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Teoria da Empresa A disciplina de teoria da empresa contempla empresa stricto sensu, grupo formado pelas empresas personificadas e não personificadas; e também fundações, cooperativas etc. Direito Empresarial trata da empresa propriamente dita, enquanto o Direito Societário trata da relação entre os sócios de uma empresa. Evolução Histórica da Teoria da Empresa 1) Fase subjetiva - direito classista: Feudalismo - Surge com a figura do mercador, apresentando-se como direito de classe, para regular as trocas, realocações de recursos etc que eram naturais à época. Desta forma, compreende-se como sistema de normas reguladoras, de natureza privada, servindo para regular as atuações daqueles que se dedicavam a atividade comercial, ou seja, dos comerciantes. Foi concebido como um direito especial, denominado comercial. A base para o direito comercial formou-se através de usos e costumes, sendo chamado também de Direito Consuetudinário. Considerando a forma como o poder estava disposto, sem uma consolidação de ordem nacional por parte dos Estados, os comerciantes passaram então a se organizarem em corporações. 2) Fase objetiva - direito escrito: Em virtude dos diversos conflitos das relações entre comerciantes e não-comerciantes, surgiu a necessidade de determinar o que constituía a matéria de comércio, competência para resolução de conflitos etc. Após a Revolução Francesa de 1789, os costumes até então utilizados para resolução dos conflitos oriundos daquelas relações foram condenados pela Lei 14 de 17.06.1791, quando todas as regras de corporações desapareceram. Neste momento então inaugura-se a fase objetiva do direito comercial. Desta forma, as normas de direito comercial passaram a ser aplicadas àqueles que praticassem habitualmente atos de comércio (art. 632, Código Napoleônico), e não mais àqueles regularmente matriculados em corporações. Durante o século XIX, diversos outros países seguiram adotando o exemplo da codificação francesa, promulgando seus Códigos de Comércio, nos quais adotou-se a teoria dos atos de comércio de inspiração francesa. 3) Fase denominada “subjetivismo moderno”: Nesta fase, o núcleo conceitual do Direito Comercial deixa de ser o “ato comercial” e passa a ser a “empresa”, vindo a abranger não somente os atos comerciais mas também a prestação de serviços, tão necessária à época e até hoje. Houve o deslocamento da aplicação do Direito antes aplicado a uma atividade e agora para uma pessoa, física ou jurídica, denominada “empresário”. Desta forma, qualquer atividade econômica pode ser organizada como empresa. EMPRESA: É uma ficção jurídica intangível. O estabelecimento comercial é material. É atividade econômica organizada de produção ou circulação de bens ou de serviços, que gera lucro. ATIVIDADE: Deve ser sempre lícita ou não defesa em lei. Livre, pero no mucho. FATOR ECONÔMICO: Não havendo, é fundação ou instituição filantrópica. FINALIDADE: Define-se pelo seu objeto. LIBERDADE: O Estado atua nas falhas do mercado. NATUREZA JURÍDICA: Pessoa jurídica de direito público/privado. Sociedades Empresa (art. 966, CC) Empresário EIRELI REQUISITOS QUE DETERMINAM QUEM É EMPRESÁRIO: Art. 966, CC - Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para produção ou circulação de bens ou serviços. §Ú: Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa. Ex: Luan Santana. Art. 978, CC - Empresário individual casado pode, sem necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, pode alienar bens que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los em ônus real. Empresário deve possuir capacidade plena. Art. 974, CC - Poderá o incapaz, por meio de representante ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança. §1º Nos casos deste artigo, precederá autorização judicial, após exame das circunstâncias e dos riscos da empresa, bem como da conveniência em continuá-la, podendo a autorização ser revogada pelo juiz, ouvidos os pais, tutores ou representantes legais do menor ou do interdito, sem prejuízo dos direitos adquiridos por terceiros. §2º Não ficam sujeitos ao resultado da empresa os bens que o incapaz já possuía, ao tempo da sucessão ou da interdição, desde que estranhos ao acervo daquela, devendo tais fatos constar do alvará que conceder a autorização. §3º O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos: (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) II – o capital social deve ser totalmente integralizado; (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011) III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais. (Incluído pela Lei nº 12.399, de 2011). Art. 117 da Lei n. 8.112/90 (Estatuto dos Servidores da União) X - É vedado participar de gerência ou administração de sociedade privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário. Ex: Min. Gilmar Mendes - IDP Empresa é centro de imputação Direitos, deveres e obrigações Art. 931, CC - Responsabilidade objetiva dos empresários individuais e empresas: Ressalvados outros casos previstos em lei especial, os empresários individuais e as empresas respondem independentemente de culpa pelos danos causados pelos produtos postos em circulação. Como a empresa atua no mercado? Contratos vinculam os clientes, viabilizando o funcionamento das empresas, bem como a geração de riquezas. Contrato - 1) Contratante Indústria 2) Contratada Mercado Consumidor Setor Público / Terceiro Setor - ONG’s etc. 1962 - Discurso de John Kennedy: proteção ao consumidor (CF/88 - art. 5º, XXXVII e Lei n. 8.078/90) Com relação aos princípios, lembrar: Diferença entre livre iniciativa vs. livre concorrência: o primeiro refere-se a independência da empresa ante o Estado e teve origem em meados de 1776, já a livre concorrência refere-se a capacidade para empreender sendo este princípio constitucional da ordem econômica, advindo da CF/88. Art. 425, CC - É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código. Função social da empresa: dar lucro, gerar riquezas. Quando a empresa não cumpre sua função social e ainda não quebrou, prejudica o mercado. A empresa pode ser explorada por uma PF ou PJ. No primeiro caso, o exercente da atividade econômica se chama empresário individual, no segundo caso, sociedade empresarial. OBRIGAÇÕES DOS EMPRESÁRIOS a) Registrar-se na junta comercial antes de dar início a exploração de sua atividade. O registro possui caráter meramente formal, sem análise de mérito - art.967, CC: É obrigatória a inscrição do empresário no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, antes do início da sua atividade. b) Manter escrituração regular de seus negócios; c) Levantar demonstrações contábeis periódicas. Art. 998, CC - Nos trinta dias subseqüentes à sua constituição, a sociedade deverá requerer a inscrição do contrato social no Registro Civil das Pessoas Jurídicas do local de sua sede. §1º O pedido de inscrição será acompanhado do instrumento autenticado do contrato, e, se algum sócio nele houver sido representado por procurador, o da respectiva procuração, bem como, se for o caso, da prova de autorização da autoridade competente. §2º Com todas as indicações enumeradas no artigo antecedente, será a inscrição tomada por termo no livro de registro próprio, e obedecerá a número de ordem contínua para todas as sociedades inscritas. Constituição é o momento em que o ato constitutivo é assinado Teoria contratualista Autoridade competente Ex: Financeira, educação etc. A julgar do tipo societário, é necessário visto de advogado. Registro não é CNPJ! Atos do Registro: matrícula, arquivamento - concede personalidade jurídica. Antes disso, a empresa não produz efeitos perante terceiros. Prazo para correção de vícios sanáveis: 30 dias corridos. Se não fizer o registro? Irregular como empresário Sociedade “irregular”, fica desprotegida dentro daquele tipo societário escolhido, sendo regido pelas regras da Sociedade em Comum. * Se levar a Registro após os 30 dias subsequentes a constituição da sociedade, pode registrar igual. No entanto, fica regido pelas regras da Sociedade em Comum. EXCEÇÃO: Empresário rural e pequeno empresário. Nestes casos, não se exige registro. No entanto, só gozará do benefício de ser empresário se for registrado. Art. 970, CC - A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí decorrentes. Art. 971, CC - O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro. Inatividade: 10 anos sem apresentação de balanço ou guia de pagamento de impostos. - Efeitos: problemas de natureza tributária. PERSONALIZAÇÃO Aquisição da personalidade: nasce com o registro. O sujeito de direito personalizado tem aptidão para a prática de qualquer ato, exceto os expressamente proibidos em lei. Já o despersonalizado somente pode praticar ato essencial ao cumprimento de função. (Fábio Ulhoa Coelho) - Efeitos: a) Titularidade obrigacional; b) Titularidade processual; c) Responsabilidade patrimonial. Marco inicial da aquisição de personalidade: registro. Marco final da personalidade: dissolução, liquidação e partilha. CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS PLURALIDADE DE PESSOAS - Sociedades empresárias: nome coletivo, comandita simples, anônima e limitada; - Sociedades não empresárias: sociedade de advogados, intelectuais etc. 1º critério de classificação: quanto a razão da sociedade, sociedade de pessoa (LTDA) ou de capital (S.A); ainda, há sociedades híbridas que se formam em razão da pessoa e do capital. 1) Em nome coletivo de pessoas 2) Em comandita simples de pessoas 3) Limitada de pessoas ou de capital (híbrida: depende do que prevê o ato constitutivo) 4) Anônima de capital 5) Comandita por ações de capital 2º critério de classificação: quanto a natureza da sociedade, sociedades contratuais (contrato social) ou institucionais (estatuto). Inobstante haja divisão, a lógica do direito societário é contratualista no âmbito da autonomia da vontade. 3º critério de classificação: quanto a estabilidade ou instabilidade do vínculo (modo como se opera o direito de retirada ou exclusão dos sócios) - Instabilidade Desligamento por declaração unilateral (prescinde anuência) Nome coletivo Prazo indeterminado Comandita simples Sempre é possível sair de forma unilateral da sociedade, em ambos os vínculos muda os efeitos (ônus) de quem sai. - Estabilidade: comandita simples, nome coletivo, S.A e Comandita por ações - PRAZO DETERMINADO. - Híbrida: limitada ao ato constitutivo. 4º critério de classificação: quanto a responsabilidade dos sócios. Regra: responsabilidade subsidiária - só pensa em discutir responsabilidade dos sócios depois de tentar atingir o patrimônio da empresa. Responsabilidade direta é sempre da empresa. Art. 1.024, CC - Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. Limitada: a sua participação societária (S.A e LTDA) Responsabilidade Ilimitada: sociedade de pessoas (advogados) ou MEI SOCIEDADES PERSONIFICADAS OU NÃO PERSONIFICADAS Personificadas - PJ Sociedades Empresárias Em comum/de fato Não personificadas Em conta de participação Art. 986, CC - Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. SOCIEDADE EM COMUM - art. 986, CC É um aglutinamento de sujeitos sem personalidade jurídica, considerado pela Doutrina como solução para a irregularidade da empresa. Há natural confusão patrimonial. Como fazer prova do ato? Art. 104, CC - A validade do negócio jurídico: pressupostos. Art. 212, CC - Formas de prova O que deve ser provado? Tudo que é “de fato” tem que ser provado 1) Relação entre a sociedade e terceiros; 2) Relação entre os sócios. Art. 987, CC - Os sócios, nas relações entre si e perante terceiros, somente por escrito podem provar a existência da sociedade, mas os terceiros podem prová-la de qualquer modo. Terceiros até mediante testemunha Sócios somente prova documental Terceiro e res inter alios acta Os atos praticados só existem para aqueles que praticam o ato, não podendo prejudicar terceiros. Res inter alios acta Um assunto entre outros não é da nossa conta Art. 75, CPC - Serão representados em juízo, ativa e passivamente: IX - A sociedade e a associação irregulares e outros entes organizados sem personalidade jurídica, pela pessoa a quem couber a administração de seus bens; Ou seja, aquele que cuida do $. Bruto Patrimônio social Econômico Moral Art. 91, CC - Constitui universalidade de direito o complexo de relações jurídicas, de uma pessoa, dotadas de valor econômico - conceito de patrimônio. Art. 988, CC - Os bens e dívidas sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum. CUIDADO: Imóveis não comunicam - preservação da propriedade Art. 989, CC - Os bens sociais respondem pelos atos de gestão praticados por qualquer dos sócios, salvo pacto expresso limitativo de poderes, que somente terá eficácia contra o terceiro que o conheça ou deva conhecer. Somente limita comunicação de bens por pacto expresso. Patrimônio especial Situação de fato No título, nunca haverá vinculação com sociedade. Os bens imóveis são os únicos bens na sociedade em comum que não comunicano patrimônio especial Salvaguardada as benfeitorias e acessões Enriquecimento ilícito ou sem causa. Responsabilidade sempre solidária Art. 990, CC - Todos os sócios respondem solidária e ilimitadamente pelas obrigações sociais, excluído do benefício de ordem, previsto no art. 1.024, aquele que contratou pela sociedade. Benefício de ordem - execução dos bens da empresa antes dos bens dos sócios. Art. 1.024, CC - Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais. SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - SCP A) Sócio ostensivo Figuras dependentes. Ex: Construtora e B) Sócio oculto/participante Investidores Deveres - sócio ostensivo (único responsável pela execução do objeto devido): prática do objeto do negócio jurídico. Art. 993, CC - O contrato social produz efeito somente entre os sócios, e a eventual inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade jurídica à sociedade. JAMAIS!!!!!! a) Não oponível a terceiros; b) Não aproveitável à terceiros: res inter alios acta. Art. 991, CC - Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentes. Art. 992, CC - A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. Art. 994, CC - A contribuição do sócio participante constitui, com a do sócio ostensivo, patrimônio especial, objeto da conta de participação relativa aos negócios sociais. O sócio participante responde solidariamente com o sócio ostensivo se tiver tomado parte da relação contratual com o terceiro. Ou se pactuado no contrato. TÉRMINO E LIQUIDAÇÃO MOTIVO DE EXTINÇÃO: A) Deliberação dos sócios; B) Ilicitude ou impossibilidade do objeto; C) Esgotamento; D) Falta de pluralidade de sócios; E) Falência ou de liquidação do sócio ostensivo; F) Transcurso do tempo ou termo, se houver. LIQUIDAÇÃO: Ação de prestação de contas Exigir contas (NCPC) Art. 996, CC - Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege-se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Não é obrigação do empresário constituir sociedade. Livro de duplicatas somente é obrigatório para quem emite duplicatas. Menor de 16 é representado e maior de 16 é assistido.
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