rompimento das
embalagens utilizadas.
VI.2 - O transporte dos resíduos sólidos infectantes deveráser feito em veículos ou
compartimentos exclusivos, não sendo permitido seu transporte conjunto com pessoas ou
outros tipos de resíduos, materiais ou substâncias.
VI.3 - A fiscalização dos veículos coletores e transportadoras de resíduos sólidos infectantes e
especiais, estará a cargo dos órgãos competentes de acordo com a legislação pertinente.
VI.4 - Enquanto não se dispuser de especificações detalhadas sobre as condições e
características dos veículos transportadores de resíduos sólidos infectantes, deverá ser
obedecido o disposto nas normas da ABNT.
12
 VII. - Os demais tipos de resíduos sólidos - especiais e comuns - gerados nos
estabelecimentos prestadores de serviços de saúde deverão ser transportados convenientemente,
de acordo com suas características, atendendo a normatização técnica e legislação especifica.
VII.1 - Os resíduos sólidos classificados como comuns poderão ser transportados pelos
veículos utilizados no serviço de coleta domiciliar, de acordo com os critérios definidos pelo
Poder Público Municipal.
VIII. - As operações de transbordo de resíduos sólidos infectantes e especiais deverão ser
realizadas em instalações adequadas, garantindo a inviolabilidade das embalagens, a
segurança do trabalhador envolvido e a preservação do meio ambiente.
IX. - A implantação do tratamento e/ou destinação final de resíduos sólidos, dependerá da
apresentação do projeto para análise, aprovação e licenciamento pela CETESB, conforme
estabelecido na Lei 997/76.
IX.1 - A Vigilância sanitária emitirá alvará de utilização das instalações de apoio vinculadas
às unidades de transbordo, reciclagem, tratamento e disposição de resíduos sólidos , de acordo
com as normas de procedimentos existentes naquele órgão. Entende-se como instalação de
apoio toda edificação , excetuados os equipamentos.
IX .2 - Os resíduos sólidos infectantes, mesmo tratados , não poderão ser encaminhados a
usinas de compostagem de resíduos sólidos.
IX .3 - O tratamento dos rejeitos radioativos , bem como a sua destinação final , estão sujeitos
a aprovação da Comissão Nacional de Energia Nuclear - CNEN.
X - A reciclagem, envolvendo a reutilização ou a recuperação de resíduos sólidos deverá
ser comunicada à Vigilância Sanitária , que fará a avaliação do processo sendo proibida a
reciclagem dos resíduos sólidos classificados como infectantes mesmo que tenham passado pôr
processo de tratamento.
13
 XI - As peças anatômicas humanas serão objetos de tratamento especial, conforme
discriminado a seguir:
a ) quando não reconheciveis , poderão ser embaladas e tratadas em conjunto
com os demais resíduos sólidos classificados como infectantes;
b ) quando reconheciveis , deverão identificadas , embaladas em separado
em saco plástico duplo ou enviadas para sepultamento, ou transportadas em
separado para serem submetidas a tratamento ou desatinação final adequada
juntamente com os demais resíduos classificados como infectantes.
XII - As entidades prestadoras de serviços , sejam públicas ou privadas , que executem no
todo ou em parte o processo de manejo dos resíduos sólidos , desde a geração até o tratamento
e/ou destinação final devem possuir um responsável técnico devidamente qualificado para o
serviço prestado.
XII.1 - No caso de estabelecimentos geradores de resíduos sólidos , o responsável técnico
pelo estabelecimento também responde pelo gerenciamento dos resíduos.
XII.2 - Os repensáveis pelo serviço de gerenciamento de resíduos sólidos deverão submeter os
funcionários envolvidos com os procedimentos de manuseio, coleta , transporte,
armazenamento, tratamento e/ou destinação final a programas de treinamento em nível de
integração e reciclagem.
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DECRETO No. 37.066 DE 15 DE SETEMBRO DE 1.997
 Regulamenta o inciso IV do artigo 3O. da
 Lei nr. 10.315, de 30 de Abril de 1.987, e
 dá outras providencias.
(Publicado no D.O.M São Paulo, 42 (178), terça feira, 16 set. 1997)
CELSO PITTA, Prefeito do Município de São Paulo, usando das atribuições que lhe são
conferidas pôr lei,
CONSIDERANDO, a dificuldade de acesso aos abrigos de resíduos de estabelecimentos de
serviços de saúde, impossibilitando a coleta mecanizada, expondo os garis a uma série de
riscos e levando a altos índices de acidentes de trabalho, verificados na coleta dos
resíduos desses estabelecimentos;
CONSIDERANDO a necessidade de definir a responsabilidade do gerador de Resíduos de
Serviços de Saúde - RSS quanto ao seu gerenciamento, desde a geração até a disposição final
desses resíduos;
CONSIDERANDO a necessidade do Poder Público Municipal disciplinar os serviços de
coleta dos RSS gerados no Município de São Paulo, visando a preservar a saúde pública e o
meio ambiente,
D E C R E T A:
Art. 1o. - Para os efeitos relativos à remoção de resíduos de alto risco, prevista no inciso IV do
artigo 3o. da Lei nr. 10.315, de 30 de Abril de 1.987, são adotadas as seguintes definições:
I - Resíduo de Alto Risco: os denominados Resíduos de Serviços de Saúde - RSS, ou
seja, todo produto resultante de atividades médico-assistenciais ou de ensino e pesquisa na área
de saúde, voltadas às populações humana e animal, composto pôr materiais biológicos,
químicos e perfurocortantes, contaminados pôr agentes patogênicos, representando risco
potencial à saúde e ao meio ambiente;
II - Estabelecimento Gerador de Resíduos de Serviços de Saúde: aquele que, em
função de suas atividades médico-assistenciais ou de ensino e pesquisa, no âmbito das
populações humana ou veterinária, produz resíduos definidos no inciso I deste artigo;
III - Serviço de Coleta de RSS: aquele que recolhe os RSS nos estabelecimentos
geradores e os transporta `unidade de tratamento;
IV - Sistema de Tratamento de RSS: conjunto de unidades, processos e
procedimentos que alteram as características físicas, químicas ou biológicas dos resíduos e
conduzem à minimização de riscos à saúde pública e à qualidade do meio ambiente (Resolução
CONAMA nr. 05/93);
V - Sistema de Disposição Final: conjunto de unidades, processos e procedimentos
que visam ao lançamento de resíduos no solo, garantindo-se a proteção da saúde pública e a
qualidade do meio ambiente (Resolução CONAMA nr. 05/93).
Art. 2o. - Os estabelecimentos geradores de Resíduos de Serviços de Saúde - RSS deverão
cadastrar-se junto ao Departamento de Limpeza Urbana, no prazo máximo de 30 (trinta) dias,
contados da data da publicação deste decreto, informando:
I - Nome do proprietário do estabelecimento;
II - RG do proprietário do estabelecimento;
III - Endereço do estabelecimento;
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IV - IPTU do imóvel;
V - CCM da firma ou pessoa física.
VI - Nome do responsável técnico;
VII - Carteira de identidade profissional do responsável técnico;
VIII - Características físicas do estabelecimento, conforme Anexo I, integrante deste
decreto;
IX - Características dos resíduos gerados, conforme Anexo II, da Tabela 1 e 2,
integrante deste decreto.
Art. 3o. - Os estabelecimentos definidos no artigo 1o., inciso II, deste decreto, são
responsáveis pelos Resíduos de Serviços de Saúde - RSS que geram, e têm obrigação de
colocá-los de acordo com as normas NBR-9190 e NBR-12.809 da Associação Brasileira
de Normas Técnicas - ABNT.
Art. 4o. - O acondicionamento dos Resíduos de Serviços de Saúde - RSS deve ser feito
em embalagens adequadas, segundo as normas NBR-9190 e NBR-12809 da Associação
Brasileira Normas Técnicas - ABNT.
 Art. 5o. - A armazenagem de resíduos deve ser feita em abrigos
adequados, segundo a legislação vigente e de acordo com a norma NBR-12809 da Associação
Brasileira de Normas Técnicas - ABNT.
 Art. 6o. - Fica o Departamento de Limpeza Urbana - LIMPURB encarregado de
fiscalizar:
I - Os abrigos externos de resíduos, no que se refere ao estado de conservação, bem
como em relação à obediência aos padrões de construção estabelecidos pela norma NBR-
12.809 da Associação Brasileira de Normas Técnicas- ABNT.
II - A apresentação para a coleta, no que se refere ao acondicionamento dos resíduos.
 Art. 7o. - Os estabelecimentos de que trata o art. 2o. deste decreto deverão apresentar ao
Departamento de Limpeza Urbana - LIMPURB projeto dos abrigos externos de resíduos, no
prazo de 30 (trinta) dias da data de publicação deste decreto.
 Art. 8o. - Fica a Prefeitura desobrigada de coletar, tratar e dar destino final aos
Resíduos Sólidos de Serviços de Saúde - RSS dos estabelecimentos definidos no artigo
1o. inciso II, deste decreto, que não cumprirem as disposições constantes nas normas
NBR-12.809 e NBR-9190 da Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT, no que
se refere ao acondicionamento e armazenagem.
 Par. 1o. - Os geradores que se enquadrarem no disposto no “caput” deste artigo
terão suspensos seus cadastros junto ao Departamento de Limpeza Urbana - LIMPURB.
 Par. 2o. - O Departamento de Limpeza Urbana - LIMPURB oficiará à
Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental, ao Centro de Vigilância Sanitária
da Secretaria de Estado da Saúde do Estado de São Paulo e ao Ministério Público do
Meio Ambiente, quando ocorrer a hipótese prevista no “caput” deste artigo.
 Art. 9o. - Os geradores que se enquadrarem no disposto no artigo anterior
deverão providenciar coleta, sistema de tratamento e disposição final de Resíduos de
Serviços de Saúde - RSS próprio, consorciado com outros geradores ou utilizar-se de
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serviços prestados pôr terceiros, devidamente autorizados pelos órgãos de saúde e meio
ambiente.
 Art. 10o. - Os resíduos químicos perigosos previstos na NBR - 10004 e os rejeitos
radioativos , referidos na Resolução CNEN-NE-6.05, deverão obedecer, respectivamente, às
determinações dos órgãos de controle ambiental e da Comissão Nacional de Energia Nuclear.
 Art. 11o. - Além das disposições previstas neste Decreto e demais normas da legislação
em vigor aplicáveis, os estabelecimentos definidos no art. 1o.,inciso II, deste decreto, deverão
atender ao disposto na Lei no. 10.205, de 04 de dezembro de 1986, e no Decreto no. 33.920,
de 12 de janeiro de 1994.
 Art. 12o. - Fica estabelecido o prazo de 60 (sessenta) dias corridos, a partir da
data de publicação deste decreto, para que os estabelecimentos geradores de Resíduos
de Serviços de Saúde - RSS se adequem às suas determinações.
 Art. 13o. - O não cumprimento das disposições previstas neste decreto
sujeitará o infrator às penalidades previstas na legislação vigente.
 Art.. 14o. - Este decreto entrará em vigor na data de sua publicação,
revogadas as disposições em contrário, em especial o decreto no. 14.405, de 08 de março de
1977.
PREFEITURA DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO, aos 15 de setembro de 1997, 444o.
ano da fundação de São Paulo.
CELSO PITTA, PREFEITO
EDVALDO PEREIRA DE BRITO, Secretário dos Negócios Jurídicos
JOSÉ ANTONIO DE FREITAS, Secretário das Finanças
MASATO YOKOTA, Secretário da Saúde
REYNADO EMYGDIO DE BARROS, Respondendo pelo Expediente da Secretaria de
Serviços e Obras
WERNER EUGÊNIO ZULAUF, Secretário Municipal do Verde e do Meio Ambiente
Publicado na Secretaria do Governo Municipal, em 15 de setembro de 1977
EDEVALDO ALVES DA SILVA, Secretário do Governo Municipal
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SUBSÍDIOS SOBRE RESÍDUOS SÓLIDOS DE SAUDE - RSS
I - Introdução
II - ASPECTOS TÉCNICOS OPERACIONAIS
 II.1. GENERALIDADES
 II.2. CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
 II.3. SEPARAÇÃO
 II.4. ACONDICIONAMENTO
 II.5. COLETA
 II.5.1 COLETA INTERNA
 II.5.2 COLETA EXTERNA
 II.5.3 COLETA ESPECIAL
 II.5.4 CUIDADOS COM O PESSOAL
 II.6. ARMAZENAGEM
 II.6.1 SALAS DE MATERIAL SUJO
 II.6.2 LIXEIRAS
 II.7. TRANSPORTE
II.8. TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL
 II.8.1 TRATAMENTO
 II.8.2 DISPOSIÇÃO FINAL
III - CONTROLE E AVALIAÇÃO
 III.1. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
 III.2. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
 III.3. GERENTE DO PROGRAMA DE RESÍDUOS
IV - ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
 IV.1. RESPONSABILIDADE DO ESTADO
 IV.2. Responsabilidade da Instituição
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PRÓLOGO
Este trabalho tem o escopro de orientar administradores de serviços de saúde, autoridades
municipais e demais responsáveis pôr programas de resíduos de segurança de trabalho e de controle
de infecção hospitalar.
A inexistência de um texto que abordasse, de forma ampla, o problema dos resíduos de
serviços de saúde levou-nos à redação deste manual, através do qual pretendemos tratar o assunto de
maneira sistematizada. O sistema de resíduos que concebemos procura levar em conta as variáveis
geográficas, tecnológicas e organizacionais dos diversos tipos de estabelecimentos, de diferentes
regiões do Estado de São Paulo, para definir conceitos e propor soluções.
A opção pela não-separação entre aspectos intra e extra-institucionais justifica-se com a
necessidade de se enfatizar o papel dos estabelecimentos de saúde como geradores de resíduos
poluidores. Procuramos, assim, sensibilizar dirigentes e técnicos para a importância do
desenvolvimento de uma consciência ambientalista.
Pôr fim, julgamos oportuno destacar o interesse que temos em receber críticas e sugestões
com vistas à melhoria do trabalho até aqui feito e à orientação do que há pôr fazer. Pôr elas, fica
registrada, desde já, nossa gratidão.
São Paulo, janeiro de 1997
DESCARPACK DESCARTÁVEIS DO BRASIL LTDA.
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INTRODUÇÃO
A organização do sistema de resíduos dos serviços de saúde pressupõe entender o
estabelecimento dedicado à essa atividade como um todo, subdividido em partes que executam
diferentes processos.
A correta administração dos resíduos dos serviços de saúde eleva a qualidade da atenção
porque permite que se considere sua importância dentro do sistema em que consiste o
estabelecimento de saúde e evidencia a participação de tais resíduos na cadeia da infecção hospitalar
e nos riscos à saúde dos funcionários e da comunidade. Pôr outro lado, o controle mais apurado sobre
a eficácia dos recursos físicos e tecnológicos e sobre a eficiência dos recursos humanos empregados
em cada situação específica permite que o gerenciamento dos serviços de saúde seja realizado com
maior segurança e economia.
Considerando que falhas no sistema podem acarretar prejuízos para a instituição e para a
comunidade, três são os pontos principais concernentes à sua implantação: os aspectos técnicos
operacionais, as formas de controle e avaliação e a definição de responsabilidades.
Antes de analisarmos detidamente cada um destes três pontos, devemos alertar o leitor para o
fato de que este trabalho não se reporta ao problema especificamente posto pelo esgoto gerado nos
estabelecimentos de saúde, o qual demanda estudos pormenorizados à parte e situados fora de nosso
objeto presente.
II. ASPECTOS TÉCNICOS OPERACIONAIS
II.1. GENERALIDADES
O fluxograma-modelo apresentado na figura 1 foi criado para simular todas as possibilidades
de encaminhamento dos resíduos dentro de um serviço de saúde, independentemente de seu tipo e
tamanho. O ponto de partida poderá estar em qualquer atividade geradora de resíduos.
A normalização de cada item foi elaborada tendo pôr referência pesquisas operacionais e
bibliográficas, acrescidas dos estudos sobre legislação brasileira e de outros países, atinentes ao
tema. Contou-se, também, com a participação de estabelecimentos de saúde públicos e privados na
discussão a respeito dos problemas práticos e da viabilidade das soluções propostas.
II.2 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
São várias as classificações possíveis para resíduos de serviços de saúde, conforme os
parâmetros que se adotem e os objetivos a que se destinem.
A classificação dos resíduos, como ponto de partida do funcionamento do sistema, tem grande
importância no desenvolvimento das demais fases. A elaboraçãode uma classificação é conseqüência
da análise das necessidades de cada processo separadamente considerado (para fim de embalagem,
pôr exemplo, interessam principalmente as características físicas do produto: para o transporte , é
fundamental o estudo dos pontos de origem e do fluxo).
A classificação adequada deve ser abrangente, atendendo ao maior número possível de
necessidade de cada fase; deve, também, promover a integração destas fases através de uma
padronização.
O modelo de classificação que apresentamos foi criado a partir da fusão de classificações
nacionais e estrangeiras. Optou-se pela classificação de todos os resíduos produzidos num serviço de
saúde e não apenas de alguns deles (algumas categorias, mesmo que pouco comuns, têm relevância
em determinadas situações). Esta classificação procura considerar os procedimentos já praticados em
muitos estabelecimentos, bem como aqueles a serem propostos para se atingir os níveis adequados
de segurança que vêm preconizados pela Organização Mundial de Saúde. Assim sendo, consoante
tais critérios, preparou-se a classificação que consta no Quadro I.
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- Quadro I -
CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE
A.RESÍDUOS INFECTANTES
A.1 MATERIAL PROVENIENTE DE LOCAIS DE ISOLAMENTO
Composto pôr resíduos provenientes de quartos de pacientes em isolamento ou
que tenham entrado em contato com esses. Incluem-se aqui sangue e secreções
de pacientes que apresentam doenças transmissíveis pôr estas vias.
A.2 MATERIAL ECOLÓGICO
Composto pôr culturas ou estoque de microorganismos provenientes de laboratórios
clínicos ou de pesquisa, meios de cultura, placas de Petri , instrumentos usados para
manipular, misturar ou inocular microorganismos, vacinas vencidas ou inutilizadas,filtros e
gases aspirados de áreas altamente contaminadas.
A.3 SANGUE HUMANO E HEMODERIVADOS
Composto pôr bolsas de sangue com prazo de utilização vencido ou sorologia positiva,
amostras de sangue para análise, soro, plasma e outros subprodutos.
A.4 RESÍDUOS CIRÚRGICOS E ANÁTOMO PATOLÓGICOS
Composto por tecidos, órgãos, peças de anatomia, sangue e outros líquidos resultantes
de cirurgia, drenagens, autópsias e biópsias.
A.5 RESÍDUOS PERFURANTES
Compostos pôr agulhas, ampolas, pipetas, lâminas de bisturi, lâminas de
barbear e vidros quebrados ou que se quebram facilmente.
A.6 ANIMAIS CONTAMINADOS
Integram este item carcaças ou partes de animais inoculados em laboratórios ou expostos
a germes patogênicos, bem como a forração das camas destes animais.
B. RESÍDUOS ESPECIAIS
B.1 RESÍDUOS RADIOATIVOS
Compostos pôr materiais radiativos ou contaminados com radionuclideos
com baixa atividade (ver Resolução CNEN nr. 6/73), proveniente de laboratórios de
pesquisa química e biologia, laboratórios de análises clinicas e serviços de Medicina
Nuclear. Estes materiais são normalmente sólidos ou líquidos (seringas, papel absorvente,
frascos, líquidos derramados, urina, fezes, etc.). Resíduos radiativos com atividade
superior às recomendadas pela Resolução CNEN nr. 6/73 deverão ser acondicionados em
depósitos de decaimento (até que suas atividades se encontrem dentro do limite permitido
para sua eliminação
B.2 RESÍDUOS FARMACÊUTICOS
Compostos pôr medicamentos vencidos, contaminados, não mais necessários, interditados
ou não utilizados.
B.3 RESÍDUOS QUÍMICOS PERIGOSOS
Compostos pôr resíduos tóxicos, corrosivos, inflamáveis, explosivos,
reativos, genotóxicos ou mutagêneos. Alguns exemplos mais comuns são: quimioterápicos
antineoplásicos, produtos químicos não utilizados, germicidas fora de especificação,
solventes, ácido crômico (usado na limpeza de vidros de laboratório), mercúrio de
termômetros, soluções para revelação de radiografias, baterias usadas, óleo lubrificante
usado, etc.
C. RESÍDUOS COMUNS
Compostos pôr todos os resíduos que não se enquadram em nenhuma exigências anteriores e
que pôr sua semelhança com os resíduos domésticos comuns podem ser considerados como
tais. Nesta categoria incluem-se, pôr exemplo, o lixo administrativo os resíduos provenientes da
limpeza de jardins e pátios e os testes de preparo de alimentos. Dependendo das
circunstancias, caso haja interesse em se reduzir o volume dos resíduos destinados a
tratamento especial, admitir-se-á que o material colocado em unidades de internação,
ambulatórios e similares, seja classificado como lixo comum desde que conhecido o conteúdo,
e este não se enquadre nas categorias anteriores (vê-se que o lixo comum pode ser gerado em
qualquer área do estabelecimento: sua correta identificação permite, entre outros benefícios
que isso acarreta, a redução do volume de resíduos sujeitos a medidas especiais).
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II.3. SEPARAÇÃO
A separação entre resíduo perigoso e resíduo comum deve ser feita no local de origem. O
responsável técnico pôr um determinado serviço será também o encarregado da identificação e da
separação dos resíduos, bem como de qualquer tratamento prévio que deva ser realizado na própria
unidade.
A separação do lixo em categorias tem os objetivos constantes do QUADRO II.
- Quadro II -
OBJETIVOS DA SEPARAÇÃO DO LIXO EM CATEGORIAS
A.Racionalizar os recursos, permitindo-se tratamento específico e de acordo com as
necessidades de cada categoria:
B.Impedir a contaminação de grande quantidade de lixo pôr uma pequena quantidade de material
perigoso.
C.Intensificar as medidas de segurança apenas onde estas forem necessárias
D.Facilitar a ação em caso de acidente ou emergência.
A separação deve ser coerente com os métodos de tratamento e de disposição utilizados,
visando a facilitar estes procedimentos. Resíduos a serem submetidos a tratamentos diferentes
deverão ser separados na origem, pois não se admite separação posterior.
II.4 ACONDICIONAMENTO
O acondicionamento deverá estar de acordo com o tipo de resíduo, observando-se as regras
do QUADRO III
- Quadro III -
REGRAS PARA ACONDICIONAMENTO DE RESÍDUOS
A. Materiais cortantes ou perfurantes serão embalados em recipiente de material resistente.
B. Líquidos deverão estar contidos em garrafas, tanques ou frascos,preferencialmente
inquebráveis. Caso o recipiente tenha que ser de vidro, este deverá estar protegido dentro de
outra embalagem resistente.
C. Sólidos ou semi-sólidos serão embalados em sacos plásticos. Perfurantes ou líquidos, já
dentro de uma primeira embalagem resistente, deverão ser colocados em sacos plásticos
para facilitação do transporte e da identificação.
D. Todo resíduo infectante a ser transportado deverá ser acondicionado em saco plástico
branco e impermeável (usa-se o saco para lixo tipo II, indicado pela NBR-9190 da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT). Recomenda-se a utilização de dupla
embalagem (um saco contendo um ou mais sacos) para resíduos de áreas altamente infectadas
(como unidades de isolamento ou de laboratório) - desta forma, os sacos coletados nestas
unidades são colocados dentro de um saco maior, evitando-se o contato com o lado externo do
primeiro saco e garantindo-se maior segurança contra vazamento.
E. Os resíduos especiais têm de ser embalados de forma segura, compatível com suas
características físico-químicas. A padronização dessas embalagens e da forma de identificação
deverá ser objeto de um estudo complementar semelhante ao realizado pela ABNT para
resíduos infectantes.
F. Os resíduos comuns serão embalados em sacos plásticos para o lixo domiciliar, de qualquer cor
(usa-se o saco para lixo tipo I, indicado pela NBR-9190, da ABNT).
G. Os sacos deverão ser totalmente fechados, de tal sorte a não permitir o derramamento do
conteúdo, mesmo que virados com as bocas para baixo: uma vez fechados, precisam ser
mantidos íntegros até o processamento ou destinação final do resíduo. Caso ocorram
rompimentos frequentes dos sacos, dever-se-á verificar a qualidade do produto ou
métodos de transporte utilizados. Não se admite abertura ou rompimento de saco
contendo lixo infectante sem prévio tratamento.
H. Uma vez que a identificação do tipo e lixo se faz atravésda cor do saco, é fundamental que se
utilize sempre a embalagem adequada, evitando-se a falta de sacos pôr falha no fornecimento.
Assim, há que se manter sempre um estoque de segurança compatível com a oferta do
mercado e com o sistema de compras do estabelecimento.
I. A utilização de saco inadequado para o tipo de lixo será punível com multa para
oestabelecimento ou para o fabricante do saco (caso se constate falha no produto).
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II.5.COLETA
A coleta se divide em três fases: interna, externa e especial.
II.5.1.COLETA INTERNA
É aquela realizada dentro da unidade, consistente no recolhimento do lixo das lixeiras, no
fechamento do saco e no seu transporte até a sala de lixo. Os sacos e as lixeiras deverão ter
capacidade de acordo com a quantidade de resíduos produzidos e o número previsto de coletas.
O horário de coleta deverá ser programado de forma a minimizar o tempo de permanência do
lixo no local. O melhor horário prevê a coleta após as horas de maior movimento, para não atrapalhar
funcionários, pacientes e visitantes.
Recomenda-se, na coleta interna de resíduos infectantes ou especiais, a observância dos
preceitos que integram o QUADRO IV.
- Quadro IV -
REGRAS PARA COLETA INTERNA DE RESÍDUOS INFECTANTES OU ESPECIAIS
A. Jamais despejar o conteúdo da lixeira em outro recipiente.
B. Observar a cor do saco (o saco branco deverá ser sempre substituído pôr outro saco branco
- a não ser pôr recomendação do chefe responsável pelo serviço ou unidade, no caso de
mudança do tipo de lixo produzido).
C. As lixeiras para resíduos infectantes deverão ser providas de tampas e identificadas pôr cor,
símbolo ou inscrição (essas lixeiras hão de ser lavadas pelo menos uma vez pôr semana ou
sempre que houver vazamento do saco).
D. A coleta de lixo infectante ou de lixo comum, quando em locais onde haja risco de infecção
para o paciente, seguirá a esta rotina:
D.1 Observar a cor do saco e utilizar equipamentos de segurança individual
recomendados para aquele tipo de resíduo;
D.2 Fechar totalmente o saco, amarrando-o com arame ou cordão;
D.3 Retirar o saco da lixeira;
D.4 Pelo menos uma vez pôr dia, levar a lixeira vazia para a sala de utilidades a fim de
proceder à sua lavagem;
D.5 Se houver derramamento do conteúdo, cobrir o material derramado com um pano
embebecido em desinfetante (pôr exemplo, hipoclorito de sódio a 10.000ppm),
recolhendo-se em seguida, com uma pá, material e pano. Procede-se, depois, à
lavagem do local e à desinfecção, caso seja necessário. Deve-se usar avental. Botas,
luvas e máscaras. Utensílios que entrarem em contato direto com o material e o pano
deverão passar pôr desinfecção posterior;
D.6 Colocar um saco novo, fixando-o firmemente nas bordas da lixeira;
II.5.2.COLETA EXTERNA
Consiste no recolhimento do lixo armazenado nas unidades, transportando-o até a lixeira para
coleta municipal ou tratamento prévio.
Durante a coleta externa, o lixo infectante ou especial poderá ser transportado juntamente com
o lixo comum, desde que reembalado em um segundo saco plástico claramente identificado.
Todo o lixo transportado para fora da unidade deverá circular sempre em carro fechado, com
caçamba estanque, que não permita vazamento de líquidos. Estes carros hão de ser construídos com
material resistente à lavagem, liso e sem arestas, como, pôr exemplo, plástico, fibra de vidro e aço inox
(carros de madeira devem ser evitados). A capacidade máxima destes carros precisa estar de acordo
com as normas de segurança e medicina do trabalho. Os carros deverão apresentar, ainda, abertura
em toda a face superior, com tampa leve e de fácil manejo e, se tiverem mais de 150 litros de
capacidade, fundo com caimento e dreno tipo válvula de pia, com tampa para escoamento da água de
lavagem.
Recomenda-se que o transporte de lixo em hospitais ou outros estabelecimentos de grande
porte obedeça às regras que fazem parte do QUADRO V.
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- Quadro V -
REGRAS PARA O TRANSPORTE DE RESÍDUOS
A. Os roteiros e horários deverão ser fixos e estabelecidos em uma rotina de conhecimento
geral.
B. Deve-se evitar o cruzamento de material sujo com material limpo e a circulação pôr áreas
ocupadas pôr muitas pessoas (como elevadores ou corredores cheios), recomendando-se a
utilização do elevador exclusivo para material sujo.
C. Os carros de lixo jamais deverão ser deixados em corredores ou áreas de acesso de público
ou pacientes. Os carros ficarão, quando fora da unidade, na área de lavagem e
higienização: quando dentro da unidade, permanecerão na sala de material sujo.
D. Para maior segurança, recomenda-se o uso de carros pequenos, que permaneçam nas
salas de material sujo. No momento da coleta, um carro vazio e higienizado substituirá o
carro cheio, que irá diretamente para a lixeira, onde será esvaziado e higienizado, seguindo
para a próxima unidade. Este procedimento evita que o carro cheio de lixo circule pôr várias
unidades.
E. Qualquer derramamento de resíduos durante a coleta ou transporte deverá ser seguido de
interdição da área, lançando-se mão do procedimento descrito no item D.5 do QUADRO IV.
F. Sistemas automáticos ou semi-automáticos para transporte de lixo, tais como monta cargas
verticais ou horizontais, são recomendáveis, desde que de uso exclusivo para material sujo
devidamente embalado em sacos plásticos (ver pormenores de instalação na portaria HS nr.
400, de 6 de dezembro de 1.977 - normas e padrões de construções e instalações de
serviços de saúde).
G. Tubos de queda para lixo são proibidas.
I.5.3. COLETA ESPECIAL
Todo resíduos que enseje alto grau de risco e responsabilidade no transporte, e que não se
ajuste à rotina da coleta convencional, deverá ser recolhido separadamente, com o acompanhamento
de técnicos da unidade produtora e do serviço de Engenharia. Alguns resíduos perigosos poderão ser
acumulados na unidade. Possibilitando-se a retirada periódica pela coleta especial. Diminui-se, assim,
o risco na coleta comum.
São exemplos de resíduos que exigem coleta especial: lotes de medicamentos vencidos,
produtos químicos, explosivos ou inflamáveis, material radiativo acumulado para decaimento, material
biológico concentrado.
II.5.4. CUIDADOS COM O PESSOAL
Os cuidados com pessoal envolvido na coleta agrupam-se em duas modalidades: treinamento
e vigilância médico-sanitária.
O treinamento deverá ser realizado pôr ocasião do ingresso do funcionário, em reciclagens
periódicas e também durante o serviço. Um programa de treinamento precisa conter os pontos básicos
arrolados no QUADRO VI.
- Quadro VI -
PROGRAMA DE TREINAMENTO PARA PESSOAL DA COLETA
A. Generalidades sobre microorganismos.
B. Informações básicas sobre infecções.
C. Princípios de infecção hospitalar.
D. Funcionamento e organização das principais unidades.
E. Prevenção de infecções - higiene pessoal, equipamentos de proteção individual, cuidados
básicos, etc.
F. Conhecimento da simbologia e códigos utilizados, materiais e áreas de risco.
G. Uso e limitações dos desinfetantes.
H. Riscos específicos na manipulação dos resíduos infectantes, especiais e comuns.
I. Noções sobre funcionamento do serviço, chefia e supervisão, rotinas, procedimentos,
situações de emergência, notificação de acidentes, direitos e deveres dos trabalhadores,
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funcionamento da Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e da Comissão de Controle
de Infecção Hospitalar, segurança contra incêndios, etc.
J. Primeiros socorros (noções básicas).
A vigilância médico-sanitária tem pôr objetivo a prevenção de doenças profissionais; ela atua
evitando a admissão de funcionários inadequados e fazendo acompanhamento periódico do pessoal
contratado, para diagnóstico precoce de quaisquer anormalidades.
II.6. ARMAZENAGEM
O termo “armazenagem” se refere à guarda temporária dos resíduos, que precede a remoção
pela coleta externa, pela coleta municipal ou para tratamento no próprio estabelecimento.
As instalações para armazenagem são as salas de material sujo e as lixeiras.
II.6.1. SALAS DE MATERIAL SUJO
Recomenda-se que todas as unidades tenhamlocal exclusivo para guarda de lixo (admite-se
guarda de roupa suja junto com o lixo). Nas Unidades em que produzem resíduos infectantes ou onde
haja permanência de pacientes suscetíveis de adquirir infecção hospitalar, a existência da sala de
material sujo é da maior importância. Esta sala deverá ter as características apontadas pelo QUADRO
VII.
- Quadro VII -
CARACTERÍSTICAS DA SALA DE MATERIAL SUJO
A. Área mínima de 4 m2. (Prevendo-se espaço para o carro de coleta).
B. Pisos e paredes de material liso, resistente e lavável.
C. Ventilação adequada e telada.
E. Pia.
A existência de sala de utilidades ou de expurgo não desobriga quanto à necessidade da sala
de material sujo e vice-versa.
A sala de material sujo é facultativa em pequenos estabelecimentos, quando cada unidade não
ultrapassar 80 m2. Nesses casos, os resíduos poderão ser encaminhados diretamente à lixeira.
Será indispensável a existência de sala de material sujo nas unidades apontadas pelo
QUADRO VIII.
7- Quadro VIII -
UNIDADES EM QUE A SALA DE MATERIAL SUJO É INDISPENSÁVEL
A. Internação em geral.
B. Isolamento.
C. Berçário
D. Tratamento Intensivo
E. Emergência
F. Centro Cirúrgico
G. Centro Obstétrico
H. Laboratório de Patologia Clínica.
I. Hemoterapia.
J. Hemodiálise.
L. Anatomia Patológica
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II.6.2. Lixeiras
A lixeira (abrigo de lixo) é o local onde o resíduo é armazenado até que seja coletado pelo
serviço municipal ou receba algum tipo de tratamento (ou destinação) no próprio estabelecimento.
Todo estabelecimento que produza lixo infectante ou especial deverá ser dotado de lixeira com as
características que estão no QUADRO IX. A lixeira deverá ser lavada diariamente após a coleta.
Ocorrendo derramamento de lixo, proceder conforme orientação contida no item D.5, do QUADRO IV.
Se houver adoção do sistema de coleta exclusiva para resíduos perigosos ou se fizer
tratamento dos resíduos infectantes no próprio estabelecimento, recomenda-se a utilização de áreas
separadas para resíduos infectantes, especiais e comuns. Quando a coleta municipal não diferenciar
resíduos, estes poderão ficar na mesma área, independentemente de sua categoria.
- Quadro IX -
CARACTERÍSTICAS DAS LIXEIRAS
A. Acesso impedido para pessoas estranhas ao serviço e vedação para insetos e animais.
 As aberturas deverão ser teladas e as portas precisam fechar totalmente, sem frestas, sendo
dotadas de chave para que permaneçam cerradas até o momento da coleta (a chave poderá
ser dispensada quando a lixeira for localizada em área e vigiada, de acesso exclusivo de
funcionários).
B. As entradas das lixeiras deverão exibir advertência e identificação adequadas (ver modelo
apresentado na figura 2).
C. As superfícies internas, pisos e paredes hão de ser de material liso, resistente, lavável e de
cor branca.
D. Piso com caimento adequado e ralo ligado à rede de esgotos (quando forem utilizados
“containers”, o ralo deverá ficar sob seus drenos).
E. Torneira para lavagem (recomenda-se o uso de água quente).
F. Iluminação abundante dentro e fora da lixeira, principalmente se a coleta for noturna.
G. Caso se utilize de sistema de “containers” basculantes, as portas deverão ser amplas o
suficiente para permitir sua movimentação.
H. As dimensões da lixeira precisarão ser suficientes para abrigar a produção de pelo menos 2
dias (caso a remoção seja diária) ou 3 dias (caso a remoção ocorra em dias alternados),
estabelecendo-se assim, uma margem de segurança para eventual falha no serviço.
I. Toda lixeira deverá ter uma área para lavagem e higienização dos carros utilizados no
transporte de lixo. A área de lavagem será localizada anexa à lixeira (admite-se que seja
instalada próxima à lavanderia, pois poderá servir também para a higienização dos carros de
roupa suja).
J. O acesso do caminhão de coleta deverá ser facilitado, prevendo-se espaço suficiente para
manobras junto ao local.
II.7. Transporte
O transporte do lixo classificado como comum deve seguir as mesmas recomendações
aplicáveis ao lixo doméstico, atendida a legislação em vigor. O transporte dos resíduos infectantes e
especiais para fora do estabelecimento requer, entretanto, cuidados específicos e rígido controle
sanitário.
Sempre que previsto o transporte de resíduos infectantes ou especiais, este só poderá ocorrer
se existirem condições adequadas para se arcar com todo o resíduo coletado. (Incluídas aqui as
condições mínimas de segurança).
Todo o pessoal envolvido deverá receber orientação, treinamento e acompanhamento médico
semelhante ao recomendado ao pessoal da coleta interna (ver item 2.5.4.). Rotinas de procedimentos
normais e de emergência precisam ser previstas, devendo ser de conhecimento de todos os
funcionários do serviço. Tais rotinas serão descritas de forma clara e afixadas em todos os locais de
trabalho, inclusive veículos coletores.
As embalagens contendo resíduos infectantes têm de ser mantidas íntegras até o
tratamento o disposição final. O transporte destes resíduos fora da embalagem original ou
rompimento dela antes do tratamento é proibido.
Os veículos que transportarem material infectante deverão ser identificados, usando, para isto, nos 4
lados, o desenho mostrado pela figura 2.
26
 Figura 2
27
Qualquer tipo de veículo poderá ser usado para transporte de resíduos infectantes, desde que
seja totalmente fechado e de fácil limpeza em caso de derramamento (tendo, para tanto, acabamento
interno liso e impermeável; deverá atender, também, a todas as disposições deste Manual. Carrocerias
compactadoras não são recomendadas, pois além de provocar rompimento da embalagem na
compactação, dificultam os processos de tratamento (tais como incineração ou desinfecção). Os
veículos usados na coleta de resíduos infectantes não precisam ser exclusivos deste serviço, podendo
utilizá-los na coleta de lixo doméstico (desde que observadas às recomendações de transporte em
embalagem fechada e lavagem adequada, a ser realizada no fim de cada percurso sempre que houver
derramamento).
Quanto aos resíduos especiais, as recomendações para seu transporte serão objetos de um
estudo específico, a ser elaborado posteriormente. É de se afirmar, todavia, que pequenas
quantidades de resíduos especiais poderão ser transportadas da mesma forma que os resíduos
infectantes, observadas as cautelas devidas em face das características peculiares ao material que o
componha. Para o transporte de grandes quantidades de resíduos especiais, a autoridade responsável
pelo trânsito local deverá ser consultada, a fim de se determinar as condições em que o transporte
poderá se efetuar em segurança.
II.8. TRATAMENTO E DISPOSIÇÃO FINAL
Considera-se como tratamento adequado para resíduos de serviços de saúde qualquer
processo que, reproduzido dentro de condições de segurança e com eficiência comprovada, modifica
suas características físicas, químicas e biológicas, ajustando-se aos padrões aceitos para uma
determinada forma de disposição final.
As formas de disposição final para resíduos de serviços de saúde devem ser aquelas que, por
si ou associadas a um determinado tratamento prévio, impedem a disseminação de agentes
patogênicos ou de qualquer outra forma de contaminação acima de limites aceitáveis.
Há que se destacar que, na falta de um sistema municipal de disposição final, o
estabelecimento produtor dos resíduos ficará responsável pôr ela, bem como pelo eventual tratamento
a que for submetido o lixo (principalmente no que concerne aos resíduos infectantes e especiais).
II.8.1. TRATAMENTO
As recomendações que aqui são apresentadas aplicam-se apenas aos resíduos infectantes (os
resíduos comuns dispensam tratamento especial; resíduos especiais serão objeto de estudo
específico).
Deve-se incrementar, na medida do possível, a reciclagem de resíduos químicos e a
substituição dos produtos ou processos geradores de resíduos perigosos pôr outros com menor risco.
Qualquer processo de tratamento de resíduos infectantes deverá ser constantemente
monitorado pôr meio de indicadores que, utilizados em testesperiódicos, garante a segurança dos
resultados. Os indicadores biológicos são os mais recomendados; indicadores físicos ou químicos
poderão ser usados desde que comprovada sua eficácia. Não há como definir parâmetros para
processos de tratamento de lixo (temperatura, pressão etc.) Para cada situação, deverá ser criada uma
rotina de trabalho que se mostre adequada em função do equipamento, do pessoal, do tipo de lixo e de
outras condições locais.
A vigilância e o controle exercidos pelos órgãos do governo estadual deverão atingir tanto os
serviços municipais quanto os estabelecimentos que realizam o tratamento do próprio lixo. Essas
equipes de fiscalização precisarão ter apoio laboratorial em âmbito regional para verificação periódica
do funcionamento de incineradores e demais equipamentos.
Os métodos recomendados para tratamento de resíduos infectantes são apresentados no
QUADRO X. Qualquer outra forma de tratamento que se revele eficaz e segura será aceitável,.
Ressalte-se que os métodos citados são os comumente usados e que formas alternativas e novas
tecnologias deverão ser ensaiadas.
Não há uma forma única para tratamento de todos os resíduos infectantes - a melhor solução
deverá ser o resultado da combinação entre variáveis locais como condições geográficas, infra
estrutura já existente, disponibilidade de recursos e quantidade e distribuição dos serviços de saúde.
Em grandes municípios, os sistemas de tratamento tendem a ser centralizados. Nos pequenos
municípios, hospitais e outros estabelecimentos poderão ter uma participação mais ativa neste
processo. Soluções conjuntas através de convênios firmados entre os serviços de saúde e os
municípios poderão ter uma participação mais ativa neste processo. Soluções conjuntas através de
convênios firmados entre os serviços de saúde e os municípios, poderão viabilizar sistemas de
resíduos em menor prazo e com custo mais baixo.
- Quadro X -
28
MÉTODOS DE TRATAMENTO DE RESÍDUOS INFECTANTES
A. INCINERAÇÃO
A.1. PONTOS POSITIVOS
- Aplica-se bem a qualquer tipo de resíduo infectante, bem como a alguns tipos de
resíduos especiais.
- Reduz o volume e peso
- Elimina características repugnantes dos resíduos patológicos e de animais.
A.2 PONTOS NEGATIVOS
- Dificuldade de controle dos efluentes gasosos.
- Dificuldade de operação e manutenção exigindo pessoal especializado.
- Necessidade de transporte para fora do estabelecimento (não se
recomenda a instalação de incineradores próprios em hospitais
localizados em grandes cidades, possuidoras de várias fontes produtoras de
resíduos infectantes).
- Agravamento da poluição do ar com a queima de PVC e outros plásticos comuns
nos resíduos dos serviços de saúde (sugere-se a separação prévia destes materiais).
- Dificuldade para queima de resíduos com maior quantidade de líquidos (sangue e
hemoderivados, resíduos patológicos etc.).
B. ESTERILIZAÇÃO A VAPOR
B.1. PONTOS POSITIVOS
- Não produz poluição atmosférica.
- Pode ser instalada em qualquer lugar e dispensa o transporte especial para fora do
estabelecimento.
- Utiliza pessoal especializado para sua operação e manutenção normalmente já
empregado do estabelecimento.
- Pode ser utilizada para qualquer tipo de resíduo infectante.
B.2. PONTOS NEGATIVOS:
- Não reduz volume ou peso.
- Baixa eficácia para resíduos de maior densidade ou líquidos, elevando o consumo de
energia.
- Exige embalagens que permitam a perfeita penetração do vapor (sacos plásticos
comuns dificultam a penetração do vapor, mesmo abertos).
C. DESSINFECÇÃO QUÍMICA (POUCO CITADA NA LITERATURA)
C.1. PONTOS POSITIVOS:
- Facilidade para tratamento de materiais líquidos (indicada para sangue humano,
hemoderivados e material biológico).
- Não exige grande investimento inicial.
C.2. PONTOS NEGATIVOS:
- Contra indicada para resíduos anátomo patológicos, animais contaminados e para parte
do material proveniente de locais de locais de isolamento.
- Não elimina o resíduo, constituindo-se o próprio produto num poluente químico.
- Pode ser ineficaz pôr excesso de matéria orgânica, diluição inadequada ou
prazo de validade do produto vencido.
D. OUTROS
- Resíduos anátomo-patológicos (ou cirúrgicos) como membros amputados, órgãos e
placentas poderão ser enterrados em cemitérios ou cremados, conforme legislação
específica.
- O lançamento de resíduos na rede de esgotos, desde que previamente tratados e passados
em triturador especial é uma alternativa possível quando autorizada pelos técnicos
responsáveis pelo tratamento de esgoto do município.
 I.8.2. DISPOSIÇÃO FINAL
O resíduo submetido a tratamento torna-se lixo comum, e como tal deverá ser considerado,
inclusive na identificação (ou seja, não mais será embalado em sacos plásticos brancos - mas de outra
29
cor qualquer). Apenas os resíduos perfurantes continuarão a exigir cuidados especiais contra
acidentes.
O aterro sanitário é a melhor forma de disposição para o resíduo comum ou tratado. Deverão
ser evitadas as usinas de compostagem e os “lixões”onde atuem catadores, tendo em vista a
segurança (em face da possibilidade de ocorrência de falha no tratamento ou na separação executada
pelo estabelecimento produtor).
De uma maneira geral, recomenda-se que a manipulação de resíduos seja a menor possível
(chamamos a atenção para o risco representado pelo reprocessamento incorreto ou ilícito de
material médico-hospitalar descartável e pela engorda de animais com restos de alimentos das
refeições de pacientes).
Estudos a respeito da sobrevivência de microorganismos patogênicos em aterros sanitários
indicam que estes tendem a ser inativos em poucos dias pôr causa da temperatura de fermentação,
processo que se acelera em locais de clima quente. Tais estudos, porém, não se mostram
suficientemente conclusivos para se admita o lançamento de resíduos infectantes não tratados em
aterros sanitários, a não ser em condições especiais, sob rígido controle e precauções. Pesquisas
sobre este tema precisam ser desenvolvidas para que se obtenham novas técnicas com eficácia
elevada e baixo custo.
III. CONTROLE E AVALIAÇÃO
Além da fiscalização direta feita pelos chefes de serviços envolvidos no processo, o sistema de
resíduos deverá utilizar outros recursos para garantir a segurança e o desempenho adequados. As
atividades de controle e avaliação também deverão ser atribuições da Comissão Interna de Prevenção
e Acidentes (CIPA), da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) e do Gerente do
Programa de Resíduos. Este último será funcionário de nível superior, designado para representar a
direção do estabelecimento no tocante ao sistema de resíduos, quer no âmbito interno, quer no âmbito
externo da instituição.
III.1. COMISSÃO INTERNA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
A CIPA é o órgão que necessariamente deve existir conforme disposição da NR-5, que integra
a Portaria Mtb nr. 3.214/78, sendo composta pôr igual número de representantes dos empregados e do
empregador; seu objetivo é o de zelar pelas condições de trabalho dos empregados e do patrimônio do
empregador. No estabelecimento de saúde, sua atuação se amplia, beneficiando também o usuário.
As atribuições da CIPA constam do QUADRO XI.
- Quadro XI -
ATRIBUIÇÕES DA CIPA
A. Estudar as medidas de prevenção de acidentes empregadas.
B. Realizar inspeções de equipamentos e instalações.
C. Notificar a existência de riscos.
D. Promover a divulgação e zelar pela observância das normas de segurança, bem como de
regulamentos e instruções de serviços.
E. Despertar, através do processo educativo, o interesse dos empregados pela prevenção
de acidentes.
F. Manter registro de ocorrências de acidentes e de doenças profissionais, participando do
estudo de suas causas, circunstâncias e consequências.
II.2. COMISSÃO DE CONTROLE DE INFECÇÃO HOSPITALAR
A CCIH, obrigatória em todos os hospitais do País, consoante disposição da Portaria MS nr.
196/83, atua de forma parecidacom a da CIPA. Seu objetivo é, entretanto, o controle e a prevenção
das infecções hospitalares. A CCIH deve ser composta pôr representantes dos serviços nos quais os
cuidados com assepsia são críticos; ela participa do programa de resíduos mediante atividades que se
acham alinhadas no QUADRO XII.
30
- Quadro XII -
ATIVIDADES DA CCIH RELACIONADAS COM O PROGRAMA DE RESÍDUOS
A.Implantação dentro do sistema de vigilância epidemiológica, de procedimento de investigação
específica para questões de higiene hospitalar e resíduos.
B.Elaboração de normas técnicas complementares e sugestão de medidas para melhor
funcionamento do sistema de resíduos em face do risco e infecções.
C. Realização de treinamento em serviço.
D. Implementação de todas as medidas recomendadas e supervisão de sua aplicação.
III.3. GERENTE DO PROGRAMA DE RESÍDUOS
O Gerente do Programa de Resíduos será figura catalisadora do programa de resíduos.
Escolhido dentre os funcionários com maiores atribuições na área (em hospitais onde exista serviço de
higiene, o chefe deste será o Gerente do Programa de Resíduos), ele deverá buscar a integração dos
serviços em qualquer ponto do sistema, garantindo o mesmo padrão de confiabilidade, eficácia e
segurança para todas as suas fases (cabe ao Gerente do Programa de Resíduo fazer com que, pôr
exemplo, uma questão levantada pelo responsável pela incineração do lixo - vinculado ao serviço de
Engenharia - chegue ao funcionário do laboratório de Anatomia Patológica - vinculado ao serviço de
apoio clínico - de forma que tudo se resolva com a agilidade desejada).
Ao Gerente do Programa de Resíduos caberá assumir, em primeira instância, a
responsabilidade sobre qualquer problema relacionado ao lixo, tanto interna como externamente,
reportando-se, conforme o caso, à direção do estabelecimento.
IV. ATRIBUIÇÃO DE RESPONSABILIDADES
Esta atribuição de responsabilidades acha-se formulada a partir de recomendações da
Organização Mundial de Saúde e de normas contidas na legislação vigente.
IV.1. RESPONSABILIDADE DO ESTADO
O poder público deverá intervir sempre que a questão envolver riscos à saúde pública, à saúde
do trabalhador ou ao meio ambiente.
Os programas de resíduos de serviços de saúde hão de ser partes de um sistema geral de
controle (que envolva todos os tipos de resíduos de alto risco).
Os municípios precisam ser incentivados, técnica e financeiramente, a apresentar soluções
(inclusive em conjunto com os municípios vizinhos) para a destinação final dos resíduos de serviços de
saúde.
A recuperação e a reciclagem de materiais deverá ser regulamentada - desde que os riscos
para a saúde possam ser controlados com segurança.
IV.2. RESPONSABILIDADE DA INSTITUIÇÃO
Como vimos, um membro da direção do estabelecimento deverá ser indicado para ser Gerente
do Programa de Resíduos. Os estabelecimentos de saúde hão de ser responsáveis pelos
custos associados ao tratamento especial exigido pelo lixo. É da responsabilidade da instituição a
adequada separação, identificação e destinação dos resíduos.
As demais responsabilidades pelo gerenciamento do sistema de resíduos estão divididas conforme
suas fases e se acham indicadas na figura
31
NBR 12807
RESÍDUO DE SERVIÇO DE SAÚDE - TERMINOLOGIA
1. OBJETIVO
Esta Norma define os termos empregados em relação aos resíduos de serviços de saúde.
2. DOCUMENTO COMPLEMENTAR
Na aplicação desta Norma é necessário consultar:
Resolução CNEN-NE-6.05 - Gerência de rejeitos radioativos em instalações radioativas
NBR 7500 - Símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de material -
Simbologia
NBR 10004 - Resíduos sólidos - Classificação
NBR 12806 - Resíduos de serviços de saúde - Classificação
NBR 12809 - Manuseio de resíduos de serviços de saúde - Procedimento
3. DEFINIÇÕES
Para os efeitos desta Norma são adotadas as definições de 3.1 a 3.37.
3.1. Altura de carga
Menor distancia entre o solo e a borda inferior da abertura de alimentação do veiculo coletor,
ou de qualquer outro equipamento utilizado para armazenagem e transporte de resíduos, intra
e extra-estabelecimento.
3.2 Abrigo de resíduo
Elemento destinado ao armazenamento temporário dos resíduos de serviços de saúde, no
aguardo da coleta externa.
3.3 Acondicionamento
Ato de embalar os resíduos de serviços de saúde, em recipiente, para protege-los de risco e
facilitar o seu transporte, de acordo com os procedimentos adotado pela NBR 12809.
3.4 Área de higienização
Local destinado a limpeza e desinfecção simultânea dos carros de coleta, containers e demais
equipamentos.
3.5 Armazenamento interno
Guarda temporária dos recipientes, em instalações apropriadas, localizadas na própria unidade
geradora, de onde devem ser encaminhados, através da coleta interna II, para o
armazenamento externo.
3.6 Armazenamento externo
Guarda temporária adequada, no aguardo da coleta externa.
3.7 Coleta externa
Operação de remoção e transporte de recipientes do abrigo de resíduo, através do veiculo
coletor, para o tratamento e/ou destino final.
3.8 Coleta interna I
Operação de transferencia dos recipientes do local de geração para a sala de resíduo.
3.9 Coleta interna II
Operação de transferencia dos recipientes da sala de resíduo para o abrigo de resíduo ou
diretamente para tratamento.
3.10 Container
32
Equipamento fechado, de capacidade superior a 100 L, empregado no armazenamento de
recipientes.
3.11 Desinfeção
Destruição de agentes infectantes na forma vegetativa situados fora do organismo, mediante a
aplicação direta de meios físicos ou químicos.
3.12 Elemento
Área ou compartimento com finalidade determinada.
3.13 Estabelecimento gerador
Instituição que, em razão de suas atividades, produz resíduos de serviços de saúde.
3.14 Esterilização
Destruição ou eliminação total de todos os microrganismos na forma vegetativa ou esporulada.
3.15 Gari
Indivíduo que executa o serviço de coleta externa.
3.16 Geração
Transformação de material utilizável em resíduo.
3.l7 Guarnição
Equipe composta pelo motorista do veiculo coletor e garis.
3.18 Identificação
Conjunto de medidas executadas de acordo com a NBR 7500 e a NBR 12809, que expõe o
tipo de resíduo de serviço de saúde contido num recipiente, fornecendo informações
complementares, quando necessário.
3.19 Limpeza
Processo de remoção de sujidade.
3.20 Limpeza e desinfecção simultânea
Processo de remoção de sujidade e desinfecção, mediante uso de formulações associadas de
um detergente com uma substancia desinfetante.
3.21 Manuseio
Operação de identificação e fechamento do recipiente.
3.22 Pequeno gerador
Estabelecimento cuja produção semanal de resíduos de serviços de saúde não excede a 700 L
e cuja produção diária não excede a 150 L
3.23 Recipiente
Objeto capaz de acondicionar resíduos sólidos e líquidos, tais como: saco plástico, galão,
caixa.
3.24 Recipiente rígido
Invólucro resistente e estanque, empregado no acondicionamento de resíduos
perfurante e cortante.
33
 3.25 Rejeito radioativo
Material radioativo ou contaminado com radionuclideos, proveniente de laboratório de analises
clinicas. serviços de medicina nuclear e radioterapia (Resolução CNEN- N E-6.05).
3.26 Resíduo
Material desprovido de utilidade para o estabelecimento gerador.
3.27 Resíduo comum
Resíduo de serviço de saúde que não apresenta risco adicional a saúde publica.
3.28 Resíduo especial
Resíduo de serviço de saúde do tipo farmacêutico, químico perigoso e radioativo.
3.29 Resíduo farmacêutico
Produto medicamentoso com prazo de validade vencido, contaminado, interditado ou não
utilizado.
3.30 Resíduo infectante
Resíduo de serviço de saúde que, pôr suas características de maior virulência, infectividade e
concentração de patogenos, apresenta risco potencial adicional a saúde pública.
3.31 Resíduo químico perigoso
Resíduo químico que, de acordo com os parâmetros da NBR 10004, possa provocar danos a
saúde ou ao meio ambiente.
3.32 Resíduo de serviço de Saúde
Resíduo resultante de atividades exercidas pôr estabelecimento gerador, de acordo com a
classificação adotada

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